Fundamentos da toponímia estudo de caso - glaucia marques

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Fundamentos da Toponímia. Estudo de caso: o Projeto ATEMIG Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick - USP Universidade Estadual do Ceará Centro de Humanidades Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada - PosLA DISCIPLINA: Tópicos Especiais em linguagem, tecnologia e ensino-aprendizagem: Estudos do léxico e da cultura

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Fundamentos da Toponímia. Estudo de caso:

o Projeto ATEMIG – Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais

Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick - USP

Universidade Estadual do Ceará Centro de Humanidades

Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada - PosLA

DISCIPLINA: Tópicos Especiais em linguagem, tecnologia e ensino-aprendizagem: Estudos do léxico e da cultura

Aspecto conceitual da toponímia Toponímia como disciplina curricular: USP – anos 70

Objetivo: Encontrar um modelo sistêmico que respondesse a necessidades não meramente especulativas, mas que estivessem fundamentadas na realidade etnocultural conhecida ou a conhecer.

Situação linguística do território

Oficialmente: monolíngue Traços plurilíngues (presença autóctone milenar, grande massa

alógena oriunda da África)‏

A mescla das três etnias formou as matrizes etnolinguísticas da

população Funcionamento das línguas naturais: funcionamento de sua

toponímia Toponímia no Brasil: Interesse mais nas línguas da terra (tupi

antigo) do que no elenco denominativo do português

Fundamentação

Toponímia no Brasil – Dois movimentos de linguagem:

Nativa (substrato)/ Advinda (superestratos)‏

No primeiro contato: toponímia resultante de origem portuguesa (1501) “O domínio da terra pelo europeu, assim, antes de ocorrer pela força, fez-se pela língua...”

Segundo momento: bilinguismo assimétrico

Toponímia e Antroponímia (Onomástica)

Foco de análise: do sistema toponímico (estudo do lugar/ natureza geográfica) para o sistema onomástico (estudo do espaço e do nome do espaço/ natureza linguística)‏

Metodologia: indutivo-dedutiva de acordo com os procedimentos característicos da pesquisa do léxico

Conclusões

a.) A toponímia desenvolveu-se acompanhando um vocabulário geográfico de ocorrências.

b.) Por detrás da ação de nomear existem intenções bem delineadas, mas que com o tempo se tornam menos claras.

“O valor pragmático do topônimo não se subsume apenas na intencionalidade momentânea ou casual do denominador; é superior a ela, com implicações exteriorizadas, gerando uma tensão dialética entre objetivos, finalidades, escolhas e resultados práticos.”

Modelo para a investigação Formulação da hipótese

Delimitação da área de estudos

Tratamento dos dados e do corpus

Conclusão e bibliografia

Metodologia 1º aspecto: Visão mais teórica, ampla e abrangente do

conhecimento científico advindo dos nomes.

2º aspecto: Busca do conhecimento prático das parcialidades locais/ regionais, visando a reconstrução de uma tipologia onomástica de aplicação mais ampla, a partir de novas formas recolhidas.

Modelo taxionômico, de fundo semântico, voltado à recuperação sêmica dominante na nomeclatura e responsável pela motivação toponímica introjetada.

No levantamento aplicado, expressões descritivas do meio em que ocorrem não surgem, de início, como topônimos propriamente ditos e, sim, como formas expressivas de um discurso, no interior de uma narrativa.

Conclusões

No plano das concretudes, há lugar para confluências ou cruzamentos de saberes, por exemplo, do campo lexical e terminológico com a própria história da cultura, que envolve não apenas a recuperação etmológica e genética dos antigos falares nativos como os princípios etnológicos e etnográficos interagindo aos linguísticos.

Conclusões

Na Toponímia, em suas modalidades, pôde-se traçar, desde então, até o presente um continun de suas posições conservadoras ou inovadoras a respeito dos fatos de língua que interferem nos nomes, como é o caso do Brasil, especialmente, e da toponímia americana, genericamente.

Toponímia Aplicada (MG)‏

Configuração do Estado: 853 municípios

Estrutura administartiva: Mesorregião central (12 microrregiões (158 municípios)‏

Metodologia

Modelo semântico-motivador das ocorrências toponomásticas, que conformam a realidade designativa da nomeclatura geográfica oficial do país, publicada pelo IBGE, com as atualizações posteriores.

Procedimento metodológico

Levantamento sincrônico de investigações (Nível 1)‏

Ampliação diacrônica (Nível 2) (Quando a identificação do termo ainda resultar incompleta ou inconclusa – distanciamento temporal e espacial em que o pesquisador se encontra e a ocorrência)

Representação cartográfica dos dados

Etapas do estudo

1ª) Análise dialetológica dos designativos das unidades municipais, segundo as camadas linguísticas do português do Brasil.

2ª) Levantamento dos acidentes geográficos dos municípios, tanto os de natureza física como os antropo-culturais.

Conclusões parciais Universo: 67 microrregiões

17 (nomeadas por nomes indígenas)‏

04 (composição híbrida P – I)‏

Mesorregiões (Predominância portuguesa)‏

“O estudo permitiu sentir a dificuldade em definir com precisão as diferenças específicas entre categorias com ocorrências bem próximas, como os sócio e historiotopônimos e os antropotopônimos.”