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1 [email protected] FUNDAMENTOS EM EAD PROFESSOR: MAURICIO FERNANDES LIMA ALUNO (a)_________________________________________ ___________________ LOCAL/DATA

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FUNDAMENTOS EM EAD

PROFESSOR: MAURICIO FERNANDES LIMA

ALUNO (a)_________________________________________

___________________

LOCAL/DATA

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA CARGA HORÁRIA: 60 h EMENTA Definições e características; a LDB ea educação à distância; o segredo de um curso a distância e a atuação do tutor; mudança no papel do aluno; EaD e formação de pro-fessores; ensino a distância: resposta para as dúvidas mais frequentes; OBJETIVO GERAL:

Entender as relações entre os fundamentos e a contemporaneidade da educação brasi-leira para a configuração dos contornos do processo educativo; desenvolver capacida-des de problematização das práticas e realidades educativas, questionando explica-ções superficiais e imediatas. Construir conhecimentos básicos e desenvolver capaci-dades que permitam a reflexão sobre os processos e as organizações educativas, utili-zando métodos próprios da análise.

AVALIAÇÃO

Além da presença e da participação em aula, serão avaliados os:

Trabalhos individuais ou em Grupo adotando meios que fundamentem o enten-

dimento;

Desenvolvimento dos trabalhos relacionados ao tema escolhido pelo professor

(a) para ser entregue na próxima aula onde demonstrará compreensão e conhe-

cimento dos assuntos abordados, bem como segurança e desenvoltura dos con-

teúdos e outros temas relacionados escolhidos pelo(a) professor(a)

PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS

A disciplina terá como proposta o incentivo à pesquisa e a elaboração de trabalhos in-

terdisciplinares, tendo como perspectiva a autonomia do acadêmico (a), o professor

exercerá uma função de mediador (a) no processo educativo, favorecendo aos (às)

acadêmicos (as) a construção e reconstrução do conhecimento através de:

Leituras, debates e seminários em sala de aula;

Trabalho em grupo e individual;

Exposição dialogada

Pesquisas bibliográficas

Trabalhos interdisciplinares

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SUMARIO

1. DEFINÇOES E CARACTERÍSTICAS.....................................................................1

2. A LDB E A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA.................................................................6

3. O PROFESSOR E A SALA DE AULA VIRTUAL: as novas relações no

Ensino.....................................................................................................................10

4. O SEGREDO DE UM CURSO A DISTÂNCIA E A ATUAÇÃO DO ALUNO........11

5. MUDANÇA NO PAPEL DO ALUNO......................................................................12

6. EAD E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES.........................................................13

7. ENSINO A DISTÂNCIA: RESPOSTA PARA AS DÚVIDAS MIAS

FREQUENTES........................................................................................................16

REFERÊNCIAS.......................................................................................................20

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2. A LDB E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A legislação atual sobre Educação a distância. A LDB. Portarias do Ministé-rio de Educação. As leis estaduais. A avaliação na EAD. Quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,n. 9.394, em 20 de dezem-bro de 1996, foi promulgada, muitos se alegraram porque, finalmente, a lei tratava da educação a distância, em seu artigo 80, nas Disposições Gerais. Poucos perceberam, no entanto, que mais importante que esse artigo 80, é o fato de a Lei referir-se ao tema em todos os níveis e modalidades de ensino.

Linhas e entrelinhas da LDB

Você verá, a seguir, como os métodos, técnicas e tecnologias de educação a distância estão presentes na Lei: ora com clareza, nas suas linhas, ora de forma im-plícita, nas entrelinhas.

Ensino Fundamental:

Art. 32, (4o: "O ensino fundamental será presencial, sendo o ensi-no a distância utilizada como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais." A Lei insiste no ensino presenci-al, resguardando aspectos sócio-pisco-pedagógicos do desenvol-vimento das crianças e adolescentes. A possibilidade de estudar a distância abre-se em dois casos:

a) complementação da aprendizagem (enriquecimento e aprofun-damento do currículo, recuperação e aceleração de estudos para alunos com atraso escolar, dentre outras. Veja também Art. 24, i-tem V, da LDB);

b) situações emergenciais, (tais como: falta temporária de profes-sores contratados, crianças e adolescentes hospitalizados e aque-les que estejam morando com seus pais no exterior e não tenham como se alfabetizar em língua portuguesa).

Ensino médio:

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Art. 35, II: finalidades: "preparação básica para o trabalho e a ci-dadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocu-pação ou aperfeiçoamento posteriores".

Art. 36, inciso II: o currículo "adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes." Embora em relação ao ensino médio, a Lei não cite a educação a distância, leia os artigos citados e reflita como os métodos, técni-cas e tecnologias aplicados ao ensino a distância podem ser auxi-liares poderosos para desenvolver no aluno autonomia para bus-car o conhecimento e atitudes de aprender a aprender - requisitos indispensáveis para o cidadão e o profissional do mundo contem-porâneo. Também valem as mesmas observações feitas para o fundamen-tal quanto ao uso de programas a distância como enriquecimento, aceleração de estudos, recuperação e reforço/revisão de conteú-dos para vestibulares e outros processos seletivos para o ensino superior.

Art. 37 e 38: Educação de Jovens e Adultos. Leia a seção V da LDB e reflita como a educação a distância e as novas tecnologias são fundamentais para jovens e adultos.

Art. 40: Educação profissional. Art. 41: certificação de estudos. Embora não esteja explícita nos artigos citados, a educação a dis-tância e as novas tecnologias são parte da vida do profissional de hoje.

Art.47 : Educação superior: § 3º: É obrigatória a frequência de a-lunos e professores, salvo nos programas de educação a distân-cia. O artigo 47 reconhece, com naturalidade, a educação a distância na graduação.

Art. 59: Educação Especial. Na Educação Especial, os métodos, técnicas e tecnologias aplicados ao ensino a distância são recur-sos poderosos, tanto em programas de aceleração de estudos pa-ra alunos superdotados como para portadores de necessidades especiais, uma vez que o ritmo e a especificidade de cada um po-dem ser atendidos de forma personalizada.

Art. 61: capacitação em serviço. Art. 67: aperfeiçoamento profis-sional continuado. Os artigos 61 e 67 falam dos profissionais da educação. Capacitação em serviço, aperfeiçoamento profissional continuado e estudos em períodos previstos na carga de trabalho, todas es-sas atividades têm muito a ganhar com programas a distância, que são capazes de atender a diversos horários, diferentes áreas de interesse, vários níveis de aprofundamento, etc. Além desses aspectos, o professor habituado a trabalhar com programas de educação a distância ganha mais autonomia para continuar aprendendo ao longo de sua vida e mais facilmente re-passa a seus alunos o valor dessa atitude.

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Art. 80: educação a distância. Art. 87: Década da Educação § 3º: "Cada Município e, supletivamente, o Estado e a União, deverá: II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos in-suficientemente escolarizados. III - realizar programas de capaci-tação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância". A Década da Educação explicita e valoriza o papel da educação a distância. É desse conjunto de artigos, de linhas e entrelinhas (outras até poderiam ser identificadas) que aflora a importância da educação a distância. A Lei n. 9.394/96, porém, não se restringiu a eles.

2. O artigo 80, das Disposições Gerais. O caput do artigo 80 da LDB, o mais conhecido por quem trabalha ou deseja trabalhar com educação a distância, ratifica os artigos anteriores. Estabele-ce: O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modali-dades de ensino, e de educação continuada. Os três primeiros parágrafos dizem:

§1º: A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente creden-ciadas pela União.

§2º: A União regulamentará os requisitos para a realização de e-xames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância.

§3º: As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver coo-peração e integração entre os diferentes sistemas.

Aqui começa o que, a meu ver, é uma contradição - ou inconstitu-cionalidade - da Lei. A União credencia instituições. A descentrali-zação, as autonomias dos sistemas estaduais e municipais e das universidades cessam quando o curso é a distância. Centralizou-se na União o credenciamento de instituições, mas fo-ram mantidas com os respectivos sistemas de ensino (1) a defini-ção das normas para produção, controle e avaliação de progra-mas de educação a distância e (2) a autorização para sua imple-mentação. Pode-se supor uma situação em que a União credencie a institui-ção, mas o sistema estadual ou municipal não autorize a imple-mentação do programa. Ou o sistema autorize o programa, mas a União não credencie a instituição. Estaria criado um impasse. O Decreto n. 2.561, de 25 de abril de 1998, procurou resolver a si-tuação, respeitando a autonomia dos sistemas e a descentraliza-ção administrativa assegurada constitucionalmente. Assim:

- a União credencia, autoriza, controla e avalia programas de edu-cação a distância do seu sistema de ensino, ou seja, o superior (incluindo o tecnológico);

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- os sistemas estaduais (e quando houver, municipais) credenci-am, autorizam, controlam e avaliam programas de educação a distância nos níveis fundamental, médio (incluindo o técnico) e os das instituições de ensino superior pertencentes a seu sistema. Finalmente, voltando ao artigo 80 da LDB , o parágrafo 4º deter-mina que:

"A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de ra-diodifusão sonora e de sons e imagens;

II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educati-vas;

III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais. O parágrafo simplifica a gama de possibilidades contemporâneas da educação a distância. Televisão e rádio são importantes. Mas faltam a redução das tarifas de Correio - já que o material impres-so continua sendo importante veículo educacional - e, também, a redução das tarifas telefônicas, visto que telefones, fax, teleconfe-rências, redes de informática são hoje recursos fundamentais pa-ra os orientadores, tutores, alunos, administradores, todos, enfim, que trabalham com os recursos modernos da educação a distân-cia.

3. O PROFESSOR E A SALA DE AULA VIRTUAL: as novas relações no ensi-no.

A educação a distância (EaD) já é uma realidade consolidada no mundo atual e trouxe transformações no processo de ensino-aprendizagem que ainda es-tão em debate. Uma delas diz respeito ao novo papel exigido do professor que tra-balha com EaD, muitas vezes nomeado como tutor virtual. A antiga posição de um professor que se considerava o centro do saber e de alunos que recebiam o conte-údo passivamente não funciona mais. Com a facilidade de acesso à informação que a internet possibilita, talvez o maior desafio para o professor de EaD (e tam-bém para o do ensino presencial) seja auxiliar a pensar e selecionar o montante de informação disponível. “ Hoje, o professor interage com os alunos e ambos são emissores e receptores, estabelecendo uma relação de troca, de cooperação, de construção em comum”, afirma Liane Tarouco, no artigo “O professor e os alunos como protagonistas na educação aberta e a distância mediada por computador”.

Embora essa nova função do professor como mediador já tenha sido problematizada pelos pedagogos, antes mesmo da expansão da EaD, foi essa no-va modalidade de ensino que a reforçou, segundo Denise Lima e Abreu, coorde-nadora da Universidade Aberta do Brasil na Universidade Federal de São Carlos (UAB-UFSCar) e professora dos cursos de formação em tutoria virtual e de profes-sores em EaD. “Com o ensino a distância, torna-se necessária a constante intera-ção entre professores junto aos estudantes, principalmente motivando-os a vencer os obstáculos naturais referentes ao processo de se aprender de forma assíncrona (ou seja, cada estudante em seu tempo)”, ressalta.

Uma das grandes novidades da EaD é o trabalho fragmentado e depen-

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dente de vários profissionais. Daniel Mill, professor adjunto da UFSCar e especia-lista em estudos de gestão estratégica em EaD, e Fernando Fidalgo, diretor do Centro de Apoio à EaD da Universidade Federal de Minas Gerais, nomeiam esse processo de poli docência. No artigo “Sobre tutoria virtual na educação a distância: caracterizando o tele trabalho docente”, os autores observam que o trabalho em EaD envolve docentes e não-docentes para dar conta da complexidade da aula nessa modalidade e da quantidade de alunos. “Na educação a distância, não há a opção de um único profissional realizar toda a ‘aula’ porque, via de regra, a quanti-dade de alunos ou a complexidade do processo de trabalho impossibilita a ‘uni do-cência’”, afirmam.

O professor que trabalha com EaD costuma ser identificado como tutor virtual, tutor eletrônico, tutor online ou animador. Ele é um dos profissionais que compõem a poli docência e é o responsável pelo contato online com os alunos, atuando como mediador e facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Se-gundo Mill e Fidalgo, o tutor que atua nos encontros presenciais com os alunos é o tutor presencial, e o que os acompanha à distância, tendo seu trabalho mediado pelas tecnologias de informação e comunicação, é o tutor virtual. Este último não é propriamente um professor como o de cursos totalmente presenciais. Além dos tutores, a estrutura dos profissionais de um curso de EaD envolve os programado-res, gestores, coordenadores do curso, professores autores do material didático e coordenadores de tutores. Segundo Lima e Abreu, o coordenador de tutoria, que realiza a intermediação entre professores-autores, gestores e tutores, é essencial no processo de gestão da EaD para garantia da qualidade no processo de ensino-aprendizagem.

Um exemplo do trabalho compartilhado a partir do conceito de poli do-cência acontece no Programa Rede São Paulo de Formação Docente - Redefor, iniciado em 2011 e já na sua segunda edição. O programa, que oferece especiali-zação para professores da rede pública do estado de São Paulo, é resultado de uma política de formação continuada oferecida pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em convênio com as universidades públicas paulistas: Uni-versidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (UNESP). São 16 cursos de especialização com duração de um ano: 13 nas disciplinas do currículo escolar (como língua portugue-sa, educação física, matemática, entre outras) e 3 voltados para gestão. Os cursos do Redefor são toda a distância, mas exigem alguns encontros e provas presenci-ais.

“Os trabalhos são compartilhados a partir do conceito de poli docência: a disciplina não é exclusiva do professor-autor, nem é simplesmente o cumprimento de tarefas por parte dos tutores. Na prática, o sistema aproxima-se dos modelos presenciais, quando a tarefa da coordenação é organizar a equipe, debater e esta-belecer princípios e objetivos centrais do curso e assegurar que os participantes se envolvam no projeto”, explica José Alves Freitas Neto, professor da Unicamp e co-ordenador da disciplina de história do Redefor. “Portanto, a coordenadoria exerce uma tarefa de planejamento e acompanhamento das atividades; os professores-autores são formuladores de textos e dão o suporte teórico para o curso; enquanto os tutores, em suas salas e diante das peculiaridades de cada turma, atuam no esclarecimento, no aprofundamento e na complementação de informações ofereci-das pelo material do curso”, acrescenta. Ele conclui, ainda, que a importância des-sa divisão é que todos são partícipes de um em larga escala.

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4. O SEGREDO DE UM CURSO A DISTÂNCIA É A ATUAÇÃO DO TUTOR.

A capacidade de interação, a clareza na explicação das tarefas, a ani-mação dos debates da disciplina e até mesmo a assistência emocional aos edu-candos são qualidades descritas como relevantes para a atuação do tutor virtual, que é peça-chave para o bom funcionamento do curso a distância. “Sempre penso que o segredo de um curso é a atuação do tutor, pois ele é capaz de potencializar os conteúdos e propostas de atividades. O inverso também ocorre: ser capaz de minar um material que poderia gerar novos conhecimentos e grandes descobertas por parte dos cursistas”, afirma Freitas Neto. Além disso, o professor da Unicamp ressalta que o tutor não é apenas aquele que operacionaliza a máquina para dis-ponibilizar os materiais do curso, mas alguém que deve desenvolver um ambiente de aprendizagem pautado na liberdade para que todos se sintam à vontade para compartilhar experiências. O curso atinge seu objetivo quando a troca de conheci-mentos acontece entre cursistas e tutor, mas, sobretudo entre os próprios cursis-tas.

Para Lima e Abreu, de todas as habilidades exigidas de um tutor virtual, a mais relevante é saber trabalhar em equipe. “Ele deve ter facilidade em gerenciar grupos. Pensar no coletivo e estar sintonizado com as necessidades dos estudan-tes de forma a atualizar suas aulas a cada oferta. Com certeza, a maior diferença entre as duas modalidades (presencial e a distância), entre todas que poderíamos citar, é a de saber trabalhar em equipe”, afirmam.

5. MUDANÇA NO PAPEL DO ALUNO

Na relação professor-aluno em EaD, não é apenas o papel do profes-sor/tutor que muda, mas também o do aluno/cursista. “Ele tem maior autonomia, logo necessita ter maior responsabilidade para organizar seu tempo, a execução de suas atividades e a desinibição no ambiente virtual. Curso a distância não é curso por correspondência: as trocas têm que ser efetivas e ocorrer a todo instan-te”, afirma Freitas Neto.

Dentre as dificuldades gerais dos cursistas de EaD estão a pouca expe-riência no mundo virtual e o excesso de postagens nas discussões promovidas nos fóruns, que podem resultar na perda do sentido do debate, aponta Adolfo Tanzi, especialista em produção e gestão de material didático para EaD e tutor online em língua portuguesa do programa Redefor. “Muitas vezes, os cursistas sofrem para se adequarem às exigências de um curso em EAD. Um exemplo seriam os fóruns de discussões: pela manhã, o cursista tem 10 postagens, e ao chegar do trabalho, no final do dia, tem mais 300. O aluno tem que participar de uma conversa que às vezes já está esgotada ou em que ele perdeu o fio condutor. Mas se ele não es-creve, é entendido que não está participando. Sendo assim, muitas postagens se repetem como se estivéssemos em um quarto escuro onde o que eu falo e o que falam tem que ser repetido inúmeras vezes”, ilustra.

O plágio é outro problema recorrente, facilitado pelas tecnologias de in-formação e comunicação. No entanto, observa-se que ele não é exclusivo dessa modalidade de ensino a distância, pois, no passado, os alunos também tinham a

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prática de copiar textos de enciclopédias, por exemplo. Uma saída para essa difi-culdade está em trabalhar com os alunos a importância da ética nos trabalhos aca-dêmicos. “O que acontece é que hoje, com a tecnologia e o acesso à informação, isso ficou mais evidente. Precisamos letrar nossos alunos para que usem as cita-ções devidamente e que tenham uma postura correta com a sua própria aprendi-zagem”, observa Tanzi.

O curso a distância exige habilidade na escrita, pois é por meio dela que toda a comunicação ocorre tanto nas dúvidas que o cursista envia ao tutor por e-mail e nos debates em fóruns com os colegas, quanto nos trabalhos das discipli-nas. Por isso, nos casos de cursos de formação continuada para professores, cuja prática na sala de aula se baseia na oralidade para a transmissão do conhecimen-to, a escrita pode ser uma dificuldade. “Na sala de aula, eles praticam mais a orali-dade do que a escrita. Corrigem mais do que escrevem e, quando o papel se inver-te, têm grande dificuldade. E isso não se deve, como seria simples supor, a uma formação precária. Mas acho que, principalmente, a uma falta de treino, de prática. Quem fica anos sem escrever um texto mais longo, certamente enfrenta dificuldade para ordenar e expressar claramente suas ideias”, observa Freitas Neto.

As transformações produzidas pela EaD no processo de ensino-aprendizagem exigem ainda pesquisas na área para melhor compreensão dessas mudanças. “Temos muito que caminhar. Os cursos em EaD estão baseados em disciplinas, tempo-duração e avaliações exatamente como o que acontece no en-sino presencial. Se quisermos dar o primeiro passo à frente, teremos que quebrar muitos tabus de como esses cursos estão estruturados hoje e entender que a a-prendizagem nos meios digitais se dá de forma diferente. A simples transposição didática do meio presencial para o digital não é suficiente”, conclui Tanzi.

6. EAD & FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A qualificação dos professores foi pauta de diversas pesquisas durante a déca-

da de 90, no século XX. Nestas pesquisas foram evidenciadas tanto a necessidade do

desenvolvimento de currículos quanto da criação de condições básicas de formação.

Uma das alternativas possíveis para o oferecimento desta formação a um número mai-

or de educadores foi a incorporação da educação a distância em várias instituições pú-

blicas de ensino superior, viabilizando o atendimento aos educadores nos mais diver-

sos pontos do país. Tal proposta buscava, ao mesmo tempo, diminuir as estatísticas de

carências na formação dos docentes da educação básica e gerar uma nova qualidade

para essa formação.

Em seu artigo “Critérios de qualidade”, Gatti, além de fazer uma breve reflexão

sobre as condições em que ocorre o processo de aprendizagem a distância, fala sobre

características essenciais e critérios a serem atendidos na utilização da EaD como uma

alternativa eficiente na formação de professores.

A autora ressalta que “educar e educar-se a distância requer condições muito

diferentes da escolarização presencial”. A educação a distância rompe os limites de

temporalidade e territorialidade, mas priva os participantes do contato físico constante.

O fato de não haver a figura do professor para chamar a atenção do aluno exige do

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mesmo uma maior determinação e perseverança, bem como novos hábitos de estudo,

novas atitudes em face da aprendizagem, novas maneiras de lidar com suas dificulda-

des.

Gatti destaca outras vantagens da formação de professores via ead, a saber:

os educadores envolvidos com os processos de ensino a distância têm de redobrar

seus cuidados com as linguagens, aprender a trabalhar com multimídia e equipamen-

tos especiais, maximizar o uso dos momentos presenciais, desenvolver melhor sua

interlocução via diferentes canais de comunicação, criando nova sensibilidade para

perceber o desenvolvimento dos alunos com quem mantêm interatividade por diferen-

tes meios e diferentes condições.

Para que o aluno possa usufruir de uma boa qualidade formativa na educação

a distância, algumas características devem ser garantidas e alguns critérios tem que

ser atendidos:

Ponto de partida (principalmente para os cursos que darão certificação):

esclarecimento interativo (presencial ou a distância) sobre seus pressu-

postos pedagógicos, seu eixo curricular, os conhecimentos que serão

envolvidos e o porquê, sua estrutura de funcionamento, materiais e su-

portes a serem utilizados e processos de acompanhamento e avaliação.

Tal característica possibilita aos alunos avaliarem suas possibilidades de

envolvimento, o esforço que deles será exigido, as condições de apoio

com que contarão o tipo de material com que lidarão e as formas de

avaliação, elevando a motivação e criando o envolvimento no processo

de aprendizagem.

Realização de algumas atividades coletivas, participação de discussões,

contatos, trocas, em que aspectos socializadores são desenvolvidos e

valores, atitudes e formas de argumentação podem ser construídos e

tomar sentido, criando condições para a construção de um sentimento

de pertencimento, de cooperação, de partilha, de ser ajudado e de aju-

dar.

Aquisição de conhecimentos, tratada e concebida como busca permanen-

te, como reflexão vinculada às práticas sociais e pedagógicas, constitu-

indo-se pela atividade das pessoas em seus contextos. Essa postura

propicia uma articulação mais adequada das diferentes áreas de conhe-

cimento num processo de interdisciplinaridade e de redes disciplinares.

O material didático e de apoio para educação a distância tem característi-

cas bem diferentes do material usual para cursos presenciais. Precisa

ser ao máximo autoexplicativo, oferecendo informações decodificáveis

pelos participantes, sem intérpretes, porém criando ao mesmo tempo

oportunidades de extrapolações, pesquisa, reconstrução de fatos do co-

nhecimento humano, situações-problema, etc. Neste ponto, Gatti desta-

ca que os materiais didáticos não podem ser materiais informativos sim-

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ples, textos corridos. A par da informação básica necessária, devem o-

correr problematizações sobre o tema tratado, instigando o participante

a encontrar caminhos que lhe permitam avançar no assunto, buscar in-

formações e construir conhecimento. Bem dosados quanto ao conteúdo,

construídos com um bom planejamento didático-pedagógico, utilizando

de recursos diversos, utilizando soluções de linguagem visuais, auditivas

ou gráficas adequadas e atraentes, servem à criação de condições para

uma aprendizagem estimulante, um desenvolvimento mais integral do

participante, desenvolvimento de hábitos de estudo, crescente melhoria

nas habilidades de leitura e outras e desenvolvimento de comportamen-

tos de iniciativa, entre outros. Materiais qualitativamente superiores in-

corporam aspectos heurísticos em sua concepção, sem deixar de ser

acessíveis. Um desafio e tanto!

Intercalar momentos presenciais e a distância na formação de professo-

res, além de manter um sistema bem estruturado de tutoria dos alunos e

apoio presencial e a distância de especialistas, tem se mostrado uma

boa alternativa para evitar o abandono do curso;

Os processos avaliativos precisam ser variados em suas formas (provas,

trabalhos, memoriais, elaboração de textos refletindo sobre suas práti-

cas, elaboração de textos mais teóricos, grupos de discussão, observa-

ção das práticas, etc.) e bem programados. Além disso, os critérios de

valoração dos diferentes meios avaliativos precisam ser claros e utiliza-

dos como meio constante na direção de ajudar o participante a avançar

em seus estudos.

De todas as qualidades que um programa de ead precisa, a principal delas é a

interatividade constante e atenciosa, propiciada por diferentes meios no mesmo pro-

grama (momentos presenciais coletivos, Internet, telefone, videoconferências, teles

salas, teleconferências, etc.). Manter o diálogo, as trocas, as vivências e os relatos são

colocar o humano a humanizar o tecnológico, pondo este a serviço do humano, e não

vice-versa.

Gatti destaca ainda que os processos educacionais são processos de sociali-

zação, portanto “a interatividade com participação igualitária é qualidade indispensável

a qualquer programa de educação a distância de professores, numa perspectiva de

sociedade democrática”.

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7. ENSINO A DISTÂNCIA: Respostas para as dúvidas mais frequente.

Assim como o presencial, o curso a distância tem provas, exercícios, notas mínimas e

repetência.

CONCEITO. Que é ensino a distância?

Segundo a Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), fazem parte

do ensino à distância (EAD) os cursos nos quais mais de 70% do conteúdo é desenvol-

vido por meio de atividades que não exigem que aluno e professor estejam no mesmo

espaço, na mesma hora. O material pode chegar ao estudante por diversos meios, co-

mo rádio, satélite, correio ou internet-recurso mais comum atualmente.

1. QUEM PODE FAZER EAD?

Não há restrições em relação ao perfil do aluno. Assim como em cursos pre-

senciais, porém, os cursos à distância têm pré-requisitos segundo o nível de escolari-

dade: para fazer uma graduação é preciso ter concluído o ensino médio, por exemplo.

Além disso, o aluno precisa ter acesso à infraestrutura mínima exigida pela instituição,

como computador ou telefone.

2. UM CURSO A DISTÂNCIA É MAIS FÁCIL QUE UM PRESENCIAL?

Não. Os cursos a distância, assim como os presenciais, têm exames, traba-

lhos, frequência, notas mínimas e repetência, exigindo tempo e dedicação. Para muito

estudantes, contudo, a modalidade é mais fácil porque oferece mais liberdade para es-

tudar em um ritmo diferente do tradicional.

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3. QUAIS AS VANTAGENS DE SE FAZER UM CURSO A DISTÂNCIA?

De maneira geral, as três principais vantagens são: montar a própria rotina

de estudos, dedicando-se às aulas nos horários mais convenientes ao aluno; economi-

zar tempo ou dinheiro com o deslocamento até a instituição de ensino; pagar um preço

mais baixo pelo curso.

4. QUE TIPO DE CURSOS É OFERECIDO NESTA MODALIDADE?

É possível fazer cursos a distância em quase todos os níveis de ensino: mé-

dio e técnico, graduação, especialização e cursos profissionalizantes. Existe também

uma ampla oferta de cursos livres, como os preparatórios para concursos, cursos de

idiomas e corporativos.

5. PRECISO MOSTRAR ALGUM DIPLOMA PARA FAZER EAD?

Em geral, sim. Assim como na versão presencial, se a intenção é fazer um

curso superior, é preciso apresentar o diploma de conclusão do ensino médio; se o in-

teresse é por uma pós-graduação, o candidato deve comprovar que tem nível superior.

Já os pré-requisitos para cursos livres variam de acordo com cada instituição, que po-

de, por exemplo, exigir que o aluno seja apenas alfabetizado.

6. COMO VERIFICAR SE UM CURSO ESTÁ REGULAR NO MEC?

O MEC mantém uma lista oficial de instituições de ensino autorizadas a ofe-

recer cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu, que pode ser consultada

em seu site. O sistema de busca funciona por município.

7. CURSOS A DISTÂNCIA SÃO MAIS BARATOS.

Sim. Por exigirem menos infraestrutura, geralmente os cursos a distância

têm preços mais baixos do que os seus correspondentes presenciais. Em uma mesma

instituição, o valor para a modalidade a distância chega a ser 75% menor, segundo le-

vantamento feito pelo consultor João Vianney, da Abed.

8. DIPLOMA DE EAD TEM O MESMO VALOR DOS DEMAIS?

Sim. Desde 1996 a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) prevê a e-

xistência de cursos a distância para a educação básica e superior (ensino médio, técni-

co, graduação e pós-graduação) e determina que seus diplomas tenham o mesmo va-

lor que dos presenciais.

9. O DIPLOMA ESPECIFICA QUE O CURSO FOI FEITO A DISTÂNCIA?

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Não. Como o diploma obtido em um curso a distância tem o mesmo valor le-

gal daquele obtido em aulas presenciais, não há nada no documento que diferencie um

e outro.

10.O DIPLOMA DE EAD TAMBÉM É VÁLIDO EM CONCURSOS PÚBLICOS?

Sim, tanto quanto o diploma de curso presencial. Entretanto, ainda é possí-

vel encontrar editais que tentam excluir os candidatos formados por EAD. Como essa

diferenciação não encontra amparo legal, nos últimos anos os editais que fazem essa

exigência têm tido a cláusula anulada judicialmente.

11. NA HORA DE PROCURAR EMPREGO, HÁ DISCRIMINAÇÃO POR PARTE DAS

EMPRESAS?

Em geral, não. Embora alguns setores da sociedade ainda mantenham pre-

conceito em relação a profissionais graduados a distância, a resistência das empresas

está cada vez menor, garante Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação. Pa-

ra ele, muitas corporações já encaram a modalidade como um diferencial positivo do

currículo. “Para fazer um curso a distância, o aluno deve desenvolver algumas caracte-

rísticas que o mercado julga essenciais, como iniciativa, disciplina, organização, co-

nhecimento de tecnologias e planejamento”, afirma.

12. É PRECISO EXPLICITAR EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO OU NO

CURRÍCULO A MODALIDADE DE FORMAÇÃO?

Não. O que importa são os conhecimentos adquiridos durante o curso, não a modali-

dade por meio da qual eles foram obtidos. “A preocupação [do contratante] deve estar

sempre voltada para reputação da instituição, grade curricular do curso, qualidade dos

professores, tecnologias utilizadas e capacitação para o mercado de trabalho”, diz

Constantino Cavalheiro, da Catho Educação. No entanto, se o entrevistador perguntar,

não omita a informação e explique os motivos que o levaram a escolher o ensino a dis-

tância.

13. QUEM FEZ EAD GANHA MENOS DO QUE QUEM FEZ CURSOS

PRESENCIAIS?

Não. O estudo "A Educação Profissional e Você no Mercado de Trabalho",

publicado em 2010 pelo professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marcelo Neri,

mostrou que alunos que completaram o ensino técnico presencial e a distância tinha a

mesma média salarial.

14. ENSINO A DISTÂNCIA TEM PROVA?

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Sim. Por lei, todos os alunos de cursos da educação básica e superior (ensi-

no médio, técnico, graduação e pós-graduação) têm que se submeter a exames pre-

senciais regulares. Quem não atinge a média é reprovado, precisa cursar a disciplina

mais uma vez e, depois, refazer a prova. Em cursos livres não existe essa obrigatorie-

dade, mas é comum as instituições de ensino concederem o certificado apenas ao es-

tudante aprovado em exame presencial.

15. SE O CURSO É A DISTÂNCIA, POR QUE É PRECISO ASSISTIR A AULAS

PRESENCIAIS?

Uma portaria do MEC determina que, mesmo no ensino a distância, ao me-

nos 20% da carga horária da graduação seja feita de modo presencial. Entre as ativi-

dades presenciais obrigatórias estão estágios, práticas em laboratórios e defesa do

trabalho de conclusão de curso.

16. PARA ESTUDAR, É PRECISO TER UM COMPUTADOR MUITO POTENTE OU

ENTENDER MUITO DE INFORMÁTICA?

Não. Um computador com configurações básicas e acesso a internet banda

larga e o conhecimento de procedimentos simples, como downloads e reprodução de

vídeos on-line, são suficientes. Se forem necessários programas específicos, a institui-

ção de ensino deve orientar os alunos quanto à obtenção e ao uso. Todas as dúvidas

em relação ao acesso e à utilização do material on-line devem ser esclarecidas por tu-

tor ou responsável pelo curso.

17. QUALQUER TIPO DE CURSO PODE SER FEITO A DISTÂNCIA?

Por lei, o ensino médio e o técnico e qualquer curso de graduação e de pós-

graduação podem ser feitos a distância. Na prática, porém, ainda não há no Brasil a

oferta de cursos de medicina, nem de doutorados, por exemplo.

18. SE VOU ESTUDAR EM CASA NO MEU RITMO, POR QUE OS CURSOS TÊM

DURAÇÃO PRÉ-DETERMINADA?

Porque a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) determina que os

cursos à distância para os ensinos médio e técnico e para graduação e pós-graduação

sejam projetados com a mesma duração da modalidade presencial. Para os cursos

livres, o critério de tempo varia de acordo com cada instituição.

REFERÊNCIAS

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GATTI, Bernadete A. Critérios de Qualidade. In: ALMEIDA, M.E; MORAN, J. M.

(Org). Integração das Tecnologias na Educação. Série Salta para o Futu-

ro, Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed,

2005. P.143-145.

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FICHA DE AVALIAÇÃO - SOBRE O PROFESSOR . DATA___/___/___ PROFESSOR(a)_________________________________________DISCIPLINA:_____________________

ASPECTOS PEDAGÓGICOS

ÓTIMO

BOM

REGULAR

INSUFICIENTE

APRESENTAÇÃO (LEITURA) DA EMENTA

ATENDIMENTO DAS SUAS EXPECTATIVAS

CONTEÚDOS DOS TEMAS TRABALHADOS

MEDIAÇÃO DOS(as) PROFESSORES(as)

METODOLOGIA UTILIZADA PELOS/AS PROFESSORES/AS FOI CLARO

NÍVEL DAS DISCUSSÕES

DINÂMICAS APLICADAS

UTILIZOU O MATERIAL DIDÁTICO (APOSTILA)

RECURSOS AUDIOVISUAIS E OUTROS FORAM ADEQUADOS

TRABALHO EM EQUIPE/INTEGRAÇÃO COM A TURMA

RESPEITOU HORÁRIO E DATAS COMBINADAS (CUMPRIRAM INTEGRALMENTE SUA JORNADA DE TRABALHO)

RESPEITOU OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS ALUNOS

FAVORECERAM A CONSTRUÇÃO DA BOA AUTOESTIMA PELOS ALUNOS

RELEVÂNCIA DOS CONTEÚDOS PARA SEU CRESCIMENTO PROFISSIONAL

ASPECTOS ESTRUTURAIS E ORGANIZACIONAIS

ÓTIMO

BOM

REGULAR

INSUFICIENTE

ESPAÇO FÍSICO

APOSTILAS

TEMPO DE DURAÇÃO DAS AULAS

TRABALHO DA COORDENAÇÃO

DÊ OUTRAS SUGESTÕES:

___________________________________________________________________________________________________

Centro de Ensino Sistemas e Tecnologias