Fundos e Clube de Investimento

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Fundos e clube de Investimento 9.Fundos de Investimento Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas) com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira formada por vários tipos de investimentos (conhecidos como ativos). Funciona exatamente como um prédio onde cada condômino é dono de uma cota (um apartamento) e paga a alguém para administrar e coordenar as tarefas do condomínio (jardineiro, pessoal da limpeza, porteiro, manutenção de elevadores, entre outros). Nele são estabelecidas as regras de funcionamento (horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas dependências dos apartamentos, entre outras). Essas normas são seguidas por todos os moradores, sem exceção. Um fundo de investimento funciona da mesma forma. Os cotistas (os moradores) ao aplicarem um valor compram uma quantidade de cotas e pagam uma taxa de administração a alguém, no caso dos fundos, gestores e administradores, para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no mercado. Os gestores são responsáveis pela estratégia de investimento, enquanto que os administradores têm sua responsabilidade voltada para os aspectos jurídicos e legais do fundo. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc), e passa a ter os mesmos direitos dos demais, independentemente da quantidade de cotas que cada um possui. Em um Fundo de Investimento, não há um número mínimo nem máximo de cotistas. Existem Fundos que possuem somente 1 cotista e outras que possuem centenas de cotistas. Os clubes de Investimentos não tem prazo, porém poderão ter um prazo definido para ser extinto, caso seja descrito no regulamento do Fundo e imposto isso no Estatuto Social. É no Estatuto Social do fundo que serão conhecidas as regras para a entrada de novos cotistas, prazo mínimo de aplicação, compra e vendas de ações, além da taxa de administração ou taxa de performance. Com relação aos ativos, só poderão compor a carteira do fundo, ativos financeiros admitidos à negociação em bolsa de valores, de mercadorias e futuros, ou registrados em sistema de registro, de custódia ou de liquidação financeira devidamente autorizada pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.

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Este arquivo carrega informações básicas sobre Fundos e clubes de investimento e seus funcionamentos.

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Fundos e clube de Investimento

9.Fundos de InvestimentoUm fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas) com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira formada por vários tipos de investimentos (conhecidos como ativos).

Funciona exatamente como um prédio onde cada condômino é dono de uma cota (um apartamento) e paga a alguém para administrar e coordenar as tarefas do condomínio (jardineiro, pessoal da limpeza, porteiro, manutenção de elevadores, entre outros). Nele são estabelecidas as regras de funcionamento (horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas dependências dos apartamentos, entre outras). Essas normas são seguidas por todos os moradores, sem exceção.

Um fundo de investimento funciona da mesma forma. Os cotistas (os moradores) ao aplicarem um valor compram uma quantidade de cotas e pagam uma taxa de administração a alguém, no caso dos fundos, gestores e administradores, para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no mercado. Os gestores são responsáveis pela estratégia de investimento, enquanto que os administradores têm sua responsabilidade voltada para os aspectos jurídicos e legais do fundo.Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc), e passa a ter os mesmos direitos dos demais, independentemente da quantidade de cotas que cada um possui.

Em um Fundo de Investimento, não há um número mínimo nem máximo de cotistas. Existem Fundos que possuem somente 1 cotista e outras que possuem centenas de cotistas. Os clubes de Investimentos não tem prazo, porém poderão ter um prazo definido para ser extinto, caso seja descrito no regulamento do Fundo e imposto isso no Estatuto Social. É no Estatuto Social do fundo que serão conhecidas as regras para a entrada de novos cotistas, prazo mínimo de aplicação, compra e vendas de ações, além da taxa de administração ou taxa de performance.

Com relação aos ativos, só poderão compor a carteira do fundo, ativos financeiros admitidos à negociação em bolsa de valores, de mercadorias e futuros, ou registrados em sistema de registro, de custódia ou de liquidação financeira devidamente autorizada pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.

Os Fundos de Investimentos possuem diversas características e peculiaridades que podem variar para cada fundo, desde o tipo de aplicação, prazo, até o valor mínimo de aplicação. Por isso, é de extrema importância que antes de se investir em Fundos de Investimentos, se leia o prospecto e o regulamento do Fundo, para entender suas principais características e se o Fundo está alinhado com seus objetivos.

9.1 Fundos Abertos

Nos Fundos Abertos, os cotistas podem entrar e sair a qualquer momento, isto é, é permitida tanto a entrada de novos cotistas, ou o aumento da participação dos cotistas antigos, quanto a saída de cotistas,permitindo que estesolicite ao fundo o resgate de cotas a qualquer momento. Para isso, o fundo

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terá que vender ativos, a fim de entregar o valor correspondente ao resgate efetuado pelo cotista.

Em um fundo, o número de cotas do Fundo é variável. Quando um cotista aplica dinheiro no Fundo, novas cotas são geradas, onde o administrador compra ativos para o Fundo. Ao contrário, quando um cotista resgata cotas, a quantidade total de cotas diminui, e o administrador é obrigado a vender ativos para pagar esse regate. Logo, os fundos abertos possuem uma liquidez maior.

Geralmente, os fundos abertos tem prazo indeterminado de duração, não havendo limite para número de cotistas do fundo.

As taxas de administração e de performance devem ser provisionadas por dia útil, sempre como despesa do fundo e apropriadas conforme estabelecido no regulamento. Além disso, o Fundo é obrigado a divulgar, diariamente, o valor da cota e do patrimônio líquido.

Se um Fundo aberto mantiver um patrimônio líquido médio diário inferior a R$ 300.000,00 por um prazo de 90 dias consecutivos, ele deverá ser liquidado ou incorporado a outro fundo.

9.2 Fundos Fechados

Nos fundos fechados, há um número de cotistas limitado pelo seu estatuto, sendo proibida a entrada de novos participantes e a saída dos participantes existentes. Entretanto, a assembleia de cotistas poderá deliberar a distribuição de novas cotas do fundo fechado.

As cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo, ou em virtude da sua eventual liquidação. É possível resgatar as cotas antes, caso haja deliberação por parte da assembleia geral dos cotistas ou haja previsão no regulamento do fundo. Logo, os Fundos Fechados possuem um prazo de vida pré-determinado.

É possível também vender as cotas para outro investidor interessado em ingressar no Fundo. Para isso, deverão ser negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado. É possível também transferir as cotas para outro investidor (desde que atenda ao regulamento do Fundo), mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário.

9.3 Fundos Restritos e/ou Exclusivos

Os Fundos de Investimentos Restritos recebem investimentos de um grupo restrito de cotistas, normalmente empresas do mesmo grupo econômico, membros de uma mesma família, etc. Esse grupo restrito possui objetivos em comum na aplicação de seus recursos. Muitas vezes, os fundos restritos também são fundos exclusivos.

A vantagem de um Fundo Exclusivo é a gestão personalizada, onde as aplicações dos recursos são voltadas exclusivamente para atender os objetivos deste único cotista. Se o cotista não estiver satisfeito com a gestão da instituição, ele poderá transferir o fundo de investimento para outra instituição, sem ter que fazer os resgates das aplicações, evitando assim uma tributação desnecessária.

Nos Fundos Exclusivos, o prospecto e a marcação a mercado são facultativo, isto é, não obrigatório.

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Os Fundos de Investimentos classificados como Exclusivos só aceitam a aplicação de um único cotista, sendo este cotista obrigatoriamente classificado como investidor qualificado, que podem ser:

• Instituições Financeiras;

• Companhias seguradoras e sociedades de capitalização;

• Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;

• Administradores de carteiras e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;

• Regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios;

• Fundos de Investimentos destinados exclusivamente a investidores qualificados;

• Pessoas físicas ou jurídicas que possuem investimentos financeiros no valor superior a R$ 300.000,00. Elas deverão atestar por escrito sua condição de investidor qualificar, mediante termo próprio.

9.4 Aspectos importantes

Para os fundos, de maneira geral, existem alguns aspectos que devem ser destacados:

9.4.1 Carência nos Fundos de Investimentos

Os Fundos de Investimentos podem estabelecer prazo de carência para o resgate do valor investido. Os Fundos com carência são aqueles que estipulam um prazo para o resgate das cotas, com ou sem rendimento, enquanto os Fundos sem carência permitem resgates a qualquer momento. Dessa forma, a grande diferença entre os fundos com carência e sem carência é a liquidez.

Geralmente, alguns Fundos de Direitos Creditórios possuem carência para o resgate de cotas. Portanto, opte sempre por Fundos que tenham alta liquidez, a menos que você invista um dinheiro que não precisará no curto prazo.

9.4.2 Marcação a Mercado

Os Fundos de Investimentos deverão adotar a Marcação a Mercado no registro dos ativos que compõem a carteira. Marcação a Mercado nada mais é do que o preço que um determinado ativo está realmente sendo negociado no mercado, fazendo com que o valor da cota reflita o real preço dos ativos. Em caso do preço do ativo não ser muito observável, deverá ser feito uma estimativa adequada de preço, para uma eventual negociação futura.

Ao final de cada dia, deverão ser observados os preços após o fechamento dos mercados. No caso de

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renda variável, deverá ser observado o preço médio das ações durante o dia e computado na marcação a mercado do fundo. No caso da renda fixa também deverá ser feita a marcação a mercado. Os títulos pré-fixados, também sofrem oscilações de preço até sua data de vencimento, e, portanto, o preço do título no Fundo de Investimento deverá ser computado de uma maneira que reflita o preço real do título, isto é, através de uma criteriosa prévia das tendências futuras das taxas de juros de mercado e das expectativas de reação do mercado a essas tendências.

Por exemplo, se você comprou um título pré-fixado e logo depois a taxa de juros cai, o preço do seu título aumentará, gerando assim um ganho para você, pois se você vender, venderá por um preço maior do que você pagou. O contrário também é válido. Se você comprar um título pré-fixado, e logo depois a taxa de juros subir, seu título cairá de preço (porém, se você carregar seu título até o vencimento, ele renderá a taxa de juros acordada no momento da compra). É essa oscilação de preço dos títulos que deverá ser refletida nos fundos de investimentos.

O principal objetivo da Marcação a Mercado é evitar a transferência de riqueza entre os cotistas dos Fundos de Investimento, além de dar maior transparência aos riscos que envolvem as oscilações dos preços dos ativos embutidos nas posições, devendo então os preços reais estarem refletidas nas cotas, melhorando assim a comparabilidade entre as performances dos Fundos.

9.4.3 Rating

Alguns Fundos necessitam de uma avaliação quanto ao seu risco. Essa avaliação é chamada de Rating. Essa avaliação é feita por empresas especializadas, que levam em conta todos os riscos que podem impactar o retorno dos investimentos, isto é, o país e suas características (econômica, financeira, política, etc), os títulos, as instituições financeiras, entre outros fatores. Esse Rating ajuda o investidor e as instituições a escolher quais Fundos investir, com relação a sua solidez e risco.

9.5 Tipos de fundos

9.5.1 Fundos Ativos/Passivos

Os Fundos de Investimentos Ativos (ou com uma gestão Ativa) buscam obter o melhor desempenho, isto é, tentam superar seu “benchmark”. Logo, uma gestão Ativa vai atrás das melhores oportunidades de aplicação, tendo como principal objetivo maximizar os resultados, tendo assim um perfil mais agressivo, onde possui um maior custo operacional e é mais bem ajustada no curto prazo.

Já os Fundos Passivos (ou com uma gestão Passiva), buscam acompanhar ou replicar um determinado “benchmark”. Por exemplo, se um Fundo busca a rentabilidade de 100% do CDI (benchmark), ele reunirá esforços para alcançar essa “marca”. Quando um investidor escolhe um fundo Passivo, ele não deve esperar ganhos extraordinários muito diferente desse referencial que o Fundo busca acompanhar. Logo, a gestão Passiva tem um perfil mais conservador, com menores custos operacionais, sendo mais bem ajustado ao longo prazo.

9.5.2 Fundos Alavancados

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Os Fundos Alavancados geralmente se utilizam de derivativos para aumentar sua exposição no mercado. Isso significa que eles podem lucrar mais, mas também podem perder mais (inclusive todo o patrimônio do Fundo e até mais do que isso). Geralmente, essa estratégia está presente nos Fundos agressivos. Para saber se um Fundo é alavancado, é só ler o prospecto do Fundo e ver se o regulamente permite esse tipo de ação. Vale lembrar que alguns Fundos usam derivativos somente para fazer Hedge, não significando que usam instrumentos de derivativos para alavancar o Fundo.

O problema maior nos Fundos de Investimentos Alavancados é o risco, traduzindo-se em aumento de volatilidade, onde é possível perder todo o dinheiro investido. Muitas vezes, se a perda for muito grande, será solicitado ao cotista que faça aportes ao Fundo, isto é, que ele invista mais dinheiro para cobrir o rombo causado pelas perdas sofridas.

9.5.3 Fundos de Curto Prazo

Os Fundos de Curto Prazo deverão proporcionar a menor volatilidade possível. Deverão aplicar os recursos exclusivamente em títulos públicos federais, títulos privados prefixados ou indexados à Selic ou outra taxa de juros, títulos indexados a índices de preços. O prazo máximo de vencimento deverá ser de até 375 dias, sendo o prazo médio do fundo inferior a 60 dias. A utilização de derivativos é permitido, desde que seja usado somente para proteção (Hedge).

É vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando o Fundo for destinado a investidor qualificado.

9.5.4 Fundos Referenciados

Os Fundos Referenciados são aqueles que possuem uma determinada referência para seu objetivo, em termos de performance. Geralmente, as referências podem ser alguma moeda, índice ou indicadores, taxas de juros, entre outros. A ideia principal é que o investidor não tenha dúvidas com relação às políticas de investimento ao ver o nome do Fundo e qual referencial ele se baseia.

Por exemplo, se um determinado Fundo de Investimento for referenciado ao CDI, seu benchmark será o CDI, onde ele buscará aplicar a maioria de seus recursos em ativos indexados ao CDI, tentando acompanhar a variação deste indicador.

As condições para que um Fundo seja Referenciado são:

• Ter, no mínimo, 80% do seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente por títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco Central do Brasil ou ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo administrador e pelo gestor;

• Ter, no mínimo 95% da carteira composta por ativos financeiros de forma a acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de desempenho escolhido;

• Restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos a realização de operações com o objetivo de proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.

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• O indicador de desempenho escolhido deverá estar explicitamente definido na denominação do Fundo. A cobrança de taxa de performance não é permitida, salvo quando se tratar de Fundo destinado a investidor qualificado.

10.Funcionamento e partes dos fundosA seguir mostraremos as partes mais importantes que fazem parte de um Fundo de investimento:

10.1 Administrador

Ele é o responsável legal pelo funcionamento do Fundo. É ele quem vai defender os interesses dos cotistas e se comunicará com eles. O Administrador deverá ser obrigatoriamente uma corretora de valores, uma distribuidora de títulos ou poderá ser um banco de investimento ou banco múltiplo. O Administrador escolhido cuidará de todos os documentos e registros legais do Fundo, além de zelar pelo bom funcionamento do mesmo.

Dentre suas obrigações, estão o cadastro e identificação de cada Cotista, edital da convocação das Assembleias Gerais, demonstrações financeiras dos Fundos e, principalmente, atuar no melhor interesse dos Cotistas, não permitindo que se realizem operações que coloquem em risco o patrimônio do Fundo, além de outras diversas funções.

10.2 Custodiante

O Custodiante é o responsável pela “guarda” dos ativos do Fundo de Investimento. Ele responde pelos dados e envio de informações dos fundos para os gestores e administradores, além de ser responsável pela marcação a mercado dos ativos da carteira.

A custódia geralmente é feita na CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. Logo, se o Administrador quebrar, os ativos do Fundo que estiverem custodiados na CBLC vão continuar seguros.

10.3 Gestor

O Gestor é uma instituição responsável pela compra e venda dos ativos que fazem parte do Fundo de investimento, buscando sempre obter a melhor rentabilidade, conforme os objetivos e a política de investimento estabelecida no regulamento do Fundo.

O gestor pode ser um banco ou uma empresa independente, ou até mesmo uma pessoa física, sempre sendo registrado na CVM e é ele quem escolhe quais ativos aplicar, qual o percentual de cada aplicação em cada papel e o momento da venda quando julgar ideal, sempre respeitando o regulamento do Fundo.

Caso o Fundo fique desenquadrado, isto é, caso os ativos que compõe a carteira do Fundo não seguirem as regras do estatuto, o Gestor deverá fazer a realocação necessária para reenquadrar o Fundo nas normas estabelecidas, no menor prazo possível.

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10.4 Cota

Uma cota é uma fração de um fundo. A soma de todas as cotas compradas pelos investidores resulta no valor do patrimônio de um fundo de investimento. O valor da cota é resultante da divisão do patrimônio líquido do fundo pelo número de cotas existentes.

Quando o investidor aplica seu dinheiro em um fundo, ele está adquirindo uma determinada quantidade de cotas, cujo valor é diariamente apurado. As instituições financeiras informam o valor das cotas dos fundos todos os dias nos principais jornais ou na internet.

Para calcular o quanto você obteve de rendimento, basta dividir o valor atual da cota pelo valor da cota do dia da aplicação. Para apurar o valor atual do investimento, multiplique a quantidade de cotas que você possui pelo seu valor no dia. Pareceu difícil? A apuração da cota é uma atividade realizada pelo administrador do fundo. O gestor passa as informações para o administrador, que divulga diariamente o valor da cota e quando rendeu o fundo naquele dia, no mês e no ano.

Então, o valor da cota se altera diariamente, mas sua quantidade é sempre a mesma, a menos que: • Seja feito um resgate (sua quantidade de cotas diminui); • Seja feita uma nova aplicação (um novo montante de cotas está sendo adquirido);• Seja recolhido o Imposto de Renda ("come-cotas"). Neste caso, o valor devido de IR será abatido em quantidade de cotas.

10.4.1 Cálculo da cota

O síndico do seu dinheiro no fundo, ou seja, o administrador, é responsável por todos os dias divulgar os valores das cotas. O gestor envia as informações sobre os investimentos que ele fez com os recursos, e o administrador informa não apenas o valor da cota, mas qual foi a rentabilidade (ou seja, quando rendeu o investimento).

Quer saber como é feita essa conta? É só multiplicar a quantidade de cotas que você possui de um fundo pelo valor atualizado que ela tem no mercado. Assim, você saberá o valor atual do seu investimento.

O administrador calcula diariamente o valor da cota de um fundo de investimento (e a variação que ela sofre no período) usando a seguinte fórmula:

10.5 Cotista

Cotista é o investidor que aplica seus recursos no Fundo de investimento. Para isso, eles tem que comprar uma quantidade de cotas dentro do clube ou fundo que ele quer participar, concordando assim

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em pagar um determinado valor por cada cota, além da taxa de administração e outros encargos ao administrador, que coordenará as tarefas do fundo e gerenciará os recursos no mercado financeiro.

Todo e qualquer Cotista deverá ser informado sobre o objetivo do Fundo, isto é, sua política de investimento, as taxas de administração e performance (se houver), pré-condições de resgate de cotas (se houver), além de receber mensalmente extratos dos investimentos, como o valor da cota, valor do Patrimônio Líquido do Fundo, a composição e rentabilidade da carteira e o demonstrativo de Imposto de Renda.

O Cotista deverá assinar o Termo de Adesão, atestando que recebeu o prospecto e o regulamento do Fundo de Investimento e está ciente da política de investimento do Fundo, bem como todos os riscos envolvidos.

Nenhum cotista pode ser titular de mais de 40% das cotas de um Fundo de Investimento.

10.6 Auditor Independente

Todo Fundo deverá contratar um auditor independente que audite as contas dos Fundos de Investimentos pelo menos uma vez por ano. O trabalho do Auditor Independente nada mais é do que verificar se o Fundo está cumprindo com o regulamento, além de auditar o balanço do Fundo.

10.7 Taxas de Administração

A Taxa de administração tem como objetivo remunerar o Administrador pelas suas atividades prestadas ao Fundo de investimento. Esse valor é relativo às atividades de gestão, consultoria de investimentos, tesouraria, controle e processamento dos ativos, escrituração e emissão das cotas dos Fundos, entre outros serviços prestados.

Essa taxa é descrita no Estatuto do Fundo, sendo expressa em percentual anual do patrimônio líquido do clube (base 252 dias úteis). sendo calculada e deduzida diariamente. Dessa forma, a rentabilidade divulgada é sempre líquida de taxa de administração.

Um ponto importantíssimo a se observar, é que como essa taxa de administração reduz o valor da cota, taxas muito altas podem comprometer a rentabilidade do Fundo. Taxas acima de 1% a.a. já começam a afetar significativamente a rentabilidade do patrimônio, sendo um importante dever de casa do investidor, olhar as taxas cobradas por cada Fundo de investimento.

10.8 Taxas de Perfomance

As taxas de Perfomance visam remunerar o Administrador ou o Gestor se houver um desempenho da rentabilidade da carteira acima do indicador de referência. Por exemplo, se o indicador de referência do fundo for 104% do CDI, e se em um determinado período de tempo ele superar esse indicador, ele poderá cobrar uma taxa por ter superado esse indicador. Essa taxa não é cobrada em todos os Fundos, sendo facultativo a sua cobrança.

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A taxa de Perfomance só poderá ser cobrada depois da dedução de todas as despesas do clube, inclusive da taxa de administração, sendo sua cobrança por período, no mínimo, semestral, e provisionada diariamente.

10.9 Despesas e encargos

Além da taxa de administração e da Taxa de Performance, existem outras despesas e encargos dos clubes e fundos de investimentos, como por exemplo:taxas cobradas pela bolsa e pela CVM, taxa de ingresso ou de saída, despesa com tarifas bancárias, entre outros.

10.10 Estatuto

O Estatuto de um Fundo de Investimento é um documento no qual são firmadas as regras e os princípios de atuação no mercado. É neste documento que são definidas as regras a serem seguidas pelos gestores e pelos investidores, assim como a política de investimento, aplicação mínima, assembleias gerais, dentre diversas outras informações. As principais informações que estão contidas nos estatutos dos Fundos de investimento são:

• Nomeação do Administrator, Gestor e Custodiante

• Prazo de duração, se for determinado ou indeterminado

• Qual a política de investimento adotada (qual será a diversificação da carteira, se é possível fazer operações com derivativos, etc)

• Taxas de administração e Performance (se houver)

• Todos os encargos do Fundo de Investimento

• Exercício Social do Fundo de Investimento

• Formas de convocação para a realização da Assembleia Geral de Cotistas

O Estatuto do Fundo poderá sofrer alterações. Para isso, deverá ter Assembleias Gerais de Cotistas, dependendo da aprovação destes. Salvo se aprovada pela unanimidade dos Cotistas do Fundo de Investimento, as alterações do Estatuto serão eficazes no mínimo a partir de 30 dias.

10.11 Prospecto

O prospecto de um fundo de investimento é um documento elaborado em uma linguagem simplificada e de fácil entendimento. O selo ANBID que consta na capa dos prospectos indica o compromisso do administrador do fundo em elaborar prospectos obedecendo aos parâmetros mínimos fixados pela Associação, dando assim mais transparência ao investidor.

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Nele estão as informações que você precisa saber sobre o funcionamento do fundo.

• Política de investimento- como o gestor do fundo pretende alcançar o objetivo do fundo, suas

regras e forma de atuação ( por ex: gestão ativa ou passiva, adquire títulos públicos ou privados,

etc)

• Risco – São explicitados os riscos inerentes aos mercados nos quais o fundo aplica seus recursos.

• Regras de tributação - Todas as regras de tributação do fundo.

• Taxa de administração - quanto você vai pagar para os prestadores de serviço do fundo

(administrador, gestor, custodiante, entre outros) realizarem seu trabalho.

• Identificar Gestor e Administrador do fundo

• Uso de derivativos – Se o fundo utiliza ou não estratégias com derivativos que podem resultar

em perdas e os riscos associados.

• Garantias - o administrador ressalta que não garantias para uma aplicação em um fundo de

investimento, como, por exemplo do FGC(Fundo Garantidor de Crédito)

• Rentabilidade passada – mostra o histórico de rentabilidade do fundo, mas que não representa

garantia de retorno futuro.

• Data, nome do administrador e selo da ANBID

• Resgate - deve aparecer no prospecto se a data de solicitação do resgate for diferente da data

de conversão das cotas e de pagamento.

Importante: Uma das formas de saber se o seu gestor está cumprindo a política de investimentos estabelecida no prospecto e no regulamento é acompanhar a rentabilidade do fundo, em comparação ao seu índice de referência, principalmente se o fundo tiver uma gestão passiva.

10.12 Registro

O funcionamento do Fundo depende do prévio registro na CVM. Para isso, o administrador terá que enviar todos os documentos necessários através do Sistema de Envio de Documentos, disponível na própria página da CVM em seu site oficial.

10.13 Assembleia Geral de Cotistas

A Assembleia Geral de Cotistas é uma reunião dos cotistas para discutirem sobre certos assuntos

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referentes ao Fundo de Investimento, tais como: alteração do estatuto, aumento da taxa de administração, fusão ou liquidação do fundo, alteração da política de investimento do fundo, mudança do administrador do fundo, entre outros.

10.14 Come-CotasO chamado come-cotas nada mais é do que uma espécie de adiantamento obrigatório do imposto de renda. Sua dedução acontece sempre no último dia dos meses de maio e novembro, ou seja, 2 vezes por ano. Essa cobrança de imposto antecipado tem esse nome porque ela diminui a quantidade de cotas total, ou seja, a quantidade que você possui sempre é diminuída quando ocorre o come-cotas.

Não há incidência do come-cotas em fundos de ações, sendo o recolhimento do Imposto de Renda sempre no resgate da aplicação, à alíquota de 15%.

Para os Fundos de Investimentos de Longo Prazo, a alíquota do come-cotas é de 15%. Para os Fundos de Curto Prazo, a alíquota é de 20%.

O Imposto de Renda é calculado diariamente e provisionado na sua conta. A cada 6 meses (maio e novembro), são aplicados as menores alíquotas da tabela regressiva do IR de cada tipo de fundo, sobre o rendimento do cotista. Logo, se sua aplicação atingir a alíquota mínima de IR, essa provisão deixa de existir.

Vale lembrar que não há bi-tributação no come-cotas. Por exemplo, se sua aplicação ficar investida tempo suficiente até atingir a menor alíquota do Imposto de Renda, não haverá IR no resgate, caso já tenha ocorrido o come-cotas. Caso contrário, se você resgatar antes de atingir a menor alíquota do IR, na hora do resgate, você pagará apenas a diferença.

10.15 Rentabilidade

A Rentabilidade dos Fundos de Investimento é relativa, variando muito entre cada um deles. A rentabilidade está diretamente ligada com a estratégia do Fundo, isto é, quais ativos compõem a carteira e qual o momento do mercado e da economia como um todo. Como o investimento dos Fundos se dá também na renda variável, é impossível prever o retorno da carteira.

Entretanto, você poderá consultar a rentabilidade passada do Fundo do qual você está pensando em investir, porém sempre lembrando que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

10.16 Riscos

Os Fundos de Investimentos estão sujeitos ao chamado Risco de Mercado. Isso significa que os investimentos feitos estão sujeitos a perdas resultantes da flutuação do mercado. São exemplos de risco de mercado: operações sujeitas à variação cambial, taxa de juros, preços das ações, preços de mercadorias (commodities), entre outros.

Logo, ao investir em um Fundo de Investimento, você tem que estar ciente que existe a possibilidade de

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você perder dinheiro, inclusive o montante total investido, e pior, poderá ser chamado para aportar mais recursos para o Fundo, caso seja necessário, embora esses casos seja mais difícil de acontecer. O segredo aqui é escolher em qual estratégia investir. Investir em Fundos de Renda Fixa acarretam em menores riscos do que Fundos de Ações, por exemplo.

Saber da existência dos riscos ao se investir dinheiro é fundamental na escolha do destino final do seu dinheiro, pois se você não aceitar que seu dinheiro possa desvalorizar, nem que for a curto prazo, talvez investir em Fundos de investimentos não seja para você.

Algumas medidas de risco podem ajudá-lo na hora de escolher qual Fundo investir. Olhar a volatilidade do Fundo poderá ajuda-lo a perceber se os ativos que compõem a carteira ficam variando muito de preço. Fundos muito voláteis são ruins, indicando que seus ativos são de maior risco.

Outra medida a se tomar é olhar o Rating do Fundo, que fornece parâmetros para se estimar o risco de cada Fundo.

10.17 Tributação

A tributação nos Fundos de Investimentos poderá ser feita de duas maneiras, conforme a composição da carteira do Fundo.

1. Se a carteira do clube ou fundo de investimento possuir mais de 67% em ações, recibos de subscrição de ações, certificados de depósitos de ações, BrazilianDepositaryReceipts (BDR), cotas dos fundos de ações e/ou cotas dos fundos de índice de ações, a alíquota será de 15%.

2. Caso a carteira do clube ou fundo de investimento não atingir 67% em ações, recibos de subscrição de ações, certificados de depósitos de ações, BrazilianDepositaryReceipts (BDR), cotas dos fundos de ações e/ou cotas dos fundos de índice de ações, a alíquota será igual à tributação de renda fixa, conforme a seguir:

• Aplicações de até 180 dias: 22,5% (somente sobre os rendimentos)

• Aplicações de 181 a 360 dias: 20% (somente sobre os rendimentos)

• Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5% (somente sobre os rendimentos)

• Aplicações acima de 720 dias: 15% (somente sobre os rendimentos)

A base de cálculo será a diferença positiva entre o valor de resgate e valor de aquisição da cota, isto é, só terá imposto de renda, se o valor do resgate da cota for maior do que o valor da cota no momento da aplicação. Se ocorrerem prejuízos nos resgates, estes poderão ser compensados com rendimentos feitos em resgates posteriores, no mesmo ou em outro clube da mesma natureza desde que administrado pela mesma pessoa jurídica.

A responsabilidade do recolhimento do Imposto de renda será do administrador do Fundo, sendo retido na fonte na data do resgate e recolhido no 3º dia útil da semana subsequente à data de resgate.

Há também a incidência de IOF sobre os rendimentos dos resgates feitos em um período inferior a 30 dias após a data de aplicação dos recursos. Os investimentos com prazo superior a 30 (trinta) dias são

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isentos da cobrança de IOF.

Em alguns Fundos de Investimentos, há também a incidência do chamado come-cotas, conforme explicado anteriormente.

10.18 Vantagens

• O valor da aplicação mínima é baixo, sendo o retorno semelhante ao das grandes aplicações, pois estão agregados ao patrimônio;

• Simplicidade na movimentação, sendo através da internet ou telefone por meio do seus assessor de investimentos, além de maior acesso a informações referente aos investimentos, uma vez que essa é uma regra brasileira para todos os fundos.

• Gestão da carteira dos ativos é feita por um profissional, treinado para buscar as melhores aplicações, e consequentemente, os melhores resultados;

• Diversificação: à medida que o volume de dinheiro de um fundo é muito maior do que de um cotista, permitindo que seja feito diversos tipos de aplicações, resultando em maior diversificação e menor risco de grandes perdas

• Liquidez : facilidade de se resgatar o dinheiro investido no fundo;

• Você escolhe qual tipo de Fundo investir (qual estratégia o Fundo terá);

• Recolhimento de Imposto de Renda por parte do Administrador

• Redução de custos, uma vez que aplicando o dinheiro individualmente, haverão custos em todas as transações e aplicações feitas, reduzindo seu retorno, enquanto que no fundo isso não ocorre.

10.19 Desvantagens

• Os Fundos de Investimentos não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito;

• Alguns Fundos investem boa parte do patrimônio em ações ou ativos de risco. Investidores que não gostam de correr risco ou não estão acostumados com o sobe e desce desses ativos deverão ficar de fora;

• Taxas de administração altas podem afetar significativamente a rentabilidade do Fundo;

• Taxas pagas a Anbima e CVM podem afetar a rentabilidade do Fundo;

• Ao se investir em um Fundo e deixar a administração dos recursos nas mãos de terceiros, você se submete as vontade da maioria dos cotistas, podendo haver conflito de interesse com seus objetivos de investimento e os objetivos de investimentos do Fundo;

• Fundos alavancados poderão solicitar o aporte de mais capital caso haja perda significativa de patrimônio.

Page 14: Fundos e Clube de Investimento

11. Principais Tipos de Fundos de Investimentos

• Fundos de Renda Fixa

• Fundos em Cotas de Fundos de Investimentos

• Fundos da Dívida Externa

• Fundos Cambiais

• Exchange TradedFund – ETF (Fundos de Índices)

• Fundos em Direitos Creditórios – FIDC

• Fundos Imobiliários

• Fundos Multimercado

• Fundos de Renda Variável

• Fundos Off-Shore

• Fundos de investimento em Participações

11.1 Fundos Off-Shore

Os fundos Off-Shore investem recursos no exterior, sendo sua sede formalmente localizada no exterior,

porém o gestor localiza-se no Brasil. Logo, esses fundos são destinados a investidores que possuem seus

recursos no estrangeiro, e que desejam ter uma boa oportunidade de remuneração do seu dinheiro

referenciado no risco Brasil. Através desses fundos, é possível investir em ativos estrangeiros, como

ações americanas, títulos do governo americano, ações europeias e até ativos brasileiros negociados no

exterior.

Investir nesse tipo de fundo é a maneira mais fácil de investir em ativos no exterior, com custo baixo,

sendo uma ótima oportunidade de diversificação, pois com uma carteira grande é possível comprar

diversas ações americanas, como ações da Apple, Coca-Cola, etc. Além disso, o risco cambial também faz

parte desse tipo de aplicação, pois como uma boa parte dos investimentos são feitos em dólares ou em

euro, a cotação da moeda pode tirar parte da rentabilidade, ou aumenta-la.

Page 15: Fundos e Clube de Investimento

Como são formalmente localizadas no exterior, os fundos Off-Shore não estão submetidos às regras da

maioria dos fundos nacionais, somente à regra de câmbio do Banco Central. Entretanto, os fundos Off-

Shore estão sujeitos às leis de seu país sede. Por exemplo, em alguns países, os custos e as taxas de

administração são maiores se comparados aos demais fundos nacionais, pois a taxa de custódia cobrada

por um banco no exterior é maior do que no Brasil. Também é possível ter, em alguns países, impostos

menores e até mesmo a isenção total de impostos.

11.1.1 Tipos

11.1.1.1 Off-Shore renda fixa

Investem seus recursos em títulos de renda fixa no exterior, como por exemplo, Bonds e títulos do Tesouro americano.

11.1.1.2 Off-Shore renda variável

Sua carteira é composta, em sua grande maioria, por ações na Bolsa de Valores de outros países e outros títulos de renda variável.

11.1.1.3 Off-Shore Mistos

Podem investor tanto em renda fixa quanto renda variável.

11.1.2 Tributação

A tributação nos fundos Off-Shore vão depender da sede onde o fundo está localizado, e variam muito

de cada país. Dependendo do país, poderão existir benefícios fiscais ou até mesmo a isenção de

impostos. Em compensação, existem países onde a carta tributária sobre os rendimentos é alta, inclusive

mais alta que a carga brasileira.

11.1.3 Vantagens

• Fundos Off-Shore é a maneira mais fácil de aplicar recursos no exterior;

• Diversificação – é possível investir em ações no exterior, com diversificação da carteira;

• Rentabilidade atraente.

11.1.4 Desvantagens

• Geralmente, os fundos Off-Shore exigem valores altos para se investir;

Page 16: Fundos e Clube de Investimento

• Custos e taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo. É sempre bom perguntar ao gestor quais os custos e taxas no exterior;

• Variação do dólar pode afetar negativamente a rentabilidade do fundo;

• Liquidez reduzida em alguns ativos

11.2 Fundos em Cotas de Fundos de Investimentos

Os fundos de investimentos em cotas de fundos de investimentos (também conhecido como fundo de Investimento em cotas), como o próprio nome já diz, investem seus recursos em diversos fundos de investimentos. Eles compram cotas de fundos com as melhores rentabilidades. Na denominação do fundo, deverá ser especificado qual a classe do fundo queele comprará suas cotas, isto é, fundos de curto prazo, longo prazo, referenciado, cambial, ações, etc. Eles sempre deverão comprar cotas da mesma classe, ao menos que este fundo seja multimercado, onde poderá comprar cotas de qualquer tipo de fundo.

Deverão manter, no mínimo, 95% do seu patrimônio em cotas de fundos de investimentos. Os outros 5% poderá ser investidor em títulos públicos, títulos emitidos por instituições financeiras e operações compromissadas. Não é possível comprar cotas de fundos exclusivos.

O fundo poderá aplicar 100% (cem por cento) de seu patrimônio líquido em cotas de um mesmo fundo de investimento, desde que respeitada a política de investimento prevista no regulamento.

A grande vantagem de se investir em fundos de cotas, é a diversificação. Você poderá investir em vários fundos ao mesmo tempo, ao invés de focar em somente um. Dessa maneira, você minimiza ainda mais o risco, e busca sempre a maior rentabilidade.

Nos fundos em cotas multimercado, é possível diversificar ainda mais, comprando cotas de diversos tipos de fundos, maximizando as chances de um retorno maior.

11.2.1 Tributação

A tributação nos fundos em cotas vai depender do tipo de fundo. Como no nome do fundo deverá vir

especificada a classificação do fundo do qual ele deverá seguir, a tributação será de acordo essa

denominação. Por exemplo:

Fundos de renda fixa e longo prazo (carteira média acima de 365 dias) a tributação segue a logica de

renda fixa

Fundo de ações e fundos de índices, a alíquota é de 15%, somente no resgate das cotas.

Fundos de curto prazo (carteira média até 365 dias), segue a logica de renda variável

Page 17: Fundos e Clube de Investimento

11.2.2 Vantagens

• Aplicação inicial baixa;

• Diversificação – ao invés de investir em um fundo só, você poderá investir em vários fundos, buscando sempre a melhor rentabilidade;

11.2.3 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo;

• Risco, dependendo do fundo sobre o qual serão compradas as cotas.

11.3 Fundos da Dívida externa

Os fundos de investimentos da dívida externa (também conhecidos como fundos de investimentos no

exterior) tem como objetivo investir em títulos brasileiros negociados no mercado internacional. É a

forma mais fácil, rápida e prática para o investidor comum de investir em papéis brasileiros negociados

no mercado internacional. Somente os fundos da dívida externa podem adquirir títulos representativos

da dívida externa de responsabilidade da União.

Esses fundos deverão aplicar, no mínimo, 80% do seu patrimônio líquido em títulos representativos da

dívida externa de responsabilidade da União. Os outros 20% restantes poderão ser investidos em outros

títulos de crédito negociados no mercado internacional. Esses títulos da dívida externa deverão ser

mantidos no exterior, em conta de custódia em nome do fundo. É permitida a utilização de derivativos,

inclusive nacionais, para fazer proteção da carteira (hedge), não sendo permitida a utilização de

derivativos para alavancagem.

É proibido exceder 10% do patrimônio líquido do fundo em títulos de credito transacionados no exterior

de uma mesmo pessoas jurídica, ou de sociedades por ela controlada. Também é proibido investir em

títulos no país, exceto na utilização de derivativos.

Para o pequeno investidor, esta classe de fundo de investimento é um meio ágil e de baixo custo

operacional para investir em títulos do governo brasileiro negociados no exterior, buscando sempre uma

melhor rentabilidade em função do maior risco assumido. Os fundos de dívida externa são uma

alternativa aos fundos cambiais tradicionais, pois sofrem menor pressão da variação do dólar. Quando o

dólar cai, os papéis da dívida externa geralmente sobem no exterior, e quando o dólar dispara, a cotação

dos papéis caem. Dessa forma, os fundos da dívida externa costumam render menos que os fundos

cambiais.

Page 18: Fundos e Clube de Investimento

Como os títulos comprados por esses fundos são no exterior, 3 componentes determinarão a

rentabilidade: a taxa de juros paga por esses títulos, o desempenho do papel do exterior e a taxa de

câmbio do dólar ante o real. A maior parte dos títulos pagam cupons de juros semestralmente. O risco

país também é determinante para a rentabilidade dos títulos, pois uma melhora no risco país faz com

que os títulos se valorizem no exterior. O dólar também é determinante para o desempenho da

rentabilidade, pois uma valorização no dólar, por exemplo, poderá trazer maiores ganhos. Em

contrapartida, uma queda no dólar poderá trazer uma menor rentabilidade e até prejuízos.

O maior risco ao se investir em fundos da dívida externa é o risco de uma moratória, isto é, do Brasil não

honrar com seus compromissos. Se analisarmos somente esse fator, poderíamos dizer que esses fundos

são de baixo risco. Entretanto, existem outros riscos envolvidos, como por exemplo, a deterioração da

percepção do risco Brasil, o que levaria a uma queda no preço dos títulos, e consequentemente no valor

da cotas, uma vez que existe marcação a mercado.

Além disso, a variação do dólar pode afetar significativamente a rentabilidade dos fundos, uma vez que o

investidor brasileiro contabiliza seu dinheiro na moeda local.

Entretanto, esses dois fatores possuem uma correlação negativa. Em momento de crise, o preço dos

títulos caem, porém, o dólar sobe. O contrário também é válido. Quando o país vai bem, o preço dos

títulos sobem e o dólar cai. Logo, a maioria dos fundos da dívida externa não sofrem variações bruscas.

É possível fazer uma aplicação inicial de R$ 1.000,00.

11.3.1 Tributação

A tributação nos fundos da dívida externa seguem o padrão dos fundos de curto prazo. Fundos de curto

prazo são aqueles que mantém uma carteira com prazo médio igual ou inferior a 365 dias. Neste caso, o

imposto será cobrado da seguinte maneira:

• Aplicações de até 180 dias: 22,5% (somente sobre os rendimentos).

• Aplicações de 181 a 360 dias: 20% (somente sobre os rendimentos).

Além disso, caso o resgate for feito ANTES de 30 dias da aplicação, há a incidência de IOF.

Neste tipo de fundo, há também o come-cotas.

11.3.2 Vantagens

Page 19: Fundos e Clube de Investimento

• Aplicação mínima baixa

• Possibilidade de investir em mercado internacional

11.3.3 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo;

• Risco moderado, pois os fundos da dívida externa estão sujeitas às variações dos preços dos

títulos, de acordo com a percepção do risco país, e da variação da moeda, principalmente o

dólar

11.4 Fundos Cambiais

Os fundos cambiais investem em títulos relacionados à variação de preços de uma determinada moeda estrangeira ou em taxas de juros, o chamado cupom cambial. Deverão investir no mínimo 80% do seu patrimônio líquido em ativos que busquem a variação de uma moeda estrangeira. Os fundos que seguem a variação do Dólar são os mais conhecidos.

O montante não aplicado em ativos relacionados à variação da moeda poderá ser aplicado em títulos e operações de renda fixa, isto é, no máximo 20% da carteira, sendo possível utilizar-se de derivativos somente para fazer proteção (hedge), não sendo permitida a alavancagem. Vale lembrar que se um fundo tem como benchmark a variação do dólar, ele não necessariamente acompanha a cotação do dólar.

O principal fator de risco da carteira nos fundos cambiais é a própria variação da moeda estrangeira ou do cupom cambial. Se você investir R$ 1,00, com um dólar valendo R$ 2,00, você terá o equivalente a US$ 0,50 centavos de dólar em cotas. Caso o dólar caia para R$ 1,00, você continuará tendo os US$ 0,50 centavos de dólar, porém, se você quiser trocar por Reais, terá somente R$ 0,50 centavos de Reais.

O principal objetivo desse tipo de fundo é manter o poder de compra em moeda estrangeira, ou acompanhar a variação dessa moeda. Logo, ele deverá ser feito caso o investidor busque proteção contra a desvalorização do real no médio e longo prazo, e não como um fundo para rentabilizar seu dinheiro através da especulação com a alta do dólar.

Esses fundos são ótimos para quem tem dívidas em moedas estrangeiras, ou qualquer outro tipo de obrigação de longo prazo no exterior, como por exemplo, empresas importadoras, pessoas que mandam dinheiro para a família no exterior ou até quem planeja fazer um intercâmbio ou morar fora do país.

Além disso, os fundos cambiais estão sujeitos às oscilações das taxas de juros indexadas, chamadas de cupom cambial.

11.4.1 Tributação

Page 20: Fundos e Clube de Investimento

A tributação dos fundos cambiais segue a logica da tributação de fundo com menos de 67% em renda variável.

Além disso, caso o resgate for feito ANTES de 30 dias da aplicação, há a incidência de IOF.

Para os fundos de investimentos de longo prazo, a alíquota do come-cotas é de 15%. Para os fundos de curto prazo, a alíquota é de 20%.

11.4.2 Vantagens

• Pode ser uma boa alternativa caso esteja planejando uma viagem para outro país, no longo prazo;

• Ótimo para empresas que tenham dívidas no exterior, fazendo um hedge da moeda destino.

• Proteção – Uma das maiores vantagens dos fundos cambiais é a proteção contra as oscilações das moedas;

4.4 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo;

• Alto risco, pois os fundos cambiais estão sujeitas às variações da moeda, não sendo indicado como um investimento para multiplicação do dinheiro.

11.5 Fundos de Índices

Os fundos de índices, conhecidos mundialmente por exchangetradedfund – ETF (que podem também ser chamado de Ishares), investem seus recursos buscando seguir o desempenho de um determinado índice de mercado. Geralmente, suas cotas são negociáveis na Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, como se fossem ações. Por exemplo, existem fundos do qual o Benchmark é acompanhar ou superar o Índice Bovespa.

No nome de qualquer fundo de índices deverá vir a identificação do índice do qual o fundo se referencia, sendo que todos os fundos devem manter, no mínimo, 95% do seu patrimônio aplicado em valores mobiliários ou outros ativos que autorizados pela CVM desde que estes ativos integrem o índice de referência ou reflitam a variação e a rentabilidade de tal índice. É permitido o uso de derivativos e de swap – um contrato a termo com troca de rentabilidade.

A grande vantagem em investir nos fundos de índices é que o investidor passa a deter todas as ações que fazem parte de um terminado índice, sem ter que comprar todas as ações separadamente de cada empresa, reduzindo custos de corretagem e montante necessário., e permitindo grande diversificação na carteira de ações.

Além disso, como as cotas dos fundos de índices são negociadas em Bolsa, é possível usá-las como garantia para realizar outras operações na Bolsa e até mesmo aluga-las para outro investidor, caso o detentor das cotas dos Fundos pretender ficar com as cotas por um período de tempo prolongado.

Page 21: Fundos e Clube de Investimento

Os riscos envolvidos ao investir nos fundos de índices estão associados ao risco da renda variável, isto é, o risco de mercado. Há outros riscos envolvidos também, como o risco de liquidez, visto que a negociação das cotas de fundos de índices na Bolsa ainda tem baixa liquidez. Entretanto, investir nesse tipo de fundo traz a diversificação do risco não sistêmico, isto é, o risco de se investir em uma só empresa. Logo, a grande vantagem dos ETFs é a diversificação, pois é como se você possuísse ações de diversas empresas.

Os custos envolvidos ao se investir nos fundos de índices são iguais ao de investir diretamente em ações, isto é:

• Taxa de corretagem: esse custo cobrado ao se comprar ou vender cotas dos fundos na Bolsa.

• Taxa de custódia: custo referente a guarda das ações e ativos do fundo.

• Taxa de administração: Taxa que paga o administrador e gestor do fundo.

11.5.1 Tributação

A tributação nos fundos de índices é parecida com a tributação em ações. A alíquota que incide sobre as operações nos fundos de índices é de 15% sobre o ganho de capital.

Quando o fundo é formado, se o investidor alienar suas ações, as movimentações de até R$ 20 mil são isentas de tributação, sendo a mesma regra para a negociação com ações. Se o investidor resgata suas cotas dos fundos e optar por receber em ações, isto é, se na hora do resgate ele optar por receber as ações compostas no índice, também há isenção de tributação de até R$ 20 mil. Entretanto, se ao resgatar as cotas ele optar por receber em dinheiro, não há qualquer isenção de tributação.

11.5.2 Vantagens

• Diversificação – Uma das maiores vantagens dos fundos de índices, pois é como se o investidor comprasse uma cesta de ações, evitando assim a concentração em apenas poucas ações;

• Economia de taxa de corretagem: Se o investidor tivesse que comprar todas as ações para replicar um determinado índice, os custos de corretagem seriam altos demais;

• Taxas de administração são geralmente menores do que outros tipos de fundos;

• Cotas em negociação em Bolsa de Valores, dando mais vantagem ao investidor, possibilitando, inclusive, na utilização dessas cotas como garantia em outras operações;

11.5.3 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo;

• Alto risco, pois os fundos de índices investem em renda variável, sendo a carteira passível de perda

Page 22: Fundos e Clube de Investimento

11.6 Fundos em Direitos Creditórios - FIDCsOs fundos em direitos creditórios – FIDCs – investem seus recursos em carteiras de recebíveis de operações realizadas em instituições financeiras, indústria, arrendamento mercantil, hipotecas, prestação de serviços e outros títulos admitidos pela CVM. Os FIDCs foram criados com objetivo de dar liquidez ao mercado de crédito, reduzindo o risco e ampliando a oferta de recursos.

Direitos creditórios são todos aqueles direitos da qual uma empresa tem a receber, como cheques, duplicatas, contratos de aluguel, prestações e outros. Se uma empresa possui muitos créditos a receber, ela poderá negociá-los, por meio de um FIDC.

Vamos supor que uma determinada empresa vende seus produtos a prazo. Os consumidores que comprarem os produtos vão pagar prestações até quitarem o valor total do produto. Essas prestações poderão ser negociadas. A empresa então constitui um FIDC, cedendo seus direitos creditórios ao fundo, que emite as cotas e as vende para os investidores. O Fundo paga a empresa pela cessão do crédito, e passa a ser o dono desses recebíveis.

No vencimento das prestações, o consumidor que comprou as mercadorias quitará as dívidas em um determinado banco, que repassa diretamente os recursos para o FIDC. Com os recursos em mãos, o fundo paga os rendimentos aos investidores, conforme pactuado no regulamento do fundo.

Esse tipo de fundo deverá investir, no mínimo, 50% do patrimônio líquido em direitos creditórios e somente investidores qualificados podem investir em FIDCs, sendo o valor mínimo para aplicação nestes fundos, de R$ 25 mil.

A rentabilidade dos FIDCs é geralmente mais alta do que outros fundos, e seu benchmark geralmente acompanha a variação do CDI, mas também podem usar como benchmark a variação do IPCA ou do IGP-M, por exemplo.

11.6.1 Classes:

11.6.1.1 Fomento Mercantil

Os investimentos são feitos em carteiras de recebíveis originadas e vendidas por diversos cedentes, que antecipam seus recebimentos por meio de uma Factoring, também conhecida como fomento mercantil, através de títulos como cheques e duplicatas.

11.6.1.2 Financeiro

Os fundos investem em carteiras de recebíveis de empresas nos setores de crédito imobiliário, consignado, crédito pessoal, financiamento de veículos e multicarteira financeiro.

11.6.1.3 Agro, Indústria e Comércio

Os FIDCs investem em carteiras de recebíveis de empresas nos setores de infraestrutura, agronegócio, indústria e comércio, crédito corporativo, recebíveis comerciais e multicarteira agro.

Page 23: Fundos e Clube de Investimento

11.6.1.2 Como Funciona

Dentro de um FIDC, existe uma garantia para os investidores, por parte da empresa que vende seus créditos ao FIDC. São as chamadas cotas subordinadas. Existem dois tipos de cotas nos fundos em direitos creditórios:

11.6.2 Cotas

11.6.2.1 Cotas subordinada

As cotas subordinadas são aquelas que se subordinam no resgate de cotas em relação as cotas seniores para efeitos de amortização, resgate e distribuição dos rendimentos, ou seja, elas são cotas não preferenciais. As empresas ou instituições que cedem os recebíveis de crédito para os fundos devem subscrever parte de suas cotas subordinadas, o que significa que só receberão os rendimentos da aplicação depois que as cotas seniores receberem. Outro ponto importante, é que se algo der errado com o FIDC e o mesmo for liquidado, as cotas subordinadas serão usadas para pagar as cotas seniores, servindo assim como uma espécie de garantia.

11.6.2.2 Cotas sênior

Já as cotas sêniores, são as cotas preferenciais, isto é, possuem preferencia no pagamento de juros e amortização. Como as cotas seniores são protegidas, até um limite, de calote, elas possuem risco significamente menor.

Há duas maneiras de adquirir essas cotas: no mercado primário, isto é, no momento em que o fundo é criado ou no mercado secundário, onde as cotas são revendidas para outros investidores, na Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado.

11.6.3 Tributação

A tributação dentro dos FIDCs é isento de imposto de renda e IOF, além de CSLL, PIS e COFINS, isto é, ao receber o pagamento dos crédito, não há incidência dos impostos.

A tributação segue a de renda fixa.

11.6.4 Vantagens

• Rendimento mais alto do que outros investimentos,

• Oportunidade de diversificação de investimentos;

• Empresas de rating podem ajudar a escolher fundos mais seguros e confiáveis;

• Contam com uma espécie de garantia, as chamadas cotas subordinadas, dando mais segurança

Page 24: Fundos e Clube de Investimento

na hora de investir.

11.6.5 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo;

• Risco relativamente alto. O risco de crédito é o mais importante. Saber a composição da carteira de recebíveis, o prazo médio de pagamento e atraso assim como a qualidade e pulverização por emissor desses créditos é fundamental na hora de decidir investir nesse tipo de fundo.

• Somente para investidor qualificado;

• Aplicação mínima de R$ 25 mil;

• Liquidez reduzida na negociação no mercado secundário.

11.7 Fundos Imobiliários

Os fundos imobiliários, também constituídos sob a forma de condomínio, investem seus recursos em empreendimentos imobiliários, sejam eles de qualquer tipo (comercial, residencial, etc). Esses fundos adquirem imóveis prontos ou em construção para, em um futuro próximo, alugar ou arrendar para futuros locatários, visando assim o lucro com o aluguel ou a valorização e venda desses imóveis. A opção de imóveis é grande. Muitos fundos investem em participação em shopping centers, hospitais, aeroportos, imóveis usados, prédios comerciais, etc.

Os imóveis adquiridos deverão ser divididos em um determinado número de cotas não resgatáveis, ou seja, são comercializados na forma de fundos fechados, podendo ter duração determinada ou indeterminada. Além disso, eles devem distribuir, no mínimo, 95% do lucro auferido. 75% da carteira do fundo deverá ser alocada em empreendimentos imobiliários, sendo permitido que somente 25% do patrimônio seja investido em títulos de renda fixa ou em cotas de fundos imobiliários. Não é permitido operar no mercado futuro ou de opções.

O fundo só começa a funcionar depois de todas as cotas estiverem vendidas. Caso algum investidor queira sair ou entrar no fundo, deverá vender suas cotas em bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado. Sendo assim, não existe o resgate de cotas, somente a venda para outro investidor, sendo negociada como se fosse uma ação. Vale ressaltar que o investidor que investe em fundos imobiliários não é proprietário ou co-proprietário dos imóveis adquiridos.

A grande vantagem dos fundos imobiliários é a forma barata de se investir em imóveis. Caso um investidor quisesse investir em imóveis sozinho, ele deveria adquirir uma casa ou escritório para alugar ou ganhar com a valorização deste imóvel. Entretanto, ele teria que desembolsar uma grande quantia em dinheiro, muitas vezes impossível para o pequeno investidor. Já em um fundo imobiliário, é possível fazer isso com pouco dinheiro, pois o montante do dinheiro arrecadado por todos os investidores é suficiente para adquirir alguns imóveis.

Os rendimentos serão creditados mensalmente na conta do investidor, descontado todas as taxas, emolumentos e outras despesas, além dos 5% para a constituição de um fundo de reserva, já líquido do

Page 25: Fundos e Clube de Investimento

imposto de renda, que incide na base de 20% sobre os rendimentos distribuídos. Não há prazo de carência para permanência no fundo imobiliário.

Assim como todo investimento, os fundos imobiliários também apresentam riscos. O risco maior de se investir nesse tipo de fundo é a chamada vacância. Se um determinado fundo comprar um prédio comercial e o empreendimento for um fracasso, isto é, quase ninguém alugar uma sala ou andar neste prédio, o fundo ficará sem o lucro proveniente de aluguel. Ou, se um determinado imóvel perder valor de mercado devido a qualquer circunstancia.

Portanto, na hora de investir, a rentabilidade do fundo deverá ser levado em conta, porém não é o principal motivo na decisão de investimento. Olhar quais empreendimentos o fundo tem participação, a qualidade dos imóveis, a taxa de vacância e as perspectivas futuras desses imóveis é fundamental na hora de decidir se você deverá investir nesse fundo ou não.

11.7.1 Tributação

Não há tributação nos fundos de investimentos imobiliários provenientes das rendas dos alugueis e vendas dos imóveis para as pessoas físicas. Entretanto, se você obter lucro na valorização da cota na hora da venda e amortizações, existe imposto de renda, a uma alíquota de 20%. Por exemplo, se você comprou cotas de um fundo imobiliário e depois de um tempo ela se valoriza e você as vende, haverá imposto de renda. Já as pessoas jurídicas sempre são tributadas a uma alíquota de 20%.

11.7.2 Vantagens

Isento de imposto de renda proveniente de alugueis e venda de imóveis;

Rendimento geralmente mensal;

Investimento inicial baixo;

Oportunidade de investir em imóveis grandes ou caros, sendo uma ótima oportunidade de diversificação dos investimentos;

11.7.3 Desvantagens

Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo;

Risco de vacância (o empreendimento ficar sem alugar)

Liquidez reduzida, dado que não é possível vender as cotas (somente no mercado secundário), Isso pode distorcer e muito o valor da cota, ou seja, se você quiser entrar em um determinado fundo imobiliário, terá que comprar cotas de outro investidor, e ele poderá querer um preço mais alto do que realmente vale, e você terá poucas opções se realmente quiser adentrar nesse determinado fundo, pois pode não haver outros vendedores.

11.8. Fundos multimercado

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Fundos multimercado são fundos que podem alocar seus recursos em diversas modalidades de investimentos, dando, assim, mais liberdade aos gestores dos fundos para diversificar a carteira. Esses Fundos podem investir em diversos índices (DI ou Selic, por exemplo), taxa de juros, moedas, ações, entre outros. Além disso, é possível investir até 20% do patrimônio em ativos financeiros no exterior.

Os fundos multimercados deverão possuir políticas de investimentos que envolvam vários fatores de risco, sem ter um foco de concentração em qualquer modalidade de investimento. Isso significa que esses fundos poderão montar uma posição alta da carteira total do fundo em ações em um determinado período, por exemplo, e se desfazer totalmente dela depois de algum tempo. Por causa disso, esses fundos são considerados de alto risco. A busca pelo retorno se dá no longo prazo, através de deslocamentos estratégicos entre diversos tipos de investimentos. Vale ressaltar que esses fundos podem fazer uso de derivativos tanto para fazer hedge quanto para fazer alavancagem, e podem cobrar taxa de performance.

O grande diferencial dos fundos multimercados é a sua flexibilidade, podendo diversificar a alocação dos recursos em diversas modalidades de investimentos disponíveis. Com isso, existem diversos estilos e estratégias que o fundo pode adotar. As principais são:

Trading

Os fundos multimercado que adotam essa estratégia tem como objetivo comprar e vender ativos nos momentos certos. Esses fundos adotam posições mais curtas e mais líquidas, explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos de curto prazo nos preços dos ativos. Eles conseguem também mudar a estratégia mais facilmente, se protegendo contra a volatilidade do mercado.

Macro

Buscam antecipar as tendências macroeconômicas que irão determinar os preços futuros dos ativos, se utilizando de fundamentos da economia e precificação de ativos (com base em fatores macroeconômicos) para montarem essa estratégia, antecipando-se, dessa forma, ao mercado. Suas posições são direcionais e de longo prazo.

Long & Short – Neutro

Também conhecida como Equity Hedge, a estratégia de Long& Short – Neutro faz operações com ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas em determinados ativos, com o objetivo de manterem a exposição neutra ao risco do mercado acionário. Em outras palavras, esses fundos compram no mercado à vista de ações uma carteira com potencial de alta, e vendem simultaneamente uma carteira no mercado futuro, neutralizando assim o risco da variação da bolsa.

Long & Short – Direcional

Esse tipo de estratégia monta posições Long & Short, isto é, posições compradas e vendidas no mercado acionário, onde seu resultado deverá vir da diferença entre essas posições. Por exemplo, um fundo que adota essa estratégia pode comprar ações de empresas subvalorizadas de um determinado setor e, simultaneamente, vender as ações de empresas sobrevalorizadas deste mesmo setor. A tendência é que as ações subvalorizadas subam de preço, e as ações sobrevalorizadas caiam de preço. Se o gestor acertar essa estratégia, o ganho será em dobro (ganho na valorização das ações compradas e ganho na

Page 27: Fundos e Clube de Investimento

desvalorização das ações vendidas).

Multiestratégia

Como o próprio nome já diz, o objetivo dos fundos multimercados multiestratégia é adotar diversas estratégias, sem o compromisso de adotar uma em particular. Suas prioridades são analisar o risco e retorno como um todo, tanto no ambiente macroeconômico quando na analise dos ativos, sendo muitas vezes comum o uso de derivativos para alavancagem.

Multigestor

O objetivo dessa estratégia é investir em mais de um fundo, gerido por gestores diferentes. Os gestores selecionados devem ter um histórico de competência, a fim de trazer mais rentabilidade para o fundo. Esses gestores são criteriosamente selecionados, consolidando a força desses gestores dentro de uma carteira única. Os recursos são alocados em cotas de fundos de gestores independentes, com diferentes estratégias de gestão e atuação, proporcionando assim a melhor relação de risco e retorno.

Juros e moeda

Como o próprio nome já diz, os fundos que adotam essa estratégia investem em ativos de renda fixa atrelados ao risco de juros, índice de preços e moeda estrangeira. Seu foco de prazo se dá no longo prazo, e geralmente não investem em ações.

Estratégia específica

Adotam como estratégia riscos específicos (como commodities, índices, moedas, entre outros).

Balanceados

Nessa estratégia, os fundos buscam investimentos diversificados e deslocamentos táticos entre diversos ativos, com uma estratégia explícita de re-balanceamento no curto prazo. Além disso, esses fundos devem deixar explícito o mix de ativos com o qual devem ser comparados, devendo ser determinado o percentual a ser aplicado em cada classe de ativo.

Capital Protegido

Essa estratégia busca retornos em mercados de risco, sempre buscando proteção (hedge) total ou parcial do principal investido. Os fundos investem em diversos ativos, tendo uma estratégia direcional ou não. Porém, o mais importante, é fazer operações onde o aporte inicial (principal) dos investidores fique protegido.

11.8.1 Tributação

A tributação nos fundos multimercados pode variar de acordo com a política composta no regulamento ou prospecto do Fundo.

Os fundos que forem classificados como longo prazo seguem a logica de tributação dos fundos de renda fixa. Nesta classe de fundos multimercados, há a incidência do come-cotas, a uma alíquota de 15%,

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cobrados a cada 6 meses (maio e novembro).

Já os fundos multimercados classificados como “curto prazo” (e assim descrito no nome do fundo), são aqueles que mantém uma carteira com prazo médio igual ou inferior a 365 dias. Neste caso, o imposto será cobrado da seguinte maneira de acordo com a tabela regressiva. Nessa classificação, há a incidência de come-cotas, a uma alíquota de 20%.

11.8.2 Vantagens

• Alguns fundos multimercado usam derivativos como hedge (proteção), inclusive do capital principal investido.

11.8.3 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo.

• Além disso, há um alto risco, pois como alguns fundos multimercados investem em ativos de risco, existe a possibilidade de perder todo o dinheiro investido, principalmente se utilizarem derivativos como alavancagem;

• Imposto de renda mesmo se o resgate for menor do que R$ 20 mil reais (se for investido diretamente em ações, uma venda menor do que R$ 20 mil reais não há incidência do imposto de renda).

11.9 Fundos de renda variável

Os fundos de renda variável, também conhecidos como fundos de ações, devem investir, no mínimo, 67% da sua carteira em ações, recibos de ações, bônus ou recibos de subscrição de ações, certificados de depósitos de ações, cotas de fundos de ações ou cotas de fundos de índices de ações, BDRs – Brazilian Depositary Receipts, desde que esses títulos sejam admitidos e negociações no mercado à vista na bolsa de valores ou em entidade do mercado de balcão organizado (CETIP).

O restante do patrimônio que exceder o percentual mínimo de 67% poderá ser aplicado em qualquer outra modalidade de ativos financeiros, desde seja respeitado os limites por emissor de títulos e sejam considerados os limites de concentração por modalidade de ativo financeiro estabelecido na Instrução Normativa da CVM 409 e 450. Esses ativos podem ser títulos públicos ou privados, entre outros títulos de renda fixa ou outras modalidades.

As estratégias voltadas para os fundos de renda variável podem ser de vários tipos. Destacam-se as seguintes:

Acompanhamento de índice

Alguns fundos de investimentos em ações tem como estratégia o acompanhamento ou a superação de algum índice, como o Ibovespa ou IBRX, por exemplo. Os fundos que só acompanham um determinado índice não pode ser um fundo alavancado. Já os fundos que tem como objetivo superar um determinado índice, é permitido a alavancagem.

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Governança corporativa

Esses fundos investem nas empresas com melhores práticas de governança corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BM&FBOVESPA. Esses fundos aplicam seus recursos em empresas com as mais elevadas práticas de gestão e transparência no relacionamento com o investidor, dando tratamento igual para todos os acionistas, elevando assim a segurança na divulgação das informações da empresa ao mercado.

Dividendos

Essa estratégia visa criar uma carteira onde as ações tenham um bom histórico de pagamento de dividendos, com um dividend yield alto, ou em ações que apresentem essa perspectiva. Geralmente, as empresas boas pagadoras de dividendos são empresas mais maduras, que não exigem investimentos de curto prazo e, portanto, podem ter uma melhor distribuição dos lucros aos acionistas. Nesse tipo de fundo, poderá haver bi-tributação. Os dividendos são retidos na fonte. Logo, se forem entregues diretamente ao cotista, isto é, sem passar pelo fundo, haverá somente um único imposto, isto é, aquele retido na fonte. Entretanto, se os dividendos for incorporados às cotas (como ocorre na maioria dos fundos), haverá bi-tributação, isto é, o imposto retido na fonte e o imposto de resgate. Entretanto, os gestores dos fundos acreditam que essa bi-tributação tem pouco impacto no prejuízo ao investidor e pouca representatividade no retorno dos fundos. Além disso, a distribuição de dividendos poderá ser usada para reinvestir em novas ações.

Small caps

Essa estratégia consiste em investir em ações de empresas de baixa capitalização de mercado e que não necessariamente façam parte dos principais índices da Bovespa, porém, podem ter um grande potencial de valorização. Esses fundos podem ser bastante rentáveis, uma vez que o gestor escolha certa as ações, visto que ações de baixa capitalização de mercado podem ter um potencial grande de crescimento no médio e longo prazo.

Sustentabilidade

Nessa estratégia, os fundos investem seus recursos em ações de empresas que possuem boas práticas de sustentabilidade. Os gestores escolhem empresas que demonstrem compromisso com a sustentabilidade, além de aspectos como econômico-financeiro, social e ambiental. Hoje em dia, é muito comum indivíduos e empresas buscarem companhias que investem na sustentabilidade do nosso planeta. Inclusive, empresas que possuem uma má imagem perante os investidores, como a utilização de trabalho semi-escravo, por exemplo, poderá sofrer com quedas das ações ou lucros, pois muitos investidores se preocupam com essas práticas, e muitas vezes deixam de consumir produtos dessas empresas.

Market Timing

Market timing é o momento certo de comprar ou vender um determinado ativo no mercado. É possível obter lucros acima da média se antecipando aos movimentos do mercado, comprando ações baratas com potencial de crescimento e outras distorções de preços. Muitos Fundos que se utilizam do Market timing como estratégia usam derivativos para alavancar sua posição, lucrando mais quando acerta a direção do mercado, porém obtendo perdas maiores caso erre a direção. Se o mercado está em queda e o gestor acha que ele irá virar, se antecipar ao mercado comprando ações baratas pode ser uma boa

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estratégia, porém, muitos analistas afirmam que é difícil prever quando o mercado irá mudar sua tendência.

Stock Picking

É a escolha de ativos específicos. É a aposta em ações com maior potencial de retorno. Se o fundo escolher uma ação com um alto potencial de crescimento e estiver correto em sua análise, poderá obter lucros maiores, superando seu benchmark. Geralmente, esses fundos se utilizam de análise fundamentalista para achar ações com um alto potencial de retorno. Não é trabalho simples achar essas ações, onde o gestor terá que garimpar muitas ações até achar uma que vale a pena comprar.

Asset Location

Asset location significa alocação de ativos. Sua estratégia é baseada principalmente na diversificação, onde ações de várias classes fazem parte da carteira, diminuindo o risco e aumentando o potencial de retorno. Como diferentes classes de ativos tem diferentes comportamentos, baseado nas condições de mercado e na economia, diversificar a carteira pode ser uma ótima estratégia, pois diminui a volatilidade e o risco.

Utilizar essas 3 estratégias (Asset Location, Market Timing e Stock Picking) pode potencializar o retorno dos fundos, porém é trabalho para analistas experientes e especialistas do mercado, além de contar com um pouco de sorte e paciência, principalmente para carteiras com foco no longo prazo.

Arbitragem

A estratégia de arbitragem consiste em comprar o mesmo ativo, em diferentes mercados, ganhando um diferencial de preço. Um exemplo de arbitragem é comprar uma ação ON e vender uma ação PN do mesmo emissor. O fundo, neste caso, faz uma aposta com relação ao diferencial de preço entre esses dois ativos. Outro exemplo de arbitragem ocorre quando um fundo usa seus recursos para comprar títulos públicos marcados pela curva de juros, em um momento de queda, sendo que sua cota está sobrevalorizada, pois não há marcação a mercado. Embora hoje quase todos os fundos são obrigado a terem marcação a mercado, essa prática ainda pode ser usada.

Específico

Consiste em comprar somente um tipo específico de ação, como ações de um determinado setor ou ações mais negociadas na Bolsa, como Petrobrás e Vale.

Ações subvalorizadas

Essa estratégia consiste em investir em ações subvalorizadas, isto é, ações com preços baixos, que estão sendo negociadas abaixo do seu valor contábil ou valor justo. Valor justo pelo método do fluxo de caixa futuro da empresa consiste em determinar fluxos futuros de caixa da empresa, com base em premissas futuras e aplicar uma taxa de crescimento. Ao trazer esses fluxos ao valor presente por uma determinada taxa de desconto, chega-se ao valor justo da empresa. Essa estratégia pode ser muito bem vista, porém, muitos analistas divergem entre si sobre a taxa de crescimento futuro da empresa, pois alguns consideram determinadas previsões que outros analistas simplesmente descartam.

Ações livres

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Nessa estratégia, os fundos não seguem nenhuma regra específica em relação a quais ações comprar. A única regra é ter, no mínimo, 67% da carteira investida em ações. Isso permite mais liberdade ao gestor do Fundo para a escolha das ações.

11.9.1 Tributação

Os fundos de ações são tributados a uma alíquota de 15%, independente do prazo de aplicação. O imposto será retido e recolhido pelo administrador do fundo, somente na data de resgate das cotas, até o 3º dia útil subsequente ao decêndio da ocorrência dos fatos geradores. Nos Fundos de Investimentos em ações, mesmo se a venda for menor do que R$ 20 mil reais, há a incidência do imposto de renda.

11.9.2 Vantagens

• Não há incidência de IOF

• Não há come-cotas

11.9.3 Desvantagens

• Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do fundo

• Alto risco, pois trata-se de renda variável, com possibilidade de perder todo o dinheiro investido

• Imposto de renda mesmo se o resgate for menor do que R$ 20 mil reais (se for investido diretamente em ações, uma venda menor do que R$ 20 mil reais não há incidência do imposto de renda)

11.10 Fundos de Renda Fixa

Os fundos de renda fixa, com o próprio nome já diz, alocam seus recursos em ativos de renda fixa. Esses fundos deverão investir, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em ativos de renda fixa. São exemplos de ativos de renda fixa: CDBs, letras financeiras, títulos públicos, operações compromissadas (muito usadas para dar liquidez ao fundo), debêntures, entre outros.

Esses fundos poderão também ser classificados como “longo prazo”, quando o prazo médio de sua carteira for superior a 365 dias. Não é permitido a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a investidor qualificado.

Os fundos de renda fixa são considerados de baixo risco se comparados a outros tipos de fundos. O principal fator de risco da carteira deverá ser a variação da taxa de juros ou do índice de preços.

Esse tipo de fundo é indicado para pessoas que buscam segurança, que querem fazer seu dinheiro acompanhar a taxa básica de juros, geralmente investidores conservadores, ou pessoas que não tem muito tempo de acompanhar o mercado para investir por conta própria.

Page 32: Fundos e Clube de Investimento

11.10.1 Vantagens

• Trata-se de um investimento de baixo risco.

11.10.2 Desvantagens

• Por outro lado, por possuir baixo risco, sua rentabilidade será limitada.

11.11 Fundo de Investimento em Participação (FIP)

Constituídos sob a forma de condomínio fechado, Fundos de Investimento em Participação (FIP) foram criados para se investir ativamente através da compra de participações em empresas ou empreendimentos específicos.

Os recursos sob sua administração são destinados à aquisição de ações, debêntures, bônus de

subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de

companhias, abertas ou fechadas, emissoras de valores mobiliárias, participando do processo decisório

da companhia investida.

O acesso às aplicações em FIP é restrito a investidores qualificados, ou seja: instituições financeiras,

companhias seguradoras e sociedades de capitalização, entidades abertas e fechadas de previdência

complementar, pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a

R$300 mil, fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados e

administradores de carteira autorizados pela CVM.

O fundo tem efetiva influência na definição da política estratégica e da gestão através da indicação de

membros do Conselho de Administração nas empresas das quais tem participação. É caracterizado,

principalmente, pela participação ativa nas empresas ou negócios em que se investe. A maioria dos FIPs

investem em empresas fechadas, praticando aquilo que também é conhecido como private equity (a

atividade de investimentos em empresas já formadas, mas que necessitam de um aporte de capital para

se expandirem, para lançarem um novo projeto, ou desenvolverem determinado novo negócio).

11.11.1 Vantagens

• O investidor participa do crescimento dos negócios em carteira, independentemente de serem de capital aberto ou fechado.

• Este tipo de investimento oferece oportunidade de ganhos relevantes, pois buscam

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investimentos com alto potencial de amadurecimento e retorno.

• O fundo é obrigado a participar ativamente da administração dos negócios.

• Possui um grande leque de opções de investimentos. Como exemplo, o fundo pode ser

constituído por imóveis ou uma pequena central hidrelétrica (PCH), sendo uma Sociedade de

Proposito Especifico).

11.12 Clubes de Investimento

O clube de investimento é constituído por pessoas físicas, em forma de condomínio, que possuem objetivos de investimentos em comum. Eles podem ser formados por um grupo de amigos ou por colegas de trabalho, por exemplo, que juntam esforços e dinheiro para aplicarem seus recursos no mercado financeiro.

Com o volume financeiro arrecadado por todos os integrantes do clube é possível fazer aplicações onde muitas vezes o pequeno investidor não poderia fazer, tanto por falta de recursos quanto por impedimentos do próprio mercado (como investidor qualificado).

Para a formação de um clube de investimento, são necessários, no mínimo, 3 pessoas, denominados cotistas, e no máximo 50 pessoas. São essas pessoas que vão aportar dinheiro para o clube, formando assim o patrimônio. O fundo deverá ter um nome, que não poderá ser nomes impróprios ou que conduzam o investidor ao erro.

Os clubes de Investimentos não tem prazo de vencimento, porém poderão ter um prazo definido para ser extinto, caso seja a vontade dos participantes, e imposto isso no estatuto social do fundo. É no estatuto social do fundo que serão conhecidas as regras para a entrada de novos cotistas, prazo mínimo de aplicação (período de carênica), compra e vendas de ações, além da taxa de administração ou taxa de performance.

11.12.1 Carteira

A carteira do clube de investimento nada mais é do que os ativos que compõe o fundo. Esses ativos podem ser ações, títulos públicos ou privados, opções, entre outros. Entretanto, deverá possuir, no mínimo, 67% de seu patrimônio líquido investido em:

• Debêntures conversíveis em ações de companhias abertas

• Cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado organizado

• Ações

• Certificados de depósitos de ações

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• Bônus de subscrição (títulos negociáveis que conferem ao titular o direito de comprar ações desta mesma empresa dentro de um prazo estabelecido, por um preço predeterminado).

O que exceder os 67% poderá ser aplicado em:

• Outros valores mobiliários de emissão de companhias abertas;

• Cotas de fundos de investimento das classes “curto prazo”, “referenciado” e “renda fixa”;

• Títulos públicos federais;

• Títulos de responsabilidade de instituição financeira;

• Compra de opções.

11.12.2 Administrador

Ele é o responsável legal pelo funcionamento do fundo. Assume as mesmas características e funções de um administrador de um fundo de investimento. O administrador escolhido cuidará de todos os documentos e registros legais do clube, além de zelar pelo bom funcionamento do mesmo (administradores são bancos ou corretoras que oferecem o serviço de administração de clubes de investimentos).

11.12.3 Custodiante

O custodiante é o responsável pela “guarda” dos ativos do clube de investimento. A atuação deste é análoga, ao papel do custodiante em fundos de investimentos, em geral.

11.12.4 Gestor

O gestor é uma instituição responsável pela compra e venda dos ativos que fazem parte, ou não do clube de investimento, buscando sempre obter a melhor rentabilidade, conforme os objetivos e a política de investimento estabelecida no regulamento do clube (este poderá ser uma pessoa física - cotista - ou o próprio administrador, a depender do que foi definido no estatuto).

11.12.5 Cotistas

Cotista é o investidor que aplica seus recursos no clube de investimento. Todas as regras e termos, diretos e características de um cotista em um clube de investimento são as mesmas de um fundo de investimentos, em geral.

11.12.6 Taxas de administração

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A taxa de administração tem como objetivo remunerar o administrador pelas suas atividades prestadas ao clube de investimento. Essa taxa é descrita no estatuto do clube, sendo expressa em percentual anual do patrimônio líquido do clube (base 252 dias úteis).

11.12.7 Taxas de Perfomance

As taxas de perfomance visa remunerar o administrador ou o gestor, se este existir no clube, caso haja um desempenho da rentabilidade da carteira acima do indicador de referência

11.12.8 Diferenças entre clube de investimento e fundos de investimento

A principal diferença entre os clubes de investimento e os fundos de investimento está na gestão dos ativos. Nos clubes de investimentos, a gestão poderá ser realizada pelos próprios participantes, embora não seja obrigatório. Já nos fundos, o cotista não poderá atuar na gestão e escolha dos ativos que vão compor o fundo.

Outra diferença é que o número máximo de participantes em um clube de investimento são 50 pessoas, e no fundo é ilimitado. Além disso, a documentação jurídica é mais complexa nos fundos de investimentos, e os custos são relativamente maiores.

Vale lembrar que ambos são obrigados a seguirem às regras da CVM e da Bovespa, sendo suas características operacionais similares.

11.12.9 Tributação

A tributação nos clubes de investimentos é feita igual aos fundos de investimento, como já expresso antes, ou seja, podendo ser feitas das duas formas, dependendo da constituição do fundo, seguindo a tabela regressiva da alíquota de IR.

11.12.10 Vantagens de um clube de investimento

• Não precisa de muito dinheiro para investir;

• Você não precisa ser um especialista para investir;

• Acesso a vários tipos de investimentos, alguns impossíveis para o pequeno investidor (diversificação);

• Você escolhe qual tipo de clube investir (que tipo de estratégia o clube terá);

• Custos reduzidos se comparados com fundos de investimentos;

• Menor taxa de administração;

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• Você poderá participar da gestão do clube;

• Recolhimento de imposto de renda por parte do administrador

11.12.11 Desvantagens

• Os clubes de investimentos não são garantidos pelo fundo garantidor de crédito;

• Como o clube de investimento investe boa parte do patrimônio em ações, os investidores que não gostam de correr risco ou não estão acostumados com o sobe e desce da bolsa deverão ficar de fora;

• Se o clube for criado por familiares ou amigos e a rentabilidade cair muito, poderá ocasionar brigas e atritos entre os participantes do clube;

• Mesmo com a participação direta dos cotistas na gestão do clube, o gestor do clube deverá ser um profissional qualificar, com conhecimento do mercado, pois investir em ações pode ocasionar prejuízos, e um gestor pode minimizar os riscos;

• Taxas de administração altas podem afetar significativamente a rentabilidade do clube

http://www.comoinvestir.com.br/fundos/guia-de-fundos/

http://ynvestimentos.com.br/

http://www.bmfbovespa.com.br/Fundos-Listados/FundosListados.aspx?Idioma=pt-br HYPERLINK "http://www.bmfbovespa.com.br/Fundos-Listados/FundosListados.aspx?Idioma=pt-br&tipoFundo=imobiliario"& HYPERLINK "http://www.bmfbovespa.com.br/Fundos-Listados/FundosListados.aspx?Idioma=pt-br&tipoFundo=imobiliario"tipoFundo=imobiliario

http://www.bmfbovespa.com.br/clube-de-investimento/clube-de-investimento.aspx?

http://www.bmfbovespa.com.br/clube-de-investimento/clube-de-investimento.aspx?