Gaivota 146 - janeiro e fevereiro de 2008

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CAMPANHA DO JEJUM E ORAÇÃO A Catedral Metodista encontra-se de “Portas Abertas” às quintas-feiras nas sete semanas que antecedem a Páscoa. O Rev. Paulo Dias Nogueira convidou o povo da Igreja, para, nesses dias, jejuar e orar, no período das 7h às 8 h. O primeiro encontro contou com a presença de 23 pes- soas, sendo 7 homens e 16 mulheres. Aqueles irmãos que, por algum motivo, não podem participar, o façam em suas próprias casas. Diretoria, assessoras e pastor se reúnem para planejar 2008 Foi realizada na chácara da sócia Inayá Ometto, o planejamento para este novo ano. Foram programados vários eventos, cultos e comemorações de datas especiais. Leia nas páginas 5 e 6. Pastores tomam posse No domingo dia 24 de fevereiro, no culto matutino,com inspira- dor programa, tomaram posse como pastores da Catedral Meto- dista de Piracicaba os seguintes pastores: Revdo Paulo Dias Nogueira , titular, para mais um biênio, Revdo Nilson da Silva Junior, coadjutor e Felipe Fernandes Ribeiro Maia, pastor acadêmico. A Igreja se alegra com esse fato na certeza de que serão abençoados no desempenho de seus ministérios. Dia mundial de oração As sócias Romilde Sant’Ana e Vera Quintanilha Cantoni, respon- sáveiasl pela comemoração do “Dia Mundial de Oração” em Pira- cicaba, informam que, este ano o culto foi elaborado pelas mu- lheres da Guiana e será celebrado no dia 7 de março, às 15 h, na Catedral Metodista de Piracicaba.. A comissão que colaborará é a seguinte: Priscila B. Segabinzzi, Silvia Rolim e Zenaide Rebeque. Meta da Campanha do Restauro é Ultrapassada A campanha da etapa II para o Restauro da Catedral, que contempla agora o salão contíguo ao templo, encontra-se bem encaminhada, no que diz res- peito ao projeto arquitetônico, cuja elaboração é de responsabilidade do arquiteto Adriano Inácio Ferreira, membro da Igreja, conforme decisão to- mada no último Concílio local. Resta ainda submetê-lo à apreciação dos membros da Igreja, em novo Concílio e, uma vez aprovado, à deliberação do Condepac, órgão municipal competente, no que tange ao patrimônio histórico da cidade. Quanto às finanças as metas foram ultrapassadas. Chá e desfile dos bons tempos O objetivo é nobre. O chá e o desfile são os meios de colaborar , mais um pouco, para a campanha do Restauro da Catedral. Zenaide Rebeque, Inayá Ometto e Raquel Kobayashi compõem a comissão responsável por esse evento, que será realizado no salão social da Igreja, no dia 5 de abril, às l5h. Na ocasião os presentes poderão sa- borear das delícias do chá e apreciar o desfile de algumas mulheres da SMM em trajes de outros tempos. Se você quiser também par- ticipar do desfile procure uma das integrantes da comissão DIA INTERNACIONAL DA MULHER A SMM recebeu o convite do Centro Cultural “Martha Watts”, agora sob coordenação de Joceli de Fátima C. Lazier, para estar presente nas atividades que serão realizadas em sua sede, na Rua da Boa Morte, em comemoração do Dia Internacional da Mulher, a saber: de 10 a 28 de março: Abertura das exposições que mostrarão a dualidade do ser mulher. Dia 14 de março, às 14:30 h, palestra da Dra Janice Isabel R. B. Faria, metodista ativa na Igreja, que abordará o tema: “Dores e sabores”. Ano 18 Janeiro – Fevereiro / 2008 nº146

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CAMPANHA DO JEJUM E ORAÇÃOA Catedral Metodista encontra-se de “Portas Abertas” às quintas-feiras nas sete semanas que antecedem a Páscoa. O Rev. Paulo Dias Nogueira convidou o povo da Igreja, para, nesses dias, jejuar e orar, no período das 7h às 8 h.

O primeiro encontro contou com a presença de 23 pes-soas, sendo 7 homens e 16 mulheres. Aqueles irmãos que, por algum motivo, não podem participar, o façam em suas próprias casas.

Diretoria, assessoras e pastor se reúnem para planejar 2008Foi realizada na chácara da sócia Inayá Ometto, o planejamento para este novo ano. Foram programados vários eventos, cultos e comemorações de datas especiais. Leia nas páginas 5 e 6.

Pastores tomam posseNo domingo dia 24 de fevereiro, no culto matutino,com inspira-dor programa, tomaram posse como pastores da Catedral Meto-dista de Piracicaba os seguintes pastores:Revdo Paulo Dias Nogueira , titular, para mais um biênio, Revdo Nilson da Silva Junior, coadjutor e Felipe Fernandes Ribeiro Maia, pastor acadêmico. A Igreja se alegra com esse fato na certeza de que serão abençoados no desempenho de seus ministérios.

Dia mundial de oraçãoAs sócias Romilde Sant’Ana e Vera Quintanilha Cantoni, respon-sáveiasl pela comemoração do “Dia Mundial de Oração” em Pira-cicaba, informam que, este ano o culto foi elaborado pelas mu-lheres da Guiana e será celebrado no dia 7 de março, às 15 h, na Catedral Metodista de Piracicaba.. A comissão que colaborará é a seguinte: Priscila B. Segabinzzi, Silvia Rolim e Zenaide Rebeque.

Meta da Campanha do Restauro é Ultrapassada

A campanha da etapa II para o Restauro da Catedral, que contempla agora o salão contíguo ao templo, encontra-se bem encaminhada, no que diz res-peito ao projeto arquitetônico, cuja elaboração é de responsabilidade do arquiteto Adriano Inácio Ferreira, membro da Igreja, conforme decisão to-mada no último Concílio local. Resta ainda submetê-lo à apreciação dos membros da Igreja, em novo Concílio e, uma vez aprovado, à deliberação do Condepac, órgão municipal competente, no que tange ao patrimônio histórico da cidade. Quanto às fi nanças as metas foram ultrapassadas.

Chá e desfi ledos bons tempos

O objetivo é nobre. O chá e o desfi le são os meios de colaborar , mais um pouco, para a campanha do Restauro da Catedral. Zenaide Rebeque, Inayá Ometto e Raquel Kobayashi compõem a comissão responsável por esse evento, que será realizado no salão social da Igreja, no dia 5 de abril, às l5h. Na ocasião os presentes poderão sa-borear das delícias do chá e apreciar o desfi le de algumas mulheres da SMM em trajes de outros tempos. Se você quiser também par-ticipar do desfi le procure uma das integrantes da comissão

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A SMM recebeu o convite do Centro Cultural “Martha Watts”, agora sob coordenação de Joceli de Fátima C. Lazier, para estar presente nas atividades que serão realizadas em sua sede, na Rua da Boa Morte, em comemoração do Dia Internacional da Mulher, a saber: de 10 a 28 de março: Abertura das exposições que mostrarão a dualidade do ser mulher. Dia 14 de março, às 14:30 h, palestra da Dra Janice Isabel R. B. Faria, metodista ativa na Igreja, que abordará o tema: “Dores e sabores”.

Ano 18 Janeiro – Fevereiro / 2008 nº146

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Li e RecomendoLIVRO: A menina que roubava livros AUTOR: Markus ZusakANO: 2006EDITORA: IntrínsecaCONTRIBUIÇÃO DE: Hanna Schützer SINOPSE:O livro narra a história da Segunda Guerra Mun-dial na perspectiva de uma família alemã insatisfeita com seus motivos e com o governo de Hitler. No foco há Liesel, uma menina que gosta muito de ler e que tinha o costume de roubar os livros que lia. A história é envolvente, e nos surpreende com o poder das palavras, que ao fi nal se mos-tram como salvadoras de vida e também como condenadas a causar dor e sofrimento. Vale a pena ler!

Diretoria da SMMPresidente:Vera Baggio AlvimVices:Inayá T. Veiga OmettoPriscila Barroso SegabinazzeSecretária de ata:Clóris AlessisSec. Correpondentes:Rosália T. Veiga OmettoRosemary T. GonçalvesTesoureira:Sílvia Novaes RolimAgente da VozMissionária:Cinira Cirillo Cesar

ExpedienteGAIVOTA é o órgão ofi cial da Sociedade Metodista de Mulheres da Igreja Metodista Central de Piracicaba.Redatora:Vera Baggio AlvimCorpo Editorial:Inayá Ometto Clóris AlessiDarlene SchützerWilma B. Câmara da SilvaSecretária:Wilma Beggio Camara da SilvaR. Elclides da Cunha, 285 - Ap 51Bairro Nova América. CEP: 13.417-660 / [email protected]ção e Impressão:Printfi t SoluçõesFotos:Rev. Paulo Dias NogueiraTerezinha VarelaDistribuição:Sílvia Novaes Rolim

ApresentaçãoVivemos o tempo da quaresma. Inicia-se no quadragésimo dia antes da Páscoa, sem contar os domingos. Representa um período no qual se enfatiza a importância da contrição, reflexão e conversão. É um momento de preparação para a Páscoa que se aproxima. O Rev. Paulo Dias Nogueira no seu artigo sobre a ”Quaresma” aborda o tema, passando pelo seu histórico e forma de viver esse momento.

A “Parábola da Grande Família”, de autoria da Revª Hideide Brito Torres, pastora e articulista da “Voz Missionária”, se desenvolve no sagrado momento da refeição. Revela o espí-rito da reunião que poderia ter sido prazeroso, mas torna-se complicado. Outras famílias, entretanto, saberiam apreciar a refeição e fazer parte dela um acontecimento desejado por todos os seus membros. Vale a pena lê-lo.

Amélia Tavares, redatora da “Voz |Missionária” nos brinda com um texto baseado no livro de Êxodo 3:1-30, sob o títu-lo “Quando Deus entra em cena”. È o chamado de Deus a Moisés – um encontro que se dá em um dia comum, quando ele está só, Deus o chama pelo nome. Aprecie a sua história em sua linguagem muito especial.

“Busque o broto” é uma colaboração enviada pela Darle-ne Barbosa Schützer, que a extraiu da Rede de Liturgia do CLAI, de autoria de Selma Azzam. Ao buscar o broto na planta que parece não crescer, descobre-se que é preciso saber esperar e aprender a ver o broto.

Além desses artigos, apresentamos o planejamento da SMM para 2008 e o cronograma de atividades que permitem visualizar rapidamente o que acontecerá na sociedade, no 1º semestre, feito a três mãos.

Há, também um artigo, que se constitui homenagem ao Rev. José Carlos Barbosa (Barbosinha para os mais próximos), professor, doutor em história, grande conhecedor da vida e obra de João Wesley, iniciador do movimento metodista, grande colaborador da SMM, ex-coordenador do Cepeme – Centro de Pesquisa Metodista da, que, recentemente deixou Piracicaba e se transferiu para o Instituto Izabela Hendrix, em Belo Horizonte, onde atuará na área de sua especialidade.

Desta vez, a seção “Umas e outras” traz alguns dados da vida de três servos, atuantes na Igreja, que recentemente descan-saram no Senhor.

Vale também a pena registrar a colaboração de Hanna Schützer publicada na seção “Li e recomendo” com a indica-ção do livro “A menina que roubava livros”.

Enfim, é mais um número da GAIVOTA, como sempre, bastante informativo e inspirador.

Clóris Alessi

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QUARESMA:Tempo de arrepender-se e produzir frutos dignos de arrependimento.

Queridos irmãos e irmãs, Graça e paz!Estamos no Período da Quaresma. Nestes dias

somos convidados a orar e jejuar, nos preparando para a maior festa do cristianismo: a Páscoa. Qua-resma, portanto, é um tempo especial de preparação para esta grande festa. Momento oportuno de arru-mar-se pessoal e comunitariamente para se apresen-tar diante do ressurreto.

Nas comunidades primitivas, era comum uma reunião no primeiro dia de cada semana (domingo – Dia do Senhor) para se celebrar a memória de Jesus Cristo (Santa Ceia). Devemos nos lembrar que o Culto Cristão nasceu em torno dessa “Páscoa Semanal”.

Por volta do século II, infl uenciados pelo ju-daísmo, os cristãos passaram a celebrar a Páscoa anualmente. No século III iniciou-se a tradição de se reviver a última semana de Jesus (Semana Santa), antes de se celebrar a Páscoa.

Mas foi no século IV, que a igreja elaborou um período mais longo de preparação para esta festa (Páscoa). Inspirados no valor simbólico do número quarenta (40 anos no deserto, 40 dias de Moisés no Monte Sinai, 40 dias das andanças de Elias até a mon-tanha de Deus, 40 dias que Jesus jejuou no deserto), a igreja assumiu os quarenta dias que precedem a Sema-na Santa como um momento especial de preparação. Momento oportuno para refl exão, confi ssão e jejum.

Ainda que seja um tempo de introspecção, não devemos transformá-lo num período de contempla-ção alienante. Devemos tomar cuidado também para não transformarmos este momento numa experiên-cia de arrependimento superfi cial, como fazem mui-tos que apenas não comem carne ou não cortam o

cabelo. Este deve ser, sobretudo, um período radical de vivência com o Senhor. À luz das palavras do profeta Miquéias, podemos melhor compreender o sentido do período Quaresmal.

Miquéias fala ao povo em tom de restauração da aliança. Ele cobra atitudes práticas do povo e nega a possibilidade dessas atitudes serem apenas ritua-lísticas. O que Deus quer do Seu povo são atitudes de vida. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é que o Senhor pede de ti, se não que pratique a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus.” (Mq 6:8).

A Quaresma é o período, no calendário cristão, em que o Povo de Deus busca arrepender-se de suas faltas e pecados, porém não se esquecendo do que o Senhor nos ordena - que nossa espiritualidade ultrapasse a mera contemplação e desemboque em atitudes práti-cas para a promoção da vida. Vários outros profetas e escritores bíblicos, bem como, o próprio Senhor Jesus Cristo mostrou este caminho. “Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino do Céus” (Mt 5:20).

Sendo assim, gostaria de lembrá-los que esta-mos em meio a uma Campanha de Jejum e Oração. Portanto, quero desafi á-los à que busquem o Senhor de todo o coração, arrependendo-nos de todo o mal praticado, e realizando obras que refl itam uma ver-dadeira experiência com Deus.

Quaresma é um tempo oportuno de arrepen-der-se e produzir frutos dignos deste arrependimen-to. Que Deus nos abençoe!

Rev. Paulo Dias Nogueira

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Era uma vez uma grande família, formada por pessoas de muitos jeitos diferentes e vindas de muitos lugares. Em comum, eles tinham uma forma de ver o mundo a partir dos olhos de sua fé. Eles faziam várias coisas diferentes e tinham muitos talentos. Era uma inspiração ver como tinham capa-cidades e delas faziam uso com alegria e regularidade.

Um dos momentos mais importantes da vida em comum desta família era quando se reuniam para comer. Entretanto, esse que era para ser um momento muito prazeroso, come-çou a se tornar complicado. É que havia muitas divergências quanto à forma, ao horário, à maneira de comer e muitas outras regras que começaram a surgir e até mesmo interferir no gosto da refeição. Eu vou explicar como tudo acontecia.

Havia os que pensavam que a refeição era só deles: Quando chegavam os parentes de outros lugares para participar da hora da refeição, eles escondiam os alimentos, deixavam para se ali-mentar em outra hora ou até diziam abertamente que os parentes de outros lugares não podiam participar, só os que comiam na-quela casa. E assim, apesar de serem da mesma família, fi cavam separados, uns comendo e outros com fome, diante da mesma mesa farta.

Havia os que pensavam que as crianças não podiam sen-tar-se à mesa: Naquela casa, apenas os adultos podiam ter a honra de sentar-se à mesa para comer. As crianças fi cavam ao redor, olhando e imaginando o gosto do alimento. Algumas vezes, depois que todos comiam, as crianças podiam ter aces-so ao que havia sobrado. Mas nem sempre era assim. Então, os pequeninos fi cavam sempre com fome do alimento e do carinho.

Havia os que pensavam que podiam comer de qual-quer maneira. Sem pensar sobre a importância daquela refeição especial e do sentido original que ela trazia, enquanto uns proibiam tudo, outros não refletiam. Apenas comiam e bebiam como se fosse um evento cor-riqueiro, uma festa no parque, um restaurante popular. Esqueciam que aquela refeição trazia em si o sentido de família como nenhuma outra, e lembranças de um irmão mais velho, cujas ordenanças para o bem-estar da família foram, pouco a pouco, sendo esquecidas. Sem perdão, sem respeito, sem amor, sem pureza de coração, sem unidade, sem o toque especial da fé e da esperança, comiam esses. E, por mais que seus corpos estivessem satisfeitos, seus corações permaneciam fa-mintos, esqueléticos, anêmicos e doentes. Por isso, não podiam ser felizes.

Havia os que pensavam que a refeição era mágica: Sem entender o que o irmão mais velho lhes contara a respeito do valor da refeição, havia os que pensavam que a comida vira-va outra coisa cada vez que comiam. E ela fi cava tão carrega-da de superstição que, ao invés de alegria, provocava medo. Em vez de respeito, provocava terror. Em vez de amizade, provocava julgamento. Sem gosto e sem substância, a refei-ção virava um ritual e não um evento. E como a magia não resiste à verdade, aos poucos alguns entre eles deixavam de pensar sobre o valor da refeição e, por isso, comiam mecani-camente ou com o coração cheio de pesar. Haviam perdido o verdadeiro milagre que a refeição prometia lhes trazer.

Havia os que deixavam para comer somente depois de la-varem as mãos. Mas nunca as lavavam. Sim, alguns se achavam indignos da mesa e da alegria familiar que ela representava.

Desta forma, embora estivessem em casa e a mesa estives-se diante deles, eles nunca comiam. Diziam que iam lavar as mãos primeiro, para estarem devidamente limpos. Mas jamais se apressavam, mesmo sabendo a hora da comida. E a hora passava. E eles continuavam com as mãos sujas e os estômagos vazios. Com o tempo, fi cavam tão acostumados a comer bestei-ras e bobagens na rua, que a comida especial da casa já nem lhes fazia falta e a poeira das mãos nem incomodava tanto. Esses são aqueles que perderam o sentido de suas vidas e do valor de estar juntos diante de uma mesa e de uma refeição tão especial.

E também outros havia, para os quais a refeição tinha pelo menos, três sabores

muito especiais...

Para estes, a refeição tinha gosto de família. Dela participavam todos aqueles que aceitavam os ensinos

do irmão mais velho e do verdadeiro Pai, um pai cuidador e amoroso, que tudo fazia por seus fi lhos e fi lhas. Para estes, a refeição era um dos momentos mais particulares para estar juntos. Aproximavam-se da mesa com uma alegria quase in-contida. Sentiam prazer em partilhar o sabor do alimento e da vida que ele signifi cava. Entendiam que o fato de comerem juntos fazia deles uma família verdadeira, mais do que qual-quer outro laço que tivessem entre si. Por isso, tinham pela refeição grande respeito e a vivenciavam como uma experiên-cia única. Era um sinal de fraternidade, de unidade e que os identifi cava entre quaisquer outras famílias em toda a terra!

A parábola da grande família

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Para estes, a refeição tinha gosto de vida, da presença real do irmão mais velho. A refeição não era especial porque os alimentos assumiam outras formas ou sabores, mas porque, a cada vez que se reuniam para comer, os membros da família lembravam os ensinos, viviam a experiência viva e sentiam que o irmão mais velho estava, de fato, entre eles, como em tempos antigos. Por isso, aquela refeição tinha um caráter sagrado, insuperável, imutável e tinha o poder de fazer com que eles se tornassem um só. Qualquer diferença poderia ser superada se ao menos eles pudessem comer juntos com o sa-bor da vida nova. Qualquer problema poderia ser vencido se fossem capazes de partilhar o alimento e partilhar o coração. A presença viva do irmão entre eles, a graciosidade e amor do Pai cuidador, tudo isso podia ser vividamente sentido enquanto comiam e bebiam.

sentiam a cada vez o gosto de querer mais a volta do seu irmão, o gosto de ver a família completa, o gosto de ver as difi culdades vencidas.

E com o gosto bom da comida que simbolizava sua uni-dade, que atualizava a presença do seu irmão distante e que tinha o gosto da promessa futura, esses aproveitavam o que a comida tinha de melhor. Levantavam-se da mesa satisfeitos e alimentados. Nutriam a saúde do corpo, do coração e da alma. Eram capazes de ultrapassar obstáculos diante dos quais muitos outros desistiriam. E tinham um senso de família tão intenso que não permitiam que nada no mundo atrapalhasse seu amor e sua comunhão. E cada vez que comiam, fi cavam ansiando pela próxima refeição. Mas não pensem que faziam isso porque eles eram gulosos e comilões! Longe disso! É que uma das coisas que eles mais apreciavam era poder servir uns aos outros en-

Para estes, a refeição tinha gosto do futuro. Comer aque-la comida era uma garantia de que uma nova refeição viria no dia seguinte. Era uma prova viva de que tudo o que ha-viam aprendido como família valia a pena e poderia ser pas-sado adiante. Ademais, quando aprenderam a comer aquele alimento, o irmão mais velho, que agora vivia distante deles, havia lhes ensinado a receita da vida alegre e havia feito uma promessa: “Repitam essa receita, comam e bebam desse ali-mento. Eu tenho de ir agora, mas um dia eu voltarei. Até lá, não vou comer dessa mesma comida de novo, porque vou esperar ansiosamente para comer junto com vocês”. Comer com gosto de quero-mais é a melhor coisa que existe! E eles

quanto comiam. Essa era uma parte muito especial da refeição e eles jamais abriam mão dela! Assim garantiam que ninguém passaria fome, enquanto pudessem partir um pedaço a mais de pão e repartir um pouco mais de vinho...

Hoje, há uma mesa aqui, diante de nós. Que papel desempenhamos nesta história?

De que maneira comeremos?

Revda. Hideíde Brito Torres

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COMO FOI O PLANEJAEm reunião realizada na chácara da sócia Inayá Ometto, no dia 31 de janeiro de 2008, estiveram presentes os mem-bros da diretoria e assessoras, na companhia agradável do pastor titular da Catedral, Rev. Paulo Dias Nogueira, con-vidado para trazer a mensagem ao grupo e a participar da reunião. A palavra sempre eloqüente do pastor levou todas a fi carem frente a duas perguntas que mexeram com o gru-po: “Que Igreja você gostaria de ter”? “Que Igreja você está disposta a ser?”. Acrescentou ele: “Não é difícil responder a primeira indagação, lembrando que todos gostariam de ver a Igreja com muitos membros, um belo templo, exce-lente coral acompanhando os cultos dominicais e uma boa arrecadação de ofertas e dízimos. Com esses pensamentos acabamos buscando a autopromoção, nos preocupando somente em ter.”

Disse mais o pastor: “O desafi o da Igre-ja é ser. Somos chamados a ser discípu-los, temos a responsabilidade de levar-mos a mensagem, sermos solidários e obedientes a Deus. E mais: as mulheres têm o poder de infl uenciar todos os segmentos da Igreja e por isso são cha-madas para dar a sua contribuição para obra do Senhor.”

Com essa mensagem, o Rev. Paulo Dias Nogueira iniciou a reunião de planeja-mento da SMM e devolveu a direção para a presidente da SMM, Vera Baggio Alvim. Após a leitura da ata e relatórios, dentre esses o da tesouraria e o do Gru-po de Oração, sugeriu-se a atualização da chave telefônica da SMM, com a inclusão dos nomes de alguns membros da Igreja.

Novamente com a palavra, o pastor Paulo informou que, durante a quaresma, serão realizadas reuniões de jejum e oração, nas sete quintas-feiras que antecedem a Páscoa.

Apresentou, também, o site da Catedral na in-ternet: www.metodista-piracicaba.com.br, apro-veitando para desafi ar a SMM a elaborar devo-cionais para serem divul-gadas por essa mídia.

A presidente comunicou que as reuniões da dire-toria serão convocadas quando se fi zerem ne-cessárias. Quanto às reu-

niões mensais da SMM serão agendadas para o terceiro ou quarto sábado de cada mês, a partir das 15 horas, no salão social da Igreja, com a comemoração dos aniversários das sócias do mês respectivo.

Foram programadas visitas ao Lar Betel para os dias 8 de maio, 25 de setembro e 11 de dezembro. A Gaivota, jornal da SMM, continuará com periodicidade bimestral, sob a direção de Vera Baggio Alvim e colaboração do Corpo Editorial e articulistas.

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AMENTO NA CHÁCARAFoi marcado para o dia 7 de maio, sob coorde-nação de Vera Quinta-nilha Cantoni, o culto comemorativo do Dia Mundial de Oração, na Catedral Metodista de Piracicaba, às 15 horas, cujo programa foi ela-borado pelas mulheres da Guiana.

A presidência trouxe a informação, dada pela

Secretária Distrital, Zoé Pedroso Barbosa, sobre a realiza-ção do Encontro Distrital no dia 29 de março, na Catedral Metodista de Piracicaba, que terá a seguinte comissão para ajudar na infra-estruturar: Zenaide P. Rebeque, Sílvia N. Rolim, Naly L. Guimarães e Priscila B. Segabinazzi

Com a fi nalidade de ampliar a colaboração para a Campa-nha do Restauro do anexo ao templo, a SMM programou, para o dia 5 de abril, chá com desfi le de sócias vestindo

trajes de outros tempos. A comissão para esse evento está assim constituída: Zenaide P. Rebeque, Sílvia N. Rolim, Inayá Ometto, Rosália Ometto e Raquel Kobayashi.

O culto comemorativo do Dia do Pastor será no dia 13 de abril, no período matutino, quando serão homenageados os pastores: Paulo Dias Nogueira (titular), Nilson da Silva Júnior (coadjutor) e Filipe Maia (acadêmico). Para tanto, foram designadas as seguintes sócias para a elaboração do programa: Susana Maia, Joana D’Arc Bicudo da Silva, Maria José Martins e Sheila Matos Hussar.

No dia 25 de maio, a SMM realizará um almoço de confra-ternização das famílias, modalidade “travessinha”. Nessa oca-

sião serão sorteados os “amigos secretos de oração”. Comissão responsável pelo evento: Priscila B. Segabinazzi, Naly L. Guimarães, Sílvia Rolim e Zenaide P. Rebeque.

Na reunião mensal de 15 de março terá início a “Campanha dos Talentos” com o término em 28 de junho. A comissão incumbida dessa atividade é a seguinte: Shirlei N. Debussi, Rosemary T. Gonçal-ves e Rosália T. V. Ometto.

O detalhamento das atividades planejadas para o segundo semestre, conforme crono-grama já elaborado (ver página 08), bem

como a escolha dos nomes para comporem as diferentes comissões, será feito em reunião do dia 17 de julho.

A reunião que tratou dos assuntos acima relatados, cujo término se deu por volta das 16 horas, teve intervalo para almoço e para lanche, quando foram apreciados os dons culinários das sócias presentes, que levaram saborosos pratos, com destaque para a sobremesa, oferecida pela Inayá, gentil anfi triã, a quem todos fi caram gratos.

Inayá Ometto, Priscila Segabinazzi e Clóris Alessi

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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA S. M. M. 1º SEMESTRE DE 2008

ATIVIDADES DATAS RESPONSÁVEL(EIS) Templo de Portas Abertas 07, 14, 21, 28 - fevereiro.

06, 13 e 20 - março Rev. Paulo Dias Nogueira

Reuniões da Diretoria da SMM Serão realizadas conforme a necessidade

Vera Baggio Dias Alvim

GAIVOTA – publicação da SMM Edições bimestrais Vera Baggio Dias Alvim e Corpo Editorial

Reuniões Mensais da SMM 23 fev., 15 mar., 26 abr., 31 mai. e 28 jun.

Diretoria da SMM

Dia Mundial de Oração- DMO 07 de março Vera Quintanilha Cantoni

Dia Internacional da Mulher 08 de março Convite do Centro Cultural Martha Watts

Início da Campanha dos Talentos (reunião mensal)

15 de março Shirlei Debussi, Rosemary Gonçalves, Rosália Ometto e Ester

Bezerra Encontro Distrital 29 de março na Catedral

Metodista Zoé Barbosa, Zenaide Rebeque,

Sílvia Rolim, Mirce Lavoura, Naly Guimarães e Priscila Segabinazzi

Chá e Desfile dos Bons Tempos 05 de abril Zenaide Rebeque, Sílvia Rolim,

Rosália Ometto, Inayá Ometto e Raquel Kobayashi

Dia do Pastor (Homenagens) 13 de abril, no Culto Matutino

Maria José Martins, Susana Maia, Sheila Hussar, Joana D’Arc

Bicudo da Silva Visita ao Lar Betel 08 de março, 25 de setembro e 04

de dezembro Rev. Paulo Dias Nogueira,

diretoria da SMM e demais sócias

Almoço de Confraternização das Famílias (“travessinha”)

25 de maio Mirce Lavoura, Ester Bezerra, Sílvia Rolim, Zenaide Rebeque,

Priscila Segabinazzi, Naly Guimarães

Término da Campanha dos Talentos (reunião mensal da

SMM)

28 de junho Shirlei Debussi, Rosemary Gonçalves e Rosália Ometto

Projeto Missionário “Uma semana pra Jesus”

julho Aguardando informações da Federação

Reuniões mensais do 2º semestre 30 de agosto, 20 de setembro e 25 de outubro

Diretoria da SMM

Comemoração do aniversário da Catedral (127 anos)

setembro Rev. Paulo Dias Nogueira

Comemoração do “Dia da Voz Missionária”

20 de setembro Cinira C. César

Bazar de Natal 07 de novembro Sílvia Rolim, Mirce Lavoura, Zenaide Rebeque, Naly Guimarães

e Raquel Diehl Comemoração dos 112 anos da

SMM 30 de novembro Serão designados no planejamento

do 2º sem.

Almoço de confraternização do Natal

13 de dezembro Idem

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Barbosinha foi para BHEm nossa Igreja temos tido a oportunidade de con-hecer muitas pessoas que vieram de outras para-gens, aqui permaneceram por um bom tempo e com as quais convivemos. Fizeram parte da família cristã, prestaram serviços como profi ssionais, mas um dia se foram em busca de suas raízes, de novas oportunidades ou desafi os.. E nós amamos essas pessoas e choramos quando partem.

Difícil também é separarmo-nos de nossos con-terrâneos, pessoas que cresceram em nosso meio, freqüentaram e participaram de ministérios na Igreja, estudaram ou trabalharam nas insti-tuições metodistas da cidade, enfi m, dedica-ram-se á educação e a fé. Essas pessoas passaram a fazer parte de nossas vidas e história, mas, também, muitas vezes, também nos deixam em busca de novas oportunidades

Hoje queremos mencionar a despedida de José Carlos Barbosa, pastor, historiador, escritor, pes-quisador, conferencista, amigo e irmão. Conhece-dor profundo da história da Igreja e da educa-ção metodista, bem como de João Wesley, tem disseminado o seu conhecimento por meio de palestras, seminários, artigos em revista, livros, frutos de exaustivas pesquisas. Era, até o início desta ano, o coordenador do Cepeme – Centro de Pesquisa Metodista.

Foi pastor titular de nossa Igreja em anos passados e, para 2008, havia sido nomeado pastor coadju-tor da Catedral. Ultimamente, dava freqüente-mente sua colaboração à SMM, especialmente nas reuniões semanais de oração. Trouxe inspiradoras mensagens para nós mulheres. Na Escola Domini-cal, atendendo o desejo de algumas pessoas, aceitou ser professor da classe “João da Alegria”, cuja de-nominação foi dada em homenagem a um leigo da Igreja que muito se dedicou à missão, por sugestão

dele, depois de nos contar a linda biografi a desse servo de Deus. Nessa classe, estudamos a história da Igreja, as parábolas de Jesus e, em datas espe-ciais, como Páscoa, Natal e outras mais, sempre nos brindava com aulas inesquecíveis.

Encenamos, por dois anos seguidos, em comemo-ração do aniversário da SMM, no Teatro da Ca-tedral, a peça “Fragmentos da História”, de autoria de José Carlos Barbosa, na qual atuou como um dos personagens. Articulista de vários periódicos, sempre prestigiou a “GAIVOTA” presenteando seus leitores com páginas inspiradoras.

Agora, esse querido irmão deixa Piracicaba, por razões que não vem ao caso agora, para coordenar o Departamento de História, recém inaugurado no Instituto Izabela Hendrix, em Belo Horizonte e, assim, continuar trabalhando na área acadêmica em que fez o seu doutorado. Acompanha-o, nessa mudança, a sua esposa Esmeralda, aluna do Curso de Psicologia da UNIMEP.

Com estes registros, homenageamos e agradecemos à José Carlos Barbosa, o querido Barbosinha, como nós carinhosamente o chamávamos, o tempo, bom demais, que passou entre nós, numa convivência muito próxima e fraterna. Sempre lembraremos de seu grande conhecimento bíblico, teológico e histórico, seu amor à Igreja Metodista e apego às suas doutrinas, sua paixão por João Wesley, sua facilidade em contar os fatos de forma atraente e educativa, sua solidariedade sempre presente, con-tudo, uma das suas inúmeras qualidades que marca a todos que com ele convivem é a sua humildade.

Clóris Alessi

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O chamado divino é sempre uma questão entre Deus e a pessoa chamada. Nunca encontramos Deus dando uma visão a um grupo. Ele sempre chama uma pessoa espe-cífi ca. Deus entra no dia a dia de Moisés e transforma completamente sua vida. É sempre assim, quando Deus entra em cena, mudanças acontecem. Meditando sobre esta passagem e lembrando do ano que estamos inici-ando, gostaria de ressaltar alguns pontos:

1. Deus revela-se no dia a dia - Deus revela-se a Moisés no seu cotidiano, usando a sarça ardente, um arbusto espinhoso, igual a inúmeros outros do deserto. Moisés aproxima-se daquele espinho ardendo em fogo sem con-sumir-se, talvez movido pela curiosidade. Mas, no meio da sarça, estava Deus que chama Moisés. Quantas vezes, imaginamos que precisa haver um clima todo especial para a manifestação de Deus, mas Deus, sempre nos surpreende e escolhe ocasiões e lugares inusitados, onde nunca imaginamos encontrá-lo. Foi assim com o profeta Elias, ele esperava encontrar Deus no vento, no terre-moto e no fogo, mas Deus vem ao seu encontro depois de uma brisa suave (1 Reis 19.11-13)

2. Deus nos conhece pelo nome - No meio da sarça, Deus chama Moisés pelo nome. Deus sempre nos chama pelo nome. Vivemos num mundo massifi cado, onde te-mos que decorar diversos números e códigos. Mas, para Deus, não somos um número ou mais um em meio à multidão. Somos únicos. A promessa de Apocalipse para a Igreja de Pérgamo seria uma pedrinha branca, com um novo nome, conhecido somente por Deus (Apocalipse 2.17). O mesmo Deus que tem o nosso nome escrito nas palmas de suas mãos (Isaías 49.16). Como é confortador saber que o nosso relacionamento com Deus passa por uma relação de fraterna, conhecemos a Deus e somos conhecidos por Ele.

3. Necessidade de parar para encontrar Deus – Deus fala com Moisés quando este interrompe suas atividades para ver a cena da sarça ardente. Moisés muda a direção do seu caminhar e vai em direção a Deus que quer falar com ele. Quantas vezes, em nossa vida diária, Deus quer falar con-osco, mas estamos tão ocupados, ouvimos tantos ruídos e cenas extraordinárias que nem sempre nos dispomos a ouvir o chamado de Deus. Para um encontro com Deus é necessário parar e estar aberto/a para ouvir a Deus. As duas irmãs Marta e Maria estavam diante do Mestre Je-sus, mas a grande preocupação de Marta era receber Jesus

muito bem, cuidando de todos os preparativos, enquanto a preocupação de Maria era parar tudo para ouvir Jesus. Jesus diz que ela escolheu a boa parte (Lc 10.42).

4. O Deus que nos conhece – Deus não somente nos conhece pelo nome, mas conhece a nossa realidade. Deus revela-se como aquele que conhece o seu povo: Deus diz que viu o sofrimento do seu povo, ouviu o seu clamor, conhece-lhe o sofrimento e, por este motivo, desceu para livrar o seu povo. Imaginamos que o nossa dor e sofri-mento são só nossos. Mas, o Deus que nos conhece sabe exatamente onde estamos e se importa conosco. Assim como ele se importa conosco, promete caminhar ao nos-so lado como prometeu a Moisés.

Estamos ensaiando os primeiros passos de um ano novo. Em cada novo ano, vivemos a esperança de alcançar no-vas e boas margens em nossa vida. Talvez você esteja di-zendo: entra ano e sai ano, mas nada muda na minha vida. Mas, Deus diz que não, o ano de 2008 tem tudo para ser diferente porque Deus quer entrar em cena e realizar grandes coisas na sua vida e por seu intermédio. Precisamos caminhar sempre na certeza de que Deus está conosco. 2008 pode ser um ano igual aos outros ou pode ser o ano deixarmos que Deus nos surpreenda.

Conta-se a história de um professor que, certo dia estava aplicando uma prova, os alunos, em silêncio tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade. Fal-tavam uns 15 minutos para o encerramento e um aluno levantou o braço, se dirigiu ao professor mim e pediu uma folha em branco. O professor levou a folha até sua carteira e perguntou porque queria mais uma folha em branco. Ele respondeu que tentara responder as questões, mas rabiscara tudo, fez uma confusão danada e queria começar outra vez. Apesar do pouco tempo que faltava, o professor confi ou no rapaz e deu-lhe a folha em branco e fi cou torcendo por ele.

Quantas pessoas receberam uma folha em branco, que foi a vida que Deus lhes deu, mas só têm feito rabisco, con-fusões, tentativas frustradas e uma confusão danada...

Estamos no início de um novo ano, seria um bom momento para se pedir a Deus uma folha Em branco; uma nova chance.

Amélia Tavares C. NevesRedatora Voz Missionária

QUANDO DEUS ENTRA EM CENAAquele dia parecia ser um dia igual aos demais para Moisés: ele comeu, despediu-se da família e foi apascentar o rebanho do seu sogro. Mas, Deus resolvera que aquele dia seria diferente na vida de Moisés, um dia marcado para um encontro com Deus.

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Umas e Outras Inayá Toledo Veiga Ometto.

Sr. Módulo grande amigo da SMMDono de um eterno sorriso que, muitas vezes, se misturava com lágrimas, mas que na verdade era demonstração de muita

alegria, especialmente quando nos abraçava naquele momento em que o Pastor, nos cultos, abria espaço para os cumprimentos e abraços.Com essas palavras, a SMM homenageia o Sr. Aristides Módulo e agradece a Deus pelo exem-plo de vida cristã que ele nos deixou. A D.Ana, sua esposa querida, oramos pedindo ao Pai de amor que esteja sempre junto dela, dando-lhe o conforto e a consolação que vem do Alto.

Clóris Alessi

Aos 88 anos Sr. Módulo nos deixou, depois de passar poucos dias no hospital, após ter fraturado o fêmur, que o levou a cirurgia, cujo pós-operatório causou-lhe a morte.Foi nosso companheiro na SMM, pois frequente-mente assistia nossas reuniões devocionais mensais, juntamente com sua esposa D.Ana. Da mesma for-ma, procedia nos cultos matutinos, sentando-se no mesmo lugar,sempre à frente, para ouvir melhor.Era dos primeiros a se levantar quando o Pastor convidava para alguém orar. Estudou inglês, e a convivência com americanos que vinham na missão da USAID à ESALQ/USP, falava com desenvoltura. Ele trabalhava como motorista.

Jandira e Lenira descansaram no Senhor: Faleceu repen-

tinamente no dia

18 de fevereiro,

nossa irmã Le-

nira Gomes. Jun-

tamente com seu

marido Eliseu e a

fi lha Renata eram

membros ativos

na Igreja.. Tin-

ham um lugar

preferido para

sentarem e sempre eram os primeiros a chegar. Nas reuniões

de oração, às 3º feiras, não era diferente, primeiras a chegar

e raramente faltavam. Como lembrou a irmã Ester Siqueira

Bezerra, em sua fala no velório, “Lenira era uma pessoa que

pouco falava. Mas no seu silêncio revelava o seu amor, res-

peito e gratidão a Deus e a sua Igreja. Para falarmos de Deus,

nem sempre precisamos de usar palavras, Lenira falava pelo

seu viver. Com seu jeito silencioso, calado mas comprometido

com Deus.”

Sentiremos muita falta da Lenira. Desejamos ao Eliseu e a

Renata o consolo de Deus para enfrentarem os dias difíceis

que virão pela frente.

Faleceu dia 14 de fevereiro nossa

querida Jandira Siqueira. Descen-

dente de norte- americanos pelo

lado materno, era uma metodista

de tradição. Estudou como in-

terna no Colégio Piracicabano

durante longos anos. Seu namoro

com Lineu Siqueira teve início

nas salas de visitas do Colégio sob

o olhar vigilante das diretoras da

época. Lineu e Jandira foram proprietários de uma das mais com-

pletas lojas de ferragens de Piracicaba, a tradicional “Casa Siqueira”.

Foi sócia fi el da SMM, participando das reuniões mensais, sendo

secretária de atas em algumas gestões. Trabalhou com alegria na

Amas nos seus primeiros tempos. Últimamente, com a prolongada

doença de seu marido, freqüentava a Escola Dominical, reuniões

de oração e reuniões mensais bem menos do que gostaria. Bastante

abalada com a morte de seu marido, no ano passado, entristecida,

sempre chorava nos cultos ou quando conversava com amigas na

porta da Igreja. Era uma pessoa bonita, elegante, amável, sorridente

, discreta e muito leal. Com sua partida a SMM e a Igreja fi cam

com uma grande lacuna. Vamos sentir muita falta dessa amiga tão

querida.Aos seus familiares, nossa oração pedindo a Deus que os

console nesta hora tão difícil da separação.

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Senhor, que o mundo não te escape das mãos!Que a falta de fé não nos faça sentir que nos abandonaste! Amém.

BUSQUE O BROTO!

Uma amiga muito querida me presenteou uma planta, nova, de folhas muito bonitas. Gosto de plantas, e vê-las crescer e fl orescer me faz sentir cúmplice da natureza e de suas for-ças. Estava feliz.

Dia a dia observava minha planta e cuidava dela, regava e protegia do frio e do sol forte. Eu a mimava e lhe dizia, com carinho, como a tinha desejado.

Passaram-se semanas e não via minha planta crescer. Embora suas folhas estivessem fi rmes e brilhantes, e não houvesse indicativo de que algo errado ou perigoso acontecia , comecei a temer, pois o que não cresce morre. Minha planta não seria exceção.

Comentei com minha amiga os meus te-mores e ela, como percebeu a tristeza em meus olhos, me disse:

- Vamos ver a planta e por que você se preo-cupa tanto.

Ao ver o vaso, sorriu com um “Ahá”, se agachou e levantou a planta, colocou à altura de seus olhos. Com outro Ahá” a segurou em seu braço e com os dedos começou a esfregar o talo até onde chegava ao caule e fi cava co-berto de terra. No terceiro “Ahá”, impaciente por tanto mistério, cheguei mais perto para ver o que seus dedos faziam no talo e disse:

- Ahá o quê? O que você está vendo?

E ela, mostrando com a ponta da unha me disse triunfante:

- Veja, isto é um broto!

E ali estava, uma pequena protuberância verde, pálida e brilhante pressionando o talo, incipiente debaixo da terra que a abrigava. Silenciosa, lenta-mente, essa futura folha ou ramo estava crescendo como uma promessa de vida e beleza, para com-pletar a obra a que estava destinada.

- Ahá - disse de novo minha amiga, olhando-me com um sorriso burlesco e condescendente - Você tem que saber esperar o broto, tem que aprender a ver o broto.

Minha amiga nunca soube quanto suas palavras signifi caram para mim e para minha vida. Naquele momento nem eu sabia do al-cance de suas palavras, nem pensei que algum dia as recordaria.

E como as recordei!

Salwa Azzam - (extraído da Rede de Litur-gia Latino-Americana - tradução livre)

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