Gardner e a Inteligência Musical

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Gardner e a Inteligência Musical (Parte 1) Terça-feira, 25/8/2009 às 6:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias e Estilos ·Tagged aluno, aprender a aprender, competências, estilos de aprendizagem, inteligência, inteligências múltiplas, professor Vote neste Resumo de Gardner, H.: Inteligência Musical,pp 78-99, in Gardner, H.:Estruturas da Mente:A Teoria das Inteligências Múltiplas,Porto Alegre, Ed Artes Médicas Sul, 1994. Introdução O talento musical é um dos primeiros dons que surge no indivíduo. No entanto é incerta a razão desta precocidade. Sendo assim, o estudo da inteligência musical pode nos ajudar a entender o sabor especial da música e ao mesmo tempo esclarecer sua relação com outras formas do intelecto humano. A música qualifica-se como uma competência autônoma? Ao ver de Gardner, isso dependendo do grau em que esta respoinda positivamente aos critérios definididores de uma inteligência. Em busca destas respostas, iniciaremos então descrevendo neste post: % O “estado final” de uma inteligência musical,

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Gardner e a Inteligência Musical (Parte 1)Terça-feira, 25/8/2009 às 6:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

e Estilos ·Tagged aluno, aprender a aprender, competências, estilos de

aprendizagem, inteligência, inteligências múltiplas, professor

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Resumo de Gardner, H.: Inteligência Musical,pp 78-99, in Gardner,

H.:Estruturas da Mente:A Teoria das Inteligências Múltiplas,Porto

Alegre, Ed Artes Médicas Sul, 1994.

Introdução

O talento musical é um dos primeiros dons que surge no indivíduo. No

entanto é incerta a razão desta precocidade. Sendo assim, o estudo da

inteligência musical pode nos ajudar a entender o sabor especial da

música e ao mesmo tempo esclarecer sua relação com outras formas

do intelecto humano.

A música qualifica-se como uma competência autônoma? Ao ver de

Gardner, isso dependendo do grau em que esta respoinda

positivamente aos critérios definididores de uma inteligência.  Em

busca destas respostas, iniciaremos então descrevendo neste post:

% O “estado final”  de uma inteligência musical,

% algumas das suas capacidades centrais,

% aspectos de seu denvolvimento e treinamento,

Na próxima semana trateremos da(s):

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% organização cerebral que possibilita a conquista musical, e

finalmente,

% maneiras pelas quas a inteligência musical interagiu e pode interagir

com outras competências intelectuais humanas.

Composição

Senssions relata que um compositor pode ser prontamente

indentificado pelo fato de ter constantemente “sons na cabeça”. Ele

está sempre, em algum lugar perto da superfície de sua consciência,

ouvindo sons, ritmos e padões musicais maiores. Embora muitos

destes padrões valham pouco musicalmente e possam, de fato ser

totalmente abandonados, é o quinhão do compositor estar

constantemente monitorando e retrabalhando estes padrões.

De acordo com Roger Sessions, uma composição inicia-se no momento

em que idéias começam a cristalizar e assumir forma significativa.

Essa idéia capta a atenção do compositor e sua imaginação musical

começa a trabalhar sobre ela. Há um componente cognitivo presente.

…o que chamei de pensamento musical lógico é o consequente trabalhar de

um impulso musical sustentado, na busca de um resultado constantemente

implícito nele. Não é, em qualquer sentido, um cálculo sagaz do que

deveria… acontecer em seguida. A imaginação auditiva é simplesmente o

trabalho do ouvido do compositor, completamente confiável e seguro de sua

direção como ela deve ser, a serviço da concepção claramente delineada.

Entre os compositores, as formas de compor são muito variadas.

Porém eles frequentemente concordam entre si sobre o que não é

música. Por exemplo, Sessions indica que a linguagem não

desempenha qualquer papel no ato de compor e e nisto concorda com

Schopenhauer que diz:

“O compositor revela a essência mais íntima do mundo e profere a mais

profunda visão em linguagem que seu raciocínio não entende, assim como

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um hipnotizador(…)”.

Componentes da inteligência

Embora alguns especialistas difiram sobre a definição dos principais

elementos constituintes da música os mais centrais são o tom (ou

melodia) e o ritmo, isto é, sons emitidos em determinadas freqüências

auditivas e agrupados conforme o prescrito. A importância relativa

destes dois elementos varia  conforme a cultura. Por exemplo; em

sociedades orientais o tom é mais valorizado enquanto que na música

tradicional da Africa do Sul o ritmo toma a frente.

Em ordem de importância, depois destes dois elementos (tom e ritmo),

vem o timbre, que é uma característica individual de um som, devida à

combinação de seus harmônicos. Ele permite por exemplo distinguir

entre um fagote e um saxofone mesmo quando estão tocando a

mesma nota.

A audição é certamente um componente importante da música, mas

não essencial. Por exemplo, sua organização ritmica, permite que

indivíduos privados desta capacidade possam, pelo menos em parte,

desfrutar de alguns aspectos da experiência musical.

Aspecto adicional a ser considerado como central é o componente

afetivo. Este não é algo que a ciência positivista aceite com facilidade.

Neste sentido seria mais palatável considerar a música apenas em

suas variáveis físicas e objetivas. No entanto, qualquer pessoa que

esteja intimamente ligada à música pode perceber como este

componente está ligado à experiência musical. Nisto concordam

diferentes musicistas e compositores contemporâneos assim como

Sócrates, expoente da filosofia grega:

A música não pode expressar medo, que é certamente uma emoção

autêntica. Mas seu movimento, seus sons, acentos e padrões rítmicos podem

ser inquietos, agudamente agitados, violentos e até mesmo repletos de

suspense… Ela não pode expressar desespero, mas pode movimentar-se

lentamente numa direção predominantemente descendente; sua textura

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pode tomar-se pesada e, conforme é nosso hábito dizer, “escura” – ou ela

pode desaparecer totalmente.

O Desenvolvimento da Competência Musical

Foi na Europa que surgiu o interesse para se saber sobre o

desenvolvimento musical, inclusive sobre o crescimento desta

competência. Pouco foi o interêsse despertado por este tema no meio

acadêmico norte-americano.

Sabe-se que a competência musical precoce apresenta-se nos

indivíduos já quando estes são bebês. As crianças normais cantam e

balbuciam. Podem emitir sons individuais, produzir  padrões

ondulantes, imitar padrões prosódicos e sons cantados por outros com

precisão tal que afasta a mera produção aleatória de sons.

Na metade do segundo ano de vida há importante transição em suas

vidas musicais. Elas começam a compor. Inicialmente são músicas

espontâneas, que embora curtas e limitadas apresentam

características sonoras que permitem seu entendimento como

produção musical. Pouco depois começam a produzir pequenos trechos

de canções de músicas familiares ouvidas em seu entorno. Durante

aproximadamente um ano, permanece esta tensão entre o espontâneo

e o cultural; mas por volta do terceiro ou quarto ano de idade as

melodias do ambiente dominante prevalecem, levando ao

desaparecimento progressivo destas músicas espontâneas e

brincadeiras de sons exploratórios.

Muito mais que na linguagem, encontra-se diferenças individuais

notáveis em crianças novas quando elas aprendem a cantar. Muitas

conseguem emitir apenas as aproximações mais grosseiras de tons e

podem ainda apresentar dificuldade em produzir contornos melódicos

precisos aos 5 anos. Mas por volta da idade escolar em geral (na

cultura ocidental dominante) possuem um esquema de como uma

canção deveria ser, podendo reproduzi-las com alguma precisão. Há

pouco desenvolvimento musical após essa idade, e neste sentido a

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organização escolar deve ter um papel importante, já que os aspectos

musicais são sabidamente relegados a um segundo plano em relação

aos saberes lingüísticos e lógico-matemáticos.

Ao se olhar o desenvolvimento musical em todo o globo, pode-se

afirmar que este desenvolvimento depende da cultura. Podemos

exemplificar com os Amang da Nigéria, onde as mães introduzem seus

bebês à música e à dança logo que completam uma semana de idade.

Estes alegam que todos os indivíduos são musicamente proficientes. E

de acordo com os antropólogos jamais encontraram um membro “não-

musical” neste grupo.

O processamento

Jeanne Bamberger analisou  o desenvolvimento musical na perspectiva

piagetiana. Insistiu que o pensamento musical envolve suas próprias

regras e restrições. Por isto afirmou que este não pode ser assimilado

ao pensamento linguístico ou lógico-matemático. Ela demonstrou, por

exemplo, formas de conservação que existem no domínio da música,

mas que não são intercambiáveis com as formas clássicas da

conservação física.

Bamberger chamou atenção para duas maneiras contrastantes de

processar música; uma abordagem figurativa e outra formal. A

figurativa é fundamentada apenas no que é ouvido independente de

qualquer conhecimento teórico sobre música.  Já na abordagem

formal, o indivíduo pode conceituar sua experiência musical de uma

maneira organizada. Equipado de um conhecimento sobre a

música,como um sistema, ele entende o que está ocorrendo.

Qualquer indivíduo em nossa cultura que deseje adquirir competência

musical deveria dominar a análise e a representação musical formal. 

No entanto, esta mudança para o nível de “conhecimento sobre a

música” pode envolver um custo. Aspectos da música que são

naturalmente de acordo com o modo figurativo, podem ser

obscurecidos quando um indivíduo tenta determinar e classificar tudo

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segundo a análise formal.

Crise da “meia-idade”

O choque entre as formas de processamento musical pode levar 

jovens musicos à uma crise. De acordo com Bamberger,  é comum que

os  prodígios progridam significativamente  com base na apreensão

figurativa da música. Contudo, em um momento posterior, a

apreensão dos aspectos formais torna-se importante para sua

evolução. Particularmente para aqueles cujo desenvolvimento baseou-

se fortemente no entendimento intuitivo da música, esta situação pode

ser instabilizadora. Com isso, uma crise da “meia idade” ocorre

durante a adolescencia na vida destes prodígios, podendo mesmo

levá-los a abandonar a vida musical.

Pode-se postular um padrão para o crescimento de um jovem músico.

Até a idade de oito ou nove anos ela prossegue por puro talento e

energia. Aprende peças prontamente devido ao seu ouvido musical

sensível e memória  Por volta dos nove anos começa a praticar com

mais seriedade. Uma crise inicial começa quando ela percebe que

outros valores podem ser  prejudicados, tais como o desempenho

escolar e amizades.

A segunda e mais central crise é na adolescência, quando dois fatores

entram em jogo. Um deles é o choque entre as maneiras figurativas e

formais já descrito. O outro se prende a aspectos mais pessoais. Até

esta idade, a criança foi um recipiente mais ou menos acolhedor aos

desejos e ambições de pais e professores. Agora, o jovem talento

começa a ter visões de futuro. Questiona-se sobre seus objetivos da

vida, aí incluida a carreira musical. Pondera entre os sacrifícios

presentes e os eventuais benefícios futuros, traduzidos em uma

promessa de trajetória de sucesso nem sempre dependentes apenas

do seu talento musical. É em síntese quando começa a analisar

diferentes e alternativos  cursos de ação. É quando começa a tomar

suas próprias decisões.

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Você tem alguma dúvida ou pergunta?

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Leia também:

% Gardner e as Inteligências Múltiplas

% O que é Psicologia Diferencial?

% O que é inteligência? – O problema da definição

% Inteligência, Teorias e Reificação

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% Ciência Cognitiva e a Idéia das Inteligências Múltiplas

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Gardner e as Inteligências MúltiplasTerça-feira, 5/5/2009 às 7:06 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias e Estilos, aprender ·Tagged aluno, aprenda_a_aprender, aprender, aprender a aprender, aprendiz, apresentação, competências, desempenho escolar, dificuldades de aprendizagem, educação, estilos de aprendizagem, Estratégias de aprendizagem

O que é Psicologia Diferencial?Terça-feira, 12/5/2009 às 7:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

e Estilos, aprender, metacognição ·Tagged aluno, aprenda_a_aprender,

aprender, aprender a aprender, aprendiz, compreender, desempenho

escolar, dificuldades de aprendizagem, educação, estilos de aprendizagem,

Estratégias de aprendizagem, metacognição, power point, professor

Page 8: Gardner e a Inteligência Musical

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A psicologia diferencial investiga o papel das diferenças individuais tais como inteligência,

estilos cognitivos, e personalidade no comportamento humano ( Jonassem & Grabowisky:

Handbook of Individual Diffferences,Learning and Instruction, 1993)

Em nosso trabalho na Officina da Mente esta definição faz parte do dia

a dia, porque lidamos com pessoas que precisam tornar mais

eficientes os seus processos de aprendizagem. são alunos de escolas,

faculdades e cursos de concurso. Vemos que a maior parte delas não

consegue aprender com a eficiência necessária, principalmente porque

não sabe estudar. Frequentemente na escola os professores ensinam

conteúdos, mas dão muito pouca atenção ao modo de aprendê-los. E

coimo conseqüência, as pessoastentam aprender como podem e como

vêem os outros fazer. Em alguns casos, copiar os comportamentos de

sucesso dá certo, mas em outros não.

E é exatamente a psicologia diferencial que nos explica porque isto

nem sempre dá certo. Olhe à sua volta e observe as pessoas em suas

atividades diárias. Você perceberá como são diferentes entre si. Uns

altos, outros magros; uns comunicativos outros mais fechados. Os

gostos variam, a forma de vestir também. Mesmo quando faazem as

mesmas tarefas, cada um tem um jeito particular de completá-las. Uns

gostam de fazer logo tudo, e só param quando terminam

completamente a tarefa. Outros preferem completá-la aos poucos.

Por quê então com o estudo deveria ser diferente?

A Psicologia Diferencial estuda as diferenças individuais no processo

de aprendizagem. Isto é, as pessoas são diferentes entre sí em vários

aspectos inclusive na hora de aprender. Vamos à alguns exemplos:

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% João estuda muito pouco em casa, mas sempre tira notas boas. Se

você observar atentamente, talvez perceba que em sala de aula

ele presta MUITA atenção. Se perguntar com cuidado, talvez

descubra que depois da aula êle costuma repassar a aula

mentalmente.

% José quase nunca presta atenção em aula, mas também tira boas

notas. Observando-o atentamente, você talvez perceba que

embora a maior parte do tempo ele fique desatento há

momentos na aula em que para e faz pequenas anotações no

caderno para logo após voltar a conversar. Para usar uma

expressão popular – “Um olho no padre, outro na missa”. Se

perguntar com cuidado, talvez descubra que ao chegar em casa

êle se tranca no quarto por algumas horas e senta para estudar.

% Roberto não faz nada disto, mas como os outros tira boas notas. Está

sempre conversando, inclusve com os professores. Novamente

uma obsevação atenta, talvez revele que ele pergunta muito, e

suas em conversas pergunta muito. Nos intervalos das aulas,

parece que está apenas batendo papo com os professores ou

alguns amigos, mas se você escutar ele (pelo menos algumas

vêzes) está perguntando e discutindo assuntos de estudo.

Nestes casos, você pôde perceber três formas diferentes de aprender.

João é auditivo, aprende “de ouvido”; repete em sua mente o que ouvu

em aula. José é mais lógico, identifica os pontos relevantes da aula e

os anota. Em casa desenvolve-os individualmente. Roberto é mais

interpessoal, aprende no contato com as pessoas.

Este é o campo da Psicologia Diferencial. A metáfora geográfica nos

ajuda a perceber os seus objetivos. Psicólogos diferenciais desejam

“mapear” a mente humana, no que se refere aos processos cognitivos.

Este “mapa” permitiria descrever a “paisagem” cognitiva de uma

pessoa, discriminando-a de todas as outras.

A idéia é descrever o aprendizado humano em termos de traços,

habilidades e intensidade. Traço refere-se à uma característica

abragente do indivíduo. Algo que se expressa ao longo de várias

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atividades, mantendo-se relativamente constante. Já a habilidade é

mais específica. É algo que o indivíduo expressa na ação, é uma

maneira de fazer algo. A pessoa faz determinadas coisas com muita

facilidade e outras nem tanto. Neste sentido, a habilidade está

relacinanada ao traço. Isto é, na metáfora geográfica a habilidade

refere-se à maior ou menor facilidade com que um dado indivíduo

executa uma ação, esta modulada pelo traço. O traço, ao contrário

está igualmente presente em todas as atividades, em maior ou menor

intensidade conforme o grau de habilidade do indivíduo naquela ação

em particular . Finalmente, traços e habilidades se expressam com

diferentes intensidades em cada um.  Assim é que o conjunto de traços

e habilidade em suas difrentes intensidades, combinados de forma

específica torna os idndivíduos diferentes entre si.

Se você olhar o mapa acima, você verá uma representação

tridimensional desta idéia. Perceba que ele é formado por “picos” e

“vales”.  Um “pico” representa a presença de um dado traço e o “vale”

a sua ausência. Isto quer dizer que os traços são entendidos como uma

grandeza unipolar. Isto é,  ou você tem ou  você não tem, e entre estes

dois extremos podem haver vários valores intermediários do traço

(muito, pouco, mais ou menos, etc.).  A habilidade é maior ou menor

ao colocar em ação aquele traço. Finalmente a intensidade mostra o

quão “altos” ou “baixos” são os “picos” e “vales”, procurando

dimensionar a importância de um  traço específico em relação a todos

os outros presentes em um dado indivíduo.

Neste momento não dá para aprofundar mais o conceito de traço e

habilidade, o que faremos em posts futuros, demandaria mais espaço

que o cabível aqui. No entanto dá ilustrar.

Habilidade é o mais fácil . Você conhece pessoas que são muito hábeis

em algumas coisas. Um é bom pintor, outra conserta coisas com

facilidade, outro tem sempre uma piada, ou ainda é capaz de resolver

rápidamente problemas diversos. Hábil é quem faz bem algo. Mas note

que talvez o bom pintor seja uma negação para contar piadas, ou o

piadista jamais consiga consertar algo. Assim é que a habilidade é

Page 11: Gardner e a Inteligência Musical

específica. Você desenha bem, mas não consegue fritar um ôvo.

Traço tem mais a ver com o “jeitão” da pessoa. Um indivíduo é

agitado, outro alegre, alguns são muito educados, outros ainda

circunspectos. Note que a agitação, a alegria e outras características

do tipo não são específicas à um contexto particular. Elas se

expressam em todas as situações da vida da pessoa. É claro que o

ambiente modula um pouco estas características. O indivíduo agitado

pula e berra em um jogo de futebol, mas fica mais contido em um

velório. Mas note que embora mais “parado” , é ainda agitado se

comparado com outros no mesmo velório que não tem aquela

característica.

Uma observção: estes dois  últimos parágrafos visaram apenas ilustrar

os conceitos de habilidade e traço. Do ponto de vista da Psicologia

Diferencial, agitação e alegria não são exemplos de traço, assim como

a capacidade pintar não é uma habilidade. Aqui fora apresentadados

com o único objetivo de facilitar a sua compreensão. Como já  disse,

isto é tema para outros posts.

Até lá!

O que é inteligência? – O problema da definição.Terça-feira, 19/5/2009 às 11:15 pm · Arquivada em Aprendizagem:

estratégias e Estilos ·Tagged aluno, aprenda_a_aprender, aprender, aprender

a aprender, aprendiz, competências, compreender, desempenho escolar,

educação, metacognição

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Page 12: Gardner e a Inteligência Musical

Inteligência é um daqueles termos que todo mundo sabe o que é, mas

que engasga na hora em que é solicitado a defini-los. Uma resposta

padrão ´a qeu toma a seguinte forma: “-  Inteligência é quando…..”.

Segue-se daí um conjuto variado de situações ou eventos onde uma

dada pessoa se comportou de forma inteligente. O problema disto é

que não se está produzindo uma definição, não se diz o que é. O que

se faz é produzir exemplos, ou seja expressões objetivas daquilo sobre

o qual não se definiu.

O problema da circularidade:

Mas notem que isto não é um problema apenas do leigo.

Pesquisadores, mesmo que de forma mais sofisticada, seguem padrão

semelhante. Listam um conjunto de critérios para determinar a

existência da inteligência e a partir daí, a definem como o

compartamento que se incleu nestes critérios. Por exemplo:

% Poderia dizer que inteligente é o indivíduo que é capaz de entender

com facilidade textos difíceis. Este é o meu critério de

comportamento inteligente.

% Sendo assim defino inteligência como a capacidade de compreensão

de textos escritos.

% E portanto a minha definição é circular, ou seja, inteligência é a

capacidade de apresentar um comportamento inteligente.

Fiz acima uma simplificação grosseira do que existe, mas isto dá um

idéia da dificuldade que é responder à pergunta do título. Ao final das

contas a definição de inteligência varia conforme a pessoa que fala.

Por exemplo vejamos o que nos diz a Encyclopaedia Britannica do

Brasil :

“ …conjunto de aptidões em função das quais os indivíduos aprendem mais

rapidamente novas informações e se revelam mais eficientes no manejo e

aproveitamento adequado de conhecimentos já armazenados por meio de

aprendizados anteriores.”

É, dentro de certos limites. uma definição fácil de se aceitar. E isto, em

Page 13: Gardner e a Inteligência Musical

parte porque ecoa o senso comum. Aprender rápidamente e manejar

com eficiência o conhecimento aprendido é sinal de inteligência. Mas

se olharmos com cuidado esta definição, poderemos perceber que ela

oculta mais do que revela.

Assim é que “aprender com facilidade e ser eficiente no manejo do

conhecimento”  não é uma definição, mas um comportamento. Isto

não nos diz o que é a inteligência, e sim o que faz alguém que a

possui.

E portanto o que nos resta, é a outra parte da definição – “…conjunto

de aptidões em função das quais…” . Ou seja, o que a enciclopédia nos

diz é a inteligência é um conjunto de aptidões em funçao do qual

podemos apresentar um comportamento inteligente. Ficou clara a

circularidade desta definição?

E ainda mais; o que é aptidão? o dicionário Houaiss nos responde:

qualidade, atributo do que é apto1 disposição inata ou adquirida (para

determinada coisa)2 série de requisitos necessários ao exercício de

determinada atividade, função etc.

E portanto com esta definição posso reescrever a definição acima

como: “Inteligência é o que me permite agir de forma

inteligente.”

Bem, você poderia argumentar que estamos trabalhando com uma

definição simplificada, mas que conceitos oriundos de pesquisadores

poderiam ser mais esclarecedores.

O problema dos pressupostos:

Vamos então apresentar algumas definições mais “eruditas”, ou mais

“científicas”.

Spearman (1863-1945)“capacidade de fazer deduções a partir de

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relações e correlações”

Há aqui, um avanço. Não se nota circularidade, descreve-se o que é

“capacidade de deduzir”. Outro aspecto positivo é que com esta

definição é possível identificar e/ou medir a inteligência. basta que se

criem testes onde o indivíduo seja solicitado á fazer deduções.

Hoje em dia mesmo, “raciocínio lógico” virou disciplina, já que em

concursos públicos há nas provas, pelo menos algumas questões que

que testaqm esta capacidade. Ora, se aceitamos esta definição, então

deduz-se que inteligência é “raciocínio lógico” e se este pode ser

ensinado então podemos ensinar as pessoas a serem inteligentes.

Afirmamos portanto (também por dedução) que a inteligência não é

imutável. por isto mesmo as pessoas “burras” podem se tornar

inteligentes. E isto é bom para todos os que podem se beneficiar disto.

Puderam perceber o “raciocínio lógico” no parágrafo acima? É muito

bom ser capz de fazê-lo, já que a lógica pode frequentemente, revelar

verdades às vezes ocultas nas coisas e pessoas.

O problema aqui é que sendo a dedução uma operação lógica, implica-

se que a inteligência é uma função lógica apenas. Ou seja o

pressuposto de que o que tem valor para a inteligência é a lógica e

apenas ela. Não se pode classificar com inteligente um grande músico

ou  mesmo um líder carismático já que virtusismo musical ou carisma

não podem ser considerados como capacidades lógicas.

Wechsler (1896-1981)“…capacidade global do indivíduo para atuar

de acordo com as finalidades previstas, para pensar racionalmente e

atuar de maneira eficaz em relação a seu ambiente…”

Aqui notamos um avanço, ao ultrapassar a restrição à lógica como

definidora de inteligência. Sim, falamos em “pensar racionalmente” o

que nos dirige para a lógica. Mas falamos também de uma ação

dirigida a objetivos e eficaz em relação ao meio. A ampliação do

Page 15: Gardner e a Inteligência Musical

conceito de inteligência é o grande avanço. Inteligência é mais do que

apenas bom uso da lógica. É ação inteligente.

Êpa! Olha a circularidade aí de novo. E neste aspecto o problema se

refere à definição de inteligência como “capacidade global”. voltamos

á questão do “conjunto de aptidões” da primeira definição da

enciclopédia.

Mas a noção de interação surge como uma chave para sair desta

dificuldade e nos leva ao próximo pesquisador.

Piaget (1896-1980)“…qualidade que se expressa pela maneira como

o indivíduo se adapta ao meio…”

De formação biológica, Piaget fundamenta em Darwin sua noção de

inteligência. o pressuposto aqui é que todos os seres vivos, os homens

em particular, querem sobreviver. Ora, sendo isto verdade, então

aquele que melhor se adapta ao meiosobrevive melhor sobrevive.

Sobreviver mais e melhor é atingir sua finalidade com mais eficiência.

Logo os mais eficientes em sobreviver são os mais inteligentes. Ou

seja, a”maneira de se adaptar ao meio” é a sua definição de

inteligência.

Por isto é que Piaget fala de uma “inteligência em ação” ou “agir

inteligente” ao enfatizar que a inteligência não é uma capacidade

abstrata de pensar ou raciocinar, mas de agir concretamente em um

meio real. É claro que o uso da razão esta aí incluido, mas não se

restringe a ela. Implica em colocá-la em ação, mais que isto, ela se

expressa na ação.

O problema aqui é que a ênfase recai novamente no comportamento e

de novo falamos de inteligência como a capacidade de se comportar

inteligentemente. Mas este não foi o interêsse principal de Piaget. Sua

preocupação desenvolvimentista, isto é, buscar entender como o ser

humano ao crescer, cria regras de relacionamento com o o

conhecimento, dai o nome de sua teoria: “Epistemologia Genética”.

Neste sentido então Piaget não foi um estudioso da inteligência, mas

Page 16: Gardner e a Inteligência Musical

do aprendizado humano.

Gardner (1999)“ Potencial biopsicológico para processar informações

que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas

ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura.”

Gardner em sua definição de inteligência parte de outros pressupostos.

Um deles é o de que uma definição de inteligência deve ser

abrangente e integradora, levando em conta aspectos biológicos,

psicológicos e culturais.

Por isto Gardner em sua definição de inteligência:

% diz o que ela é => Potencial biopsicológico

% apresenta seu objeto => processar informações

% dá o contexto onde aflora => cenário cultural

% apresenta sua finalidade => solucionar problemas ou criar produtos

% e impõe limites => que sejam valorizados numa cultura

O problema das diferentes dimensões.

Como vimos nos exemplos acima, cada autor “olha” para a inteligência

de um ponto de vista particular. Isto é resultado das diferentes

dimensões sob as quais a diferença é estudada.

Uma delas é a quem perguntamos. Isto é, as noções de inteligência

variam de uma cultura a outra. Algumas valorizam o desempenho

acadêmico e outras as habilidades sociais. Por isto as definições

podem ou enfatizar a lógica e o raciocínio como no primeiro caso

enquanto ou então a diplomacia e a capacidade de escutar no

segundo.

Outra dimensão é a dos métodos. Psicometristas tendem a definir

inteligência baseados análises estatísticas de variáveis passiveis de

mensuração em testes. Antropólogos não costumam testar pessoas,

observam-nas em seus ambientes reais, etentam compreender as

visões dos grupos que estudam. Por isto suas definições de inteligência

tendem a centrar-se nas definições que afloram destes grupos e na

Page 17: Gardner e a Inteligência Musical

competência com que seus membros realizam atividades valorizadas

por aquela cultura em particular.

Outra ainda é a do nível de análise. Por exemplo, neurocientistas

estudam o cérebro, psicólogos clínicos o indivíduo e antropólogos e

sociólogos preocupam-se com o coletivo. Ao debruçar-se sobre o

mesmo tema, trarão subsídios diferentes.

Finalmente os valores e crenças moldam também as definições de

inteligência. Por exemplo, muitos brasileiros acham que a inteligência

é uma caracteristica inata e imutável, daí o conceito de “inteligente” e

“burro”. Por outro lado, algumas culturas orientais tendem a

responsabilizar o trabalho duro como responsável pelo desempenho

intelectual de seus estudantes. Por isto as palavras “dedicado” e

“preguiçoso” tem um significado muito específico nestas comunidades.

..   .

Vimos então como é difícil chegar à uma definição única do que seja

inteligência. Mais que isto, talvez você tenha percebido que apesar de

todos os problemas apontados, nenhuma definição é “errada”. Você

pode apontar uma inconsistência aqui ou alí, esta ou aquela

incompletude, mas todas se referem corretamente a pelo menos a

algum aspecto da inteligência.

Bem, se todas estão “certas” poderíamos pensar que não faria diferença qual definição escolhemos aceitar. Só que não é bem assim. Definições são de certa forma “ferramentas” de trabalho. Uma dada definição nos permite fazer coisas que outra não permite, isto é, umas são mais úteis do que outras. Utilidade não é o único critério de escolha, mas o que queremos fazer é algo que devemos levar em conta ao aceitar uma definição específica.

Inteligência, Teorias e ReificaçãoTerça-feira, 26/5/2009 às 6:29 pm · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

e Estilos ·Tagged aluno, aprenda_a_aprender, aprender, aprender a aprender,

Page 18: Gardner e a Inteligência Musical

aprendiz, competências, desempenho escolar, educação, metacognição,

professor

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Na semana passada ( O que é inteligência? – O problema da

definição. ) vimos com é difícil definir clara e precisamente o que é

inteligência. Vimos também como as definições variam conforme o

pesquisador, seus métodos,e a cultura onde vive. Por isto é comum

considerar que as definições só fazem sentido dentro do que

chamamos de “Teorias sobre a inteligência”.

Assim, antes de aceitarmos uma dada definição, cabe analisar a teoria

da qual esta definição é derivada. Por isto dedicaremos o post de hoje

à apresentar dois conceitos: Teoria e Reificação.

Mas antes de começar, um aviso. O que vou explicar é uma

simplificação dos conceitos e serve apenas para introduzir uma Teoria

sobre a inteligência. Por isto o está abaixo é sintético e em alguns

momentos pouco preciso, mas é bastante adequado para os fins desta

apresentação.

O que é uma teoria?

Vejamos a definição de Goldenberg (1988):

É um conjunto de princípios e definições que servem para dar organização

lógica a aspectos selecionados da realidade empírica…

Page 19: Gardner e a Inteligência Musical

Comecemos pelo final; a definição nos fala de “aspectos selecionados

da realidade empírica…”. Ou seja; fatos. Um fato é aquilo que é

observável e mensurável. É objetivo no sentido de que é externo ao

pesquisador. Preocupamo-nos sim com fatos, mas não com qualquer

um. Dentre todos os possíveis, só selecionamos aqueles que por esta

ou aquela razão são mais úteis para nós.

Mas qual a utilidade?

Por exemplo, podermos compreender e/ou se beneficiar de alguma

situação ou coisa. Assim uma “teoria sobre a chuva” buscaria na

natureza aspectos que nos ajudassem a compreender a dinâmica do

clima de modo a leva-lo em conta em nossas atividades diárias.

Mas occorre que os fatos são muitos e variados. Não ocorrem segundo

o desejo do pesquisador, mas de acordo com a sua natureza

específica. Do jeito que acontecem naturalmente eles são initeligíveis.

É necessário portanto um esforço  de nossa parte para poder

compreendê-los. Por isto é que a definição aponta para a necessidade

de “dar organização lógica…”. E isto significa que os diferentes fatos

são unidos entre si por meio de ligaçoes e relações lógicas. Cabe

enfatizar aqui que começamos então a sair do mundo concreto dos

fatos para um nível mais abstrato – o das relações lógicas entre fatos.

Mas como se fazem estas ligações?

Por meio do “…conjunto de princípios e definições…”, ou seja,

proposições abstratas que permitem ligar um fato a outro. Notem

portanto que este “…conjunto de princípios e definições…” é algo que

é construido. Isto é; alguém, em algum momento, pensou e produziu

a teoria. Chamo a atenção para isto, porque quero enfatizar o caráter

de construção da teoria. Mais que isto, quero discriminar o que é um

teoria do que é um fato.  Como vimos, o fato é objetivo. Já a teoria é

subjetiva. muito mais que os fatos, a teoria depende do raciocínio,

vivência e estudo do pesquisador. Claro que ela faz uso de fatos, mas

estes são apenas uma parte do todo.

Page 20: Gardner e a Inteligência Musical

Assim sendo posso agora falar das teorias como construções abstratas,

feitas por seres humanos, que buscam uma interação com o meio mais

adequada. Por isto, é prudente encararmos as teorias como o que são-

ferramentas muito importantes para a nossa sobrevivência. Elas não

são uma descrição do que é, mas sim um modelo do que poderia

ser.

Sabendo disto podemos agora passar para o segundo tópico de hoje –

a Reificação – erro que cometemos quando esquecemos que teorias

são modelos e não a realidade em si.

O que é a Reificação?

Uma excelente definição é a de Fredric Litto (2002):

O erro de tratar um conceito abstrato (por exemplo, “Liberdade”, “Justiça” ou

“Progresso”) como um ente real e concreto, como uma “coisa”.

Assim por exemplo: “O Brasil se tornará uma grande potência porque

esse é o seu destino. O país caminha prometido ao sucesso”.

Aqui “ o locutor está designando algo chamado “destino” como a

causa de algum acontecimento. Mas, tudo o que sucede a nós ou ao

país é obra do destino? Se isso é verdade, então “destino” parece ser

um conceito determinista que se aproveita de um sofisma a partir do

conceito de potência. Que ente misterioso vem a ser o destino, que

seria capaz de grandes e significantes eventos? A Segunda enunciação

mostra também a falácia de circularidade, isto é, de argüir “em

círculo”, tautologicamente, sem provas para substanciar as

afirmações.”

E o que isto tudo tem a ver com inteligência, o tema deste post?

Bem já mostramos que as teorias são modelos. Assim “teorias sobre a

inteligência” são modelos sobre a inteligência e não descrições da

inteligência. E isto nos leva ao terceiro e último tópico de hoje.

Page 21: Gardner e a Inteligência Musical

A Reificação e a Teoria das Inteligências Múltiplas

Howard Gardner, pesquisador em Harvard, publicou em 1983. o livro

“Estruturas da Mente – Teoria das Inteligências Múltiplas

onde defendia a existência de sete tipos de inteligência, ao contrário

do que advogavam vários pesquisadores da época. De lá para cá mais

duas inteligências forma propostas, e o pesquisador tem também

trabalhado em outras vertentes no estudo da mente.

No entanto o trecho que cito abaixo é particularmente atual. Ainda

mais quando é criticado quanto ao caráter “positivista” de sua teoria. É

também importante, do ponto de vista deste blog, porque em posts

futuros apresentaremos alguns aspectos de sua teoria. Assim:

“Um ponto final crucial antes de voltar-me para as inteligências em si. Há uma tentação humana universal de dar crédito a uma palavra à qual nos tornamos apegados, talvez porque nos ajudou a entender melhor uma situação. Conforme observei no início deste livro, inteligência é uma destas palavras; nós a usamos com tanta freqüência que viemos a acreditar em sua existência como uma entidade mensurável e tangível genuína ao invés de como uma maneira conveniente para rotular alguns fenômenos que podem (mas é bem possível que possam não) existir.Este risco de reificação é grave num trabalho de exposição, especialmente em um trabalho que tenta apresentar conceitos científicos novos. Eu e leitores simpatizantes tenderemos a pensar — e a cair no hábito de dizer — que aqui observamos a “inteligência lingüística”, a “inteligência pessoal” ou “a inteligência espacial” em funcionamento, e isto é tudo. Mas não é. Estas inteligências são ficções — no máximo, ficções úteis — para discutir processos e capacidades que (como tudo na vida) são contínuos; a natureza não tolera qualquer descontinuidade aguda do tipo aqui proposto. Nossas inteligências estão sendo separadamente definidas e descritas estritamente para esclarecer questões científicas e fazer frente a problemas práticos prementes. E permissível incidir no pecado da reificação, contanto que permaneçamos conscientes de que isto é o que estamos fazendo. Então, quando voltamos nossa atenção para as inteligências específicas, devo repetir que elas existem não como entidades fisicamente verificáveis, mas apenas como construtos científicos potencialmente úteis.”

Page 22: Gardner e a Inteligência Musical

Introdução à Idéia das Inteligências MúltiplasTerça-feira, 9/6/2009 às 7:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias e

Estilos ·Tagged aluno, aprenda_a_aprender, aprender, aprender a aprender,

aprendiz, competências, compreender, desempenho escolar, dificuldades de

aprendizagem, educação, estilos de aprendizagem, Estratégias de

aprendizagem, professor

1 Votos

Iniciamos em maio um série de posts sobre inteligência. Começamos

com uma apresentação de slides mais geral e desde então estamos

aprofundando cada tópico. Abaixo você encontra “links” para toda a

série. Hoje vamos discutir a própria idéia de inteligências múltiplas.

Segundo Gardner, inteligências humanas são diversas competências

intelectuais humanas relativamente autônomas que podem ser

modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras

adaptativas por indivíduos e culturas. No entanto afirma que a noção

das inteligências humanas dificilmente é um fato científico

comprovado. Para ele é no máximo uma idéia que recentemente

readquiriu o direito de ser discutida seriamente, portanto é inevitável

que abrigue muitas falhas.

Fontes

Esforços anteriores para determinar/descrever as inteligências

fracassaram porque fundamentaram-se em apenas em uma ou duas

Page 23: Gardner e a Inteligência Musical

linhas de evidência com base nos resultados de testes de QI ou

estudos do cérebro. Sua idéia é a de ampliar o conjunto de

perspectivas sob as quais fundamentar uma teoria sobre a(s)

inteligência(s). Assim, se existe uma inteligência e elas não múltiplas

então as evidências oriundas de variados domínios deveriam

corroborar esta idéia. Assim sendo:

% Prodígios e indivíduos talentosos: Nestes indivíduos a

inteligência deve se expressar de forma clara e individualizada .

% Pacientes com danos cerebrais: De maneira análoga, lesão a

áreas específicas deveriam inibir determinados tipos de

inteligência sem afetar outros.

% “Idiots Savants”: De forma semelhante ao dano cerebral, há

indivíduos que apresentam habilidades excepcionalis em

algumas áreas, enquanto que em todas as outras são muito

deficientes. Daí o nome “sábios idiotas”.

% Crianças e adultos normais: Os mesmos achados (com a

modulação necessária) deveriam ser observados em casos

normais. Desta forma seria possível demonstrar que a

observação de diferentes tipos de inteligência não se deve

apenas a eventos patológicos ou excepcionais diversos.

% Indivíduos de diversas culturas: Independente da definição de

inteligência, indivíduos inteligentes são valorizados pela

sociedade. Este reconhecimento social permite que tais

potenciais biológicos tenham maior probabilidade de se

expressar. Daí a importância da valorização doe um componente

social no conceito de inteligência. Mais que isto, como a

sociedade se organiza de  forma variada no mundo, estas

diferentes culturas ao valorizar talentos  diversos poderão trazer

evidências em apoio à teoria das inteligências múltiplas.

% Especialistas em diversas linhas de pesquisa: Finalmente, e

dentro do diálogo possível, uma teoria das inteligências múltiplas

deveria ser compatível com o maior número possível de

diferentes especialidades acadêmicas.

Page 24: Gardner e a Inteligência Musical

Objetivos

Enfim, Gardner entende que esforços no desenvolvimento desta teoria

deveriam ser dirigidos aos seguintes objetivos:

% Expandir campos de ação da psicologia cognitiva e

desenvolvimento.

% Examinar as implicações educacionais de uma teoria de

inteligências múltiplas.Desenvolver um modelo de como competências intelectuais podem ser fomentadasem cenários culturais.

Ciência Cognitiva e a Idéia das Inteligências MúltiplasTerça-feira, 16/6/2009 às 7:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

e Estilos ·Tagged aluno, aprenda_a_aprender, aprender, aprender a aprender,

aprendiz, competências, compreender, desempenho escolar, dificuldades de

aprendizagem, educação, estilos de aprendizagem, Estratégias de

aprendizagem, inteligências múltiplas, professor

2 Votos

Ciência cognitiva

Ciência cognitiva é um tipo de ciência que emprega os métodos

delineados por psicólogos experimentais ao longo do último século

para investigar tarefas do tipo que Piaget e outros teóricos cognitivos

Page 25: Gardner e a Inteligência Musical

empregaram.

O Psicólogo da ciência cognitiva tenta descrever nos mais refinados

detalhes todas as etapas que o desempenho de um indivíduo possa ser

simulado num computador envolvendo uma análise detalhada da

própria tarefa, bem como uma análise minuciosa dos pensamentos e

do comportamento do sujeito.

A teoria da inteligência da ciência cognitiva é um avanço sobre as

linhas de estudo mais antigas, sendo muito mais dinâmica no decorrer

da resolução de problemas: possui um mecanismo de acesso,

operações de transformação e gravação, tendo a sugestiva noção de

funções executivas ou outros mecanismos de controle de ordem mais

elevada com missão de determinar o que é feito, em que ordem e por

qual mecanismo.

Em oposição ao paradigma piagetiano, a ciência cognitiva carece de

uma teoria articulada dentro da qual diferentes formas de cognição

podem ser convincentemente relacionadas (ou distinguidas) umas das

outras.

Como as teorias mais antigas, a ciência cognitiva é estudada de forma

não biológica, fazendo pouco contato com o que é conhecido sobre o

funcionamento do sistema nervoso, tendo assim pouco interesse na

criatividade aberta, que é crucial nos níveis mais elevados da

conquista intelectual humana.

Sistemas simbólicos

Durante o século XX, filósofos demonstraram interesse nas

capacidades simbólicas humanas. Segundo Ernst Cassirer, Susanne

Langer e Alfred North Whitehead,a competência do ser humano para o

uso de diversos veículos simbólicos para a expressão e comunicação

de significados distingue nitidamente os seres humanos dos outros

organismos. Os símbolos foram a chave da evolução da natureza

humana.

Page 26: Gardner e a Inteligência Musical

Em comum com a psicologia piagetiana a  ciência cognitiva aceita

como prova de inteligência determinados tipos de habilidade. Por

exemplo a competência do tipo lógico-matemático. Assim resolver

teoremas lógicos, efetuar demontrações geométricas e jogar uma

partida de xadrez, são comportamentos inteligentes que podem muito

bem ter sido tomados por empréstimo diretamente do arquivo

Piagetiano das tarefas intelectuais fundamentais.

David Feldmam,David Olson, Gavriel Salomon e H. Gardner também

adotam sistemas humanos de símbolos como foco principal de

atenção. Em sintonia com Piaget, usam os seus métodos e esquemas

gerais. No entanto não se restringem aos símbolos linguisticos, lógicos

e numéricos da teoria piagetista clássica. Dirigem-se ainda a uma

gama completa de sistemas de símbolos adicionando  sistemas de

símbolos musicais, corporais, e pessoais.

A tentativa de reconciliar a abordagem pluralística da cognição com a

unilinear de Piaget foi abordada por D. Feldman. Este relata que as

conquistas cognitivas podem ocorrer numa gama de domínios.

Determinados domínios são universais, tal como o lógico-matemático,

e outros são restritos a determinadas culturas. No extremo oposto dos

domínios universais estão os domínios singulares, áreas de habilidade

nos quais inicialmente apenas um ou um pequeno grupo de indivíduos

progride.

O prodígio, para Feldman, é aquele que passa por um ou mais

domínios com muita rapidez, tornando-se qualitativamente diferente

de outros indivíduos. Sua existência se deveria a alguns fatores: pais e

familiares, excelentes professores, motivação elevada. Neste sentido,

é contrário ao indivíduo Piagetiano que cujo avanço se dá por conta

própria.

Diferentes pesquisadores que trabalham com sistemas simbólicos

apresentam focos específicos. G. Salomon focaliza os meios de

comunicação; D. Olson focaliza o papel dos sistemas simbólicos na

alfabetização; Gardner e seus colegas buscam afirmar que cada

Page 27: Gardner e a Inteligência Musical

sistema de símbolos seria melhor descrito como possuindo sua própria

trajetória desenvolvimental.

Gardner levantou informações de uma gama de fontes (idiots savants e prodígios) para a descrição ideal de cada domínio da cognição e simbolização.Em sua visão as informações mais valiosas tendem a vir de um profundo conhecimento do sistema nervoso.

Os oito critérios de uma Inteligência para Howard Gardner (Parte 1)Terça-feira, 23/6/2009 às 7:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

e Estilos, learning ·Tagged aluno, inteligência, inteligências múltiplas,

professor

1 Votos

Já vimos em posts anteriores que é muito complicado definir uma

inteligência. E como escrevemos antes “Definições são de certa forma

“ferramentas” de trabalho. Uma dada definição nos permite fazer

coisas que outra não permite, isto é, umas são mais úteis do que

outras.” Gardner nos propõe a idéia de inteligências múltiplas.

Do ponto de vista acadêmico, não foi o único. Em outro post afirmamos

que a teoria de inteligências múltiplas compartilha algumas idéias

comuns com outras teorias de diferenças individuais como as de

Cronbach & Snow, Guilford, e Sternberg. Gardner (1994) e também

Marks-Tarlow investigam as implicações da estrutura teórica em

relação à criatividade.

Mas de uma forma ou de outra, foi a teoria de Gardner que obteve

Page 28: Gardner e a Inteligência Musical

maior aceitação da comunidade, principalmente entre os educadores.

Em minha opinião porque além de bem fundamentada, ela é de

simples compreensão e tem conseqüências práticas importantes.

O que é necessário para caracterizar uma inteligência?

A intenção de Gardner foi a de descobrir inteligências que satifizessem

certos critérios bio-psicológicos incluindo também aspectos culturais.

Para ser aceita como inteligência, uma determinada característica

humana deveria passar por dois estágios.

O primeiro é o de satisfazer o pré-requisito para inteligência. Para êle

toda inteligência deve possuir:

% O potencial de identificar problemas relevantes e,

% um conjunto de habilidades que permitam resolver estes problemas

Para Gardner isto é crítico pois “a habilidade de identificar e resolver

problemas é a base para a aquisição de conhecimento”. Esta primeira

etapa foi incluida em sua teoria para assegurar-se que suas

inteligências identificadas seriam genuinamente importantes e úteis

em cenários culturais específicos.

Em seguida a “inteligência candidata” dever satifazer os critérios de

inteligência. São oito no total. No entanto Gardner ressalta que a

aceitação ou rejeição de uma “inteligência candidata” não se deve

basear em uma avaliação pura e simples da presença ou ausência dos

oito critérios. Nem toda inteligência satisfará todos os oito critérios.

Em sua palavras “a aceitação ou rejeição de uma inteligência

candidata se parece mais com um julgamento artístico que com uma

avaliação científica.” . Os oito critérios são:

Isolamento potencial por dano cerebralExistência de idiots savants, prodígios e outros indivíduos excepcionaisOperação central ou conjunto de operações identificáveisHistória e Plausibilidade EvolutivaHistória do desenvolvimento característica aliada a um conjunto definível de desempenhos “ acabados”

Page 29: Gardner e a Inteligência Musical

Suscetibilidade à codificação em um sistema simbólicoApoio de tarefas psicológicas experimentaisApoio de achados psicométricos

% Isolamento potencial por dano cerebral

% Existência de idiots savants, prodígios e outros indivíduos

excepcionais

% Operação central ou conjunto de operações identificáveis

% História e Plausibilidade Evolutiva

% História do desenvolvimento característica aliada a um conjunto

definível de desempenhos “ acabados”

% Suscetibilidade à codificação em um sistema simbólico

% Apoio de tarefas psicológicas experimentais

% Apoio de achados psicométricos

Referências

% Gardner’s Multiple Intelligences:

http://wilderdom.com/personality/L2-

4GardenerMultipleIntelligences.html#Signs acessado em

20/06/2009T. Steuart Watson, & Christopher H. Skinner (Orgs.). (2004). Gardner´s Theory of Multiple Inteliligences. In  Encyclopedia of School Psychology (1° ed., pp. 136-7). Birkhäuser. Recuperado Junho 20, 2009, de http://books.google.com.br/books?id=cc5XiMm8qzgC&pg=PA136&lpg=PA136&dq=gardner+%2B+intelligence+signs&source=bl&ots=MlkH6oBoCk&sig=G91bDOQZZ2gi5gYvBW7xDasNj84&hl=pt-BR&ei=KQc9St72BpOqtgfj5IkZ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3.

Os oito critérios de uma Inteligência para Howard Gardner (Parte 2)Terça-feira, 30/6/2009 às 11:49 am · Arquivada em Aprendizagem:

estratégias e Estilos, Razão, learning ·Tagged aluno, inteligência,

inteligências múltiplas, professor

Page 30: Gardner e a Inteligência Musical

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Na semana passada  definimos os pré-requisitos e os oito critérios para

caracterizar uma inteligência segundo Gardner. Hoje vamos descrever

estes critérios em maior detalhe.

Isolamento potencial por dano cerebral

Gardner afirma que as pessoas têm inteligências múltiplas porque elas

tem nódulos neurais múltiplos, cada qual com seu modo de operar

específico e sistemas de memória próprios. Se isto é verdade, então

um dano cerebral específico poderia anular uma dada inteligência sem

afetar significantemente as outras. E isto parece ser verdadeiro, já que

existe aphasia sem amusia. Isto é; músicos com danos cerebrais que

dificultam a fala podem manter intacta sua capacidade de tocar

(Hodges, 1996; Sergent, 1993). Isto nos dá conta que as inteligências

existem em (ou fazem uso de) regiões específicas do cérebro.

Existência de idiots savants, prodígios e outros indivíduos excepcionais

De outra forma, estes casos nos mostram também a autonomia das

inteligências. Aqui podemos observar uma dada inteligência em sua

forma “pura” e hiper desenvolvida, sem que o mesmo aconteça com

as outras. Se no caso anterior, a inteligência era isoladamente lesada,

aqui ela se apresenta em alto nível. Por exemplo, Mozart podia

escrever música antes mesmo que tivesse aprendido a escrever. As

inteligências podem mesmo existir em isolamento. Por exemplo como

se dá em alguns autistas e de forma muito florida nos “idiots savants”

(sábios idiotas); pessoas com deficiência mental grave que apesar

disto mostram desempenho excepcional em áreas específicas como

desenho, música, memorização, cálculo e etc.

Page 31: Gardner e a Inteligência Musical

Operação central ou conjunto de operações identificáveis

Demonstrado que a inteligência se apresenta no cérebro de forma

autônoma, falta apresentar sua característica de funcionamento que

lhe é específica, discriminando-a de outros tipos de inteligência. Esta

operação central seria “um mecanismo neural ou sistema

computacional genéticamente programado para ser ativado ou

“disparado” por determinados tipos de informação interna ou

externamente apresentados” (Gardner, 1994). São exemplos de

operações centrais nas diferentes inteligências:

% Lingüistica: Sensibilidade para a língua falada e escrita. Habilidade

para aprender línguas. Capacidade de usar a linguagem para

atingir certos objetivos.

% Lógico Matemática: Capacidade de analisar problemas com lógica,

realizar operações matemáticas e investigar questões

científicamente.

% Visual-Espacial: Potencial de reconhecer e manipular padrões do

espaço.

% Musical: Habilidade na atuação, composição e apreciação de

padrões musicais.

% Corpóreo-Cinestésica: Potencial para usar o corpo para resolver

problemas ou fabricar produtos.

% Interpessoal: Capacidade de entender as intenções, motivações e

desejos do próximo. Também de trabalhar eficientemente com

terceiros.

% Intrapessoal: Capacidade de se conhecer – desejos, medos e

capacidades – e de usar estas informações com eficiência para

regular a própria vida

História do desenvolvimento característica aliada a um conjunto definível de desempenhos “ acabados”

Mais que isto, em defesa de uma dada inteligência , deve ser possível

Page 32: Gardner e a Inteligência Musical

traçar sua história evolutiva durante o desenvolvimento humano. Isto

é, demonstrar que do nascimento á maturidade, uma dada habilidade

não só esteve presente como se tornou progressivamente mais

sofisticada até desembocar no seu mais alto nível.

Isto implica que é  necessário definir um certo padrão de

desenvolvimento. Isto quer dizer que é possível descrever uma

gradação na expressão de uma dada inteligência; desde seus nívels

mais rudimentares aos mais avançados. Por exemplo, a linguagem

falada desenvolve-se rápidamente em altos níveis de sofisticação nas

pessoas normais adequadamente instruidas. Em contraste, muito

embora todos os indivíduos normais desenvolvam alguma capacidade

matemática, observa-se pouco progresso na compreensão da

matemática avançada mesmo em condições de escolaridade formal

(Torff & Gardner, 1999).

Identificar esta história desenvolvimental e analisar a sua

suscetibilidade à modificação e treinamento, é muito importtne para

profissionais da educação. Os resultados deste estudo tem aplicação

direta na área.

História e Plausibilidade Evolutiva

A idéia aqui é que se alguma coisa pode ser caracterizado como

inteligência ela não deve ter se desenvolvido do nada. Algo dela pode

ser traçado na história da humanidade e mesmo na evolução das

espécies.

Por exemplo, traços da inteligência musical, lingüística e corpóreo-

cinestésica podem ser identificados na comunicação animal. Assim é

que pássaros e golfinhos fazem muito uso do som em suas atividades.

Rituais de acasalamento, posturas de ameaça ou submissão são

situações em que o corpo “fala”. Macacos apresentam

comportamentos sociais similares aos da espécie humana.

No que se refere à espécie humana, é necessário ser possível

Page 33: Gardner e a Inteligência Musical

identificar períodos de rápido crescimento na pré-história cujas

características estinularam ou inibiram o desenvolvimento de uma

dada inteligência.

Apoio de tarefas psicológicas experimentais

Métodos oriundos da psicologia experimental podem  esclarcer o

funcionamento de uma dada inteligência candidata. Por exemplo a

análise fatorial mostra a existência de dois grandes grupos de fatores:

o verbal e o espacial (Torff & Gardner, 1999). Assim o psicólogo

cognitivo, fazendo uso do seu instrumental poderia investigar

relativamente a uma dada inteligência:

% Detalhes do seu funcionamento.

% Autonomia ou interdependência relativa.

% Formas de memória peculiares a um dado estímulo.

% Maneiras como pode interagir com outras na execução de tarefs

complexas.

Apoio de achados psicométricos

Achados de testes de inteligência podem fornecer informação

adicional, de dua maneiras. Uma,  na medida em que diferentes

tarefas que investiguem uma inteligência específica apresentem

resultados fortemente correlatos. A outra no sentido oposto, quando

não houver correlação entre resultados que investiguem tipos

diferentes de inteligência.

No entanto, para Gardner este critério é dos mais criticáveis. Isto

porque, em geral os testes psicométricos, na sua essência,  não se

harmonizam com as proposições da teoria das intelígências múltiplas.

Assim é que deteminadas tarefas exigidas nestes testes envolvem o

uso combinado de mais de uma única competência. Em outros casos

uma mesma tarefa pode ser resolvida por diferentes competências.

Por exemplo, a resolução de algumas analogias ou  matrizes podem

ser resolvidas por difrentes meios usando capacidades lingüísticas,

Page 34: Gardner e a Inteligência Musical

lógicas ou espaciais. Por isto é particularmente difícil para estes testes

alegar que estas ou aquelas inteligências se relacionam ou não entre

si. Aspecto adicional é que tais testes são frequentemente realizados

de forma escrita, o que exclui do seu universo de observação

capacidades que exigem habilidade física ou interação.

Suscetibilidade à codificação em um sistema simbólico

A linguagem, o desenho e a matemática são apenas três dos sistemas

de símbolos que se tornaram importantes para a espécie humana.

Símbolos são formas que permitem ao homem a transcendência. Isto

é, permitem que o ser humano ultrapasse limites.

Por exemplo, vejo ao longe e atrás de uma casa, uma coluna de

fumaça. Com isto  e concluo que há fogo, lá onde não estou e não

posso ver. Assim, ao ver a fumaça, me foi  possível ultrapassar os

limites do espaço.

Abro o jornal pela manhã e leio as notícias do dia anterior. Aqui os

símbolos por meio dos quais a linguagem escrita se expressa me

permitiram utltrapassar o limite do tempo. Isto é,  hoje atualizo para

mim o que aconteceu ontem.

Ando na rua e vejo um ser humano trajando uma batina. Identifico-o

como um padre e imediatamente vem-me à mente vários aspectos

religiosos que aquela pessoa simboliza pela maneira como se veste.

Neste sentido, sem nem mesmo falar com êle, já o conheço pelo

menos em parte. Desta maneira o símbolo, neste caso a batina, me

permitiu ultrapassar o limite do outro. Só nós podemos sabemos o que

somos, assim como os outros podem saber quem são. No entanto, os

símbolos expressos na maneira com que nos vestimos  ou agimos nos

permitem conhecer o outro e nos darmos ao conhecimento dêle.

Por isto,  sistemas simbólicos são muito importantes para a sociedade

e para o desenvolvimento humano. Se uma dada inteligência existe,

Page 35: Gardner e a Inteligência Musical

então pode-se pensar de duas maneiras. Por um lado, é possível supor

que ela existe porque houve durante a evolução humana

desenvolvimento de sistemas neurais suscetíveis à sistemas de

símbolo específicos. Desta forma este substrato neural teria permitido

a exploração pela espécie humana destes símbolos pré-existentes. Na

perspectiva inversa, podemos pensar que os símbolos só puderam se

desenvolver dada a existência prévia do sistema neural.

Independentemente de qual seja a precedência, neurológica ou

simbólica, o resultado final é o mesmo – demonstrar a importância

para o homem da possíbilidade de uma dada inteligência ser

codificada em um sistema simbólico. E por isto tudo, esta capacidade é

considerada por Gardner como um critério final para sua

caracterização como inteligência.

Referências

% Gardner’s Multiple Intelligences:

http://wilderdom.com/personality/L2-

4GardenerMultipleIntelligences.html#Signs acessado em

20/06/2009

% T. Steuart Watson, & Christopher H. Skinner (Orgs.). (2004). Gardner

´s Theory of Multiple Inteliligences. In Encyclopedia of School

Psychology (1° ed., pp. 136-7). Birkhäuser. Recuperado Junho 20,

2009, de http://books.google.com.br/books?

id=cc5XiMm8qzgC&pg=PA136&lpg=PA136&dq=gardner+

%2B+intelligence+signs&source=bl&ots=MlkH6oBoCk&sig=G91

bDOQZZ2gi5gYvBW7xDasNj84&hl=pt-

BR&ei=KQc9St72BpOqtgfj5IkZ&sa=X&oi=book_result&ct=result

&resnum=3.Gardner, H. : Estruturas da mente – A Teoria das inteligências Múltiplas, Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 1994.

Inteligência e cérebro segundo Gardner

Page 36: Gardner e a Inteligência Musical

Terça-feira, 7/7/2009 às 7:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias e

Estilos, Razão ·Tagged aluno, inteligência, inteligências múltiplas, professor

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Na semana passada terminamos de definir os critérios que deveriam

ser preenchidos por uma inteligência candidata. Um deles era o

Isolamento potencial por dano cerebral. Isto é, se a idéia de

inteligências múltiplas é verdadeira, então um dano cerebral específico

poderia anular uma dada inteligência sem afetar significantemente as

outras.

Afirmar a veracidade deste raciocínio é discutir o funcionamento

cerebral. Isto porque para isto o cérebro deveria possuir uma

organização tal que permitisse um funcionamento independente das

suas diferentes funções. Assim, discriminar entre um funcionamento

“global” (equipotencial) ou “compartimentalizado” (localizacionista) do

cérebro é crucial para a aceitação da teorias das inteligências

múltiplas.

Visões Anteriores

Na visão localizacionista prevaleceu uma crença correlativa de que

diferentes partes do cérebro servem a diferentes funções cognitivas. 

Já na visão equipotencial o cérebro foi considerado um órgão geral no

qual as funções podem ser desenpenhadas e habilidades

representadas em qualquer seção do sistema nervoso.A inteligência

tendeu a ser considerada, como uma capacidade unitária.

K. Lashley sugeriu que a quantidade de tecido cerebral intacto,ao invés

de sua indentidade particular determinaria se um organismo poderia

Page 37: Gardner e a Inteligência Musical

desempenhar uma tarefa. Para isso foi realizado uma experiência com

ratos. Através de estudos sobre este caso, pesquisadores viram que

não fazia diferença retirar partes do cérebro, bastava deixar algumas

partes que a tarefa seria desenvolvida.

No final do século o periodo para os holístas foi novamente excelente

pois a inteligência foi relacionada à quantidade de massa cerebral ao

invés de  sua localizaçao particular.

Entretanto outros estudos revelaram que algumas áreas do cérebro

provam ser de especial importância na solução de tarefas que se

pensa medir a inteligência. E isto na visão de Gardner mostrou que o

sistema nervoso estava longe de ser equipotencial.

Visões Atuais

Os Psicólogos

Com abordagem na cognição, a partir de pespectivas divergentes,

psicólogos endossaram a noção de que a cognição humana consiste

em alguns mecanismos cognitivos “de finalidades específicas”

supostamente dependentes “de instalações duráveis” neurais.

De acordo com a evolução, os seres humanos vieram a possuir alguns

mecanismos de processamento de informações de finalidade

específica com freqüencia chamadas de “mecanismos

computacionais”.  Alguns deles nós compartilhamos  com alguns

animais (percepção facial), enquanto outros provam ser peculiares aos

seres humanos (fraseado sintático).

Esses mecanismos funcionam em dois sentidos:

% Cada um funciona de acordo com seus próprios princípios e não está

“ligado” a nenhum outro módulo; ou

% Podem operar sem estar direcionados a fazê-lo, simplesmente na

presença de determinadas formas de imformação a ser

analisadas.

Page 38: Gardner e a Inteligência Musical

Esses mecanismos podem ser disparados por determinados eventos ou

informações advindos do ambiente.É possivel que alguns possam ser

acessíveis ao uso consciente ou à exploração voluntária; e o potencial

para nos tornarmos cientes do funcionamento do nosso próprio

sistema de processamento de informações pode ser característica

especial dos seres humanos.

Os Pesquisadores

Grande parte de pesquisadores na área cognitiva não acreditam que

as evidên cias sobre a organização do cérebro se jam relevantes para

os seus interesses ou sentem que processos neurais devem ser

tornados consistentes com relatos cognitivos ao invés de vice-versa.

Os cognitivos americanos crêem na exis tência de capacidades de

resolução de problemas extremamente gerais que encur tam o

caminho para todos os conteúdos.

Consenso

Uma descrição razoável e aceita pela maioria dos pesquisadores é de

que o cérebro pode ser dividido em regiões específicas, cada uma

mostrando-se relativamente mais importante para outras.Todas

importam mais com gradientes definidos de importância. Poucas

tarefas dependem inteiramente de uma região do cérebro,só que ao

examinar qualquer tarefa razoalmente complexa, descobre-se

estímulos de regiões cerebrais.

Sistema Nervoso – Organização

A arquitetura do sistema nervoso é bem organizada com

especificidade em aparência e organização. As diferenças na sua

organização parecem estar intimamente li gadas a diferenças nas

funções às quais diferentes partes do cérebro servem.Ex: Áreas do

córtex envolvidas em funções sensoriais primárias (a percepção de vi

sões e sons distintos) amadurecem primei ro que as associações que

efetuam conexões entre modalidades sensoriais.

Os Níveis

Page 39: Gardner e a Inteligência Musical

A estrutura organizacional do sistema nervoso pode ser considerada

em dois níveis separados de detalhe: uma estrutura de granulação fina

ou molecular e uma estrutura mais ampla ou molar. Isto foi

reconhecido na divisão do Prêmio Nobel de 1981, tanto por estudiosos

da estrutura molecular como do nível molar.

Em relação aos relatos sobre os níveis do cérebro fica esclarecido que

seus hemisférios não apresentam funções distintas como dito

anteriormente. Pois em algumas situações, como uma lesão de uma

parte do cérebro responsável por uma função, que foi perdida, zonas

do outro hemisfério que não é dominante, podem ser mobilizadas para

adquirir funções substitutas, contornando em parte o problema.

Nível Molar

Nível que trata de regiões que podem ser prontamente inspecionadas

a olho nu (áreas maiores do córtex cerebral). Ex: Em um ataque

cardíaco pode ser visualizada a área do cérebro que foi destruída

através de medições radiológicas e evidentemente ser examinada com

grande precisão no post-morten.

Nível Molecular

O córtex cerebral humano pode ser visto como organizado em colunas

ou módulos, sendo estas verticais à superfície do córtex e apresentam

aproximadamente 3 milímetros de comprimento e entre 0,5 a 1

milímetro de largura, sendo reconhecidas à medida que formam

entidades anatômicas separadas que dão surgimento a diferentes

funções quase-independentes.

Referências

Gardner, H. : Estruturas da mente – A Teoria das inteligências Múltiplas, Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 1994.

Gardner e a Inteligência Lógico-MatemáticaTerça-feira, 11/8/2009 às 6:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

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e Estilos ·Tagged aluno, aprender, aprender a aprender, competências,

educação, estilos de aprendizagem, inteligência, inteligências múltiplas,

professor

2 Votos

Esta inteligência pode ser traçada de um confronto com o mundo dos

objetos, uma vez que,confrontando objetos, ordenando-os e

reordenando-os e avaliando sua quantidade que a criança pequena

adquire seu conhecimento inicial e mais fundamental sobre o domínio

lógico-matemático.

Com o desenvolvimento, o indivíduo torna-se mais capaz de apreciar

as ações que se pode desempenhar sobre os objetos, as relações que

prevalecem entre estas ações, as afirmativas que pode fazer sobre

ações reais ou potenciais e os relacionamentos entre estas afirmativas.

Assim, as raízes das regiões mais elevadas do pensamento lógico,

matemático e científico podem ser encontradas nas ações simples de

crianças pequenas sobre os objetos físicos de seu mundo.

O desenvolvimento do jovem lógico-matemático é precoce, devendo

progredir rapidamente em seu campo. A capacidade de armazenar e

manipular dentro da mente durante um período finito de tempo todas

as variáveis necessárias para progredir em problemas matemáticos é

algo que prova ser vulnerável à idade. Observa-se já um declínio a

partir dos trinta ou quarenta anos.

Algumas Visões sobre a Inteligência Lógico-Matemática:

Page 41: Gardner e a Inteligência Musical

Poincaré, distingue duas habilidades nos matemáticos: a memória

para etapas numa cadeia de raciocínio e o reconhecimento da

natureza das ligações entre as proposições. A capacidade de seguir a

cadeia de raciocínio não é tão difícil, mas a capacidade de inventar

nova matemática significativa é rara.

Adler acredita que abstraindo e generalizando primeiro o conceito de

número, então o de variável e finalmente o de função, é possível

chegar-se a um nível de pensamento extremamente abstrato e geral.

Há, ainda uma poderosa atração em direção a encontrar expressões

mais simples e a retornar às noções fundamentais dos números.

Piaget discerniu as origens da inteligência lógico-matemática nas

ações da criança sobre o mundo físico, onde as esferas dos números,

matemática, lógica e ciência formam uma família de competências

interconectadas.O indivíduo partindo de observações e objetos no

mundo material, move-se em direção a sistemas cada vez mais

abstratos, cujas interconexões tornam-se questões de lógica ao invés

de observação empírica.

A Inteligência Lógico-Matemática na perspectiva de Piaget

O entendimento lógico-matemático deriva em primeiro lugar das

nossas ações sobre o mundo. Dessa forma,o estudo do pensamento

deve começar no berço,quanto os bebês exploram todo o tipo de

objeto e em seguida, passam a formar expectativas sobre como estes

se comportarão sob circunstâncias diversas. Assim, com o seu

desenvolvimento a criança passa por estágios.

Período sensório motor: A criança adquire habilidades motoras em

resposta aos estímulos ambientais; por volta dos 18 meses a criança

reconhece que os objetos continuarão a existir mesmo quando foram

retirados das suas estruturas espaço-temporais.

Perído pré-operacional: a criança passa a reconhecer as

Page 42: Gardner e a Inteligência Musical

similaridades entre de- terminados objetos, tornando-se capaz de

produzir agrupamentos; tem consciência de maior e menor, mais e

menos, mesmo que seja por simples percepção. Ela não entende que

há um sistema de números regu- lar, onde cada número representa

mais que o anterior e que qualquer conjunto de objetos possui uma

quantidade única. Mas com 4 a 5 anos, aprende que a série de

números pode ser mapeada em conjuntos.

Período das operações Concretas: Por volta dos 7 a 10 anos, a

criança apresenta maior capacidade de classificações complexas, de

executar operações como adição e subtração que implicam na noção

de conservação ou variância e equivalência. E apresenta um

julgamento mais conceitual e menos dependente da percepção.

Período das operações formais: Nos primeiros anos da

adolescência, a criança torna-se capaz de afirmar um conjunto de

hipóteses e inferir as consequências de cada uma(método hipotético-

dedutivo), opera sobre palavras, símbolos ou sequência de símbolos

que cor- respondem a objetos e ações sobre objetos, alcançando a

essência da matemática ,com os símbolos correspondendo a objetos,

relações,funções, etc.

O Talento Lógico-Matemático Isolado:

Apesar de não ser uma caracteristica central do talento matemático, a

capacidade de calcular rapidamente pode ser observada em alguns

indivíduos de forma autônoma.

Os idiots savants apresentam desde o início da infância uma

capacidade de calcular muito rápida e precisa, mas não buscam usar a

matemática para ajudá-los em outras áreas da vida cotidiana ou para

tentar resolver enigmas científicos.

Gardner acredita que a prodigiosidade precoce em aritmética ou em

cálculo fundamenta-se na relativa salvaguarda ou proliferação de

determinadas áreas cerebrais. Por exemplo; a hiperlexia que

representa um processo automático, impossível de interromper, ao

Page 43: Gardner e a Inteligência Musical

invés de um que surge devido a excessiva aplicação num domínio

casualmente escolhido de perícia potencial.

Apesar de alguns indivíduos possuírem pelo menos um componente

central da aptidão lógico-matemático, as capacidades de outro modo

normais mostram fraqueza seletiva na esfera dos números. Por

exemplo, é possível que um determinado indivíduo possua uma

dificuldade numérica seletiva, semelhante às dificuldades

apresentadas por crianças com a linguagem escrita (disléxicos) e por

um número menor, com a linguagem falada (disfásicos).

A Ciência e a Inteligência Lógico-Matemática:

O matemático é interessado em explorar sistemas abstratos por seu

próprio valor. O cientista é motivado por um desejo de explicar a

realidade física, sendo a matemática uma farramenta indispensável

para construir modelos e teorias que podem descrever e explicar o

funcionamento do mundo, seja ele físico, químico, biológico,

comportamental ou cognitivo.

O matemático quer reconhecer padrões, onde quer que possam existir,

que levem a implicações de trilha de pensamento para onde possa

levar. O cientista busca por um conjunto limitados de regras ou

princípios que podem ajudar a explicar o comportamento dos objetos.

Piaget observou que a evolução da ciência e o desenvolvimento do

pensamento lógico-matemático nas crianças, apresentam como

procedimento mais antigo e básico, a experimentação simples com

objetos e a observação de seus padrões de interação e

comportamento.

Caracteristicas do indivíduo Lógico-Matemático:

O matemático é rigoroso, só aceita fatos provados por etapas precisas,

sem nenhum erro nas definições ou na cadeia de raciocínio.Aplica em

Page 44: Gardner e a Inteligência Musical

contextos complicados teorias derivadas de contextos simples,

esperando resultados válidos.Possui habilidade de manejar longas

cadeias de raciocínio. Seu mundo é um mundo à parte, ele é ascético

para obter sustentação dele.

Muitos matemáticos valorizam sua intuição,mas confiam em métodos explicitos de resolução de problemas quando sua inspiração e intuição falham. Estes métodos são igualmente úteis para indivíduos envolvidos em resolução de problemas em outras áreas da vida e ainda servem para conectar as atividades do matemático puro ás buscas dos outros.

A Inteligência Lógico-Matemática na práticaTerça-feira, 18/8/2009 às 7:00 am · Arquivada em Aprendizagem: estratégias

e Estilos ·Tagged aluno, aprender a aprender, competências, estilos de

aprendizagem, inteligência, inteligências múltiplas, professor

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Na semana passada apresentamos um resumo dos conceitos de

Gardner sobre a Inteligência Lógico-Matemática.  Hoje procuramos

trazer uma visão um pouco mais prática.  Isto é, talvez ao ler o post

você tenha ficado curioso(a) sobre em que medida você se enquadra

ou não naquela inteligência. O posto de hoje visa ajudá-lo a responder

isto e algo mais. Para tal, eu apresento dois tópicos: “As características

da Inteligência Lógico-Matemática” e “Aplicações Práticas da

Inteligência Lógico-Matemática”. O primeiro descreve as

características principais da Inteligência Lógico-Matemática. Nele você

poderá estimar se você se aproxima ou não da Inteligência Lógico-

Matemática. No segundo tópico você saberá o que fazer com a

informação obtida no primeiro tópico.

Page 45: Gardner e a Inteligência Musical

Antes de tudo um aviso:

O que aqui se apresenta NÃO é um teste diagnóstico. Visa apenas

permitir uma primeira aproximação. Assim, seja qual for a sua

avaliação, ela é apenas uma estimativa. Isto é, quer você se enquadre

ou não na inteligência  tome esta informação com ressalvas. Isto

porque:

% Gardner afirma que uma inteligência só pode ser identificada em

situações práticas, observando-se a inteligência em ação.

% É necessário conhecimento técnico para interpretar e particularizar

as descrições aqui apresentadas em relação a uma pessoa

específica. Isto quer dizer que você pode entender uma coisa

diferente daquela que se desejava expressar na listagem abaixo.

% Identificar-se com esta ou aquela característica depende do seu

auto-conhecimento. Isto significa que você pode achar qua tem

uma dada característica qando não a possui, e vice-versa, a

depender do seu conhecimento metacognitivo.

% Identificar-se com a lista abaixo não significa que você é um

indivíduo lógico-matemático. Significa apenas que você

identificouem si algo que o aproxima da inteligência. Para

diagnosticar o seu tipo de inteligência é necessário um

procedimento mais sofisticado com a comparação das suas

diferentes características entre si e entre as características das

outras inteligências.

% Note que a descrição abaixo toma um lógico-matemático ideal.

Ideal aqui siginifica um indivíduo idealizado, ou seja,

inexistente no mundo real. Isto quer dizer que para ter a

Inteligência Lógico-Matemática desenvolvida não é necessário

ter todas as característas. Na realidade, as pessoas não tem

todas estas características. Chegar a um diagnóstico mais

preciso do que a mera aproximação aqui proposta, demanda

experiência, conhecimento e um certo grau de sensibildade

artística.

Dado o aviso, passemos ao próximo tópico.

Page 46: Gardner e a Inteligência Musical

As características da Inteligência Lógico-Matemática:

O que se apresenta abaixo é uma lista das principais características da

pessoa que possui a  Inteligência Lógico-Matemática. Procure

perceber-se em que grau você se aprixima ou não das características:

% Gosta de ser preciso % Aprecia resolução de problemas

% Aprecia cálculos % Gosta de raciocínio abstrato

% Gosta de ser organizado % Aprecia experimentação de maneira lógica

% Utiliza estrutura lógica % Prefere anotações de forma ordenada

% Aprecia computadores

Aplicações Práticas da Inteligência Lógico-Matemática

Agora você já tem uma certas noção do quanto está proximo (ou não)

da Inteligência Lógico-Matemática. O próximo passo é saber o que

fazer com esta informação.

Abaixo apresento uma série de ações e circunstâncias em que a

Inteligência Lógico-Matemática está em jogo. Se você se identificou

muito com a inteligência, procure se colocar em situações como as

abaixo citadas já que nelas você poderá desmonstrar suas melhores

características e portanto aumenta suas chances de sucesso. Caso

contrário tome a lista abaixo como circunstâncias em que você poderá

usar para desenvolver a sua Inteligência Lógico-Matemática.

Assim:

% Estimular a resolução de

problemas

% Usar raciocínio dedutivo

Page 47: Gardner e a Inteligência Musical

% Analisar e interpretar dados. % Fazer jogos matemáticos de computação

% Utilizar raciocínio com

frequência

% Estimular experimentos práticos

% Estimular as próprias

potencialidades

% Possibilitar a realização das coisas passo

a passo

% Utilizar previsão % Usar computadores para folhas de

trabalho, cálculos etc

% Ter um lugar para tudo % Integrar organização e matemática em

outras áreas curriculares