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Prof. Moacir Cabral

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Geografia e História de Goiás

Professor Moacir Cabral

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Edital

GEOGRAFIA E HISTÓRIA: 1 Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agro-pecuária nos séculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, as transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização, infraes-trutura e planejamento. 2 Modernização da agricultura e urbanização do território goiano. 3 População goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográfica. 4 Econo-mia goiana: industrialização e infraestrutura de transportes e comunicação. 5 As regiões goia-nas e as desigualdades regionais. 6 Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia, clima e relevo. 7 Aspectos da história política de Goiás: a independência em Goiás, o coronelis-mo na República Velha, as oligarquias, a Revolução de 1930, a administração política de 1930 até os dias atuais. 8 Aspectos da História Social de Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a escravidão e cultura negra, os movimentos sociais no campo e a cultura popular. 9 Atualidades econômicas, políticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Goiás.

BANCA: Cespe

CARGO: Agente de Polícia Substituto e Escrivão de Polícia Substituto

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1. BANDEIRAS DESCOBRIDORAS E POVOAMENTO DE GOIÁS

I – As primeiras Bandeiras

Já no primeiro século da colonização do Brasil, diversas expedições, percorreram parte do ter-ritório do atual Estado de Goiás. Estas expedições, organizadas principalmente na Bahia, centro então da colonização, eram umas de caráter oficial destinadas a explorar o interior e buscar riquezas minerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para a captura de índios.

São Paulo saiam as bandeiras que buscando índios, cada vez mais escassos, chegavam com fre-qüência até ao extremo norte de Goiás, região do Estreito.

A primeira bandeira, que partindo de São Paulo, possivelmente chegou até os sertões de Goiás no leste do Tocantins, foi a de Antônio Macedo e Domingos Luís Grau (1590-1593). Depois seguiram-se a de Domingos Rodrigues (1596-1600), que desceu até a confluência do Tocantins com o Araguaia; a de Afonso Sardinha (1598-?) a de Belchior Carneiro (1607-1609), que passou ainda mais para o norte; a de Martins Rodrigues (1608-1613); a de An-dré Fernandes (1613- 1615); a de Pedroso de Alvarenga (1615-1618); a de Francisco Lopes Buenavides (1665-1666); a de Luís Castanho de Almeida e a expedição familiar de Antônio Paes (1671); a de Sebastião Paes de Barros (1673). Esta bandeira, a maior das saídas de São Paulo para Goiás, contava com uns 800 membros e se fixou na região da confluência do Tocantins e o Araguaia, dedicada preferencialmente à mineração.

Outro tipo de expedições eram “descidas” dos jesuítas do Pará. Os jesuítas tinham criado na Amazônia um sistema bem estruturado de “aldeias” de alcuturação indígena. Buscando índios para estas aldeias, os jesuítas organizaram diversas expedições fluviais, que subindo o Tocan-tins chegaram a Goiás.

Mas nem bandeirantes nem jesuítas vinham para fixar-se em Goiás.

II – Descobrimento de Goiás

O descobridor de Goiás foi Anhangüera. Isto não significa que ele fosse o primeiro a chegar a Goiás, mas sim que ele foi o primeiro em vir a Goiás com intenção de se fixar aqui, (1690 1718).

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Bartolomeu Bueno da Silva, pai, experiente sertanista, era cego de um olho. Talvez deste defeito físico venha o apelido “Anhagüera”, de origem e significado discutidos. Quase todos os sertanistas eram apelidados pelos índios. Quanto ao fato de haver ateado fogo num pra-to de aguardente para amedrontar os índios a fim de que lhes mostrassem as minas, não se tratava de fato original. Era um ardil comum próprio dos exploradores. Segundo Pedro Tanques, linhagista paulistanos, o primeiro bandeirante que usou este método foi Francisco Pires Ribeirão, sobrinho do Caçador das Esmeraldas.

A bandeira era uma expedição organizada militarmente, e também uma espécie de sociedade comercial. Cada um dos participantes entrava com uma parcela de capital, que consistia, ordi-nariamente, em certo número de escravos. Os principais financiadores da bandeira foram João Leite da Silva Ortiz, genro do próprio Anhanguera, proprietário de Lavras em Minas, e João de Abreu, irmão de Ortiz.

III – Viagem da Bandeira de Anhangüera

A bandeira saiu de São Paulo a 3 de julho de 1722. O caminho já não era tão difícil como nos primeiros tempos.

Mas a bandeira se descaminhou quase desde o início. Surgiram muitas inimizades entre os che-fes paulistas e os componentes da bandeira, quase todos “emboabas”. O roteiro, se existia, não ajudou para encontrar o caminho. Muitos foram morrendo de fome. Outros preferiam voltar em pequenos grupos para São Paulo.

O Anhangüera era um homem obstinado: disse que preferia a morte a voltar fracassado. No fim acabou tendo sorte. Numa das voltas da bandeira, quando já lhe restavam poucos companhei-ros, descobriu outro nas cabeceiras do Rio Vermelho, na atual região da cidade de Goiás.

A 21 de outubro de 1725, após três anos, voltaram triunfantes a São Paulo, propalando que ti-nham descoberto cinco córregos auríferos, umas minas tão ricas como as de Cuiabá, com ótimo clima e fácil comunicação.

IV – Povoamento de Goiás

A primeira região ocupada foi a região do rio Vermelho. Fundou-se o arraial de Sant’Ana, que depois seria chamado Vila Boa, e mais tarde, Cidade de Goiás, sendo durante 200 anos a capital do território.

O povoamento determinado pela mineração de ouro é povoamento mais irregular e mais instá-vel, sem nenhuma ordem. Quando o ouro se esgota, os mineiros mudam-se para outro lugar e a povoação definha ou desaparece.

Três zonas povoaram-se assim durante o século XVIII com uma relativa densidade; uma zona no centro-sul, na “região do Tocantins”.

E, por fim, o verdadeiro norte da Capitania, ficava ainda sem nenhuma povoação; o sul e o sudoeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto Nacional até o Estreito. A ocupação humana destas zonas processar-se-ia com a extensão da pecuária e da lavoura, durante os séculos XIX e XX.

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2. ECONOMIA DO OURO EM GOIÁS

I – Goiás dentro do sistema colonial

Era o pacto colonial uma espécie de pacto implícito entre a metrópole e suas colônias em que ambas as partes devam e recebiam numa troca de benefícios que se supunha vantajosa para todos. A metrópole dava, em primeiro lugar, proteção; a ela correspondia o dever de manter a ordem interna da colônia e defendê-la contra os inimigos exteriores.

A colônia, em troca, devia integrar-se como uma parte subordinada no sistema político-econô-mico da metrópole. A colônia se especializava em produzir “matérias-primas” e os exportava para a metrópole.

As capitanias de Minas foram durante o século XVIII Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Era interesse do governo, dentro da mentalidade mercantilista de especialização para a exportação, concentrar todo esforço na produção do ouro; com essa finalidade proibia ou dificultava outros ramos de produção. Poderíamos citar como exemplo a proibição de enge-nhos de açúcar em Goiás.

Durante os cinqüenta primeiros anos; todos os esforços de capital em de mão de obra deve-riam concentrar-se na mineração. Tal sistema não se devia exclusivamente aos desejos e à polí-tica dos dirigentes era também decorrente da mentalidade do povo.

Aqui, em Goiás, traduziu na supervalorização do “mineiro” e na pouca estima das outras pro-fissões, especialmente do “roceiro”. Mineiro naquele tempo significava, não como hoje, aquele que trabalha na mina, mas o proprietário de lavras e escravos que as trabalhassem, assim como roceiro não significava o que trabalhava na roça, mas o proprietário de terras e escravos dedica-dos à lavoura, algo assim como o fazendeiro de hoje.

Ser mineiro, era a profissão mais honrosa, significava status social. Isto explica que fora da mineração não se desenvolvessem outras formas importantes de economia durante o século XVIII, e que só fossem ocupadas as áreas.

II – A mineração em Goiás

Dois tipos de jazidas auríferas foram exploradas no Brasil:

1. As jazidas sedimentares davam lugar ao que se chamava “mineração de cascalho o ouro de aluvião e as formações rochosas com veios auríferos na pedra.

1.1. As jazidas sedimentares davam lugar ao que se chamava “mineração de cascalho”. O trabalho do mineiro consiste em arrancar o cascalho e peneirá-lo, para que o ouro, mais pesado que a areia, fique depositado no fundo. Para retirar o cascalho aurífero, às vezes recoberto por outras camadas sedimentares, costumava-se cercar e secar uma parte do rio, ou desviar a corrente, ou, em formas mais elementares, retirar o cascalho do fundo da água.

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2. A “mineração de morro”, como era chamada a mineração na rocha primitiva, era muito mais cara, e tecnicamente mais difícil.

Praticava-se de duas formas: ou por meio de túneis e galerias, “mineração de mina”, ou cortan-do a montanha perpendicularmente, “talho aberto”.

III – O quinto em Goiás

De duas formas foi cobrado o imposto do quinto em Goiás” a “capacitação” e o quinto, propria-mente dito.

A capacitação foi uma forma de cobrar o quinto instituída precisamente por temor ao contra-bando. As autoridades pensaram que era mais fácil ocultar o ouro que os escravos, e deter-minaram que em vez de pagar-se pelo ouro extraído, se pagaria o imposto pelo número de escravos.

Este sistema de cobrança do quinto esteve em vigor 16 anos, de 1736-51; depois foi abolido pois os mineiros reclamavam que era injusto que todos pagassem o mesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o rendimento do escravo era alto, e o que trabalhava uma data pobre ou meio esgotada, que mal dava para pagar o custo do escravo.

Voltou-se, então, ao pagamento direto do quinto. O ouro em pó retirado das minas, corria como moeda na Capitania. Tudo se comprava ou vendia não com moeda cunhada, mas com ouro em pó pesado em pequenas balanças.

IV – A produção do ouro em Goiás

Quanto ouro produziram as minas de Goiás? Não é possível dizê-lo com certeza, pois não se conservam registros das lavras nem de sua produção.

Tampouco são completos os registros do quinto; entre 1726 e 1751 faltam bastante anos. Mas suprindo os anos que faltam pelos dados conhecidos, podemos afirmar que o quinto, nos cem anos que vão até a independência, subiu aproximadamente a 20.000 Kg. Sendo, portanto, a produção declarada de 100.000 Kg.

Mais grave era a decadência da produtividade, isto é, da produção de ouro por homem dedica-do à mineração; a diminuição da produtividade iniciou-se já nos primeiros anos, mas começou a tornar-se um problema grave depois de 1750; nos dez primeiros anos, um escravo podia pro-duzir até perto de 400 gramas de ouro por ano; nos 15 anos seguintes (1736-1750) já produzia menos de 300; a partir de 1750 não chegava a 200, e mais tarde, em plena decadência, a pro-dução era semelhante à dos garimpeiros de hoje: pouco mais de 100 gramas.

Esta curva da produtividade nos explica que a mineração foi um negócio próspero até 1750, um empreendimento arriscado, mas ainda rendoso entre 1750 e 1770, um negócio ruinoso depois desta data.

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V – A riqueza do ouro em Goiás

Não podemos comparar a produção das épocas antigas com a de hoje, pois a técnica tem mul-tiplicado muitas vezes a produção e a produtividade.

Goiás foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a Minas. Aproximadamente 1/6, e um pouco superior a Mato Grosso, talvez 10/7.

A produção e a renda “per capita” não foram muito elevadas durante o período da mineração.

O ouro parecia uma grande riqueza que enganou aos contemporâneos, mas tendo em conta a população e os capitais empregados, os rendimentos não eram grandes.

Pouco deste ouro ficou no Brasil, nada ficou em Goiás. Em virtude do “pacto colonial”, como antes explicamos, os produtos do Brasil iam para Portugal que os vendia para o exterior; Portu-gal, em troca, enviava para o Brasil homens, administradores, exércitos, produtos comerciais, sobretudo produtos manufaturados.

Em Goiás, em 1800, além dos antigos índios, havia mais de 50.000 habitantes, havia cidades construídas, estradas e caminhos, fazendas em produção. O capital que pagou tudo isto foi o couro, e isto é o que ficou para Goiás da época do ouro.

3. A SOCIEDADE GOIANA DA ÉPOCA DO OURO

I – Quadro administrativo: a Capitania de Goiás

Goiás fora descoberto por paulistas e era um terreno teoricamente pertencente à Capitania de São Paulo. Por isso, de início, foi considerado um território de minas dentro da Capitania de São Paulo.

Depois de vinte anos, Goiás tinha crescido tanto, em população e em importância, que não podia continuar sendo governado à distância por São Paulo. A Corte portuguesa decidiu tornar Goiás independente de São Paulo, elevando-o à categoria de Capitania. O território goiano pas-sou então a ser denominado Capitania de Goiás, título que conservaria até a independência, quando se tornou Província.

II – A população de Goiás

A primeira informação sobre a população de Goiás são os dados da capitação de 1736. Dez anos, portanto, depois do início da mineração, havia em Goiás mais de 10.000 escravos adultos. O total da população? Menos de 20.000, pois os escravos deviam constituir mais da metade da população. Os dez primeiros anos de mineração instalaram em Goiás quase 20.000 pessoas que, abriram caminhos, cidades, colocando em atividade grande parte do território.

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Em 1750, ao tornar-se Goiás capitania, os habitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A po-pulação continuou aumentando, embora já um rítmico inferior: em 1783 havia em Goiás quase 60.000 habitantes; um aumento de mais de 50%.

Entre esta data e 1804, parece que a decadência da mineração se traduziu numa diminuição da população. Não se importavam mais escravos para suprir as mortes, bastantes brancos e livres emigravam para outros territórios. O censo de 1804 deu 50.000 habitantes para Goiás. Uma diminuição de quase 20%.

III – A sociedade em Goiás durante a colônia.

A que se devia esta tendência à diminuição do número relativo de escravos nos territórios de mineração? A várias causas, decorrentes todas da própria decadência da mineração. Podemos analisar como mais importantes.

• A diminuição ou estancamento na importação de escravos.

Em Goiás deixaram de importar-se escravos a partir de 1775, pois a decadência em produção e produtividade das minas fazia com que os mineiros tivessem perdido todo crédito junto às companhias importadoras de escravos.

Não entretanto novos escravos, e sendo a taxa de natalidade entre eles bastante inferior à do resto da população, é lógico que a longo prazo a proporção da população escrava tendia a di-minuir.

• A diminuição da produtividade do trabalho escravo:

Ao diminuir a produtividade, chegava um momento em que o trabalho escravo quase não pa-gava os próprios custos e, resultava mais barato, e sobretudo mais seguro, o trabalho assalaria-do ou semi-assalariado.

• A compra da liberdade:

O regime de trabalho do escravo nas minas era realmente duro e desumano, mas tinha algu-mas compensações com o respeito ao escravo destinado a outras ocupações. O escravo podia trabalhar para si em dias feriados e em horas extras.

• A miscigenação:

Pelos registros dos batizados, podemos constatar como esta situação era parecida em Goiás. Estes filhos de escrava com branco às vezes recebiam a liberdade no momento do batizado, outros ficavam escravos toda a vida.

• O tipo de trabalho:

O controle rigoroso do trabalho escravo, próprio à mineração e à lavoura de monocultura, era praticamente impossível na pecuária extensiva.

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IV – A vida do escravo:

A vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. Em primeiro lugar todos os males do garimpo: trabalho esgotador, má alimentação, as graves doenças. A isto há que acrescentar os males da falta de liberdade: arbitrariedades, castigos. Eram considerados mais como cousas que como pessoas.

Em conseqüência do árduo trabalho e da escassez de vantagens que habitualmente lhes ca-biam por sorte – escreve Boxer -, a vida de um escravo trabalhador era, quase sempre, sórdi-da, brutal e curta. Um missionário capuchinho, italiano, que visitou a Bahia em 1682, ouviu contar que “o trabalho deles é tão pesado e seu sustento tão pequeno que se pode dizer terem vivido muito, quando agüentam sete anos”. Martinho de Mendonça, depois de fazer exaus-tivas investigações em Minas Gerais, no ano de 1734, declarou que os senhores não espera-vam, normalmente, conseguir mais de doze anos de trabalho dos escravos que compravam.

V – A sociedade mestiça

Ao mesmo tempo que diminuía o número de escravos, aumentava, como é lógico, o número de pretos livres ou “forros”. Na capitação de 1745, os negros forros, que pagaram capitação, foram 120, o quando o número de escravos chegava quase a 11.000. No recenseamento de 1804, os negros livres era em número de 7.936, 28% do total de pretos.

Maior era, ainda, a progressão dos mulatos. A ausência de mulheres brancas nas minas foi a determinante de uma mestiçagem, em grande escala, entre branco e preto, até então desco-nhecida no Brasil.

Em Goiás, pretos livres e mulatos só trabalhavam o indispensável para não morrerem de fome. Os brancos, por costume inveterado, faziam o mesmo.

Depois de algum tempo, havia mulatos em todos os níveis da sociedade: no exército, no sacer-dócio, entre os grandes proprietários. Mas nem o negror livre, nem o mulato eram socialmente bem aceitos.

Escravos, negros e mulatos apareciam muitas vezes equipados nas expressões correntes e mes-mo nos documentos oficiais, como formando a ralé da sociedade.

VI – Classes Dirigentes

Os brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadência da mineração, esta minoria foi--se tornando cada vez mais exígua. Ao acentuar-se a decadência, muitas famílias brancas migra-ram para outras regiões. Em 1804, os brancos constituíam pouco menos de 14% da população.

Os dias de apogeu da mineração foram breves. Então, ser rico, “mineiro poderoso” era possuir 250 escravos ou mais. Não faltaram mineiros que em Goiás possuíam este número de escravos. Com a decadência, tornaram-se raros os que tinham 12 escravos.

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Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, mas ser branco continuava sendo uma honra e um privilégio. “O branco, mesmo quando pobre, escrevia Eschwege na época da independên-cia, não move uma palha, pois até na vadiagem encontra com que viver.

VII – Os índios

Ao tempo de descoberta, eram numerosas as tribos de índios em Goiás, cobrindo todo o seu território. Podemos citar entre as mais importantes: Caiapó, Xavante, Goiá, Crixá, Araés; Xeren-te, Carajá, Acroa...

Durante a época da mineração as relações entre índios e mineiros foram exclusivamente guer-reiras e de mútuo extermínio.

Aldear os índios consistia em reuni-los em povoações fixas, chamadas aldeias, onde, sob supervisão da uma autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo e aprender a reli-gião cristã. Em 1754, deu D. Marcos regimento a estas aldeias, submetendo os índios a um rigoroso regime militar, que gerou os piores resultados.

4. Transição da Sociedade Mineradora à Sociedade Pastoril

Ao se evidenciar a decadência do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas por par-te do governo, sem alcançar, no entanto, resultados satisfatórios.

A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil, não encontrou, de imediato, um produto que a substituísse em nível de vantagem econômica.

A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralização e regres-são a uma economia de subsistência.

I – Tentativas governamentais para o progresso de Goiás

Com a decadência ou desaparecimento do ouro, o governo português, que antes procurava canalizar toda a mão de obra da Capitânia para as minas, passou através das suas autoridades a incentivar e promover a agricultura em Goiás.

Vários foram, porém, os obstáculos que impediram seu desenvolvimento:

1º) legislação fiscal: os dízimos, temidos pelos agricultores, tanto na forma de avaliação, como na forma de pagamento;

2º) desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola, muito pouco

3º) ausência de mercado consumidor;

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4º) dificuldade de exportação, pelo alto custo do transporte e ausência de sistema viário.

Com a decadência, a população não só diminuiu como se dispersou pelos sertões.

Neste sentido, várias resoluções foram tomadas, embora, muitas delas permanecessem letra morta:

1º) Foi concedido isenção dos dízimos por espaço de tempo dez anos aos lavradores que nas margens dos rios Tocantins, Araguaia e Maranhão fundassem estabelecimentos agrícolas;

2º) Deu-se especial ênfase à catequese e civilização do gentio com interesse em aproveitar a mão de obra dos índios na agricultura;

3º) Criação de presídios à margem dos rios com os seguintes objetivos: proteger o comércio, auxiliar a navegação e aproveitar dos naturais para o cultivo da terra;

4º) Incrementou-se a navegação do Araguaia e Tocantins.

5º) Tentou-se desenvolver a navegação dos rios do sul de Goiás como Paranaíba e alguns de seus afluentes, a fim de se comunicar com o litoral, com mais facilidade.

6º) Revogou-se o alvará de 5 de janeiro de 1785 que proibia e extinguia fábricas e manufaturas em toda a Colônia.

II – Novos aspectos administrativos

Por causa da enorme área geográfica de Goiás, vários capitães generais haviam a divisão da capitania em duas Comarcas, a fim de facilitar a administração. No entanto, somente no ano de 1809, quando o Brasil já vivia o processo de sua emancipação política, foi o nosso território dividido em duas comarcas:

A do sul, compreendendo os julgados de: Goiás, (cabeça ou sede) de Meia Ponte, de Santa Cruz, de Santa Luzia, de Pilar, de Crixás e Desemboque;

A do norte, compreendendo os julgados de: Vila de São João da Palma (cabeça ou sede), da Conceição, da Natividade, de Porto Imperial, de São Félix, de Cavalcante e de Trahiras.

Outra medida administrativa de real valor foi a criação do cargo de juíz de fora de Vila Boa, tam-bém no ano de 1809.

Antes a câmara da capital, a única da Capitania, portanto a única que administrava as rendas de todos os julgados, era formada por vereadores indolentes e presidida por juízes leigos, que não tinham consciência de seus deveres.

O estabelecimento de uma linha de correio da Corte para o Pará por via Goiás (1808) auxiliou o desenvolvimento da navegação e favoreceu as comunicações.

Antes, com a alta produção do ouro, os habitantes de Goiás viam passar com freqüência os tropeiros e mascates com suas mercadorias, trazendo notícias do que acontecia nas capi-tanias, no Brasil e até na Europa. Com a queda da mineração deixaram de vir a Goiás, cuja população ficou isolada durante muito tempo.

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Estas novas medidas administrativas não deixaram de auxiliar a Capitania que se encontrava em condições difíceis, mas não resolveram seus grandes problemas, que eram de ordem eco-nômica, social e cultural.

III – Conseqüências da decadência da mineração

A economia mineradora não só trouxe a idéia como a realidade da riqueza fácil. Em menos de 20 anos, regiões desconhecidas estavam povoadas, cortadas por tripeiros, entrando e saindo gêneros comerciais, desenvolvendo- se, em alguns aspectos, uma sociedade diferente da socie-dade tradicional brasileira.

Mas, tão logo os veios auríferos escassearam, numa técnica rudimentar, dificultando novos descobertos, a pobreza, com a mesma rapidez, substituiu a riqueza.

Esta evidente decadência trouxe para Goiás uma defasagem Sócio- Cultural. Registou-se queda na importação e exportação, afetando muito o comércio; parte da população abandonou o solo goiano e parte se dispersou para a zona rural, dedicando-se à criação de gado ou agricultura.

Goiás viveu um longo período de transição. Desaparecera uma economia mineradora de alto teor comercial. Nascia uma economia agrária, fechada, de subsistência, produzindo apenas al-gum excedente para aquisição de gêneros essenciais, como: sal, ferramentas, etc.

5. A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS

Assim como no Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A for-mação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder entre os grupos locais.

Especialmente sensível em Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência governamental, proclamou sua separação do sul.

I – O processo da independência do Brasil e seus reflexos em Goiás

Após a volta de D. João VI para Portugal, o Brasil viveu um período de profunda crise política, pois suas conquistas econômicas e administrativas estavam sendo ameaçadas pelas Cortes Portuguesas.

Em Goiás a população rural permaneceu alheia a essas crises. Mas, elementos ligados à ad-ministração, ao exército, ao clero e a algumas famílias ricas e poderosas, insatisfeitos com a administração, fizeram germinar no rincão goiano o reflexo das crises nacionais. A atuação dos capitães generais, às vezes Prepotentes e Arbitrários, fez nascer na capitania Ogerisa pelos

administradores. A causa maior dos descontentamentos encontrava-se na Estrutura da admi-nistração colonial. Os empregados públicos eram os mais descontentes: a receita não saldava as despesas e os seus vencimentos estavam sempre em atraso. Encontravam-se também entre estes elementos do clero, os mais intelectualizados da Capitania.

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II – Primeiras manifestações contra a administração colonial

As insatisfações administrativas existiam, mas raramente se manifestavam. Foram as Câmaras que se manifestavam em primeira linha contra os Capitões Generais, representantes diretos da metrópole. Em 1770 por ocasião da morte do Capitão General João Manoel de Melo, a Câmara elegeu uma junta governativa para substitui-lo. Em 1803 desentendeu-se com o Capitão Ge-neral e pretendeu destituí-lo do poder. Nos dois casos, o Governo Metropolitano repreendeu severamente estas atitudes, sob a justificativa de que, “para se fazer eleições semelhantes, são sempre necessárias ordens terminantes, e positivas de S. M.

Teopos depois (1820) por ocasião da escolha dos representantes goianos à Constituinte Portu-guesa, apareceram nas esquinas da cidade de Goiás proclamações insubordinativas contra a ordem constituída, sob a liderança do Padre Luiz Bartolomeu Marquez.

III – Constituição das Juntas Governativas e a Proclamação da Independência

Apesar da ação repressora do governador Sampaio, que se colocou contra a idéia de criação de uma junta Governativa, foi esse mesmo Governador obrigado pelas pressões de grupos políticos locais a ordenar à Câmara a eleição de uma junta Governativa, em cumprimento ao decreto de 18 de abril de 1820. Nesta primeira eleição, Sampaio trabalhou para ser eleito presidente da junta, o que de fato conseguiu: grupos políticos locais, insatisfeitos com a sua administração, desejavam, afastá-lo, Surgiram desentendimentos, brigas, que culminaram com sua renúncia e retirada da Província.

Elegeu-se nova junta Governativa. Foram seus integrantes: Álvaro José Xavier, Presidente, José Ro-drigues Jardim, Secretário, e os membros, Joaquim Alves de Oliveira, João José do Couto Guimarães e Raimundo Nonato Hyacinto, Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury e Inácio Soares de Bulhões.

Processada a Independência do Brasil 1822, esta não trouxe transformações, quer sociais, quer econômicas para Goiás. Operou-se teoricamente a descolonização. No dia 16 de dezembro, fez--se juramento solene à aclamação do Imperador Constitucional do Brasil, D. Pedro I.

O primeiro Presidente de Goiás, nomeado por D. Pedro, foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824.

O movimento separatista do Norte representou uma continuação do movimento revolucioná-rio da capitania de Goiás sob a liderança do mesmo Padre Luis Bartolomeu Marquez, cogno-minado O Apóstolo da Liberdade. Os grandes proprietários afirmavam que apesar de pagar os impostos, os benefícios do governo lá não chegavam. O povo vivia em completa miséria.

V – Um movimento nacionalista

Após a independência política do Brasil, processou-se uma luta surda entre brasileiros e por-tugueses pelo poder político e econômico do Brasil; D. Pedro I, como era português de nasci-mento, começou a ser favorável aos portugueses, inclusive colocando-os nos melhores cargos públicos e postos de confiança de seu governo.

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Em Goiás como vimos, não houve mudanças marcantes de Colônia para o Império.

No aspecto econômico continuou o mesmo marasmo já registrado com a decadência da mine-ração, somente mais tarde vai a pecuária oferecer ligeiras modificações. No aspecto político, as transformações foram pequenas. Os goianos os identificavam com os detestáveis Capitães Generais de um passado próximo, que não se apagara.

O segundo presidente de Goiás, foi o português Miguel Lino de Moraes (1827-1831), homem inteligente e que provocou fazer uma boa administração.

Impulsionou o ensino, lutou pelo renascimento da mineração, criou uma empresa de explora-ção de minérios (Companhia dos Seis Amigos) na cidade de Goiás, fundou, também na mesma cidade uma fábrica de tecelagem (1828), incentivou a agricultura e a pecuária. De seu governo datam “as primeiras grandes exportações de rebanhos, sobretudo de gado vacum e cavalar”.

Com a abdicação de D. Pedro I, rebentou em Goiás um movimento de caráter nitidamente na-cionalista, que alcançou vitória pelas condições da política geral do Brasil. Os líderes deste mo-vimento foram o Bispo cego, D. Fernando Ferreira, Pe. Luís Bartolomeu Marquez e Coronel Fe-lipe Antônio Cardoso.

Recebendo adesão e apoio das tropas, o movimento de 13 de agosto de 1831 alcançou seu ob-jetivo, que era depor todos os portugueses que ocupavam cargos públicos em Goiás.

A conseqüência deste movimento de rebeldia foi a nomeação de três goianos para a presidên-cia de Goiás, embora a Regência de início oficialmente o desaprovasse.

Foram estes os seguintes presidentes Goianos:

José Rodrigues Jardim, (1831-1837), Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury (1837-1839) e José de Assis Mascarilhas (1839-1845).

6. O POVOAMENTO DE GOIÁS E A EXPANSÃO DA PECUÁRIA

Durante o século XIX a população de Goiás aumentou continuamente, não só pelo cresci-mento vegetativo, como pelas migrações dos Estados vizinhos. Os índios diminuíram quan-titativamente e a contribuição estrangeira foi inexistente.

A pecuária tornou-se o setor mais dinâmico da economia.

I – Correntes Migratórias

A maioria dos mineiros que aqui permaneceu, após o desaparecimento do ouro como empresa pré- capitalista, vai dedicar-se a uma agricultura de subsistência e criação de gado.

A pecuária trouxe como conseqüência o desenvolvimento da população. Correntes migratórias che-gavam a Goiás oriundas do Pará, do Maranhão, da Bahia, de Minas, povoando os inóspitos sertões.

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No sudoeste novos centros urbanos surgiram, sob o impulso da pecuária: Rio Verde, Jataí, Mi-neiros, Caiapônia, Quirinópolis.

No norte a pecuária trouxe intensa mestiçagem com o índio, que foi aproveitado como mão de obra na criação de gado. Em menor escala, também ocorreu a mestiçagem com o negro. Os habitantes desta região dedicaram-se não só a criação de gado, mas também a exploração do babaçu, de pequenos roçados, do comércio do sal (muito rendoso) e a faiscarão. Nasceram no-vas cidades e outras já existentes tomaram novos impulsos sob o fluxo da pecuária: Imperatriz, Palmas, São José do Duro, São Domingos, Carolina, Arraias.

II – Cronologia do povoamento

Pelo exposto, viu se que a economia minerada deu início ao processo de colonização de Goiás. Coube à pecuária desenvolver e aumentar sua população.

A partir dos anos 30 do século XIX foi a população aumentando, sob os auspícios da pecuária :

1849 – 79.000 habitantes;

1856 – 122.000 habitantes;

1861 – 133.000 habitantes;

1872 – 149.000 habitantes;

1890 – 227.000 habitantes;

1900 – 255.000 habitantes.

III – População Indígena

Necessário se faz mencionar os abórigenes, que contribuiram sobremaneira para a formação do grupo goiano, principalmente no Norte do Estado.

Saint-Hilaire afirma que por acosião de sua viagem, Goiás era a Província que mais índios possuía “... a população portuguesa derrama nesta capitania não fora nunca suficientemen-te intensa para aniquilá-los todos. Com muitos custo conseguira-se reunir certo número em aldeias; os outros viviam inteiramente selvagens nas matas e nos lugares mais desertos”.

Infelizmente, nunca foi possível precisar o número exato dos silvícolas goianos, como de todo o Brasil. Com o passar dos anos a colonização trouxe o desaparecimento parcial dos naturais e a extinção total de muitos tribos.

IV – Imigração estrangeira

Não podemos deixar de mostrar a problemática da imigração européia.

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Após a liberação do negro, grupos locais, identificados com interesse agrário, lutaram pela vida do imigrante europeu. O governo Montandom (1886) adquiriu do Vice- Presidente da Provín-cia, José Antônio Caiado, uma fazenda destinada a iniciar este tipo de colonização. Mas as ter-ras eram muito ruins, e os imigrantes italianos não chegaram nem a vir para o território goiano.

Em 1896, o governo repuplicano de Goiás tentou mais uma vez impulsionar a imigração. Tam-bém sem êxito.

Somente nas primeiras décadas do século XX se iniciou a imigração européia em Goiás, em moldes muito modestos.

Em 1920, três núcleos coloniais mais importantes desenvolveram-se em Goiás: um de ita-lianos em Inhumas; outro também de italianos no município de Anápolis ( Nova Veneza ); o terceiro, de portugueses, na fazenda Capim Puba no atual município de Goiânia.

Em 1924, organizou-se a colônia de Uvá. 300 famílias, num total de 299 pessoas, instala-ram-se no referido núcleo, as demais dispensaram-se.

Em Anápolis, no ano de 1929 formou-se um núcleo de 7 famílias japonesas. Nos anos se-guintes juntaram-se outras famílias; estes pequenos grupos prosperaram pelo seu trabalho sistemático e pelas semelhanças de clima e solo. Foram estas as primeiras levas de colonos europeus que vieram para Goiás.

As condições sócio-economicas do Brasil não possibilitaram uma ação administrativa satisfató-ria em Goiás, durante o século XIX. A política goiana, por outra parte, era dirigida por Presiden-tes impostos pelo poder central. Somente no fim do período em referência, começou a adquirir feições próprias. Coexistiu no aspecto cultural um verdadeiro vazio.

7. PANORAMA ADMINISTRATIVO POLÍTICO CULTURAL DE GOIÁS DURANTE O IMPÉRIO

I – Panorama Administrativo

A primeira Constituição Brasileira foi promulgada a 25 de março de 1824. Esta carta política re-geu todo o Brasil até a proclamação da República em 1889.

Em Goiás os presidentes exerciam grande influência na vida política. Eram eles de livre escolha do poder central, sem vínculos familiais à terra, descontentando os políticos locais.

A Assembléia Provincial e a Câmara dos Vereadores funcionavam de acordo com as ordem e interesse do Presidentes da Província.

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Condicionado por uma série de fatores, Goiás teve vida medíocre no transcorrer do séculos XIX. Não participou do surto desenvolvimentista do Brasil, em brionário a partir da década de 50 e me aceleramento depois dos anos 70.

Seus administradores quase nada conseguiram fazer. Lutaram para normalizar a navegação do Araguaia – Tocantins, com pequenos êxitos; tentaram estender os trilhos de ferro aos sertões goianos, mas não conseguiram.

II – Panorama Político

Nas últimas décadas do século XIX, grupos locais manifestaram-se com a administração e res-ponsabilizaram os Presidentes “Estrangeiros” pelo grande atraso de Goiás e passaram a lutar pelo nascimento de uma consciência política. Sob pretexto de afastar o “Oficialismo Político” e assim enfeixar nas mãos o poder, fundaram os partidos políticos _ Liberal ( 1878 ) e Conserva-dor ( 1882 ). Os jornais Tribuna Livre, Publicador Goiano, Comércio, Goyaz, foram propulsores destas idéias e interesses.

Após esta tomada de consciência, verificou-se relativa mudanca no panorama político de Goiás . Representantes próprios foram enviados á Câmara Alta: André Augusto de Pádua Fleury, José Leopoldo de Bulhões Jasmim, Cônego Inácio Xavier da Silva e outros.

A consequência de tais movimentos foi a fortificacão de grupos políticos locais, lan;ando as ba-ses das futuras oligarquias goianas.

A vida política de Goiás na última década do Império foi muito agitada, em decorrência das cri-ses nacionais e dos choques de interesses dos grupos locais.

III – Panorama Cultural

Pode-se afirmar que a educacão em Goiás no século XIX foi inexistente . A cultura era própria do clero e inexpressiva.

Coube a Pombal instituir as chamadas aulas régias e criar o subsídio literário.

O primeiro professor oficial Bartolomeu Antônio Cordovil iniciou sua tarefa, muitos anos de-pois, em 1787 .

No fim do século XVIII, existiam em Goiás oito professores. Praticamente não existiam escolas, considerando o número de seus habitantes: 50.574.

O ensino secundário passou a dar os seus primeiros passos com a criacão do Liceu de Goiás em 1846 . No entanto, este estabelecimento não atendia aos jovens do interior da Província. Aque-les de maiores posses iam para Minas concluir seus estudos, os outros, grande maioria, ficaram como tinham nascido: analfabetos quando muito aprendiam as primeiras letras.

São Paulo era a cidade eleita para os estudos superiores, uma vez que o curso jurídico era, na maioria das vezes, o preferido.

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Em1882, foi criada a primeira Escola Normal de Goiás. O currículo desta escola era voltado para as matérias experimentais: física, química, zoologia, botânica, pedagogia, sociologia, língua portuguesa, etc. Seu funcionamento encontrou vários obstáculos e pouco tempo duro.

No transcorrer da década de 80, o ensino em Goiás passou por reformas, sofrendo ingerência de interesses políticos e da filosofia Comteana.

Quanto ao desenvolvimento cultural de Goiás, operou-se também em passos lentos, como re-flexo de sua limitada vida Sócio-Econômica.

IV – Panorama Histórico Econômico De Goiás:1722 – 1930

O processo de colonização de Goiás se fez em função de economia de mineração, ditada pelo sistema mercantilista, dentro da economia do ouro do Brasil.

No Brasil é denominado a século do ouro, Primeiramente se descobriram as minas de Cuiabá, e em seguida as de Goiás. Com a descoberta do ouro no território goiano, através da expedição de Bartolomeu’ Bueno da Silva, fez- se a ocupação inicial da região, então, normalmente onde havia ouro e água eregia- se um pequeno povoado. Dessa forma, faz- se a ocupação da região Centro- Sul de Goiás – referimo-nos ao estado de Goiás, antes da atual divisão enquanto per-maneceram totalmente despovoadas as regiões do extremo norte e sudeste da capitania.

A partir do crescimento demográficos de Goiás, da ocupação, inicial da terra, há necessidade de se criar uma capitania em separado da capitania de São Paulo. Em 1749, Goiás se torna uma região independente, passando a Ter governo próprio, porque até então era administrado de longe do Ouvidor, que era o Chefe da Justiça e do Intendente, que era o encarregado das finan-ça, responsável pelo controle da arrecadação do ouro em Goiás.

8. MOVIMENTO LIBERAIS E A IMPLANTAÇÃO DE REPÚBLICA EM GOIÁS

I – A escravidão e o movimento libertário

A escravidão negra sustentou a exploração do ouro em Goiás.

No apogeu desta fase (1726-1778), as estatísticas mostraram a superioridade numérica do ne-gro sobre o branco.

Para os primeiros tempos do povoamento, pode-se avaliar uma relações de três para um entre escravos e livres, havendo que considerar entre livres mulatos e forros.

A última ilusão de ouro em Goiás foram as Minas de Anicuns (1807). A falta de escravos para trabalhar nestas minas levou a aceitar o trabalho livre assalariado.

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Quando a escravidão deixou de ser o fulcro da produção e pela conjuntura nacional o preço do escravo ficou muito alto, os fazendeiros perceberam que pagar um trabalhador por baixo preço era mais lucrativo. Concomitantemente foram grassando na sociedade goiana os sentimentos humanitários de libertação do negro.

II – Felix de Bulhões, o Castro Alves goiano.

Felix de Bulhões, foi um dos goianos que mais batalhou pela libertação dos escravos. Em 1885, fundou o jornal O Libertador, que teve como principais, objetivos libertar, integrar e educar o negro no contexto social. Promoveu festas, angariou dinheiro para alforriar escravos. Era poeta. Compos o Hino Abolicionista Goiano. É chamado Castro Alves Goiano pela sua grande atuação em benefício à liberdade do negro. Sua morte ,ocorrida em março de 1887,levou várias socie-dades emancipadoras, já constituidas em goiás a se unirem,fudando a Confederação Abolicio-nistas Felix de Bulhões.Seus frutos foram positivos.Libertou Muitos escravos.

A Lei libertou em toda província Goiana aproximadamente 4.000 escravos.Numero insiguinifi-cante para uma populaçao gue já alcançava cifra superior a 200.000 homens.

III – O movimento republicano em Goiás

O Movimento republicano no Brasil Somente tomou Alma e corpo a partir de 1870, justamen-te na década em que processavam transformaçoes de ordem sócio econômica: Surto cafeeiro, desenvolvimento do crédito bancario,impulsos a industrialização,decadência da mão de obra escrava,incremento á imigração européia,urbanização, desenvolvimento do mercado interno,etc.

Em Goiás, graças à sua estrutura sócio-econômica e cultural, as manifestações republicanas foram tardias e inexprecivas.

IV – Guimarães Natal- um republicano histórico.

Em 1822, em decorrência do partido Liberal Goiano, Manuel Alves de Castro Sobrinho, fundou o jornal, O Bocayuva que embora tenha circulado apenas sete vezes, trabalhou pelo ideal re-publicano. No dia seguinte, um jovem, que se formara na escola de Direitode São Paulo, trouxe para a província goiana a efervecência desta chama revolucionária.

Era de Joaguim Xavier Guimarães Natal. Fez renascer o Bocayuva e batalhou pela divulgação de seus ideaís, na época denominados Subversivos.

Tendo como principal escopo-maior desenvolvimento de goiás, lutou pela federação, abolição liberdade de ensino, liberdade de religião, eleições democraticas, etc.

Nas pugnas eleitorais, seus candidatos não ganhavam votos.

O Brasil federal(1887), foi outro jornal republicano fundado e dirigido pelo mesmo líder – Gui-marães Natal.

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V – Implantação do Regime Republicano em Goiás

Como Goiás ainda não tinha telégrafo, a notícia da Proclamação da republica aqui chegou atra-vés de uma carta vinda de franca,no dia 28 de novembro.

A nova proclamação colheu de surpresa todos os políticos da província. O povareu não partici-pava da vida política, portanto o 15 de Novembro nada representou para ele.

Os efeitos do 15 de novembro em Goiás prenderam – se as questões administrativas e políticas.Os fatores sócio- econômico e culturais não sofreram abalo: O liberto continuou flutuante, ca-minhando para o marginalismo social; as elites dominantes continuaram as mesmas; não ocor-reu a imigração européia; os latifúndios improdutivos, àreas imensas para povoar e explorar; decadência sem se pensar em modificar a estrutura de produção; pecuária e agricultura defi-citárias; educação em estado embrionário; povo esquecido em suas necessidades, mas usado pelos hábeis políticos, que baixavam decretos em seu nome.

VI – Crises políticas e elites dominantes

Pelo fato de ser Guimarães Natal cunhado dos Bulhões, a República em Goiás não trouxe modi-ficação na liderança política.

Os Bulhões continuaram donos do poder como na fase na qual ascendiam os liberais na área nacional. Agora ,com maior margem de mando, graças à autonomia do estado oferecida pelo novo regime – Federação.

Os primeiros anos de Goiás República estão cobertos de lutas pelo poder político. São elas, em parte, reflexo da conjuntura nacional.

O Governo provisório nomeou presidente do Estado Tenente Coronel Bernardo Vasques, que, no entanto, nem chegou a tomar posse.

No dia 25 de Fevereiro de 1890, Gustavo Augusto da Paixão, assumiu a Presidência do novo Estado.

Os Bulhões desejosos de galgar o Executivo, embora mantendo relações amistosas com Paixão, conseguem, através de Campos Salles e Francisco Glicério, sua demissão, que se efetuou a 12 de Janeiro de 1891.

Na impossibilidade de assumir o governo o 1º Vice- Guimarães Natal, tomou posse Bernardo Antônio de Farias Albernaz ( 2º Vice ).

O segundo ministério do governo de Deodoro (Ministério – Lucena) fez nova nomeação de Pre-sidente e vice Presidente para Goiás Recaiu a escolha nos goianos João Bonifácio Gomes de Siqueira e Constâncio Ribeiro da Maia (Grupo Fleury )

Empossado João Bonifácio a 30 de Março de 1891, procurou administrar imparcialmente, mas velho e cansado, sofrendo pressões das diferentes facções, renunciou no dia 19 de maio de 1891. O novo Presidente foi Constâncio Ribeiro da Maia.

Com a renúncia de Deodoro (23 de novembro de 1891) o cenário político goiano se transforma. Voltam ao poder os Bulhões.

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VII – Grande crise da Constituição goiana

Uma das primeiras preocupações de Junta Governativa, aclamada a 1.º de Dezembro, foi a es-colha dos representantes goiano à Constituinte Nacional.

Foram nossos representantes:

Senadores: José Joaquim da Sousa e Antônio Amaro da Silva Canedo.

Deputados: José Leopoldo de Bulhões, Sebastião Fluery Curado e Joaquim Xavier Guimarães Natal.

Choques entre o legislativo e o executivos geraram a primeira grande crise política de Goiás República – crise da Constituição. Goiás teve duas Constituições, a dos Bulhões e a dos Fleurys.

Após a renúncia de Deodoro, prevaleceu a Constituição de 1º de junho de 1891, também co-nhecida pelo nome de Constituição dos Bulhões.

VIII – Elites Dominantes – Bulhões e Jardim Caiado.

Com o Marechal de Ferro no poder Central, os Bulhões consolidaram seu domínio na política de Goiás. O grande líder desta oligarquia foi José Leopoldo.

No ano de 1904, ocorreu fracionamento do grupo, sob a liderança de Xavier de Almeida, que conseguiu afastar monentaneamente os Bulhões do poder.

No entanto, em 1908, em decorrência da sucessão senatorial, Goiás viveu clima de intranqüili-dade política, desaguando numa revolução (1909).

Nesta luta saíram vitoriosos, mais uma vez, os Bulhões, a esta altura apoiados por Eugênio Jar-dim e Antônio Ramos Caiado, que posteriormente, se tornaram fortes como políticos não só na área regional como na nacional.

Maio de 1909 pode ser conhecido na história política de Goiás como o renascimento do man-donismo bulhônico. Foi reconhecido presidente do Estado, para o quatriênio 1910-1913, Urba-no de Gouvêa, cunhado de José Leopoldo; este se elegeu, mais uma vez, Senador da República de Goiás.

Permaneceu nesta função até o ano de 1918, quando não mais conseguiu se reeleger.

Foram desentendimentos entre o grupo bulhônico e os Jardim- Caiado e o apoio da política de Hermes Fonseca a estes, que levaram a oligarquia dos Bulhões à derrocada.

A partir de 1912, a elite dominante na política goiana, vai ser a dos Jardim-Caiado, popularmen-te conhecida como Caiadismo. No se início os documentos registram “política Eugenista”.

Antônio Ramos Caiado fez presidente do Estado, fez deputados, se fez sempre senador da Re-pública e fez aprovar leis de acordo com seu interesse político e pessoal.

Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de 1930 tornou-se vitorioso. Em Goiás seu grande opositor foi o médico Pedro Ludovico Teixeira.

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9. GOIÁS ATÉ A REVOLUÇÃO DE 30

I – Situação Geral do Estado

Em 1925, o capitão Cordolino de Azevedo, goiano, residente no Rio, empreendeu uma viagem nostálgica a Goiás, depois de 30 anos de ausência. Para ele Goiás atravessava uma grande fase de progresso, inaugurava-se uma nova era para a terra goiana.

As principais razões do progresso goiano enumeradas pelo capitão eram:

• Comunicações – A chegada da estrada de ferro a Goiás tinham revolucionado as comunica-ções.

• Economia – A estrada de ferro estava produzindo uma extraordinária expansão da econo-mia goiana.

• Governo – O Estado de Goiás era um dos poucos estados da União com finanças saneadas, com constantes superavit orçamentários.

Esta visão otimista do capitão não parece confirmada pela realidade: até 1930 o Estado de Goi-ás continuava fora da corrente de progresso.

II – Comunicações

Em 1824 entrou em Goiás o primeiro carro de bois, proveniente de Minas.

O telegrafo chegado a Goiás em 1891 supôs um enorme avanço na transmissão de notícias.

Dois grandes inventos tinham revolucionado as comunicações durante o século XIX: no setor das comunicações marítimas – o navio a vapor; no setor das comunicações terrestres – a estra-da de ferro.

Significava o transporte “rápido e barato”, indispensável para o progresso econômico e social. Mas somente chegou a Goiás em 1913.

Embora um grande avanço para a s comunicações com o exterior, os 300Km, de estrada de ferro não poderiam significar grande coisa para um Estado de mais de 600.000 quilômetros quadrados.

No século XX, um novo invento veio revolucionar os transportes:

o automóvel.

O primeiro automóvel parece ter chegado a Goiás em 1907. A primeira estrada de rodagem foi inaugurada em 1921. O progresso neste sentido foi também lento: em 1930 o movimento de veículos nesta estrada, a principal do Estado, era de apenas dez por dia, entre carros e cami-nhões.

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III – População

A população do Estado aumentava rapidamente. O censo de 1900 deu a Goiás uma população de 255.284 habitantes; e o de 1920, registrou 511.919.

A região mais povoada era o sudeste, pela maior proximidade do Triângulo Mineiro e presença da Estrada de Ferro. Catalão com 35 mil habitantes era em 1920 o município com maior população.

IV – Felix de Bulhões Economia

A economia era uma economia quase exclusivamente de subsistência; a produção era local e para o consumo, sendo muito pequeno o comércio interno e a circulação monetária.

A grande massa da população trabalhava na agricultura. A criação de gado era, contudo, o setor mais dinâmico da economia, por ser o gado em pé o produto de mais fácil exportação e quase o único exportado em quantidade apreciável.

Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da arrecadação total do Estado.

Com a construção da Estrada de Ferro, a produção de arroz para a exportação aumentou ra-pidamente; no período 1928-1932, a exportação de arroz já alcançava a metade do valor da exportação de gado.

Também crescia a exportação de café.

A indústria e os serviços continuavam sendo atividades economicamente pouco significativas.

A economia em seu conjunto continuava, pois, sendo uma economia de subsistência. A escas-sez de moeda e meios de pagamento, a inexistência de vida urbana, e a dificuldade de comuni-cações impedia a produção para o exterior mediante a exportação. Goiás no período da Repú-blica Velha, permaneceu estagnado.

V – Regime de Propriedade: Classes Sociais

Em todo o estado, continuava dominando a grande a propriedade rural, o latifúndio; só as grandes fazendas podiam vender algum excedente à dinheiro, com que comprar o sal, aramar, pólvora e chumbo, e outras poucas coisas imprescindíveis para a vida e não produzidas na própria fazenda.

Em Goiás a terra valia muito pouco, e rendia ainda menos. A produtividade da terra, e sua con-seqüente valorização, só se dariam em Goiás com a criação de um mercado consumidor em decorrência do processo de urbanização.

VI – Governo: Administração

No aspecto político, o governo tinha sua autonomia bastante reduzida pela prepotência local dos “coronéis” no interior. Quase poderíamos dizer que o governo só exercia sua jurisdição ple-namente na capital; os coronéis, o vigário e o juiz eram mantenedores da ordem social.

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As distâncias, a pobreza de meios econômicos, a carência de um corpo de funcionários adequa-do são as causas do enfraquecimento do poder central do Estado.

Outra característica, talvez ainda mais importante, do poder público nesta época é a limitação dos objetivos do governo. Neste aspecto, os governos de Goiás até a revolução de 1930 estão muita mais próximos do tipo de governo colonial que dos governos atuais.

Junto aos deveres fundamentais da ordem e da legalidade, pouco a pouco, ia-se desenvolvendo em Goiás a consciência de que era uma obrigação do governo cooperar no ensino, preocupar--se das comunicações, velar pela saúde pública, etc.

Mas estas eram por parte do governo preocupações ainda remotas, e por parte do povo exi-gências por muito poucos formuladas.

A transformação do conceito e do âmbito de ação do poder público, que é uma das revoluções mais profundas operadas durante a história contemporânea, só começariam a manifestar-se em Goiás em decorrência da revolução de 1930, que vitoriosa no âmbito nacional, lançou seus frutos positivos em Goiás.

10. A REVOLUÇÃO DE 30 E A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA

A revolução de 30, não se operou, imediatamente, no campo social, mas no campo político. O governo passou a propor-se como objetivo primordial o desenvolvimento do Estado. A construção de Goiânia, pelas energias que mobilizou, pela abertura de vias de comunicação que a acompanhavam, e pela divulgação do estado no país, foi o ponto de partida desta nova etapa histórica.

I – Revolução de 30 em Goiás

A revolução de 30 foi uma revolução importada em Goiás. Nem poderia ser outra maneira.

Ela não foi uma revolução popular, nem se quer uma revolução de minorias com objetivos so-ciais. Foi portanto, uma revolução feita por grupos heterogêneos da classe dominante descon-tente (Minas Rio Grande do Sul),de militares (Grupos tenentista) e das classes médias, sem uma ideologia determinada.

Em Goiás a revolução teve como ponto de apoio parte da classe dominante descontente.

A falta de comunicações acentuava a impossibilidade do surgimento de uma oposição organizada.

Os pequenos núcleos de oposição, que se tinham formado durante á última década (em Rio Verde e Inhumas e Anápolis), eram mais expressão de personalidades descontente que uma verdadeira oposição.

As eleições eram totalmente controladas pelo Governo(o que tirava toda esperança de der-rubar o governo por meios legais). E a ação da policia militar, tornando a vida difícil para os oposicionistas mais recalcitrantes, completam a explicação da inexistência de uma oposição consistente em Goiás.

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A crise do 29, que foi o catalizador de todos os descontentamentos para fazer eclodir a revo-lução, não fez sentir efeitos aqui por falta de uma economia organizada e dependente de um ativo comércio.

Por todas estas razões, a participação efetiva de Goiás na revolução limitou-se á ação pessoal do Dr. Pedro Ludovico. Ao explodir a revolução a 4 de Outubro de 1930, reuniu um grupo de 120 Voluntários no triângulo Mineiro, com que intentou invadir a região do Sudoeste de Goiás.

Pedro Ludovico preso. Logo depois a revolução triunfava no resto do País. Uma coluna proce-dente de Paracatu, comandada pelo coronel Quintino Vargas chegou até a cidade de Goiás e o médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o poder.

II – Governo revolucionário

A revolução colocou em Goiás um governo provisório composto de três membros: entre eles estava, o Dr. Pedro Ludovico. Três semanas depois, foi nomeado interventor ,imaginou durante 15 anos Pedro Ludovico governaria pessoalmente Goiás.

A revolução não provocou nenhuma mudança social, no campo político um movimento mora-lizador: a comissão. A comissão de sindicância devia apurar os crimes contra o patrimônio do Estado, a coação contra os “elementos Liberais”, a violência e abuso de autoridade e fraude nas eleições.

Com respeito a este objetivos, a revolução trouxe para Goiás uma revolução política. Muitos jovens, politicamente novos, mais desinteressados e ansiosos em trabalhar pelo progresso do Estado, passaram a ocupar os ,cargos de governo. Mas os longos anos de ditadura, haveriam de seguir-se.

Há um aspecto, contudo, em que as transformações foram profundas e decisivas: o estilo de governo. O governo passou a propor-se como objetivo primeiro de sua gestão, a solução dos problemas do Estado em todas as ordens, dando especial ênfase ao problema do desenvolvi-mento, exemplos: transporte, educação, saúde pública, exportação.

O grande empreendimento do Estado, foi a construção de Goiânia.

III – O Problema da Mudança da Capital

Já desde os princípios tempos da história de Goiás, localização da capital tinha constituído um problema: o primeiro governador de Goiás, Conde dos Arcos, respondendo a uma consulta do governo português, informa que o translado da capital de Vila Boa (Cidade de Goiás) para Meia Ponte (Pirenópolis) seria bastante benéfico para a Capitania, pois o clima de Vila Boa e sua situ-ação geográfica eram muito inferiores aos de Pirenópolis.

Estas acusações contra a cidade de Goiás, a insalubridade de seu clima e sua má localização para servir de centro administrativo da Província e depois do Estado, foram várias vezes repeti-das durante o século XIX, por alguns Presidentes.

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Contudo, Goiás continuava sendo a capital.

As razões que se opunham à mudança da capital eram:

1. de parte do governo: o gasto público que isto suporia, todos os edifícios públicos teriam de ser construídos de novo; haveria que empregar grandes somas na construção da nova capital e o governo estadual era tão pobre que não podia pensar em gasto algum extraordinário.

2. de parte da população: a oposição composta tanto por motivos sentimentais, como pelo prejuízo econômico que se teria da mudança. A “desvalorização” das casas, dos negócios e das terras era temida por todos.

Por isso a mudança não poderia processar-se em tempos normais, a oposição era demasiado forte. Só uma transformação violenta das estruturas políticas poderia reabrir o problema da mudança.

Foi o que aconteceu com a revolução de 30.

IV – Influência do Movimento de 30 no Ideal Mudancista

A situação do novo governo, nascido da revolução, era radicalmente diferente com respeito ao problema da mudança da capital.

A cidade de Goiás era o centro de poder da oligarquia deposta pela revolução – trasladar a capi-tal para outro lugar reforçava o novo governo do ponto de vista político e psicológico.

Não havia que temer a oposição, pois o governo revolucionário nem dependia dos votos dos eleitores, nem devia favores aos governos passados.

Para criar uma nova era nenhum símbolo melhor que criar uma nova capital.

Em junho de 1932, Pedro Ludovico, declarou publicamente que o problema da transferência da capital estava sendo estudado e seria resolvido em breve.

Em outubro, já viajava para o Rio buscando apoio político e financeiro do governo federal à construção da nova capital.

IV – Etapas da Construção de Goiânia

A mudança da capital não era apenas um problema na vida de Goiás. Era também a chave, o começo de solução de todos os demais problemas. Mudando a sede do governo para um local que reunia todos os requisitos de cuja ausência absoluta se ressente a cidade de Goiás, tere-mos andado meio caminho na direção da grandeza desta maravilhosa unidade central.

“O governo não considerava a construção de uma nova capital um gasto, mas um investi-mento necessário para o desenvolvimento.”

Nenhum obstáculo foi capaz de impedir a construção: nem a forte oposição política, nem a dificuldade de construir uma cidade num lugar tão afastado, com pouco dinheiro, e sem contar com uma infra-estrutura industrial.

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A 24 de outubro – como homenagem à revolução – teve lugar o lançamento da primeira pedra.

A partir deste momento, a construção progrediu rapidamente.

A 7 de novembro de 1935, realizou-se a “mudança provisória”: o governador – Pedro Ludovico – deixou Goiás, para fixar sua residência em Goiânia.

Em Goiás, ficaram ainda a Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva, teve lugar em 1937, quando os principais edifícios públicos já estavam concluídos.

Cinco anos depois, em julho de 1942, foi realizado o “batismo cultural” de Goiânia, com gran-des festas e a celebração de vários congressos de ordem nacional.

A cidade contava com mais de 15.000 habitantes, o dobro que a cidade de Goiás com seus 200 anos.

V – Goiânia e Desenvolvimento de Goiás

O problema do desenvolvimento é muito mais complexo e de muito mais lenta solução do que supunham os homens da Revolução de 30.

Em 1942, com efeito, Goiânia, “chave do desenvolvimento geral de todo o Estado”, era uma cidade perfeitamente estabelecida, e o orçamento estadual subia já a 26.000 contos (mais de cinco vezes o orçamento de 1930), mas o desenvolvimento do Estado estava longe de ser satis-fatório. Para tomar um único índice: o censo de 1940 constatou que entre 563.262 pessoas de mais de 10 anos, só 148.937 sabiam ler e escrever.

As comunicações, a saúde, a instrução, a carência de indústria, a baixa produtividade na agri-cultura e na pecuária, a descapitalização da economia, a estrutura da propriedade etc., etc., eram problemas ainda intactos, trabalho para várias gerações.

A Revolução de 30, e sua obra principal em Goiás: a construção de Goiânia, podem considerar-se começo de uma nova etapa pelos rumos que marcaram mais que pelas realizações imediatas.

A construção de Goiânia, uma das grandes obras do Brasil na época, devolveu aos goianos a confiança em si mesmos. Em vez de pensar-se na grandeza do passado, começou a pensar-se na grandeza do futuro.

Ao mesmo tempo, a construção de Goiânia significava um primeiro grande impulso para a transformação da economia e da política econômica.

O governo, até então preocupado quase unicamente em manter a ordem, promoveu, pela pri-meira vez em Goiás, uma obra de grande envergadura, que mobilizou as energias latentes.

A Construção de Goiânia, promoveu a abertura de novas estradas, tornando-se centro de liga-ção dentro do Estado e com outros Estados: favoreceu a imigração, e consequentemente o po-voamento, acelerando a colonização do Mato Grosso goiano, zona de grande riqueza agrícola; criou o primeiro centro urbano, que se não chegou a constituir-se em centro industrial – como esperava os construtores.

Por isso, a Revolução de 30 e construção de Goiânia, podem ser tomados como marco de uma nova etapa histórica para Goiás.

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11. GOIÁS ATUALIDADE: 1940 – 1970

I – A População

A alta taxa de natalidade da população do Estado e o aumento da imigração determinaram, neste período, que o crescimento da população se processasse num ritmo acelerado.

A imigração, durante esta década 1940-1950, também alcançou um elevado índice, que de-terminou, somado ao aumento vegetativo, um crescimento global, um crescimento global da população de 3,9% anual.

Mais rápido ainda foi o crescimento da população na década seguinte, alcançando a taxa de 4,9%. Os fatores que influíram fortemente foram: a construção de Brasília e a diminuição do índice de natalidade.

Em 1970 a população de Goiás se aproximava já dos três milhões. Estes dados indicam que a população de Goiás se multiplicou por seis nos últimos cinqüenta anos.

Este crescimento rápido da população, estimulado pela forte migração, embora a longo prazo se traduza em maior desenvolvimento, a curto prazo pode conduzir a variados impasses. Se-gundo Otávio Lage: “As emigrações trazem consigo boas e más conseqüências. Para a economia da região, melhoram os índices de mão-de-obra, ampliam as fontes de riquezas, etc.: entretan-to, contribuem para o aumento da demanda insatisfeita de serviços sociais, escolas, energia, estradas, saneamento e habitação, sobrecarregando os governos.

II – Distribuição da População

Na realidade, a distribuição da população é muito desigual, quase a metade do Estado tem uma densidade entre 1 e 2 hab./Km2.

As regiões homogêneas formadas de Norte e Sul. Pois bem, as oito primeiras micro- regiões com 61% do território tem apenas 27% da população, enquanto o Mato Grosso Goiano, décima região, concentra mais de um terço da população do Estado com 28,69hab./Km2.

Também apresentam uma forte concentração populacional as três regiões do extremo sul: Meia Ponte (7,8hab/Km2, Sudoeste Goiano (6,4) e Paranaíba (8,79).

As vias de comunicação e a proximidade maior ou menor dos grandes centros econômicos tem determinado uma distribuição da população totalmente diferente à causada pela mineração no século XVIII, e pela pecuária no século XIX.

III – Urbanização

O processo de urbanização foi acelerado com a revolução industrial. A concentração de mão--de-obra para as indústrias determina o crescimento rápido das cidades.

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Em Goiás o censo de 1940, que foi o primeiro em fazer a distinção entre população urbana e rural, dava para o Estado 14,6% de população urbana e rural, dava para o Estado 14,6% de po-pulação urbana

85,4% rural. Devemos notar, contudo, que o índice de ruralidade era ainda bastante mais eleva-do, pois o critério adotado pelo IBGE de considerar população urbana a residente na sede dos municípios computa como urbana a população de pequenas cidades e vilas. Apesar disto, havia municípios, como Goiatuba, onde o índice de ruralidade subia até 97,12%. Só quatro cidades passavam dos 7 mil habitantes (Goiânia, 15 mil, Anápolis, 9.500, Goiás, 8 mil e Ipameri 7 mil) e outros quatro (Rio Verde, Silvânia, Catalão e Piracanjuba) excediam em poucos os três mil.

IV – Economia: Predomínio do Setor Rural

“Da população economicamente ativa, 83,69% estavam ocupados em 1950 no “setor primá-rio”, em sistema de trabalho rudimentar: 4,17% no “setor secundário”, e ainda incipiente: e 12,14% no “setor terciário”.

A indústria continua sendo de pouca expressão em Goiás para a formação de riqueza e ofere-cimento de empregos: sua participação na renda estadual é quatro vezes menor que a média nacional.

A agricultura e a pecuária, representam, 57% e 40% respectivamente do setor primário. A agro--pecuária concentra 69% da mão- de-obra total.

A agricultura do Estado se baseia em três produtos principais: arroz, milho e feijão.

V – Governo: Administração

A falta de capitais e de uma tradição empresarial tornavam a ação do governo insubstituível para por em marcha e ativar os mais variados aspectos do desenvolvimento.

O envolvimento do governo do Estado foi dando-se gradualmente, a partir da construção de Goiânia; mais intensamente na década de 50, com a criação do Banco do Estado e a CELG.

O governo Mauro Borges foi o primeiro a propor-se como diretriz de ação um “Plano de Desen-volvimento Econômico de Goiás” abrangendo todas as áreas: agricultura e pecuária, transpor-tes e comunicações, energia elétrica, educação e cultura, saúde e assistência social, levanta-mento de recursos naturais, turismo, aperfeiçoamento e atualização das atividades do Estado.

Em Goiás a tributação per capita multiplicou-se por mais de seis, durante os quatro últimos anos.

Governo Mauro Borges levou a cabo a Reforma Administrativa. Essa reforma criava, paralela-mente ao corpo administrativo do Estado, propriamente dito, os serviços estatais autônomos e paraestatais.

As autarquias permanecem unidas ao governo através, das secretarias e participam do orça-mento estatal. As mais importantes são: CERNE, OSEGO, EFORMAGO, CAIXEGO, IPASGO, SU-PLAN, ESEFEGO, CEPAIGO, IDAGO, DERGO, DETELGO...

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Os serviços paraestatais são constituídos pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, nas quais o governo é acionista maioritário. Entre elas encontram-se a METAGO, CASE-GO, IQUEGO, etc.

Outro empreendimento importante que nasceu do governo de Mauro Borges foi a tentativa de reforma agrária.

12. GOVERNO DA REVOLUÇÃO

Em primeiro lugar uma das razões da queda do governador foi porque ele tocou o ponto cru-cial, ele criou a Metago. A Metago foi entregue ao Capitão Marcus Fleury, antigo chefe do SNI em goiás e branço direito da Repressão no Estado.

O que fizeram os Governos da Revolução em Goiás?

Visando eleger o sucessor, Ribas Júnior fez um governo visando o empreguismo e aumento do funcionalismo. Nomeuo praticamente todo mundo em Goiás.

Foi a última vez que o magistério recebeu verdadeiramente no Estado. Talvez reconhecendo as suas limitações, não interferiu na estrutura deixada pelos governo anteriores.

Otávio Lage de Siqueira, construiu postos de saúde e escolas no interior. Na capital ele foi ofus-cado pela brilhante Administração do então prefeito da capital o Sr. Iris Resende Machado, que remodelou Goiânia.

Como o presidente gostava de estádios foi a época em que quase todos os governadores cons-truiram seus estádios. Aqui foi construido o ESTÁDIO SERRA DOURADA e o AUTODROMO, di-nheiro desviado da Educação e obras assistenciais. O professor passa a ganhar baixos salários, os mais capazes vão evadindo da profissão.

Duas medidas importantes de seu governo: o Goiás rural e a Lei de Incentivos Fiscal, para as indústrias pioneiras em Goiás; a construção do CEASA, que com seu sistema de intermediários, constribuiu para elevar o custo de vida em Goiás .

Irapuan Costa Júnior (1975 – 1979 ).

Obras: Gínasio Rio Vermelho, Incentivo à ginástica e competições esportivas; ponte sobre o Rio Tocantins, de vendo também ser mencionada a restauração do Teatro Goiânia.

Ary Ribeiro Valadão ( 1979 – 1983 ). Foi o último dos governos escolhidos indiretamente pelo planalto.

Economicamente o governo procurou fazer obras de incentivo no setor primário atravéz dos projetos Rio Formoso, Rio do Sono, Rio dos Bois e Alto Paraíso. No projeto Rio Formoso o capi-tal monopolista atuou em detrimento do pequeno proprietário. Era um projeto ousado, objeti-vando fazer de Goiás um celeiro do Brasil.

No setor educacional, a única obra foi a construção do faraônico “Colégio de Líderes” ou Co-légio Hugo de Carvalho Ramos. Dado o seu caráter elitista e irreal no contexto goiano, o novo governo modificou a orientação do colégio e o inseriu na realidade educacional do Estado.

Governo Iris Resende Machado (1982).

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Eleitor majoristariamente pelo voto direto, popular e universal, contando com o apoio de uma “frente” de aposição ao oficialismo. É um governo de conciliação entre o capital e o trabalho.

Socialmente, tem se carecterizando pelo apoio às reivindicações populares, Destacam neste sentindo a instituição do comodato, a integração do sudeste goiano atravéz da Rodovia JK e de outras vias, desejo antigo dos produtores etc.

Projeto de peso no governo Iris é a tentativa de resolver o problema dos marginalizados sociais, frutos do êxodo rural. Contado com o apoio das prefeituras edos proprietários.

Inicialmente, o governo baixa o chamado “Decretão” uma medida extrema. Com maoir critério, o Estado volta a obsorver os funcionários, reforçando a função do “Estado de Obras”.

O Estado torna-se responsável pelo emprego, aínda que com altos e baixos salários.

No setor da Educação, está sendo providenciada a aprovação do Estatuto do Magistério, recon-siderou sua situação salarial e criou cursos complementares para alunos carentes.

De maneira geral é um governo caráte reformista que tenta recolocar o Estado nas vias de cres-cimento econômico. Melhorou a arrecadação fiscal e propriciou a regulamentação de folha de pagamento do Estado.

No campo social, Goiânia hoje é uma metrópole com aproximadamente 1,000,000 de habi-tantes, observa- se o fenômeno do êxodo Rural, que criado uma população marginalizada do contexto sócio-econômico.

O menor abandonado tem feito proliferar as casas de “Caridade”, grandes construtoras, na construção de apatamentos luxuosos com o dinheiro do F.G.T.S, no entanto é o fundo de garan-tia deste trabalhador que está garantindo uma parte da construção civil.

A fórmula que o governo descobriu para absorver a mão-de-obra que emigra do campo para as cidades. Este é raoidamente o quadro de Goiás hoje, o que não é diferente do restante do Brasil.

13. TURISMO

O turista proveniente de qualquer parte do Brasil, ou até mesmo do estrangeiro, encontra mag-níficas atrações no Estado de Goiás.

A GOIASTUR ( Empresa do Estado ) é um departamento da CANTUR e está subordinada à Se-cretaria de Comércio e Indústria. Os planos da GOIASTUR incluem, para início, Calda Novas, São João (onde há água sulfurosas) e Pirenópolis (cidade histórica).

Uma das mais importante das atrações turística de Goiás é “Caldas Novas” a maior reserva hidrotermal do mundo, localizada a 170 quilômetro de Goiânia. Apresenta 30 fontes de água termais, além de uma lagoa (Pirapitinga ) de água quente.

No sopé da serra de Caldas, encontra- se a “Pousada do Rio Quente”

Anápolis – é, depois de Goiânia, a cidade mais importante do Estado. Está situada entre duas importantes capitais: Brasília e Goiânia. É considerada a capital econômica do Estado devido à grande qualidade de indústrias.

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Cachoeira Dourada – Além a Usina Hidrelétrica, a Cachoeira Dourada é também um dos pontos turísticos mais visitados do Estado. Logo abaixo da Cachoeira Dourada (Itumbiara ) encontra- se o Canal de São Simão, que também é atração turística.

Paraúna – A cidade apresenta belos monumentos erigidos pelo tempo e pelo vento, no dorso da serra Paredão.

Trindade – É considerada como cidade religiosa de Goiás, porque no 1.º Domingo de julho de todos as anos, se realiza uma festa em louvor ao Divino Padre Eterno.

Pirenópolis – A cidade apresenta uma série de atrações turísticas, destacado- se a Cavalhada, que é realizada junto com a Festa do Espírito Santo. Há o estrondo da Roqueira, a serra dos Pirineus, a famosa Pensão do Padre Rosa, além das arquitetura colonial de suas casas e igrejas.

Goiás – Essa antiga cidade oferece aos turistas: os muros de pedra feitos pelos escravos, os so-brados coloniais, o Largo do Chafariz, a Casa da Fundição, o largo da Boa Morte, o Palácio Con-de dos Arcos, a cruz do Anhangüera (um marco deixado pelas bandeiras ), o Chafariz da Carioca e muitas outras atrações. A cidade de Goiás, foi a primeira capital do Estado do mesmo nome. Goiás, antiga Vila Boa, foi fundada em 1725 por Bartolomeu Bueno da Silva, o filho.

Araguaia e Bananal – A quantidade de peixes que o rio Araguaia apresenta é imersa (é o rio mais piscoso do mundo.)

Ilha do Bananal, apresenta o Paraíso das Lagoas, de águas claras com areal branco, depositado numa série de praias imersas. A flora e a fauna dessa ilha são riquíssimas pela sua enorme variedade.

14. FOLCLORE

Folclore é o conjunto de tradições, conhecimentos e crendices populares (lendas, contos, can-ções, arte popular)

I – Festa do Divino Espirito Santo

É uma festa que se realiza em quase todos as cidades do interior do Estado, sendo porém mais expressiva, nos seguintes lugares: Pirenópolis, Santa Cruz de Goiás e Jaraguá.

É realizada também na cidade de Goiás, sendo apresentadas danças folclóricas, como a “Con-gada” e a “Dança dos Tapuios”.

II – Nossa Senhora da Abadia

Esta festa também chamada de Nossa Senhora do Muquém, é realizada no mês de agosto. É uma festa de caráter religioso- popular.

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III – Festa de Nossa Senhora do Rosário

A origem dessa festa é baseada nos costumes dos escravos, desde o tempo da mineração. A festa se propagou e tornou-se conhecida em todos os lugares do Estado.

É normalmente realizada no mês de Outubro.

No passado, em Goiás havia a chegada da rainha dos pretos. Esta era acompanhada por um enorme cortejo de negros, enfeitados de cordões e broches de ouro.

IV – Danças e Musicas

No Estado de Goiás, a influência do elemento negro nas danças e ritmos, fica registrada na pre-sença de três danças: Tambor, Suça e Samba.

O Tambor é considerado uma dança sagrada, pois “foi a única dança que Nossa Senhora dançou”.

O povo diz que essa dança deve ser executada com alegria, porém com respeito, pois ela acom-panha a Rainha até a igreja nas festas do Rosário

A Suça é uma dança mais alegre que a do Tambor, sendo executada sob qualquer pretexto e sem disciplina. Além do tambor, utilizam viola e pandeiro.

O Samba é danças em qualquer reunião.

Essas três danças são mais executadas ao norte de Goiás.

V – Lendas

Além das lendas populares comuns em todo o Brasil tais como: “mãe-d’água”, “saci-pererê”, “mula-sem-cabeça”, “bicho-papão”, “anhangá”, temos também nossas lendas regionais como: a lenda da “Fonte da Carioca” e a do “filão de Ouro”.

VI – Varões

Há algumas pessoas que se destacam mais, pelo seu trabalho, sua coragem, sua dedicação, sua inteligência ou seu desprendimento.

O Estado de Goiás apresenta um número muito grande de homens que de destacaram ou se destacaram ou se destacam nas variadas atividades.

Assim temos:

VII – Escritores

Goiás.

Zoroastro Artiaga – Escreveu vários volumes sobre Histórias de

Antônio Americano do Brasil – Foi jornalista, poeta, orador, historiado e médico.

Bernardo Elis – Um dos maiores escritores da literatura goiana. José Godoy Garcia – Escritor e poeta.

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Basileu Toledo França – Historiador.

Hugo de Carvalho Ramos – Escreveu mais obras, sendo a principal

“Tropas e Boiadas”.

Eli Brasiliense – Grande escritor e poeta.

Cônego Luís Antônio da Silva de Sousa – Foi escritor, orador Jornalista e político. Não nasceu no Estado de Goiás, porém considerava- se goiano, tendo escrito as “Memórias Goianas”.

VIII – Poetas

Joaquim Bonifácio Gomes de Siqueira – Autor de poemas. É considerado o primeiro “Príncipe dos Poetas Goianos”.

Cilineu Marques de Araújo Vale – Conhecido pelo pseudônimo de Leo Lince. É considerando a segundo “Príncipe dos Poetas Goianos”. Introdutor do modernismo em Goiás.

Gilberto Mendonça Teles – Considerado, atualmente, o maior poeta goiano e grande crítico literário.

Frei Veiga Vale – Escultor notável, tendo deixado muitas esculturas sacras, destacando-se as de Nossa Senhora da Abadia e São Miguel.

15. A ADMINISTRAÇÃO

A administração portuguesa no Brasil durante os três séculos que durou: a continuidade fun-damentada na tradição e, muitas vezes, no direito costumeiro proveniente da época medieval; a unidade, dentro da dispersão, pois embora, cada capitania constituísse administrativamente uma quase ilha, todos seguiam, radicalmente, uma mesma orientação; o pragmatismo, que levava a preferir a adaptação de velhos modelos administrativos a situações novas no tempo ou no espaço, mediante correções ou adendos, à formulação racional de novas tipos para satis-fazer às novas necessidades de governo; a complexidade legal, consequentemente, pois as dis-posições dadas sobre um mesmo assunto, ao longo dos séculos e para uma geografia tão vasta como a do império português, vão sobrepondo- se, num emaranhado.

O Governo Geral estava estruturado na divisão da autoridade em três seções: administrativo-militar, justiça, fazenda. À sua frente estavam, o governador- capitão general, o ouvidor e o provendo- mor. Os campos de autoridade nunca estiveram perfeitamente delimitados, não somente no nível supe-rior, onde o governador acumulava certas atribuições na justiça e na fazenda, e o ouvidor e o prove-dor intervinham na administração, mas também ao longo dos respectivos corpos administrativos.

A autoridade dos capitães generais, embora bastante lata não tinha contudo, limites bem de-terminados; e à vontade da corte podiam ser repreendidos por terem feito de mais ou não terem agido o bastante. Os ouvidores e Juizes de fora estavam investidos, a um tempo de pode-res judiciários e administrativos. Os notário serão ao mesmo tempo escrivães e meirinhos, e os militares exerciam funções aduaneiras e de preceptores de impostos.

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Os governadores, dentro da amplitude de sua atribuições, sentiam, quase como uma ofensa pessoal, a independência dos “ministros”, em especial dos ouvidores no campo da justiça.

Há nesta inimizade de séculos, ao mesmo tempo, a polarização de um conflito de classes. O go-vernador era, de ordinário, um membro da alta nobreza, daquela velha aristocracia que desde o século XI ostentava, junto com as quinas de Portugal, o orgulho de seus brasões familiares nas terras portuguesas das quatro partes do mundo. Os “ministros” eram, pelo contrário, burocra-tas, homens que por seu conhecimento das leis e dos procedimentos, adquirido nas universi-dades ou nas tradições familiares, se tornaram indispensáveis aos monarcas desde a criação do estado moderno. As tensões aristocracia – burguesia tornavam-se mais carregadas de inviabili-dade à medida que se aproximava o ponto da revolução francesa.

Ao chegar o Conde a Vila Boa, encontrou já em andamento a famosa disputa entre o vigário pe-restelo e a Câmara: Excomunhão do ouvidor, prisão do vigário e declaração de sua insanidade metal, sua fuga com as conseqüentes excomunhões, prisão do ouvidor e devassas do envia-do do bispo, indiciamento dos 110 complicados no caso, multas. O governador, conhecendo os graves conflitos a que davam origem as disputas com as autoridades eclesiásticas, preferiu manter-se à margem com a autoridades eclesiásticas, preferiu manter-se à margem.

Também tinha ambições pessoais a que o governador, por ofício, devia opor-se. Queria, para melhor desempenho de seu cargo,_ segundo dizia, pois competia lhe a vigilância contra o contrabando _ que o rei desse uma lei proibindo a entrada ou saída de qualquer pessoa nos arraiais da capitania, sem um bilhete de sua mão. Pedia, também, que sua jurisdição no cível e no crime fosse aumentada até igualar à do ouvidor. O governador informava ao monarca, que a primeira pretensão do inten-dente, se aceita, suporia uma tirania intolerável sobre os povos, quanto á Segunda aconselhava não aumentar, de forma alguma, a autoridade dos ministros, coisa perigosa em América.

I – Os Governadores

Desde os primeiros dias da colônia, até a chegada da Corte ao Rio de Janeiro, não h, provavel-mente, queixa mais unânime que a levantada contra a prepotência dos governadores. Contra o absoluto e ilimitado de seu poder. Gouveia escrevia, no século XVII, julgava seu poder simples-mente monstruosa, e Saint Hilaire, falando de Goiás, dizia que os governadores, até a chegada da família real, gozavam de um poder praticamente ilimitado.

O poder dos governadores, ao contrario, longe de ser ilimitado, estava submetido a toda classe de limitações, legais umas, que restringiam seus poderes, outras de fato, impedindo o exercício real de sua autoridade. Poderíamos citar entre estas últimas as enormes distâncias e a falta de comunicações, a carência de um aparelho administrativo organizado, a inexistência de uma po-lícia mesmo rudimentar, etc.

A existência e o reconhecimento de uma ordem legal significavam exatamente o contrário do poder ilimitado e , neste ponto, a sobrevivência de muitos direitos pessoais e de classe, pró-prios do direito estamentário, dificultavam, ainda mais, o exercício da autoridade.

Os governadores nos levaria a concluir quão longe se encontravam, não só do poder absolu-to, mas mesmo de uma real autonomia: não nomeavam nem escolhiam seus colaboradores, nem podiam destitui-los: não podiam criar novos ofícios nem prescindir dos existentes; deviam

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prestar contas, e esperar aprovação, até dos menores gastos extraordinários _ se, por exemplo, houve que aumentar, em virtude de rumores de assalto, alguns soldados a escolta normal dos quintos _ qualquer inovação na lei ou no costume devia ser submetida, de antemão, ao Conse-lho Ultramarino, e não podia ser posta em prática sem sua expressa aprovação.

O conde de S. Miguel, cansado de esperar a moeda provincial de prata, necessária para as tran-sações nos registros, mandou pôr em circulação _ em muito pequena quantidade _ pequenas barras de ouro, com a função de moeda; o rei mandou retirá-las, por Ter sido esta medida to-mada sem sua expressa licença e ser suficiente o ouro em pó permitido nos registros.

O primeiro governador a ser julgado e condenado foi Conde de S. Miguel. É difícil saber até que ponta perseguição se inspirava num afã moralizador, como era propalado, ou se devia á coinci-dência do Conde ser um membro da família Távora, exterminada pela ira vingativa de Pombal. Esta Segunda hipótese parece bastante mais provável. O fato é que não só o governador e seus próximos ajudantes foram enquadrados na devassa dos “perniciosos e abomináveis delitos e estranhos procedimentos”, senão que esta atingiu a todo o funcionalismo da capitania: altos funcionários foram declarados culpáveis de diversos tipos de corrupção – entre eles ouvidores, intendentes, tesoureiros etc. – e não poucos menos qualificados.

Anos mais tarde, foi acusado de malversação do dinheiro público D. José de Almeida, um dos mais íntegros e capazes administradores que passaram por Goiás. O governador ficou tão des-gostoso que pediu e obteve a exoneração.

Poderia deduzir-se da enumeração passada que Goiás não teve muita sorte com seus governadores, ou, o que seria pior, que os governantes da época colonial, além de incapazes, eram pelo geral cor-ruptos. Nada mais falso. Se não faltam irregularidade – a verdade é que os governadores de Goiás, em que sua totalidade, podem ser considerados funcionários de alta classe: inteligentes, conscien-tes, honestos, dedicados a seu cargo e sinceramente desejosos de não poupar esforços para melho-rar a situação da Capitania. Alguns podem ser tidos como homens eminentes pela sua inteligência serena e a integridade de seu caráter; assim o Conde dos Arcos (1749-54), D. José de Almeida Vas-concelos (1772-78), Francisco de Assis Mascarenhas (1804-8), Francisco Delgado (1808-19).

Mas ação nenhuma pessoal ou administrativa poderia modificar, sensivelmente, o curso da evolução a que a geografia e a marco-história condenavam à Capitania de Goiás.

II – Arrematação dos “Ofícios”

Introduzido o sistema de vender os cargos como um meio de ajudar a superar as dificuldades finan-ceiras da Coroa depois da restauração, foi ampliando-se cada vez mais, em virtude da própria inércia do princípio. No século XVIII, poucos eram os ofícios públicos não arrematáveis. Na América Portu-guesa, unicamente os mais altos postos da administração eram de nomeação régia, mas aqui nunca se chegou, como na América Espanhola, à venda dos ofícios a perpetuidade “juro de Heredad”.

À parte as vantagens financeiras que oferecia à Fazenda Real, havia nos sistema de arrenda-mento de cargos uma concepção diferente do serviço público. Não sendo o funcionalismo um serviço especializado, não era tanto a competência como a honestidade o que se buscava no funcionário. O fato de serem os arrendatários dos cargos pessoas economicamente sólidas – pois pagavam por adiantado e apresentavam avalistas – pareciam constituir uma garantia de moderação: a “propina”, podia ser considerada como uma espécie de fiança reintegrável.

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O abastecimento foi a primeira conseqüência negativa do arrendamento dos cargos, embora se desse em igual ou maior medida nos ofícios que o rei cedia em usufruto como mercê pessoal ou em recompensa de serviços prestados à Coroa.

O governo acabou reconhecendo publicamente este fato óbvio a todos, e por uma lei de 21 de agosto de 1760 determinava que os “ofíciospúblicos da fazenda e da justiça do Estado do Brasil” não seriam, em diante, arrematados em Lisboa para evitar o absenteísmo, – mas nas próprias capitanias, devendo, contudo, o dinheiro ser recolhido num cofre especial e enviado à Corte.

Outra conseqüência negativa da venda dos ofícios foi a corrupção. O governo do alto difundia o mal exemplo: não contente com a venda de cargos, passou a exigir o “donativo” das terças partes.

Periodicamente se avaliava o rendimento dos ofícios e sobre essa avaliação cobravam-se as terças partes de cada um deles; para garantir o pagamento, o arrematador devia apresentar – conforme ao uso tão nefasto nas minas durante a decadência – um avalista categorizado.

A pressão sobre o usuário dos ofícios recaía indiretamente, como é lógico, sobre o consumidor, o povo, mas o que é pior, era uma chaga aberta a envenenar, permanentemente o conceito mesmo de serviço público.

Em Goiás, também se deixavam sentir estas tendências da administração. São freqüentes as queixas contra a ambição dos “ministros”.

III – A Justiça

Entre os vícios da justiça no Brasil, durante a época do muro, além da fama de venalidade já mencionada, poderíamos enumerar: a complexidade legal, o fato de ser administrada, quase em sua totalidade, por leigos, a dificuldade dos recursos, seu alto custo, a lentidão de seus pro-cessos – segundo Saint Hilaire “talvez em país algum, a justiça seja tão lenta como no Brasil”.

Em Goiás, até a criação da comarca do norte em 1809, existia uma única comarca para todo o território, e nesta comarca, até a criação de um juiz de fora para Vila Boa em 1803, não existia um único juiz de carreira. Isto, por outra parte, não constituía uma especial anomalia, pois a justiça em primeira instância era exercida pelos Juízes ordinários ou pelos Juízes de fora e só estes eram homens de carreira com ordenado pago pelo rei.

Os Juízes ordinários, eram eleitos pelo povo, mas de modo indireto, através de eleitores desig-nados para isso. Sua ignorância da lei – quase todos eram leigos, embora alguns contratassem um letrado que os assessorasse – era tão perigosa como muitas vezes sua prepotência, verda-deiros senhores feudais que eram no distrito de sua jurisdição.

Outro mal na designação de Juízes era a corrupção nas eleições. O Conde dos Arcos explicando que resultara inútil separar o cargo de juiz dos órgãos dos Juízes ordinários, por causa de serem estes leigos, enunciava para o governo de Lisboa o seguinte princípio, tão duro, sobre as elei-ções: “igualmente leigo é o juiz dos órfãos atual e o serão todos os mais que se lhe seguirem, porque semelhantes eleições no Brasil sempre recaem naquelas pessoas que melhor podem subornar os votos dos oficiais da Câmara que os elegem”.

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Pior era a situação da justiça criminal. Numa época em que o enforcamento dos criminosos com o “horror do espetáculo” parecia o único meio dissuasório para o crime, só o tribunal de relação tinha autoridade para decretar a pena de morte. Isto eqüivale a dizer que em territórios tão distantes da Bahia como Goiás, os criminosos ficavam impunes, pois resultava impossível, na prática, o transporte dos acusados até a Capital.

As cadeias, por sua parte, frágeis e mal guardadas, pareciam de papel, tal a facilidade com que os presos se evadiam sempre que o intentassem.

Seguiam-se desta situação assaltos freqüentes às cadeias para tomar- se a justiça por sua pró-pria mão, sobretudo, quando se tratava de escravos, que tinham assassinado a seus senhores.

Há, contudo, que fazer uma ressalva: o assassinato prendia-se, quase exclusivamente, a motivos passionais, – vinganças, ódios rixas, ciúmes – poucas vezes a assaltos com a finalidade de roubo. A honestidade dos goianos, neste ponto mesmo na depressão da maior pobreza, era quase absoluta.

As representações dos governadores pedindo a instauração de uma junta que pudesse julgar, sumariamente, em Vila Boa os crimes e proferir e executar sentenças de mortes – como já tinha sido concedido a várias capitanias -, acabaram sendo atendidas por Lísboa.

IV – A Fazenda Real

A fazenda Real tinha como principal fonte de receita o quinto do ouro. Em 1741, em Goiás, o quinto significava mais de dois terços de todos os impostos. Com a decadência posterior da mi-neração, a importância absoluta e relativa, do quinto foi também criado.

O quinto era o único dos grandes impostos arrecadados pelo aparelho fiscal do Estado. Reco-lhido na intendência e guardado no cofre de três chaves, sob custódia militar, era depois emba-lado em borrachas e estas em caixotes cuidadosamente lacrados. Uma vez por ano, no campo da seca, era remetido ao Rio de Janeiro para ser embarcado para Lisboa: durante três meses, a caravana de muares guarnecidos de veludo vermelho com as armas em ouro do rei de Portugal atravessava, solenemente, após o estandarte régio e com a escolta lateral de um capitão e doze soldados, os desertos de Goiás e Minas. Símbolo e meio do poder político.

Nos primeiros anos, até a instauração da capitania de Goiás, não somente o quinto íntegro, mas também substanciais excedente dos outros impostos eram remetidos para a Corte. Foi o tempo áureo da arrecadação.

Além do quinto, os outros dois grandes impostos eram as entradas e o dízimo. As entradas consis-tiam num imposto às mercadorias, que deviam ser pago nos registros, no momento de entrar na capitania. Como imposto, as entradas tinham um grave defeito, que era taxar as mercadorias pelo peso e não pelo valor, onerando gêneros de primeira necessidade, mais pesados, como o sal, e afe-tando muito pouco os artigos de luxo, leves e de grande preço, como sedas e jóias.

O dízimo, como seu nome indica, devia-se pagar-se com um décimo da produção. Mas sendo um imposto de tradição bíblica com destinação ao culto – a tribo de Levi devia ser sustentada pela contribuição de outras tribos –, conservava as características agro-pastoris da sociedade israelítica em que se originara: cobrava-se exclusivamente dos produtos do campo e dos ani-mais.

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Ambos os impostos, juntamente com as passagens – imposto menor sobre o trânsito dos rios que necessitassem canoa para ser atravessados

– eram arrematados por triênios em Lisboa. Os “contratadores” montavam seu próprio aparelho fiscal para a cobrança – auxiliados, naturalmente, pelas autoridades locais – e eram proverbiais a rudeza dos “administradores” do contratador, e, mais ainda, dos últimos cobradores fiscais.

Em Goiás, com a instauração do Governo autônomo em 1749, não somente cessaram os gran-des excedentes, que se acrescentavam à remessa dos quintos, mas passou-se a um estado de déficit permanente, ano após ano.

Com drásticas reduções na folha de pagamentos – levadas a cabo com sangrante energia – e tendo conseguido da Corte por seu prestígio a doação permanente de três arrobas de ouro do quinto, conseguia D. Francisco de Assis, por primeira vez em 30 anos, equilibrar o orçamento. Ao deixar o goveno em 1809 deixava também até um pequeno saldo favorável, que dava para ir amortizando a dívida da Capitania. Alivio momentâneo. Dois anos depois, o quinto não cobria as três arrobas e continuava diminuindo.

Outros impostos menores foram aparecendo mais tarde, quase todos com fins específicos: o das carnes verdes, aplicado aos presídios do norte; o subsídio literário, que deveria aplicar-se à manuntenção de escolas, décimas – sobre a venda de prédios – selos e sizas, para a ajuda a capitania de Mato Grosso, já de antigo, economicamente doente sem cura.

Para completar o quadro dos impostos ou contribuições, haveria que enumerar a Bula da Santa Cruzada e os donativos “voluntários” com motivo de acontecimentos extraordinários, como, por exemplo, o instituído para a reconstrução da cidade de Lisboa depois do terremoto.

A situação de Vila Boa era, privilegiada, única vila em toda a capitânia, não só dispunha de suas pró-prias rendas, mas também da metade da arrecadação de todos os arraiais. Aqui também se cumpria o dito “a quem tem dar-se-lhe-á mais, e quem não tem lhe será tirado ainda o pouco que tem”.

V – Exército

Da metade a dois terços do orçamento da Capitania consumiam- se na manutenção das forças militares. Apesar disto, seus efetivos eram bastante reduzidos.

O corpo básico era o regimento de dragões, soldados profissionais de cavalaria, que sentavam praça por um período mínimo de dez anos. A primeira companhia de dragões Constava de 44 praças: capitão, tenente, alferes, furriel, tambor e 37 soldados e três cabos de esquadra. Com a chegada de Freire de Andrade, em 1749, foi aumentada a 55 praças – 46 soldados e 4 cabos de esquadra – número que se manteve com pequenas variações: em

1801, foi aumentado até 80 soldados, em 1808 diminui de novo a 60.

Para atender a tantas necessidades, com tão poucos soldados, o governador tinha que desen-volver uma verdadeira estratégica enxadrística de economia e mobilidade. O destacamento dos rios Claro e Pilões, guardião de esperanças da Coroa, exigia um capitão, alferes, furriel e 24 sol-dados; os registros para controle das entradas, 6; nas intendências e comissárias da capitação, 8; 39 soldados, portanto, fixos que não podiam ser removidos, e ainda necessitavam-se solda-dos para a guarda da intendência com seu cofre de ouro – 2 –, para a guarda do governador – 2 –, para a condução dos quintos – 6 – (50).

Tão grande era a carência de tropa, que o ouvidor não podia Ter guarda pessoal.

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Os dragões constituíam um corpo verdadeiramente exemplar. Fisicamente perfeitos, inteligen-tes, educados, de uma honestidade sem exceção no correr de muitos anos.

Tendo em conta, seguramente, o princípio de que o meio mais rápido de aliviar uma profissão é empobrecê-la, o governador recompensava largamente os dragões.

Ao lado dos dragões existia também, como corpo pago, a companhia dos pedestres, corpo auxi-liar, armado somente de espada, que desempenhava missões de enlace, vigilância e proteção.

Menos de cem soldados constituíam, pois, toda a força militar e policial paga de uma capitania extensa como uma nação, e em permanente pé de guerra. Se em relação à população, e em permanente pé de guerra. Se em relação à população seu número podia não ser realmente pequeno, com respeito às funções que devia cumprir era reduzidíssimo. Esta deficiência tratava de compensar-se com o enquadramento militar da população civil: as ordenanças.

Nos primeiros anos da Capitania as ordenanças receberam variadas incumbências: combater os contrabandistas entrincheirados nas terras diamantíferas, quando a tropa se demonstrou insuficiente; montar guarda na cadeia para evitar a fuga dos presos; fazer a ronda nas popu-lações, onde nos dias de festa proliferavam as brigas e as mortes; acompanhar, como guarda pessoal, o ouvidor na visita de correição.

Tanta atividade pareceria ser indício de uma sólida organização estrutural, atualizada pelo exercício constante. A realidade, porém, parece ter- se encontrado sempre bastante distante deste ideal.

A partir do governo de D. João Manuel houve uma preocupação constante do governo central, urgindo aos governadores reforçar a organização militar das capitanias, dada a tensão bélica na América do Sul. D. Manuel criou, em 1763, o regimento de cavalaria auxiliar com dez com-panhias; não encontrando em Goiás ninguém capaz de organizar este corpo, seus dois chefes, sargento-mor e ajudante, foram enviados de Minas.

Todos os governadores seguintes, sob a pressão constante de Lisboa, criaram novas compa-nhias de ordenanças de homens brancos e negros, de cavalaria e infantaria. Em muitas povoa-ções era o maior número de pretensos soldados que o dos homens de carne e osso.

16. DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO

A Decadência, nas minas, significa primeiramente decadência da mineração. A quebra de ren-dimento das minas fonte de toda de toda atividade econômica, arrasta consigo os outros seto-res a uma de uma ruína parcial.

O primeiro informe do governador Conde dos Arcos, em 1749, sobre o estado da capitania é francamente pessimista com respeito ao futuro.

Desencadeava um circulo vicioso no momento em que seriam necessários maiores investimen-tos para novas prospeções e para a instalação de obras.

De maior envergadura, os primeiros não tinham nenhum com que pagar as dividas já contraí-das. Um dos termômetros mais fiéis da situação econômica – não podia satisfazer sua quota ao governo, porque ele por sua vez, não recebia dos comerciantes a quem os mineiros atrasavam as prestações devidas.

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O governador de conde dos Arcos pedia ao governo português um pouco de paciência, pois a imediata, mais á produção ameaçada, foi concedido o privilégio conhecido com o nome de ‘ privilégio de da trindade”: aos donos de mais trinta escravos dedicados á mineração, lhe seriam poupados lavras e escravos, em casos de penhora por dividas. “este dispositivos, apenas incen-tivou a desonestidade dos mineiros , que passaram a não pagar seus credores.

Os efeitos sobre o volume da mineração foram manifestando-se lentamente. Em 1754 a diminui-ção do produto bruto, o declínio se processava lentamente : em 25 anos decaí de um terço a ar-recadação do quinto. Mas decadência psicológica e social antecipava-se ao esgotamento do ouro. Existem em Goiás estudos dos contemporâneos sobre as causa da decadência , embora nos diver-sos escritos apareça a tentativas de explicação, mas sempre de uma forma fragmentária e isolada.

Em Goiás por sua menor riqueza mineral , e por não Ter se chegado aqui, a sua constituição de uma sociedade estabilizada como em Minas , a decadência foi muito mais rápida e mais definiti-va. A câmara de Mariana destacava em 1789 como motivos fundamentais da decadência: a má educação dos colonos, que não casavam quando casados e com filhos procuravam dedica-los á milícia ou á igreja, o próprio governo que nunca soube dirigir a mineração com uma legislação adequada . “A falta de experiência a ambição do governo , em parte o desconhecimento do país , mal organizadas, e quase despovoado, deram lugar a muitas leis inadequadas, que provocavam á ruína rápida desse notável ramo de atividade, importante fonte de renda para o estado.

Modificavam-se os velhos processos rotineiros de exploração , entendiam que nada haviam de melhorar , embora a produção do ouro se tornasse menor de ano para ano. A causa do declínio da mineração estava nos processos irregulares de extração o soerguimento da mineração – não poderia ser realizado por meios simples incentivos aos particulares.

Necessitavam-se grandes investimentos infra-estruturais e uma programação a longo prazo, em Goiás, fazia já tempo que se sentia a necessidade da associação dos mineiros como único meio possível de reunir o capital indispensável para a exploração das jazidas ricas, encontrava--se no caráter individualista do mineiro, na sua inclinação para a suspeita, e, não último grau, no imediatismo de suas de suas aspirações.Maior importância teve a sociedade de mineração de Anicuns . A descoberta em 1809 em Ani-cuns, lugar próximo á capital, da pedreira mais rica de ouro até então explorada na capitânia, os rendimentos dos primeiros meses foram espetaculares.

I – Comunicações

O ouro possibilitou esta antecipação histórica, correndo com os gastos de instalação de popula-ções inteiras e mantendo depois alta a tensão econômica para que ocorresse nos dois sentidos o fluxo do comercio.

O caminho de Minas para Goiás fora aberto em 1733. A estrada nova de São Paulo em 1736. Permitiam a passagem das tropas de animais carregados, único meio de transporte.

Dadas guias individualmente a cada um dos viajantes, que devia declarar nelas a quantidade de ouro em pó que levava, e entrega-las no lugar de chegada. As guias se distribuíram assim pelas comissárias: Tocantins e São José 700, Natividade e Carmo, 700, S. Félix e Cavalcante, 200, Arraias, 100. Todas estas guias eram para apresentar-se em Salvador, donde podemos deduzir que os mineiros do norte só comerciavam com esta cidade, e que as viagens eram bastante fre-qüentes, dado o elevado número de guias. O prazo de entrega marcado – aproximadamente o tempo calculado da viagem – era de três meses para o tempo de seca e quatro para as chuvas.

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Crixás e Pilar receberam 400 guias para o Rio de Janeiro e Salvador, e os arraias do sul unica-mente para o Rio: Meia Ponte 400, Santa Luzia, 100, Santa Cruz, 300. O prazo era de noventa dias.

Tais previsões tornavam-se inoperantes quando entravam as chuvas. A viagem para Capitania mas “me representava tais dificuldades com os rios, e tal malignidade nas águas, que nos córre-gos inundam, que me resolvo a suspender a minha marcha”.

Um dos fatores de encarecimento do transporte era a perda ou deterioração freqüente das mercadorias. Conserva-se o regimento dado ao Cabo de Esquadra. O regimento insistia nas preocupações que dvia tomar ao atravessar as correntes de água, para não pôr em perigo os animais ou seu carregamento. O Conde dos Arcos, informando que os registros se tinham mu-dado das fronteiras da Capitânia, para as vizinhanças dos arraiais, fazia notar que isto se devia à comodidade dos encarregados dos registros e dos próprios comerciantes.

O preço e a carência dos animais de carga eram outra das ameaças ao transporte e às viagens. Uma das causas primeiras, determinante da decadência de Goiás, imediatamente depois da morte de muitos escravos, a morte das bestas por causa das epidemias, causadas, ou favoreci-das, pela falta de sal. Em Goiás era difícil encontrar animais de carga, fora do tempo da seca, em que chegavam de São Paulo, ou se encontravam de passagem para Mato Grosso.

A carga média por animal calculava-se em seis arrobas e algumas caravanas chegavam até cem animais. Um volume, portanto, de carga bastante apreciável.

Goiás teve outro excedente e em grande quantidade, pode pagar com eles os artigos de impor-tação de necessidade ou de luxo. Saint Hilaire sugeriu o cultivo e exportação de produtos agrí-colas especializados e de alto valor comercial. No estado de prostração em que se encontrava a Capitania, era pouco menos que impossível encontrar quem dirigisse a produção, em grande escala, de tais produtos.

A solução radical teria sido modificar as condições de transporte. A primeira tentativa que fra-cassou precisamente pela magnitude do projeto.

Fracassado esta projeto por falta de capitais, para Goiás, não se abria outra perspectiva, senão a de substituir o transporte terrestre pelo fluvial, mais econômico e capaz de maior volume.

O espectro do contrabando do ouro que não deixava de escoasse ilegalmente, apesar das proi-bições, tinha ainda ante a Corte maior realidade que as possíveis vantagens comerciais que se pudessem derivar da navegação do Tocantins para as duas Capitanias. Em 1787 o rei insistia ainda na proibição, justificando a medida com o fato de que muitos faziam comércio sem pagar os direitos, e os rios serviam para a evasão de criminosos da justiça e por eles se praticava o de caminho do ouro.; em conseqüência das ordens recebidas de Lisboa, para dar começo à nave-gação regular do Tocantins.

Governador, tendo que enviar ajuda militar ao Pará, intentou um caminho fluvial novo pelo rio Uru.D. João Manoel, eu chegou de Lisboa através de Belém remontando o Tocantins- Araguaia até Santa Rita, procurou desenvolver também a navegação no Tocantins, criando para isso um presídio.

No sul, buscou uma comunicação fluvial com São Paulo, para ativar o comércio; para isso en-viou uma expedição exploratória, pouco afortunada, pelo Rio dos Bois.

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II – Vias de Comunicação

A comunicação de Goiás é feita por rodovias, ferrovias e aerovias. Dentre essas vias de comuni-cação merecem especial destaque as rodovias, estaduais e federais.

O departamento que cuida da construção e da conservação das rodovias é o DER-GO (Departa-mento de Estradas e Rodagem de Goiás).

Pelas vias férreas, Centro-Oeste e Rede Mineira, Goiás está ligado diretamente aos Estados de Minas Gerais e São Paulo.

Três são as companhias aéreas que servem o nosso Estado: VARIG, VASP e PARAENSE. Aviões da FAB e táxis aéreos resolvem, em parte, o problema da ausência de estradas de ferro e da carência de estradas de rodagem no norte goiano.

A navegação fluvial, em pequena escala, é feita ao norte, nos rios Araguaia e Tocantins.

III – Usinas Hidrelétricas

Em Goiás, a junta reunida com este fim determinou que o correio devia funcionar com Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Cuiabá – Mato Grosso, a partir de 1799.

O correio Rio-Pará atravessava o norte goiano pelos julgados de Flores, Carmo, Natividade, Conceição e Arraias. Em 1808, as pontes sobre os ribeirões em território goiano já estavam prontas; no porto de Pontal, onde devia fazer-se o embarque, construindo-se um quartel e se aprontavam as embarcações do correio.

Os produtos, que, Goiás poderia fornecer ao Pará como contrapartida do comércio, eram; algo-dão, açúcar, café trigo, milho, toucinho, solas e couros.

Goiás, expunha o Governador com toda franqueza, só poderia oferecer ao Pará como elemento de troca de um comércio ativo seu ouro, os outros não interessavam.

As 732 léguas de navegação do Araguaia, as cachoeiras do Tocantins, os índios inimigos, os tem-pos de navegação – uma canoa de sal levava dois meses e meio ou três desde Belém a S. Pedro de Alcântara no Maranhão.

IV – A Agricultura

O desenvolvimento da agricultura em Goiás tropeçava em dois graves obstáculos: um, com fun-damento na psicologia social, era o desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola.

Começaram a escutar-se em Goiás os primeiros ecos da fisiocracia triunfante.

Atividade econômica, mas também “a nobreza de uma arte de que depende a sua conserva-ção”.

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Mais apesar do interesse dos governantes, da necessidade, que forçava os mineiros a deixarem as larvas e dedicarem-se à lavoura, esta nova atividade econômica quase não consistia noutra coisa que na produção de alimentos para o consumo. Goiás regredia não só para uma econo-mia local fechada, mas inclusive para uma economia de produção doméstica auto- suficiente.

V – Comércio

Como conseqüência da dificuldade de transportes, da falta de produção agrícola e da dimi-nuição do ouro, o comércio exterior da Capitania tinha decaído muito, e cada dia caía mais a níveis baixíssimos. Como um índice da queda de produção, que tendo dobrado a população, o imposto das entradas se tinha reduzido à metade, com maior razão poderia aplicar-se este argumento a Goiás.

Goiás necessitava importar sal e ferro, pólvora e tecidos, produtos indispensáveis.

Desde o começo do povoamento da Capitania, a moeda usada nas transações internas fora sempre o ouro em pó. Verdade é que o governo fizera diversas tentativas de proibir, ou limitar o uso de ouro em pó como moeda, mas todas tinham fracassado pela impossibilidade de encon-trar um substitutivo.

Prata e cobre, em Goiás, não teve aplicação e continuou o ouro em pó circulando como moeda.

Se dizia que em Goiás, bastava raspar a parede para fazer dinheiro. Mas em Goiás com a penú-ria da decadência e a redução, cada vez maior, da massa de ouro em pó em circulação, todos foram tentados a inventar a fraude da adulteração; o pó de ouro que corria de mão em mão se tinha enegrecido tanto com as diversas adições, que ia recebendo, que difícil seria identifica-lo com o belo metal amarelo de sua origem.

A circulação do ouro em pó foi abolida, finalmente, em Goiás pelo Governo provincial depois da independência. Não foi uma medida de saneamento administrativo, como a primeira poderia parecer, senão tudo ao contrário.

VI – A Decadência

Podemos representar a decadência de Goiás como uma transição brusca de uma situação bri-lhante de prosperidade para uma ruína opaca.

O desenvolvimento atabalhoado de Goiás e a fugacidade de seu momento de prosperidade não de-ram tempo à sedimentação de uma verdadeira cultura em nenhum dos campos. No campo específi-co da mineração, fonte da riqueza e mesmo da existência de Goiás, as técnicas empregadas sempre foram as mais rudimentares, sem nenhuma exploração racional em grade escala.

No governo do Conde dos Arcos, intentou-se a fabricação de salitre, produto essencial para a Capitania. O salitre fabricado foi pior e muito mais caro que o importado.

Quando o Conde dos Arcos chegou a Goiás – constatou que não havia em toda a vila uma só casa que pudesse servir de residência ao governador com certo decoro.

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Até 1788 não houve em Goiás escola alguma, de qualquer nível, verdadeiro atentado contra a filosofia do século das luzes. Em 1774 começou a ser cobrado, também em Goiás, o subsídio literário, criado por lei em 1772 para subvencionar as escolas.

Vieram para Goiás os primeiros professores: três de primeiras letras para Vila Boa, Meia Ponte e Pilar, dois de latinidade e um de retórica. Foram criadas novas cadeiras até completar oito professores de primeiras letras e latim.

A nova configuração que adquire a Capitania com a decadência é a ruralização da vida: de uma população radicada, quase exclusivamente, em centros urbanos – por pequenas que estas po-voações fossem – passa-se a uma dispersão autorizada da população pelos campos. Realizada a transmutação, por toda a geografia de Goiás na Segunda década do século XIX, encontram- se carcaças de antigas povoações mineiras. Casas abandonadas por seus habitantes se desman-cham e até as Igrejas, a começar por suas torres, vão caindo aos pedaços: Ouro Fino, totalmen-te abandonada, como cidade atacada pela peste; Crixás, onde os animais podem pastar nas ruas; até com certos requintes. Durante várias décadas não houve Anta... e tantas outras. O norte, sobretudo, foi o mais de século em recuperar-se.

No sul, algumas cidades, seja pelo funcionalismo, como a Capital, ou por gozar de uma posição privilegiada no entroncamento das vias de comunicação, como Meia Ponte, e em todo caso pela maior densidade populacional.

17. EDUCAÇÃO E CULTURA

A criação da Carta da Reforma do Ensino, em 1972, apresentou o mais importante passo para o desenvolvimento educacional, no Estado de Goiás. Preconizada pela Lei 5.692/71, que trouxe para o Brasil um novo conceito em educação – apoiado nos princípios de integração, descentralização, atualização, e profissionalização – a Carta Escolar do Estado de Goiás foi reivindicada pelo Ministério de Educação e Cultura e serviu de modelo na reforma do ensino que está sendo implantado no País.

A Secretária de Educação e Cultura do Estado de Goiás aparelhou-se para acompanhar as profun-das modificações do ensino, e criou novos meios para atender aos desafios do alto índice de flexi-bilidade da capacidade humana, no campo da educação. Montou moderna estrutura de trabalho e adotou soluções que acionaram o Sistema de Educacional do Estado. Na política integrada de educação- ciência- tecnológica, o Estado de Goiás tem baseado sua ação, no campo educacional, na busca de meios capazes de promover o desenvolvimento e o bem estar social do povo goiano.

I – Ensino de 1º Grau

Nos anos de 1975 e 1977, a matrícula foi aumentada em 26 por cento no 1º grau. De acordo com o convênio PREMEN/Estado de Goiás, a Escola Polivalente Modelo de Goiânia, constituiu um Projeto específico, tendo iniciado seu funcionamento em 1973.

Integrando recursos físicos, segurança e desenvolvimento, a rede escolar de 1º grau expandiu--se a ritmo ideal de atendimento da demanda escolar, na faixa de escolarização obrigatória.

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II – Ensino de 2º Grau

A matrícula no 2º grau, nos anos de 1975 a 1977 foi aumentada em 51 por cento.

A partir de 1974, obrigatoriamente, todos os estabelecimentos oficiais ou convencionados com o Estado adotaram a filosofia geral da Reforma do Ensino.

Promovendo a qualificação profissional do estudante, para maior produtividade do Estado, após sua integração harmônica no complexo educação-consumo, educação-produção, a rede de ensino de 2º Grau também se expandiu nos últimos quatro anos.

III – Ensino Supletivo

A educação não formal tem merecido uma toda especial. São utilizadas novas técnicas que per-mitiram alcançar o maior número de adolescentes e adultos e otimizar os resultados da edu-cação supletiva, a aprtir de suas quatro funções básicas: suplência, suprimento, aprendizado e qualificação.

A partir de 1973, o Departamento de Ensino Supletivo, criado pela Reforma, responsabilizou-se pelo planejamento, coordenação e avaliação do ensino supletivo em todo o Estado.

IV – Aprendizagem e Qualificação

Focaliza a necessidade de oferecerem cursos de aprendizagem ou qualificação profissional a alunos de mais de 14 anos.

No sentido de oferecer mais aprendizagem e melhores condições de vida àqueles que não pos-suem qualificação especial profissional, realizou- se em 1973, um trabalho intenso de pesquisa, nas áreas de atividades profissionais, para que os setores prioritários a serem atendidos, de acordo com o mercado de trabalho regional e local, fossem identificados. De análise, selecio-naremos projetos de cursos profissionalizantes que foram desenvolvidos, mediante convênios com o SENAI, PIPMO, LBA e EFORMAGO.

V – Educação Especial

Em outubro de 1971, a Secretária de Educação e Cultura firmou convênio com o Instituto Na-cional de Previdência Social e, em conseqüência, foram ampliadas as oficinas pedagógicas – sapataria, encadernação, carpintaria e marcenaria – do Instituto Pestalozzi, escola oficial do Estado, e que atendia a 338 deficientes mentais e auditivos.

No campo da educação especial no Estado, o Governo atendeu ao artigo nº 9 da Lei 5692, ofe-recendo oportunidade aos alunos excepcionais que não podem se beneficiar dos processos de escolarização comum. Ainda, com a efetivação do convênio, foram adquiridos novos aparelhos para a reeducação dos surdos.

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VI – Ensino Superior

O Estado de Goiás tem ampliado e muito, o ensino superior, quer em qualidade como em quan-tidade.

18. SAÚDE

Os recursos humanos do setor de saúde no Estado de Goiás, são qualitativa e quantitativamen-te insuficientes. As taxas por 10 mil habitantes dos principais profissionais e auxiliares revelam--se bastante baixas: 4,08 para médicos, 1,90 para odontólogos, 0,64 para enfermeiros. 52 por cento dos médicos e 62 por cento dos dentistas exerciam a profissão em Goiânia. Portanto, 60 por cento dos municípios não contavam com médicos, enquanto que somente 42 por cento deles possuem dentistas.

O governo estadual, num esforço total, concentrou-se na produção de medicamentos através da IQEGO e na prática da medicina preventiva com campanhas de vacinação das populações, realizadas pela OSEGO.

As condições sanitárias ainda não atingiram, nesse Estado, um padrão satisfatório e desejável. São observadas altas taxas de mortalidade por doenças transmissíveis e por causas pré-natais. A mortalidade infantil, por exemplo, é muito elevada, notando-se que, de cada grupo de mil nascidos vivos, 103 morreram antes de completar um ano. As doenças transmissíveis represen-ta a primeira causa de hospitalização e de morte.

A situação preocupa pela precariedade da infra-estrutura existente no setor.

Nos quatro últimos anos, o governo procurou o máximo de atenção ao problema da saúde pú-blica, visando proteger o homem.

Foram criadas Organizações como a OSEGO e IPASGO, que desempenham um importante pa-pel.

São executados programas de vacinação contra a febre amarela, a hepatite, a tuberculose e a Meningite, poliomielite, varíola, tétano, difteria, coqueluche, febre tifóide, raiva, sarampo, gripe, etc.

O FUNRURAL, em conjunto com a ACAR- Goiás vem beneficiando o homem do campo, afim de ajudá-lo na luta pela sobrevivência às doenças.

Os serviços de saneamento básico, no Estado de Goiás, tem recebido um substancial incremen-to através da SANEAGO e do PLANASA.

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ASPECTOS FÍSICOS DE GOIÁS

O Estado de Goiás possui grande variedade de aspectos naturais, dessa forma se torna necessá-rio o estudo de tais componentes.

A seguir a apresentação, de modo simplificado, de algumas características.

Relevo

O relevo de Goiás não é homogêneo, isso significa que se apresenta em distintas formas e com-posições rochosas. Diante disso, são percebidas áreas com formação de cristalino sedimentares antigos e também planaltos moldados pelos processos erosivos intercalados com áreas de cha-padas, todas se diferem em relação à composição química.

Goiás não apresenta grandes altitudes, os pontos mais elevados estão estabelecidos na Cha-pada dos Veadeiros. Nesse local o relevo supera 1.200 metros de altitude, especialmente em Pouso Alto (1.784 m.), Serra dos Cristais (1.250 m.) e na Serra dos Pirineus (1395 m).

O município de Cristalina possui a maior altitude da Região Centro-Oeste, cerca de 1.250 me-tros, e a Serra dos Pireneus com 1.395 metros de altitude. Em contrapartida, as áreas mais pla-nas, ou seja, com baixa elevação do relevo, estão localizadas a oeste do Estado.

Clima

O Estado de Goiás possui clima predominante tropical semi-úmido, suas características se apre-sentam em duas estações distintas, uma de seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a abril).

A temperatura média anual do Estado pode variar em 18º e 23ºC, dessa forma, as temperatu-ras mais elevadas ocorrem nos meses de setembro e outubro e podem atingir até 39°C, e as mais baixas temperaturas se apresentam entre os meses de maio e julho, nesse as temperatu-ras chegam a atingir, em determinadas regiões, 4ºC.

Vegetação

A vegetação que caracteriza o Estado é o cerrado, essa composição vegetativa possui aspectos particulares, as árvores são baixas com troncos retorcidos, folhas e cascas grossas, além de raí-zes profundas para que nos período da seca (maio a setembro) as raízes possam atingir o lençol freático e, dessa forma, obter água.

O cerrado sofre variações que dão origem à classificação do bioma, assim, o cerrado é dividido em subsistemas: subsistema do cerrado comum, subsistema cerrado, subsistema de cerradão, subsistema de matas, subsistema de campo e subsistema de veredas e ambientes alagadiços, no entanto, existem outras classificações dos subsistemas ainda mais específicas.

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Além do cerrado que é predominante, é encontrado também no Estado uma restrita área de floresta tropical, que abrange o mato-grosso goiano e vestígios de floresta atlântica nas proxi-midades de Goiânia, Anápolis, além de outras cidades do sul de Goiás. Esse tipo de vegetação é comum, principalmente, em áreas acidentadas e nas margens de mananciais.

Hidrografia

Goiás possui um grande potencial hídrico, existe uma imensa quantidade de córregos, rios e enormes aqüíferos (águas subterrâneas).

O Estado é banhado por três importantes bacias hidrográficas, Bacia do Paraná, Bacia Araguaia--Tocantins e a Bacia do São Francisco.

A seguir os principais rios do Estado de Goiás:

Rio Aporé

Rio Araguaia

Rio Claro

Rio Corrente

Rio Corumbá

Rio Crixá Grande

Rio Crixá Pequeno

Rio das Almas

Rio dos Bois

Rio Jacaré

Rio Manoel Alves

Rio Maranhão

Rio Meia-Ponte

Rio Paraná

Rio Paranaíba

Rio dos Peixes

Rio Preto

Rio Santa Teresa

Rio São Marcos

Rio do Sono

Rio Tocantins

Rio Tocantinzinho

Rio Vermelho

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PRODUTO INTERNO BRUTO DO ESTADO DE GOIÁS – 2013

Economia Goiana no ano de 2013

Em 2013 houve diversas medidas em prol do crescimento econômico, sendo que os avanços al-cançados foram insuficientes para garantir um crescimento mais expressivo no ano. Se por um lado houve expansão do investimento e redução de custos (energia e desoneração da folha de pagamento), por outro, o aperto monetário, a deterioração da conta corrente e a redução da confiança dos empresários impediram avanços mais significativos da economia.

Nesse cenário a economia goiana na passagem de 2012 para 2013 apresentou taxa de cresci-mento de 3,0%, ante 4,5% registrada em 2012M, conforme tabela 3. O PIB de Goiás atingiu o montante de R$ 151,010 bilhões, com incremento de R$ 12,465 bilhões em relação a 2012. A participação de Goiás no PIB nacional passou de 2,9% em 2012 para 2,8% em 2013. Com essa participação, Goiás manteve-se na 9ª posição no ranking nacional.

O gráfico 1 mostra a evolução do PIB de Goiás e do Brasil em termos nominais (ou seja, avaliado aos preços correntes dos respectivos períodos utilizados na comparação). Nesse cálculo, Goiás cresceu 9,0%, passando de R$ 138,5 bilhões em 2012 para R$ 151,0 bilhões em 2013.

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O crescimento econômico real refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agro-pecuária (1,3%), Indústria (4,0%) e Serviços (3,0%). Com relação à indústria, o setor havia registra-do crescimento de 3,9% em 2012, expandindo para 4,0% em 2013. Contribuiu para a taxa global a indústria de transformação (6,3%), puxada pela fabricação de produtos alimentícios e bebidas (in-crementos na fabricação de condimentos e temperos, molhos de tomate, óleo de soja, maionese, cervejas e chopes); fabricação de álcool e outros biocombustíveis, de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (aumento na produção de medicamentos) e de máquinas e equipamentos.

Nessa mesma comparação a atividade de construção cresceu 5,8%, motivada pelas obras pú-blicas, tais como: saneamento, ferrovias, rodovias, viadutos e habitação. Outro ponto favorável na construção foi o surgimento de novos empreendimentos imobiliários, impulsionados pelas facilidades no acesso ao crédito para habitação.

Porém, a atividade de geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza ur-bana recuou 9,5%, devido à queda na geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.

O desempenho do PIB apresentou taxa similar a do setor de serviços, por este ser o mais repre-sentativo, com uma participação relativa de 61,8% na estrutura do VA. Na passagem de 2012 para 2013 ditaram o ritmo as atividades de Comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas; Transporte, armazenagem e correios; Intermediação financeira, de seguros e previdência complementar e serviços relacionados; Atividades profissionais, cien-tíficas e técnicas, administrativas e serviços complementares.

A atividade agropecuária apresentou desempenho inferior em relação aos demais setores, principal-mente pela presença de ciclos de crescimento atrelado a condições climáticas. Assim, os destaques positivos ocorreram na pecuária em todos os componentes, registrando taxas positivas para aves e bovinos. Embora menos relevante em termos de representatividade, Produção florestal e pesca apresentou a maior taxa em volume (67,5%), entre os componentes da atividade da agropecuária.

Porém, na Agricultura houve recuo, tendo contribuído para isso a estiagem prolongada, que afetou negativamente o desenvolvimento principalmente das lavouras de grãos. As quedas mais acentuadas ocorreram nas atividades de cultivo de cereais; soja; lavouras temporárias e serviços relacionados à agricultura. Em sentido contrário, uma importante atividade para o Estado, apresentou taxa positiva, a cana-de-açúcar.

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No mercado internacional de commodities, os produtos da agropecuária apresentaram trajetó-rias de queda. No caso da soja houve acomodação dos preços no ano de 2013, diferentemente do ano de 2012, quando o preço foi de alta. O milho no ano de 2013 teve safra recorde nos Estados Unidos, o que pressionou para baixo o preço do produto. Por outro lado, os preços da carne bovina tiveram aumento em decorrência da maior demanda principalmente dos merca-dos japonês e chinês.

Pelo lado do mercado externo, em 2013, as exportações goianas recuaram 3,7% em compara-ção ao ano de 2012. No ano o valor atingiu US$ 7,043 bilhões. Os principais produtos expor-tados em 2013 foram commodities do complexo de soja, carne (carne bovina) e de minério (ferroligas), e ainda o milho e seus derivados tiveram destaques nas exportações naquele ano.

As importações totalizaram US$ 4,840 bilhões em 2013 apresentando decréscimo de 5,6% ante 2012. O saldo da balança comercial goiana foi de US$ 2,20 bilhões e a corrente de comércio somou US$ 11,883 bilhões.

No mercado de trabalho, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais-RAIS divul-gados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no ano de 2013 foram criadas 70.054 novas vagas no mercado formal em Goiás (1.439.341 em 2012, para 1.509.395 em 2013). No confronto com o ano anterior, o estoque de empregados no Estado cresceu 4,9%, superior à taxa do Centro-Oeste 4,5% e à brasileira de 3,1%.

A taxa média de desocupação (indicador que mede o desemprego), medida pela Pesquisa Na-cional de Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE foi estimada em 5,40% para Goiás em 2013, valor idêntico ao registrado no ano anterior, de 5,38%. Este foi um bom resultado quando comparado com o Brasil cuja taxa de desocupação foi de 7,35% e 7,13%, em 2012 e 2013, respectivamente.

O gráfico 2 compara a variação anual do Produto Interno Bruto de Goiás com o Brasil no período de 2010 a 2013, visualiza-se que a trajetória da economia goiana foi de crescimento acima da mé-dia nacional nos anos de 2011 e 2012. Em 2013 a taxa goiana foi igual a do Brasil. Esse resultado de Goiás foi sustentado pela dinâmica da agropecuária, em especialmente pela agricultura; na indústria – com destaque para a atividade de construção e indústria de transformação, destaques para fabricação de álcool e biocombustíveis, artigos do vestuário, produtos do metal e fabricação de automóveis camionetes e utilitários. Enquanto que no setor de serviços o crescimento foi sus-tentado, principalmente pelas atividades profissionais, intermediação financeira e transportes.

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PIB pela Ótica da Renda

O PIB pela ótica da renda é uma novidade para o ano referência 2010. É primeira vez que é pu-blicada por essa ótica, contudo é um avanço significativo em termos de Contas Regionais. Neste documento, a série é de 2010 a 2013.

Conceitualmente o Produto Interno Bruto (PIB) é o total dos bens e serviços produzidos pe-las unidades produtoras residentes destinadas ao consumo final, sendo, portanto, a soma dos valores adicionados pelas diversas atividades econômicas acrescida dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos. Ainda, o PIB também é equivalente à soma dos consumos finais de bens e serviços valorados a preço de mercado, sendo, também, equivalente à soma das rendas primárias. E pode ser expresso por três óticas:

a) da produção – o PIB é igual ao valor bruto da produção, a preços básicos, menos o consumo intermediário, a preços de consumidor, mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos;

b) da despesa – o produto interno bruto é igual à despesa de consumo das famílias, mais o consumo do governo, mais o consumo das instituições sem fins de lucro a serviço das fa-mílias (consumo final), mais a formação bruta de capital fixo, mais a variação de estoques, mais as exportações de bens e serviços, menos as importações de bens e serviços e;

c) da renda – o produto interno bruto é igual à remuneração dos empregados, mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação, mais o rendimento misto bruto, mais o excedente operacional bruto.

O Produto Interno Bruto pela ótica da renda mostra os valores da remuneração dos fatores de produção envolvidos no processo produtivo da economia em um determinado período, dado que para a produção de bens e serviços além da utilização de insumo em bens e serviços, se usa tam-bém outros fatores de produção como o fator trabalho e o fator capital, que são monetariamente remunerados. As tabelas 4 e 5 exibem esses valores relativos ao Estado de Goiás.

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A tabela 5 mostra os resultados, em termos percentuais. No ano de 2013 cerca de 47,0% do PIB fo-ram apropriados pelo capital, na forma de excedente operacional bruto e na forma de rendimento misto obtido pelos empregadores e pelos trabalhadores por conta própria. Enquanto que a remune-ração, em dinheiro ou em espécie, paga por uma empresa aos seus empregados em troca do traba-lho realizado por estes durante um período contábil representou 40,5% do PIB. Com esse resultado pode-se dizer que a atividade produtiva desenvolvida em Goiás tende a remunerar melhor o fator capital. Já a apropriação do governo via impostos sobre a produção, representou 11,6% do PIB.

Contudo a remuneração ao longo da série de 2010 a 2013 ganhou 2,6 p.p. de participação, saindo de 37,9% em 2010, para 40,5% em 2013. Na contramão, o excedente operacional bruto e o rendimento misto perderam 1,4 p.p. de participação, era 48,4% no início da série e caiu para 47,0% em 2013, sinalizando redução no lucro das empresas.

PIB per capita

O PIB per capita goiano no ano de 2013 atingiu R$ 23.470,48, ante R$ 17.783,32 em 2010. No pe-ríodo de 2010-2013 expandiu R$ 5.687,16, sendo que o maior incremento ocorreu na passagem de 2011-2012, R$ 2.569,93, conforme tabela 8. O PIB per capita resulta do quociente entre o valor do PIB de Goiás e a sua população residente. Para a população foi utilizada a estimativa que foi encaminhada pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União – TCU, em outubro de 2013, tendo 1º de julho deste mesmo ano como a data de referência. Essa estimativa compõe um dos indicadores de repasse do Fundo de Participação dos Municípios das capitais e do Distrito Federal.

Este resultado fez com que Goiás ficasse na 11ª colocação do PIB per capita em 2013, uma po-sição abaixo em relação a 2012 (10ª posição). Este resultado é explicado, em parte, pelo arrefe-cimento da atividade econômica do período.

Comparando-se o PIB per capita goiano em relação ao nacional, por meio do gráfico 3, visuali-za-se que no ano de 2010 o PIB per capita de Goiás era inferior ao nacional em 12,7%, passando para 11,3% em 2013.

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Atividades econômicas

Conforme o gráficos 4, o setor agropecuário representou na estrutura produtiva de Goiás no início da série, 2010, 11,1% e aumentou para 12,3% em 2013, com ganho de participação de 1,2 pontos percentuais (p.p). O comportamento da agropecuária em termos de participação de 2010 a 2012, praticamente não teve oscilação – conforme a leitura do gráfico 5. Mas é im-portante destacar que o setor apresentou crescimento em volume em 2010-2011, 2011-2012, 2012-2013, de respectivamente, 10,8%, 8,8% e 1,3%.

A participação da indústria na economia goiana reduziu de 28,3% em 2010, para 25,8% em 2013; a redução foi devido ao ganho de participação da agropecuária e da atividade de serviços.

Mas no caso da indústria, na comparação de 2013 e 2012, segmentos importantes perderam participação, caso da indústria extrativa (0,3 p.p) e Geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (perda 0,6 p.p).

O setor de serviços nesse novo ano de referência (2010) continua o mais representativo entre os grandes setores econômicos, 61,8% em 2013 e foi o que mais ganhou participação (1,3 p.p.) na comparação 2010 e 2013, especialmente nas atividades Imobiliárias; Comércio, manuten-ção e reparação de veículos automotores e motocicletas; Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares e Intermediação financeira, de seguros e previdência complementar e serviços relacionados.

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Agropecuária

Em 2013 o setor começou a perder fôlego, expandindo apenas 1,3%. A atividade da agricultura apresentou queda de 0,6%, interrompendo uma sequência de acréscimos que vinha desde o ano de 2011. Na pecuária houve aumento na taxa de 2,8%, puxada pelo crescimento do efetivo de bovinos e aves. A atividade de Floresta e pesca, puxada pela atividade de silvicultura apre-sentou crescimento de 67,5% em volume, embora represente apenas 0,1% na composição do VA estadual, conforme descrito na tabela 6.

A Tabela 9 mostra que em 2013, comparado ao ano de 2012, a agropecuária goiana teve re-dução na participação nacional, de 7,0% para 6,8%, em especial pela perda na atividade da Agricultura, inclusive o apoio e a pós-colheita (passou de 6,9% para 6,6%); a Pecuária, inclusive apoio à pecuária passou a representar 9,5% da atividade nacional, já a Produção Florestal e Pesca 1,0% da atividade no Brasil.

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Cabe ressaltar que o setor agropecuário, formado pelas atividades de Agricultura, inclusive o apoio e a pós-colheita; Pecuária inclusive apoio à pecuária e Produção florestal e pesca, está sempre sujeito às oscilações advindas do cenário externo, de fatores climáticos e de variações nos preços, tanto dos produtos, quanto dos insumos utilizados na produção.

No desempenho da agricultura em 2013, a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM/IBGE) indicou queda na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em Goiás (-1,0%), quando compara-do ao ano anterior. Tiveram recuo: algodão herbáceo, arroz, feijão, milho e trigo. Por sua vez, a quantidade produzida de cana-de-açúcar foi superior em 18,9% no confronto com 2012, esti-mulada pela elevação nos preços do etanol no mercado interno, conforme tabela 8.

A queda nas principais culturas agrícolas está relacionada principalmente a intempéries climá-ticas: na produção de feijão, devido ao excesso de chuva que atrasou o plantio, provocando umidade no solo, com isso as lavouras sofreram ataques de pragas. Na produção de algodão, além de pragas, também houve redução na área plantada. E no milho, a redução nos preços no mercado internacional desestimulou o plantio em 2013.

Conforme resultados da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), para Goiás, os produtos da lavoura temporária são os mais representativos, tanto em área plantada, como em valor de produção. Nessa perspectiva, os produtos de maior relevância para agricultura de Goiás são: Soja, cana--de-açúcar, milho, tomate, feijão e algodão herbáceo.

No tocante à posição de Goiás entre os maiores produtores nacionais, o Estado lidera na produ-ção de tomate e sorgo. Em termos de representatividade da agricultura goiana, o milho, cana--de-açúcar e a soja ocuparam a terceira e quarta posições no ranking nacional.

Na pecuária, o Estado ocupou em 2013 a terceira posição no rebanho bovino nacional, quarto na produção de leite e a quinta posição em suínos, como demonstrado no Gráfico 5.

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Indústria

A atividade industrial é composta pela indústria extrativa mineral, indústria de transformação, geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica e construção. Essas ati-vidades somaram em 2013 R$ 34,498 bilhões de VA, com acréscimo de R$ 2,794 bilhões. Esse setor alcançou taxa de crescimento em volume de 4,0%, ante 3,9% registrada no ano anterior. Os aumentos de VA, comparação 2012-2013 foram verificados na indústria de transformação (R$ 1,774 bilhão), com taxa de crescimento de 6,3%; na construção (R$ 1,704 bilhão), cresci-mento em volume de 5,8%; indústria extrativa reduziu (R$ 344,2 milhões), porém cresceu em volume 12,8% e geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, reduziu (R$ 339,3 milhões), com elevação na taxa de 1,8% no volume.

É importante destacar que a participação da indústria goiana na indústria nacional, de 3,0%, é superior à representação do PIB goiano no PIB do país, de 2,8%. Isto demonstra o processo de fortalecimento da indústria goiana a cada ano.

Na estrutura estadual a indústria representou 25,8% em 2013, com uma redução de 0,1 p.p em comparação ao ano de 2012, sendo os maiores avanços na atividade de construção, que pas-sou de 7,3% em 2012, para 7,9% em 2013, seguida da indústria de transformação que saiu de 13,3% para 13,5% em mesma comparação.

Em 2013, a economia passou por um momento favorável, quando a atividade de construção foi influenciada por um conjunto de fatores que deram maior dinâmica ao setor, tais como: obras de infraestrutura realizada no Estado, a continuidade de programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e programas de cunho estadual como o Rodovida, voltado para reconstrução e pavimentação de rodovias goianas.

A indústria de transformação apresentou variação anual real de 12,8% entre 2010-2013, com variação média anual de 4,1%. A atividade na estrutura industrial aumentou de 51,3% em 2012, para 52,2% no ano de 2013. Em termos de valor, a indústria de transformação atingiu R$ 18,023 bilhões. Os principais segmentos que ganharam peso na indústria de transformação foram: ali-mentos e bebidas, vestuário, fabricação de produtos químicos, fabricação de etanol e biocom-bustíveis e metalurgia.

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A atividade de Geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana teve queda de 9,5% em 2013, ante 8,9% de aumento em 2012. A redução na atividade foi devido à contração na geração de importantes hidrelétricas em Goiás. Em relação ao consumo, as classes residencial e industrial foram as que mais cresceram na comparação com de 2013 com 2012.

Serviços

No ano de 2013, a atividade de serviços apresentou crescimento de 3,0% em volume, taxa me-nor que a registrada no ano anterior (5,0%) e o valor adicionado foi de R$ 82,576 bilhões. Sua participação da estrutura estadual passou de 62,6% (2012) para 61,8% (2013).

A participação da atividade de serviços de Goiás em relação aos dados do país foi de 2,6% em 2013. Em termos de valor adicionado por atividade econômica, as atividades mais relevantes foram: Comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas, do comér-cio nacional; Artes, cultura, esporte e recreação e outros serviços, representaram 3,3% e ativi-dades imobiliárias, com 3,2%. (tabela 9).

Em termos de volume, em 2013 as atividades de Serviços domésticos; Transportes e armazenagem e correios, e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementa-res, foram os destaques em crescimento, com variações de, respectivamente, 14,5%, 7,5% e 7,1%.

Em 2013 as atividades de Administração e Comércio representaram 15,5% e 15,2% do VA esta-dual, respectivamente. Dentro do segmento de Serviços foram estes dois segmentos que mais contribuíram com o VA estadual.

Outro importante setor, o de transporte, cresceu 7,5% em 2013, puxado pelo crescimento do modal rodoviário, mas sua participação no valor adicionado estadual reduziu em 0,3 p.p. em relação a 2012.

Nesta mesma comparação, o setor de intermediação financeira apresentou crescimento de 5,7%, impulsionado pela política monetária que buscou promover reduções na taxa de juros e ampliação no volume total das linhas de crédito. Isso vai ao encontro do que o gráfico 6 apre-senta, onde é possível observar que a relação crédito/PIB em Goiás, vem crescendo desde 2010, atingindo o patamar de 64% em 2013.

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Por fim, é importante destacar que o crescimento do setor de serviços goiano em 2013 aconte-ceu em um momento em que as políticas fiscais e monetárias buscavam sustentar a demanda doméstica, principalmente, a partir do consumo das famílias. Nessa direção, merecem desta-que os programas de transferência de renda e a manutenção do patamar da taxa de juros infe-rior a dois dígitos em quase todo ano de 2013.

Unidades da Federação

Conforme o gráfico 7, a distribuição do PIB brasileiro ao longo da série revelou que a região Norte ganhou participação, na comparação 2013-2010, puxada pelo Estado do Pará, (contri-buíram para este resultado a pecuária, agricultura, produção florestal e pesca, construção e a geração de energia).

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O ganho de participação da região Nordeste foi puxado pelos Estados do Maranhão (na indús-tria de transformação) e Pernambuco (estimulado, pela indústria de transformação, constru-ção, atividades imobiliárias, atividades profissionais e científicas e saúde e educação mercantil).

A região Sudeste perdeu participação, sendo a contribuição negativa vinda do Estado de São Paulo. Os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul contribuíram para o ganho de participação da região Sul, puxados, principalmente pela agropecuária e comércio. Além disso, no Paraná merece destaque também o crescimento do SIUP. A região Centro-Oeste manteve-se estável, embora fosse percebido incremento na participação de todos Estados, exceto no Distrito Fede-ral que perdeu.

A figura 1 mostra que a região Sudeste apresenta as três Unidades da Federação com os maio-res PIBs nacionais: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Seguido pela região Sul, com Pa-raná, Rio Grande do Sul, com as melhores colocações subsequentes. É importante destacar um fato atípico que ocorreu no ano de 2013 quando houve modificação nas posições do PIB desses Estados, tendo o Estado do Paraná (4º) ultrapassado o Rio Grande do Sul (5º). Esse conjunto de Estados representou 65,6% do PIB brasileiro.

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Análise Regional – Centro-Oeste

A economia da região Centro-Oeste reduziu a participação em relação ao Brasil, em 2013, pas-sando de 9,2% para 9,1%, conforme apresentado na tabela 11. Mantiveram as participações os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, perderam participação Goiás e Distrito Federal.

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A tabela 12 mostra que o Distrito Federal representou 36,2% do PIB da região no ano de 2013, ante 36,9% em 2012. Nessa mesma comparação, Goiás permaneceu com 31,2%, enquanto os Estados do Mato Grosso saiu de 17,9% para 18,4%, Mato Grosso do Sul de 14,0% para 14,3%.

O PIB per capita do Centro-Oeste foi o segundo maior entre as regiões na passagem em 2013 (R$ 32.322,31), antecedido pela região Sudeste (R$34.789,79). No Centro-Oeste todos os Es-tados tiveram avanço no ranking do PIB per capita, puxado pelo Distrito Federal que possui o maior PIB per capita do Brasil. O acréscimo na região em relação ao ano anterior foi de R$ 1.540,32.

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Brasil, grandes regiões e Unidades da Federação

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Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) inicia uma nova medida de comparação entre os países em que se leva em consideração, não apenas o crescimento econômico de uma nação, mas também, as condições de vida e bem-estar das pessoas. Diante dessa nova medida de análise do desenvolvimento humano, o Brasil, por meio da Fundação João Pinheiro, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e PNUD Brasil, iniciou o cálculo desse índice em nível municipal.

Em 2014, com a publicação do Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolita-nas, passou-se a calcular esse índice em nível intramunicipal – Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs). Estas não se confundem com as áreas de ponderação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, pois, buscam gerar áreas mais homogêneas das condições so-cioeconômicas, a fim de captar a diversidade no interior dos espaços intrametropolitanos (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2014). Com isso, tem-se a possibilidade de acompa-nhar e comparar (entre 2000 e 2010) o desenvolvimento, o mais próximo possível da realidade atual nas UDHs dos municípios que compõem uma região metropolitana e revelar uma realida-de escondida nas médias dos indicadores agregados.

Os indicadores, antes existentes em menor escala em nível municipal, passaram a ser dispo-nibilizados para as principais regiões metropolitanas (RMs) do país: Baixada Santista, Belém, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, Fortaleza, Goiânia, Grande São Luís, Grande Vitória, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Vale do Rio Cuiabá. A partir dessa possibilidade, o presente estudo tem o objetivo de avaliar as transfor-mações e o desenvolvimento ocorrido na Região Metropolitana de Goiânia (RMG), por meio do IDHM nas 256 UDHs que compõem essa região, e assim subsidiar o planejamento das ações do governo. Através da identificação de grupos de UDHs que possuem deficiência em alguma dimensão, pode-se pensar em políticas públicas voltadas para essas regiões a fim de resolver situações específicas gerando externalidades positivas.

Regiões Metropolitanas

O aparecimento de regiões metropolitanas é reflexo da revolução urbana pela qual o mundo passou. O homem, paulatinamente, deixou de viver no ambiente rural e solidificou a cidade como seu habitat. Em alguns países, há mais de 10 pessoas vivendo em espaços urbanos para cada residente do campo (SANTOS, 1997). No Brasil, esse processo é desencadeado a partir da década de 1950 e sofre aceleração depois de 1970. Naquela década, 36% da população bra-sileira viviam em cidades, em 1980 esse percentual sobe para 68% e atinge mais de 84% em 2010. Do total da população brasileira, mais de 40% viviam em regiões metropolitanas em 2010 (IBGE, 2010).

Para Goiás, os números são ainda mais marcantes: em 1950 apenas 22% dos goianos eram cita-dinos, passados 30 anos os que residiam nas cidades já superava os 67% e, em 2010, eram mais de 90%. Em 2010, do total da população goiana, 36,2% (2.173.141 habitantes) viviam na RMG (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2014). Por um lado, o processo de metropoliza-ção, na estrutura urbana, deriva das vantagens que a concentração de pessoas, bens, riquezas e trabalho, trazem para o sistema/modelo econômico. Nesse sentido, segundo Sandra Lencioni:

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“Faz parte da racionalidade da acumulação capitalista concentrar um grande número de população, renda, indústrias de alta tecnologia e trabalho qualificado, bem como fazer da metrópole difusa e espraiada territorialmente, uma única bacia de trabalho e habitat, den-tre outros aspectos que poderíamos enumerar (2008, p. 8).

Por outro lado, a expansão da metrópole aumenta o desafio referente à oferta de infraestru-tura urbana e de serviços, como escola, saneamento básico, postos de saúde, energia elétrica, etc. Ressalta-se que um crescimento desordenado aprofunda a desigualdade territorial, com áreas desprovidas de serviços básicos.

Com isso, aqueles com maior poder econômico encontram nos condomínios horizontais (tam-bém chamados de condomínios fechados), uma saída para o caos instalado no core metropoli-tano. E assim pululam conjuntos de moradias apartados da cidade em que não é raro encontrar mais pessoas que alguns municípios da própria região metropolitana. Nessa esteira, os condo-mínios horizontais aparecem na paisagem urbana como ilhas, aparentemente alheios à realida-de que os cerca. Comum é encontrar esses nichos de riqueza em meio às condições desfavorá-veis de outros grupos sociais. A presença desses empreendimentos, portanto, deve ser levada em conta na conformação de indicadores das regiões em que fazem parte.

No desenvolvimento desse processo, a metrópole se expande e são agregados novos locais ao perímetro metropolitano, provocando alterações socioespaciais. A densidade demográfica fornece subsídios para a compreensão da entrada de mais áreas à região – “A metrópole con-temporânea, devido ao seu espraiamento territorial e a conurbação de cidades apresenta uma densidade populacional menor que a metrópole coesa do passado” (LENCIONI, 2008, p. 9). Quando de sua criação, a RMG contava com 11 municípios. Se seu número de municípios tives-se mantido como na composição original, a densidade demográfica seria de 514 hab./km2 , ou seja, 85% maior que a atual. Perdeuse, então, a coesão. Contudo, manteve-se a concentração, pois apenas o aspecto físico da metrópole é disperso. Agregam-se às paisagens metropolitanas novas manchas urbanas, intercaladas por espaços “vazios”, mas com força especulativa. Nisso, os dispêndios para se chegar à centralidade são aumentados, mais horas e recursos são gastos, pesando sobre aqueles que somente conseguem se estabelecer em locais mais distantes dessa centralidade.

Para dar conta das relações intermunicipais e comungar o planejamento de ações para o con-junto de municípios que se aglomeram no entorno de uma grande cidade, em 1973 a Lei Com-plementar nº 14 instituiu as oito primeiras regiões metropolitanas do Brasil, quais sejam, Be-lém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. Em 1974, cria-se a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (Lei Complementar nº 20). A partir da Consti-tuição Federal de 1988, a implantação das regiões metropolitanas passa a ser responsabilidade dos Estados. Com isso, no final da década de 1990 o número dessas aglomerações oficiais se expande consideravelmente, atingindo, hoje, a cifra de 68 regiões metropolitanas1 , incluindo as três Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDE). Destacam-se os Estados da Paraíba e de Santa Catarina com 12 e 10 regiões, respectivamente.

A RMG foi criada em 1999 pela Lei Complementar Estadual nº 27, a princípio com 11 municí-pios. Ao longo desse período foram acrescentando-se outros e desde 2010 é formada por 20 municipalidades. Fazem parte dessa região os seguintes municípios: Abadia de Goiás, Apareci-da de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Caturaí, Goianápolis, Goiânia, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Nerópolis, Nova Veneza, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás e Trindade.

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Juntos esses 20 municípios detinham em 2010 mais de 36% de toda a população de Goiás, numa área que representa 2% do território goiano, culminando numa densidade de quase 277,4 habitantes por Km2 . O Produto Interno Bruto (PIB) dessa região corresponde a quase 37% do total do Estado. Contudo, há forte concentração dessas variáveis no core da região, Goiânia. A capital comporta em torno de 60% da população de sua região metropolitana e é responsável por quase 66% do PIB, mostrando que, por mais que tenha se espraiado por novos espaços, a RMG ainda é marcada pelo domínio e dependência de Goiânia.

O estudo do espaço urbano esbarra em complexidades inerentes à própria formação dessa realidade territorial. A produção social da cidade, que se dá coletivamente, não esconde as ambiguidades, heterogeneidades e desigualdades, mas também revela as imbricações e en-trelaçamentos das relações entre os diferentes. Por vezes contrastante na paisagem, os lugares citadinos se mostram interdependentes ao se descortinar na análise mais profunda. Para se alcançar esse nível analítico faz-se necessário, num primeiro momento, aumentar, cartografi-camente, a escala. Tentando alcançar os pormenores do espaço, agregando os iguais, isolando--os do seu contexto espacial (essencialmente impossível, mas aceito analiticamente), pode-se encontrar padrões e refletir sobre a conformação de locais e lugares dentro da cidade. Quando a perquirição é do espaço metropolitano, o aumento escalar é imprescindível para o bom de-senvolvimento do estudo, uma vez que níveis de desenvolvimento humano são percebidos de forma diferenciada internamente na metrópole.

Cada ponto.

Fontes:

http://www.filoczar.com.br/Conteudo%20educacional/Apostilas/Historia/Goias.pdf

Instituto Mauro Borges de dados Estatísticas e Estudos Socioeconomicos. http://www.imb.go.gov.br/

Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento. http://www.segplan.go.gov.br/

http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-naturais-goias.htm

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Questões

Questões Aula 1

1. Meu Goiás, meu GoiásTerra do AnhangueraE dos CarajásÉs um tesouro encantadoNo coração do BrasilÉs privilegiadoPor riquezas milToda Pátria te bendiz, Goiás. (Nini Araújo. Meu Goiás)

Sobre o povoamento branco de Goiás no sé-culo XVIII, é CORRETO afirmar:

a) Bartolomeu Bueno da Silva, sertanista protetor dos índios, foi o primeiro bran-co a chegar a Goiás.

b) Goiás ainda pode ser chamado de a Ter-ra dos Carajás, tendo em vista a alta re-presentatividade dos indígenas na de-mografia goiana.

c) A busca de riquezas minerais estimulou os bandeirantes paulistas a ocuparem o Centro-Oeste brasileiro.

d) Pode-se afirmar que a Igreja Católica e a Coroa Portuguesa apoiaram as guerras de extermínio movidas contra os indí-genas em Goiás.

2. Um dos primeiros lugares ocupados pelos colonizadores brancos em Goiás foi a região do Rio Vermelho, onde se fundou o arraial de Santana, que depois passou a ser chama-do de Vila Boa. O nome “Vila Boa” deriva de

a) “bom selvagem”, referência à índole pa-cífica dos índios goiazes.

b) “boa morte”, nome da primeira igreja construída no lugar.

c) “boa lavra”, referência à grande quanti-dade de ouro encontrado na região.

d) “Bueno”, sobrenome do “Anhanguera”, o fundador do arraial.

3. Leia o quadro a seguir.

Produção de ouro anual em Goiás em 1753 e 2005

Ano: 1753 2005

Produção anual (Kg) 3.060 9.449

PALACIN, L.; MORAES, M. A. História de Goiás. Goi-ânia: Editora da UCG, 1994. <www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/serieEB/Port/Rev27/04-tab01.htm>.

Acesso em: 13 out. 2008.Os dados do quadro permitem comparar a produção aurífera goiana do século XVIII e a produção contemporânea. Nesse sentido, é incorreto afirmar:

a) apesar da produção menor, o ouro goia-no possuía um peso maior na economia portuguesa, no século XVIII, do que pos-sui atualmente na economia brasileira, em virtude da política mercantilista de acumulação de ouro e prata, naquela época.

b) a maior produção aurífera de 2005 pode ser explicada pela utilização de re-cursos tecnológicos que permitem a ex-ploração de jazidas profundas, enquan-to, em 1753, explorava basicamente o chamado ouro de aluvião.

c) a disparidade entre a produção aurífera de 2005 e a de 1753 precisa ser relativi-zada, pois a evasão fiscal do minério era muito maior no século XVIII do que no século XXI.

d) o peso proporcional da produção aurí-fera do ano de 2005 na arrecadação tri-butária total de Goiás é três vezes maior do que o da produção aurífera do ano de 1753.

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4. Entre os séculos IV e VI, os povos germa-nos, pressionados militarmente pelos hu-nos, invadiram gradativamente porções de terras do Império Romano. Em relação aos deslocamentos populacionais para onde atualmente se localiza o estado de Goiás, apresenta causa similar à migração dos ger-manos:

a) a vinda de africanos para trabalhar como escravos nas minas do século XVIII.

b) a migração dos Tupi do litoral para o in-terior, entrando em conflito com os Jê.

c) as bandeiras paulistas que adentraram o interior para escravizar indígenas.

d) a vinda de nordestinos para trabalhar na construção de Goiânia.

5. O povoamento branco de Goiás, no século XVIII, foi caracterizado pela prodigalidade na construção de igrejas. Só em Vila Boa, capital da capitania, foram construídas, no espaço de 50 anos, oito igrejas. Esse grande número de igrejas, no início do povoamento branco de Goiás, explica-se pelo fato de os templos servirem

a) aos propósitos fiscais do Estado portu-guês, sendo que os clérigos, encarrega-dos de recolher os dízimos e o quinto real, reservavam partes substanciais desses rendimentos para a construção e o embelezamento das igrejas.

b) de principal instrumento da política in-digenista pombalina, sendo que elas visavam impressionar os silvícolas, esti-mulando-os a abandonarem suas práti-cas religiosas e suas aldeias e virem tra-balhar e congregar em Vila Boa.

c) de locais de culto e de sepultamento de membros da população que estivessem integrados nas inúmeras irmandades existentes na época, sendo que os es-cravos não cristianizados eram sepulta-dos num cemitério rudimentar.

d) no contexto histórico da Contrarrefor-ma, de símbolos da supremacia da fé católica sobre a fé dos protestantes,

sobretudo dos ingleses anglicanos, que trabalhavam na exploração das minas de ouro em Goiás.

6. Durante o início da implantação da coloni-zação portuguesa em Goiás, foi proibida a navegação dos rios Araguaia e Tocantins. Pode-se afirmar CORRETAMENTE que esta medida

a) visava impedir o contrabando de ouro produzido em Goiás.

b) visava proteger os aldeamentos indíge-nas localizados às margens desses rios das incursões dos bandeirantes paulis-tas.

c) visava impedir o acesso dos emboabas às minas auríferas de Goiás.

d) foi responsável direto pela estagnação econômica de Goiás no século XIX.

7. A sociedade colonial não se fundou no prin-cípio da igualdade de seus membros. Tendo por base o processo de ocupação do territó-rio goiano, com a mineração do ouro, anali-se as alternativas abaixo sobre a situação do índio nessa sociedade:

I – Durante a época da mineração as rela-ções entre índios e mineiros foram exclusi-vamente guerreiras e de mútuo extermínio.

II – Não havia qualquer tipo de legislação que defendesse os índios.

III – Com o aldeamento, sempre ouve pes-soas especializadas para cuidar e proteger os indígenas.

IV – Aldear os índios consistia em reuni--los em povoações fixas, chamadas aldeias, onde, sob a supervisão da autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo e apren-der a religião cristã.

V – Não eram os índios, e sim as minas de ouro, nas terras dos índios, que interessa-vam ao governo.

Está CORRETO o que se afirma apenas em:

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a) II, IV e Vb) I, II e IIIc) I, IV e Vd) II, III e Ve) I, III e IV

8. A descoberta do ouro no Brasil, no século XVII, ativou a cobiça das autoridades que identificavam a riqueza com a posse dos metais preciosos. Por ordem real, na época, todos os braços disponíveis deveriam ser empregados na extração do ouro, o que ex-plica:

a) Os baixos impostos cobrados para a produção de produtos agrícolas.

b) Os inúmeros tipos de jazidas que foram exploradas em consequência da abun-dância do ouro.

c) Grande número de entradas e bandeira vindas de todo o país para Goiás.

d) A grande riqueza da cidade de Goiás ocasionada pela grande produção de ouro.

e) O pouco desenvolvimento da lavoura e da pecuária em Goiás.

9. (UEG) [...] a sociedade colonial, como todas as sociedades do “Antigo Regime”, era uma sociedade [...] com características estamen-tais, com direitos diferentes para os diver-sos grupos sociais.

PALACÍN, Luis; MORAES, Maria Augusta Sant´Anna. História de Goiás. 6. Ed. Goiânia: Ed. da UCG, 1994,

p. 29.

Em relação à sociedade colonial em Goiás, marque a alternativa incorreta.

a) Em Goiás, seguindo a prática adminis-trativa do Estado português, formou-se uma elite política que ocupou os princi-pais cargos por meio da compra do di-reito de exercê-los por certo período.

b) Os faiscadores constituíam um grupo de homens livres que se aventuravam pelo sertão goiano em busca de ouro e prestígio social advindo da posição de mineiro.

c) A elite social em Goiás compunha-se de fidalgos portugueses ou brasileiros, cujo poder estava relacionado à pro-priedade de escravos e de terras.

d) A mestiçagem ocupou papel secundá-rio, uma vez que a tradicional socieda-de local, alimentada por toda a sorte de preconceitos, impediu a união de bran-cos e negros, o que resultou na diminui-ção da população da região.

e) Os índios bravios eram alvos de medidas repressivas por parte do governo (guerra justa), sob a justificativa de serem infiéis e de atacarem grupos de brancos que se-guiam pelas estradas da região.

10. Goiás ingressou na esfera da colonização portuguesa como território de minas, aban-donando o perfil de sociedade exclusiva-mente indígena. Os primeiros tempos da mineração quando [...] os sonhos de riqueza fácil ensandeciam multidões duraram ape-nas cerca de quarenta anos. A brevidade, entretanto, não deve obscurecer a impor-tância da riqueza gerada nas lavras de cas-calho [...]

PALCÍN, Luis; GARCIA, L. F.; AMADO,J. História de Goiás em documentos: I. Colônia. Goiânia: Ed da

UFG, 1995, p.85.

Sobre a economia colonial em Goiás, mar-que a alternativa correta.

a) O controle da exploração das minas de ouro em Goiás pela Coroa portuguesa efetivou-se por meio da cobrança de impostos sobre a produção. Duas foram as modalidades de impostos cobrados: o quinto e a capitação.

b) O excedente de capital produzido pela atividade mineradora foi aplicado no melhoramento da agricultura e da pe-cuária, que constituíram as principais atividades econômicas do século XVIII.

c) Em Goiás foi utilizada largamente a cha-mada mineração de morro, realizada nas rochas, em detrimento da explora-ção do ouro de aluvião, encontrado na areia e nos seixos dos rios.

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d) Durante o século XIX, pôde-se perceber uma diversificação na economia goiana, visando prioritariamente à exportação dos produtos advindos das atividades de mineração, pecuária e agricultura que se encontrava em plena expansão.

11. O brilho e a escassez do metal precioso são marcas de nascença do mundo goiano en-tre os séculos XVIII e XIX que, lentamente, foram apagadas pelos rastros das boiadas e pelos trilhos do trem. Nesse longo processo de formação, destaca-se o seguinte fator:

a) A herança do período minerador permi-tiu a acumulação de capital suficiente para a formação de um grande rebanho bovino que permitiu a Goiás, no século XIX, transformar-se no principal criador de bovinos do Brasil.

b) A pecuária desenvolveu-se de forma ex-tensiva e ganhou projeção graças à ca-pacidade de deslocamento dos animais para os mercados consumidores.

c) O transporte ferroviário ingressou no território goiano no final dos anos de 1920, proporcionando forte moderni-zação da economia por meio da agroin-dústria.

d) Vila Boa acompanhou os distintos rit-mos do desenvolvimento econômico de Goiás: da extração do ouro à implanta-ção das ferrovias, a cidade manteve-se como o polo de desenvolvimento eco-nômico até o final de 1930.

Texto

“ (...) territórios de mineração deveriam de-dicar-se quase exclusivamente à produção de ouro, não desviando esforços na produ-ção de outros bens que poderiam ser im-portados das demais capitanias.”

(CHAIM, M. M. Sociedade Colonial. Goiás –1749-1822. Goiânia: Secretaria de Cultura, 1987)

12. O fragmento do texto acima retrata a reali-dade da sociedade mineradora de Goiás du-rante o século XVIII. Em relação às consequ-ências geradas pela produção aurífera em Goiás durante o período colonial, podemos destacar:

a) o desenvolvimento interno de Goiás que acabou gerando a modernização da região, através da criação de manufatu-ras visando o abastecimento das outras regiões do Brasil colonial;

b) o aumento da população da região, principalmente após a decadência da atividade mineradora, a partir da se-gunda metade do século XVIII;

c) a dificuldade no desenvolvimento da economia da região, em razão de o ouro extraído ter sido exportado para a Europa, sem promover o crescimento interno de Goiás;

d) o desenvolvimento de novas atividades, complementares à mineradora, em Goi-ás, como a produção de cana-de-açúcar em pequenas e médias propriedades, baseadas no trabalho escravo;

e) a longevidade da produção aurífera da região de Goiás, permitindo a consoli-dação do comércio interno da provín-cia, sobretudo, com a intensa comercia-lização da mão de obra escrava.

13. (PM – 2010) A formação territorial de Goiás faz parte de um processo de expansão ini-ciado por aqueles que invadiram os domí-nios espanhóis delimitados pelo tratado de Tordesilhas, caminhando por rios, atraves-sando florestas e superando obstáculos. A iniciativa paulista tinha como objetivo:

a) Expandir seus domínios agrícolas.b) Cativar índios e buscar ouro.c) Fugir da dominação portuguesa.d) Expandir as fronteiras da colônia.e) Explorar o extrativismo vegetal.

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14. (AGEHAB – 2010) A imagem do bandeiran-te percorre os espaços goianos, ela é repre-sentada em monumentos, praças, escolas, ruas e avenidas e até na bandeira moderna da cidade de Goiânia e na primeira estrofe do Hino de Estado. A figura do bandeirante foi colocada na História goiana como funda-dora da sociedade. Tradicionalmente, o iní-cio da História do Goiás está ligado a um cé-lebre bandeirante, que descobriu ouro nas cabeceiras do Rio Vermelho, na atual cidade de Goiás. Trata-se de:

a) Manuel Preto.b) Francisco Pires Ribeiro.c) Fernão Dias Paes.d) Bartolomeu Bueno da Silva.e) Antônio Dias.

Gabarito: 1. C 2. D 3. D 4. C 5. C 6. A 7. C 8. E 9. D 10. A 11. B 12. C 13. B 14. D

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Questões Aula 2

1. “Nas últimas décadas do século XVIII e prin-cípio do século XIX, a situação econômica da capitania era crítica. A palavra decadên-cia é a que mais se encontra entre os vários apelos e lamentos daqueles que a habitam, sejam provenientes das autoridades gover-namentais, sejam de elementos do povo”. FUNES, E. A. Goiás 1800 – 1850: um período de tran-sição da mineração à agropecuária. Goiânia: Editora

da UFG, 1986. p. 32.

O texto citado aborda a crise da produção aurífera em Goiás. A consequência dessa crise foi o

a) incremento da arrecadação tributária como consequência do controle do con-trabando ser mais eficaz na atividade agropecuária.

b) aumento da ruralização pelo fato de parte da população abandonar as vilas e arraiais e mudar-se para o campo.

c) crescimento da importação de escravos para viabilizar a exploração de minas auríferas de maior profundidade.

d) acréscimo da atividade comercial em virtude do aproveitamento de capitais antes empregados na mineração.

2. (PM – 2010) A formação do Estado de Goiás está associada a duas atividades econômi-cas que atraíram portugueses e brasileiros de vários pontos para o interior. Por volta do final do século XVIII, essas atividades, des-tacadas de uma das opções abaixo, eram a base da economia da antiga Vila Boa, mais tarde Goiás. Estamos fazendo referência:

a) Mineração e pecuária.b) Drogas do sertão e pau-brasil.c) Café e borracha.d) Cana-de-açúcar e cacau.e) Algodão e pimenta do reino.

3. (AGEHAB – 2010) O século XVII representou a etapa de investigação das possibilidades econômicas das regiões goianas, durante a qual o seu território tornou-se conhecido. No século seguinte, em função da expan-são da marcha do ouro, ele foi devassado em todos os sentidos, estabelecendo-se a sua efetiva ocupação através da mineração. Nesse sentido, pode-se afirmar que a eco-nomia goiana no final do século XVIII se ca-racteriza:

a) Pelo aumento da arrecadação fiscal e da imigração para a região.

b) Como um período de desenvolvimento através de um processo de industriali-zação urbana.

c) Pelo declínio da mineração e empobre-cimento da capitania que se volta para as atividades agropecuárias.

d) Como o período áureo, grande circula-ção de riqueza, intenso povoamento, apogeu da mineração.

e) Pelo crescimento comercial e desenvol-vimento urbano.

4. (UFG – 2010) Com relação aos efeitos da abolição da escravatura em Goiás, podemos afirmar que:

a) A abolição não afetou a vida econômica da Província, uma vez que o número de libertos era insignificante para o total da população.

b) A abolição afetou profundamente a vida econômica da Província, uma vez que não se esperava a libertação da mão-de-obra básica.

c) A abolição não afetou a vida política da província, mas causou sérios problemas para a economia, uma vez que o escra-vo era a maioria da população.

d) A abolição afetou seriamente a vida econômica da Província porque a escra-vidão era o sustentáculo da exploração aurífera em Goiás.

e) A abolição não afetou a vida econômica da Província porque já havia em Goiás um grande número de imigrantes para substituir a mão de obra escrava.

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5. (UEG – PM-GO – 2005) O brilho e a escassez do metal precioso são marcas de nascença do mundo goiano entre os séculos XVIII e XIX que, lentamente, foram apagadas pelos rastros das boiadas e pelos trilhos do trem. Nesse longo processo de formação, desta-ca-se o seguinte fator:

a) A herança do período minerador permi-tiu a acumulação de capital suficiente para a formação de um grande rebanho bovino que permitiu a Goiás, no século XIX, transformar-se no principal criador de bovinos do Brasil.

b) A pecuária desenvolveu-se de forma ex-tensiva e ganhou projeção graças à ca-pacidade de deslocamento dos animais para os mercados consumidores.

c) O transporte ferroviário ingressou no território goiano no final dos anos de 1920, proporcionando forte moderni-zação da economia por meio da agroin-dústria.

d) Vila Boa acompanhou os distintos rit-mos do desenvolvimento econômico de Goiás: da extração do ouro à implanta-ção das ferrovias, a cidade manteve-se como o polo de desenvolvimento eco-nômico até o final de 1930.

6. Sobre a história de Goiás é correto afirmar:

I – Os primeiros arraiais surgidos em Goiás foram reflexo da corrida do ouro e se carac-terizaram pela iregularidade e pela instabili-dade do processo migratório. ( )

II – Em Goiás a descoberta do ouro levou a disputas territorias. Tais disputas decorre-ram sobretudo da expulsão e também da fuga das tribos índigenas do litoral no sécu-lo XVII, quando buscaram refúgio no inte-rior do país, em estados como Mato Grosso e Goiás. ( )

III – Após as primeiras descobertas auríferas e durante toda a primeira metado do século XVIII, a província passou a receber um gran-de fluxo migratório, em toda a sua extensão

territorial, consolidando, de vez, o povoa-mento da região. ( )

IV – A sociedade em Goiás, durante o perío-do colonial estava dividida entre homens li-vres e escravos. A vida do escravo nas minas era de intensa exploração, caracterizada por uma péssima alimentação e por graves do-enças causadas pelo trabalho contínuo nas águas dos rios. ( )

V – A criação de gado, nova atividade eco-nômica, por suas próprias características levou a um controle menos rigoroso do tra-balho escravo. ( )

7. (Bombeiro – 2010) Sobre a população ne-gra no processo de colonização de Goiás, é correto afirmar que:

a) Remanescentes de quilombos em Goi-ás, como os Kalungas, significam a resis-tência do negro à escravidão.

b) O trabalho escravo não foi utilizado na mineração, porque os proprietários te-miam o roubo do ouro garimpado.

c) A única manifestação cultural genuina-mente negra em Goiás é o espetáculo das cavalhadas em Pirenópolis.

d) Em Goiás, a escravidão negra não teve grande importância, uma vez que o ín-dio adaptava-se melhor ao trabalho.

e) Com o passar da mineração para a cria-ção de gado como forma econômica preponderante, o escravo torna-se a principal mão de obra da atividade.

8. Bombeiro/2010 – Com a decadência da mi-neração nas últimas décadas do século XVIII e princípio do século XIX, a economia goia-na entra em profunda crise. Nesse período, a pecuária torna-se, lentamente, o setor mais dinâmico da economia, tendo como característica essencial:

a) A forma extensiva e a capacidade de deslocamento dos animais para os mer-cados consumidores.

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b) A forma intensiva possibilitando a for-mação de um grande rebanho, que logo de início transformou Goiás no principal criador do Brasil.

c) O grande estímulo e investimentos ofe-recidos pela administração da Província na época.

d) A grande importância social do fazen-deiro, muito conceituado mesmo na época do ouro.

e) A produção voltada para o mercado consumidor interno, capaz de absorver a produção devido ao enriquecimento alcançado no período da mineração.

Texto I

A agricultura, se é que tal nome se pode dar aos trabalhos rurais da província de Goiás, acha-se no maior desprezo e abatimento [...]. Parece que muitos homens aborrecem aquilo mesmo que é a origem de sua exis-tência e principal base de sua sustentação. Inventando pretextos frívolos com que en-cobrem sua preguiça, clamam que não po-dem dar saída aos gêneros e andam como múmias, mortos de fome.

MATTOS, Raimundo José da Cunha. Agricultura. In: Chrographia histórica da Província de Goyaz. Goiâ-

nia: Secretaria de Planejamento, 1979. p. 75.[Adap-tado].

Texto II

É que Goiás sobrevivera bem ao ocaso da mineração [...] já eminente desde fins do século XVIII. […] Plantava-se o que se ia co-mer, beber e vestir. Se algo sobrasse, era para gastar em festas e em coisas suntu-árias. […] Nada era urgente ou inadiável, a não ser libertar o tempo para o ócio, para as inumeráveis festas do campo ou do arraial […], para pescarias e caçadas, enfim, numa palavra, para o exercício dos prazeres de uma vida simples.

BERTRAN, Paulo. Prefácio. In: CHAUL, Nasr Fayad. Caminhos de Goiás: da construção da decadência

aos limites da modernidade. Goiânia: Editora da UFG, 1997. p. 15-16. [Adaptado].

9. Estes textos abordam uma mesma temáti-ca, referente ao século XIX goiano, e foram produzidos, respectivamente, em 1824 e 1997. Da comparação entre eles, destaca-se a:

a) neutralidade dos autores para produzir os relatos sobre os acontecimentos.

b) necessidade da distância temporal para revelar o passado tal como ele ocorreu.

c) característica memorialista do relato sobre o passado, ao apreender a expe-riência vivida.

d) equiparação entre os relatos em virtude da concordância temática estabelecida entre eles.

e) limitação interpretativa tanto do relato sobre o tempo vivido quanto do relato elaborado sobre o passado.

10. Com relação ao período da mineração do século XVIII no

Estado de Goiás, é correto afirmar que:

a) a mineração foi um fracasso, pois não conseguiu competir com as jazidas au-ríferas do Rio de Janeiro.

b) até 1750 a mineração foi lucrativa, já de 1751 a 1770 se tornou arriscada e após 1770 ruinosa.

c) a mineração foi muito lucrativa durante todo o século XVIII.

d) a mineração não se desenvolveu devido à escassez de mão de obra qualificada.

e) jagunços e coronéis entravaram a mine-ração do estado de Goiás.

11. (UEG – 2008) A história de Goiás não come-ça em 1722, com a Bandeira do Anhangue-ra, como quer a versão tradicional, pois, há milênios, a região já era habitada por indí-genas. Sobre esses grupos indígenas, é in-correto afirmar:

a) Os grupos indígenas que habitavam a região onde atualmente é Goiás perten-ciam ao tronco Gê, que povoou a região do Cerrado há cerca de 10.000 anos.

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b) Os grupos indígenas que os europeus encontraram na época do contato pra-ticavam a agricultura, complementando sua base alimentar com a caça, a pesca e a coleta.

c) O grupo indígena mais importante e nu-meroso do atual território goiano foi o dos Goyá, responsável pelas principais influências culturais e étnicas que os in-dígenas legaram ao povo goiano.

d) Dentre os grupos indígenas que habita-vam onde hoje é o estado de Goiás, os que mais resistiram à colonização bran-ca, inclusive através da guerra, foram os Caiapó do sul e os Avá-Canoeiro.

12. As minas eram, assim, uma espécie de co-lônia dentro da colônia [...] isso nos explica o pouco desenvolvimento da lavoura e da pecuária em Goiás, durante os cinquenta primeiros anos; todos os esforços de capi-tal e de mão de obra deveriam concentrar--se na mineração. Tal sistema não se devia exclusivamente aos desejos e à política dos dirigentes; era também decorrente da men-talidade do povo.

PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta de Sant’anna. História de Goiás (1722-1972). Goiânia:

Ed. da UCG,1994. p. 16.

A sociedade goiana desenvolveu códigos sociais bastante peculiares durante o Ciclo do Ouro. A profissão de um indivíduo deter-minava seu prestígio, a partir das necessida-des e prioridades específicas da época. De acordo com a mentalidade popular do sécu-lo XVIII

a) o vaqueiro era desprezado, pois trata-va-se apenas de um transportador das riquezas produzidas.

b) o roceiro era considerado importante, pois era o único que produzia alimento na região das minas.

c) a profissão de mineiro era considerada a mais honrosa, tendo o mais alto sta-tus social na capitania.

d) a atividade de coletor de impostos go-zava de grande popularidade, uma vez que representava a Coroa.

13. Leia o texto a seguir.

“Assim como no Brasil, o processo de inde-pendência em Goiás se deu gradativamen-te. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade às dis-putas pelo poder entre os grupos locais. Es-pecialmente sensível em Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência governamental, procla-mou sua separação do sul.”

PALACIN, Luís; MORAES, Maria Augusta Sant´Anna. História de Goiás. 4. ed. Goiânia: Ed. UCG, 1986, p.

48.

Com base no fragmento acima e na biblio-grafia sobre o movimento separatista do Norte de Goiás, iniciado em 1821, conclui--se que

a) o governo separatista do Norte, instala-do em Cavalcante, em 1821, declarou--se independente tanto da Comarca do Sul de Goiás quanto da Coroa Portugue-sa.

b) o enfraquecido governo separatista do Norte de Goiás, após a independência política do Brasil, abdicou de buscar apoio à sua causa no governo de Dom Pedro I.

c) o afastamento do capitão-geral, Mano-el Sampaio, da direção da capitania de Goiás, em 1822, deu temporariamente novo vigor ao movimento separatista.

d) as rivalidades políticas entre os líderes de Cavalcante, Palma, Arraias e Nativi-dade, a partir de 1822, acabaram se so-brepondo à causa separatista regional.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. A 5. B 6. I. C; II. C; III. E; IV. C; V. C 7. A 8. A 9. E 10. B 11. C 12. C 13. D

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Questões Aula 3

1. “Você voltou para a civilização, né? Você ti-nha ido para Goiás.”Ana Maria Braga, apresentadora de TV, en-trevistando a atriz Glória Pires.

In: O Popular, Goiânia, 1o maio 2005.

Até 1930, o estado de Goiás continuava fora da corrente de progresso que, nos últimos 80 anos, havia transformando São Paulo e outros estados a partir da modernização da agricultura e de um começo da industriali-zação.PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta S. de. Histó-

ria de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 1994, p. 90.

Conceitos como “progresso” e “civilização” são recorrentes na análise dos fenômenos econômicos e culturais. Acerca do uso des-ses conceitos para a compreensão da histó-ria de Goiás, julgue os seguintes itens:

I – A construção da estrada de ferro provo-cou uma profunda transformação econômi-ca, pois o Estado passou a exportar produ-tos agropecuários para o Sudeste do país.

II – A mudança da capital na década de 1930 provocou o aumento da população e a intensificação da urbanização, eliminando os traços rurais da cultura goiana.

III – Os conceitos de “progresso” e “civiliza-ção” são insuficientes como instrumentos de análise cultural, pois é impossível afirmar que os valores culturais goianos são supe-riores ou inferiores aos de outros estados.

IV – A necessidade de construir uma nova capital, segundo Pedro Ludovico, se justifi-cava pela defesa do patrimônio histórico da cidade de Goiás, ameaçada pelo crescimen-to demográfico.

São CORRETAS as seguintes assertivas:

a) I e IIb) I e III

c) II e IVd) III e IV

2. É sobre a sociedade da agropecuária goia-na, porém, que temos um manancial de informações capaz de retratar, perceber, caricaturar e imaginar a sua face mais re-presentativa. Dessa sociedade irá se extrair o conceito capaz de resumi-la em uma só palavra e de inseri-la numa imagem capaz de eternizações memoriais na redoma da historiografia que a envolveu por séculos: a decadência.

CHAUL, Nasr Fayad. Caminhos de Goiás: da cons-trução da decadência aos limites da modernidade.

Goiânia: Editora da UFG, 2001. p. 40.

O texto refere-se ao século XIX goiano, que foi caracterizado pelos agentes públicos e intelectuais da época e por algumas obras historiográficas como o século da decadên-cia socioeconômica de Goiás. Essa visão de que a sociedade goiana pós-mineratória era decadente expressa uma

a) concepção adequada da realidade, uma vez que a diversificação da atividade econômica e urbana atingida no século XVIII foi substituída por uma economia baseada na monocultura rural.

b) leitura reducionista da realidade goiana do século XIX que, pautada principal-mente em dados econômicos, superes-tima a produção aurífera e desconsidera a estabilidade da sociedade patriarcalis-ta.

c) valorização das especificidades cultu-rais da sociedade goiana que tomou forma no século XIX, com a miscigena-ção etnocultural entre indígenas, euro-peus e africanos, estimulada pelo isola-mento geográfico.

d) negação dos relatos de viajantes estran-geiros que percorreram Goiás no século XIX, uma vez que seus escritos demons-tram a pujança e a vitalidade da econo-mia baseada na exportação agropecuá-ria.

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O texto a seguir servirá de base para res-ponder às questões 03 e 04.

O processo histórico que compreende a construção de Goiânia e a transferência da capital de Goiás ainda constitui um insti-gante e desafiador campo de trabalho para a historiografia goiana, seja pelas lacunas e limites impostos pelas fontes tradicional-mente pesquisadas, seja pelas polêmicas que o tema suscita no âmbito da história de Goiás. A nova capital significou e continua a significar, para muitos historiadores ou lí-deres políticos, um marco decisivo na evo-lução histórica de nosso Estado.

3. Valendo-se da análise dos discursos dos principais idealizadores de Goiânia e com base na historiografia sobre o tema, con-clui-se que

a) na comparação do processo de fun-dação da nova capital com a evolução histórica de Goiás desde os seus pri-mórdios – século XVIII –, tenderam a prevalecer os elementos de continuida-de sobre os de ruptura.

b) a nova capital decorreu de motivações tanto utópicas – ela foi previamente desejada e idealizada antes de se tor-nar realidade – quanto ideológicas – foi sustentada pela ideologia do progresso evocada por seus fundadores.

c) o processo de fundação da nova capi-tal foi o resultado de um amplo acordo entre as principais lideranças políticas e econômicas do Sul e do Sudoeste do Es-tado, de um lado, e da cidade de Goiás, de outro.

d) as justificativas apresentadas para a nova capital restringiram-se aos âmbi-tos econômico e urbanístico, em razão do isolamento econômico da antiga ca-pital e de seus graves problemas de in-fraestrutura urbana.

4. Quanto às relações acerca do processo de construção de Goiânia e da transferência da capital de Goiás com a Revolução de 1930, observa-se que

a) a Revolução de 1930, como um movi-mento político importado, carente de um programa claro e definido, teve re-percussões insignificantes em Goiás e, portanto, no processo de fundação da nova capital;

b) os ideais da oposição revolucionária eram, sobretudo, alimentados por um compromisso de ruptura total com as estruturas e práticas oligárquicas, que se encarnavam simbolicamente na anti-ga capital de Goiás.

c) a nova capital representou um fato de envergadura que foi capaz de romper com o quadro de poucas realizações da Revolução de 1930 em Goiás e de jus-tificar o caráter revolucionário do novo governo goiano.

d) a Revolução de 1930 em Goiás foi procla-mada por uma coluna de Minas Gerais e a inauguração da nova capital deste Estado, algumas décadas antes, serviu de inspira-ção para os revolucionários goianos.

5. O processo de expansão capitalista em Goi-ás, no começo do século XX, foi impulsiona-do fortemente. Um dos fatores que pode ser apontado como o de maior dinamização para esse processo foi:

a) O início acelerado do processo de in-dustrialização.

b) A cidade de Brasília. c) A construção da rodovia Belém Brasília. d) O desenvolvimento da navegação fluvial. e) A Estrada de Ferro Goiás.

6. Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da arrecadação total do Estado.

MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN, Luis. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG. p. 92.

Sobre a economia goiana, marque a alter-nativa CORRETA.

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a) A grande importância da pecuária em Goiás, na década de 1920, deve-se prin-cipalmente à adoção da pecuária inten-siva por parte dos criadores, aumentan-do, com isso, a produtividade.

b) O predomínio da pecuária na economia goiana no século XIX e parte do XX foi acompanhado de relações de trabalho arcaicos no campo, com predomínio do clientelismo.

c) A pavimentação das rodovias na década de 1920 contribuiu para incrementar as exportações goianas de carne bovina.

d) Ainda hoje, o gado vivo, principalmente do sudoeste, é o principal produto de exportação de Goiás.

7. (Bombeiro – 2010) Os historiadores aproxi-mam a história de Benedicta Cypriano Go-mes (1905-1970) com a de Antonio Conse-lheiro, líder de Canudos. Tida como santa pelos moradores de Lagolândia, distrito de Pirenópolis, Santa Dica, como passou à his-tória, tornou-se uma figura lendária de for-ça política e de fé sincrética, conquistou se-guidores de diferentes regiões em torno de si, nos primeiros anos da década de 1920, e logo passou a ser vista como uma ameaça pelo governo e pela Igreja. Esse movimento pode ser caracterizado como:

a) um movimento causado pelo intenso processo de urbanização ocorrido em Goiás no início do século XX.

b) um movimento de amplo apoio da Igre-ja Católica, que reconheceu seus mila-gres e iniciou seu processo de canoniza-ção junto ao Vaticano.

c) um movimento de cunho meramente político, apoiado pelos grandes proprie-tários de terra como forma de controlar a população do campo.

d) um movimento de apoio à Coluna Pres-tes e seus ideais, resultando na oposi-ção ao poder das oligarquias da região e do Estado.

e) um movimento messiânico que expres-sa a religiosidade do homem do campo, entrando em contradição com as práti-

cas ortodoxas pregadas pela Igreja Ca-tólica.

8. (Bombeiro – 2010) A “Marcha para o Oes-te” representava, na visão oficial, um mun-do em perspectiva, uma realidade geográfi-ca a incorporar-se no quadro da civilização moderna. No período entre 1930 e 1945, Goiás conheceu um ativo expansionismo di-rigido pelo Estado que incrementou o avan-ço da fronteira agrícola e ampliou a inserção da economia no mercado, tendo como prin-cipal suporte:

I – o apoio dos grandes proprietários de ter-ra às medidas defendidas pelo governo, que tinham como objetivo a alteração da estru-tura fundiária doEstado, bem como sua ex-pansão.

II – a fundação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), implantada no vale do São Patrício, no início dos anos 40, com o objeti-vo de promover a ocupação da fronteira do Estado.

III – a transferência da capital para o centro mais dinâmico da economia regional em atendimento aos interesses das novas for-ças políticas e econômicas emergentes.

IV – o expansionismo preconizado pelos go-vernos federal e estadual, centrado na ideia de industrialização do Estado, como forma de expandir as fronteiras.

Estão CORRETOS apenas os itens:

a) I e II. b) III e IV. c) I e III. d) II e III. e) II e IV.

9. A característica fundamental do Estado para o sociólogo alemão Max Weber é a mono-polização da violência, implicando que ape-nas o aparelho estatal tem legitimidade na utilização dos meios de violência e coerção.

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Na história de Goiás, um acontecimento co-erente com essa tese weberiana foi:

a) a repressão da polícia goiana aos segui-dores de Santa Dica, culminando, em 1925, no chamado “Dia do Fogo”, quan-do o grupo foi dispersado e alguns reli-giosos morreram na ação policial.

b) a Revolução de 1909, quando um exér-cito de mais de mil homens, organizado por fazendeiros, depôs o presidente do Estado, demonstrando a força e o pres-tígio da aristocracia agrária goiana.

c) as sucessivas entradas da Coluna Pres-tes em Goiás, na década de 1920, e a consequente organização da Coluna Caiado, uma milícia destinada a prote-ger a capital do estado da invasão dos revolucionários.

d) a criação, no período regencial, da Guarda Nacional, um instrumento fun-damental para o fortalecimento dos meios coercitivos do Estado goiano, já que ampliou o número de homens ar-mados à disposição do presidente da Província.

10. Dentro das políticas de governo voltadas para o povoamento do interior do Brasil, al-gumas chegaram a lograr êxito fixando pe-quenos grupos de moradores. Dentre essas políticas, cita-se como exemplo a denomi-nada “Marcha para o Oeste”. Desta política, o projeto que mais fixou pessoas no interior do estado de Goiás foi

a) o projeto rio Formoso, de produção de arroz irrigado nas margens do Araguaia.

b) a criação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).

c) a implantação da CANG (Colônia Agrí-cola Nacional de Ceres).

d) o estabelecimento dos alemães na colô-nia de Uvá, em Itaberaí.

11. A defesa da construção de Goiânia feita por um de seus principais responsáveis – Dr. Ar-mando de Godói – evidencia com clareza o que se pensava naquele período sobre o

planejamento, especialmente no que tange à obediência do espaço à razão.

CHAVEIRO, E. F. A urbanização do sertão goiano e a criação de Goiânia. In. NETO, A. T.; et al. (Org.). O

espaço goiano: abordagens geográficas. Goiânia, Associação dos Geógrafos Brasileiros, 2004. p.113.

O modelo de planejamento urbano pro-posto por Armando de Godói para a cons-trução da cidade de Goiânia foi fortemente influenciado

a) pelo projeto varguista da Marcha para o Oeste, apoiado por Pedro Ludovico, que considerava Goiânia a capital do cerra-do, construindo-a livremente inspirada no traçado do Rio de Janeiro, então ca-pital federal.

b) pela Carta de Atenas, manifesto pro-posto pelos urbanistas modernos em 1933, que entendia a cidade como um organismo funcional, dividida em seto-res e privilegiando a presença de áreas verdes.

c) pelo Darwinismo Social que dominava o cenário intelectual no início do século XX, segundo o qual a ocupação urbana era entendida como racionalista, sendo o espaço mais importante que o indiví-duo.

d) pela forte presença da Igreja Católica na administração pública da época, o que justifica o fato de o traçado urbano de Goiânia ser inspirado nos traços visuali-zados no manto de Nossa Senhora Apa-recida.

12. Tentaremos mostrar a seguir porque foi pre-ciso buscar fora do estado a mão de obra para a construção civil, e a vida dos operá-rios na edificação de uma nova Capital que viria a trazer o “progresso” para os proprie-tários de terra, para os grupos oligárquicos e para os capitalistas em geral.

CHAUL, Nasr N. Fayad. A construção de Goiânia e a transferência da capital. Goiânia: CEGRAF, 1988. p.

111.

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O fato de que parte considerável dos operá-rios e técnicos que trabalharam na constru-ção de Goiânia foi trazida de fora do estado se explica porque

a) o projeto de construção de uma nova capital era impopular para os muitos entusiastas das tradições da antiga Vila Boa de Goyaz.

b) o governo dos Caiado investia pouco na qualificação de mão de obra, inexistin-do instituições de Ensino Superior em Goiás nos anos 1920.

c) o conflito gerado pela passagem da Co-luna Prestes em Goiás provocou a de-sarticulação das escolas de nível técnico existentes no estado.

d) o maior contingente da população de Goiás era de trabalhadores rurais, sem a experiência e o conhecimento técnico necessários para obras de maior vulto.

Gabarito: 1. B 2. B 3. B 4. C 5. E 6. B 7. E 8. D 9. A 10. C 11. B 12. D

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Questões Aula 4

1. Em Goiás, as cidades originaram-se em fun-ção de fatores como mineração, atividade agropecuária, implantação de rede viária, patrimônio religioso, colônias agrícolas, en-tre outros.

Sobre a origem das cidades goianas, julgue as proposições abaixo e marque V (verda-deiro) ou F (falso).

( ) Com a atividade mineradora surgiram Vila Boa (Goiás) e Meia Ponte (Pirenópolis), considerados, na atualidade, os mais ricos patrimônios históricos e arquitetônicos do Estado.

( ) As cidades de Anápolis e Damolândia formaram-se em terras doadas à Igreja pe-los fazendeiros, como forma de devoção re-ligiosa.

( ) Pires do Rio teve sua origem ligada à estrada de ferro, enquanto Mara Rosa surge em função da rodovia Belém-Brasília.

( ) Dentro do movimento da “Marcha para o Oeste”, Itumbiara é o exemplo mais repre-sentativo da implantação de colônias agrí-colas.

Marque a alternativa que apresenta a sequ-ência CORRETA, de cima para baixo:

a) V, F, F, V.b) F, V, V, F.c) V, V, V, F.d) F, F, F, V.

2. Sobre o povoamento do território goiano no século XX, é incorreto afirmar:

a) O processo de ocupação do Mato Gros-so Goiano foi estimulado pela desco-berta de veios auríferos na cidade de Bela Vista de Goiás.

b) A estrada de ferro exerceu significativa influência nas primeiras décadas do sé-culo XX, especialmente no sul de Goiás.

c) A edificação de Brasília, durante a déca-da de 1950, provocou um intenso fluxo migratório para as regiões que circun-davam a Capital Federal.

d) A construção da Belém–Brasília favore-ceu o surgimento de inúmeras cidades no norte de Goiás.

3. A historiografia goiana considera que na década de 1970 houve uma modernização das atividades agrícolas em Goiás. Como decorrência dessa modernização, constata--se uma crescente mecanização e utilização de insumos agrícolas, significando a expan-são e consolidação do capitalismo no meio rural. É CORRETO identificar como consequ-ência desse processo:

a) o aumento da repressão autoritária por parte do Estado aos movimentos sociais que lutavam por terra.

b) modificações na estrutura fundiária de Goiás, com a consolidação da pequena propriedade rural, no estado.

c) a implantação de um programa de re-forma agrária, como a Colônia Agrícola de Ceres, para atender aos trabalhado-res imigrantes.

d) o desenvolvimento do populismo nos anos 70 como forma de conciliação de interesses contraditórios no quadro po-lítico e econômico de Goiás.

4. A modernização da economia rural, a par-tir da década de 1980, trouxe uma série de consequências para a sociedade goiana, como, por exemplo:

a) A desvalorização monetária da terra como resultado da aplicação de técni-cas agrícolas modernas.

b) A produção em grande escala visando atender às demandas colocadas pelo mercado exterior.

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c) A formação de extensas áreas com pre-domínio de minifúndios em decorrên-cia da concentração fundiária.

d) O aumento do número de empregos no campo, especialmente em atividades menos qualificadas.

5. O período entre o final da ditadura de Getú-lio Vargas (1945) e o início da ditadura mili-tar (1964) é marcado por forte instabilidade sociopolítica. São acontecimentos relacio-nados a esse período, em Goiás:

a) A “Marcha da Família com Deus pela Li-berdade”, ocorrida em Goiânia em abril de 1964.

b) O “Queremismo”, movimento reivindi-catório da permanência do governador Mauro Borges no poder.

c) A passagem da Coluna Prestes por Goi-ás, em sua fuga para a Bolívia.

d) A revolta camponesa de Trombas e For-moso, na década de 1950.

6. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1940 e 2000 a população brasileira deixou de ser predominantemente rural passando a ser predominantemente urbana. No caso do estado de Goiás, a população urbana que era de 18%, na década de 1940, alcançou 88% no ano 2000. Esse rápido processo de urbanização do estado de Goiás teve como uma de suas consequências:

a) A concentração fundiária e a formação de latifúndios.

b) A mudança na estrutura econômica do estado, que passou de agrícola a indus-trial.

c) A concentração da população em pe-quenas cidades.

d) O surgimento da região metropolitana de Goiânia.

7. A partir da década de 1970, o perfil da eco-nomia goiana sofreu fortes alterações. De uma economia agrícola com significativa produção de arroz e milho destinada ao

mercado interno, passou-se para uma agri-cultura destinada à exportação, na qual a soja e os derivados da cana-de-açúcar des-pontam como os principais produtos. Den-tre as consequências dessa transformação destaca-se:

a) O aumento da biodiversidadeb) O aumento da arrecadação tributária

estadualc) A ampliação da utilização de mão-de-

-obra em virtude da mecanização agrí-cola

d) A permanência da população no campo

8. Na década de 1980, a campanha das Diretas Já empolgou o país. Acerca desse período é INCORRETO afirmar que:

a) A campanha foi planejada como uma etapa do processo de abertura, que propunha a progressiva retirada dos militares do poder, conservando, por outro lado, a integridade e o papel das forças armadas no novo regime.

b) A campanha foi o resultado de forças heterogêneas que buscavam, pelo voto, impulsionar o lento ritmo do processo de abertura política.

c) A empolgação popular foi incapaz de garantir a aprovação da emenda Dan-te de Oliveira, mas abriu espaço para a negociação política em torno da eleição do presidente Tancredo Neves.

d) Em Goiás, o retorno de antigas lideran-ças mobilizou o eleitorado, abrindo uma nova etapa de consolidação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em torno da figura de Íris Re-zende.

8. Sobre a modernização agrícola de Goiás, pode-se afirmar que:

I – Gera emprego especializado, ao mesmo tempo em que contribui para o aumento do desemprego entre trabalhadores com pou-ca qualificação.

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II – Prioriza o plantio de produtos desti-nados à exportação, como a soja, em de-trimento da produção de alimento para o mercado interno, como o feijão.

III – Investe em pequenas propriedades, pois seu objetivo é a melhor distribuição de terras e de renda.

IV – Impede o êxodo rural, na medida em que aumenta a produção e a produtividade agrícola.

Marque a alternativa CORRETA:

a) Somente as proposições I e IV são ver-dadeiras.

b) Somente as proposições I e II são verda-deiras.

c) Somente as proposições II e III são ver-dadeiras.

d) Somente as proposições III e IV são ver-dadeiras.

10. (UEG)

É a conta menorQue tiraste em vidaÉ a parte que te cabe deste latifúndioÉ a terra que querias ver dividida.

MELLO, João Cabral de. Morte e Vida Severina.

“Funeral de um lavrador” é parte da peça teatral Morte e Vida Severina, relacionada com os problemas enfrentados pelos cam-poneses. Por causa da má distribuição de terras, em Goiás, ocorreram vários movi-mentos que demonstraram a difícil situação em se encontrava o campesinato.

Sobre esse tema, leia atentamente as pro-posições abaixo e depois marque a opção correta.

I – O movimento messiânico liderado por Santa Dica, ocorrido no início do século XX, defendia o coletivismo no uso da terra, no trabalho e na distribuição, o que causou re-ceio e a oposição dos coronéis.

II – O movimento social camponês conheci-do como a Revolta de Formoso e Trombas,

iniciado em 1959, caracterizou o confronto entre posseiros e grileiros, contando com a participação do partido comunista.

III – A tensão no campo em Goiás, levou a igreja Católica a apresentar um projeto de reforma agrária sob a liderança de D. Fer-nando Gomes dos Santos, arcebispo de Goi-ânia.

IV – Sendo Goiás um Estado agrário, o mo-delo econômico do período da ditadura caracterizou-se por um novo padrão de acu-mulação de renda, baseado na moderniza-ção conservadora da grande propriedade.

V – Os problemas relacionados com a ocu-pação de terras em Goiás são uma herança dos primórdios da colonização da província que favoreceu a concentração da proprie-dade e a formação de oligarquias.

a) I, II e III estão corretas;b) I, IV e V estão corretas;c) I, II,III,IV e V estão corretas;d) II, III e IV estão corretas;e) I, II e IV estão corretas.

11. Em 1964, um golpe militar depunha o pre-sidente João Goulart, iniciando a ditadura militar que perdurou até 1985. Escolha a al-ternativa que faz uma análise CORRETA dos reflexos do golpe militar em Goiás.

a) O Governador de Goiás, Mauro Borges Teixeira, era coronel do Exército, o que explica ausência de conflitos entre seu governo e o regime militar.

b) O bom relacionamento de Mauro Bor-ges Teixeira com nomes da esquerda, tais como Miguel Arraes e Leonel Bri-zola, a sua postura independente expli-cam os seus atritos com os governantes militares, que culminaram com sua de-posição em novembro de 1964.

c) As divergências entre Mauro Borges Teixeira e João Goulart remontavam a 1961, quando o governador de Goiás apoiou os grupos que tentavam impedir a posse do então vice-presidente.

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d) Ancorado pelo apoio popular e pela polícia militar de Goiás, Mauro Borges Teixeira organizou o movimento de re-sistência à intervenção militar federal, que ficou conhecido como Movimento da Legalidade.

12. O governo Mauro Borges se firmou em dire-trizes planejadas – foi o primeiro, em Goiás, a adotar critérios científicos de planejamen-to, com base no diagnóstico do potencial do Estado e de suas carências, e com respaldo de estudos encomendados à Fundação Ge-túlio Vargas. ROCHA, Hélio. Os inquilinos da Casa Verde. Goiânia:

Asa, 2004. p. 99.

O projeto de modernização administrativa de Mauro Borges fomentou a criação

a) do Plano Mauro Borges, que estabele-cia a necessidade de o estado fomentar a iniciativa privada, evitando a criação de estatais que fossem onerosas para os cofres públicos.

b) de vultosos investimentos em obras de infraestrutura, como a construção do Autódromo Internacional de Goiânia e do Estádio Serra Dourada.

c) de parcerias entre os governos federal e estadual, facilitadas pelo fato de Mauro Borges ter apoiado a candidatura de Jâ-nio Quadros à presidência nas eleições de 1961.

d) do Plano de Desenvolvimento, conheci-do como Plano MB, que previa a inter-ferência do Estado em atividades eco-nômicas onde se sentia a ausência da iniciativa privada.

13. As duas capitais haviam sido criadas para exercer o papel de “cidades administrati-vas”. Todavia, a explosão urbana de ambas originou a necessidade de diversificação das atividades econômicas para acomoda-ção e sustento da crescente população.

ESTEVAM, Luís. O tempo da transformação. Estru-tura e dinâmica da formação econômica de Goiás.

Goiânia: UCG, 2004, p.

De acordo com o trecho acima, são muitas as semelhanças entre Brasília e Goiânia. So-bre esse assunto, analise as assertivas abai-xo:

I – A construção das duas capitais foge à ló-gica das decisões econômicas. Como visio-nários, Pedro Ludovico e Juscelino Kubits-chek, se lançaram à aventura visando mais ao futuro do que ao presente ou ao passa-do.

II – A construção tanto de Goiânia quanto de Brasília foi projeto acalentado no passado e recebeu apoio inconteste das elites políticas para a concretização do sonho mudancista.

III – A mudança da capital de Goiás para Goiânia dinamizou a região do Mato Grosso Goiano, mas sua transformação em metró-pole é o resultado de um amplo investimen-to na região, em decorrência da construção de Brasília.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) Apenas a assertiva I é verdadeira.b) Apenas as assertivas I e II são verdadei-

ras.c) Apenas as assertivas II e III são verda-

deiras.d) Apenas as assertivas I e III são verdadei-

ras.

14. O solo do território goiano sempre foi con-siderado inadequado à agricultura porque possuía uma elevada concentração de alu-mínio, elemento tóxico para muitas espé-cies agrícolas. O processo adotado para a sua recuperação foi a:

a) utilização de sistema agrícola seme-lhante ao praticado no sul do país.

b) adoção de rodízio de cultivo da soja com a cana-deaçúcar e o café.

c) prática da técnica da calagem que reduz a acidez do solo do cerrado.

d) substituição das florestas que ocupa-vam a área pelo plantio da soja.

e) implantação de sistemas de irrigação permanente do solo inadequado.

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15. (...)

Pra minha mãezinha já telegrafei E já me cansei de tanto sofrer Nesta madrugada estarei de partidaPra terra querida que me viu nascer Já ouço sonhando o galo cantando O nhambu piando no escurecer A lua prateada clareando a estrada A relva molhada desde o anoitecer Eu preciso ir pra ver tudo ali Foi lá que eu nasci lá quero morrer

(Goiá e Belmonte. “Saudades da minha terra”)

O texto acima é uma representação do “de-sejo de voltar para o campo”. Sobre essa te-mática, levando em consideração o Estado de Goiás, é CORRETO afirmar:

a) O êxodo rural, fenômeno de que trata o texto, teve em Goiás nos anos 1930 os seus maiores fluxos.

b) O Entorno de Goiânia teve sua popula-ção diminuída por causa da forte migra-ção populacional para o meio rural.

c) As políticas agrárias implantadas duran-te os governos militares em Goiás pro-porcionaram a posse da terra, condu-zindo o trabalhador ao campo.

d) O poema demonstra que, apesar de mi-grar para a cidade, o homem do campo ainda revela desejos de retorno à área rural.

Gabarito: 1. C 2. A 3. A 4. B 5. D 6. A 7. B 8. A 9. B 10. C 11. B 12. D 13. D 14. C 15. D

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Questões Aula 5

1 A região Centro-Oeste é composta pelas se-guintes unidades federativas:

a) Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás

b) Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goi-ás e Tocantins

c) Goiás, Tocantins, Distrito Federal e Mato Grosso

d) Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Tocantins

2. A exploração dos seguintes minérios foi ou é destaque na economia goiana, EXCETO:

a) O amianto em Minaçub) A prata em Pirenópolisc) O ouro em Crixásd) O níquel em Niquelândia

3. A produção agroindustrial goiana exige um sistema de redes de transporte e comunica-ção para integrar as diversas regiões produ-toras aos mercados consumidores. Dentre os eixos de transporte mais importantes do estado de Goiás, é CORRETO citar:

a) A Hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná, por onde é escoada parte significativa da produção de grãos do sudoeste do esta-do.

b) A BR-153, que corta o estado no sentido Leste-Oeste, por onde é escoada a pro-dução de minérios.

c) A ferrovia Norte-Sul, responsável pelo transporte da produção agrícola da re-gião norte do estado até o porto de Pa-ranaguá, no Paraná.

d) A BR-070, por onde é transportada a produção de grãos da região sudoeste de Goiás.

4. O relevo goiano é caracterizado por:

a) planícies aluviais localizadas nas regi-ões leste e nordeste do estado em áreas

próximas aos cursos d´água mais impor-tantes, como o Tocantins e o Araguaia.

b) chapadas formadas em períodos geo-lógicos recentes (pré-cambriano) e sob condições climáticas similares às atuais.

c) planaltos antigos intensamente erodi-dos em decorrência do processo de in-temperismo físico-químico.

d) bacias sedimentares localizadas espe-cialmente nas regiões central e norte do estado.

5. Conciliar a expansão da agroindústria e da pecuária com a preservação do cerrado, uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, é um dos principais desafios de Goiás. O estado convive com graves da-nos ambientais provocados pela ocupação predatória do território como:

a) matas ciliares são destruídas e as reser-vas permanentes, desmatadas, ceden-do lugar às plantações de pinus e euca-liptos.

b) próximo das nascentes dos rios goia-nos há focos de erosão provocados pelo desmatamento para a implantação de pastagens.

c) queimadas destroem os horizontes do solo e boa parte da área agrícola dispo-nível já dá sinais de desertificação.

d) desenvolvimento de cultivos nas encos-tas tem acelerado o processo de desli-zamentos quando chegam as chuvas de verão.

e) rios assoreados comprometem o abas-tecimento de água e a situação se agra-va nos períodos de estiagem prolonga-da.

6. “Em menos de trinta anos desmatou-se indiscriminadamente a cobertura vegetal original do cerrado para a monocultura da soja. A paisagem retorcida das espécies do cerrado deu lugar às formas geométricas homogêneas, a exemplo dos belts norte--americanos, comprometendo as nascentes do Araguaia, um dos mais importantes rios do território goiano, como se vê nas proxi-

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midades do Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros, Sudoeste Goiano”.

ARRAIS, T. A . Geografia contemporânea de Goiás. Goiânia, Editora Vieira, 2004. p. 20.

Em referência ao cerrado goiano e à agricul-tura, leia atentamente as questões abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:

a) A modernização da agricultura nos cerrados goianos foi favorecida pelos seguintes fatores: disponibilidade de terras com implicação direta na concen-tração fundiária; relevo pouco aciden-tado que favoreceu a mecanização; pro-gramas de governo para a capitalização da agricultura empresarial; disponibili-dade no mercado de insumos agrícolas, entre outros fatores.

b) A partir da década de 1980, progressi-vamente, as culturas tradicionais como o arroz e o feijão perderam espaço para o cultivo da soja. Atualmente, a soja é um dos produtos de maior peso na pau-ta de exportação goiana.

c) A expressão “síndrome de ilha” é utiliza-da para caracterizar o Parque Nacional das Emas. A argumentação, entre ou-tros motivos, decorre do fator preocu-pante de o parque encontrar-se isolado pelo cultivo da soja que, entre outros impactos, polui os recursos hídricos e acelera o processo de erosão na região.

d) O desmatamento dos cerrados ocorreu primeiramente no sul goiano, nas regi-ões de chapada, onde havia uma fertili-dade natural dos solos, o que favoreceu a expansão do cultivo da soja.

7. A Serra Dourada no município de Goiás é uma elevação do relevo resultante de pro-cessos tectônicos diversos e representa im-portância na história do estado por ser vista pelas populações locais como um ponto de referência geográfica. A Serra Dourada

a) é o limite geológico estrutural entre as rochas da bacia do Paraná e da Bacia do São Francisco.

b) constitui importante divisor de água en-tre as bacias Platina e Amazônica.

c) é a principal elevação topográfica do estado de Goiás cujo ponto culminante situa-se a mais de 1300 metros de alti-tude.

d) representa a principal reserva mineral do estado de Goiás, conservando gran-des jazidas de ouro, esmeralda e dia-mante.

8. Observe o gráfico a seguir

MARA, SNI. Departamento Nacional de Meteorolo-gia. Normais Climatológicas (1961-1990), Brasília-

-DF, 1992. (Organizado).

Considerando-se que o gráfico seja a repre-sentação das precipitações médias do esta-do de Goiás, e relacionando o tipo climático com a ocupação agrícola do estado, tem-se o seguinte:

a) as lavouras permanentes demandam por irrigação durante o período de ve-rão.

b) as características climáticas favorecem o desenvolvimento das lavouras de se-queiro.

c) o tipo climático favorece o cultivo das lavouras permanentes em detrimento das temporárias.

d) o cultivo de lavouras de sequeiro é rea-lizado durante o período do inverno.

9. O regime fluvial do Rio Araguaia [...] está condicionado às chuvas tropicais de verão, época em que sua feição se modifica com-pletamente, porque ele transborda e inun-da muitas léguas de praias, reabastecendo lagos que secam no inverno, alimenta ca-

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nais, cria ilhas e muda constantemente de leito, numa procura constante para firmar--se em um canal definitivo. BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Ge-

ografia: Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, 2004. p. 158.

O texto refere-se ao Rio Araguaia, que é ca-racterizado por

a) apresentar difícil navegabilidade em decorrência da redução no volume de água em períodos de estiagem, fato que compromete a viabilidade da hi-drovia Araguaia-Tocantins.

b) apresentar nascentes localizadas na fronteira entre Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e percorrer cerca de 1.800 quilômetros no sentido Leste--Norte, tendo como exultório o Rio To-cantins.

c) ser denominado de “Rio Grande” pelos indígenas Caiapó e ter sido explorado no tempo das bandeiras para pesca e navegação.

d) ser um rio de planície que não apre-senta nenhum tipo de barreira natural, como por exemplo cachoeiras, corre-deiras ou bancos de areia.

10. Sobre a urbanização e a rede urbana do es-tado de Goiás até 1970, verifica-se que

a) mais de 75% dos núcleos urbanos exis-tentes tiveram suas origens diretamen-te relacionadas às atividades da mine-ração.

b) a chegada da ferrovia no sul de Goi-ás proporcionou o surgimento de uma rede urbana local, que se tornou o prin-cipal eixo de industrialização.

c) ao longo da BR-153 estabeleceram-se empreendimentos industriais de trans-formação, incentivando a criação de no-vos municípios.

d) nenhuma cidade nasceu exclusivamen-te em função do processo de industria-lização, mas cidades goianas sofreram influências significativas da expansão capitalista.

11. Os elementos terras raras (ETR) são utiliza-dos na produção do que há de mais moder-no na fabricação de produtos tecnologica-mente sofisticados, como computadores, celulares, tablets, painéis solares, telas de led etc. Eles são 17 elementos químicos muito parecidos, agrupados em uma mes-ma família na tabela periódica. O Brasil possui grandes reservas desses elementos, apesar de pouco exploradas. O estado de Goiás pode tornar-se um dos estados mais beneficiados pela exploração desses mi-nérios no Brasil, tendo em vista o fato de possuir também uma das maiores reservas de fosfato, que apresenta em seus rejeitos minérios terras raras. Um desses elementos considerados como terras raras e o muni-cípio goiano, onde ocorre essa extração de fosfato, são, respectivamente:

a) fósforo – Catalão.b) lantânio – Barro Alto.c) antimônio – Americano do Brasil.d) lantânio – Catalão.e) tecnécio – Americano do Brasil.

12. Observe a imagem a seguir:

As características da paisagem representa-da na imagem indicam a existência de solos:

a) profundos de elevada fertilidade natu-ral

b) profundos e ricos em matéria orgânicac) rasos, ácidos e pobres em mineraisd) profundos, ácidos e de baixa fertilidade

naturale) rasos e ricos em minerais básicos

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13. (SEMARH – 2010) O Estado de Goiás é o mais populoso da região centro-oeste, apresentando as seguintes peculiaridades:

I – Faz parte do grupo de estados maiores produtores de medicamentos genéricos do país.

II – Goiás era uma terra teoricamente per-tencente à capitania de São Paulo.

III – Nele está localizado o parque nacional das Emas.

IV – Em seu território encontram-se distri-buídos 256 municípios.

Analise as afirmativas, marcando a alterna-tiva correta.

a) I e II apenas.b) I, II, IV apenas.c) I, II e III apenas.d) IV apenas.e) II e III apenas.

14. (PM – 2010) O Parque Nacional da Chapa-da dos Veadeiros, criado em 1961, protege uma área de 65.514ha do Cerrado de alti-tude. São diversas formações vegetais, cen-tenas de nascentes e cursos d'água, rochas com mais de um bilhão de anos, além de paisagens de rara beleza, com feições que se alteram ao longo do ano. A transforma-ção do Parque em Patrimônio Natural, tam-bém pode ser vista como uma maneira de:

a) tentar preservar áreas que possam re-presentar reservas naturais.

b) colocar o ecoturismo como alternativa econômica à agropecuária.

c) impedir que a produção de soja chegue nas suas imediações.

d) reservar o norte do estado para proje-tos de colonização agrícola.

e) preservar o quadro natural goiano da especulação Imobiliária.

15. (AGEHAB – 2010) A ONU declarou 2010 o ano internacional da biodiversidade, com a preocupação de preservar ambientes amea-çados, como o cerrado. Esse bioma, um dos principais do país, ocupa 22% do território nacional e 80% da sua biodiversidade já so-freram alterações e ameaças de extinção. Analise se as afirmações a seguir sobre esse bioma em Goiás estão certas (C) ou erradas (E):

( ) A partir de 1970, a intensa mecaniza-ção e modernização do campo e a intro-dução de culturas destinadas à exportação provocaram uma modificação no espaço ge-ográfico goiano.

( ) Para a preservação e manutenção do bioma é necessário repensar o modelo de desenvolvimento e criar políticas econômi-cas que conciliem prosperidade, crescimen-to financeiro e preservação, ou seja, é ne-cessário um planejamento sustentável.

( ) Apesar da devastação ambiental no cerrado, ainda não existe riscos de recom-posição irreversível.

( ) Devido à grande ação dos orgãos de controle ambiental, a ocupação econômica do cerrado tem ocorrido com planejamento e com uso de técnicas modernas de contro-le e preservação.

( ) O bioma cerrrado é também considera-do um divisor de águas, possui uma grande quantidade de água de superfície e subte-rânea.

Indique a sequência correta:

a) C, C, C, E, Eb) C, C, E, E, Cc) C, E, E, C, Ed) E, C, C, C, Ee) E, E, C, C, C

Gabarito: 1. A 2. B 3. A 4. C 5. E 6. D 7. B 8. B 9. A 10. D 11. D 12. D 13. C 14. A 15. B

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Questões Aula 6

1. A partir do início do processo de moder-nização da agricultura, o campo brasileiro passou a vivenciar uma nova organização produtiva, em que os sistemas arcaicos de produção, sustentados pelo trabalho braçal, foram substituídos por máquinas e imple-mentos agrícolas, originando o modelo que hoje é chamado de agronegócio. São carac-terísticas desse tipo de atividade:

a) produção no sistema extensivo, com a prática de monoculturas voltadas para o mercado interno.

b) produção sustentada principalmente pelo cooperativismo e pela distribuição paritária de terras.

c) produção agrícola de precisão com em-prego de capital nacional e estrangeiro.

d) produção de alimentos orgânicos pelos grandes latifúndios com vistas ao aten-dimento do mercado local.

2. Assinale a proposição que justifique o cres-cimento da industrialização no Estado de Goiás:

a) A descentralização econômica e indus-trial brasileira e a implantação em Goiás de infraestrutura (por exemplo: amplia-ção e pavimentação de rede viária e ex-pansão de rede de energia elétrica) são os principais fatores que proporciona-ram o desenvolvimento da indústria em Goiás.

b) Os projetos do governo federal que in-centivaram a implantação industrial e a transformação das indústrias de extrati-vismo mineral e vegetal em indústria de produtos alimentícios, especialmente aquelas localizadas no norte do Estado, são os fatores que promoveram o au-mento da industrialização em Goiás.

c) O alto índice de desemprego e a cri-minalidade impulsionaram o governo do Estado de Goiás a criar, nos anos de 1990, programas de incentivos para ins-

talação de indústrias nacionais e inter-nacionais, com a finalidade de geração de novos empregos.

d) A mão-de-obra especializada, o desen-volvimento do setor econômico terci-ário e a criação de cidades tecnopólos proporcionaram a implantação de in-dústrias em Goiás, especialmente aque-las ligadas ao turismo e ao lazer.

3. “O Programa de Desenvolvimento Indus-trial de Goiás (Produzir) foi criado para con-tribuir com a expansão, modernização e diversificação do setor industrial de Goiás, estimulando a realização de investimentos, a renovação tecnológica e o aumento da competitividade estatal. Propicia a redução do custo de produção da empresa, através do financiamento de até 73% do ICMS de-vido pelo período de até 15 anos” GOIÁS (2003, p. 808). Nos últimos anos, os gover-nos do Estado de Goiás estimularam, atra-vés de incentivos fiscais, a transferência de indústrias para diversas regiões goianas. So-bre esse tema, é incorreto afirmar:

a) Esse processo ficou conhecido, espe-cialmente a partir dos debates sobre a reforma tributária, como “guerra fiscal”.

b) A maior parte dos créditos de ICMS (Im-posto sobre circulação de mercadorias e serviços) foi destinada para as micro-empresas, fato que colaborou para a geração de milhares de empregos.

c) Entre as cidades goianas que mais se beneficiaram desses programas estão Anápolis, Rio Verde, Itumbiara, Catalão e Alexânia.

d) O Produzir e o subprograma Micro-produzir atuam sob a forma de finan-ciamento de parcela mensal de ICMS devido pe¬las empresas beneficiárias, tornando o custo da produção mais ba-rato e seus produtos mais competitivos no mercado.

4. (UFG – 2012) A produção agrícola está fun-damentada em três elementos básicos – a terra, o capital e o trabalho. O emprego des-

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ses elementos varia no tempo e no espaço, em conformidade com o desenvolvimento das forças produtivas. Transformações se efetivam de forma desigual nos lugares em função dos níveis de capitalização dos pro-dutores, do emprego de mão de obra, de insumos agrícolas e dos recursos naturais incorporados ao processo produtivo. Com base nesse pressuposto, verifica-se que, na agricultura denominada moderna, os fato-res predominantes e seus objetivos são:

a) a terra e o trabalho no sistema agroflo-restal, visando à mínima alteração dos sistemas naturais, reduzindo os impac-tos ambientais.

b) a terra e o capital, tendo como base da produção a sustentabilidade social e econômica e o equilíbrio ambiental, vi-sando atender às exigências do merca-do mundial.

c) o capital e o trabalho na produção orgâ-nica certificada, utilizando insumos or-gânicos e controle biológico de pragas, visando minimizar os impactos ambien-tais.

d) a terra e o trabalho, com utilização de sementes selecionadas pelos produto-res e insumos orgânicos, visando a um modelo de agricultura alternativo.

e) o capital e o trabalho, utilizando insu-mos industriais, conhecimentos técni-co-científicos e tecnologias avançadas, visando ao aumento da produtividade da terra.

5. A industrialização em Goiás é um processo recente, e sua implantação acabou contri-buindo para o aumento das diferenças re-gionais. Em relação à industrialização goia-na, marque a alternativa incorreta:

a) O (DAIA) Distrito Agroindustrial de Aná-polis ganha maior dinamismo com a in-corporação de novos ramos industriais, como o farmacêutico.

b) A região nordeste do estado abriga vá-rias etapas da cadeia produtiva das mais poderosas agroindústrias do país ligadas ao setor da alimentação.

c) A indústria automobilística, antes con-centrada nas regiões metropolitanas, chega a Goiás (Catalão) atraída por in-centivos governamentais, entre outros fatores.

d) E Minaçu, a exploração do amianto não foi acompanhada da instalação de in-dústrias de beneficiamento de grande porte daquele minério.

6. (PM – 2010) O Centro-Oeste é a penúlti-ma região brasileira quanto às densidades demográficas, com cerca de 6 hab/km². Na verdade, esse valor esconde as diferenças de povoamento, que são imensas, encon-tradas no interior da região. O estado de Goiás apresenta as densidades mais eleva-das da região com 17,4 hab/km² com fortes adensamentos populacionais em Goiânia e Brasília. Uma justificativa para a concen-tração demográfica nestes pontos pode ser constatada por:

a) instalação de novos polos agroexporta-dores.

b) chance de obter emprego no setor de serviços.

c) uma maior proximidade com a região Sudeste.

d) abertura de várias fábricas nos eixos ro-doviários.

e) terras ociosas e disponíveis para ocupa-ção.

7. (SEMARH – 2010) O Estado de Goiás é o mais populoso da região centro-oeste, apresentando as seguintes peculiaridades:

I – Faz parte do grupo de estados maiores produtores de medicamentos genéricos do país.

II – Goiás era uma terra teoricamente per-tencente à capitania de São Paulo.

III – Nele está localizado o parque nacional das Emas.

IV – Em seu território encontram-se distri-buídos 256 municípios.

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Analise as afirmativas, marcando a alterna-tiva correta.

a) I e II apenas.b) I, II, IV apenas.c) I, II e III apenas.d) IV apenas.e) II e III apenas.

8. Falta justiça social no campo e na cidade, e a violência praticada pelo latifúndio e pelos especuladores imobiliários tem como pano de fundo o modelo de desenvolvimento se-guido pelo Brasil... ARRAIS, Tadeu Alencar. Geo Contemporânea de Goiás, Goiânia, Ed. Vieira. p. 87. De acordo com o texto acima e seus conhecimentos, marque a resposta INCORRETA.

a) O Movimento dos Trabalhadores Sem--Terra (MST) tem presença marcante em vários municípios goianos, com ações concretas de invasão de terras.

b) A luta pela moradia vem agregando um número cada vez maior de pessoas que ocupam áreas públicas e privadas, prin-cipalmente na capital do Estado.

c) O modelo econômico seguido pelo Bra-sil tem como característica a aceitação das regras definidas pelo Fundo Mo-netário Internacional (FMI), que define o pagamento da dívida externa como prioridade.

d) A Constituição de 1988, ao definir o significado social da propriedade da terra, criou o instrumento legal que deu estabilidade política ao campo.

9. Modernização como processo se vincula ao domínio tecnológico e se associa ao cresci-mento das cidades, redefinindo as relações sociais e culturais com o campo. Acerca des-se processo em Goiás, é INCORRETO afir-mar:

a) Em Pirenópolis e em Goiás, a cultura local foi transformada em atração turís-tica. As festas tradicionais reinventaram as tradições em novo contexto.

b) A modernização da economia goiana está associada ao desenvolvimento da agroindústria, cujo impacto reduziu o número de trabalhadores no campo.

c) Ao assumir funções de uma metrópole, concentrando serviços na área de saú-de e educação, a sociedade goianiense rompeu com a identidade rural que de-finia a cidade.

d) A modernização da agricultura redefi-niu o espaço urbano: o alargamento das periferias sinaliza os limites do modelo fundado na exclusão do trabalhador ru-ral.

10. A região Centro-Oeste, com destaque para o Estado de Goiás, passou por profundas transformações em sua dinâmica socioe-conômica a partir de 1970, principalmente no que se refere à introdução da agricultura moderna, tendo a soja como principal pro-duto agrícola cultivado na região. Porém no início do século XXI, em função de fatores de ordem interna e externa, vem se intensi-ficando o plantio da cana-de-açúcar, volta-do principalmente para a produção de açú-car, álcool e outros derivados. Sobre esse assunto é incorreto afirmar:

a) A cana-de-açúcar apresenta uma estrei-ta ligação com o setor agroindustrial, principalmente com as usinas de álco-ol e açúcar, contribuindo para o cresci-mento de instalações ligadas ao setor no Estado de Goiás.

b) O cultivo da soja, bem como o da cana--de-açúcar, vem contribuindo signifi-cativamente para a melhoria das con-dições de alimentação da população brasileira, sobretudo da parcela mais carente, tendo em vista o elevador va-lor proteico que apresentam e a desti-nação de maior parte da produção ao mercado interno.

c) Em Goiás, a expansão sucroalcooleira contribui para que haja uma supervalo-rização do preço da terra e um aumen-to considerável nos preços de locação e venda de equipamentos agrícolas.

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d) O incremento na produção de cana--de-açúcar vem ganhando destaque em virtude da elevação dos preços das commodites de açúcar e álcool no mer-cado internacional, combinado com a crescente produção de automóveis bio-combustíveis.

11. (PM – 2010) A Secretaria de Estado do Pla-nejamento e Desenvolvimento de Goiás, através da Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação, pretende promover o crescimento da agroindústria, integração entre agricultura e indústria, possibilitando a diversificação na estrutura produtiva esta-dual, o que irá acarretar importantes avan-ços da indústria de transformação estadual e atividades relacionadas, proporcionando ganhos de participação em relação ao Pro-duto Interno Bruto brasileiro. Um obstáculo para esse objetivo ser atingido está aponta-do corretamente em:

a) geração insuficiente de energia para atender a todo o parque industrial.

b) arrecadações insuficientes para poder conceder incentivos financeiros.

c) precariedade nas formas de escoamen-to dos bens que são produzidos.

d) impossibilidade de conciliar empresas do mesmo ramo em empreitadas.

e) salário pago abaixo da média nacional desestimula os interessados.

12. A Ferrovia Norte-Sul é ainda uma expecta-tiva de que possa transportar anualmen-te 12,4 milhões de toneladas de carga. Os principais produtos a serem transportados serão minérios, produtos agrícolas e flo-restais – no sentido Norte-Sul – e combus-tíveis, fertilizantes e carga geral no sentido Sul-Norte proporcionando:

a) o início da exploração econômica do cerrado.

b) o atual aumento de custos e a menor competitividade da economia regional.

c) a integração econômica do Norte e do Nordeste ao Sul e ao Sudeste do Brasil.

d) benefícios apenas para a área da pecuá-ria.

e) a satisfação de interesses econômicos exteriores ao Centro-Oeste.

13. O plantio da cana-de-açúcar e seu aprovei-tamento múltiplo vêm contribuindo para o crescimento da economia de municípios como Goianésia, Goiatuba e Anicuns, entre outros. Sobre esse importante ramo da eco-nomia, julgue os itens.

( ) A expansão do setor sucroalcooleiro relaciona-se ao aumento do preço do pe-tróleo, já que o álcool anidro apresenta-se como substituto (ou complemento) para os combustíveis fósseis.

( ) A geração de energia limpa a partir da biomassa (bagaço da cana-de-açúcar), além de atender às necessidades das próprias in-dústrias, pode ter seu excedente comercia-lizado.

( ) A atual demanda nacional por álcool anidro e álcool hidratado, para atender a indústria automobilística, tem na tecnolo-gia rudimentar dos motores a álcool o seu limite.

Marque a alternativa que contém a sequên-cia correta.

a) V, V, Fb) V, V, Vc) F, F, Vd) V, F, F

Gabarito: 1. C 2. A 3. B 4. E 5. B 6. B 7. C 8. D 9. C 10. B 11. C 12. E 13. A

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Questões Aula 7

1. Nos últimos anos, Goiânia vem passando por um processo de intensificação do uso do solo de algumas de suas regiões. Sobre esse processo, é incorreto afirmar:

a) os investimento públicos, como o Cen-tro Cultural Oscar Niemeyer e o Paço Municipal, valorizam a região sul.

b) na região Mendanha e na região oeste está localizada a maior parte dos con-domínios horizontais do município que são destinados aos consumidores de baixa renda.

c) proporcionalmente, a região de Campi-nas concentra a maior parte dos esta-belecimentos de comércio e de indús-tria do munícipio.

d) o Jardim Goiás, localizado na região sul, vem passando por intenso processo de verticalização.

2. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1940 e 2000 a população brasileira deixou de ser predominantemente rural passando a ser predominantemente urbana. No caso do estado de Goiás, a população urbana que era de 18%, na década de 1940, alcançou 88% no ano 2000. Esse rápido processo de urbanização do estado de Goiás teve como uma de suas consequências:

a) A concentração fundiária e a formação de latifúndios.

b) A mudança na estrutura econômica do estado, que passou de agrícola a indus-trial.

c) A concentração da população em pe-quenas cidades.

d) O surgimento da região metropolitana de Goiânia.

3. A região metropolitana de Goiânia

a) é composta, entre outros, pelos seguin-tes municípios: Goiânia, Aparecida de

Goiânia, Trindade, Anápolis e Senador Canedo.

b) caracteriza-se pelo processo de conur-bação entre os municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Sena-dor Canedo e Goianápolis.

c) foi criada com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execu-ção de funções públicas de interesse co-mum aos municípios dela integrantes.

d) foi uma das primeiras regiões metropo-litanas a serem instituídas no Brasil, ain-da na década de 1970.

4. Além do rio Meia Ponte, o curso d’água mais importante para o abastecimento de água potável da cidade de Goiânia é o:

a) córrego Botafogo.b) ribeirão João Leite.c) ribeirão Anicuns.d) córrego Macambira.

5. Na década de 1930, a capital de Goiás pas-sou a ser Goiânia. A mudança da capital ocorreu porque:

a) uma lei federal proibia os estados de te-rem o mesmo nome de suas capitais.

b) era necessária uma capital que estimu-lasse o crescimento econômico do esta-do.

c) era necessária uma capital mais próxi-ma do Oceano Atlântico.

d) era necessário preservar o patrimônio histórico da cidade de Goiás.

6. Goiânia, cidade planejada para 50 mil habi-tantes, encontra-se hoje com uma popula-ção acima de 1 milhão de habitantes e não para de crescer. Vários fatores atuam na ex-pansão da sua área urbana.

Com base em seus conhecimentos sobre o crescimento urbano de Goiânia, julgue as proposições abaixo:

I – Grandes áreas urbanas da cidade per-tencem a especuladores imobiliários que

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aguardam a valorização dos lotes para colo-cá-los à venda.

II – A população de baixa renda participa do mercado imobiliário através da compra de lotes baratos na periferia, que podem ser oriundos de loteamentos legalizados ou clandestinos.

III – A competição entre proprietários de terras, corretoras e incorporadores imobili-ários contribui para o barateamento e a re-gularização do uso do solo urbano.

IV – A expansão desordenada da cidade é motivada pela aprovação de novos lotea-mentos pelo poder público, bem como pela incapacidade de coibir a ocupação clandes-tina de áreas.

Marque a alternativa CORRETA:

a) Somente as proposições I e III são ver-dadeiras.

b) Somente as proposições II e IV são ver-dadeiras.

c) Somente as proposições I, II e IV são verdadeiras.

d) Todas as proposições são verdadeiras.

7. Leia o trecho abaixo.

“Quando a cidade sepulta no anonimato os seus tipos de rua, é sinal que o humanismo desapareceu das esquinas e o tempo/reló-gio passou a controlar a vida de seus habi-tantes. [...]. Goiânia cresceu. Sepultou seus tipos de rua, atropelados na pressa dos au-tomóveis”.

TELES, José Mendonça. Crônicas de Goiânia. Goiâ-nia: Kelps, 2005. p. 65-66.

O trecho acima tematiza o crescimento de Goiânia e relaciona desaparecimento do humanismo e velocidade dos automóveis ao tempo controlado da população. Con-siderando as leituras de base sociológica e geográfica acerca do espaço urbano, é COR-RETO afirmar:

a) o crescimento de Goiânia significou a formação de uma moderna cidade ca-pitalista, marcada pelo predomínio do controle do tempo e pela primazia dos automóveis nas ruas.

b) o crescimento de Goiânia significou uma mudança cultural que mescla rural e urbano, mantendo o predomínio de valores humanos.

c) Goiânia cresceu e tornou-se uma cida-de moderna, por isso mudou o nome de suas ruas para o nome de figuras folcló-ricas e populares, com o intuito de pre-servar a memória da cidade.

d) Goiânia cresceu por causa do processo de expansão da indústria automobilísti-ca, da construção civil e da intervenção estatal.

8. Vários são os motivos que determinaram o crescimento de Goiânia e das cidades do entorno na década de 1990 [....], dentre os quais se podem citar as políticas públicas que serviram de atrativo para essa popula-ção migrante. O crescimento da Região Me-tropolitana como um todo está diretamen-te relacionado com a expansão de Goiânia, principalmente entre o início da década de 1970 e final da década de 1980.

FREITAS, C. A. L. L. Goiânia: as perspectivas do planejamento urbano e contradição com os espaços

segregados. Revista Plurais. Anápolis-GO, v.1, n.2. 2005, p.85-86 (Adaptado).

O texto faz referência à expansão urbana da região metropolitana de Goiânia a par-tir da década de 1990. Sobre esse tema, o fator que contribuiu para a expansão dessa região foi

a) o maior rigor da legislação goianiense sobre o parcelamento do solo em Goi-ânia, promovendo o deslocamento do capital imobiliário para os municípios circunvizinhos.

b) a criação de políticas públicas pelo go-verno de Goiás com o intuito de atrair mão de obra para a indústria goianien-se que se instalava na capital.

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c) o grande fluxo populacional derivado do êxodo rural, com migração do ho-mem do campo para a capital em busca de trabalho e moradia.

d) a existência de movimentos organiza-dos de ocupação de áreas urbanas que conseguiram garantir a posse das terras públicas devolutas.

9. A região metropolitana de Goiânia foi cria-da em pela lei complementar n. 27, de 30 de dezembro de 1999. Entre seus objetivos estão aqueles de pensar políticas governa-mentais para os municípios que se encon-tram integrados social e economicamente a Goiânia. Sobre a Região Metropolitana de Goiânia, é incorreto afirmar:

a) O município de Ap. De Goiânia é aquele que se encontra mais integrado ao mu-nicípio de Goiânia, uma vez que as fron-teiras dos dois municípios chegam a se confundir, especialmente no limite sul de Goiânia.

b) Os municípios de Senador Canedo e Trindade estão integrados ao sistema de transporte coletivo da RMG.

c) O terminal Padre Pelágio, no extremo oeste da avenida Anhanguera, integra Goiânia ao município de trindade, via transporte coletivo.

d) As políticas de uso e regulação do solo urbano na RMG são definidos e execu-tados em comum acordo com todos os municípios.

10. A construção de condomínios fechados (ho-rizontais ou verticais) tornou-se muito co-mum em Goiânia, que já é a terceira cidade em condomínios horizontais no Brasil. A op-ção por este tipo de moradia deve-se a uma série de fatores, dentre os quais se destaca a

a) necessidade de evitar as diferenças ide-ológicas na convivência cotidiana, já que nesses ambientes há uma seleção de moradores por preferência religiosa.

b) necessidade de proteger a natureza, já que o poder público subsidia esses lo-cais, considerados área de preservação ambiental permanente.

c) busca de um local de moradia próximo ao trabalho na tentativa de diminuir o tempo de percurso entre a residência e o trabalho.

d) busca por espaços seguros e exclusivos protegidos do contato com o mundo ex-terior, caracterizando um novo modelo de relações comunitárias.

11. O Cineteatro Goiânia, inaugurado em 1942, é um monumento representativo da histó-ria de Goiânia. Sobre essa edificação, é in-correto afirmar:

Disponível em: <http://www.faquini.com.br/goi-ás250/9030056.jpg>Acesso em: 5 jun. 2006.

a) Foi construído para servir de palco do chamado Batismo Cultural de Goiânia, quando a cidade foi oficialmente inau-gurada.

b) Mesmo sendo uma construção moder-na, incorporou as tradições históricas goianas, sendo, por isso, o seu formato similar ao das igrejas coloniais de Goiás.

c) Incorporou o imaginário marcial da época, o que explica o seu formato de navio de guerra.

d) É representativo da art déco, estilo ar-quitetônico que prioriza fachadas com

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rigor geométrico e estilo linear, produ-zindo um efeito de monumentalidade nas edificações.

12. Em 1960, Goiânia já contava com mais de 150 mil habitantes. Um conjunto de fatos marcou a arrancada definitiva de Goiânia em busca do seu espaço entre as maiores e mais belas metrópoles brasileiras. Dos fatos abaixo, aquele que não pode ser considera-do um dos responsáveis por esse desenvol-vimento foi:

a) chegada da ferroviab) início da construção de Brasíliac) inauguração da usina do Rochedod) política de interiorização dos governos

Vargase) desapropriação de terras para a refor-

ma agrária.

13. Nos últimos anos, Goiânia vem passando por um processo de intensificação do uso do solo de algumas de suas regiões. Sobre esse processo, é incorreto afirmar:

a) os investimento públicos, como o Cen-tro Cultural Oscar Niemeyer e o Paço Municipal, valorizam a região sul.

b) na região mendanha e na região oeste está localizada a maior parte dos con-domínios horizontais do município que são destinados aos consumidores de baixa renda.

c) proporcionalmente, a região de Campi-nas concentra a maior parte dos esta-belecimentos de comércio e de indús-tria do munícipio.

d) o Jardim Goiás, localizado na região sul, vem passando por intenso processo de verticalização.

14. O plano urbanístico de Goiânia, de maneira geral, foi influenciado pelas condições to-pográficas do sítio urbano. Sobre o traçado original da cidade e seu zoneamento, é cor-reto afirmar que:

a) As ruas e avenidas dispostas no sentido leste-oeste foram projetadas e constru-ídas contrariando a topografia do terre-no.

b) O centro comercial foi previsto original-mente para a parte sul da cidade, jus-tamente onde estão localizados os seto-res Sul e Marista.

c) A zona industrial foi planejada para a parte mais baixa da cidade, onde mais tarde chegaria os trilhos da estrada de ferro.

d) O fato de não terem sido previstas áre-as de infiltração nos logradouros públi-cos, somando ao reduzido espaço para áreas verdes, demonstra pouca preocu-pação ambiental.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. B 6. C 7. A 8. A 9. D 10. D 11. B 12. E 13. B 14. C