GeoSaude’ - fsp.usp.br · de novas ideias, métodos e aplicações. Constitui uma oportunidade...
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GeoSaude’
2014
I Congresso de Geografia
da Saúde dos Países de
Língua Portuguesa
A Geografia da Saúde
no cruzamento de saberes
Portugal, Coimbra
21 a 24 de Abril, 2014
Instituições responsáveis pela pré-preparação
UC, UNL, UL, UP, UM, FIOCRUZ, UNESP, UFU, USP.
Informações sobre o congresso serão anunciadas
em www.uc.pt/fluc/depgeo/gigs a partir de
Janeiro de 2013.
Em representação da organização:
Paula Santana
www.uc.pt/fluc/depgeo/gigs
Departamento de Geografia
Universidade de Coimbra
Raul Guimarães
www.geosaude.com
Departamento de Geografia
Universidade Estadual Paulista
Siglas:
FIOCRUZ – Fundação Osvaldo Cruz UC – Universidade de Coimbra UFU – Universidade Federal de Uberlândia UL – Universidade de Lisboa UM – Universidade do Minho UNESP – Universidade Estadual Paulista UNL – Universidade Nova de Lisboa UP – Universidade do Porto USP—Universidade de São Paulo
Jovens investigadores em Geografia da Saúde
Simpósio Doutoral
O Simpósio Doutoral do GeoSaude’2014 tem por objetivo proporcio-
nar aos estudantes graduados um local onde possam, de um modo
informal, apresentar o seu trabalho, realizar a sua discussão e reco-
lher um conjunto de opiniões de especialistas, bem como a partilha
de novas ideias, métodos e aplicações. Constitui uma oportunidade
excelente para os estudantes de doutoramento apresentarem o seu
trabalho e beneficiarem da sua discussão num formato de Workshop.
Cada apresentação será apreciada por um painel constituído por três
especialistas dos temas apresentados.
Cursos Breves
Pré-congresso, orientados para as seguintes áreas:
- Epidemiologia Espacial;
- SIG e Saúde;
- Estudos Qualitativos em Saúde;
Gustav Klimt, Vida e Morte (detalhe), 1916
Local do Congresso
Coimbra
Universidade de Coimbra
Cidade de Coimbra
Apresentação
Na atualidade assistimos a um crescente interesse dos Governos e
dos cidadãos em geral pelas questões da saúde. A urbanização cres-
cente, as alterações climáticas, o envelhecimento demográfico, o
aumento das desigualdades na saúde e no acesso aos cuidados de
saúde, são alguns dos temas que têm motivado o despertar de uma
nova consciencialização da importância do Território e da Geografia
da Saúde.
É urgente identificar as condicionantes da evolução da saúde da
população e das comunidades e participar na explicação e avaliação
das suas consequências para a sociedade: impactes nos sistemas de
saúde, nos padrões de utilização dos serviços, na alteração do perfil
epidemiológico, no bem-estar das populações, entre outros.
Os relatórios mais recentes mostram que os Países de Língua Portu-
guesa estão no bom caminho no que respeita aos indicadores que
revelam ganhos em saúde. Paradoxalmente, em alguns casos, as
desigualdades em saúde aumentaram. Por isso as desigualdades na
saúde constituem um dos maiores desafios da atual agenda política e
a sua redução é, sem dúvida, uma prioridade das sociedades demo-
cráticas.
Para responder aos desafios que a saúde (ou a doença) coloca no
início do século XXI é necessário ir além dos diagnósticos das condi-
cionantes, criando estratégias e identificando ações/medidas de
política pública.
Com a realização do GeoSaude’2014, pretende-se, numa lógica de
abrangência de múltiplas dimensões, oferecer um espaço de encon-
tro, de debate de ideias e de discussão de resultados de investigação
em curso na área da Geografia da Saúde, alargando-o a todos os que
se interessam pelas temáticas da saúde numa perspetiva geográfica.
Também, por isso, foi decidido que o tema geral que irá nortear a
reflexão e o debate seja: A Geografia da Saúde no cruzamento de
saberes, organizado em 7 eixos estratégicos.
Este encontro científico dirige-se, maioritariamente, aos profissionais
que na sua área de investigação desenvolvem e aprofundam os
métodos e técnicas de análise geográfica, assim como analisam cau-
sas e consequências de diferentes comportamentos espaciais e tem-
porais do binómio saúde / doença. Tal facto implica que a investiga-
ção científica se torne obrigatoriamente multi e transdisciplinar,
cruzando perspetivas de análise com a Demografia, a Sociologia, a
Economia, a Medicina, o Urbanismo, a Estatística Espacial, entre
outras.
A finalidade última do GeoSaude’2014 é estimular, reunir e divulgar
os contributos de todas as áreas do conhecimento científico que sejam
um tributo à reorientação da agenda da saúde, do domínio mediático da
luta contra a doença para a visão mais moderna de equidade nos
ganhos em saúde.
Neste sentido, convidam-se todos os investigadores que tenham em
curso, ou recentemente concluídos, estudos e trabalhos originais neste
domínio a submeterem os seus resultados, sob a forma de comunica-
ções orais ou posters, identificando o eixo estratégico em que se inte-
gram.
Eixos Estratégicos
1. Abordagens Teóricas e Epistemológicas em Geografia da Saúde
A abordagem espacial da saúde, nas suas múltiplas relações com o meio
físico, biológico, social, comportamental e cultural, desde o período
miasmático até às designadas pesquisas contemporâneas, foi acompa-
nhada por um intenso debate teórico-metodológico que muito contri-
buiu para uma apropriada reflexão sobre conceitos, estruturas e políti-
cas que (in)formam o espaço e a saúde. No presente, enfrentamos
“novos” desafios e necessidades à escala global ou regional, que passam
pela (re)significação de conceitos, (des)construção de relações multidis-
ciplinares pertinentes à investigação dos quadros territoriais de saúde e
de doença, escorados em referentes epistemológicos e metodológicos
dinâmicos cujo debate se impõe.
2. Alterações Demográficas e Saúde Individual e Coletiva
As importantes transformações que se operaram nas últimas décadas
em termos demográficos desencadearam relevantes efeitos na saúde
individual e coletiva. A entrada massiva da mulher em esferas públicas
tradicionalmente masculinas, a dificuldade na renovação das gerações,
o envelhecimento da população e o crescimento das situações de isola-
mento social, o surgimento de modelos de organização familiar alterna-
tivos e informais ou as novas formas de mobilidade da população consti-
tuem exemplos de fenómenos de natureza demográfica, com evidentes
e significativas consequências na saúde e na doença que importa conhe-
cer.
3. Equidade e Desigualdades em Saúde
O agravamento das desigualdades e iniquidades em saúde, não exclusi-
vamente em termos de resultados em saúde mas, igualmente, em ter-
mos de acesso à oferta dos serviços de saúde, é um tema atual que
merece reflexão. Neste sentido, torna-se fundamental identificar riscos/
oportunidades, apoiar a explicação dos fenómenos e avançar com orien-
tações/medidas/ações que eliminem ou reduzam as iniquidades em
saúde, quer sejam geográficas, de género, socioeconómicas, ou outras.
4. Variabilidade Climática e Vulnerabilidades em Cenários de Risco
As secas, as inundações, as ondas de calor, as vagas de frio, as tem-
pestades tropicais, os sismos ou os vulcões são cenários de risco com
implicações diretas e indiretas no agravamento da doença de magni-
tude proporcional à resiliência social e económica dos grupos afeta-
dos. Isto acontece e merece ser diagnosticado a diversas escalas
espaciais - locais, regionais e zonais -, para procurar identificar os
principais fatores desencadeantes do agravamento do estado de
saúde e antecipar os efeitos sobre a saúde quer das alterações climá-
ticas quer dos desastres naturais.
5. Urbanismo e Saúde
A relação entre urbanismo e saúde é intensa e cada vez mais central
nos processos de planeamento estratégico das cidades. A crescente
valorização do paradigma da prevenção da saúde e a necessidade
permanente de promover a qualidade de vida, suscitam respostas
robustas e de grande transversalidade, mormente nos domínios das
novas formas de mobilidade sustentável, da segurança e prevenção
rodoviárias, dos usos inovadores, sociabilizadores e inclusivos do
espaço público, da construção da cidade de proximidade, da adapta-
ção às alterações e desafios demográficos, da equidade de acesso aos
equipamentos e serviços promotores da vida saudável e produtiva.
6. Avaliação de Impactes na Saúde
A Avaliação de Impactes do ambiente físico e social na Saúde é um
instrumento de política de ambiente, que tem como objetivo assegu-
rar a prévia consideração das questões ambientais no processo de
decisão. Tem incluído a análise de fatores ligados à saúde, embora
desligada das políticas de saúde pública. De facto, as questões da
saúde na avaliação de impactes evoluíram da situação em que eram
vistas como uma questão pontual importante para se constituírem,
atualmente, como uma questão transversal, fortemente relevante
nas decisões de desenvolvimento, objeto de requisitos legais e vetor
de qualidade do desenho de políticas públicas que merece aprofun-
damento.
7. A Informação Geográfica e os Sistemas de Apoio à Decisão
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) trouxeram à Geografia
não apenas a capacidade de robustecer e agilizar metodologias de
análise espacial mas também novos horizontes enquanto disciplina. É
neste contexto, de evolução paralela e entrelaçada da Geografia e da
sua ferramenta disciplinar, que a Geografia da Saúde se tem vindo a
consolidar e evoluir, intervindo em âmbitos como a Epidemiologia
Espacial, na compreensão da influência dos fatores ambientais na
Etiologia de certas doenças e também no apoio à decisão em Saúde
Pública e, ainda, intervindo na preparação de modelos de localização
otimizada de infraestruturas.