Geosofia - A Casa -Geograficidades Revista

8/18/2019 Geosofia - A Casa -Geograficidades Revista

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A R T I G O S

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ISSN: 2238-0205ISSN:

Geografcidade v.01, n.01, Inverno 2011

A DIMENSÃO DO HABITAR NA OBRA A CASA, DE NATÉRCIA CAMPOS: UM OLHAR GEOSÓFICOTHE DWELL DIMENSION IN THE WRITTING A CASA, BY NATÉRCIA CAMPOS: A GEOSOPHIC VIEW

Tiago Vieira Cavalcante1

1 Metre em Gegraa pela Univeridade Federal d Ceará (UFC). [email protected].

Rua Dr. Cta Araúj, 1060, apt. 601, Bairr de Fátima. 60040-620. Frtaleza, CE.

REsUMo

A ciência gegráca cmumente abrda a habitaçã humana cm

imple mradia. Em eu tratament bre a caa, prcura relacinar

ua caracterítica fíic-etruturai a element que cmpõem

eu entrn. Element que inuenciam na ua frma de telhad,

na etrutura de ua parede, n tamanh de eu cômd e até

mem na cmpiçã de eu mbiliári. Apear da imprtância dea

abrdagem, nã pdem deixar de cniderar a relevância d at de

habitar quand na análie da caa. É nee entid que cniderama bra A Casa, de Natércia Camp, um ingel exempl dee at

exitencial pautad na intenidade d habitar. Pi, antrpmrzand

a caa, também narradra dee rmance, a autra trna-a ujeit

da exitência daquele que pr ali paam, aim nã end a caa

imple bjet de mradia. Ei, prtant, uma tentativa de relacinar

Gegraa e Literatura, a partir de um lhar geóc, na ânia de

bucar ampliaçõe cmpreeniva para di cnheciment.

Palavras-chave: Caa, Habitar, Gea, Gegraa, Literatura.

ABSTRACT

The gegraphical cience uually deal with human hue a imple

habitatin. In it treatment abut hme, earch fr relate it phyical-

tructural element that make up the urrunding. Factr which

inuence the rf frm, the wall tructure, the rm ize, even

the furniture cmpitin. Depite the imprtance f thi apprach,

we mut cnider the imprtance f the dwell act int hme analyi.

That’ the way cniderated in the writting “A Caa”, by Natércia

Camp, a great example f thi act guide by the intenity f living.Anthrpmrphizing the hue, al the narratr f thi nvel, the

authr make the hue a ubject f the exitence f the wh’ paing

by, tranfrming it in nt jut a habitatin bject. s, that’ an attempt

t relate gegraphy and literature frm a gephic perpective,

lking fr cmprehenive extenin fr bth knwledge.

Key words: Hme, Dwell, Gephy, Gegraphy, Literature

mailto:tiagogeografia%40yahoo.com.br.?subject=

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A Dimensão Do Habitar Na Obra A Casa, De Natércia Campos: Um Olhar GeosófcoTiago Vieira Cavalcante


C I – D

“Deixem a utr cuidad de etudar a beleza da frma;querem cnagrar n efrç a determinar a beleza

íntima da matéria; ua maa de atrativ cult, td eeepaç afetiv cncentrad n i nterir da cia. Pretenõe

que nã pdem valer enã cm at da linguagem,empregand cnvicçõe pética”.

Gatn Bachelard

Em um mund, dit mdern, nde cada cia buca ter eu

lugar aprpriad (ideia, (pré)cnceit, paradigma, dgma.),

a relaçõe ã clcada em egund plan. Nã que ela nã

acnteçam; ela mente têm diculdade e encntram alguma

barreira para erem efetivada.

Etranh para nó, prtant, penar a ciência em ua diciplinarizaçãe afatament d mund vivid, quand para penadre ciai, cm,

pr exempl, Rbert DaMatta (1997), na ciedade, em epecial

Brail, é relacinal. Relaçã que inurge n ctidian human, ma

parece ainda pairar na amarra cientíca da diferente diciplina

d cnheciment. opiçã entre penad e vivid.

Tal fat leva-n a lembrar da divergência cmumente relacinada

à Gegraa – que diga a ilutre dictmia entre Gegraa Fíica e

Gegraa Humana, aim cm entre cnheciment cmun dentr

dea “grande área” –, ma também na maneira cm a ciênciaem geral, muita veze, faz rivalizar diferente tip de cnheciment

inerente a penar e viver human. Cm apnta Michel Maeli

(2005, 2007), é preci fazer exercíci daquil que ele denmina de

elogio à razão sensível . Razã que nã decnidera cnheciment

rdinári repreentad pel ctidian, a religiã, a arte, entre utr,

e entiment que ee element evcam e traduzem.

N camp da relaçõe entre a ciência e a arte, e, mai epecicamente

entre a ciência e a arte literária, tal fat nã é men tempetu,

embra tai cnheciment nã ceem de lançar lhare de deej

um bre utr (VIERNE, 1994).

Reex de um paradigma pitivita mdern, ea relaçõe

encntram-e inibida, principalmente, quand partim de um

preupt cientíc que prcura cmpreender/interpretar aquil

que n parece ubjetiv e/u irracinal. E dizem i, prque

abem que ea ã relaçõe que variam cm temp, pi ante

e cmplementavam u etavam mai próxima em temp em que

a la era tida cm a matriz d cnheciment. “ocrre que,

naquela épca, nã exitia frnteira entre peta, lóf e fíic:

a ua miã cmum cnitia em dar uma explicaçã d mund”

(VIERNE, 1994, p. 80). Relaçõe que e diciam, em epecial, na

cnjuntura mderna, alardeadra da neceidade de uma verdade

que dipena preupt metafíic.

Dentr dee breve cntext, a Gegraa nã ecapa de tal alarde.

Elabra-e pitivita crrbrand cm a dureza da decriçõe

naturalita verímei. Baeada em preceit vinculad à ciência

naturai, a Gegraa dea épca, mead d écul XVIII à egunda

metade d écul XX, era mai uma ciência da natureza d que uma

ciência d hmem e para hmem21. Ete dtad de ubjetividade

e irracinalidade, de inverdade e pecad em ua verdade, de

demência frente ua apiência (MoRIN, 2008). Fat dipenávei para

a cmpreenã da verdade na ciência pitiva. Cnrmand na

aertiva, Amélia Ngueira (2010, p. 224) berva: “A Gegraa

diferente de utra ciência d hmem nace cm ciência da Terra”.

2 Embra aibam da imprtância d hmem na análie d gêner de vida de Vidal deLa Blache, da Antrpgegraa ratzeliana, a qual cnidera hmem em ua relaçãcm eu epaç vital (territóri-naçã) e d trabalh de Éliée Reclu, em epecialL’Homme et la Terre, para citar cláic.



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A eguinte armaçã de Vidal de La Blache (2010, p. 04), quand

relacina a scilgia à Gegraa, é eclarecedra de ua precupaçã

naturalita e, de md geral, também da precupaçã d geógraf

da épca: “[...] a gegraa humana e recnhece cm parte d etud

da Terra e deve, pr i, permanecer ditinta da ciência cilógica.

Ela procede da terra ao homem e não pela via inversa” (grif n). sinal

da nã cnideraçã da atitude e entiment human em relaçã

cm a vivência n epaç: ua gegracidade (DARDEL, 1990).

Nã fugind, prtant, a “epírit d temp”, a Gegraa buca

afatar-e d cnheciment tid cm nã cientíc e daquele

que exprimiam de algum md tema ubjetiv e/u metafíic

relacinad à vida e cultura humana, dentre ele a arte.

Detarte, interee d geógraf pela literatura nã é nv,

cnquant tenha e mantid muit marginal e trabalh tenham

id eca (BRossEAU, 2007). o referid autr indica vári

etud gegrác que puíam algum tip de relaçã entre a

ciência gegráca e a Literatura, citand autre cm Paul Vidal de

La Blache e mem Alexander vn Humbldt, prém, eclarecend

que ee trabalh nã prpriamente tratavam da literatura cm

um nv camp de pequia, pi ela era tmada mente cm uma

fnte cmplementar para etud gegrác realizad32.

Apear di, a partir d an 70, cm a Gegraa Humanita

angl-axã, camp de pequia da relaçã entre a Gegraa e a

Literatura e abre, realizand etud variad. Tal camp leva em

cnideraçã, pr exempl, a literatura cm cmplement de uma

Gegraa Reginal, cm trancriçã da experiência d lugare e/u

cm crítica da realidade e da idelgia dminante, indicand uma

3 Para mair detalhament d autre e bra que relacinavam de alguma maneiraa Gegraa e a Literatura, ver capítul referente a trabalh d geógraf MarcBreau, inerid n livr Literatura, Música e Espaço (2007), rganizad pel geó-graf Rbert Lbat Crrêa e Zeny Rendahl.

preferência cntante pela literatura realita. Preferência prveniente

da diferente crrente d penament gegrác, a exempl da

crrente cultural-humanita e da marxita (BRossEAU, 2007).

Crrêa e Rendahl (2007, p. 08) eclarecem a preferência d

geógraf pela literatura realita expnd:

A ditinçã inicia-e pela própria eleçã da bra a eremanaliada. A geógraf inteream aquela na quai epaçe temp nã ejam mer pan de fund, neceári einubtituívei, ma parte integrante da trama, em quai etanã pderia er cntruída, trnada inteligível e identicável.

Além di, enquant element indiciávei, cm indica

Mnteir (2002), epaç e temp ã cnceit/nçõe de uma

relevância na análie gegráca bre a literatura. Nã à ta, rmance

cm, Vidas Secas de Gracilian Ram, Grande Sertão: Veredas deGuimarãe Ra, aim cm a bra de Rachel de Queirz, Jrge

Amad, Jé Lin d Reg, Mári de Andrade, entre utr ( quai

puem fund realita-reginalita), ã tã cmumente diecad

em eu apect hitóric-gegrác pr diver pequiadre.

Cntituem-e aim, em imprtante dcument pétic de

fragment epaç-temprai d Brail. Têm certa xidez n epaç

e n temp, u eja, ã lcalizávei nee di âmbit, embra em

algun mment, pr erem bra ccinai, tai nçõe nã quem

tã clara. Apreentam ee cntext delineadr, em epecial, da

divergências entre a ciência gegráca e a arte, para entã lançarm

pívei convergências entre ea mema ciência e uma bra de arte

literária (rmance). Cnciente dee preupt, pretendem

fazer uma primeira e breve reexã bre a dimenã d habitar na

bra A Casa, da autra cearene Natércia Camp.



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T C – C

Para analiarm a bra A Casa (2004), apreentarem, inicialmente,

apect de ua cntruçã que n levaram a cmpreendê-la cm

uma literatura capaz de n ferecer aquil que denminarem de

atitudes espaciais, tmand cm eu atribut mair a dimenã d

habitar.

Pr atitude epaciai entendem a diferente maneira cm

a quai pernagen e relacinam cm epaç n rmance,

na pretenã de decrtinar a vivência epaciai que e dã n

meandr da Caa-Grande (A Caa). Eta última, de td md,

também faz parte dea relaçã, end pernagem tã ilutre quant

que nela mram.

A Caa43, cm indica Pardal (2003, p.55), “fala, na verdade, d

er human, em td eu caminh exitencial, cm tda a ua

cntradiçõe”. Prtant, mem etand xa n ertã, ua narraçã

nã e cntrói em cnequência d cntext gegrác n qual etá

inerid, ma im cm bae na relaçõe entre eu mradre e

dete cm eu epaç vivid, eu lugar. Lugar que aparece cm

denminadr cmum n princípi de uma pível aliança entre a

Gegraa e a Literatura, u de utr md, entre mapa e a trama

(MoNTEIRo, 2002).

Nã btante, é intereante, nea abrdagem ccinal de

Natércia Camp, perceberm quant a Caa quebra de md

4 É na cndiçã bjet-ujeit que ptam pr manter, quand tratarm da Caa, uaprimeira letra em maiúcul, cm intuit de repreentarm a prpriedade humanaque eta pui. Fat ete que também aparece n títul da bra de Natércia Camp,talvez uma ingela cnideraçã, pr parte da autra, dea imprtante prpriedade.Buttimer (1985), crrbrand cm a cnideraçõe fenmenlógica na pequia,argumenta que tal premia metdlógica tem deaad prcediment da ciênciapitiva, aim cm é uma crítica radical a reducinim, à racinalidade e à epara-çã de “ujeit” e “bjet” na pequia.

ingel – principalmente na hitória trazida pr aquele que ali

paam – eu limite gegrác. Ela nã é um imple lugar, mera

habitaçã u mem bucólic lar, cm verem. Ela é bem mai.

Nã nega nenhuma dea cndiçõe. Para Pardal (2003, p. 56), “[...]

tud que crre a redr da caa e, principalmente, a hitória que

aparecem, pela lembrança da narradra, ã tã imprtante quant

pernagen”.

Nã end, prtant, imple mradia humana, a Caa é tã

imprtante quant que pr ali paam. E ere human paam

pr ali, nã pr e defazerem dela cm dmicíli u mem pr

erem mer traneunte pó-mdern, ma im, pel fat da Caa

er cntruída para durar, certamente bem mai d que a abreviada

vida de um hmem. Dea maneira, eu pernagen paam, ma

a Caa perdura. De tal md que diferente geraçõe de uma família

atraveam a vida da própria Caa. Hitória e acumulam, nv

lh abrem-e ávid pr vida e a mrte rnda a td intante,

multiplicand-e aim, epaç e temp em ua tenra

lembrança.

Nee cntext, a narradra bem ilutra a angútia e anei

daquele que, diante da viciitude da vida (er) e da gegraa que

cmprta e é ua eência (etar), preenchem a Caa de gegracidade.

É aim que, recheada de humanidade, mtiv para a mema ter

vida, cm ampar na relaçã bjet-ujeit fenmenlógic, que a

Caa, a mem temp em que narra ua vida, também nã ecnde

detalhe d acnteciment vinculad à diferente geraçõe de

uma família ilutrada n decrrer da narraçã. É n peculiar cruzament

de gegracidade que e encntra a riqueza gegráca d rmance.

Querem, cm i, eclarecer fat de cmpreenderm a vivência

n epaç, u de utra maneira, ctidian n epaç vivid, cm

intimamente vinculad à atitude que ere human têm para



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cm ee epaç; daí ua vitalidade. Atitude, diga-e de paagem,

bem delineada pela autra, na vivência de eu pernagen em

divera trama e, em epecial, na “cnciência” que pui ua caa

antrpmrzada, narradra da bra e bjet-ujeit n rmance.

o lhar geóc, n títul d trabalh, é expreã d valr

gegrác u epacial de bra artítica, cm a bra literária

aqui analiada, pi, cm indicara Jhn K. Wright (1947), geosofa

é etud da abedria gegráca de qualquer u td pnt

de vita. Partim, prtant, de um pnt de vita que cnidera

a bra literária cm fnte de cnheciment gegrác, ma nã

mente – e que é mai imprtante para nó nea interpretaçã –

cnideram, mai epecicamente, rmance de Natércia Camp

um bel ubídi para cmpreenã de atitudes espaciais traduzida

n epaç vivid a partir d deenrlar da hitória. Atitude que n

levam a penar n entid da gegracidade dardeliana.

E daí recai bre nó uma primeira diculdade tipicamente

gegráca. Mem cm etreita aprximaçã da literatura reginalita,

rmance e difere dea literatura pr nã pder er lcalizad

epaç-tempralmente.

Cmumente, a bra literária, em epecial a de cunh realita-

reginalita, têm um arcabuç epaç-tempral bem delinead.

Cm indica Ruy Mreira (2007), a fae reginalita, períd da

hitória da literatura braileira que abarca a década nai d écul

XIX e iniciai d écul XX, pui autre que repreentam tant

lugare de nde prvêm cm também a realidade cial, lcalizada

hitricamente, dee diferente lugare. Cada qual tematizand a

realidade d hmem braileir egund ua epecicidade.

o referid autr exemplica cm Ferreira de Catr (para a Amazônia

eringueira), Dalcídi Jurandir (para a Amazônia marajara), Hug

de Carvalh Ram (para ertã gian), Raquel de Queirz (para

ertã nrdetin), Jé Lin d Rêg (para Nrdete açucareir),

Gracilian Ram (para agrete alagan), Jrge Amad (para

ul - baian açucareir), Éric Veríim (para pampa ulin),

Antôni Cândid de Carvalh (para ertã mineir) e Mári Palméri

(para ertã ete - mineir). Uma verdadeira gepética d

epaç braileir. Pdem mar a ee, algun autre realita/

naturalita cm Aluíi de Azeved (para Ri de Janeir entre

écul XIX e XX) e Adlf Caminha (para Frtaleza entre écul XIX

e XX) quai, mem nã end repreentante da fae reginalita,

ma im naturalita, delineiam rica nçõe gegráca d lugare

inerid em ua bra.

o rmance de Natércia Camp, apear d grande vigr reginalita,

bem delinead na apreentaçã de fauna e ra típica d ertã,

aim cm n linguajar d pernagen e narradra dee rmance,

nã dá indicaçõe d epaç-temp d/n deenrlar da trama. A

denminaçõe d lugare ã ccinai e temp hitóric incert

permeia cm mair vigr naciment, vivência e mrte d

ujeit-pernagen da divera geraçõe que perpaam a Caa, d

que prpriamente temp em que e paam ea trama.

Cntud, i nã n impede de perceberm a imprtância d

epaç e d temp n deenrlar dee rmance, pi ea nçõe

apreentam relaçõe divera entre ujeit-pernagen e a

narradra-caa, que amplia na percepçã gegráca para além

da lcalizaçõe epaç-temprai.

Natércia Camp (1938-2004), cm indica Pardal (2003) e Lima

(2009), elabru eu rmance a partir de pequia intena, pi a autra

nunca viveu n ertã, tend nacida e criada na Praia de Iracema,

cidade de Frtaleza. Tdavia, Natércia Camp é uma cntita nata,

end também lha de um d maire cntita cearene: Mreira

Camp; e, nee apect, elabra ua bra dentr de um cntext



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de literatura fantática de dedbrament múltipl, cm e

rmance, apear de ua inteireza, fe um amálgama de pequen

cnt.

Aim, tmand cm bae a apreentaçã cntida na ediçã de

1999, e diante dea cndiçã, Paul de Tar Pardal reete eguinte,

a penar bre rmance da autra:

[...] cm certeza, fez uma imena pequia, bre imaginárifantátic dee pv, nã mente da ua crença, lenda,upertiçõe, religiidade etc., ma, bretud, d term quecmpõem ee imaginári, term ete que nã etariam tãaprpriadamente empregad, e tal pequia nã tivee idfeita, já que ela diz nã er d ertã. (PARDAL, 2003, p. 53)

É ee caráter imbólic, cm pé ncad n imaginári, que

mai n interea para a cmpiçã e interpretaçã da dimenãd habitar na bra, pi, cm vim na citaçã acima, exame

gegrác nã é levad em cnideraçã cm vigr. se sertã é

pr Natércia Camp repreentad, i e dá, principalmente, pel

imaginári fantátic que permeia epaç ertanej a partir daquil

que a autra pequiu. Imaginári que n leva a penar na dimenã

d habitar e na atitude epaciai d ujeit-pernagen que

caracterizam tal dimenã.

Acabam aim, levand em cnideraçã para eta análie a frça

ntlógica que rmance pui, prque, anal, é ele que n leva afazer i. sua uidez, prtant, eu mviment, encabeçad n vai

e vem epaç-tempral interpelad pela lembrança da narradra-

caa, n faz penar na dimenã d habitar; n aqui, ali e aclá que a

própria uidez humana pui. seu cmplex bíblic de Abel, n andar

ctidian, reúne a pibilidade de encntr e cnvergência.

C , ã

Cm e viu, rmance A Casa, de Natércia Camp, tem cm uma

de ua principai peculiaridade epaç gegrác, u eja, a Caa

ter id humanizada pela autra (e, de cert md, ccinalmente, pr

aquele que nela habitam), end ela a narradra de td rmance.

Nee cntext, a Caa é bjet-ujeit na trama d livr. Pui

lembrança, impreõe, cnhece a pernalidade d eu mradre,

eu drama, alegria, fbia e crença. Além di, pui ttal nçã

fíic-etrutural de eu “corpo” cntruíd e ncad na paragem

ertaneja. Nçã de eu epaç peal elabrada na relaçã caa-

hmem-univer (BACHELARD, 2008), qual cntrói a cnciência

da Caa. Exempl di é, lg n iníci, eu pr de cnciência:

Fui feita cm emer, cntaram vent, ante que eu memadea verdade tmae tent. Meu embaament, dede apedra bruta quebrada pel hmen a marrã a baldrameenamblad n etei, deu-me lidez. A madeira de leidura e peada cm que me cntruíram até a cumeeira têm cerne de ferr, de vei ecur, viláce e alguma mal pdiamer lavrada. Tda ela fram crtada na lua minguante paranã virem a apdrecer e reitirem, mem expta a temp: etipe da carnaúba, trnc de jucá, da ibiraúna, abraúna, madeira preta d índi fechada à umidade pr erimpregnada de reina e tanin. Uaram pau d’arc rígid eexível, daí ua frça n vigament e arc indígena; a linhafram feita da areira-d-ertã – a árvre da arara, nde eta

pua e vive –, d angic de raia catanh-negr de trncrug parecend trazer nele incrutada pequenina tra, dabiá-piúga de caca da cr da plumagem dee páar. Dachapada prfunda d ertã vei pau-branc da cr de prataacinzentada a clarear a mata nde vive lr, preervad eincrruptível cedr de prte nbre (CAMPos, 2004, p. 07).

A Caa cntinua ua íntima explanaçã bre a feitura de eu

meandr intern, explrand ua peculiaridade, diga-e de



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paagem, de caa-grande ertaneja da lcalidade de Trindade.

Dee md, apreenta eu lng e ecur crredr, vári quart

dividid pr indicreta parede-meia e curi burac gr,

feit na altura da cintura de um hmem, tend ele erventia para a

defea em ca de cerc.

Pui também cnciência d epaç em ua vlta e ainda além.

send aim, dá também ntícia da arrendada ecreta para u ó

da mulhere, de um cmpartiment para guard de arrei, relh,

cangalha brida, ela, machad etc., d curral, da capela, d açude,

aim cm d peculiar gnômn, relógi d l.

Ainda ente cm vivacidade pr d vent (ua vz) em ua

parede e telhad, a frça d tremr da terra, tcar da água da

ecaa chuva que faz grande falta em temp de eca e fumegante

calr d fg árid em ua entranha.

Ea vivacidade é imprtante exempl d element própri

da Terra, quatr element têm grande imprtância na narrativa.

Tai element repreentam a frça, também elementare, que

cntituem a natureza gegráca d/n rmance, tend atuaçõe

empre preente na hitória da Caa e na dimenã d habitar

d eu mradre. Um verdadeir prat chei para a interpretaçã

pétic-imaginativa bachelardiana e ua pética d epaç (2008)54.

Revela a Caa, rememrand a fala d eu primeir dn, Francic

Jé Gnçalve Camp, prtuguê d Minh (pr i a apa): “A

natureza traz em i dm de revelar que etá pr vir a acntecer. É

entir que dizem quatr element, ma hmem vive à mercê

5 Além de A poética do espaço, de acrd cm Antni Dima (1987, p. 43), cntituem-e em bra “que pretam frte cntribuiçã a epeculaçõe bre epaç na literatu-ra”: La psychanalyse de feu (A psicanálise do fogo), L’eau et le reves (A água e os sonhos),L’air et les songes (O ar e os sonhos), La terre et lês revêries de la volonté (A terra e os de-

vaneios da vontade) e La terre et lês revêries du repôs (A Terra e os devaneios do repouso).

d eu quatr humre e nã atenta a eu redr” (CAMPos, 2004,

p. 18).

o ar é repreentad pela leveza d vent, ua uidez e perpicácia.

o vent trazem ntícia de lnge, aim cm m da palavra

prnunciada em mei à ntícia que frmam egred circundante.

Fram vent que me cntaram hitória, me deram ciência.Na épca da grande vlta d vent, depi de agt emprede céu ecamp, e pdia uvir na encruzilhada cm eria temp n an vindur. Fram ele n eu cicl que medieram da magia e da frça da palavra prnunciada adealjar que etá emparedad, acrdand reminicência,atiçand a memória. o egred e deaegam. Circulam.o mrt acdem a erem invcad eu nme (CAMPos,2004, p. 10,11).

A terra demntra ua frça e dureza intetizada em trvõe que

fazem cm que a Caa inta cilar eu chã, “cm e etivéemplantad n dr de um grande animal de prte que e puera em

trôpeg e lent mviment tal qual d cágad” (CAMPos, 2004,

p. 20). É também bae para a Caa, pi a terra é ua mãe, end dela

a rigem d eu cmpnente.

A água é ilutrada n ei d recur hídric ( açude) que a Caa

enxerga e cuj frec pde entir. sua prfundidade carrega a látima

de um menin mrt pr afgament, cmumente trazid em trite

lembrança pel vent. sua delicadeza mecla-e entã à ecuridã

de ua fundura. Tal element também e mtra preente na ecaachuva que fazem renacer ertã, perpetrand a renvaçã da vida

vegetal e animal, aim cm da vida humana que emana de dentr

da parede da Caa.

Fi em julh, [...] que fui batizada pela chuva repentina ealviareira, mlhand e avivand a cr da minha gratelha-canai de barr czid. srvi e enti-me renacer.Encantei-me cm aquela gta de água vinda d céu. Prejei



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cm grande cântar, bjud pte na cantareira deimburana da czinha, lugar de cheir, de picumã enegrecidae etancadra de angue, de alquimia e falatóri, nde eprimeir uviam uurr bre virgindade, adultéri,evícia e epreita de epera e defrra (CAMPos, 2004, p. 15).

o fogo ertanej, calcad n l rei, é a cntrapiçã neceáriada chuva. Caracteriza mrfclimaticamente ertã e expula n

períd de grande eca mradre da Caa. Equenta a ua

parede, eu lad de parede curtida, pi vltada para l. sl,

n dizer da narradra, “pai ablut d lugar, e põe mrgad, a

ecnder-e da nite atrá da erra” (CAMPos, 2004, p. 09).

Cntruída para er habitada, a Caa reúne a cndiçõe d habitar

heideggerian (2008). É a mair cnciente da dimenã d habitar n

rmance, end agrada em ua habitabilidade (BACHELARD, 2008;

BoLLNoW, 2008). o pernagen, até cert pnt, ã fragmentdea dimenã (abram aqui uma ingela exceçã para Binet

que atravea ba parte d rmance), cada um a eu md e n eu

epaç-temp.

Ela vive em mei a lembrança e cau que preencia. sua falta

de piniã bre mradre nã e reete na plena cnciência

que pui bre a prática d mem. É ábia em ua vivência,

cmpreendend cia que hmen nã uam cmpreender, até

mem mitéri d’Ela; a mrte. Diz ela:

o que vivi n lng d temp que me fi dad trnu-e uminnd círcul de vivente, get, vze, imagen, at queurgem impreci de ua épca e geraçõe. Emaranham-e a hitória. Vltam em ímpet, a chama que lhe deuvida, e de tda ela ei nal, defech. Reucitamem encadeament, arte d velh temp, a embtar etareminicência cm ua pátina. Diferem da hitória cntadapel hmen até prque temp dele é pr demai curt.Etã ainda em plen aprendizad, na buca de repta, de

entender bre eu de angue para nele e decbri, na vãpeleja cm btinad Detin, quand ã urpreendid prEla. Ete eu viver de cada dia b a expectativa da tcaia dede berç e ciente da arbitrariedade d’Ela, que e pde entenciara qualquer mment, geru nele a lucura de viverem cme imrtai fem, daí tanta lágrima e nh vã (CAMPos,

2004, p. 24, 25).

Na hitória divera e n pequen cnt – cm O encoletado

em couro eO menino de rasto de pluma –, tem a gênee da cntruçã

d rmance (LIMA, 2009). Cntruçã e recntruçã (na ua vária

refrmulaçõe) que também permeiam epaç-temp na/da Caa

em ua vária refrma fíic-etruturai.

Tal cntruçã é riginalmente habitar, pi habitar, de acrd

cm Heidegger (2008, p. 126), “eria, em td ca, m que e impõe

a td cntruir”. Dua atividade eparada (habitar e cntruir),cm ã indicada pel referid autr, quai, a n ver, e

cmplementam n entid que puem para a gegracidade d

hmem cm fundament em ua atitude diante d epaç n qual

vive: a “alma” da Caa.

Dea maneira, é a cndiçã humana, bretud, que dá vitalidade

à Caa. Daí ua pibilidade de antrpmrzaçã, aim cm,

a mem temp, de er narradra e pernagem (bjet-ujeit),

end bervadra privilegiada d ctidian d/n eu meandr.

sã mradre que n trazem pular d “coração” da Caa. seuctidian e peleja ubjetiva trazem humanidade à narradra. Talvez, na

Caa, a partir de ua pernicaçã, tenham entã uma cnciência

própria da autra bre cau d ertã e de cm, prventura,

ele e dedbram n ambiente familiar em ua diferente geraçõe.

Anal, que eria dela em eu peculiare mradre? Em term

gegrác, para nã perderm a reexã: que eria d epaç em

er human?



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Apreentam a Caa em eu crp, alma e craçã para

cmpreenderm que tal cntruçã cntitui-e em bjet-ujeit

de etud na trama rmaneca de Natércia Camp. Enquant bjet-

ujeit de etud, a Caa, cm expreã de ua cnciência, tem a

(bre)vivência humana cm bae. sua bae etruturai, prtant,

ã terrena, prém ua bae imbólica ã devera humana. É

epaç vivid enquant ser, pível ccinalmente, impível na

realidade (MARTINs, 2007), e n rmance repnável pr n eninar

um puc mai bre a dimenã d habitar human. Percebam

agra, cm mair acuidade, tal habitar.

P : , C

o angue é exempl metafóric da uidez que crp puem

em ua diferente ecala; d crp human a crp Terra. o crp

da Caa nã fge deta ingela regra: e intitui imblicamente

quand habitad pel hmem, pel Ser-humano: er-na-caa é er-

etar-n-mund.

É dentr dee cntext que breve crítica bre a percepçã gegráca

da Caa pde er realizada. Anal, tradicinalmente a Gegraa tem

percebid apect fíic-etruturai da caa em relaçã cm a

natureza que a circunda em cntrapiçã à pibi lidade d habitar

que ela cntém. Pibilidade multiecalare em cnideraçã a

mviment que a dinâmica d habitar exige: “A epacialidade da

exitência é mviment e nã enraizament” (BEssE, 2006, p. 93).

Mviment nã mente d pa human, ma também de ua

vntade, nh, crença, devanei, ideai. Mviment, prtant,

também de ua repreentaçõe.

Dentr de na cmpreenã de Gegraa, entendem ee

cnheciment, aim cm Eric Dardel, analiad pr Jean-Marc Bee

(2006, p. 85), “cm uma dimenã riginária da exitência humana”.

Para darm cntinuaçã à interpretaçã d rmance A Casa, é

nea dimenã riginária que n aprtam nete mment, pi

ctidian da Caa n traz tda a pluralidade de apect que a

preenchem, caracterizand aim, eu epaç vivid e a gegracidade

que a permeia a partir da vivência epaciai de eu mradre.

Aim end, n rmance, há uma frte relaçã entre ctidian

d mradre da Caa e ua crença, med, deej, lembrança.

Caracterítica própria d pernagen ertanej permead

pr ant, dit ppulare e hábit peculiare, prveniente d

incretim étnic-cultural d aqui cm além-mar: “A upertiçõe

de além-mar lg e aliaram à que aqui exitiam” (CAMPos, 2004, p.

13).

o santos ã cmumente citad e cada um, a ua maneira, tem

uma erventia. E ua erventia principal, entre a paragen árida d

ertã, é em relaçã a milagre da chuva que, mem cm a frça

de diver ant, teima em nã chegar. A paagem eguinte n

demntra bem i.

o hmen ubiram em um platô n dia de São Vicente paraepreitar vent, atearam fg em gravet em deixar que

chamejaem e a fumaça ubiu linheira em vez de epalhar-e cm a água. Deceram acabrunhad e eperaram diade Nossa Senhora da Purifcação, Nossa Senhora das Candeias,para à nite acenderem ua vela e rgarem mudança ntemp. Nee dia, batizaram nacid mrt e pagã,depejand uma mã de água na ua epultura, na prteirad currai e n caminh em cruz.o últim e terceir ant em que pueram eperança fi peregrin São José, ma nem neblina caiu durante eu dia ea nuven crreram célere. Alguém armu: “Vai-e tempcm vent”, quand n nal de març Vent sul pru



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franc pela madrugada e a raçã “ Ad Petendam Pluviam” era já ecutada pr td e rezada pela mulhere n quart dratóri de jacarandá, de trê prta, cm ua efígie e vela,em tm de úplica. A palavra aim anunciada deencantarama epera e entã td a um ó temp entiram que lhe eradetinad. o alt negr bant ilenciu, na nite, malembe,

eu cant rgatóri. Há muit fra pta a imagem de SantoOnofre, vltada de cta, lhand para dentr da depena paragarantir a ubitência d aliment e para que nã faltaequem dele e nutrie (CAMPos, 2004, p 22 – grif n).

Tia Alma (Maria), “aim chamada pel brinh pr er dela

devta” (CAMPos, 2004, p. 25), é a mradra de mair “intimidade”

cm ant. Reza para mrt e benze que nacem; prediz

acnteciment junt a vivente e, nã tend e caad, cuida d

eu brinh.

o diferente tempos também exprimem atitude epecíca que,cm pdem perceber, cm mair u menr ênfae, têm reex

epaciai. Temp que rememram epaç. Temp guiad pel

velh gnômn, relógi d l, a exempl da hra da miragen em

plen mei-dia “em que demôni libertam-e”; hra “nde há de

e fazer eta” (CAMPos, 2004, p.10) e temp lng da etaçã

da chuva. A Caa revela:

É empre na etaçã da chuva que retrnam a velha hitória.[...] Nea etaçã relembr clamr da frça da natureza que

e deencadeiam intemprai e eterna. Lembr-me d inícid meu depertar. Vlt à cntruçõe: d curral, cuja prteiracava n entid d nacente para aegurar a prperidade aant gad, d cemitéri e da capela, cm eu in de brnze,temperad cm ur, arte d metre urive para dar-lhe mairnridade e, muit depi, d açude repreand a água dbqueirã d riach da Jandaíra (CAMPos, 2004, p. 17, 18).

A crenças nã pdiam er aigida, pi cm diz Bent

(pernagem dtad de pdere de cura, aim afrtunad pr ter

chrad n ventre matern): “Nã e deve deixar drmir n ecur

dente grave nem menin pagã. A chama acea em vigília prtege

que tant carecem. É maldiçã mrrer em vela” (CAMPos, 2004,

p. 16). ou cm dea Tia Alma: “Nã e deve prnunciar nme de

alguém que já mrreu para nã interrmper eu repu, fazend-

vltar. Ante d nme pnham a palavra – nad –, pi ele a uvi-la

aberá ua nva cndiçã” (CAMPos, 2004, p. 29). Maneira íntima

de etabelecer relaçã cm epaç: na ecuridã d epaç que deve

ter a preença iluminada de uma vela para que nã e mrra maldit

e n neceári deapeg d epaç pr parte daquele que já partiu.

Já ditados populares eram tã vali quant é hje a mderna

ciência. Dea a narradra, depi de já ter preenciad tant

naciment e mrte em ua vida alngada de caa: “Cada vivente

já vem temperad; dele própri é quae nada” (CAMPos, 2004,

p. 32). E mem a parteira a fazer naciment de Cutódi, lh

prblemátic que nacera cm um ext ded: “se Deu marcu,

alguma cia lhe achu” (CAMPos, 2004, p. 44). Exempl de cert

determinim mit-genétic, marcad pela experiência daquele que

já há muit preenciam cau d mund.

Nee breve exempl, vale dizer que ant, temp, a

crença e ditad ppulare ã ingela demntraçõe de cm

aquele que perpaam a Caa (bre)vivem entre e além de ua

parede, trazend aim, a nçã de ua vivência n epaç, eu

habitar. sã element n rmance que repreentam e n eninam,

em epecial, a gegracidade que mem pui a partir da atitude

epaciai quai pntuam.

Junt a i, certamente, pderíam detacar atitude mai

evidente quant à gegracidade da Caa cm, ctidian da



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czinha, “ lar da caa” (CAMPos, 2004, p.28), cm eu rat

vigilante e redre de bra, a pilha de acha de lenha, de pr

na braa, de pilõe e almfarize de pedra e de vaura a cumprirem

eu trabalh. Pderíam também n lembrar da arrumaçã da bela

Maria, caada cm um d irmã d malvit Cutódi, a qual n

rmance é “[...] incanável na difícil arte de arrumar, pôr em rdem e

manter empre limp quart e ala” (CAMPos, 2004, p. 49), e que

pr nã uprtar a difícil triteza de nã pder ter um lh, uicida-e

em um d quart da caa que a partir de entã e trna ambrad;

um epaç tpfóbic.

Pdem agra repetir a pergunta que ante já zem, prém cm

algun acrécim. o que eria da Caa, prtant, em eu ingel

mradre e ua crença, med, prblema, em ctidian human

e ua atitude epaciai? Repndam: certamente mera habitaçã,

aim cm gtavam de perceber n clega geógraf

tradicinai e nepitivita a caa daqui e d’alhure. seria Caa

cm “c” minúcul. Trite caa que, a nal da hitória, exatamente

pr nã puir mai mradre para abrigar e prteger, cm ua

telha, d tórrid l e da ecaa chuva, entind-e aim vívida,

decana em nh debaix d’água.

Fiquem, pr m, cm uma eencial reexã bre a arte,

elabrada pr aquele que é um d mai célebre artita da língua

prtuguea: Fernand Pea. Expreã de ua enibilidade e

cnciência da imprtância da arte para a cmpreenã d er-n-

mund.

o valr eencial da arte etá em ela er indíci da paagem dhmem n mund, reum da ua experiência emtiva dele; e,cm é pela emçã, e pel penament que a emçã prvca,que hmem mai realmente vive na terra, a ua verdadeiraexperiência, regitra-a ele n fat da ua emçõe e nã na

crônica d eu penament cientíc, u na hitória d euregente e d eu dn (PEssoA, 1976, p. 218).

Ei na Gegraa! Precupada, cm aniara Jhn Kirtland

Wright, cm lugar da imaginaçã na análie gegráca. Ei ela

apreentada na cmpreenã d rmance de Natércia Camp e deua imaginaçã literária.

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submetid em Fevereir de 2011.

Reviad em Mai de 2011.

Aceit em Mai de 2011.

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