Gerais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA DISCIPLINA: FARMACODINÂMICA CURSO: FARMÁCIA PROFESSOR: MARIA DO SOCORRO CORDEIRO FERREIRA EFEITOS DE ANESTÉSICOS GERAIS EM Mus musculus Anna Layse Barros da Silva Oliveira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

CENTRO DE CINCIAS DA SADE

DEPARTAMENTO DE BIOQUMICA E FARMACOLOGIA

DISCIPLINA: FARMACODINMICA

CURSO: FARMCIA

PROFESSOR: MARIA DO SOCORRO CORDEIRO FERREIRA

EFEITOS DE ANESTSICOS GERAIS EM Mus musculusAnna Layse Barros da Silva Oliveira

Teresina - PI

ABRIL/ 2011

INTRODUO

Os anestsicos gerais so uma classe de frmacos usados para deprimir o sistema nervoso central em grau suficiente para permitir a realizao de cirurgias e outros procedimentos nocivos ou desagradveis. uma classe de frmacos estruturalmente variados que provocam um porto final comum um estado comportamental chamado anestesia geral. No sentido mais amplo, a anestesia geral pode ser definida como uma depresso global, mas reversvel da funo do sistema nervoso central (SNC), resultando na perda de percepo e resposta a todos os estmulos extremos. Os componentes essenciais do estado anestsico so a imobilizao, a amnsia e a atenuao das respostas autnomas estimulao nociva. Os anestsicos gerais podem ser administrados por meio de diferentes vias, mas prefere-se a administrao intravenosa ou inalatria, pois as doses eficazes podem ser administradas com maior preciso e o tempo de ao pode ser controlado de modo mais cauteloso. (GOODMAN & GILMAN, 1996).

O experimento realizado teve por objetivo demonstrar a ao dos anestsicos inalatrios (ter) em Mus musculus e comparar os efeitos do anestsico tionembutal sdico (tiopental) com relao dose, administrado via intraperitoneal no animal da mesma espcie.

MATERIAL E MTODO

O experimento foi dividido em duas partes: na primeira, verificou-se a ao dos anestsicos volteis em camundongos, utilizando-se como representante, o ter; na segunda, verificou-se a ao com relao dose do anestsico Tiopental (Tionembutal Sdico).

Na primeira parte, para a demonstrao da ao do anestsico inalatrio, foram utilizados dois funis com capacidade para 2,5 e 5,0 mL, com seus orifcios vedados com esparadrapo. Colocou-se dentro de cada funil um camundongo e vaporizou-se, utilizando chumao de algodo, 3 mL de ter em cada frasco. Posteriormente observou-se o tempo de induo do anestsico para cada animal.

Na segunda parte, para comparao dos efeitos anestsicos em relao dose de tionembutal sdico, injetou-se em dois camundongos previamente pesados, 2,5 mg/Kg e 5,0 mg/Kg respectivamente por via intraperitoneal do referido anestsico. Observou-se os animais at que os mesmos perdessem o reflexo de postura com conseqente induo da anestesia e posteriormente, verificou-se se havia a recuperao dos animais, durante 90 minutos e observou-se quanto tempo cada animal ficou anestesiado (sleeping-time).

RESULTADOS

TABELA 1.0 - TEMPO DE INDUO DA ANESTESIA POR TER EM DUAS COBAIAS DA ESPCIE Mus musculus, COLOCADOS EM CAMPNULAS DE DIFERENTES VOLUMES. TERESINA (PI), 2011.

Volume das campnulas (L)Tempo de induo da anestesia (min)

2,53 min

5,06 min

LEGENDA: min : Minutos; L: litros

FONTE: LABORATRIO DE BIOQUMICA E FARMACOLOGIA DA UFPI. ALUNOS DE FARMCIA, 1 PERODO DE 2011.TABELA 2.0 - TEMPO DE INDUO DE ANESTESIA E SLEEPING-TIME EM DUAS COBAIAS DA ESPCIE Mus musculus APS INJEO INTRAPERITONEAL DE TIOPENTAL EM DIFERENTES DOSES. TERESINA (PI), 2011.

Dose

(mg/Kg)Tempo de induo de anestesia

(min)Sleeping-Time

(min)

25No sofreu anestesia(*)

508(*)

LEGENDA: -: No ocorreu induo anestsica; (*): Presente at o fim da prtica; min: Minutos.

FONTE: LABORATRIO DE BIOQUMICA E FARMACOLOGIA DA UFPI. ALUNOS DE FARMCIA, 1 PERODO DE 2011.DISCUSSO

Os anestsicos gerais provocam um conjunto de alteraes dos componentes do comportamento ou da percepo. Os componentes do estado anestsico incluem amnsia, imobilidade em resposta estimulao nociceptiva, atenuao das respostas autnomas estimulao nociva, analgesia e inconscincia. (GILMAN, 2003)

Os efeitos anestsicos so divididos em quatro estgios de profundidade crescente de depresso do sistema nervoso central: 1) estgio da analgesia: a princpio, analgesia sem amnsia, depois, a amnsia aparece; 2) estgio de excitao: delrio, excitao e amnsia, respirao irregular, nsia de vmitos e vmitos, incontinncia; 3) estgio de anestesia cirrgica: retomada da respirao regular at cessao completa da respirao espontnea; 4) estgio de depresso bulbar: comea quando cessa a respirao espontnea, depresso do centro vasomotor do bulbo e centro respiratrio, sem apoio respiratrio e circulatrio total ocorre a morte. (KATZUNG, 2003).

Os principais anestsicos gerais so administrados por via inalatria ou intravenosa. Os anestsicos inalatrios so alguns dos muito pouco agentes farmacolgicos administrados como gases (GILMAN, 2003). Segundo KATZUNG, 2003, a concentrao de um gs individual numa mistura de gases proporcional tenso ou presso parcial. Com freqncia, esses termos so empregados como sinnimos ao referir-se aos vrios processos de transferncia de gases anestsicos no organismo. A obteno de uma concentrao cerebral adequada de um anestsico para produzir anestesia exige a transferncia desse anestsico do ar alveolar para o sangue e, em seguida, para o crebro. A taxa em que determinada concentrao de anestsico alcanada no crebro depende das propriedades de solubilidade do anestsico; taxa de ventilao pulmonar; fluxo sangneo pulmonar; gradiente de concentrao (presso parcial) do anestsico entre o sangue arterial e o sangue venoso misto; e sua concentrao no ar inspirado. Os efeitos provocados pela ao de um anestsico geral inalatrio podem ser observados na TABELA 1.0, quando o camundongo da espcie Mus musculus foi submetido ao ter atravs da inalao do mesmo dentro da campnula. possvel constatar que o camundongo da campnula de menor volume (2,5 L), e conseqentemente maior concentrao no ar inspirado, apresentou induo anestsica em menos tempo (3 minutos) que a cobaia do frasco de maior volume (5 L), que teve induo da anestesia aps 6 minutos, o dobro do tempo da induo no animal da campnula de menor volume, de acordo com o esperado, segundo KATZUNG, 2003, que afirma que a concentrao de um anestsico na mistura gasosa exerce efeitos diretos sobre a tenso mxima passvel de ser obtida nos alvolos, bem como na taxa de aumento de sua tenso no sangue arterial. Aumentos na concentrao do anestsico inspirado produzem uma elevao na taxa de induo da anestesia ao aumentar a taxa de transferncia para o sangue, de acordo om a Lei de Fick. Por isso com um volume menor o anestsico est mais concentrado, possibilitando uma induo da anestesia mais rpida.

Segundo SILVA, (2006) o ter o analgsico inalatrio mais antigo no sendo mais utilizado principalmente por possuir um potencial inflamvel. O ter possibilitou por apresentar ao central de incio lento em virtude de sua elevada solubilidade no sangue, a determinao dos sinais e sintomas da anestesia pela observao de seus efeitos.

So utilizadas varias drogas por via intravenosa, isoladamente ou em associao a outras drogas, pra produzir anestesia, como componentes de uma anestesia balanceada, ou para sedao de pacientes em unidade de tratamento intensivo, que precisam ser ventilados mecanicamente por perodos prolongados de tempo (...) Embora se disponha de vrios barbitricos de ao ultra-curta, o tiopental o mais comumente utilizado na induo da anestesia, muitas vezes em associao com anestsicos inalatrios. (KATZUNG, 2003)

O tiopental um barbitrico comumente utilizado para induo anestsica, aps injeo o tiopental atravessa rapidamente a barreira hematoenceflica e, quando administrado em dose suficiente, produz perda da conscincia (hipnose) em um tempo de circulao. O tiopental sobre rpida difuso para os outros tecidos altamente vasculares, com redistribuio para o msculo e gordura. Devido a essa rpida remoo do tecido cerebral, o tiopental em dose nica produz apenas um breve perodo de inconscincia. (KATZUNG, 2010). Segundo Silva (2006), em altas doses, o tiopental produz uma reduo dose-dependente da presso arterial, do volume sistlico e do dbito cardaco. Isso se deve, sobretudo, a seu efeito depressor miocrdico e ao aumento da capacitncia venosa; observa-se pouca alterao na resistncia perifrica total. O tiopental, semelhana de outros barbitricos, um potente depressor respiratrio, que diminui a sensibilidade do centro respiratrio bulbar ao dixido de carbono. O efeito da administrao intraperitoneal do tiopental nos camundongos da espcie Mus musculus pode ser comparada com relao s suas respectivas doses, 2,5 e 5,0 mg/Kg, aplicadas conforme a TABELA 2.0, a dose menor foi capaz de induzir anestesia em um tempo mais demorado que aquele observado no camundongo que recebeu a dose mais elevada. Ainda foi possvel se observar todos os sinais gerados pela ao do anestsico sobre a cobaia, assimilando-se uma queda crescente da frequncia cardaca e da frequncia respiratria, que aps cerca de 30 minutos, mostrou-se rtmica e bastante diminuda se comparada com aquela apresentada pelo animal antes da anestesia, provavelmente devido ao depressora respiratria do anestsico, conforme listado na literatura. Ainda foi possvel observar-se que esses efeitos depressor respiratrio e miocrdico foi bem mais pronunciado sobre o animal que recebeu maior dose do anestsico, se comparado com a cobaia que recebeu a menor dose.

O Sleeping-time no foi possvel ser constatado, j que no foi possvel se observar a recuperao esperada dos animais durante os 90 minutos do experimento. Isso pode ser devido ao fato dos animais terem muito pouco peso, e a dose ter sido muito elevada para haver a rpida recuperao dos animais.

A dose tpica de induo do tiopental (3-5 mg/kg) produz inconscincia em 10-30 s, com o efeito mximo aps 1 min e a durao da anestesia sendo de 5-8 min. O principal mecanismo que limita a durao da anestesia aps doses nicas a redistribuio deste frmaco a partir do crebro para outros tecidos. (GILMAN, 2003).

CONCLUSO

Atravs do experimento realizado foi possvel se atestar a ao dos anestsicos gerais ter e Tionembutal sdico, bem como seus efeitos sobre o organismo, podendo-se verificar as diferentes reaes dos animais com relao s mudanas na concentrao do anestsico utilizado, sendo que as espcies que receberam os anestsicos em maior concentrao apresentaram um menor o tempo de induo, embora o sleeping-time no possa ter sido observado.

REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS

GILMAN, A.G., RALL, T.W., NIES, A.S., TAYLOR, P. As bases farmacolgicas da teraputica. 10.ed. McGraw-Hill Interamericana,2003.

GOODMAN, L. S. & GILMAN, A. As bases farmacolgicas da teraputica. 9.ed. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 1996.

KATZUNG, B. G. LOFHOLM, P. et al. Farmacologia Bsica e Clnica. 8 ed. Rio de Janeiro(RJ): Guanabara Koogan, 2003.

KATZUNG, B. G. Farmacologia Bsica & Clnica. 10 ed. Porto Alegre, McGraw-Hill, 2010.

SILVA, P. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.