Gerard Vergnaud

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- Prof. Jorge Tarcísio da Rocha Falcão http://planeta.terra.com.br/educacao /jorgefalcao Universidade Federal de Pernambuco Departamento de psicologia Psicologia 7 - Mémória e aprendizagem •A contribuição pós-piagetiana de Gérard Vergnaud Módulo 1 Aula 8

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- Prof. Jorge Tarcísio da Rocha Falcão http://planeta.terra.com.br/educacao/jorgefalcao

Universidade Federal de Pernambuco

Departamento de psicologia

Psicologia 7 - Mémória e aprendizagem

•A contribuição pós-piagetiana de Gérard Vergnaud

Módulo 1 Aula 8

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Gérard Vergnaud: ex-orientando e ex-discípulo de Piaget

1. Pontos em comum com o construtivismo piagetiano: Ênfase num sujeito cognoscente ativo e intensamente participante no processo de desenvolvimento Aceitação de estruturas de funcionamento cognitivo Aceitação de invariantes operatórios

2. Principais divergências:

• Teoria da referência: o conhecimento é sempre conhecimento DE ALGUMA COISA • Crítica a uma perspectiva de desenvolvimento fundada em estágios totalmente ordenados (hierarquia rigorosa)• Proposição de conhecimentos pré-conceituais (“conhecimentos-em-ação”).• Ênfase em campos conceituais, bem como numa estrutura tríplice para os conceitos.

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A psicologia da aprendizagem e do conhecimento “no intransitivo”:

“Fatores gerais” de inteligência;

Gestores metacognitivos de alto nível (heurísticas do tipo General Problem Solver - Inteligência Artificial);

Princípios gerais de aprendizagem;

Pedagogia enquanto prática propedêutica geral (Educational Technology, Centros de Educação...)

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“A psicologia não pode pretender reduzir os conceitos próprios da matemática, das ciências e de outros campos de saber e de “saber-fazer” ao desenvolvimento de estruturas lógicas gerais”.

Gérard Vergnaud

A psicopedagogia geral [genérica] é insuficiente para guiar a ação do professor.

Princípios pedagógicos

gerais

Didática de conteúdos específicos

Psicologia da aprendizagem DE alguma coisa

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Obstáculos à aprendizagem:(cf. Gaston Bachelard)

PsicológicosEpistemológicos

Dificuldades inerentes a iniciativas do professor no esforço de auxiliar seus alunos a aprenderem:

• “Pizza” para as frações

• “Balança” para a álgebra.

Didáticos

Dificuldades inerentes a domínios de conteúdo específicos:

• Matemática• Física• Moral• (...)

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A ordem de complexidade crescente das noções construídas pelos alunos em matemática não é uma ordem total linear, no sentido de que o aluno deveria aprender primeiro a noção A, depois a noção B, etc:

A B C D E F ...

Trata-se antes de uma ordem parcial de múltiplos ramos:

A D

C F I

B E G J H

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Conhecimentos-em-ação: competências efetivas em contextos culturais específicos, porém dificilmente explicitáveis

• Dificuldade em transmitir tais competências de forma tradicional (ambientes de ensino-aprendizagem tipo escolar).

• Aprendizagem de tais competências via tutoria e imitação (formação do aprendiz)

• Possibilidade de passagem de tais competências-em-ação para a condição de competências conceituais, graças à explicitação.

Associação de linguagem (senso lato).

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A idéia de “campos conceituais” aplicada ao esforço de ensino-aprendizagem:

a) Determinado aspecto de um campo conceitual é eleito para ensino em sala-de-aula. (Ex: números racionais, álgebra, estruturas multiplicativas, etc.).

b) O professor tenta previamente visualizar conexões desse conteúdo com outros conteúdos matemáticos, no âmbito de um campo de conceitos interligados, recorrendo a suas próprias construções.

c) O professor escolhe em seguida determinado recorte no âmbito do campo que ele pôde previamente construir.

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d) O professor visualiza situações e variáveis didáticas relevantes para a montagem de um ambiente de ensino-aprendizagem, de forma temporalmente organizada em termos de uma seqüência didática.

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Conceito

Invariantes operatórios

Situações de uso na cultura

Suportes simbólicos

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“Eu sou freqüentemente identificado como um cognitivista piagetiano, e é verdade que é esta minha orientação de base, mas ao mesmo tempo eu tenho sido levado a atribuir ao jogo de significantes lingüísticos e simbólicos [em geral] um papel muito mais importante do que aquele classicamente admitido por Piaget; além do mais, sendo as aprendizagens escolares intrinsecamente de natureza social, torna-se impossível não levar em conta que o conhecimento não seria o que é se não fosse social, assim como os processos de apropriação de conhecimentos não seriam o que são se a interação interindividual não desempenhasse um papel essencial. Isto não significa de forma nenhuma que o papel próprio ao sujeito [individual] seja minimizado: o reconhecimento de um invariante pode ser mediado pela interação social, mas persiste em última instância como um ato próprio do sujeito.”

“(...) os conhecimentos [científicos e matemáticos] cuja aprendizagem eu estudo têm um caráter social nítido e independente do sujeito [que se dispõe aprender]. Uma criança não constrói uma disciplina científica. Mas ele não será capaz de apreendê-la sem um trabalho ativo de “reconstrução”, ao menos parcial.”

(G. Vergnaud, Quelques idées fondamentales de Piaget intéressant la didactique - artigo a ser publicado).

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Sumário da contribuição de G. Vergnaud à psicologia da aprendizagem:

• 1 - Preconiza-se a passagem de uma psicologia da aprendizagem genérica para o estudo da aprendizagem de conteúdos específicos.

- Abordagem necessariamente interdisciplinar;

- Outro papel para o psicólogo escolar.

• 2 - Preconiza-se a existência de competências pré-simbólicas, fundadas numa “sabedoria prática” ou “sabedoria do corpo”. • 3 - Propõre-se a organização dos conhecimentos aprendidos em campos conceituais, com conceitos por suia vez baseados em invariantes lógicos, situações de uso e suportes simbólicos.