GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES DE PRODUTO … · melhor gestão de seus estoques de produtos acabados,...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES DE PRODUTO ACABADO EM UMA EMPRESA METALÚRGICA. Alex Rocha Lajeado, dezembro de 2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO

GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES DE

PRODUTO ACABADO EM UMA EMPRESA

METALÚRGICA.

Alex Rocha

Lajeado, dezembro de 2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO

GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES DE

PRODUTO ACABADO EM UMA EMPRESA

METALÚRGICA.

Alex Rocha

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia da Produção do Centro Universitário UNIVATES, para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia da Produção.

Orientador: Rogério Antônio Kober

Lajeado, dezembro de 2007

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RESUMO

O gerenciamento dos estoques de produtos acabados envolvem organização, infra-estrutura e

custos. Neste sentido, o trabalho contempla uma análise estrutural, econômica e gerencial dos

estoques de produtos acabados, desenvolvendo cálculos de estoque de segurança, estoque

máximo e ponto do pedido. O estudo de caso foi realizado em uma empresa metalúrgica,

especializada em elementos de fixação, cujos principais clientes são montadoras automotivas.

Considerando o número excessivo de itens, utilizou-se a Análise ABC para classificar os

produtos de acordo com sua relevância financeira. Como técnica do gerenciamento dos

estoques, o Kanban, já utilizado na empresa, é descrito e reavaliado no processo de

armazenamento e fabricação dos produtos. Visto a importância dos estoques para a

organização, o estudo sugere melhorias e implementação de modelos para a gestão e controle

destes de forma eficaz e customizada. Também avaliou-se o desempenho do software

utilizado no controle dos estoques de produtos acabados propondo a criação de novos

módulos de consulta.

PALAVRAS-CHAVE: Análise ABC. Estoque de segurança. Ponto do pedido.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................10

1.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 11

1.2 Objetivos específicos.....................................................................................................11

1.3 Delimitação do estudo................................................................................................... 12

1.4 Justificativa....................................................................................................................12

1.5 Relevância do estudo.....................................................................................................13

1.6 Estrutura do trabalho..................................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................15

2.1 Administração da Produção...........................................................................................15

2.1.1 Administração da produção e operações (APO)....................................................15

2.1.2 Estratégia de produção...........................................................................................16

2.1.3 Planejamento e controle da produção.................................................................... 17

2.1.4 Natureza da demanda.............................................................................................17

2.1.5 Capacidade de produção........................................................................................ 18

2.2 Administração de materiais........................................................................................... 20

2.2.1 Conceito.................................................................................................................20

2.2.2 Estrutura e organização..........................................................................................20

2.2.3 Fluxo de Materiais................................................................................................. 21

2.3 Estoques.........................................................................................................................24

2.3.1 Conceito.................................................................................................................24

2.3.2 Função dos estoques.............................................................................................. 24

2.3.3 Tipos de estoques na gestão da produção.............................................................. 25

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2.4 Custos de estoques.........................................................................................................27

2.4.1 Custos associados à falta de estoque..................................................................... 31

2.4.2 Custo de manutenção de estoque...........................................................................31

2.5 Níveis de estoques ........................................................................................................ 32

2.5.1 Curva dente de serra.............................................................................................. 32

2.5.2 Estoque mínimo.....................................................................................................34

2.5.3 Estoque de segurança.............................................................................................34

2.5.4 Estoque máximo.................................................................................................... 37

2.5.5 Giro de estoque...................................................................................................... 37

2.5.6 Lote econômico de compra – LEC........................................................................ 38

2.6 Sistema Just-in-Time.....................................................................................................39

2.6.1 Mecânica do Kanban............................................................................................. 40

2.7 Política de ressuprimento..........................................................................................42

2.8 Análise ABC..................................................................................................................43

2.9 Gestão de Estoques........................................................................................................45

2.9.1 Indicadores para gestão de estoques...................................................................... 45

2.9.2 Inventário do estoque.............................................................................................46

2.9.3 Acuanário dos controles........................................................................................ 46

2.9.4 Medição e contagem.............................................................................................. 46

2.9.5 Estoque para demanda........................................................................................... 47

2.9.6 Localização dos estoques de produto acabado...................................................... 47

3 METODOLOGIA............................................................................................................... 50

3.1 Tipos de pesquisa.......................................................................................................... 50

3.2 Universo da amostra...................................................................................................... 52

3.3 Coleta de dados............................................................................................................. 52

3.4 Tratamento e apresentação dos dados........................................................................... 53

3.5 Limitação do método.....................................................................................................54

4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.............................................................................55

4.1 Razão Social.................................................................................................................. 55

4.2 Endereço........................................................................................................................ 55

4.3 Ramo de atividade......................................................................................................... 55

4.4 Visão e Missão da empresa........................................................................................... 56

4.4.1 Visão...................................................................................................................... 56

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4.4.2 Missão....................................................................................................................56

4.5 Histórico da empresa..................................................................................................... 56

4.6 Linha de produtos.......................................................................................................... 56

4.7 Processo produtivo........................................................................................................ 57

4.7.1 Controle da qualidade............................................................................................ 58

5 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL.....................................................................................59

5.1 Introdução......................................................................................................................59

5.2 Etapas do processo operacional ....................................................................................59

5.3 Controle dos estoques de produtos acabados................................................................ 63

5.3.1 Classificação dos itens em estoque........................................................................63

5.3.2 Classificação dos estoques.....................................................................................64

5.3.3 Entrada e saída dos estoques..................................................................................67

5.4 Localização dos estoques.............................................................................................. 67

5.5 Problemas observados na estocagem..............................................................................68

5.5.1 Localização das peças no estoque .........................................................................68

5.5.2 Obsolescência dos itens......................................................................................... 68

5.5.3 Reposição dos itens de estoque..............................................................................68

5.5.4 Entrada e saída de peças Kanban...........................................................................69

6 ANÁLISE DOS DADOS......................................................................................................70

6.1 Definição dos itens classe A..........................................................................................70

6.2 Diagnóstico para calcular o estoque de segurança ....................................................... 72

6.3 Ponto de pedido e estoque máximo...............................................................................74

7 PROPOSIÇÕES.................................................................................................................. 76

7.1 Sugestões de melhorias................................................................................................. 76

8 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 79

8.1 Sugestões para trabalho futuros ..............................................................................80

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 81

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - Fluxo contínuo de material.............................................................................23

FIGURA 02 - Fluxo sincrônico de material.......................................................................... 24

FIGURA 03 - Gráficos do tipo dente de serra (com e sem incerteza)................................ 34

FIGURA 04 - Estoque Kanban.............................................................................................. 65

FIGURA 05 - Estoque 300......................................................................................................66

FIGURA 06 - Estoque Físico..................................................................................................67

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

EDI Electronic Data Interchange

PCM Pino Centro de Mola

PCP Planejamento e Controle da Produção

JIT Just in Time

LEC Lote Econômico de Compra

LEF Lote Econômico de Fabricação

Emax Estoque Máximo

Emin Estoque Mínimo

ES Estoque de Segurança

PP Ponto de Pedido

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - Itens Obsoletos................................................................................................69

TABELA 02 - Demonstrativo do faturamento para classificação ABC ............................72

TABELA 03 - Produtos classe A............................................................................................72

TABELA 04 - Cálculo do estoque de segurança (em cento)................................................74

TABELA 05 - Representatividade do estoque de segurança na empresa..........................75

TABELA 06 - Valores do Ponto de pedido, Estoque máximo e estoque de segurança (em

cento)........................................................................................................................................ 76

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1 INTRODUÇÃO

Numa economia baseada em informação e conhecimento, onde as empresas deparam-

se com um mundo cada vez mais competitivo, que exige dos gestores tomada de decisões

ágeis e raciocínio lógico, não podemos deixar de observar a gestão dos estoques como

elemento fundamental para a redução e o controle dos custos totais e melhoria do nível de

serviço prestado pela empresa.

Com a globalização, o fluxo de produtos entre países cresceu significativamente,

resultando no aumento da concorrência e tornando os preços de venda extremamente

competitivos. Para as empresas se manterem no mercado, com resultados satisfatórios, focou-

se no aumento da produtividade, planejamento na área de compras e gestão dos materiais.

Neste cenário, muitas organizações adotaram como estratégia de mercado a manutenção de

estoques, para reduzir e evitar o atraso nas entregas de mercadorias, decorrentes do

prolongamento das distâncias entre o fornecedor e cliente.

É com este pensamento que as empresas estão dando uma atenção especial à

administração dos materiais, aplicando ferramentas e modelos de maximização dos resultados

e minimização dos custos.

Através de ferramentas/técnicas como Lote Econômico de Compra/Fabricação, Estoque Mínimo, Ponto de Pedido, Kanban, entre outros, é que se adquire subsídios para controlar a gestão de estoques. Com a aplicação destas ferramentas/técnicas, busca-se

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mensurar a quantidade mínima de materiais necessário em estoques, pois qualquer quantia aplicada em estoques ociosos pode acarretar perdas por quebra, obsolescência, deterioração, depreciação, além dos custos de armazenagem. Porém, a falta de materiais pode provocar o não cumprimento das obrigações gerando reclamações e conseqüentemente, na pior das hipóteses, a perda de clientes.

Neste propósito, o estudo será desenvolvido para auxiliar a empresa Hassmann S.A. na melhor gestão de seus estoques de produtos acabados, reestruturando-os e racionalizando seus níveis, de maneira a reduzir os custos e gerar melhor aproveitamento dos mesmos.

1.1 Objetivo Geral

Organizar e racionalizar os estoques de produtos acabados da empresa Hassmann S.A.

1.2 Objetivos específicos

- Levantar dados sobre a atual situação da empresa referente ao controle dos estoques de produtos acabados.

- Efetuar a classificação ABC dos estoques de produtos acabados.

- Propor a aplicação dos conceitos de estoque mínimo e/ou de segurança para os produtos acabados classe A.

- Definir as formas a serem utilizadas na administração dos estoques tipo A de acordo com a demanda dos clientes, adaptando o software já existente.

- Apurar possíveis problemas decorrentes da atual administração dos estoques de produtos acabados.

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- Propor a implementação de melhorias nos processos envolvidos na gestão dos produtos acabados. Os setores envolvidos são: vendas, expedição, estocagem e PCP.

1.3 Delimitação do estudo

Com o intuito de tornar mais eficiente o controle dos estoques de produtos acabados da

empresa Hassmann S.A, este projeto visa a realização da classificação ABC dos produtos,

cálculo do estoque de segurança, estoque máximo, ponto do pedido, obsolescência de peças

com mais de um ano de armazenagem e sugestões de melhoria. Salienta-se que os cálculos

desenvolvidos no estudo representarão apenas os produtos classe A resultantes da

classificação ABC.

O estudo de caso se limitará ao gerenciamento dos estoques de produtos acabados, no

setor de expedição, ao período de agosto a novembro de 2007. A utilização deste trabalho é

específica para a empresa estudada, porém seus conceitos podem ser aplicados para outras

empresas, podendo ser adaptados e modificados às mudanças que se fizerem necessárias.

O trabalho não contemplará os custos de estocagem dos produtos, decorrente da falta

de dados para o estudo. A análise do software responsável pelo armazenamento dos dados

será superficial, não considerando a modelagem do programa, mas sim quais as ferramentas

que ele poderia oferecer para auxiliar no controle dos estoques de produtos acabados.

1.4 Justificativa

Considerando que a empresa está inserida no segmento metal-mecânico, caracterizado pelo dinamismo e forte concorrência entre indústrias metalúrgicas, a Hassmann S.A utiliza o estoque como fator estratégico de negócio. Com o armazenamento de produtos acabados, a empresa garante um lead time de fornecimento ágil e rápido, resultando num diferencial perante a concorrência.

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Visto a importância dos estoques de produto acabado para a empresa Hassmann S.A, o estudo pretende realizar uma análise estrutural, econômica e gerencial, sugerindo melhorias e implementações de modelos para melhor executar sua administração.

Com este trabalho o aluno busca aperfeiçoar seus conhecimentos na área descrita e concluir o curso de graduação em Engenharia da Produção.

1.5 Relevância do estudo

O estudo torna-se relevante ao realizar uma análise da situação atual da empresa

Hassmann S.A e visualizar as falhas do processo e possíveis ganhos de rendimentos. Neste

sentido, através da observação e desenvolvimento de cálculos relacionados aos estoques,

procurou-se as causas da ocorrência de multas por atraso de entrega, excessos de fabricação

dos itens, perdas de tempo na localização das peças no estoque e minimização de espaço para

armazenamento dos mesmos.

Também, através da geração de dados e informações referentes ao processo dos

estoques, encadeou-se o interesse dos colaboradores em aprender e aplicar alguns conceitos

que auxiliarão no melhor controle de suas atividades resultando em ganhos de produtividade

no serviço.

Considerando que a empresa utiliza como estratégia de negócio a rapidez de entrega e

flexibilidade de fabricação, torna-se necessário administrar corretamente a produção e o

armazenamento dos estoques. Nesta ideologia, a proposta deste trabalho visa o

desenvolvimento de cálculos ligados ao gerenciamento dos estoques para auxiliar a tomada de

decisão da gerência de produção e evitar perdas de lucratividade.

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1.6 Estrutura do trabalho

Este trabalho é composto de oito capítulos, além de anexos.

O primeiro capítulo é introdutório, trata sobre os objetivos, geral e específicos, a

relevância, a delimitação do estudo e da estrutura do trabalho.

No capítulo seguinte é desenvolvido o referencial teórico, onde descrevem-se algumas

idéias de autores ligados a área de estudo para melhor compreensão dos assuntos abordados.

A metodologia utilizada no estudo é abordada no terceiro capítulo informando os

procedimentos usados para obtenção dos dados analisados.

No quarto capítulo encontra-se a caracterização da empresa onde foi desenvolvido o

estudo.

Decorrente, apresenta-se o diagnóstico situacional da empresa pesquisada.

A análise dos dados é apresentada no sexto capítulo.

Encontram-se, no sétimo capítulo, as proposições contendo sugestões de melhoria

dadas para que a empresa possa efetuar mudanças.

O oitavo capítulo trata das considerações finais do trabalho, das limitações do estudo e

das sugestões para trabalhos futuros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Administração da Produção

2.1.1 Administração da produção e operações (APO)

Slack et al. (1999, p. 25) entende que a administração da produção “[...] trata da

maneira pela qual as organizações produzem bens e serviços”. Afirmam que as

responsabilidades dos gerentes de produção podem ser diretas e/ou indiretas pela coordenação

das atividades da organização. As responsabilidades diretas são:

- entender os objetivos estratégicos da produção;

- desenvolver uma estratégia de produção na organização;

- moldar produtos, serviços e processos da produção;

- planejar e controlar a produção;

- melhorar o desempenho da produção.

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As responsabilidades indiretas são:

- informar aos outros departamentos sobre oportunidades e restrições da capacidade

instalada da produção;

- discutir sobre os planos de produção com os demais departamentos;

- ajustar as funções para ter melhor resposta na linha de produção.

Conforme Gaither e Frazier (2004), a administração da produção e das operações é o

processo onde ocorre a transformação dos insumos em produtos ou serviços dentro de uma

organização. Estes insumos representam as matérias-primas, as tecnologias, o dinheiro, o

pessoal, as máquinas, os prédios e as informações. As pessoas que administram esta operação

são denominadas de gerentes de produção e têm por principal preocupação controlar o

processo de transformação ou fabricação.

2.1.2 Estratégia de produção

Slack et al. (1997) menciona que a estratégia de produção é a maneira pela qual ela

pretende contribuir para o alcance dos objetivos da organização, além de trazer a orientação

geral que deve nortear as tomadas de decisões na produção, formulando diversos projetos de

planejamento e controle da produção (PCP) e melhorias contínuas.

Ritzmann e Krajewski (2004) definem que o planejamento estratégico da produção

busca maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões

nas empresas.

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2.1.3 Planejamento e controle da produção

Segundo Slack et al. (1999), o PCP preocupa-se em gerenciar as atividades da

operação produtiva de modo a satisfazer a demanda dos consumidores. Algumas operações

são mais difíceis de planejar do que outras, como as que têm um alto nível de

imprevisibilidade. As operações ligadas diretamente aos consumidores podem ser difíceis de

controlar devido à natureza imediata de suas operações.

O propósito do PCP é garantir que a produção ocorra eficazmente e produza produtos

e serviços conforme solicitação do cliente. Para isso ocorrer, é necessário que estejam

disponíveis os recursos produtivos:

- na quantidade adequada;

- no momento adequado;

- no nível de qualidade adequado.

Se o planejamento e controle é o processo de conciliar demanda e fornecimento, então

a natureza das decisões tomadas para planejar e controlar uma operação produtiva dependerão

tanto da natureza da demanda como da natureza do fornecimento. Em seguida, tratar-se-á da

natureza da demanda.

2.1.4 Natureza da demanda

Conforme Slack et al. (1999), os conceitos de demanda dependente e independente

estão proximamente relacionados a como a operação escolhe responder à demanda. Por

exemplo, ao fazer previsões baseadas na história, e usá-las como seu melhor indicador do que

os espera para o futuro, é considerado uma operação de demanda independente.

Em condições de demanda dependente, uma operação somente vai começar o processo

de produção de bens ou serviço quando o processo anterior estiver finalizado, ou seja, a

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produção iniciará fabricação dos produtos a partir da confirmação do pedido do cliente. Cada

pedido aciona as atividades de planejamento e controle para organizar a sua produção. Este

processo pode ser chamado de obter recursos contra pedido (resource-to-order).

Outras operações podem ser suficientemente confiantes no histórico de demandas,

mantendo em estoques a maior parte dos recursos requeridos para satisfazer seus clientes. É

possível manter seus recursos transformadores, estoques intermediários, senão matéria-prima

em estoque. Todavia, vai ainda fazer o produto acabado e o serviço real somente contra um

pedido firme de consumidor. Este processo pode ser chamado fazer-contra-pedido (make-to-

order).

Algumas operações produzem bens ou serviços para estoque com antecedência em

relação a qualquer pedido firme. Operações desse tipo requerem um planejamento e controle

do tipo fazer para estoque.

2.1.5 Capacidade de produção

2.1.5.1 Conceito

Segundo Slack et al. (1999), a capacidade de uma operação é o máximo nível de

atividade de valor adicionado em determinado período de tempo, que o processo pode realizar

sob condições normais de operação.

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2.1.5.2 Planejamento e controle da capacidade

Para Slack et al. (1999), o planejamento da produção e suas políticas de capacidade

influenciam diversos aspectos de desempenho.

- Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda (ou nível de

produção, se isso for diferente). Níveis de capacidade excedentes à demanda podem significar

subutilização de capacidade e, portanto, alto custo unitário;

- As receitas também serão afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda, mas

de forma oposta. Níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda em qualquer momento

assegurarão que toda a demanda seja atendida e não haja perda de receitas;

- O capital de giro será afetado se uma operação decidir produzir estoque de bem

acabado antecipando-se à demanda. Isto pode permitir atender à demanda, mas a organização

deve financiar o estoque até que seja vendido;

- A qualidade dos bens ou serviços pode ser afetada por um planejamento de

capacidade que inclui grandes flutuações nos níveis de capacidade, através da contratação do

pessoal temporário, por exemplo. O pessoal novo e a interrupção do trabalho rotineiro da

operação aumentariam a probabilidade de ocorrência de erros;

- A velocidade de resposta à demanda do cliente pode ser melhorada, seja pelo

aumento dos estoques (permitindo que os clientes sejam atendidos diretamente a partir do

estoque em vez de terem que esperar a fabricação dos itens) ou pela provisão deliberada de

capacidade excedente pera evitar filas;

- A confiabilidade do fornecimento também será afetada pela proximidade dos níveis

de demanda e de capacidade. Quanto mais próxima a demanda estiver da capacidade máxima

da operação, tanto menos capaz esta será para lidar com interrupções inesperadas e menos

confiáveis seriam seus fornecimentos de bens e serviços;

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- A flexibilidade, especialmente a de volume, será melhorada por capacidade

excedente. Se a demanda e a capacidade estiverem em equilíbrio, a operação não será capaz

de responder ao aumento inesperados da demanda.

2.2 Administração de materiais

2.2.1 Conceito

A administração de materiais engloba a seqüência de operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte no processo produtivo, em sua armazenagem com produto acabado, e finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. (Martins, 2003 p. 5)

Segundo Arozo (2002), a administração de materiais moderna é conceituada e

estudada como um sistema integrado em que diversos subsistemas próprios interagem para

constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos meios necessários ao

suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no tempo

oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo.

2.2.2 Estrutura e organização

Conforme Dias (1993), o sistema de materiais se subdivide em:

- controle de estoques é o setor que tem a finalidade de controlar, e acompanhar os

níveis de estoques e o investimento financeiro envolvido, sabendo que o estoque é a essência

de produção e vendas de uma empresa;

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- compras têm a responsabilidade de garantir os insumos para a produção, no momento

certo, na quantidade certa, e no menor preço possível, nunca esquecendo da qualidade dos

mesmos, pois sabemos que os insumos normalmente são a maior parcela dos custos dos

produtos acabados;

- almoxarifado é o local onde se armazenam os materiais, normalmente os

almoxarifados ficam próximos às linhas de produção e é também no almoxarifado que os

produtos adquiridos de fornecedores são recebidos;

- PCP é o setor responsável pela programação e pelo controle da produção, sendo um

setor muito importante nos dias de hoje, onde a demanda quase sempre é instável. E a

necessidade de trabalhar com estoques baixos, torna este setor um dos mais importantes da

empresa, pois é ele que faz a intermediação dos setores de produção, materiais e vendas e se

responsabiliza pelos ajustes necessários. Este setor normalmente fica subordinado a área de

produção, porém existem casos onde o PCP faz parte da área de materiais;

- importação: este procedimento não deixa de ser uma compra, porém feita no

exterior. Devido ao excesso de burocracia que envolve toda legislação e por ser uma atividade

compradora, também se subordina a área de materiais;

- transportes e distribuição é o setor responsável pela entrega dos produtos acabados

aos clientes e disponibilização da matéria-prima ao posto de trabalho para

transformação/processamento.

2.2.3 Fluxo de Materiais

Segundo Arozo (2002), o fluxo se inicia com a previsão de demanda, que irá servir

como input para o planejamento de produção. A partir deste planejamento define-se a

necessidade de compra de matéria-prima, cuja programação deve respeitar os lead-times de

fornecimento de cada fornecedor.

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2.2.3.1 Fluxo contínuo de material

Conforme Ching (2001), quando o pedido do cliente chega, ele é transmitido on-line

para a fábrica, e não para o depósito. A fábrica produz contra a demanda, em ciclos de

produção curtos e rápidos. Ela despacha o produto aos clientes, ou diretamente, ou por meio

do estoque regulador que pode ser apenas de consolidação de carga ou terminais. Dessa

forma, a demanda do cliente “puxa” o fluxo de material. Como pode-se visualizar na Figura

01.

Segundo este enfoque, estoque de produtos acabados é evitado tanto quanto possível,

especialmente estoque de segurança. A razão disso é que a produção ocorre contra a demanda

real. Um pequeno estoque, porém, pode ser produzido contra previsão, como estoque

regulador para facilitar o transporte e reduzir os custos.

FIGURA 01 - Fluxo contínuo de material

Fonte: Ching (2001), Gestão de Estoques, p. 52.

2.2.3.2 Fluxo sincrônico de material

Conforme Ching (2001), algumas das críticas a respeito do fluxo contínuo são de que

os fornecedores têm que responder as necessidades dos clientes em um lead time muito curto,

além de transferir os problemas de estocagem aos fornecedores, aumentando seus custos.

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O fluxo do material é balanceado de uma só vez ao longo do processo de

compras/produção/distribuição por um sistema automatizado de gestão de materiais. Esse

sistema fornece um fluxo sincronizado de informação que atualiza simultânea e

instantaneamente todas as partes envolvidas: fornecedores, fábrica, estoque regulador e

distribuição, conforme Figura 02.

A demanda real do cliente dá início ao processo, porém o fluxo de material é agora

balanceado e a informação sobre a necessidade de material (seja de produto acabado ou

matéria-prima) flui paralelamente, não em série, para todos os envolvidos. Esse enfoque

fornece uma resposta mais rápida às mudanças no mercado.

FIGURA 02 - Fluxo sincrônico de material

Fonte: Ching (2001), Gestão de Estoques, p. 52.

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2.3 Estoques

2.3.1 Conceito

Entende-se por estoques, quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam a venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção (Moreira, 1998. p. 463).

Slack et al. (1999) conceitua o estoque da seguinte forma:

Estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, estoque também é usado para descrever qualquer recurso armazenado. (Slack et al, 1999. p. 278).

Para Chopra e Meindl (2003), o estoque existe na cadeia de suprimentos devido a uma

inadequação entre suprimento e demanda. Essa situação pode ocorrer no segmento industrial,

onde é mais econômico fabricar grandes lotes para futuras vendas, ou no segmento varejista,

que prefere manter estoque como antecipação à futura demanda. O papel mais importante do

estoque é atender a demanda quando o cliente fizer o pedido.

2.3.2 Função dos estoques

Os estoques têm a função de funcionar como reguladores de fluxo de negócios. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas é usualmente diferente da velocidade com que são utilizadas, há a necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor. (Martins, 2003. p. 463).

Conforme Motta (1981), sob o ponto de vista da gestão da produção, a finalidade

precípua de estoque é alimentar o fluxo produção-venda, de forma contínua e uniforme,

evitando as interrupções.

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Ballou (1995), afirmou que os estoques são mantidos para:

- melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar

demanda precisa ter material disponível para concretizar as vendas;

- economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é fabricado

continuamente e em quantidades constantes;

- proteção contra mudanças de preços: um alto volume de compras minimiza o

impacto no aumento de preços pelos fornecedores, chamados de lotes econômicos;

- proteção quanto incertezas na demanda e no tempo de entrega: considera os

problemas que advém aos sistemas logísticos quando tanto o comportamento da demanda dos

clientes quanto o tempo dos fornecedores não são perfeitamente conhecidos, necessitando

assim estoques de segurança;

- proteção contra contingências: proteger a empresa contra greves, incêndios,

inundações, instabilidades políticas e outras variáveis que podem criar problemas. O risco

diminuiria com a manutenção dos estoques.

2.3.3 Tipos de estoques na gestão da produção

Segundo Motta (1981), os estoques são os itens ou componentes que uma empresa

utiliza nas suas operações do dia-a-dia, na elaboração do seu produto final ou na consecução

do seu objeto social. Como tal, podem ser classificados em matérias-primas, produtos em

fabricação, produtos acabados e materiais indiretos.

- Matérias - primas: são aquelas cujo processamento leva ao produto acabado,

portanto, estão diretamente incorporados neste. Seu consumo é proporcional ao volume da

produção;

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- Produto em fabricação: são materiais que estão em estágio intermediário de

elaboração. Encontram-se, pois, em diferentes fases do processo de transformação da matéria-

prima no produto acabado;

- Produto acabado: como o próprio nome revela, indica a fase final do processo de

transformação da matéria-prima. Sua venda ao consumidor representa o objeto do negócio da

empresa;

- Materiais indiretos: não figuram no produto acabado, mas concorrem indiretamente

no processo de produção industrial. Seu consumo, de um modo geral, não é proporcional ao

volume de produção.

Conforme Slack et al. (1999), considerando o desequilíbrio entre a taxa de

fornecimento e a demanda em diferentes pontos da operação, classifica-se quatro modelos de

estoques: estoque isolador, estoque de ciclo, estoque de antecipação e estoque de canal.

- Estoque isolador: conhecido como de estoque de segurança, tem o propósito de

compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda;

- Estoque de ciclo: ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem

fornecer todos os itens que produzem simultaneamente. Portanto, mesmo quando a demanda

seja estabelecida e previsível, haverá sempre algum estoque para compensar o fornecimento

irregular de cada operação;

- Estoque de antecipação: é usado para compensar diferenças de ritmo de

fornecimento e de demanda;

- Estoque no canal: é o estoque em trânsito, ou seja, é a alocação do produto entre a

empresa e o cliente, também chamado de canal de distribuição.

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2.4 Custos de estoques

Motta (1981), entende por custo dos estoques todos aqueles em que incorre sobre o

material estocado, sejam os de natureza física, como os custos do espaço, do pessoal, dos

materiais indiretos consumidos no serviço de armazenamento (por exemplo: lubrificantes,

anticorrosivos, incombustíveis, etc), sejam os de natureza econômica, como seguros, juros de

remuneração do capital investido no material estocado, etc.

Conforme Slack et al. (1999), os gerentes deverão levar em consideração os seguintes

custos para tomada de decisão quanto a quantidade de produtos a comprar.

- custo de colocação do pedido: cada vez que um pedido é colocado para reabastecer

estoque, são necessárias algumas transações que incorrem em custo para a empresa. Essas

incluem as tarefas de escritório de preparo do pedido e de toda a documentação associada com

isso, o arranjo para que se faça a entrega, o arranjo de pagar o fornecedor pela entrega e os

custos gerais de manter todas as informações para fazer isso;

- custos de descontos de preços: em muitas indústrias, os fornecedores oferecem

desconto sobre o preço normal de compra para grandes quantidades; alternativamente, eles

podem impor custos extras para pequenos pedidos;

- custos de falta de estoques: se errarmos na decisão de quantidade de pedido e

ficarmos sem estoque, haverá custos incorridos por nós, pela falha no fornecimento a nossos

consumidores;

- custo de capital de giro: logo que colocamos um pedido de reabastecimento, os

fornecedores vão demandar pagamento por seus bens. Quando fornecermos para nossos

próprios consumidores, vamos, por nossa vez, demandar pagamento. Todavia, haverá

provavelmente um lapso de tempo entre pagar nossos fornecedores e receber pagamento de

nossos consumidores. Durante esse tempo, temos que ter os fundos para os custos de manter

os estoques. Isso é chamado capital de giro, de que precisamos para girar o estoque. Os custos

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associados a ele são os juros, que pagamos ao banco por empréstimos, ou os custos de

oportunidade, de não reinvestirmos em outros lugares;

- custo de armazenagem: estes são os custos associados à armazenagem física dos

bens. Locação, climatização e iluminação do armazém podem ser caros, especialmente

quando são requeridas condições especiais, como baixa temperatura ou armazenagem de alta

segurança.

Conforme Dias (1993), para calcular o custo de armazenagem de determinado

material, podemos utilizar a seguinte expressão:

Custo de armazenagem CA=Q×T×P× I2

Onde:

Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado

P = Preço unitário do material

I = Taxa de armazenamento

T = Tempo de armazenagem

Assim, o custo de armazenagem é proporcional ao estoque médio, logo, quando o

estoque for máximo, o custo de armazenagem também é máximo.

Dentre as variáveis utilizadas para efetuar o cálculo do custo de armazenagem, a taxa

de armazenamento I merece um destaque especial, pois sua formação advém da soma de

parcelas de diversas taxas. São elas:

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a) Taxa de retorno de capital

Ia = 100 x lucrovalor estoques

b) Taxa de armazenamento físico

Ib = 100 x S x A C x P

Onde:

S = área ocupada de estoque

A = custo anual do m² de armazenamento

C = consumo anual

P = preço unitário

c) Taxa de seguro

Ic = 100 x custo anual do segurovalor estoque + edifícios

d) Taxa de transporte, manuseio e distribuição

Id = 100 x depreciação anual do equipamento valor do estoque

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e) Taxa de obsolescência

Ie = 100 x perdas anuais de obsolescência valor do estoque

f) Outras taxas

If = 100 x despesas anuaisvalor do estoque

A taxa de armazenamento total é:

I = Ia + Ib + Ic + Id + Ie + If

Nestes cálculos o peso de cada variável deve ser observado conforme o ramo de

atividade da empresa, pois tem certos casos que não é necessário calcular todos os seis custos,

descritos acima.

- Custo de obsolescência: se escolhemos uma política de pedidos que envolva

produção em grandes quantidades, os itens estocados (não vendidos) permanecerão longo

tempo armazenados, propiciando o risco de obsolescência (no caso de uma mudança na moda,

por exemplo) ou deteriorar-se com a idade (no caso da maioria dos alimentos, por exemplo).

- Custos de ineficiência de produção: de acordo com as filosofias do just-in-time, altos

níveis de estoque nos impedem de ver a completa extensão de problemas dentro da produção.

Slack et al. (1999) divide todos esses custos associados com estoques em dois grupos.

No primeiro grupo subdivide-se as três primeiras categorias em custos que usualmente

decrescem à medida que o tamanho do pedido é aumentado. O próximo grupo contempla as

categorias de custos que usualmente crescem à medida que o tamanho do pedido é aumentado.

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2.4.1 Custos associados à falta de estoque

Conforme Arozo (2002), produtos acabados e insumos devem possuir indicadores

diferenciados, apesar de baseados no mesmo conceito. No caso dos produtos acabados, o

custo da falta é medido através da margem de contribuição de cada venda perdida por

indisponibilidade do produto. Ou seja, o quanto de lucro a empresa deixa de ganhar por não

conseguir atender uma demanda existente. Para casos de produtos com alta margem, o custo

da falta tende a ser bastante significativo, impactando o nível de estoque desejado.

Muitas vezes ao se mensurar o custo da falta, percebe-se que o nível de estoque deve

ser elevado com o objetivo de se reduzir perda de margem de contribuição. Na realidade, a

ponderação dos dois tipos de custo básicos presentes na gestão de estoques é um dos

principais direcionadores de todo o processo. Através da comparação dos dois custos

determina-se qual o nível de estoque que resultará no menor custo total, sendo este a soma do

custo de manutenção de estoque e do custo referente ao lucro cessante por indisponibilidade

de produto.

2.4.2 Custo de manutenção de estoque

Segundo Arozo (2002), o primeiro ponto é referente à diferença entre valor de estoque

e custo de estoque. O valor do estoque informa o quanto “vale” o estoque, ou seja, o

somatório total do valor dos produtos acabados e dos insumos de posse da empresa, mas não o

quanto isto “custa” para a mesma. Isto deve ser mensurado em função do custo de

oportunidade deste estoque, ou seja, qual seria o retorno para a empresa caso o valor investido

em estoque fosse aplicado de alguma outra forma, ou por outro lado, quanto se deixa de

ganhar pelo fato daquele valor estar imobilizado. Este custo é alcançado multiplicando-se o

valor do estoque pelo taxa mínima de atratividade da empresa em questão, ou seja, qual o

retorno mínimo que um projeto ou investimento necessita para que a empresa decida por

investir no mesmo. Como muitas vezes este valor não é conhecido, é comum o uso de taxas

do mercado financeiro, CDI e SELIC, para se obter este custo.

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2.5 Níveis de estoques

Conforme Ching, (2001), contratar o nível de estoque tem seus riscos associados.

Nunca se tem certeza da quantidade a ser solicitada pelos clientes e da quantidade a ser

enviada para armazenagem. Para complicar ainda mais a situação, não é possível prever com

exatidão quando chegarão os suprimentos para iniciar a produção e abastecer os estoques.

Uma das primeiras questões consideradas no controle de estoques é a previsão de vendas

futuras, da demanda, bem como a estimativa do tempo de ressuprimento (lead time), desde a

colocação do pedido no fornecedor, sua produção até a chegada do material em nossas

instalações.

No caso de métodos que servem estritamente para controle de estoques, a precisão de

vendas com base no histórico de vendas passadas é a técnica de previsão mais comum (não

necessariamente a mais correta). Uma questão crítica é o horizonte de tempo da previsão. A

possibilidade das vendas se desviarem significativamente de um comportamento estabelecido

em um horizonte de projeção de um a dois meses é pequena. Para ajudar, podem-se combinar

técnicas matemáticas de regressão e softwares de computador para gerar certo grau de

precisão para a previsão de milhares de itens nesse curto período. No entanto, quanto maior o

horizonte de projeção de demanda, maior será a vulnerabilidade da precisão.

A empresa também deve mapear com exatidão, fornecedor a fornecedor, o tempo que

o fornecedor necessita para processar pedido, programar a produção, se necessário (e em qual

situação), produzir e o tempo de despacho do material.

2.5.1 Curva dente de serra

Segundo Dias (1993), através de um gráfico, do tipo dente de serra, pode ser

representada a movimentação (entradas e saídas) de materiais dentro de um sistema de

estoques. A representação gráfica do estoque pode ser feita por meio de um sistema de dois

eixos perpendiculares, no qual o eixo horizontal representa o tempo e o vertical representa o

estoque existente a cada instante, conforme Figura 03.

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FIGURA 03 - Gráficos do tipo dente de serra (com e sem incerteza)

Fonte: Wanke, P. (2003), Gestão de Estoques, pág. 13.

Para Wanke (2003), a taxa de consumo médio (D) dos produtos será considerada

totalmente previsível, desta forma, pode-se saber exatamente quando o nível de estoque

chegará a zero, ou seja, o momento do reabastecimento. O reabastecimento acontece com a

chegada de um novo tamanho de lote de modo a otimizar o capital empatado em estoques.

Para se determinar o momento de pedir, ou ponto de pedido (PP), basta considerar o tempo de

resposta médio (TR), período de tempo desde a colocação do pedido até o reabastecimento,

multiplicado pela taxa de consumo médio (D), conforme cálculo abaixo.

PP = D x TR

Entretanto, considerando que a taxa de consumo dos produtos (D) é imprevisível, na prática, e o tempo de resposta (TR) também pode variar, as empresas dimensionam estoques de segurança (ES) para se proteger desses efeitos inesperados. Na realidade, o estoque de segurança significa aumentar o ponto de pedido, isto é, antecipar a colocação do pedido para evitar falta de estoques no futuro. Assim, temos a seguinte fórmula:

PP = D x TR + ES

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2.5.2 Estoque mínimo

Segundo Motta (1981), o estoque mínimo visa a manter ininterrupto o fluxo do consumo quando ocorrem situações anormais de suprimentos e/ou de consumo. Consideraremos como situações anormais, especificamente, atraso do prazo de entrega do fornecedor e no aumento do ritmo de consumo.

Fórmula simplificada do estoque mínimo:

Emin = (consumo X atraso no prazo de entrega ) + (prazo de entrega X aumento do consumo) + (atraso na entrega X aumento do consumo).

2.5.3 Estoque de segurança

O nível necessário para manter o estoque de segurança é influenciado pela incerteza da demanda, pelos lead times de ressuprimento e de variabilidade, e pela disponibilidade do produto desejado.

Martins (2003), descreve três situações de estoque de segurança: demanda variável e tempo de atendimento constante, demanda constante e tempo de atendimento variável, e demanda e tempo de atendimento variáveis.

a) Estoque de segurança com demanda variável e tempo de atendimento constante

Para o autor, três situações podem ocorrer neste caso:

- a demanda pode ser exatamente igual à demanda média dos períodos anteriores.

Assim, quando o pedido for entregue, haverá em estoque uma quantidade de material igual ao

estoque de segurança;

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- a demanda pode ser inferior à demanda média dos períodos anteriores. Quando do

recebimento do pedido, haverá um estoque superior ao estoque de segurança;

- a demanda ser superior à demanda média dos períodos anteriores. Aqui temos duas

sub situações:

I) a demanda é superior a demanda média porém inferior ao estoque de segurança.

Assim, quando do recebimento do pedido, ainda haverá estoque, e se a demanda for

exatamente igual ao estoque de segurança, ele será nulo.

II) a demanda é superior ao estoque de segurança, havendo falta de estoque, isto é,

quando do recebimento do pedido, o estoque já terá se esgotado.

A expressão que fornece o estoque de segurança (ES) será:

ES=Zα×SD×TA

Onde:

Zα = coeficiente da distribuição normal, define o nível de atendimento ou serviço

desejado

SD = desvio padrão da demanda durante o tempo de atendimento

TA = tempo de atendimento, é o tempo que o fornecedor leva para entregar o

produto dividido pelos dias do mês.

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b) Estoque de segurança com demanda constante e tempo de atendimento

variável

Nesta situação, geralmente considera-se o tempo de atendimento com uma variação

discreta, com as probabilidades associadas conhecidas.

O autor explica que se o tempo de atendimento (TA) for igual ao tempo médio de

atendimento (TAM) dos últimos períodos, então, quando do recebimento do pedido haverá em

estoque a quantidade igual ao estoque de segurança. Se o tempo de atendimento for menor que

o tempo médio dos últimos períodos, porém, configurando uma antecipação na entrega,

quando do recebimento do pedido haverá em estoque uma quantidade maior que o estoque de

segurança. Agora, se o tempo de atendimento for maior que o tempo médio dos últimos

períodos, causando um atraso na entrega, quando do recebimento do pedido, o estoque será

zero ou, na pior das hipóteses, considerando o atraso excessivo no tempo de atendimento, nem

todos os pedidos serão atendidos por falta de estoques.

c) Estoque de segurança com demanda e tempo de atendimento variáveis

O estudo da condição em que tanto a demanda quanto o tempo de atendimento variam

é demonstrada pela seguinte equação:

ES=Zα×µTA×σD2µD2×σTA 2

Zα = coeficiente da distribuição normal, define o nível de atendimento desejado

µTA = tempo médio de atendimento

σD = desvio-padrão da demanda

µD = demanda média

σTA = desvio-padrão do tempo de atendimento.

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2.5.4 Estoque máximo

Conforme Martins (2002), o sistema de estoque máximo consiste na verificação do

nível dos estoques em intervalos fixos (semanal, quinzenal ou mensal) e estimando a

quantidade necessária para completar um nível de estoque máximo previamente calculado.

A expressão utilizada para o cálculo de estoque máximo é:

Emax = Đ x (Ł + I) + Es

Onde:

Đ = demanda média

Ł = tempo médio de reposição

I = intervalo de revisão

Es = estoque de segurança

2.5.5 Giro de estoque

O giro do estoque é a relação que existe entre o consumo e o estoque médio (Motta, 1981, p. 223).

Giro= consumoEstoque médio

Onde: Consumo e estoque médio devem ser expressos nas mesmas unidades de

medida e tempo.

O giro de estoques mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou (Martins, 2003, p.159).

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Para Motta (1981), o antigiro, terminologia proposta pelo autor, simboliza o inverso do

giro, resultando no tempo que seria necessário para, com aquele consumo, exaurir o estoque

médio.

Antigiro= Estoque médioconsumo

2.5.6 Lote econômico de compra – LEC

Segundo Motta (1981), o lote econômico de compras resulta na minimização dos

custos de obtenção e manutenção dos estoques. Os custos para manter os estoques são todos

aqueles em que a empresa incorre pelo fato de ter material armazenados. Os principais custos

referente ao juro de remuneração de capital investido no estoque, seguros e o espaço ocupado.

Conforme Wanke (2003), ao confrontar os cálculos do lote econômico de compra com

novas teorias de gestão de estoques, exemplo JIT, o modelo lote econômico parece estar um

pouco defasado, conforme indicam diferentes casos de sucesso empresarial.

Considerando que o modelo do lote econômico de compra é calculado com base no

trade-off entre custos de oportunidade de manter estoques e os gastos associados ao

ressuprimento deste estoque, as novas teorias consideram o tamanho de lote unitário como

objetivo principal a ser perseguido, originado assim abordagens antagônicas entre modelos.

A reconciliação destas duas abordagens vem através do reconhecimento de que o

modelo do lote econômico de compras é válido, pois ele considera que os custos fixos

associados ao ressuprimento do pedido são dados imutáveis do sistema, sendo determinado o

tamanho do lote que vai diluir este custo sem incorrer em custos excessivos de manter

estoques. A gestão JIT é o inverso, dado que o tamanho de lote ideal é unitário, a empresa

deve esforçar-se para reduzir os custos fixos do ressuprimento do pedido. Deve-se notar que à

medida que os custos fixos são reduzidos, o lote econômico de compras também aponta para

lotes menores.

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Q=TLE= 2×D×CTRi×Caq

Onde:

Q = tamanho do lote

D = demanda média

CTR = custos (fixos) associados a cada viagem ou ressuprimento

i = taxa de oportunidade do capital

Caq = custo unitário de aquisição por produto até determinado estágio da cadeia

2.6 Sistema Just-in-Time

Segundo Moura (1989), o JIT é uma abordagem disciplinada, que visa aprimorar a

produtividade e eliminar as perdas. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo,

assim como o fornecimento adequado de componentes na qualidade correta, no momento e

locais apropriados, utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos

humanos. Para o alcance desses resultados é preciso um envolvimento total dos funcionários e

trabalho em equipe.

A filosofia JIT transmite a idéia de que perda é tudo aquilo que não acrescenta valor ao

produto, portanto deve ser eliminada. Por esta definição temos:

- filas de materiais são perdas pois ocupam espaço, aumentam o tempo de ciclo de

manufatura e o produto pode ser danificado;

- estoque é perda. Requer estocagem, registros e movimentação de material extra.

“Amarra” o capital e alguns materiais tendem tornar-se obsoletos;

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- produzir além do programado é perda, considerando que o material utilizado poderia

servir de insumo para outros tipos de produtos;

- a movimentação de material, as longas preparações de máquina e a produção de

peças com defeitos são perdas.

Conforme Slack et al. (1999), a filosofia JIT apresenta uma visão geral da produção, a

qual pode ser utilizada pelos gestores para guiar suas ações na execução de diferentes

atividades nos diversos contextos. Este cenário desenvolve-se através da aplicação de

ferramentas e técnicas oriundas da filosofia. Entre elas, podemos citar o Kanban, cuja técnica

auxilia no gerenciamento dos estoques e no controle da transferência de material de um

estágio a outro da operação.

2.6.1 Mecânica do Kanban

Segundo Wanke (2003), Kanban é a palavra em japonês para cartão ou tíquete. É uma

ferramenta de informação, no gerenciamento da produção, desenvolvido pela Toyota para

operacionalizar o JIT.

Moura (1989) define Kanban da seguinte forma:

É um método que reduz o tempo de espera, diminuindo o estoque, melhorando a produtividade e interligando todas as operações em um fluxo uniforme ininterrupto. Objetiva-se em converter a matéria-prima em produtos acabados, com tempos de espera iguais aos tempos de processamento, eliminando todo o tempo em fila do material e todo o estoque ocioso. (Moura, 1989. p. 27).

Este sistema assegura que a linha de produção fabricará apenas os componentes que

devem ser usados pela próxima etapa da produção, assim, o fluxo terá continuidade quando o

processo seguinte usar todo o seu suprimento de peças disponíveis. Isto se deve justamente

porque a programação da produção é baseada no pedido sob encomenda e não na produção

para estoque. As unidades são fabricadas apenas para satisfazer as necessidades.

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Conforme o autor, o Kanban tem as seguintes funções:

- aciona o processo de fabricação, apenas quando necessário;

- não permite a produção para estoque com previsões futuras;

- paralisa a linha quando surgem problemas não solucionados;

- permite o controle visual do andamento do processo;

- é acionado pelo próprio operador;

- uma ferramenta para garantir a distribuição programada das ordens de serviço;

- uma ferramenta para evitar o excesso ou a falta de produção/entrega de produtos;

- uma ferramenta para controlar o inventário;

- produção de peças com base em lotes pequenos;

- entrega de peças de acordo com o consumo.

Segundo Slack et al. (1999), o Kanban pode ser classificado da seguinte maneira:

- O Kanban de transporte. É usado para avisar o estágio anterior que o material pode

ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica.

- O Kanban de produção. É um sinal para um processo produtivo de que ele pode

começar a produzir um item para que seja colocado em estoque.

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- O Kanban do fornecedor. São usados para avisar o fornecedor que é necessário

enviar material ou componentes para um estágio da produção.

Segundo Moura (1989), o Kanban não tem como objetivo zerar os estoques em

processo, sua intenção é reduzi-los até o nível em que a estação de trabalho seja capaz de

produzir. O estoque baixo faz os problemas aparecerem, resultando em menos horas diárias de

produção, aperfeiçoamento da produtividade da mão-de-obra e qualidade dos produtos,

reduzindo os custos de retrabalhos e refugos.

2.7 Política de ressuprimento

Uma política de ressuprimento consiste em decisões a respeito do momento de refazer

um pedido e da quantidade necessária nesse pedido. Essas decisões determinam os estoques

cíclicos e de segurança, além do grau de atendimento do produto e do nível de serviço por

ciclo. Existem diversas maneiras de criar políticas de ressuprimento (Chopra; Meindl, 2003, p.

186).

Exemplos de políticas de ressuprimento:

- Revisão contínua. O estoque é continuamente acompanhado e um pedido de tamanho

de lote é feito quando o estoque cai para o ponto de reposição ou ponto de pedido.

Conforme Ritzmann e Krajewski (2004), o sistema de revisão contínua, algumas vezes

denominado sistema do ponto de recolocação do pedido, acompanha o estoque remanescente

de um item cada vez que uma retirada é efetuada, afim de determinar a necessidade de

reposição. Na prática, essas revisões são feitas com freqüência, e muitas vezes após cada

retirada de material.

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- Revisão periódica. A condição do estoque é checada em intervalos periódicos

regulares e um pedido é feito para aumentar o nível de estoque a um patamar predeterminado.

Assim, considerando a demanda variável, o tamanho de cada pedido poderá oscilar.

Segundo Martins (2003), o modelo de reposição periódica, também chamado de

modelo do intervalo padrão, consiste em emitir os pedidos de compra em lotes com intervalos

de tempo fixos.

Para Ching (2001), quando o estoque cai a um nível conhecido como ponto de

reposição (PR), um pedido de compra ou ressuprimento é disparado em uma quantidade fixa

conhecida como lote econômico de compra ou de reposição. Ela é incorporada ao estoque

quando da entrada ao final do lead time, ou tempo de ressuprimento.

2.7.1.1 Ponto de reposição

Segundo Ching (2001), a finalidade do ponto de reposição é dar início ao processo de

ressuprimento com tempo hábil para não ocorrer falta de material. O PR é calculado como o

produto entre o tempo de ressuprimento e o consumo previsto.

2.8 Análise ABC

Conforme Ching (2001), a curva ABC baseia-se no raciocínio do diagrama de Pareto,

em que nem todos os itens têm a mesma importância e a atenção deve ser dada para os mais

significativos. Assim, designa uma separação em 20-30-50% dos itens em estoques que

representam 80-15-5% do valor do estoque pode ser usada como fronteira dos grupos A, B e

C, respectivamente.

Para Martins (2003), a análise ABC é uma das formas mais usuais de se examinar

estoques. Geralmente a verificação dos estoques ocorrem num espaço de tempo, seis meses a

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um ano do consumo, em valor monetário ou quantidade, para serem classificados em ordem

decrescente de importância.

Conforme Slack et al. (1999), qualquer estoque que contenha mais de um item terão

produtos mais importantes que outros. Esta situação ocorre porque alguns itens tem uma taxa

de uso muito alta, de modo que, se faltassem, muitos consumidores ficariam desapontados.

Desta forma, a classificação pode ser relacionada ao valor do item, ou seja, produtos

onerosos estocados excessivamente tornam-se caros para a empresa. Uma forma comum de

discriminar diferentes itens de estoque é listá-los de acordo com suas movimentações de

valor. Os itens com movimentação de valor particularmente alta demandam controle

cuidadoso, enquanto aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser

controlados tão rigorosamente. Geralmente, uma pequena proporção dos itens totais contidos

em estoque vão representar uma grande proporção do valor total em estoque.

Segundo Motta (1981), a vantagem do método ABC está na possibilidade de

determinar e classificar estoques para o inventário físico. Os itens serão inventariados na

ordem A, B e C, permitindo que, no caso de não haver tempo suficiente para inventariar todos

os itens do estoque, priorizar os que resultam em maior valor.

Viana (2002) afirma que:

- a classe A representa o grupo de maior valor de consumo e menor quantidade de

itens, que deve ser gerenciado com maior atenção, pois ele é a grande massa de capital

empatada na formação de estoques da empresa;

- a classe B equivale ao grupo de situação intermediária entre as classes A e C;

- a classe C corresponde ao grupo de menor valor de consumo e maior quantidade de

itens, portanto, menos importante, que justificam menor atenção no gerenciamento.

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2.9 Gestão de Estoques

De acordo com Slack et al. (1997), esse conceito originou-se na função de compras em

empresas que compreenderam a importância de integrar o fluxo de materiais a suas funções de

suporte, tanto por meio do negócio, como por meio do fornecimento aos clientes imediatos.

Isso inclui a função de compras, de acompanhamento, gestão de armazenagem, planejamento

e controle de produção e gestão da distribuição física.

Segundo Ching (2001), o planejamento consiste na determinação dos valores que o

estoque terá com o correr do tempo, bem como na determinação das datas de entrada e saída

dos materiais do estoque e na determinação dos pontos de pedido de material.

O controle consiste no registro dos dados reais, correspondentes aos planejados

mencionados.

A retroalimentação é a comparação dos dados de controle com os do planejamento, a

fim de constatar seus desvios e determinar suas causas. Quando for o caso, a empresa deve

corrigir o plano para torná-lo mais realista, fazendo com que o planejamento e o controle

sejam cada vez mais coincidentes.

2.9.1 Indicadores para gestão de estoques

Conforme Arozo (2002), os indicadores de desempenho utilizados na gestão de

estoque podem ser segmentados em três grupos: custo, serviço e conformidade do processo.

Os dois primeiros grupos de indicadores estão relacionados aos resultados do processo que

compõem o trade-off básico da gestão de estoque, ou seja, o balanceamento do nível de

estoque com o nível de serviço com o objetivo de obter-se o menor custo total. O terceiro

grupo de indicadores por sua vez está associado às razões pelo qual o desempenho é

alcançado.

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Os indicadores relacionados à disponibilidade de produto podem estar associados a

duas visões: a do cliente ou a do produto. Na visão do cliente, o nível de serviço pode ser

medido, por exemplo, em função do percentual de pedidos com disponibilidade total (pedidos

completos), ou do percentual de linhas de pedido com disponibilidade de produto (um pedido

pode ser composto por vários tipos de produto, onde cada produto representa uma linha do

pedido). Ou seja, esta visão representa exatamente o serviço prestado pela empresa ao cliente,

são estes indicadores que deverão servir de guia para que a gestão de estoque atenda as

necessidades definidas pela estratégia da empresa.

2.9.2 Inventário do estoque

Conforme Motta (1981), o inventário do estoque consiste no levantamento das

quantidades dos itens existentes no estoque em determinada época. Estas informações servem

de controle de utilidade básica para a gestão da produção e para a gestão financeira.

Procurasse identificar, com a maior precisão possível, a quantidade de material realmente

estocado.

2.9.3 Acuanário dos controles

Segundo Martins (2003), uma vez terminado o inventário, pode-se calcular a acurácia

dos controles, que mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em

valor, ou seja: acurácia é o número de itens corretos divididos pelo número total de itens.

2.9.4 Medição e contagem

Segundo Motta (1981), a medição consiste essencialmente na comparação do item que

se deseja medir com um objeto de medida conhecida. O método de pesagem pode ser

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utilizado para facilitar a contagem, assim, conhecendo o peso unitário de um material e o

recipiente onde se encontram, ao pesar todo o conjunto, desconta-se o valor do recipiente

resultando apenas no somatório dos pesos dos materiais, dividi-se este valor pelo peso unitário

do material resultando na quantidade de material existente no recipiente, evitando assim, a

contagem unitária de materiais.

2.9.5 Estoque para demanda

Segundo Ching (2001), um dos sistemas de “empurrar” estoques mais simples e

comum é o método de estoque para demanda. A idéia básica é manter os níveis de estoque

proporcionais a sua demanda e baseia-se nos seguintes pontos:

- verificação da duração do tempo de ressuprimento para o item considerado;

- previsão da demanda do item em determinado período;

- determinação do período de segurança a considerar pela incerteza na previsão da

demanda e o tempo de ressuprimento necessário para compor o estoque de segurança.

2.9.6 Localização dos estoques de produto acabado

Segundo Wanke (2003), as decisões referentes à localização dos estoques de produto

acabado (PA) e a seu grau de centralização envolve: o balanceamento dos tamanhos de lote

econômico entre dois estágios consecutivos da cadeia de suprimentos (p. ex., fábrica-centro de

distribuição, centro de distribuição–varejista, fabricante–varejista etc); e a centralização ou

não dos estoques numa determinada instalação.

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Conforme Wanke (2003), seriam quatro as características que levariam a um maior

grau de centralização dos estoques de PA numa cadeia de suprimentos:

- giro do produto: quanto maior o giro, maior a tendência à descentralização por

diversos centros de distribuição, pois menores são os riscos associados à perecibilidade e à

obsolescência. Deve ser observado que produtos com elevado giro absorvem parcela menor

dos custos fixos de armazenagem, comparativamente aos produtos de giro mais baixo;

- tempo de atendimento: quanto maior o tempo de atendimento desde a colocação do

pedido até o recebimento pelo cliente final, maior é a tendência à descentralização dos

estoques de PA, com vistas a um atendimento mais rápido. As empresas devem avaliar, em

termos incrementais, se a redução nos custos de oportunidade de manter estoques em trânsito

é mais compensatório do que a abertura de um novo centro de distribuição;

- nível de serviço: quanto maior, maior a tendência a localizar os produtos próximos ao

cliente final. Nesse caso, deve ser feita mesma análise incremental descrita para o tempo de

resposta;

- custo unitário de aquisição: finalmente, quanto maiores, maior a tendência à

centralização, contrariamente ao exposto para as três características anteriores. Isso porque

produtos com elevado custo de aquisição implicam elevados custos de oportunidade de

manter em estoques. Casos reais de diversas empresas indicam que a descentralização pode

levar a um aumento nos níveis de estoque de segurança, proporcional à raiz quadrada da razão

entre o número final e o número inicial de locais de armazenagem.

FRE= NIIENFIE

Onde:

ESF=ESIFRE

Caracteres:

NIIE: Número Inicial de Instalações com Estoques;

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FRE: Fator de Redução dos níveis de Estoques;

NFIE: Número Final de Instalações com Estoques;

ESF: Nível de estoque de segurança final;

ESI: Nível de estoque de segurança inicial.

Ao centralizar, os estoques de segurança são reduzidos porque a empresa ganha com a

compensação da flutuação da demanda em diferentes regiões de mercado. Quando a demanda

aquece numa região e desaquece em outra, uma localização central permite a empresa 'ganhar

pela média'. Se os estoques estão descentralizados, a empresa corre o risco do

desbalanceamento de estoques e de gastos adicionais com transferência de produto.

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3 METODOLOGIA

Segundo Silva e Menezes (2001), a pesquisa é um trabalho em processo não

totalmente controlável ou previsível. Adotar uma metodologia significa escolher um caminho,

um percurso global do espírito. O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa.

Precisamos, então, não somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação.

De acordo com a taxionomia proposta por Vergara (1998), o método utilizado neste

estudo é de pesquisa descritiva quanto aos fins e bibliográfica, de campo, quanto aos meios.

Neste capítulo, serão apresentadas as etapas de realização da pesquisa, definindo o tipo

de pesquisa, a população, a amostragem, os instrumentos de coleta de dados e a forma como

se pretende tabular e analisar os dados para obtenção dos objetivos propostos.

3.1 Tipos de pesquisa

Quanto aos fins, o estudo é descritivo porque expõe as opções de como a empresa

trabalha a administração de seus estoques de produtos acabados. Conforme a autora, “[...]

pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou determinado

fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”.

(Vergara, 1997, p.45).

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Quanto aos meios, o estudo envolve a pesquisa bibliográfica porque, para a

fundamentação teórico-metodológica, será necessário um estudo contínuo, baseado em livros,

artigos, além de periódicos que abordam os assuntos referentes ao estoque mínimo, estoque de

segurança, estoque máximo, Kanban, custos por obsolescência, classificação ABC e métodos

de pesquisa.

Segundo Silva e Menezes (2001), as formas de classificação das pesquisas utilizadas

no estudo são:

- Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa

traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de

recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,

coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

Desta forma quantificou-se os produtos obsoletos no estoque bem como classificou-se

os itens A para realização dos cálculos de estoque de segurança, faturamento, demanda e giro.

- Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o

sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito

que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de

significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.

Através desta abordagem avaliou-se os procedimentos operacionais dos setores onde

passam os pedidos dos clientes. Também avaliou-se a forma de armazenagem dos produtos,

observando a localização e praticidade dos itens que apresentam maior giro de estoque.

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3.2 Universo da amostra

Conforme Silva e Menezes (2001), amostra é parte da população ou do universo,

selecionada de acordo com uma regra ou plano. A amostra pode ser probabilística e não-

probabilística.

O universo da pesquisa é composto por aproximadamente onze mil itens distribuídos

entre parafusos, rebites, hastes, pinos, porcas, arruelas e PCM. Para cada um destes produtos

há uma particularidade que o torna um item, ou seja, usando como exemplo o parafuso, seu

“corpo” pode conter uma bitola diferenciada, um tratamento térmico específico, um tipo de

rosca diferente, entre outras características.

Para o estudo, utilizou-se amostras intencionais, ou seja, itens específicos dentro da

população que representam maior importância econômica para a empresa. Assim, através da

classificação ABC selecionou-se os itens classe A cuja representatividade econômica atingia

80% do faturamento total, paralelamente representavam 20% do total produzido.

3.3 Coleta de dados

Como instrumento de coleta de dados se caracterizam aqueles métodos utilizados para

a realização da pesquisa e a coleta de informações salientes para a compreensão e realização

do trabalho. A coleta de dados é a etapa da pesquisa em que, a partir da aplicação das técnicas,

se obtém um recorde da realidade (Lakatos, 1993).

Segundo Silva e Menezes (2001), os instrumentos de coleta de dados tradicionais são:

- Observação individual: realizada pelo pesquisador utilizando entrevistas informais

para obtenção de dados e busca de informações tácitas.

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- Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por

escrito pelo informante. O questionário aplicado conteve perguntas abertas cujas respostas

foram analisadas no capítulo 5 deste trabalho. O questionário pode ser encontrados no anexo

A deste trabalho.

Para a elaboração deste estudo, os dados foram coletados na empresa em diversos

momentos. Várias visitas a empresa foram efetuadas com o objetivo de buscar informações

que pudessem dar embasamento ao estudo. Estas informações foram conseguidas através de

entrevistas informais não estruturadas com as pessoas envolvidas diretamente no controle e

gerenciamento dos estoques. Também foram consultados relatórios, programações e

informações a respeito do estoque de produtos acabados. A observação direta in loco também

foi efetuada em diversos momentos.

3.4 Tratamento e apresentação dos dados

A análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou

recombinar as evidências tendo em vista as proposições iniciais de um estudo. A análise das

evidências de um estudo de caso é um dos aspectos menos explorados e mais complicados ao

se realizar tal estudo. No entanto, mais importante é possuir uma estratégia analítica geral,

tendo como objetivo tratar as evidências de uma maneira justa, produzir conclusões analíticas

irrefutáveis e eliminar interpretações alternativas (Yin, 2001).

Nesta etapa utilizou-se recursos computacionais para organizar os dados obtidos na

pesquisa de campo. Como ferramenta de classificação dos dados e realização dos cálculos de

estoque de segurança, estoque máximo, ponto do pedido, empregou-se o office excel para tais

atividades. O programa proporciona apresentar os dados através de tabelas e gráfico utilizando

a porcentagem como método de comparação de resultados.

As tabelas desenvolvidas para apresentação dos resultados da classificação ABC,

cálculos de estoque de segurança, estoque máximo e ponto do pedido, conterão 20 (vinte)

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itens classe A para representação do estudo, devido a complexidade dos cálculos e

dificuldades na obtenção dos dados.

3.5 Limitação do método

Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação. A pesquisa pode ser

limitada em relação ao assunto, à extensão ou a uma série de fatores que podem restringir o

seu campo de ação. Nem sempre há necessidade de delimitação, pois o próprio assunto e seus

objetivos podem estabelecer limites (Lakatos e Marconi, 1993).

A principal limitação desta pesquisa deve-se ao fato de não haver todas as informações

e dados relacionados aos controles dos estoques de produtos acabados. Desta forma,

recorremos ao sistema DEZ, cuja funcionalidade é o armazenamento dos dados, para em

seguida realizar o estudo.

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4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O presente capítulo tem por objetivo apresentar a empresa onde foi desenvolvido o

estudo.

4.1 Razão Social

Metalúrgica Hassmann S.A.

4.2 Endereço

Dr.Ito João Snel,178, bairro Centro, no município de Imigrante/RS.

4.3 Ramo de atividade

Fabricação e comercialização de fixadores para indústria automotiva e equipamentos

agrícolas.

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4.4 Visão e Missão da empresa

4.4.1 Visão

Ser uma empresa rentável voltada aos clientes e colaboradores.

4.4.2 Missão

Excelência na fabricação e comercialização de elementos de fixação, preservando o

meio ambiente.

4.5 Histórico da empresa

No ano de 1955, nascia em Imigrante a indústria Hassmann S.A & Lagemann Ltda.,

direcionada ao ramo de metalurgia. Em 1º de Janeiro de 1961, com a ruptura dos Hassmann e

Lagemann, a empresa tornou-se uma firma individual sob a direção de Karl Hassmann. Dez

anos depois, em dezembro de 1971, a empresa foi transformada em sociedade anônima, com

atual denominação de Metalúrgica Hassmann S. A. Atualmente a empresa está inserida numa

área de 21.863 m², sendo 13.462 m² de área construída e contando com aproximadamente 180

funcionários.

4.6 Linha de produtos

A gama de produtos da Hassmann S.A é bastante variada porque possuem

equipamentos de alta tecnologia capazes de fabricar peças especiais, ou seja, produtos

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exclusivos para os clientes. Entre os itens fabricados encontram-se os seguintes produtos:

parafusos sextavados, parafusos sextavados com flange, parafusos franceses, parafusos Six

Lobe, parafusos com sextavado interno, espigões, parafusos com fenda simples e cruzada,

porcas sextavadas, porcas castelo, porcas duplas, porcas baixas, prisioneiros, peças especiais e

rebaixadas para zincagem a fogo e peças sob desenhos (especiais). Estes produtos podem ser

fornecidos nas bitolas de ¼” a 1” /M5 a M24 nos comprimentos de 10 a 500 mm. Os itens

também podem ter diferentes tipos de tratamentos superficiais, assim como com diferentes

classes de resistência.

Os tratamentos superficiais podem ser: zincado eletrolítico amarelo, branco, verde e

preto, zinco liga Fe/Zn-Fe preto e amarelo, zinco liga Zn/Ni, geomet, dacrometizado, zincado

a fogo, oxidado termicamente e fosfatizado - Zinco ou Manganês.

4.7 Processo produtivo

A empresa possui um grande número de máquinas, as quais estão dispostas nos setores

de forjaria, laminação por rolos, usinagem e estamparia. São 25 células apenas nos setores de

estamparia. Todos estes equipamentos asseguram uma produção atual de cerca de 800

toneladas/mês por turno.

Para o processo de tratamento térmico, a Hassmann S.A possui 4 linhas contínuas com

capacidade total de 1.700 Kg/hora. Todas são compostas por fornos de têmpera e revenimento

interligados por alimentação automática, sendo os de têmpera com atmosfera controlada.

Todos setores da produção contam com uma equipe de manutenção bem aparelhada e

treinada, capaz de, não só substituir, como produzir alguns componentes para situação.

O setor da ferramenta também dispõem de máquinas e ferramental para produzir boa

parte das matrizes utilizadas no processo. Peças de reposição e matrizes de maior importância,

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ou rotatividade, são estocadas no almoxarifado, de maneira a minimizar os tempos de parada e

garantir a continuidade do processo.

4.7.1 Controle da qualidade

Todas as atividades relacionadas à qualidade do produto são controladas. O controle

inicia com a chegada da matéria-prima que é inspecionada com base no aspecto, composição

química e temperabilidade.

Durante o processo de conformação, usinagem e forjamento dos elementos de fixação

é feito o controle dimensional, o qual tem a finalidade de garantir a conformidade do produto.

No processo de laminação da rosca, além do controle dimensional, é realizada também

a inspeção metalográfica das peças.

Após o processo de tratamento térmico, cada lote é inspecionado por amostragem. Esta

inspeção consiste no ensaio de tração e dureza da peça, sendo que o produto só é liberado se

estiver dentro das especificações da norma SAE J429, ISO 898-1 ou conforme definido pelo

cliente.

O controle do tratamento superficial é feito na chegada do produto proveniente de um

de nossos terceirizados. Estes são certificados na norma ISO 9001, entretanto para garantir a

qualidade do produto e evitar problemas de montagem, a Hassmann S.A efetua inspeção

visual e dimensional no recebimento.

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5 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

5.1 Introdução

Para realização do estudo é necessário visualizar os processos e/ou etapas onde

iniciam-se as atividades. Neste contexto, descreveu-se sucintamente alguns processos

operacionais da empresa observando possíveis problemas que dificultam na administração dos

estoques de produtos acabados. Também analisou-se o gerenciamento dos mesmos,

evidenciando as principais dificuldades encontradas pelos colaboradores na realização de suas

tarefas.

5.2 Etapas do processo operacional

Nesta sessão é descrita as etapas operacionais que um pedido percorre até ser

finalizado. Os setores envolvidos neste diagnóstico são: vendas, PCP, estocagem, expedição e

faturamento.

1) Contato do cliente: o pedido de compra ou orçamento pode ser realizado através de

e-mail, EDI, FAX, telefone e internet, junto ao setor de vendas da empresa;

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Para responder um orçamento solicitado pelo cliente, o setor de vendas consulta o

sistema DEZ verificando a existência dos itens em estoque. Considerando que o sistema tem

cadastrado 85% dos produtos em estoque, os itens não registrados são consultados e

conferidos manualmente no estoque. Este procedimento gera demora na disponibilidade da

informação e custo de mão-de-obra para tal atividade.

O sistema DEZ é um software corporativo que atende de forma totalmente integrada

todas as gestões da empresa (Administrativa/Financeira, Comercial, Manufatura, Suprimentos

e Gerencial), em um ambiente Windows e utilizando ferramentas de desenvolvimento e banco

de dados Oracle. A organização possui módulos de Estoque, Faturamento, Contas a Pagar, a

Receber, Contabilidade, Livros Fiscais, Controle Patrimonial, Pedido, Qualidade e FAP. Os

setores interligados ao sistema são: vendas, qualidade, faturamento, estoque e contabilidade

com exceção do PCP e do chão de fábrica.

2) Recebimento do pedido: o setor de vendas, ao receber o pedido, realiza uma

análise da solicitação examinando a viabilidade de produção dos itens, ou seja, se as máquinas

são capazes de desenvolver o produto. Outra verificação ocorre nos pedidos para exportação,

calculando a cotação da moeda para a formação do preço de venda. Acertado o pedido, ele é

inserido no sistema DEZ, impresso e conferido com a versão original, repassando a solicitação

ao setor de expedição. Este procedimento pode ser realizado pelo setor de vendas e/ou

faturamento despendendo 30 minutos de operação.

Durante a negociação do pedido com o cliente, o setor de vendas, através da

experiência de seus colaboradores e do giro da produção, estipula os prazos de entrega

condicionando um prazo máximo de 30 dias. Este excessivo prazo de entrega esta

relacionado aos pedidos que necessitarem produção, aqueles pedidos cujas peças estão em

estoque, são prontamente atendidos.

Outro problema é o número excessivo de pedidos além da capacidade atual de

produção (capacidade < demanda). Como o prazo de entrega é estipulado pelo giro da

produção, ao demandar mais pedidos do que a capacidade produzida, o giro necessitará de

mais prazo para produção, propiciando assim, atrasos no atendimento dos pedidos.

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3) Análise do pedido junto ao estoque: na expedição, os pedidos são armazenados

em uma pasta, organizados por ordem de chegada, e atendidos conforme a seqüência/posição

de entrada no setor. Após selecionados no estoque, os itens são embalados, pesados e

carregados.

A localização das peças no estoque ocorre manualmente e visualmente, resultando

num tempo médio de 4 horas para encontrar o pedido.

4) Negociação do pedido junto ao cliente: o pedido atendido em 100 % é repassado

ao setor de faturamento para emissão de nota fiscal enquanto as peças são embaladas e

preparadas para o carregamento. Considerando o atendimento parcial do pedido, onde o

colaborador pesa e embala apenas os itens encontrados no estoque físico, o mesmo deve

regressar ao setor de vendas para negociação. Neste momento o cliente é informado da

situação do pedido e avalia-se algumas consideração, tais como:

- Analisa-se a possibilidade de faturar o pedido parcial e produz-se o restante para

entrega posterior.

- Altera-se as quantidades dos itens faltantes.

- Fatura-se parcialmente o pedido cancelando o restante.

- Substitui-se alguns itens do pedido por peças semelhantes e fatura-se a solicitação

completa.

- Pesa-se e embala-se os itens em estoque e deixa-os aguardando enquanto produzem-

se o restante das peças. Elabora-se uma FAP.

- Cancelamento total do pedido.

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Com a negociação concluída, o pedido é corrigido e alterado no sistema. O processo

segue semelhante à entrada do pedido, ou seja, novamente ele é enviado ao setor de

expedição, que analisa os itens corrigidos buscando-os no estoque físico, pesando, embalando

e agregando-os aos demais itens armazenados no estoque, faturando assim o pedido. Caso

tenha necessidade de produção, realiza-se uma FAP (Ficha de Acompanhamento do Pedido) e

enviasse ao PCP.

5) Produção: As solicitações de produção que chegam no PCP, FAP`s, são separadas

por bitola e data de vencimento. A programação de produção das máquinas ocorre conforme

as características do pedido, bitola, quantidade, data de entrega e principalmente set up de

produção. Cada grupo de máquinas/células estão preparadas para fabricar determinada

variedade de peças proporcionando tempos diferentes de produção. O giro de produção ou

ciclo de fabricação corresponde ao prazo de produção entre uma programação e outra da

máquina, ou seja, se a fabricação de um determinado item for hoje, ela só deverá se repetir

daqui aproximadamente 30 dias.

Toda FAP enviada pelo setor de vendas contém o produto a ser fabricado e a

quantidade solicitada pelo cliente, entretanto, durante a fabricação o encarregado da produção

ou até mesmo o operador da máquina, levando em consideração o alto giro de estoque do

produto e o tempo de set up da máquina, acaba produzindo além do solicitado na FAP

ocasionando estoque do item. O problema diagnosticado é justamente esta quantidade a mais

de produção que entra no estoque. Como não há um procedimento ou até mesmo cálculo de

quanto deveria ser produzido, esta batelada a mais acaba representando custo de estocagem.

No anexo B, está o modelo da FAP utilizada pela empresa.

Outro problema detectado na empresa é o tempo em que uma FAP demora até chegar

no PCP para ser fabricada. Considerando a recepção do pedido, geração da FAP e

encaminhamento ao PCP levam 4 dias de processo. Estes resultados acabam diminuindo o

tempo de fabricação dos produtos já que o setor de vendas estipula a data de entrega. Portanto,

dos 30 dias de prazo para entrega do produto, a produção teria 26 dias para programar e

fabricar o pedido.

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6) Faturamento: setor responsável por faturar o pedido, ou seja, após selecionados,

pesados e embalados os itens, elabora uma nota fiscal liberando o pedido para o carregamento.

7) Carregamento: os pedidos atendidos são conferidos com a nota fiscal, carregados e

transportados até o destino/cliente.

5.3 Controle dos estoques de produtos acabados

5.3.1 Classificação dos itens em estoque

Os itens do estoque de produto acabado são classificados em standard, kanban e

especiais. Os standard são os itens produzidos e estocados conforme a demanda, geralmente

representados pelo maior giro de estoque. São peças que abastecem pedidos variados, de

clientes não-fidelizados e/ou que realizam compras esporadicamente (produtos fabricados

conforme norma DIN).

No anexo C, estão algumas especificações da norma DIN mais utilizadas na empresa.

O kanban utilizado na empresa não representa a teoria real, como uma técnica do Just-

in-Time. Sua funcionalidade é classificar os pedidos vindos dos principais clientes

(montadoras) e manter um abastecimento constante, sem atrasos. O gerenciamento deste tipo

de serviço é realizado por um colaborador cuja função é selecionar, pesar, embalar e

encaminhar o pedido completo para expedição. Além disso realiza um controle visual dos

níveis de peças no estoque, informando ao setor de vendas a necessidade de fabricação de

peças faltantes. Para este procedimento destina-se uma grande área do estoque contendo um

grande número de peças geralmente utilizadas pelos clientes, podendo ser visualizada na

Figura 04.

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Os produtos especiais são fabricados sob encomenda. Normalmente não há

armazenamento em estoque, pois como é uma peça exclusiva do cliente provavelmente não

terá saída para demais clientes, ocasionando um estoque sem giro, ocioso e oneroso. Assim,

ao receber um pedido de uma peça especial analisa-se a viabilidade de produção, quantidade

de peças X set up da máquina, e a possibilidade de faturar o pedido, visto que o custo para

transportar poucos itens torna-o dispendioso.

FIGURA 04 - Estoque Kanban

5.3.2 Classificação dos estoques

Para facilitar a compreensão e organização do estoque a empresa subdividiu-o em

quatro sessões: Estoque Físico; Estoque 300; Estoque 600 e Estoque Kanban. A

funcionalidade dos mesmos são:

- Estoque 300: foi criado para organizar os estoques embalados, prontos para o

carregamento. O estoque 300 recebe peças vindas da produção, do estoque físico, do estoque

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600 e Kanban, ou seja, por ele passam quase todos os itens. O início do processo ocorre no

setor de vendas, que ao receber o pedido efetua todos aqueles procedimentos descritos na

seção 5.2 chegando à expedição. Neste momento, ao averiguar a existência de peças no

estoque físico para atender o pedido, os itens encontrados são embalados e armazenados no

estoque 300 aguardando o faturamento e carregamento. Assim, dá-se baixa dos itens retirados

do estoque físico e entrada dos mesmos no estoque 300, conforme Figura 05.

FIGURA 05 - Estoque 300

As peças vindas da produção originadas por uma FAP, entram no estoque 300 para

atender o pedido e caso a quantidade produzida for superior ao solicitado, repassa-se a sobra

ao estoque físico. O mesmo ocorre para casos em que as peças necessitam de tratamento

superficial. Após produzidas entram no estoque 300 e automaticamente são repassadas ao

estoque 600, cuja função é armazenar e controlar os itens destinados ao tratamento superficial.

Por este processo utilizar reagentes químicos e formar resíduos, cujo tratamento ambiental

necessita de local apropriado, terceirizou-se o serviço junto a uma empresa de Caxias do Sul.

Assim, para separar os itens que seriam transportados para o tratamento superficial criou-se o

estoque 600 com intuito de administrar a entrada e saída das peças na empresa. Todos itens

que regressam do tratamento superficial entram direto no estoque 300, embala-se a quantidade

de peças conforme o pedido e o que resta é transferido ao estoque físico.

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- Estoque físico: é o maior estoque da empresa, seu abastecimento geralmente advém

do estoque 300 ocasionado pelo excesso de fabricação do pedido, ou seja, aqueles itens que

tiveram uma produção superior ao demandado entram no estoque físico. Sua funcionalidade é

atender os pedidos dos clientes em geral advindos da expedição. Normalmente as peças

armazenadas neste local caracterizam-se pelo alto giro de estoque e são conhecidas como itens

Standardt.

FIGURA 06 - Estoque Físico

- Estoque Kanban: criado para administrar os pedidos vindos dos principais clientes

da empresa. O controle dos itens recebe uma atenção especial porque os pedidos são

atendidos a pronta-entrega resultando em altos níveis de armazenamento de peças no estoque.

Seu gerenciamento não passa pelo colaborador da expedição originando falta de informações

de entrada e saída dos produtos nos estoques. Este problema ocorre quando realiza-se uma

transferência de itens do estoque físico para o Kanban sem ser informada.

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5.3.3 Entrada e saída dos estoques

O gerenciamento dos estoques de produtos acabados é realizado por um colaborador

ligado à expedição cuja responsabilidade é controlar a entrada e saída dos produtos acabados

no estoque e lançar os dados no sistema DEZ. A movimentação do estoque inicia quando os

colaboradores recebem o pedido e realizam a busca dos itens no estoque. As peças

encontradas são pesadas e/ou contadas e retiradas do estoque físico para embalagem e

carregamento. Cada prateleira contendo os itens tem uma planilha de entrada e saída de

produtos, vide anexo D, assim, o colaborador ao retirar as peças informa a descrição do item e

a quantidade retirada. Da mesma forma ocorre na entrada do produto, cuja origem pode ser de

uma FAP ou estorno de pedido. O colaborador responsável pela expedição recolhe estas

planilhas de hora em hora e repassa as informações para o sistema DEZ.

5.4 Localização dos estoques

A locação das peças dentro do estoque físico ocorrem em prateleiras (13 m de

comprimento por 3 m de altura) organizadas por bitola. Entretanto, cada bitola pode conter

vários comprimentos de parafuso originando milhares de itens de uma mesma bitola. A ordem

de distribuição dos itens nas prateleiras não seguem um padrão organizacional, todas peças

com a mesma bitola, independente do comprimento, são depositadas aleatoriamente na

prateleira. Desta forma, cada vez que há reposição do item sua localização muda de endereço.

Porém, como cada grupo de peças análogas são armazenadas em recipientes, estes recebem

uma identificação contendo a descrição do produto, data de fabricação e código. A retirada

dos itens em estoque ocorre manualmente e por colaboradores ligados ao setor de estocagem

que percorrem os corredores até encontrar os itens dos pedidos.

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5.5 Problemas observados na estocagem

5.5.1 Localização das peças no estoque

Como a localização das peças variam na prateleira conforme seu comprimento, giro,

dureza, etc o colaborador despende de muito tempo para sua localização. Em média, cada

colaborador leva 4 horas para localizar todos os itens de um pedido. Este processo acarreta

lentidão na busca dos pedidos e acúmulo dos mesmos no setor de estocagem.

5.5.2 Obsolescência dos itens

Alguns produtos fabricados em 2002 a 2006 ainda encontram-se armazenados no

estoque gerando custos, ocupando espaço e desvalorizando o investimento. Este problema

ocorre com a fabricação exagerada de alguns itens cujo giro é pequeno e sua demanda não

superou a oferta. Atualmente estes itens representam 1,45% do total armazenado e 9,28% dos

produtos classe A, conforme Tabela 01.

TABELA 01 - Itens Obsoletos

Classificação N° de itens Representatividade* Obsoleto 162 Classe A 1.746 9,28 % Total Estoque 11.138 1,45 %* Porcentagem em relação aos itens classe A e ao total do estoque.

5.5.3 Reposição dos itens de estoque

O gerenciamento dos estoques não contemplam o cálculo de estoque mínimo, estoque

de segurança e tempo de reposição. O controle é feito manual, visualmente, conforme o giro

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da produção ou demanda dos pedidos. Desta forma proporciona falta de produto em estoque,

em casos de fabricar o item somente em seu nível zero, ou excesso de produto em estoque no

caso da produção fabricar muito além da demanda.

5.5.4 Entrada e saída de peças Kanban

Todo produto Kanban é destinado aos clientes fidelizados, geralmente grandes

montadoras, e administrados unitariamente por um colaborador. Entretanto, há ocasiões em

que é necessário retirar peças do estoque físico e encaminhar ao estoque Kanban para

fechamento de pedido. São nestas transferências de produtos que ocorrem os maiores erros no

controle dos estoques, pois ao retirarem o item de um estoque para outro não informam a

expedição para dar baixa dos mesmos no sistema. O problema sucede porque a transferência

dos produtos não passa pela colaboradora da expedição, sendo efetuado semente pelo

administrador do estoque Kanban.

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6 ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo, apresentar-se-ão os critérios utilizados para classificação dos itens A

do estoque, e a partir destes, calcular os estoques de segurança, estoque máximo e ponto do

pedido. Analisaremos também a representatividade dos produtos obsoletos em relação aos

demais itens em estoque.

6.1 Definição dos itens classe A

A classificação ABC é uma ordenação dos itens consumidos em função de um valor

financeiro. Desta forma, buscou-se, junto ao sistema DEZ, uma relação de todos os itens

produzidos no período de julho/06 a agosto/07. Além desta demanda, tabulou-se os preços

aplicados aos produtos neste período e realizou-se uma média. Posteriormente multiplicou-se

as quantidades demandadas com o valor médio por item chegando ao faturamento por peça e

conseqüentemente ao faturamento total, conforme Tabela 3. Por fim, classificou-se os itens

por ordem decrescente de faturamento, definindo como classe A as peças que representavam

aproximadamente 80% do montante e as classes B e C o restante, 20%, conforme Tabela 2.

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TABELA 02 - Demonstrativo do faturamento para classificação ABC

Classe N° de itens Valor (R$) Representatividade ABC

A* 539 15.678.683,44 21,85 %

A 1.746 57.389.038,99 79,99 %

B + C 9.392 14.354.039,21 20,01 %

Total ABC 11.138 71.743.078,20 100,00 %

Os produtos representados pela classe (A*) correspondem aos selecionados para o

desenvolvimento dos cálculos de estoque de segurança. Como nem todos os 1.746 itens A

classificados primeiramente continham todas as informações para a realização do estudo,

utilizou-se 539 itens cujos dados foram geradas de forma completa. Estes produtos

representam aproximadamente 22% do faturamento total e 5% dos itens armazenados no

estoque. Dentre os 539 itens selecionados, realizaram-se os cálculos de estoque de segurança,

ponto do pedido e estoque máximo para 20 itens, conforme Tabela 03.

Como somente 539 itens permitiram avaliação completa, é importante que se diga que

a análise ABC fica prejudicada pois, eles representam somente 31% do total de itens

classificados como A. Seria muito importante para a empresa ter dados completos do restante

dos itens classe A para que a análise do restante dos itens classe A.

TABELA 03 - Produtos classe A

Produtos A Valor (R$)* Representatividade**PARAF M 16 x 50933 -10.9 -POL 415.076,43 0,578560 % PARAF M 16 x 45961 -10.9 -POL 362.930,60 0,505875 % PARAF ALLEN M 8 x 25912 -5.8 -POL 259.560,68 0,361792 % PARAF SOLDA M 6 x 16933 -5.8 -POL 247.014,97 0,344305 % PARAF SOLDA M 10 x 30931 -8.8 -POL 189.489,89 0,264123 % PARAF M 16 x 130960 -5.8 -POL 174.609,07 0,243381 % PARAF FENDA CZ ESCHAT M 5 x 33,5965 -8.8 -POL 169.327,31 0,236019 % PARAF M 10 x 50931 -8.8 -POL 168.908,24 0,235435 % PARAF M 16 x 45960 -8.8 -POL 168.365,03 0,234678 % PARAF M 14 x 210931 -10.9 -POL 162.749,01 0,226850 % PARAF SEXT 3/8 x 1/2UNC -8.8 -POL 161.852,05 0,225600 % PARAF RODA M 22 x 80960 -10.9 -POL 151.239,24 0,210807 % PARAF ESTEIRA 5/8 x 54UNF -12.9 -POL 151.150,31 0,210683 % PARAF M 10 x 125931 -8.8 -POL 148.613,37 0,207147 % HASTE M 16 x 140931 -8.8 -POL 137.244,06 0,191299 % PARAF SEXT 1/4 x 1/2UNC -5.8 -POL 135.560,51 0,188953 % PARAF M 12 x 500ISO 4014 -11.9 -POL 132.474,89 0,184652 % PARAF M 14 x 45933 -12.9 -POL 127.153,28 0,177234 %

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Produtos A Valor (R$)* Representatividade**PARAF SEXT 5/8 x 5UNC -8.8 -POL 126.647,23 0,176529 % PARAF M 10 x 115931 -8.8 -POL 123.727,33 0,172459 % Total 3.713.693,50 5,180000 % Faturamento total 71.743.078,20 * Valor representado pelo período de Julho/06 à Agosto/07** Porcentagem em relação ao total faturado do período de Julho/06 à Agosto/07.

6.2 Diagnóstico para calcular o estoque de segurança

O estoque de segurança é de extrema importância para a empresa porque diminuem os riscos de não atendimento dos pedidos, evitando descontentamento dos clientes e multas por possíveis atrasos.

Atualmente, as peças peças mantidas em estoques não estão totalmente contabilizadas, dificultando o controle dos custos, obsolescência e gerenciamento dos mesmos. Desta forma, utilizou-se a fórmula proposta por Martins (2003, p.210) para o desenvolvimento dos cálculos:

ES=Zα×µTA×σD2µD 2×σTA2

Para definir a função do nível de atendimento (Zα), considerou-se 95% confiabilidade que corresponde ao índice 1,65, ou seja, em cem solicitações admitiu-se o atendimento em 95 delas e 5 não-atendimentos, conforme tabela da distribuição normal. O tempo médio de atendimento (µTA)corresponde ao período de elaboração da FAP até a fabricação das peças e armazenamento no estoque, considerando a disponibilidade de matéria-prima para produção. Os dados relacionados a demanda média (μD) foram calculados a partir dos faturamentos mensais realizados no período de julho/06 a agosto/07. Cabe ressaltar que o mesmo período (julho/06 à agosto/07) foi utilizado para os cálculos do tempo médio de atendimento, conforme Tabela 04.

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Para o cálculo da demanda média (μD(1)) mensurou-se o tempo médio de atendimento

(µTA) ao período analisado. Como demonstrativo matemático, utilizou-se os dados do primeiro item da Tabela 4 (PARAF M 16 x 50933 -10.9 -POL) para obtenção da demanda média,

μD 1= 23240×340,34 resultando em 32,54. Da mesma forma, calculou-se o desvio padrão

da demanda: σD TA2=23/240×225,5 chegando a 69,73. Após definição destes

valores, aplicou-se a fórmula completa do E.S.

TABELA 04 - Cálculo do estoque de segurança (em cento)

Itens Zα μTA σTA μD σD μD(1) σD(TA)

(2) Estoque de segurança

PARAF M 16 x 50933 -10.9 -POL 1,65 23 12,10 340,34 225,50 32,54 69,73 851 PARAF M 16 x 45961 -10.9 -POL 1,65 28 12,20 279,37 173,82 21,41 48,12 599 PARAF ALLEN M 8 x 25912 -5.8 -POL 1,65 21 12,43 2.111,62 976,95 123,34 236,11 3.096 PARAF SOLDA M 6 x 16933 -5.8 -POL 1,65 39 20,25 3.570,74 6.474,48 389,10 2.137,25 25.628 PARAF SOLDA M 10 x 30931 -8.8 -POL 1,65 44 24,81 594,42 285,96 67,37 96,27 2.953 PARAF M 16 x 130960 -5.8 -POL 1,65 18,48 7,98 120,28 28,91 8,23 7,56 120 PARAF FEN CZ ESCHAT M5 x 33,5965-8.8 1,65 27,33 11,02 947,62 1.327,38 71,95 365,75 3.415 PARAF M 10 x 50931 -8.8 -POL 1,65 26 12,37 362,74 169,74 26,30 45,71 660 PARAF M 16 x 45960 -8.8 -POL 1,65 33 21,96 173,64 58,02 15,78 17,49 595 PARAF M 14 x 210931 -10.9 -POL 1,65 34 11,07 45,73 39,31 4,29 12,04 139 PARAF SEXT 3/8 x 1/2UNC -8.8 -POL 1,65 27 10,16 1.155,39 308,86 85,51 84,02 1.602 PARAF RODA M 22 x 80960 -10.9 -POL 1,65 51 25,65 27,38 19,47 3,89 7,34 185 PARAF ESTEIRA 5/8 x 54UNF -12.9 -POL 1,65 29 11,22 172,37 115,96 40,94 56,51 906 PARAF M 10 x 125931 -8.8 -POL 1,65 24 12,41 177,34 65,02 11,59 16,62 272 HASTE M 16 x 140931 -8.8 -POL 1,65 43 21,12 72,28 36,72 17,27 17,95 632 PARAF SEXT 1/4 x 1/2UNC -5.8 -POL 1,65 21 13,26 4.258,01 3.562,62 272,25 900,85 9.061 PARAF M 14 x 45933 -12.9 -POL 1,65 28 16,68 115,91 34,89 8,98 9,71 261 PARAF SEXT 5/8 x 5UNC -8.8 -POL 1,65 26 7,97 88,14 42,07 10,89 14,79 189 PARAF REGUL M 10 x 46933 -8.8 -POL 1,65 48 28,57 201,51 13,99 26,59 5,08 1.254 PARAF M 10 x 115931 -8.8 -POL 1,65 17 12,18 137,68 78,99 6,31 16,91 170 Total 14.953 52.588

A definição da fórmula para o cálculo do estoque de segurança considerou que o tempo de atendimento e a demanda dos estoques são variáveis. Assim, no decorrer do estudo, observou-se que quanto maior o desvio padrão, ou seja, quanto mais próximo ele ficar da média, maior será o resultado do estoque de segurança, tornando inviável a implementação da fórmula para alguns itens. Estoques de segurança exagerados provocam custos de armazenagem.

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TABELA 05 - Representatividade do estoque de segurança na empresa

Itens Valor da demanda Valor do ES Quant. itens

no estoqueQuantidade de itens com ES

Representatividade

PARAF M 16 x 50933 -10.9 -POL 415.076,43 74.134,01 4.765 851 17,86 % PARAF M 16 x 45961 -10.9 -POL 362.930,60 55.583,51 3.911 599 15,32 % PARAF ALLEN M 8 x 25912 -5.8 -POL 259.560,68 27.182,88 29.563 3.096 10,47 % PARAF SOLDA M 6 x 16933 -5.8 -POL 247.014,97 126.634,36 49.990 25.628 51,27 % PARAF SOLDA M 10 x 30931 -8.8 -POL 189.489,89 67.239,81 8.322 2.953 35,48 % PARAF M 16 x 130960 -5.8 -POL 174.609,07 12.443,49 1.684 120 7,13 % PARAF FEN CZ ESCHAT M5x33,5965-8.8-P 169.327,31 43.586,78 13.267 3.415 25,74 % PARAF M 10 x 50931 -8.8 -POL 168.908,24 21.952,03 5.078 660 13,00 % PARAF M 16 x 45960 -8.8 -POL 168.365,03 41.207,89 2.431 595 24,48 % PARAF M 14 x 210931 -10.9 -POL 162.749,01 35.333,80 640 139 21,71 % PARAF SEXT 3/8 x 1/2UNC -8.8 -POL 161.852,05 16.029,61 16.176 1.602 9,90 % PARAF RODA M 22 x 80960 -10.9 -POL 151.239,24 72.986,20 383 185 48,26 % PARAF ESTEIRA 5/8 x 54UNF -12.9 -P 151.150,31 187.532,94 730 906 124,07 % PARAF M 10 x 125931 -8.8 -POL 148.613,37 16.281,08 2.483 272 10,96 % HASTE M 16 x 140931 -8.8 -POL 137.244,06 191.394,88 453 632 139,46 % PARAF SEXT 1/4 x 1/2UNC -5.8 -POL 135.560,51 22.299,61 55.082 9.061 16,45 % PARAF M 14 x 45933 -12.9 -POL 127.153,28 20.451,09 1.623 261 16,08 % PARAF SEXT 5/8 x 5UNC -8.8 -POL 126.647,23 32.024,41 747 189 25,29 % PARAF REGUL M 10 x 46933 -8.8 -POL 126.399,39 56.185,47 2.821 1.254 44,45 % PARAF M 10 x 115931 -8.8 -POL 123.727,33 10.912,40 1.928 170 8,82 % Total 3.707.618,00 1.131.396,24 202.077 52.588 30,52 %

Conforme a Tabela 05, a representatividade do estoque de segurança em relação a

demanda atual é de aproximadamente 30%. Entretanto, este valor seria reduzido caso não

aplicássemos esta fórmula para os itens cuja demanda e tempo de atendimento variam

demasiadamente. Isto se explica ao observarmos que 70%, dos vinte itens analisados,

representam até 26% de demanda, o restante representam, em média 70% da demanda, o que

eleva a representatividade geral. Para os itens muito representativos, sugerimos uma produção

conforme o pedido não acumulando-os em estoque.

6.3 Ponto de pedido e estoque máximo

O ponto de pedido é importante porque demonstra exatamente o momento de realizar

um novo pedido de peças para estoque. Assim, a fórmula utilizada foi:

PP = D x TR + ES

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Considerou-se que a taxa de consumo dos produtos (D) é totalmente imprevisível e o

tempo de resposta (TR) também pode variar, conforme Tabela 06. Também mensuramos o

estoque máximo para servir como balizador nos casos em que a produção fabrica peças além

da demanda.

TABELA 06 - Valores do Ponto de pedido, Estoque máximo e estoque de segurança (em

cento)

Itens Ponto do pedido (PP)

Estoque máximo (Emax)

Estoque de segurança (ES)

PARAF M 16 x 50933 -10.9 -POL 8.660 18.871 851 PARAF M 16 x 45961 -10.9 -POL 8.306 16.687 599 PARAF ALLEN M 8 x 25912 -5.8 -POL 47.497 110.845 3.096 PARAF SOLDA M 6 x 16933 -5.8 -POL 165.703 272.825 25.628 PARAF SOLDA M 10 x 30931 -8.8 -POL 29.226 47.059 2.953 PARAF M 16 x 130960 -5.8 -POL 2.343 5.951 120 PARAF FENDA CZ ESCHAT M 5 x 33,5965 -8.8 -POL 29.316 57.745 3.415 PARAF M 10 x 50931 -8.8 -POL 10.129 21.011 660 PARAF M 16 x 45960 -8.8 -POL 6.275 11.484 595 PARAF M 14 x 210931 -10.9 -POL 1.682 3.054 139 PARAF SEXT 3/8 x 1/2UNC -8.8 -POL 32.384 67.046 1.602 PARAF RODA M 22 x 80960 -10.9 -POL 1.585 2.406 185 PARAF ESTEIRA 5/8 x 54UNF -12.9 -POL 5.818 10.989 906 PARAF M 10 x 125931 -8.8 -POL 4.444 9.765 272 HASTE M 16 x 140931 -8.8 -POL 3.740 5.908 632 PARAF SEXT 1/4 x 1/2UNC -5.8 -POL 98.904 226.645 9.061 PARAF M 14 x 45933 -12.9 -POL 3.494 6.972 261 PARAF SEXT 5/8 x 5UNC -8.8 -POL 2.476 5.120 189 PARAF REGUL M 10 x 46933 -8.8 -POL 10.825 16.870 1.254 PARAF M 10 x 115931 -8.8 -POL 2.441 6.572 170 Total 923.825 52.588

Devido a complexidade dos cálculos, obtenção das informações e manipulação dos

dados, definiu-se vinte itens classe A como modelo para aplicação da fórmula. Sugere-se para

os demais itens uma maior disponibilidade de tempo de análise ou até mesmo a criação de um

módulo, junto ao sistema DEZ, para realização dos cálculos de estoque de segurança, estoque

máximo e ponto de pedido.

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7 PROPOSIÇÕES

Este capítulo apresenta algumas sugestões de melhoria na gestão dos estoques de

produtos acabados, conforme objetivos definidos no estudo. Levar-se-a em consideração os

dados abordados no capítulo 6, análise dos dados, bem como análises e pesquisas informais

realizadas na empresa.

7.1 Sugestões de melhorias

Na descrição da empresa, capítulo 5, foram abordados alguns problemas cujas

sugestões de melhoria são:

- Cadastrar 100% dos produtos no sistema DEZ para facilitar a consulta do nível de

estoque e demais informações pertinentes, tais como: dia de fabricação do produto; dureza;

bitola, comprimento da rosca, etc. Desse modo, o setor de vendas adquire rapidez no

atendimento aos clientes e confiabilidade nas informações.

- Conforme sugestão, ao implementar o Estoque de Segurança nos itens classe A

tornará possível melhorar a gestão dos estoques e reduzir algumas incertezas referente ao

nível de estoque. Assim, poderíamos reduzir o prazo de entrega dos pedidos (< 30 dias) e

“desafogar” a produção. Esta redução ocorreria conseqüentemente a implementação do ES,

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pois aumentaria o número de pedidos atendidos com produtos direto do estoque, dando

condições ao PCP de melhor programar sua produção. O ponto do pedido também auxilia na

gestão dos estoques de produto acabado e na programação do PCP, porque informa o

momento de produzir as peças classe A para que não falte em estoque.

- Em algumas entrevistas informais realizadas com os colaboradores, um problema

abordado foi o excesso de produção, de alguns itens, para melhor aproveitar o set up da

máquina. Desta forma, sugerimos o cálculo do Estoque Máximo como limite de fabricação

para estes itens, conforme cálculos exemplares realizados no capítulo 6. Cabe ressaltar que a

manutenção do estoque máximo de produtos acabados agregam custos ao

estoque/armazenamento.

- Outro problema refere-se a localização das peças no estoque. Devido a grande

variedade de produtos e quantidades consideráveis em estoque, torna-se importante organizar

de forma sincronizada a distribuição das peças no local. Como sugestão, indicamos a forma de

endereçamento dos itens, descrito em Martins (2003 p.161), para facilitar a localização,

conforme exemplo abaixo:

Endereço: AA. B. C. D. E

Onde: AA: Código do almoxarifado ou área de estocagem

B: Número da rua

C: Número da prateleira ou estante

D: Posição vertical

E: Posição horizontal dentro da posição vertical

Assim, ao localizar uma peça (PARAF M 16 x 50933 -10.9 -POL) no estoque,

corresponderia a um determinado código de endereçamento. Ex.: 10.6.4.2.1.

Portanto, o item estaria estocado no almoxarifado 10, na rua 6, na prateleira 4, local

vertical 2, no primeiro boxe horizontal.

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- Os itens obsoletos devem receber uma atenção especial, pois acarretam custos aos

estoques e imobilizam o investimento. Deste modo, sugere-se um levantamento para se

identificar e quantificar os itens obsoletos para uma possível venda a um preço promocional,

ou reprocessá-los, caso haja disponibilidade.

- Referente a reposição dos itens em estoque, aconselha-se a utilização dos cálculos do

ponto de pedido para informar o instante viável de restituição dos estoques. Considerando que

atualmente não se aplica nenhuma ferramenta para controle dos níveis de estoque, apenas

controle visual ou quando acessado o sistema DEZ para consulta, sugere-se a criação de um

programa, dentro do sistema DEZ, para gerenciar tal processo. Como o sistema controla a

entrada e saída dos itens do estoque, informaria também o momento de reposição das peças ao

calcular automaticamente o ponto do pedido. Sempre que o estoque chegasse ao valor de

reposição, uma mensagem seria gerada para realização da FAP e encaminhamento ao PCP

para produção.

- Um problema abordado no setor de expedição refere-se as movimentações de peças

entre os estoques. Geralmente, para atender um pedido, os produtos faltantes em um estoque

podem ser compensados retirando-os de outros estoques, caso haja disponibilidade. Entretanto

esta transferência não é informada, proporcionando “quebra” no estoque. Para evitar possíveis

erros, sugere-se que toda e qualquer transferência de produto seja realizada por um

colaborador responsável pelo estoque, ou seja, centralizar o gerenciamento das

movimentações. Desta forma, evita-se perdas de informação e facilita o controle dos itens nos

estoques.

- Os pedidos realizados no setor de compras levam, normalmente, quatro dias até

chegar ao PCP. Sugere-se que logo após a vinda do pedido e possível negociação com o

cliente, o setor de PCP consulte o sistema DEZ, imprima a ficha de produção e realize o

planejamento de produção.

- Como alternativa para futuras necessidades de espaço físico, sugere-se que o

armazenamento cresça verticalmente ao invés de horizontalmente. Assim minimiza a

utilização da infra-estrutura.

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8 CONCLUSÃO

As empresas buscam cada vez mais conhecer seus pontos fortes e suas fraquezas.

Muitas definem um bom gerenciamento dos estoques de produtos acabados como sendo um

ponto forte, chegando a utilizá-lo como estratégia de negócio. É através do controle dos

estoques de segurança, estoques mínimos, ponto do pedido, estoques máximos, custos, etc,

que definisse o sucesso ou até mesmo o fracasso das empresas.

O desenvolvimento do estudo foi motivado justamente pelo interesse da empresa em

aprofundar os conhecimentos, já existentes na área, dentro da sua realidade empresarial. Com

a pesquisa podemos perceber que a manutenção dos estoques de produtos acabados é de

fundamental importância para os negócios, entretanto, alguns processos necessitam melhorias

para buscar maior rendimento nos resultados.

O fator principal para o gerenciamento dos estoques é saber controlá-los. Atualmente

os responsáveis pela geração das informações são os softwares, cuja função é justamente dar o

suporte necessário ao gestor para administrar eficazmente os estoques. Contudo, conforme

análise desenvolvida no sistema DEZ, observou-se a necessidade da incorporação de algumas

ferramentas ao software para auxiliar no controle do estoque. Entre os principais estão o

cálculo do estoque de segurança, ponto do pedido e estoque máximo.

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A aplicação destes cálculos demonstraram que o estoque de segurança não é vantajoso

para todos os produtos. Aqueles que apresentam uma grande variação na demanda e no tempo

de atendimento resultam num elevado nível de segurança. Isto significa maiores custos de

armazenamentos e possibilidade de gerar muitos produtos obsoletos, caso o item saia de linha.

Porém, podemos observar que há uma tendência em obter produtos com pouca variabilidade,

tornando assim possível a aplicação do estoque de segurança em praticamente 70% dos

produtos, conforme Tabela 4 do capítulo 6 deste estudo.

Outro assunto importante proposto foi o uso do estoque máximo para aqueles itens

cujo giro de estoque é elevado e set up oneroso. Nestes casos deve-se considerar o espaço

disponível para armazenamento dos itens, pois quanto maior a quantidade produzida maior

será a disponibilização do espaço. Atualmente a empresa destina, aproximadamente, 2.100 m²

para estocagem dos produtos, mas está construindo uma nova área para melhor organizar e

distribuir as peças.

Espera-se que a empresa, baseada no estudo realizado, possa avaliar a possibilidade de

implementação e obter sucesso no gerenciamento dos estoques de produtos acabados.

8.1 Sugestões para trabalho futuros

As sugestão para trabalhos futuros são:

- a continuação dos cálculos de estoque de segurança para os itens classe A;

- customizar os estoques de produtos acabados para classe A;

- desenvolver e/ou aplicar uma ferramenta para controlar aqueles produtos que não se

enquadram no cálculo do estoque de segurança, cuja variabilidade da demanda e do tempo de

atendimento é elevada.

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CHING, Y. C., Contabilidade gerencial: novas praticas para a gestão de negocios, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 304 p.

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DIAS, M. A. P., Administração de Materiais: uma abordagem logística, 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1993. 358 p.

FRAZIER, G. GAITHER, N. Administração da Produção e Operações. 8 ed. São Paulo: Thomson, 2004.

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MOTTA, S. I., Gestão de estoques. Revista R.A.E, São Paulo, v 17, p. 209 à 246, 1981.

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MOURA, R. A., Kanban - A simplicidade do controle da produção, 1ª ed. São Paulo: Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais, 1989. 355 p.

RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações, São Paulo: Prentice Hall, 2004. 431 p.

SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2001.

SLACK, N.; et al. Administração da Produção. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

SLACK, N.; et al. Administração da Produção. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1997.

VIANA, J. J., Administração de materiais: um enfoque prático, 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. 448 p.

WANKE, P.,Gestão de estoques na cadeia de suprimentos,São Paulo: Atlas, 2003.176 p.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993.

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1998.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. Ed. São Paulo: Makron Books, 2001.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

INPUT Canal de entrada dos insumos

LEAD TIME Tempo de reabastecimento, desde a geração de uma necessidade até a sua

efetiva entrega.

SET UP Tempo gasto na preparação do equipamento até o momento em que a

produção é liberada.

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ANEXOS

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – Questionário......................................................................................................87

ANEXO B – Ficha de Acompanhamento de Produção.......................................................90

ANEXO C – Norma DIN........................................................................................................92

ANEXO D – Controle de estoque..........................................................................................94

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ANEXO A

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Questionário – Administração dos estoques de produtos acabados

1. Como a empresa define os estoques (quantidades) de produtos acabados?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. Como a empresa programa a produção?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3. Existe algum cliente “especial”? Como ele é tratado?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4. A empresa utiliza os conceitos de Estoque de Segurança e Estoque Mínimo?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5. Existem indicadores para analisar a performance do estoque de Produto

Acabado?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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6. Existem um sistema de armazenamento e movimentação padrão (localização,

estocagem, carregamento)?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

7. Quais são as dificuldades encontradas para gerenciar o estoque de P.A?

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8. Você tem alguma sugestão/comentário final?

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ANEXO B

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00052475 200716/11/2007

METALURGICA

HASSMANN

FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO PRODUTO N.(FAP)

/

PARAFUSO SOLDA ADRIANE

012100 BRUNING - TECNOMETAL S.A. 0000047459Pedido : 007Cliente : /

PARAF SOLDA M 6 x 12 5.8 POL0400060012

Produto :

21467.1

5.000 19/11/2007Quantidade : Entrega :

DADOS DO PROCESSO / PRODUTO CONTROLE DIMENSIONAL

USINA :

BITOLA :

CORRIDA :

MAT.(SAE):

RTM :

DIMENSÃO A1 A2

COMP PARAFUSO

COMP ROSCA

ALT CABEÇA

DIAM CORPO

DIAM PRIMITIVO

DIAM FLANCOS

DIAM EXTERNO

DIAM CABEÇA

ALT PROJEÇAO

DIAM/LARG PROJEÇAO

COMPRIMENTO DA PROJ

DIAM POSIÇAO DA PROJ

SELECIONAR PEÇAS - DEVEM ESTAR ISENTOSDE MISTURA

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

FAP MÃE N. :

FORJADO

ESTAMPADO

USINADO

DIAMETRO PRIMITIVO USINADO ( )

- MAQUINA N. ( )

- CELULA N. ( )

- PRENSA N. ( )

QUANTIDADE PRODUZIDA :

VISTO : DATA :

TRATAMENTO TÉRMICO

DUREZA : VISTO :

R.TRAÇÃO : DATA :

TRATAMENTO SUPERFÍCIE

INSPEÇÃO FINAL ( ) APROVADO ( ) REPROVADO

VISTO : DATA :

OBS:

0

/

LAMINADO ( ) ROLOS ( ) PENTE MAQ N.( )

( ) INTERNO - LINHA N. ___________________

( ) EXTERNO - FORNECEDOR N._______________

FORNECEDOR _____________________________________

Item Cliente:Item :

Obs. :

Almox: 0300

FAP FILHA N. : / 2007 00052473

RELAMINADO ( ) ROLOS ( ) PENTE MAQ N. ( )

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ANEXO C

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ANEXO D

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FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE

SAIDASDescrição Qtde

ENTRADAS

Responsável____________________________ Data:____/____/____