Gestão Ambiental - Modulo 2

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HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Histórico da Educação Ambiental Considerando-se que educação ambiental é um processo em construção permanente e que, portanto, torna-se um instrumento de aprendizagem em constante movimento, alguns fatos e acontecimentos marcantes na história mundial têm sua importância para o estudo proposto neste texto, como os que agora destacamos. Em 1869, Ernest Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre espécies e seu ambiente. Três anos depois, é criado o primeiro Parque Nacional do mundo, o de Yellowstone, nos Estados Unidos. Desde então, e principalmente após a 2ª Grande Guerra quando do crescimento desenfreado da produção industrial e do conseqüente acirramento da degradação do meio ambiente, começaram a surgir problemas de dimensões globais, que rompiam fronteiras e extrapolavam a regionalidade, como a poluição de rios e mananciais internacionais, a chuva ácida, o buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, as ilhas de calor nos grandes centros urbanos, entre outros. Nesse momento, percebeu-se a importância de uma reflexão mais profunda e a necessidade de um trabalho conjunto entre as nações, concentrando recursos financeiros e tecnológicos para a solução dessas questões e/ou para minimização dos impactos desses fenômenos no meio ambiente. Nesse sentido, diversas atitudes passam a ser tomadas, principalmente nos países do hemisfério norte. Algumas delas são emblemáticas, tais como a fundação em 1947, na Suíça, a UICN União Internacional para a Conservação da Natureza, a mais antiga instituição ambientalista de que se tem registro. No entanto, ainda não se relaciona diretamente as alternativas de solução aos problemas ambientais a mudança de comportamento e a questão educacional. Só em 1965, foi utilizada pela primeira vez, a expressão “Educação Ambiental” (Environmental Education), durante a “Conferência de Educação”, da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha. O Clube de Roma e o Crescimento Zero Em 1968, é fundado o Clube de Roma pelo industrial italiano Aurélio Peccei e pelo químico inglês Alexander King, que agregou 100 empresários, políticos, cientistas sociais, preocupados com as conseqüências do modelo de desenvolvimento predatório adotado pelos países ricos do ocidente e que rapidamente se espalhava por todo o globo terrestre. Em 1971, o Clube encomenda ao MIT Instituto de Tecnologia de Massachussets, Estados Unidos - um estudo sobre a situação do Planeta. Como resultado é publicado no ano seguinte, um relatório que leva o nome de “Limites do Crescimento”, que recomenda crescimento zero da atividade econômica e da população, como forma de garantir a continuidade da existência da espécie humana do Planeta. Tal documento é duramente criticado, principalmente porque congelava desigualdades e não previa mudanças nos padrões de produção e consumo adotados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuição de riquezas entre os países e as diferentes camadas da população. De qualquer modo, foi a primeira vez que um sério instituto de pesquisa, financiado por poderosos empresários do primeiro mundo, apontava a situação a que o Planeta estava exposto. Por fim, o mundo tomava conhecimento, oficialmente, das limitações ambientais ao crescimento. A Conferência de Estocolmo

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  • HISTRICO DA EDUCAO AMBIENTAL

    Histrico da Educao Ambiental

    Considerando-se que educao ambiental um processo em construo permanente e que, portanto, torna-se um instrumento de aprendizagem em constante movimento, alguns fatos e acontecimentos marcantes na histria mundial tm sua importncia para o estudo proposto neste texto, como os que agora destacamos.

    Em 1869, Ernest Haeckel prope o vocbulo ecologia para os estudos das relaes entre espcies e seu ambiente. Trs anos depois, criado o primeiro Parque Nacional do mundo, o de Yellowstone, nos Estados Unidos. Desde ento, e principalmente aps a 2 Grande Guerra quando do crescimento desenfreado da produo industrial e do conseqente acirramento da degradao do meio ambiente, comearam a surgir problemas de dimenses globais, que rompiam fronteiras e extrapolavam a regionalidade, como a poluio de rios e mananciais internacionais, a chuva cida, o buraco na camada de oznio, o efeito estufa, as ilhas de calor nos grandes centros urbanos, entre outros.

    Nesse momento, percebeu-se a importncia de uma reflexo mais profunda e a necessidade de um trabalho conjunto entre as naes, concentrando recursos financeiros e tecnolgicos para a soluo dessas questes e/ou para minimizao dos impactos desses fenmenos no meio ambiente. Nesse sentido, diversas atitudes passam a ser tomadas, principalmente nos pases do hemisfrio norte. Algumas delas so emblemticas, tais como a fundao em 1947, na Sua, a UICN Unio Internacional para a Conservao da Natureza, a mais antiga instituio ambientalista de que se tem registro.

    No entanto, ainda no se relaciona diretamente as alternativas de soluo aos problemas ambientais a mudana de comportamento e a questo educacional. S em 1965, foi utilizada pela primeira vez, a expresso Educao Ambiental (Environmental Education), durante a Conferncia de Educao, da Universidade de Keele, na Gr-Bretanha.

    O Clube de Roma e o Crescimento Zero

    Em 1968, fundado o Clube de Roma pelo industrial italiano Aurlio Peccei e pelo qumico ingls Alexander King, que agregou 100 empresrios, polticos, cientistas sociais, preocupados com as conseqncias do modelo de desenvolvimento predatrio adotado pelos pases ricos do ocidente e que rapidamente se espalhava por todo o globo terrestre. Em 1971, o Clube encomenda ao MIT Instituto de Tecnologia de Massachussets, Estados Unidos - um estudo sobre a situao do Planeta.

    Como resultado publicado no ano seguinte, um relatrio que leva o nome de Limites do Crescimento, que recomenda crescimento zero da atividade econmica e da populao, como forma de garantir a continuidade da existncia da espcie humana do Planeta. Tal documento duramente criticado, principalmente porque congelava desigualdades e no previa mudanas nos padres de produo e consumo adotados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuio de riquezas entre os pases e as diferentes camadas da populao.

    De qualquer modo, foi a primeira vez que um srio instituto de pesquisa, financiado por poderosos empresrios do primeiro mundo, apontava a situao a que o Planeta estava exposto. Por fim, o mundo tomava conhecimento, oficialmente, das limitaes ambientais ao crescimento.

    A Conferncia de Estocolmo

  • No mesmo ano da publicao, 1972, e como sua conseqncia direta, aconteceu a Conferncia das Naes Unidas, em Estocolmo, debatendo o tema Crescimento Econmico e Meio Ambiente, com a presena de 113 pases.

    Esta Conferncia considerada um marco poltico internacional para o surgimento de polticas de gerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma nova viso das relaes entre o meio ambiente e o desenvolvimento; gerados e criados novos importantes programas como o das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); gerados documentos da relevncia da Declarao sobre o Ambiente Humano, uma afirmao de princpios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decises relativas rea ambiental e o Plano de Ao Mundial, uma convocao cooperao internacional para a busca de solues para os problemas ambientais.

    A Conferncia tambm constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho de cada ano. A partir dela, a ateno mundial foi direcionada para as questes ambientais, especialmente para a degradao ambiental e a poluio interfronteiras, popularizando o conceito da disperso, de grande importncia para evidenciar o fato de que a poluio no reconhece limites polticos ou geogrficos e afeta pases, regies e pessoas para muito alm do ponto em que foi gerada.

    A posio brasileira

    O Brasil, a esta poca em plena vigncia do regime militar, havia adotado o chamado modelo econmico nacional-desenvolvimentista, onde o crescimento a qualquer custo era visto como ferramenta fundante para o progresso e para a melhoria da qualidade de vida da populao e vinha acumulando sucessivos ndices positivos de crescimento do Produto Interno Bruto.

    Era a dcada do milagre brasileiro e os investimentos governamentais em grandes obras eram consideradas prioritrios, a rodovia Transamaznica, a Ponte Rio - Niteri, a Usina de Energia Nuclear de Angra, entre outros, ampliavam a infra-estrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento desenfreado que exigia ainda mais infra-estruturas de base. Novas estradas, novos portos, novas fronteiras agrcolas, imensos conjuntos habitacionais e assim consecutivamente. No era de se estranhar, portanto que, diante das discusses em Estocolmo, os representantes brasileiros no tenham reconhecido a gravidade dos problemas ambientais.

    Mesmo enfrentando discordncias, a Conferncia de Estocolmo representou um avano nas negociaes mundiais e tornou-se o marco para o entendimento dos problemas planetrios e para a emergncia de polticas ambientais em muitos pases, adotando o slogan Uma nica Terra e propondo a busca de uma nova forma de desenvolvimento para o mundo. No mesmo Plano de Ao, foi recomendado o desenvolvimento de novos mtodos e recursos instrucionais para a Educao Ambiental e a capacitao de professores.

    Congresso de Belgrado

    Trs anos mais tarde, o Congresso de Belgrado prope a discusso de nova tica planetria para promover a erradicao da pobreza, analfabetismo, fome, poluio, explorao e dominao humanas. Censurava o desenvolvimento de uma nao custa de outra e prope a busca de um consenso internacional. Sugeriu tambm a criao de um Programa Mundial em Educao Ambiental. Como resultado, a UNESCO cria, ento, o Programa Internacional de Educao Ambiental (PIEA), que at os dias de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente. O PIEA mantm uma base de dados com informaes sobre instituies de EA em todo o mundo, alm de projetos e eventos que envolvem estudantes, professores e administradores.

    A Conferncia de Tbilisi

  • A reunio internacional que de fato revolucionou a EA foi a Conferncia Intergovernamental sobre Educao Ambiental, promovida pela UNESCO e realizada em Tbilisi, na Gergia em 1977. Embora o evento fosse governamental, participantes no-oficiais se fizeram presentes, marcando posies e interferindo nas discusses. Conseguiram grandes avanos e estratgias e pressupostos pedaggicos foram adicionados aos seus documentos.

    A declarao final de Tbilisi estabelece os princpios orientadores da EA e remarca seu carter interdisciplinar, crtico, tico e transformador. Anuncia que a EA deveria basear-se na cincia e na tecnologia para a tomada de conscincia e adequada compreenso dos problemas ambientais, fomentando uma mudana de conduta quanto utilizao dos recursos ambientais.

    Nosso Futuro Comum

    Durante toda a dcada subseqente, a humanidade buscou conhecimentos e acordos para propor uma nova sociedade, de carter local e global.

    Em 1983, por deciso da Assemblia Geral da ONU, foi criada a Comisso Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento CMMAD. Presidida pela ento primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, tinha como objetivo analisar a interface entre a questo ambiental e o desenvolvimento e propor um plano de aes.

    Essa Comisso, chamada de Comisso Brundtland, circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987, com um relatrio chamado Nosso Futuro Comum. E nesse relatrio que se encontra a definio de desenvolvimento sustentvel mais aceita e difundida em todo o Planeta: Desenvolvimento sustentvel aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraes futuras satisfazerem suas prprias necessidades.

    Segundo a Comisso, o desafio era trazer as consideraes ambientais para o centro das tomadas de decises econmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos nveis: local, regional e global.

    Conferencia de Moscou

    A conferncia seguinte foi a de Moscou (capital da antiga Unio Sovitica), que reuniu cerca de trezentos educadores ambientais de cem pases. Visou fazer uma avaliao sobre o desenvolvimento da EA desde a Conferncia de Tbilisi, em todos os pases membros da UNESCO. A EA, nessa conferncia no-governamental, reforou os conceitos consagrados pela de Tbilisi, a saber, a Educao Ambiental deveria preocupar-se tanto com a promoo da conscientizao e transmisso de informaes, como com o desenvolvimento de hbitos e habilidades, promoo de valores, estabelecimento de critrios padres e orientaes para a resoluo de problemas e tomada de decises. Portanto, objetivar modificaes comportamentais nos campos cognitivo e afetivo.

    Rio-92

    A Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), oficialmente denominada de Conferncia de Cpula da Terra e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, foi realizada no Rio de Janeiro entre 03 e 14 de junho de 1992, 20 anos aps a Conferncia de Estocolmo e teve grande importncia para reforar e ampliar essa nova abordagem ambiental, que j vinha sendo discutida em documentos anteriores.

    Fez histria ao chamar a ateno do mundo para uma questo nova na poca: a compreenso de que os problemas ambientais esto intimamente ligados s condies econmicas e justia social. Reconheceu a necessidade de integrao e equilbrio entre as questes sociais e econmicas para a sobrevivncia da vida humana no Planeta. Reuniu 103 chefes de estado e um total de 182 pases e centenas de organizaes da

  • sociedade civil cuja ao teve relevante impacto ao demonstrar claramente os limites da explorao dos recursos naturais. A Conferncia aprovou cinco acordos oficiais internacionais: a Declarao do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Declarao de Florestas; a Conveno-Quadro sobre Mudanas Climticas; a Conveno sobre Diversidade Biolgica e a Agenda 21, um documento que prope novos modelos polticos para o mundo em busca do desenvolvimento sustentvel. Paralelamente, as organizaes no governamentais reunidas no Frum Internacional das ONGS e

    dos Movimentos Sociais, finalizaram e aprovaram o Tratado de Educao Ambiental para Sociedades

    Sustentveis e Responsabilidade Global.

    Assim, no mbito governamental e no da sociedade civil, o conceito de sustentabilidade ganha fora e esta nova viso implica na implantao de um modelo de desenvolvimento que garanta a manuteno da Vida no Planeta sob todos os aspectos.

    Carta Brasileira para a Educao Ambiental

    Paralelamente Rio-92, o governo brasileiro, atravs do Ministrio da Educao e Desporto MEC organizou um workshop, no qual foi aprovado um documento denominado Carta Brasileira para a Educao Ambiental, enfocando o papel do estado, estimulando, em particular, a instncia educacional como as unidades do MEC e o Conselho de Reitores

    Quadro-sntese do histrico da Educao Ambiental no mundo

    ANO / ACONTECIMENTOS

    SCULO XIX

    1869 Ernst Haeckel prope o vocbulo ecologia para os estudos das relaes entre as espcies e seu ambiente.

    1872 Criao do primeiro parque nacional do mundo Yellowstone, USA.

    SCULO XX

    1947 Funda-se na Sua a UICN- Unio Internacional para a Conservao da Natureza

    1952 Acidente de poluio do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas

    1962 Publicao da Primavera Silenciosa por Rachel Carlson

    1965 Utilizao da expresso Educao Ambiental (Enviromental Education) na Conferncia de Educao da Universidade de Keele, Gr-Bretanha.

    1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assemblia Geral da ONU

    1968 Fundao do Clube de Roma

    1972 Publicao do Relatrio Os Limites do Crescimento - Clube de Roma

    1972 Conferncia de Estocolmo - Discusso do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de Ecodesenvolvimento. Recomendao 96 Educao e Meio Ambiente

  • 1973 Registro Mundial de Programas em Educao Ambiental - USA

    1974 Seminrio de Educao Ambiental em Jammi, Finlndia Reconhece a Educao Ambiental como educao integral e permanente.

    1975 Congresso de Belgrado - Carta de Belgrado estabelece as metas e princpios da Educao Ambiental

    1975 Programa Internacional de Educao Ambiental - PIEA

    1976 Reunio Sub-regional de EA para o ensino Secundrio Chosica, Peru. Questes ambientais na Amrica Latina esto ligadas s necessidades de sobrevivncia e aos direitos humanos.

    1976 Congresso de Educao Ambiental em Brasarville, frica, reconhece que a pobreza o maior problema ambiental.

    1977 Conferncia de Tbilisi Gergia. Estabelece os princpios orientadores da EA e remarca seu carter interdisciplinar, critico, tico e transformador.

    1979 Encontro Regional de Educao Ambiental para Amrica Latina em San Jos, Costa Rica.

    1980 Seminrio Regional Europeu sobre EA , para Europa e Amrica do Norte. Assinala a importncia do intercmbio de informaes e experincias.

    1980 Seminrio Regional sobre EA nos Estados rabes, Manama, Bahrein. UNESCO - PNUMA.

    1980 Primeira Conferncia Asitica sobre EA Nova Delhi, ndia

    1983 Formao da Comisso Brundtland

    1987 Divulgao do Relatrio da Comisso Brundtland, Nosso Futuro Comum.

    1987 Congresso Internacional da UNESCO - PNUMA sobre Educao e Formao Ambiental em Moscou, URSS. Realiza a avaliao dos avanos desde Tbilisi, reafirma os princpios de Educao Ambiental e assinala a importncia e necessidade da pesquisa, e da formao em Educao Ambiental .

    1988 Declarao de Caracas, Venezuela, sobre Gesto Ambiental na Amrica. Denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento.

    1989 Primeiro Seminrio sobre materiais para a Educao Ambiental em Santiago, Chile.

    1989 Declarao de HAIA, preparatria da RIO 92, aponta a importncia da cooperao internacional nas questes ambientais.

    1990 Conferncia Mundial sobre Ensino para Todos, satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem, Jomtien, Tailndia. Destaca o conceito de Analfabetismo Ambiental

    1990 ONU Declara o ano 1990 como Ano Internacional do Meio Ambiente.

    1991 Reunies preparatrias da Rio 92.

    1992 Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio/92 Criao da Agenda 21.

    Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis.

  • 1992 FORUM das ONGs - compromissos da sociedade civil com a Educao Ambiental e o Meio Ambiente.

    1992 Carta Brasileira de Educao Ambiental. Aponta as necessidades de capacitao na rea. MEC.

    1993 Congresso Sul-Americano - continuidade Eco/92 - Argentina

    1993 Conferncia dos Direitos Humanos. Viena.

    1994 Conferncia Mundial da Populao. Cairo

    1994 I Congresso Ibero Americano de Educao Ambiental. Guadalajara, Mxico.

    1995 Conferncia para o Desenvolvimento Social. Copenhague. Criao de um ambiente econmico-poltico-social-cultural e jurdico que permita o desenvolvimento social.

    1995 Conferncia Mundial da Mulher (Pequim, China)

    1995 I Conferncia Mundial do Clima (Berlim, Alemanha)

    1996 Conferncia Habitat II (Istambul, Turquia)

    1996 II Conferncia Mundial do Clima (Genebra, Sua)

    1997 II Congresso Ibero-americano de EA . Junho (Guadalajara, Mxico)

    1997 Conferncia sobre Educao Ambiental (Nova Delhi, ndia)

    1997 Conferncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educao e Conscientizao Pblica para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grcia. Rio + 5 Sesso especial da Assemblia Geral da ONU realizada en Nova York.

    1997 III Conferencia das Partes (Quioto, Japo) onde foi proposto. O PROTOCOLO DE QUIOTO, acordo para diminuio dos gases efeito estufa.

    1999 Conferncia Mundial do Clima (Bonn, Alemanha)

    2000 Conferncia Mundial do Clima (Haia, Holanda)

    2001 I FRUM SOCIAL MUNDIAL (Porto Alegre, Brasil)

    2002 Rio + 10 (Joanesburgo, frica)

    2002 II Frum Social Mundial ( Porto Alegre, Brasil)

    2002 VIII Conferncia Mundial do Clima, adoo da Declarao de Dli sobre Mudanas Climticas e Desenvolvimento Sustentvel ( Nova Dli, ndia)

    2003 III Frum Social Mundial (Porto Alegre, Brasil) I Conferencia Brasileira de Meio Ambiente

    2004 IV Frum Social Mundial (ndia)

    2004 V Frum de Educao Ambiental ( Goinia, Brasil)

  • BRASIL/IBAMA Como o Ibama exerce a educao ambiental. Coordenao Geral de Educao Ambiental Braslia: Edies IBAMA, 2002.

    BRASIL/IBAMA Diretrizes para Operacionalizao do Programa Nacional de Educao Ambiental. Braslia: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, 1996.

    BRASIL/IBAMA Pensando e praticando a educao ambiental na gesto do meio ambiente. Braslia: Edies IBAMA, 2000.

    BRASIL/MINISTRIO DA EDUCAO Educao ambiental legal. Secretaria de Educao Fundamental, Coordenao Geral de Educao Ambiental, Braslia: MEC, 2002.

    BRASIL/MINISTRIO DA EDUCAO Parmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental temas transversais. Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF,

    1998.

    BRASIL/MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE/MINISTRIO DA EDUCAO E CULTURA I Conferncia Nacional de Educao Ambiental. Braslia: Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal MMA e Ministrio da Educao e do Desporto MEC, 1997.

    DUAILIBI, Miriam; ARAUJO Luciano. Oficina de Educao Ambiental para Gesto. Secretaria do Meio Ambiente de So Paulo, 1995.

    A Educao Ambiental o processo em que se busca despertar a preocupao individual e coletiva para a questo ambiental, procura trabalhar a mudana cultural, a transformao social, a crise ambiental como uma questo tica e poltica. (Patrcia Mousinho, 2003) A velocidade dos acontecimentos aumenta dia-a-dia. Nesta nebulosa ps-modernidade, a educao tenta reagir e mudar antigos paradigmas. Essas mudanas, porm, dependem de uma reforma do pensamento e esta deve comear pela reformulao do pensamento didtico-pedaggico do professor. A funo do professor ser um agente facilitador desse processo e os currculos escolares devem ser elaborados de tal maneira que haja a articulao das disciplinas para alcanar uma viso do todo. Contedos isolados devem ser substitudos por planos de ao integrados com a realidade e o todo. A palavra interdisciplinaridade est ligada a palavra disciplina, ou seja, um complexo que rene de maneira global todas as disciplinas valorizando esta de maneira uniforme, separando a importncia de cada uma, onde o contedo e as informaes so analisadas e aproveitadas em outras reas. O sufixo inter, tem como papel unir as disciplinas, fornecendo aos educadores condies de trabalhar de forma ampla e organizada, despertando 13 nesses a parceria, valorizando o trabalho em conjunto, dando respaldo para os discentes sanarem suas dvidas com o educador que estiver em sala, sem estar ministrando a matria correspondente ao determinado assunto. A ao interdisciplinar aliada s prticas pedaggicas, sendo a reconstruo dos contedos disciplinares a relao do ser-no-outro, valorizando assim a descoberta das diferenas e a riqueza da diversidade. Os fundamentos bsicos para que a interdisciplinaridade acontea so os seguintes: Movimento Dialtico: Exerccio de dialogar com nossas prprias produes, com o propsito de extrair desse dilogo novos indicadores, novos pressupostos.

  • Recurso da Memria: Memria registro, escrita e realizada em livros, artigos, resenhas, anotaes, cursos, palestras, e a memria vivida e refeita no dilogo com todos esses trabalhos registrados. Parceria: Tentativa de iniciar o dilogo com outras formas de conhecimento a que no estamos habituados, e nessa tentativa, a possibilidade de interpretao dessas formas. Sala de Aula interdisciplinar: A sala de aula o lugar onde a interdisciplinaridade habita[...] verificamos que os elementos que diferenciam uma sala de aula interdisciplinar de outra nointerdisciplinar so a ordem e o rigor travestidos de uma nova ordem e de um novo rigor.[...] a avaliao numa sala de aula interdisciplinar acaba por transgredir todas as regras de controle costumeiro utilizadas. respeito ao modo de ser de cada um A interdisciplinaridade decorre mais do encontro de indivduos do que de disciplinas. Projeto de vida: Um projeto interdisciplinar pressupe a presena de projetos pessoais de vida e o processo de desvelamento de um projeto pessoal de vida lento, exigindo uma espera adequada. busca da totalidade: O conhecimento interdisciplinar busca a totalidade do conhecimento, respeitando-se a especificidade das disciplinas: a escolha de uma bibliografia sempre provisria, nunca definitiva. (Ivani Fazenda,1995, p.81-89) Nas escolas, a estrutura curricular, no favorece aos discentes a possibilidade de ver o mundo de forma mais complexa e mais crtica. Porm em todo processo de educao h sempre uma esperana. (Paulo Freire.,1983)p.79, afirma que. No h educao sem amor e sem esperana. Assim, na Educao Ambiental alm de uma viso crtica da realidade do planeta, o educador deve manter a esperana, pois toda verdadeira educao deve ser transformadora. 14 O professor deve estar cada vez mais, preparado, para reelaborar as informaes que recebe, e dentre elas, as ambientais, a fim de poder transmitir e decodificar para os alunos a expresso dos significados sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas mltiplas determinaes. Segundo (Vigotski, 1991), a Educao Ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidados com conscincia local e planetria. A grande maioria das atividades so feitas dentro de uma modalidade formal. Quase sempre os temas so: lixo, proteo do verde, uso e degradao dos mananciais, aes para conscientizar a populao da poluio do ar. O trabalho que est sendo realizado no Brasil ainda tmido e a presena dos rgos do governo, em relao coordenao desses trabalhos muito restrito. Para que a Educao Ambiental possa ser inserida nos atuais sistemas educacionais, faz-se necessrio o desenvolvimento de novos sistemas educativos que propiciem prticas sensibilizadoras, oportunizando um contato com os sentidos para ampliar a percepo sobre o ambiente em que vivemos. O desafio de fortalecer uma educao ambiental prioritrio para viabilizar uma prtica educativa que articule de forma incisiva a necessidade de se enfrentar a degradao ambiental e os problemas sociais. Os Parmetros Curriculares Nacionais - PCNs, institudos Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394/96, indicam as diretrizes para o educador trabalhar o tema transversal - Meio Ambiente, (Iria Brzezinski, 2002). A escola deve selecionar as prioridades e contedos, de acordo com a lugar em que se encontra inserida, levando em conta o contexto social, econmico, cultural, a sua histria e seus costumes, pois estes elementos determinam a diferena entre uma escola e outra, quanto a forma de trabalhar os

  • temas transversais 15 A proposta dos PCNs, com o tema Meio Ambiente, ajudaria os alunos a construrem uma conscincia global e local das questes relacionadas com o meio, para que possam assumir posies de melhoria da proteo e conservao, assim aprenderiam a desenvolver senso de responsabilidade e de solidariedade, de modo a respeitar o ambiente e as pessoas. Para planejar, elaborar e colocar em prtica um Projeto Participativo de Educao Ambiental necessrio seguir alguns passos bsicos. Escolha do coordenador e comisso: importante que seja um educador dinamizador que apresenta as esferas cognitivas, afetivas que tenha domnio tcnico, porm de qualquer rea, nem sempre de cincias ou de biologia, pois tratando de Meio Ambiente todos ns somos responsveis. Reunio para a escolha do tema: Participao de todos os representantes da comunidade escolar, principalmente para levantamento dos problemas. O registro da reunio deve ser registrado em ata e assinada por todos pois um documento democrtico. Identificao: Dados sobre a Unidade Escola (endereo, cidade, fonte) Unidade Central que pertence e do projeto(coordenador, carga horria, nome do projeto e pessoas envolvidas no projeto). Caracterizao do problema/introduo: Coloca-se um histrico do problema, suas implicaes e outras informaes que permitam o diagnstico de forma mais fiel possvel. Pode elaborar um questionrio, antes da introduo. Justificativa: Aps caracterizar o problema, explica-se o porqu do projeto, colocando evidncias de que a proposta vivel. Objetivos: So os resultados que querem alcanar (Para que o projeto?) Metodologia: Resultados parciais, concretos e diretos, elementos quantitativos e qualitativos (como fazer?) 16 Cronograma: Um projeto tem incio, meio e fim, visualizao grfica das atividades a serem realizadas. Tempo gasto para cada atividade (Quando?) Recursos materiais e /ou financeiros: Discrio dos materiais necessrios para a realizao das atividades, bem como o valor financeiro. Avaliao: Como ser avaliado? A avaliao dever ser contnua e reflexiva, durante todas as etapas do projeto. Bibliografia: Mostrar o material terico utilizado como base para a elaborao do projeto. (Luisa Helena Silva.) Na elaborao de um Projeto de Educao Ambiental necessrio a participao de toda a comunidade, pois Tudo o que acontece no mundo, seja no meu pas, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Ento, eu preciso participar das decises que interferem na minha vida (Herbert de Souza, o Betinho).