Gestão Educacional - Fundamentos - aula 06

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1AULA 06 - O CONCEITO E A BUSCA DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: FALANDO SOBRE QUALIDADE

AULA 06O CONCEITO E A BUSCA DA

QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: FALANDO SOBRE QUALIDADE

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O CONCEITO E A BUSCA DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: FALANDO SOBRE QUALIDADE

Quantas vezes você já ouviu falar em qualidade na educação? Muitas, certamente. Poderíamos dizer que estamos cansados desse discurso, não é mesmo?

Mas... a busca pela qualidade é uma constante, principalmente se estamos retratando técnicas contemporâneas de gestão.

Pois bem. Vamos tratar desse assunto um pouco mais de perto.

“Falar em qualidade é rever um modismo dos últimos anos. Em todos os cantos da Educação, em todos os níveis tudo se faz em nome da qualidade.” (MOROSINI, 2001).

Com o passar dos anos tem tomado forma e conteúdos diferentes. Temos como exemplo a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que em seu artigo 3º., inciso IX, estabelece como sendo um dos princípios do ensino a “garantia do padrão de qualidade”. (LDBEN nº. 9394, 1996).

Qualidade é ser moderno, é ser inovador. Mas o entendimento do conceito de qualidade é o mesmo para todos? Certamente não. Alguns enquadram qualidade na concepção de isomorfismo, articulada à ideia da empregabilidade e à lógica de mercado. E o que vem a ser o isomorfismo? Como o próprio termo presume, significa ter a mesma forma dada aos padrões de mercado, ou seja, qualidade para o mercado está vinculada à empregabilidade (emprego) e ainda à competitividade. Portanto, ainda hoje quando pensamos em qualidade na educação, estamos pensando em mantermos escolas competitivas, praticamente estabelecendo comparação entre os melhores, seja no ensino público ou privado.

Outros a entendem como respeito à diversidade e, para outros, ainda, a qualidade vem imbricada ao conceito de equidade. Tais conceitos são muito mais categorias aproximativas do que tipos ideais e as práticas de avaliação, muitas vezes, combinam as características de obediência à padronização, respeito às especificidades e/ou busca de equidade.

Infelizmente, o sentido de qualidade da educação tem-se baseado, na lógica econômica, oriunda do mundo empresarial. Mas não é assim que devemos pensar a qualidade na escola! Principalmente porque, hoje, a consciência do consumidor e, principalmente do cidadão para a prestação de serviços está bastante crítica e a competitividade cada vez mais crescente.

Teorias organizacionais de administração de instituições de ensino concebem a qualidade como um conjunto de fases do tradicional ciclo de qualidade planejamento, ação, avaliação e promoção. Entretanto, no final da década de oitenta e durante a década de noventa, foi registrado o desvirtuamento da concepção de qualidade, como um conjunto de fases, para a predominância da fase da avaliação. São identificadas, no tempo e no espaço, diversas concepções e práticas de avaliação:

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• desde aquelas avaliações dirigidas por princípios financeiros até aquelas dirigidas pelo conceito central de qualidade;

• desde as baseadas em metodologias que objetivavam simplesmente a avaliação até aquelas que objetivavam a avaliação para credenciamento;

• desde as que consideravam programas de estudos até aquelas que avaliavam instituições.

A grande maioria das instituições desenvolve a avaliação por pressão direta e/ou indireta de órgãos governamentais. Qualidade vem amarrada com avaliação, com padrões, com coleta exaustiva de dados etc. que definem os bons serviços prestados e a garantia de êxito institucional. Inúmeras tentativas de medir a qualidade são detectadas, predominando a identificação de estágios de auto-avaliação, avaliação externa e relatórios analíticos. Publicações, revistas e seminários sobre o assunto também são desenvolvidos maioria das vezes, não abarca a instituição como um todo, mas se detém em nichos da organização. Inúmeros trabalhos já relatam esta caminhada.

Só que a caminhada a que nos referimos está restrita ao ensino superior. A educação básica ainda é muito imatura nesse processo.

Hoje, entretanto, é registrada uma fadiga da avaliação. Dúvidas são colocadas advindas das expectativas criadas de que a avaliação seria a palavra mágica para a resolução dos problemas das instituições de educação. Uma questão central congrega tais dúvidas: “o que foi feito com a enorme riqueza de informações obtidas”?

Alguns autores, integrantes dessas redes de avaliação, buscando responder à questão acima, propõem uma visão micro institucional integrada a um programa de qualidade mais amplo. Eles voltam seus olhares para a quarta etapa do Ciclo da Qualidade, ou seja, a promoção desta, pela disseminação das boas práticas.

Geralmente, a análise dos autores, especializados no assunto, refere-se ao avanço da qualidade por meio de exemplos - inovações, que objetivam desenvolver uma teoria de qualidade baseada na concepção de organização de aprendizagem.

O centro da teoria é o estabelecimento de Benchmarking – a melhor prática dentro das várias unidades organizacionais, que pode ser interna ou externa à organização.

Mas o que vem a ser Benchmarking? Um termo bastante utilizado que equivale a um procedimento pelo qual se procura aprender a partir de exemplos externos bem-sucedidos.

Normalmente, parte-se do princípio de que o coração de uma instituição é ser um criador, um repositório e um disseminador de conhecimento. Então, por que não aplicar esta filosofia para a gestão organizacional? Nesta mesma linha de pensamento, as instituições de ensino superior, obviamente, constituem minas de ouro de boas práticas, porque estão em constante associação internacional, o que faz com que as boas práticas internas sejam construídas em práticas do mundo.

No que se refere à educação básica, o conceito de qualidade da educação prevalente nas políticas públicas construiu-se a partir do argumento de que o Brasil havia atingido a quase universalização do ensino fundamental, com mais de 90% de atendimento. Nesse

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sentido a questão do acesso à educação básica (especialmente ao ensino fundamental) não seria um problema nos discursos e encaminhamentos dos dirigentes educacionais. Essa concepção se fundamenta em estudos e dados estatísticos que apontavam a cobertura como já suficiente, isto é, que as escolas e salas de aula eram suficientes para atender a todos. A existência de crianças e jovens fora da escola era atribuída apenas à reprovação e à evasão escolar. Nesse sentido, segundo essa concepção, a qualidade se reduz à superação do problema da reprovação e da evasão escolar e não mais para sua democratização, em sentido amplo.

Outra questão que se coloca em relação à qualidade é a possibilidade do seu fim. Tal questão busca ser respondida, por meio dos seguintes eixos:

1. A avaliação externa está com seus dias contados? A burocratização do significado de qualidade aponta para a não possibilidade de flexibilização?

O controle da qualidade foi usurpado pelo mercado e pela informação tecnológica? Será que o mercado globalizado em educação significa que só os melhores sobreviverão? Alguma coisa pode ser feita para controlar a qualidade na era da internet? e

2. O desenvolvimento da educação de massa significa necessariamente o fim da qualidade? Os padrões de aquisição e de serviço podem ser mantidos num sistema de massa com o declínio de recursos?

Tais discussões levam à conclusão da necessidade da manutenção do conceito de qualidade, mas retomando-o, pois, é um conceito vago e confuso.

Na medida em que a gestão empresarial é assumida no campo educacional, o produto torna-se o aspecto mais relevante da prática social da educação. Nessa ótica, os conselhos escolares, que possibilitam a participação de todos os atores do processo educativo, como vimos no tópico 3, acabam sendo pouco considerados e, quando aceitos, muitas vezes tornam-se mecanismos para uma gestão de resultados, somente.

Paralelamente às discussões e estratégias que vêm ocorrendo nos países do norte da União Europeia, quanto à qualidade como tendência ao isomorfismo ou à diversidade, outra corrente, de menor porte, desponta no panorama europeu. É aquela que considera qualidade como sinônimo de equidade. Vale lembrar que isomorfismo está relacionado a ter a mesma forma da lógica de mercado, ou seja, vinculado à ideia de empregabilidade e competitividade.

Nesses estudos, duas ideias prévias são defendidas: qualidade e equidade são conceitos inseparáveis; e a comunidade educativa é responsável pela aplicabilidade e o êxito ou fracasso de políticas educativas de qualidade com equidade. São citados nove fatores-chave para a busca da qualidade com equidade: extensão da educação, tratamento da diversidade, autonomia escolar, currículo/autonomia curricular, participação da comunidade educativa e gestão dos centros, direção escolar, professorado, avaliação e inovação e investigação educativas. Ressalta-se que a qualidade está para além da simples padronização de indicadores, abarcando estudos qualitativos e quantitativos.

Como modelo econômico fundante da postura vigente na concepção de qualidade, é apontada a redefinição do papel do Estado e, a revalorização da ideologia do mercado com a proposição do neoliberalismo educativo mitigado. Decorrente desta análise são

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relatadas experiências educativas com meninos desfavorecidos, com pessoas portadoras de desigualdades decorrentes de diferenças de sexo, situação sócio-econômica e étnica (por exemplo, os ciganos). Não é difícil recordar a polêmica recente, instaurada nas universidades, com relação à proposta de cotas (afros-descendentes, indígenas e alunos oriundos de escolas públicas). São incluídos estudos com docentes de licenciatura, com gestores de instituições e com disciplinas curriculares. A postura de qualidade como equidade também é defendida pela UNESCO.

Fica clara a posição de qualidade como equidade: O uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação deve ocorrer no marco de um projeto social e educativo comprometido com a equidade e com a qualidade. ... não podemos esquecer que a opção por tornar mais eficientes estas aprendizagens deve considerar mais as potencialidades do que as pessoas – e muito particularmente os professores – e o respeito às identidades culturais, antes que as próprias promessas da tecnologia. (Foro Mundial, 2000, p.4)

Com base nessas considerações, pode-se compreender o surgimento de modelos e fórmulas mágicas em nosso país, de gestão do processo educativo, que aparentemente viabilizam o sucesso escolar. Como exemplo, surge a “Qualidade Total” e todas as suas vertentes, que desenvolvem padrões totalmente ditados pelo mercado.

Alguns autores, discutiram essa nova forma de gestão e organização e ainda, sua implementação no campo educacional com três pontos de lógica para isso:

• Gestão empresarial como fórmula a ser aplicada à gestão da educação;

• Pragmatismo como aspecto fundamental dos objetivos educacionais; e

• Supremacia de avaliação de produtos.

Sabemos que, os pontos acima são geradores de condições fundamentais para o mercado – produtividade e competitividade.

Se é assim, produtividade e competitividade na liderança das ações educacionais, como podemos falar então em equidade na educação?

É justamente para garantir condições a todos os participantes do o conceito de qualidade como equidade, que o Foro Mundial instituiu, pois, a equidade entra em cena para garantir direitos legais, onde a lei se apresenta falha, ou seja, equidade é a garantia de que todos possam ser iguais perante a lei.

Quando falamos de plano de qualidade, estamos falando de regras a serem seguidas, de plano de trabalho conjunto que contempla as seguintes características:

1. Conta-se com prédio adequado. Caso contrário no plano de qualidade, propõe-se reformas, adequação ou construção de espaços que garantam a qualidade da educação.

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2. Dispõe-se de material didático e quantidade suficiente de livros e recursos de biblioteca.

3. Autonomia da gestão.

4. Docentes com formação inicial em conformidade com a exigida pela lei.

5. As salas são formadas com poucos alunos, ou seja, não excedendo o limite do espaço físico e da resistência do professor.

6. Os docentes têm autonomia profissional e assumem a responsabilidade pelo êxito ou fracasso de seus alunos.

7. Não há nenhum tipo de segregação.

8. Os pais se envolvem com as atividades da comunidade escolar.

9. O ambiente emocional é favorável à aprendizagem.

É claro que somente a consideração a essas características não garante a elaboração e execução de um bom plano de ação. Para que isso se realize é necessário além de todos esses cuidados, que o mesmo seja realizado em conjunto e de preferência, que seja elaborado após a análise do diagnóstico da instituição.

Como abordamos anteriormente á qualidade na educação passou a ser tratada intensivamente nos últimos anos, com muitas concepções.

Foi possível ter contato com as seguintes concepções ligadas à qualidade:

• Qualidade pelo próprio termo: é ser moderno, é ser inovador.

• Alguns enquadram qualidade na concepção de isomorfismo, articulada à ideia da empregabilidade e à lógica de mercado.

• Como o entendimento de respeito à diversidade e, para outros, ainda, a qualidade vem imbricada ao conceito de equidade; e ainda

• Teorias organizacionais de administração de instituições de ensino concebem a qualidade como um conjunto de fases do tradicional ciclo de qualidade planejamento, ação, avaliação e promoção.

Tomamos contato com a questão da qualidade tida como aspectos avaliativos das instituições de ensino. E ainda com o conceito de qualidade vinculado à equidade, e esta entra em cena para garantir direitos legais, onde a lei se apresenta falha, ou seja, equidade é a garantia de que todos possam ser iguais perante a lei.

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Devemos pensar em qualidade na educação, mas no sentido de estar intimamente ligado à transformação da realidade, ou seja, como instrumento para a transformação social, também conhecida como educação emancipadora. Esse tipo de educação rompe com qualquer padrão de qualidade ditado pela sociedade ou ainda pela lógica de mercado, em decorrência do próprio desenvolvimento das relações sociais, não cabendo, portanto modelos ou esquemas. A escola deve ter qualidade, o que ao acontece é o ditame do que seja um padrão de qualidade na escola. Para isso, pode identificar-se, contudo, alguns atributos de qualidade numa escola emancipadora:

• Ser pluralista, porque admite correntes de pensamento divergentes com respeito à diversidade;

• Ser humanista, por identificar o homem como foco do processo educativo;

• Ter consciência de seu papel político como instrumento para a emancipação.

FONTE: MAZIERO, S. M. B. Reflexões para material didático. Curitiba, UNIANDRADE, 2005.

Vimos até o momento o conceito de qualidade e sua relação direta com a questão mercadológica, ou seja, voltada para o conceito de competitividade. Baseado nesta afirmação responda:

Qualidade garante inovação na educação? Se sim: qual é o conceito de qualidade? E ainda: existe excludência entre os conceitos apresentados? Apresente seus argumentos com relação às questões acima.

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ESTABELECENDO OS FUNDAMENTOS DE UM PLANO DE QUALIDADE DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

O que se entende por fundamentos? Pensemos um pouco para responder...

Para todos nós, após analisarmos a palavra, fundamento significa base, alicerce, apoio. Se consultássemos um dicionário teríamos muitas outras definições.

Mas, o que realmente nos interessa aqui é saber quais são as bases em que se sustentam um plano de qualidade. Então, vamos em frente.

Os Fundamentos da Excelência são os seguintes:

• Liderança e constância de propósitos

• Visão de futuro

• Responsabilidade social e ética

• Decisões baseadas em fatos

• Valorização das pessoas

• Abordagem por processos

• Foco nos resultados

• Inovação

• Aprendizado organizacional

• Visão sistêmica

(FUNDAÇÃO NACIONAL DE QUALIDADE, 2005).

Para que tenhamos maiores informações sobre o que estamos tratando, a descrição de cada um deles é apresentada a seguir:

Liderança e Constância de Propósitos

A força propulsora da excelência organizacional está baseada na capacidade e no comprometimento da direção da instituição em liderar um sistema de gestão eficaz, que estimule as pessoas a um propósito comum e duradouro, considerando os valores, as diretrizes e as estratégias da organização e comprometendo-as com resultados.

A ação da direção da instituição e dos demais líderes deve conduzir ao equilíbrio no atendimento das necessidades de todas as partes interessadas, promovendo o desenvolvimento da organização de forma harmônica, sustentada e virtuosa.

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A participação pessoal, ativa e continuada da direção da instituição cria clareza e unidade de propósito na organização e nas pessoas, direcionando-as para a busca da excelência.

Por meio do seu comportamento ético, das suas habilidades de planejamento, comunicação e análise crítica de desempenho e da sua capacidade de estimular a motivação nas pessoas, a direção da instituição serve de exemplo para todos, desenvolvendo um sistema de liderança em todos os níveis, capaz de manter o engajamento das pessoas na causa da organização.

Desta forma, há um claro senso de direção quanto aos rumos da organização, promovendo o engajamento e comprometimento das pessoas.

Visão de Futuro

A busca da excelência do desempenho e o êxito na missão requerem uma forte orientação para o futuro e a disposição de assumir compromissos de longo prazo com todas as partes interessadas, demonstrando a intenção de continuidade das atividades da organização.

O planejamento deve ser voltado para o sucesso no longo prazo, bem como para resultados no presente, sem comprometer o futuro em função de ações no curto prazo.

A antecipação às novas tendências, aos novos cenários, às novas necessidades dos educandos, aos desenvolvimentos tecnológicos, aos requisitos legais, aos anseios da sociedade é essencial para o sucesso de uma organização.

A organização com visão de futuro planeja, pensa e aprende estrategicamente, obtendo desta forma sucesso sustentado e duradouro em suas atividades.

Responsabilidade Social e Ética

O sucesso e os interesses de longo prazo da organização dependem de uma conduta ética no atendimento e superação dos requisitos legais e regulamentares associados aos seus produtos, processos e instalações. A superação decorre da pró-atividade necessária, dado que o legislador tem atuação preponderantemente reativa e lenta em relação aos anseios da sociedade.

A responsabilidade social e ética pressupõe o reconhecimento da comunidade e da sociedade como partes interessadas da organização, com necessidades que precisam ser identificadas, compreendidas e atendidas, considerando-se o porte e o perfil da organização. Isto engloba a responsabilidade pública, ou seja, o cumprimento e a superação das obrigações legais pertinentes à organização, que representam os anseios da sociedade quanto à sua conduta. Por outro lado, é também o exercício da consciência moral e cívica da organização advinda da ampla compreensão do seu papel no desenvolvimento da sociedade. Trata-se, portanto, do conceito de cidadania aplicado às organizações.

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O comportamento ético está diretamente relacionado com o respeito e a confiança mútuos. O relacionamento da organização com todas as partes interessadas deve se desenvolver de forma ética para que resulte em reciprocidade no tratamento. Esse princípio se aplica a todos os aspectos de negociação e relacionamento com a comunidade escolar e local, principalmente os educandos, órgãos do governo, sindicatos ou outras partes interessadas. Ele é também aplicável no que diz respeito às pessoas, atribuindo-lhes total confiança, sendo que toda a força de trabalho deve ser conscientizada da importância do tema. Portanto, o respeito à sua individualidade e ao sentimento coletivo, inclusive quanto à sua representação sindical, deve ser uma regra básica. O mesmo valor se aplica à comunidade e a qualquer entidade ou indivíduo que mantenha contato com a organização.

O exercício da cidadania pressupõe a liderança e o apoio de interesses sociais, podendo incluir a assistência comunitária; a proteção dos ecossistemas; a adoção de políticas não-discriminatórias e de proteção das minorias; a promoção da cultura, do esporte e do lazer e a participação ativa no desenvolvimento nacional, regional ou setorial. A liderança na cidadania implica em influenciar outras organizações, públicas ou privadas, a tornarem-se parceiras nestes propósitos e também em estimular as pessoas de sua própria força de trabalho no engajamento em atividades sociais.

A responsabilidade social e ética potencializa a credibilidade e o reconhecimento público, aumentando o valor da organização.

Decisões Baseadas em Fatos

A base para a tomada de decisão, em todos os níveis da organização, é a análise de fatos e dados gerados em cada um de seus processos, bem como os obtidos externamente incluindo os referenciais comparativos pertinentes. Estes se transformam em informações relacionadas a todos os aspectos importantes para a organização, ou seja, relacionadas aos alunos, finanças, pessoas, processos e à sociedade e comunidade.

O conhecimento adquirido por meio das informações é retido pela organização para que possa funcionar de maneira mais ágil e independente.

Para o processo de tomada de decisões ser eficaz e a introdução de melhorias e inovações ser mais rápida, a organização deve dispor de sistemas estruturados de informação adequados e deve também, desenvolver formas de obtenção e uso sistemático de informações comparativas. A isso denominamos avaliação institucional com sistematização de dados.

Desta forma, os gestores podem qualificar suas decisões no dia a dia, assim como aquelas relacionadas à definição de estratégias e do desempenho desejado.

Valorização das Pessoas

O sucesso de uma organização depende cada vez mais do conhecimento,

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habilidades, criatividade e motivação de sua força de trabalho. O sucesso das pessoas, por sua vez, depende cada vez mais de oportunidades para aprender e de um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades.

Neste contexto, a promoção da participação das pessoas em todos os aspectos do trabalho destaca-se como um elemento fundamental para a obtenção da sinergia entre equipes. Pessoas com habilidades e competências distintas formam equipes de alto desempenho quando lhes é dada autonomia para alcançar metas bem definidas.

A valorização das pessoas leva em consideração a diversidade de anseios e necessidades que, uma vez identificados e utilizados na definição das estratégias, dos planos e das práticas de gestão organizacionais, promovem o desenvolvimento, o bem-estar e a satisfação da força de trabalho, a atração e retenção de talentos humanos, bem como um clima organizacional participativo e agradável, possibilitando o alcance do alto desempenho da organização e o crescimento das pessoas.

Abordagem por Processos

A excelência do desempenho e o sucesso da organização requerem que todas as atividades inter-relacionadas sejam compreendidas e gerenciadas segundo uma visão de processos. Assim, é fundamental que sejam conhecidos os objetivos dos processos, seus requisitos e o que cada atividade adiciona de valor na busca do atendimento a estes requisitos.

O desenvolvimento de um sistema de gestão organizacional voltado para o alto desempenho requer a identificação e a análise de todos os seus processos. A análise de processos leva ao melhor entendimento do funcionamento da organização e permite a definição adequada de responsabilidades, a utilização eficiente dos recursos, a prevenção e solução de problemas, a eliminação de atividades redundantes e a identificação clara dos clientes e fornecedores.

Esta abordagem possibilita à organização atuar com eficiência nos recursos e com eficácia nos resultados, uma vez que busca atender os seus clientes finais (alunos) mediante a adição de valor nas atividades desenvolvidas.

Foco nos Resultados

A excelência é função do atendimento, de forma harmônica e balanceada, das necessidades e interesses de todas as partes interessadas na organização, que incluem, de forma geral, os alunos, pessoas, a sociedade e comunidade. O sucesso de uma organização é avaliado por meio de resultados medidos por um conjunto de indicadores que devem refletir as necessidades e interesses de todas as partes, levando a organização a tornar-se mais competitiva.

Para o atendimento destas necessidades e para tornar real a visão de futuro, são formuladas estratégias, estabelecidos planos de ação e metas, que devem ser eficazmente

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comunicados e implementados, a fim de que a organização possa atuar com foco nos resultados almejados.

A organização que age desta forma enfatiza o acompanhamento dos resultados frente às metas, a comparação destes com referenciais pertinentes e o monitoramento da satisfação de todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma sustentada e adicionando valor para todas elas.

Inovação

Num mundo em que a mudança é a única certeza, as organizações não podem se estagnar. Elas precisam estar sempre na vanguarda, gerando ideias originais que se incorporem continuamente aos seus processos. Para isso, todos devem ser encorajados e incentivados a desempenhar muito além da rotina do dia a dia, promovendo-se, continuamente, o exercício da inventividade e da engenhosidade.

Cultivar essa maneira de pensar deve ser uma filosofia de vida dentro da organização, praticada em todos os níveis. Nesse aspecto, o papel da direção da instituição e do sistema de liderança é fundamental para que a inovação e a criatividade sejam uma realidade nas organizações.

A inovação não está somente associada à velocidade requerida em ambientes altamente competitivos. Ela está presente em soluções simples ou complexas, sistêmicas ou não, advindas de simples observações ou de complexas análises. A inovação não deve estar restrita somente às áreas de pesquisa e desenvolvimento, mas deve abranger todos os aspectos dos processos e das instituições.

A inovação e, também, a criatividade deve estar presente na capacidade de reação aos estímulos externos e internos, com originalidade, de modo a gerar resultados favoráveis na busca da excelência do desempenho.

Aprendizado Organizacional

A contínua melhoria dos enfoques existentes, bem como a busca de grandes melhorias e a introdução de inovações leva aos estágios superiores de excelência, o que pode ser demonstrado por meio de práticas, produtos e processos inovadores e refinados. Nesta evolução, os resultados alcançados são cada vez mais significativos, o que permite conduzir a organização à liderança de atuação e à manutenção dessa posição. As melhorias implementadas abrangem ações corretivas, preventivas e inovadoras, que dependem das necessidades específicas da organização.

O aprendizado deve ser internalizado na cultura organizacional tornando-se parte do trabalho diário em quaisquer de suas atividades, seja na constante busca da eliminação da causa de problemas, na busca de inovações e na motivação das pessoas pela própria satisfação de executarem suas atividades sempre da melhor maneira possível.

Uma organização que executa sistematicamente a auto-avaliação do seu sistema

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de gestão, tomando como base comparativa os modelos referenciais de excelência, e implementa melhorias ou inovações em suas práticas gerencias, tem mais condições de atingir e manter o nível de excelência do desempenho.

É importante destacar que este fundamento é transversal a todos os Critérios e Itens, ou seja, a toda a organização. Isto significa que, independentemente do processo produtivo, da prática de gestão ou do padrão de trabalho, o aprendizado deve acontecer de maneira sistêmica.

Visão Sistêmica

As organizações são constituídas por uma complexa combinação de recursos (capital humano, capital intelectual, instalações, equipamentos, softwares etc), interdependentes e inter-relacionados, que devem perseguir os mesmos objetivos e cujos desempenhos podem afetar, positiva ou negativamente, a organização em seu conjunto.

Um sistema organizacional pode ser dividido em subsistemas e componentes, com menor grau de complexidade, permitindo maior facilidade no gerenciamento das atividades e processos, porém a tomada de decisão, o gerenciamento dos processos e a análise do desempenho da organização devem considerar o conjunto dos subsistemas e suas inter-relações.

A visão sistêmica pressupõe que as pessoas da organização entendam o seu papel no todo, as inter-relações entre os elementos que compõem a organização bem a interação desta com o mundo externo.

A visão sistêmica direciona o uso do sistema de indicadores para correlacionar as estratégias com os principais processos para melhoria do desempenho, visando o atendimento às necessidades de todas as partes interessadas.

Exemplo:

Falamos até agora dos fundamentos de um plano de qualidade. Podem parecer complexos, mas se colocados em prática, tornam-se simples como apresentamos a seguir:

Exemplificando os fundamentos numa situação onde os docentes de uma instituição discutem a concepção de aprendizagem e da avaliação que dão base de sustentação da organização da classe em ciclos de aprendizagem. Pois bem. A discussão inicia-se por iniciativa da gestão, ou seja, da direção do estabelecimento que quer ouvir o que os docentes têm a dizer da organização, ao invés de entregar as classe prontas, por critérios aleatórios de distribuição. A isso damos o nome do fundamento liderança e constância de propósitos.

Essas concepções estão apoiadas no respeito ao tempo, ao espaço e aos

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procedimentos da prática pedagógica que levem em conta as diferenças e as necessidades de cada aluno. Verificamos aqui mais alguns fundamentos que denominamos: Visão de futuro, Responsabilidade social e ética, Decisões baseadas em fatos e Valorização das pessoas, tanto dos docentes que dirigem a prática pedagógica, quanto dos alunos que partilham dessa prática.

Essas discussões não ficam além do plano didático, vão além, incorporando aspectos da gestão da escola e da política educacional. Identificamos aqui o fundamento da Abordagem por processos.

Os docentes estão conscientes de que desenvolver uma ação pedagógica comprometida com a transformação requer que os meios materiais estejam disponibilizados e conseguem esses materiais, bem como trabalham a forma de usa-los a serviço do objetivo. A esse fundamento damos o nome de inovação.

Conseguir executar essa ação faz parte da agenda de todos. Esse fundamento recebe o nome de Foco nos resultados.

E assim, todas essas dimensões do plano de qualidade denominado: concepção de aprendizagem e de avaliação na organização de classes em ciclos, são debatidas em reuniões que realizam, o que os torna mais comprometidos e fortalecidos como profissionais da educação e consequentemente, traz qualidade à instituição em que atuam. Aqui podemos identificar os dois últimos fundamentos do plano de qualidade que são: o Aprendizado organizacional e a Visão sistêmica.

Em resumo, observamos até agora, os fundamentos da gestão de qualidade nas instituições de ensino, ressaltando os principais que seguem:

Liderança e constância de propósitos: baseada na capacidade e no comprometimento da direção da instituição em liderar um sistema de gestão eficaz, que estimule as pessoas a um propósito comum e duradouro, considerando os valores, as diretrizes e as estratégias da organização e comprometendo-as com resultados.

• Visão de futuro: forte orientação para o futuro e a disposição de assumir compromissos de longo prazo com todas as partes interessadas, demonstrando a intenção de continuidade das atividades da organização.

• Responsabilidade social e ética: conduta ética no atendimento e superação dos requisitos legais e regulamentares associados aos seus produtos, processos e instalações.

• Decisões baseadas em fatos: A base para a tomada de decisão, em todos os níveis da organização, é a análise de fatos e dados gerados em cada um de seus processos, bem como os obtidos externamente incluindo os referenciais comparativos pertinentes.

• Valorização das pessoas: O sucesso de uma organização depende cada vez mais

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do conhecimento, habilidades, criatividade e motivação de sua força de trabalho e o sucesso das pessoas, por sua vez, depende cada vez mais de oportunidades para aprender e de um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades.

• Abordagem por processos: é fundamental que sejam conhecidos os objetivos dos processos, seus requisitos e o que cada atividade adiciona de valor na busca do atendimento a estes requisitos.

• Foco nos resultados: o sucesso de uma organização é avaliado por meio de resultados medidos por um conjunto de indicadores que devem refletir as necessidades e interesses de todas as partes, levando a organização a tornar-se mais competitiva.

• Inovação: as organizações precisam estar sempre na vanguarda, gerando ideias originais que se incorporem continuamente aos seus processos. Para isso, todos devem ser encorajados e incentivados a desempenhar muito além da rotina do dia a dia, promovendo-se, continuamente, o exercício da inventividade e da engenhosidade.

• Aprendizado organizacional: A contínua melhoria dos enfoques existentes, bem como a busca de grandes melhorias e a introdução de inovações leva aos estágios superiores de excelência, o que pode ser demonstrado por meio de práticas, produtos e processos inovadores e refinados.

• Visão sistêmica: As organizações são constituídas por uma complexa combinação de recursos (capital humano, capital intelectual, instalações, equipamentos, softwares etc), interdependentes e inter-relacionados, que devem perseguir os mesmos objetivos e cujos desempenhos podem afetar, positiva ou negativamente, a organização em seu conjunto.

O Plano de Qualidade da Educação Básica lançado pelo Ministério da Educação, no ano de 2005, integra o Sistema Nacional de Formação de Professores (SNFP). O sistema deverá reunir dez programas e ações, a maioria deles já em operação: Pró-Licenciatura, Pró-Letramento, Pró-Infantil, Pró-Formação, Pró-Ifem, Rede Nacional de Formação Continuada, Universidade Século 21, Programa Universidade para Todos (Prouni), reestruturação dos cursos de licenciatura e apoio à criação de novos cursos.

O repasse, este ano, de R$ 470 milhões do orçamento do MEC para os estados vai reforçar o SNFP. Esses recursos serão distribuídos a partir de critérios discutidos com o Consed para ser aplicados na integração do ensino médio e técnico, para melhorar a remuneração dos professores, estimular a formação de docentes, recuperar a infra-estrutura das escolas e para a aquisição de equipamentos. Na parte de equipamentos, o

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Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vai aplicar mais R$ 75 milhões.

FONTE: (www.mec.gov.br. Site do Ministério da Educação>notícias. Acessado em 17/10/2013.)

Observe a notícia acima. Nela, o Ministério da Educação está divulgando a elaboração e execução de um Plano de Qualidade para a Educação Básica no Brasil. De acordo com o que vimos no conceito de qualidade, coloque suas impressões sobre o Plano de Qualidade da Educação Básica, comparado às definições de qualidade que estudamos até o momento.

PLANO DE QUALIDADE

Você sabe o que é um plano de qualidade? Quem participa da montagem a aplicação do plano? Não? Então, teremos oportunidade de tratar desse assunto a partir de agora.

Um Plano de Qualidade é, um conjunto de metas, ações, procedimentos e ajustes da instituição para que todos os aspectos desta se integrem em torno de propósitos comuns visando o cumprimento de sua missão educacional.

Para melhorar são necessários, o convencimento e a decisão de que melhorar sempre é possível qualquer que seja o problema da instituição ou suas características.

E... quem participa desse plano?

O diretor convoca e orienta a equipe que realizará e apoiará o processo de mudança e melhoria da Instituição, e seleciona a equipe de trabalho, pois nada é mais determinante para a melhoria da instituição do que os recursos humanos com os quais ela conta.

É evidente que o diretor é o líder por excelência para desenvolver e implementar o plano de melhoria da qualidade. É ele quem se encarrega de recordar sempre até onde se vai. Mantém a diretriz face a qual se orienta a instituição de acordo com o seu plano de qualidade. Coordena o rumo dos passos e coerentes para a melhoria que se necessita, demarcando dentro da visão da escola.

A tarefa do diretor consiste na orientação, liderança e promoção do processo e

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17AULA 06 - O CONCEITO E A BUSCA DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: FALANDO SOBRE QUALIDADE

esta tarefa é definitiva.

Mas, existem outros atores na implementação do plano. Vejamos.

Os coordenadores são aqueles que canalizam as preocupações dos professores e mantém a comunicação de todos os que fazem parte da equipe escolar. São um ponto de contato e de impulso permanente no processo, em sua organização e sua dinâmica de prosseguimento. São os apoios do diretor e de toda a prática educativos da instituição. Lembre-se que já vimos estas questões no tópico referente aos papéis da gestão escolar.

Os professores têm que assumir a melhoria de suas metodologias de ensino e a adequação e o aperfeiçoamento daquelas que têm trazido bons resultados de aprendizagem; precisam pesquisar, documentarem-se, capacitarem-se de diversas maneiras, criarem e exercerem a aproximação com os alunos para estimular seus trabalhos e valoriza-los em sua individualidade.

Os alunos que com seu trabalho diário e desenvolvimento de propostas do Plano de Melhoria de Qualidade demonstram avanços evidentes.

Os aliados ou parceiros que são opções de apoio para toda instituição e se identificam na comunidade tais como: pais de alunos, empresários, outras instituições.

E por onde começar a instituir um Plano de Melhoria da Qualidade?

Se buscamos a aprendizagem de nossos alunos, a realização de uma leitura detalhada dos resultados das provas e a análise do porque aqueles resultados foram obtidos, não somente é o primeiro passo, e sim a ferramenta de avaliação imprescindível e fundamental em um Plano de Melhoria da Qualidade.

As avaliações externas, quando possíveis, são as que melhor permitem aferir os resultados da aprendizagem dos alunos e a determinar quais são os problemas ou dificuldades que tiveram para obter uma melhor qualidade educativa.

Isso significa que estaremos realizando um diagnóstico? Sim, é isso! E saberemos agora quais são os passos iniciais do diagnóstico, certo?

A primeira coisa a ser feita é a análise dos resultados da avaliação da instituição. Isso prevê que se estabeleça uma visão comum sobre a situação na qual se encontra a aprendizagem dos alunos em relação às competências básicas

O segundo passo do diagnóstico é realizar a análise das possíveis causas que geraram os resultados obtidos. Nas provas e nos demais instrumentos de avaliação. É possível desenvolver questionários de diagnósticos para completar a caracterização da instituição, incluindo diferentes aspectos da mesma, e com base em uma porcentagem, sugerir uma melhoria expressa em porcentagens também.

Procure analisar o resultado da instituição comparando-o com a média de outras escolas, municípios, estado, e com nível esperado para verificar se está acima ou abaixo destes e a que distância.

Analise os níveis de sucesso: em que níveis de sucesso estão os alunos? Como estão em cada etapa? Há muitas diferenças entre o Ensino Fundamental e o Médio?

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Analise o tipo de respostas dadas: interpretar como os alunos responderam e como se distribuem, suas respostas entre as opções possíveis. Essa análise de respostas para cada competência avaliada permite analisar a maior ou menor competência dos alunos em cada dimensão do conhecimento e onde estão os vazios que requerem ações precisas de fortalecimento no plano de melhoria da qualidade.

Além de compreender melhor o que os alunos têm aprendido até o momento é importante que instituição determine aonde chegar na formação e aprendizagem dos alunos. Este é um norte necessário para continuar o diagnóstico. Quem são, que mundo os rodeia, como estão relacionados com os outros jovens do local? Este norte está geralmente expresso na missão e visão que a instituição resume em seu plano de qualidade.

E quais são os componentes do trabalho de melhoria?

Além das análises das avaliações que mostram à Instituição seus sucessos educacionais e a competência de seus alunos, deve-se também analisar outros aspectos da gestão que a integram e que sempre devem estar a serviço da questão pedagógica. A maioria das instituições que hoje realizam processo de melhoria da qualidade tem definido os seguintes componentes da gestão como partes essenciais do processo:

• Gestão pedagógica, como missão essencial;

• Gestão diretiva, como missão orientadora;

• Gestão administrativa e financeira como missão de apoio;

• Gestão participativa, ou seja, de convivência e comunidade, como missão vital.

Um dos órgãos responsáveis pela disseminação de processos de melhoria da gestão de instituições de ensino é a Rede Nacional de Gestão – RENAGESTE, implantada pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED. Esse órgão fez com que as instituições se acostumassem a realizar planos de melhoria da qualidade, com resultados importantes, expostos em relatórios de pesquisa. Você poderá ter acesso aos relatórios em síntese, consultado a Revista em Rede, cujo editorial é de responsabilidade da RENAGESTE e verificar que os mesmos ressaltam a gestão diretiva, financeira e administrativa a serviço da gestão pedagógica.

Através de planos de qualidade, instituído nas escolas, e consideradas as soluções dos conflitos que muitas famílias e alunos podem estar vivendo na sociedade atual, a convivência é vital para conseguir o sucesso pedagógico, resgatando valores de convivência como a honestidade, o respeito, a responsabilidade, a tolerância e a solidariedade.

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Ao estabelecer um plano de qualidade, uma instituição deve selecionar os aspectos pertinentes a cada uma das dimensões apresentadas anteriormente:

• Gestão pedagógica, como missão essencial;

• Gestão diretiva, como missão orientadora;

• Gestão administrativa e financeira como missão de apoio;

• Gestão participativa, ou seja, de convivência e comunidade, como missão vital.

Como exemplo de elaboração de um plano de qualidade podemos estabelecer:

• Pedagógica: diagnóstico do processo de avaliação adotado pela instituição; relação série/idade dos alunos; percentual de evasão e/ou repetência; qualificação dos profissionais de educação; estratégias de recuperação dos alunos com dificuldade de aprendizagem; postura dos pais em relação à escola;

• Diretiva: relação com outras esferas do sistema educacional; atendimentos dos preceitos constitucionais; forma de trabalhar a relação entre autonomia e soberania;

• Administrativa: manutenção de utensílios da cantina; conservação do prédio da escola; recursos e materiais didáticos disponíveis; composição das equipes de trabalho.

• Participativa: formas de participação da comunidade local e escolar nas decisões; instituições co-partícipes na gestão.

Após o diagnóstico de cada uma das dimensões, a instituição deve estabelecer em conjunto com a comunidade escolar e local, formas de atuação para que cada um dos itens diagnosticados seja adquirido e/ou implementado. Isso constitui o plano de qualidade da instituição e deve ser feito a cada projeto pretendido.

Em resumo, de acordo com o que estudamos anteriormente, o Plano da Qualidade é no essencial um conjunto de metas, ações, procedimentos e ajustes da instituição para que todos os aspectos desta se integrem em torno de propósitos comuns visando o cumprimento de sua missão educacional.

O Plano de Qualidade é elaborado de acordo com o diagnóstico elaborado pelos agentes do processo definido pela comunidade e avaliado pelo conjunto de participantes da gestão da instituição de acordo com os objetivos do projeto de desenvolvimento, a atingir.

O Plano da Qualidade trata dos métodos e procedimentos a usar para atingir as

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características da Qualidade definidas para um determinado projeto; especifica tarefas e responsabilidades relacionadas com a Qualidade, bem como as ferramentas de suporte a utilizar.

O Plano da Qualidade é elaborado no inicio de cada projeto para documentar metodologias, técnicas, procedimentos e ferramentas a utilizar pela Qualidade em Sistemas de Informação, independentemente da fase do projeto em que essa participação é efetuada e das atividades que compõem essa participação.

O Brasil alcançou nos últimos anos uma das maiores conquistas de sua história na área da educação: democratizou o acesso ao Ensino Fundamental. Hoje, 97,2% das crianças com idade entre sete e 14 anos estão na escola. Mas é preciso fazer mais. As notas dos estudantes brasileiros nos exames de avaliação do Ministério da Educação estão muito abaixo do ideal, principalmente nas escolas públicas. Nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, nem 10% atingem o desempenho adequado para seu nível de ensino. Se o Ensino Fundamental, hoje, é quase universal, por outro lado ainda é preciso avançar muito na Educação Infantil e no Ensino Médio. Foi por isso que o governo federal declarou 2005 o Ano da Qualidade da Educação Básica. Uma escola que ofereça condições para que crianças e jovens desenvolvam seu potencial é a base para uma sociedade democrática e igualitária. Se a escola brasileira ainda não atingiu esse padrão de qualidade é porque, entre outras razões, a formação de seu magistério é deficiente. Boa parte não tem a qualificação mínima exigida para o nível de ensino em que atua.

FONTE: MEC. Qualidade na Educação Básica: Agenda de trabalho a ser desenvolvida a partir de abril de 2005 até a aprovação do FUNDEB pelo Congresso Nacional que deverá estar em vigência em 2006, Brasília, 2005.

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21AULA 06 - O CONCEITO E A BUSCA DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: FALANDO SOBRE QUALIDADE

Após o nosso estudo sobre plano de qualidade, responda as questões que seguem:

• Quem tem habilidades e conhecimento para assessorar e apoiar a definição de um plano de qualidade?

• Quem pode oferecer metodologias, formas de organização, programas práticos, experiências de sucesso, recursos de toda ordem na execução de um plano de qualidade?

• De quem é a responsabilidade de avaliação do plano de qualidade de uma instituição de ensino, em sua opinião?

Neste tópico, realizamos o estudo sobre a qualidade nas instituições de ensino.

Foi possível aprofundarmos nosso conhecimento sobre o conceito de qualidade nas instituições de ensino, suas aplicações e ainda os modismos relacionados a esse termo no campo educacional.

Estudamos ainda, os fundamentos para elaboração e execução de um plano de qualidade nas instituições, seguindo a discussão sobre a montagem desse plano e quem participa do mesmo. Aqui foi possível rever os papéis dos agentes educacionais no que se refere à elaboração e execução.

E assim, chegamos ao final de nosso estudo sobre os Fundamentos da Gestão Educacional. Como no dito popular “recordar é viver”, queremos recordar com você agora, os pontos principais discutidos durante nossa caminhada por todos os tópicos para que tudo fique claro em nossa memória ao final deste trabalho. Vamos lá?

Constatamos desde o início de nosso caminho, que tínhamos um desafio importante proposto pela própria disciplina: Fundamentos da Gestão Educacional. E estabelecemos um caminho par vencermos esse desafio, compreendido de seis tópicos. No primeiro tópico trabalhamos com a definição e fundamentação do conceito de Gestão Educacional, bem como os conceitos relacionados a este tema, atualmente trabalhado com ênfase, nas instituições de ensino e que nos mostraria o que realmente a função espera de nós, gestores.

No tópico II, relembramos a conceituação dada a Gestão Educacional e seus conceitos relacionados. Pudemos tomar ciência dos modelos organizacionais existentes e ainda mantivemos contato com termos novos como a Política de Gestão e a nova forma

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de administrar a educação considerando os conceitos aprendidos. Voltamos a verificar as exigências da função de gestores educacionais.

Continuando, pudemos entrar em contato no tópico III, com o significado de descentralização do poder decisório. Neste aspecto de descentralização, soubemos que os processos de gestão democrática, vêm sendo exigidos na atualidade. Entramos em contato com o mundo da gestão colegiada, suas características e necessidades para que ela se efetive. Finalizamos este tópico, com a construção do projeto pedagógico da instituição e os passos para que ele seja construído.

No que se refere aos estudos do tópico IV, foi possível entendermos o processo de participação tratando de gestão democrática, e, descobrimos que só é possível estabelecer participação de agentes, se houver democracia. Discutimos os procedimentos que promovem o envolvimento, o comprometimento e a participação das comunidades escolar e local no governo da escola. Vimos ainda, os mecanismos de participação e autonomia da escola, trabalhando novamente com o que significa autonomia, mas agora, com o foco na independência e liberdade para pensar coletivamente.

Continuamos nossa caminhada, rumo ao entendimento dos processos de gestão educacional, ainda no tópico IV, conhecemos os princípios da organização e gestão escolar participativa tendo em vista que a escola é uma instituição social que apresenta unidade em seus objetivos. E... Finalizamos este tópico demonstrando os papéis dos agentes que participam da gestão demonstrando que a escola, como espaço entre o saber do aluno e conhecimentos universais, não existe somente pela simples presença de alunos e professores, mas pela rede de relações entre as comunidades escolar e local.

No tópico V, anterior a este tópico que estamos encerrando, estudamos as questões referentes a clima e cultura organizacionais. Foi possível mantermos contato com o conceito de clima organizacional, como se realiza uma pesquisa que o identifique e ainda as correlações que são possíveis estabelecer no diagnóstico desse clima. Estudamos ainda, a questão da cultura organizacional, como a mesma se processa e suas influências na instituição de ensino. Finalizamos a discussão instaurada no tópico V, tratando das mudanças organizacionais, onde foi possível percebermos que elas estão acontecendo, mesmo que imperceptivelmente, no dia-a-dia das instituições e o que é necessário para um gestor educacional ao lidar com esses processos no cotidiano.

Agora sim podemos responder à pergunta inicial, que tanto nos incomodava. Estamos prontos para exercer com qualidade a função de gestores educacionais? Sabemos os fundamentos que regem o exercício desta função? A resposta é sim. Mas um cuidado que devemos ter continuamente no exercício desta função é: precisamos de formação continuada, ou seja, estamos nos especializando nesse momento em Gestão Educacional, mas não devemos nos esquecer que, o paradigma instaurado na sociedade atual a todas as profissões é o aprendizado constante, a educação permanente.

Não nos descuidemos disso e, até uma próxima oportunidade!

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23AULA 06 - O CONCEITO E A BUSCA DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: FALANDO SOBRE QUALIDADE

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