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Presidente da República Federativa do Brasil João Figueiredo Ministro da Educação e Cultura Esther de Figueiredo Ferraz CADERNO TÉCNICO-DIDÁTICO Ministério da Educação e Cultura Secretaria de Educação Física e Desportos Via - N-2, Anexo I do MEC - 2º andar 70.000- Brasília-DF 1983 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS Secretário Geral do MEC Sérgio Mário Pasquali Subsecretário de Desportos (SUDES) António Celestino Silveira Brocchi APRESENTAÇÃO

Transcript of ginasticaolimpica

Presidente da República Federativa do Brasil João Figueiredo

Ministro da Educação e Cultura Esther de Figueiredo Ferraz

CADERNO TÉCNICO-DIDÁTICO

GINÁSTICA OLÍMPICA

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

Ministério da Educação e Cultura Secretaria de Educação Física e Desportos Via - N-2, Anexo I do MEC - 2º andar 7 0 . 0 0 0 - Brasí l ia-DF

1983

Secretário Geral do MEC Sérgio Mário Pasquali

Secretário de Educação Física e Desportos Péricles Cavalcanti

Subsecretário de Desportos (SUDES) António Celestino Silveira Brocchi

APRESENTAÇÃO

Este trabalho consiste no exame de alguns exercícios de ginástica olímpica masculina. Objetiva oferecer ao professor de Educação Física uma visão geral do que vem a ser esta moda­lidade desportiva.

Além dos exercícios, são apresentados alguns conceitos fundamentais de ginástica olímpica e sugestões para desenvolvê-la.

Para melhor comunicação com nossos leitores, servímo-nos de sequências fotocinematográ-ficas, que fizemos especialmente para este trabalho. Tentamos, assim, proporcionar estudo de detalhes que poderão ser observados em cada fotograma.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 3 INTRODUÇÃO 7 CONCEITUAÇÃO 9

CAVALO COM ARÇÕES

GENERALIDADES 15 APRECIAÇÃO METODOLÓGICA DO CAVALO COM ARÇÕES 16 EXERCÍCIOS NO CAVALO COM ARÇÕES 17

PARALELAS

GENERALIDADES 33 APRECIAÇÃO METODOLÓGICA DAS PARALELAS 33 EXERCÍCIOS NAS PARALELAS 35

ARGOLAS

GENERALIDADES 51 ESTUDO BIOMECÀNICO DO EMBALO 51 EXERCÍCIOS DE ARGOLA 52

BARRA

GENERALIDADES 63 APRECIAÇÃO METODOLÓGICA DA BARRA 63 EXERCÍCIOS DE BARRA 64

CONCLUSÃO 79 BIBLIOGRAFIA 80

Apresentamos aqui os principais exercícios de cavalo com arções, paralelas .argolas e barra, dando uma visão geral das características de cada um dos quatro aparelhos.

0 motivo pelo qual apresentamos esses aparelhos no primeiro volume é a inexistência de publicações relativas ao assunto, enquanto os exercícios de solo e saltos sobre cavalo já são estudados frequentemente e fazem inclusive parte dos currículos de ginástica dos cursos de Educação Física.

Em outro volume mostraremos os exercícios de solo e saltos sobre cava/o

INTRODUÇÃO

CONCEITUAÇÀO

— Ginástica olímpica é um esporte que margeia a arte. — A busca de performance, de controle neuromuscular e senso rítmico, o equilíbrio total do

corpo e uma postura correta e saliente são as principais características dos que praticam a ginástica olímpica.

— O ginasta procura demonstrar segurança e superioridade através da realização de exercícios de diferentes graus de dificuldade, executados de forma harmoniosa e precisa. A ginástica olímpica, esporte que se baseia essencialmente na qualidade, permite-nos chegar às seguintes conclusões: 1. Para se obter um bom ginasta é necessário dispor:

• de um indivíduo com características adequadas; • de método; • de aparelhos (os aparelhos auxiliares são também fundamentais).

2. A ginástica olímpica é um esporte em que cada exercício tem que ser construído. 3. O ginasta tem que ser orientado. Não pode haver treinamento empírico. 4. A motivação tem que ser usada a longo prazo. 5. A formação básica de um ginasta é de vital importância para seus treinamentos futuros. 6. O movimento mais económico, mais livre, mais simples e preciso é o melhor. 7. É necessário realizar periodicamente um trabalho de análise. 8. 0 ginasta é um artista de duro treinamento. 9. Todo o trabalho deve ser baseado no condicionamento físico. 10. Devemos buscar o nível de execução ideal através da repetição dos exercícios.

— A ginástica olímpica masculina é dividida em seis provas: exercício de solo, de cavalo com arções, de argolas, de paralelas, de barra fixa e de saltos sobre cavalo.

CAVALO COM

ARÇÕES

GENERALIDADES

Cavalo com arções é um aparelho caracteriza­do por equilíbrio dinâmico.

Aqui não encontramos exare feios de força nem partes estáticas. Nas provas de cavalo com arções, o exercício deve conter exclusivamente movimentos de impulso executados sem parada, círculos com duas pernas (volteios), assim como tesouras de frente e traseiras, sendo que uma pelo menos deverá ser dupla. Devem predominar os círculos com ambas as pernas (volteios) e devem-se utilizar as três partes do cavalo.

Para melhor compreendermos as bases técni­cas nos exercícios de cavalo, colocamos todos os elementos em dois grupos de movimentos, conforme suas características:

Grupo A — Movimentos pendulares

Grupo B — Movimentos circulares

Com esta classificação, podemos: 1. unificar todos os exercícios, para melhor

compreender as bases técnicas em geral; 2. dividir os exercícios conforme suas especi­

ficações. Como fundamento desta classificação, temos

o movimento. A característica do movimento en­contrado nos exercícios de cavalo é a trajetória das pernas sobre o aparelho (de um lado para outro).

Todos os exercícios que, em seus fundamen­tos, em suas bases, são idênticos, podem ser dividi­dos em dois grupos estruturais.

GRUPO ESTRUTURAL A

Movimentos pendulares e suas características.

A. 1 — Embalo pendular: é executado sempre no sentido lateral, da esquerda para a direi­ta e da direita para a esquerda, ao longo do cavalo.

A. 2 — São executados com as pernas afas­tadas.

Os movimentos pendulares consistem na mo­vimentação das pernas, no sentido lateral do corpo, mantidas sempre afastadas, sendo que cada perna se movimenta em sua direção de movimento e tem seu caráter próprio de modificação de acele­ração e f reamento.

O exercício de "passada simples" (fig. 2) é a substância da técnica dos movimentos pendulares.

GRUPO ESTRUTURAL B

Movimentos circulares e suas características.

B. 1 — O corpo gira em círculo, descrevendo uma trajetória semelhante a um cone.

B. 2 — São executados com as pernas jun­tas.

O volteio (círculo com pernas juntas) é a substância da técnica de todos os movimentos cir­culares.

A iniciação dos movimentos circulares no ca­valo com arções é feita com o auxílio de um plinto. O plinto oferece maior segurança, um aprendizado mais rápido e uma técnica bem mais perfeita.

O trabalho de iniciação deve ser desenvolvido paralelamente no cavalo (com os movimentos pendu­lares) e no plinto (com os movimentos circulares).

APRECIAÇÃO METODOLÓGICA DO CAVALO COM ARÇÕES

O aperfeiçoamento técnico de um ginasta em cavalo consiste em dois processos a serem executa­dos paralelamente:

1) a formação de habilidades especfficas de postura, de equilíbrio dinâmico, de ritmo e de tem­po (velocidade);

2) o domínio de toda a movimentação

circular e pendular e seus relacionamentos. A postura corporal é uma das mais importan­

tes condições para uma estabilidade técnica. Quando um atleta se encontra em apoio, no

cavalo, deve baixar sua cintura escapular e deixar elevar o tronco, para evitar um demasiado afrouxa­mento nos ombros e articulações-chaves.

A coluna vertebral (ver desenho) deve estar levemente inclinada na parte toráxica e estendida na parte lombar. Assim, conserva-se a firme cone­xão das pernas com o tronco (fixação do quadril).

Durante todos os movimentos circulares o gi­nasta deve manter os glúteos bem contraídos. A formação da postura do corpo sobre o cavalo ini-cia-se com a fixação de três posições principais.

Estas posições são assumidas durante os movi­mentos de impulso. Sua aprendizagem é facilitada com a ajuda do treinador, que segura a perna do atleta para fixar a necessária posição.

A análise do trabalho já executado e as cons­tantes melhoras aceleram em muito o processo de treinamento e contribuem para atingir os resulta dos ambicionados, no mais curto prazo.

A coordenação específica, a diferença de nível entre as partes de apoio (arções e superfície do cavalo) e uma frequente mudança de manejo acarretam grandes dificuldades para o controle dos exercícios.

O trabalho sob condições anaeróbicas exige

do ginasta uma especial formação de perseverança. Quando o ginasta apresenta esta qualidade e desen­volve sua resistência anaeróbica, pode perfeitamen­te executar seus exercícios sob as dificultadas con­dições de respiração, sem decrescer a qualidade da execução.

O total esforço do atleta durante as provas de cavalo é dirigido para a conservação da estabilidade dinâmica ao nível dos exercícios, bem como para o aumento e conservação da grande amplitude dos movimentos (tesouras bem altas e círculos bem afastados).

Deve ser notado que as melhores condições para a conservação do equilíbrio e do impulso são

conseguidas no apoio dos dois braços. Por tal moti­vo, a tomada deve ser a mais rápida possível, per­mitindo assim um maior aproveitamento do apoio duplo.

Os movimentos do ginasta nas fases de apoio duplo decidem, da maneira mais notável, a segura e estável execução de todos os movimentos, com grande amplitude.

O preparo da resistência obtém-se com a repe­tição metódica dos elementos e suas combinações.

Exemplo: 10 séries de 20 volteios consecutivos; 5 séries de combinações (8 tramfot consecuti­

vos). Após este trabalho, inicia-se o treinamento de

combinações de diferentes graus de dificuldade, procurando-se introduzir os movimentos pendulares (tesouras) nos movimentos circulares, com diferen­tes graus de dificuldade.

É necessário ensinar ao ginasta como respirar durante os exercícios. Ele deve achar os momentos da possível e necessária respiração e adaptar o ritmo da respiração ao da movimentação.

Todos os exercícios em cavalo são simétricos, isto é, eles podem ser feitos tanto para a direita como para a esquerda. Esta qualidade é muito va­liosa, já que contribui para o dinamismo do desen­volvimento do corpo e para sanar a assime­tria funcional do sistema dos movimentos de um atleta.

EXERCÍCIOS NO CAVALO COM ARÇÕES

1. BALANCEIOS(verfig. 1)

Da posição firme diante do cavalo, saltar em apoio, mantendo-se em equilíbrio sobre o mesmo.

Balancear as pernas tanto para a direita como para a esquerda, de modo que, quando as pernas

forem lançadas para a direita, o peso do corpo se desloque sobre o braço esquerdo, e vice-versa. Quan­do o balanceio das pernas for executado para a direita, a perna direita deve subir acentuadamente, até que o pé direito atinja a altura da linha dos ombros.

Fig. 1

Vista de frente Vista de costas

2. PASSADA SIMPLES (ver fig. 2)

2.1 — Em posição firme diante do cavalo, mãos sobre os arções. Saltar apoiando todo o peso do corpo sobre a mão esquerda.

2.2 — Soltar a mão direita, equilibrando o corpo no apoio da mão esquerda.

2.3 — Passar a perna direita sobre o arção, re-tomando-o imediatamente.

2.4 — Manter o equilíbrio sobre o cavalo na

posição do apoio montado. 2.5 — Deslocar o peso do corpo sobre a mão

direita, lançando a perna esquerda para cima, ao máximo de sua amplitude.

2.6 — Voltar à posição do apoio montado. 2.7 - Passar a perna direita para trás, deslo­

cando o peso do corpo sobre o apoio do braço esquerdo, enquanto a mão direita solta e reto­ma o arção imediatamente.

2.8 — Passagem pelo apoio facial.

Fig. 2

18

Observação — O erro mais comum é lançar a perna que está na frente mui to alto, de maneira a

prejudicar o lançamento da perna que está atrás (ver figs. 3 e 4 ) .

Certo Errado

Fig. 3 Fig. 4

3. E D U C A T I V O PARA TESOURA DE FRENTE (ver fig. 5)

3.1 — Passagem pelo apoio facial, ombros pro-jetados para a frente, a fim de manter o equilíbrio.

3.2 — Lançamento da perna direita para o la­do e para cima.

3.3 — Apoio do corpo sobre o braço esquerdo.

3.4 — Passagem da perna direita sobre o ar­ção.

3.5 — O braço direito retoma o arção rapida­mente.

3.6 — Passagem pelo apoio montado. 3.7 — Lançamento da perna esquerda (que es­

tá atrás do cavalo) para o lado e para cima. 3.8 — Apoio do corpo sobre o braço direito,

enquanto a mão direita solta o arção. 3.9 — A perna esquerda é mantida na sua al­

tura máxima de lançamento, enquanto o corpo se mantém em equilíbrio e a perna direita passa para o mesmo plano perpendicular da perna esquer­da, isto é, fica também atrás do aparelho.

3.10 — Mão esquerda retoma o arção. 3.11 — Embalo pendular com pernas afasta­

das. 3.12— Passagem pelo apoio facial.

Fig. 5

4. TESOURA DE FRENTE (ver fig. 6)

4.1 — Passagem pelo apoio montado. Perna direita à frente e perna esquerda atrás.

4.2 — Lançamento da perna esquerda para cima.

4.3 — Mão esquerda solta o arção, enquanto o peso do corpo passa para o apoio do braço direi­to. As pernas executam um pequeno giro. Isso faz com que a perna direita passe sobre o arção (fican­do atrás), enquanto a perna esquerda desce pela frente.

4.4 — As pernas caem em movimento pendu­lar, enquanto a mão esquerda retoma o arção.

4.5 — Passagem pelo apoio montado. 4.6 — Lançamento da perna direita, que se

encontra atrás. Mão direita solta o arção. 4.7 — Passagem do peso do corpo sobre o

braço esquerdo, que está em apoio. As pernas gi­ram, para que haja a troca: a perna esquerda passa sobre o arção, ficando atrás; a perna direita desce pela frente.

4.8 — A mão direita retoma o arção. 4.9 — Passagem pelo apoio montado. Observação — O técnico deverá chamar a aten­

ção do ginasta tanto para a elevação da perna como para a elevação dos quadris. Somente com a eleva­ção destes dois pontos, poderá o ginasta chegar a uma execução perfeita.

Fig. 6

5. EDUCATIVO PARA A TESOURA DE COSTAS (ver fig. 7)

5 . 1 — Início do embalo pendular. 5.2 - Passagem pelo apoio montado. Perna

esquerda na frente e direita atrás. 5.3 — Passagem do peso do corpo sobre o

braço direito, que permanece em apoio. 5.4 - Lançamento da perna esquerda para ci­

ma, enquanto a perna direita passa sobre o arção para a frente. Perna esquerda permanece na frente.

5.5 — Mão esquerda retoma rapidamente o arção, enquanto as pernas caem em movimento pendular pela frente do aparelho.

5.6 - Passagem pelo apoio facial.

5 . 7 — 0 peso do corpo passa para o braço esquerdo em apoio, enquanto a mão direita solta o arção.

5.8 — Perna direita passa sobre o arção, vol­tando a ficar atrás do cavalo. Mão direita retoma rapidamente o arção.

5.9 - Passagem pelo apoio montado. 5 . 1 0 - Idem 5.3. 5.11 - Idem 5.4. 5 . 1 2 - Idem 5.5. Observação — Os educativos, para as tesouras

de frente e de costas, devem ser executados com ambas as pernas, isto é, para ambos os lados (uma sequência para a direita e, depois, outra sequência para a esquerda).

Fig. 7

6. TESOURA DE COSTAS (ver f ig. 8)

6.1 — Passagem pelo apoio montado. Perna esquerda na frente e perna direita atrás.

6.2 — Lançamento da perna esquerda (que es­tava na frente) para cima. Giro do corpo, de modo que a perna direita (que estava atrás) passe sobre o arção para a frente. Apo io somente no braço direi to.

6.3 — A mão esquerda retoma rapidamente o arção, pela frente, entre as pernas.

6.4 - Perna esquerda desce por trás, e direi ta,

pela frente. 6.5 - Passagem pelo apoio montado. Perna

direita na frente e perna esquerda atrás. 6.6 — Deslocamento do peso do corpo sobre

o braço esquerdo. Mão direita solta o arção. 6.7 — Giro do corpo. Perna direita passa para

trás e perna esquerda passa para a frente. 6.8 — Mão direita retoma rapidamente o ar­

ção, voltando à posição de apoio montado. Observação — As tesouras devem ser treinadas

para ambos os lados, de maneira consecutiva.

Fig. 8

Fig.9

7. A P R E N D I Z A D O DO V O L T E I O NO PLIN-TO (ver figs. 9 e 10 - descrição pela f ig . 10, vista de costas)

7.1 — Tomada de impulso. Com apoio no pé di re i to, lançamento da perna esquerda para a frente. Perna esquerda para trás, enquanto a perna direita impulsiona o corpo para o apoio facial.

7.2 — Passagem pela posição de apoio facial. Ombros projetados para a frente.

7.3 — Deslocamento do peso do corpo sobre o braço esquerdo, enquanto a mão direita é elevada, para que as pernas, em movimento circular, passem

pelo lado.

7.4 — Mão direita retoma imediatamente a posição de apoio. As pernas cont inuam em movi­mento circular, passando pelo apoio dorsal. Corpo bem estendido.

7.5 — Deslocamento do peso do corpo sobre o braço direi to, deixando passar as pernas sob o braço esquerdo.

7.6 — Passagem pelo apoio facial. Ombros projetados para a frente.

Observação — O aluno deverá executar vinte volteios consecutivos no p l in to , antes de passar para o cavalo.

Fig. 10

8. VOLTEIO NO CAVALO COM ARÇÕES (ver fig. 11)

8.1 - Passagem pelo apoio dorsal. Quadris bem projetados para a frente.

8.2 - Deslocamento do peso do corpo sobre o braço esquerdo.

8.3 — Passagem das pernas sobre o arção. Mão direita solta e retoma rapidamente o arção.

8.4 — Passagem pelo apoio facial. 8.5 — Deslocamento do peso do corpo sobre

o braço direito. 8.6 - Passagem das pernas sobre o arção.

Mão esquerda solta o arção. 8.7 - Mão esquerda retoma rapidamente o

arção. 8.8 — Passagem pelo apoio dorsal. Observação — Os movimentos circulares no ca­

valo com arções devem ser executados sempre com as pernas juntas e estendidas, enquanto o cor­po deve permanecer quase em linha reta (pequena carpa). Os volteios devem ser executados num mo­vimento contínuo e ritmado.

Quanto maior a velocidade dos volteios, mais fácil mantê-los elevados e esticados. As mãos de­vem retomar os arções o mais rápido possível, a f im de facilitar o equilíbrio.

Fig. 11

9. TRAMLOT (ver fig. 12)

9.1 — Volteio passando pelo apoio dor­sal.

9.2 — Início do deslocamento do corpo para a esquerda do executante.

9.3 — Passagem do peso do corpo sobre o ar­ção em que está apoiado o braço esquerdo. Mão direita troca de arção. As pernas passam sobre o arção.

9.4— A mão direita segura o mesmo arção, pegando à frente da mão esquerda.

9.5 — Deslocamento das pernas para a extre­midade do cavalo. O peso do corpo fica em equilí­brio dinâmico sobre o arção.

9.6 - Passagem das pernas sobre a extremida­de do aparelho. Mão esquerda (que segurava o ar­

ção atrás da direita) se desloca para o apoio na ponta.

9.7 — Passagem pelo apoio dorsal. 9.8 — O peso do corpo se desloca sobre o bra­

ço esquerdo, enquanto a mão direita solta o arção e as pernas passam sobre o mesmo.

9.9 — A mão direita retoma o arção. 9.10 — Deslocamento do peso do corpo para

cima do arção. Deve-se aproveitar bem o impulso da mão esquerda.

9.11 — O corpo é mantido em equilíbrio di­nâmico sobre o braço direito.

9.12 —Giro do corpo com apoio no braço. 9.13 — O corpo gira sobre o braço direito até

que as pernas passem sobre o outro arção. 9.14 — Mão esquerda toma o arção. 9.15 — O ginasta continua em volteio. 9.16 -Idem.

Fig. 12

Cont. fig. 12

10. STOKLI (verfig. 13)

10.1 — O ginasta encontra-se em movimento (volteio). Corpo no apoio da mão esquerda. Passa­gem das pernas sobre o arção. Mão direita solta e retoma o arção imediatamente.

10.2— Passagem pelo apoio facial. Ombros projetados para a frente.

10.3 — Deslocamento do peso do corpo sobre o braço direito. Passagem das pernas sobre o arção.

10.4— Giro sobre o braço direito, com o apoio no arção.

10.5 — Passagem das pernas sobre a extremi­dade do cavalo. Mão apoia na ponta.

10.6 — Deslocamento do peso do corpo sobre o braço esquerdo. Passagem das pernas sobre o ar­ção.

10.7 - Passagem pelo apoio facial. 10.8 - Mão esquerda deixa o apoio, dando o

impulso necessário para o deslocamento do corpo sobre o arção. Apoio só no braço direito. Passagem das pernas sobre a extremidade do cavalo.

10.9 — Giro sobre o braço direito. 10.10— Passagem das pernas sobre o arção.

Mão esquerda retoma o arção. O ginasta continua em volteio.

10.11 - Idem ao 10.1. 10.12 - Idem ao 10.2.

Fig. 13

PARALELAS

GENERALIDADES

Uma prova deve conter exercícios de em­balo, de vôo, de equilíbrio e de força, como também posições estáticas. Devem predominar os movimentos executados com impulso. O exercício tem que conter, pelo menos, uma parte de força e uma parte B (dificuldade média), executadas por cima e por baixo dos varais, soltando-se simultanea­mente os mesmos.

Os exercícios de paralelas são executados em suspensão e em apoio.

Quanto às habilidades aqui desenvolvidas pe­lo ginasta, são: equilíbrio, força e agilidade.

Os exercícios de agilidade (movimentos de im­pulso) são os que predominam.

Conforme as especificações dos elementos en­contrados nas paralelas, podemos assim dividi-los:

GRUPO A

Movimentos de impulso executados no apoio: — embalos — câmbios — stútzkehre — stútzkehre traseira — diamidov — volteios

— viradas tscheca — luftrolle — mortal de frente — saídas

GRUPO B

Elementos estáticos, de força e equilíbrio: — parada de mãos — planchas — esquadro — carpado

GRUPO C

Movimentos de impulso executados da sus­pensão axilar:

— subelevação dianteira

— subelevação traseira

GRUPO D

Movimentos de impulso misto (felge): — mortal por baixo (felge) — kippe finlandês — kippe deslizado

APRECIAÇÃO METODOLÓGICA DAS PARALELAS

Inicialmente consideramos dois processos de aprendizagem a serem desenvolvidos paralelamente:

a) o primeiro caracteriza-se pelo trabalho de postura, equilíbrio estático e dinâmico, tempos das ações, reações e coordenação;

b) o segundo é quanto aos conteúdos, onde levaremos em consideração o grau de dificuldade, o

número de exercícios e como combiná-los. Aqui buscaremos a realização da maior quantidade possí­vel de exercícios.

Os movimentos de embalo são os elementos básicos para total domínio do ginasta nas paralelas.

Apresentamos a seguir algumas considerações importantes do embalo em apoio nas paralelas:

— Posicionamento dos ombros

As posições a e 6 estão erradas. A posição c é correta.

— O embalo é um movimento alternado de ombro com pernas.

— O ombro não deve permanecer preso. Deve soltar à frente e atrás.

— É errado enterrar os ombros. — A posição errónea dos ombros causa o de­

sequilíbrio. Com o domínio dos embalos tornar-se-á fácil

a evolução do ginasta. Quanto aos exercícios executados com o em­

balo em posição axilar, é necessário um condiciona­mento da musculatura responsável pela movimenta­ção e fixação da articulação escápulo-umeral, pois este tipo de movimentação força intensamente a articulação do ombro, É necessária uma prepa­ração anterior, a fim de fortalecê-la devidamente. Com uma adaptação gradativa, estaremos evitando prejuízos ao ginasta.

Para que o treinamento em paralelas dê um rendimento suficiente, temos que ordenar o traba­lho com exercícios de apoio, suspensão e suspensão axilar.

Com a ordenação dos exercícios quanto às po­sições, estaremos ganhando tempo, pois com a uti­lização de apenas uma delas causaríamos um des­gaste excessivo de certas regiões, como:

a) em apoio — trabalho intenso do tríceps; b) em suspensão axilar — durante a iniciação,

haverá uma traumatização da musculatura do lado interno do braço (região do apoio axilar), causando leves escoriações na epiderme, provocando muitas vezes alguns hematomas (torna-se necessária uma adaptação da musculatura e da epiderme do braço);

c) na suspensão alongada — surge a dor nas palmas das mãos (sensação de ardência), devida à sustentação de todo o peso do corpo pelas mesmas.

Nas paralelas, deve-se desenvolver um trabalho que permita ao aluno adquirir uma empunhadura firme, permitindo ao ginasta uma maior segurança.

A respiração é outro ponto de observação a ser feita ao atleta. Utilizam-se as paradas (esquadro, parada de mãos, plancha) para realizar a respiração normal, uma vez que durante os movimentos a serem executados com velocidade e precisão há o bloqueio do ar nos pulmões.

São de grande valia os plintos, que servem tan­to como aparelhos auxiliares como de base nas se­guranças e auxílios.

Os plintos, colocados um ao lado do outro, formam uma paralela que poderá ser utilizada na iniciação dos exercícios.

Os plintos, colocados um de cada lado da pa­ralela, favorecem os auxílios e seguranças na exe­cução dos exercícios mais difíceis.

Levando em consideração as experiências de aprendizagem de vários ginastas, o grau de difi­culdade dos exercícios e sua importância, sugiro a seguinte divisão para o trabalho metodológico:

1ª FASE (a mais importante)

— desenvolvimento do embalo em apoio — embalo axilar — kippe deslizado — parada de mãos e rolamento para a frente

(executar a parada de mãos tanto do embalo como à força).

2ª FASE

— câmbios — subelevação traseira e dianteira — kippe, kippe finlandês

3ª FASE

— stútzkehre — mortal por baixo (fe/ge)

4ª FASE

— saídas — outros elementos e combinações

Nota — A primeira fase á a mais importante. Deve ser desenvolvida com atenção e supervisão direta do técnico. O sucesso futuro dos nossos alu­nos depende de suas primeiras experiências vividas e assimiladas.

EXERCÍCIOS NAS PARALELAS

1. EMBALO NO APOIO (ver fig. 1)

1.1 — No embalo para a frente os ombros são projetados adiante, enquanto o corpo man tém-se firme, em movimento oscilatório.

1.2— Passagem pela posição de apoio nor­mal. Os ombros não devem afundar excessivamen­te.

1.3 — Projeção das pernas à frente e acima. O ombro mantém-se na perpendicular que passa pelo apoio das mãos.

1.4 — No embalo para trás o ombro é proje-tado levemente para trás da perpendicular que pas­

sa pelo apoio das mãos. Neste momento é dada a impulsão, havendo um pequeno "chute" das pernas para trás.

1.5 — Logo após o corpo passar pela posição do apoio normal, os ombros são projetados para a frente, facilitando a elevação das pernas.

1.6 — Para alcançar o apoio invertido correta-mente é necessário o alongamento máximo na arti­culação escápulo-umeral, provocando uma conca­vidade no peito. Na parada de mãos o corpo deve permanecer totalmente estendido, firme, com os glúteos contraídos, de maneira a manter-se uma linha reta.

Fig. 1

2. CÂMBIO A (ver fig. 2)

2.1 — Embalo para trás. 2.2 — Projeção do ombro para a frente, corpo

mantido firme em linha reta. 2.3— Início do deslocamento do peso do

corpo sobre o braço direito. 2.4 — Deslocamento de todo o corpo para a

direita, ao mesmo tempo em que a mão esquerda se

desloca para o mesmo varal de apoio da mão direi­ta. Giro do corpo para a direita.

2.5 - Passagem pelo apoio invertido com am­bas as mãos no mesmo varal. Deslocamento do pe­so que está sobre a mão direita para o apoio da mão esquerda.

2.6 — Giro sobre a mão esquerda. A mão di­reita desloca-se para o outro varal.

2.7 — Apoio invertido — parada de mão.

Fig. 2

3. STÜTZKEHRE (ver fig. 3)

3.1 — Parada de mãos. Inicialmente os om­bros conservam-se perpendiculares ao apoio, en­quanto o corpo desequilibra, dando início ao em­balo.

3.2 — Pequena projeção dos ombros à frente. As pernas descem mantendo o corpo todo firme.

3.3 — Passagem pelo apoio normal. As pernas devem, agora, ser chutadas para a frente e para cima.

3.4 — O corpo deve virar bem cedo, enquanto o braço de apoio o conduz, dando direção e altu­ra.

3.5 — No momento em que o corpo perde o contato com o aparelho, é completado o giro. O ginasta deve sentir a sensação de vôo. Deve-se ter o cuidado de que o corpo seja mantido estendido e firme.

3.6 — Queda no apoio invertido — parada de mãos.

Fig. 3

4. MORTAL DE FRENTE. SAÍDA (ver fig. 4)

4.1 — Passagem rápida pelo apoio normal. O "chute" das pernas para trás é bem intenso. Forma uma pequena ponte com o corpo.

4.2 — Deslocamento do corpo para fora dos varais.

4.3 — Projeção dos quadris para cima, ini­ciando a carpa.

4.4 — Carpa acentuada. Corpo ainda em ro­tação.

4.5 — Abrir o corpo rapidamente, a fim de parar a sua rotação. Movimento em queda livre até o solo, caindo em equilíbrio.

Fig. 4

5. LUFTROLLE (ver fig. 5)

5.1 — Embalo da parada de mãos. Ombros le­vemente projetados para a frente.

5.2 — O corpo continua no embalo, manten­do pernas, quadril e cintura bem fixos.

5.3 - Passagem pelo apoio normal, com os ombros levemente afundados. Se afundados demais, sairá do equilíbrio o exercício.

5.4 — Ponte. Executar a ponte bem cedo e lançar a cabeça para trás.

5.5 — Momento do vôo. 5.6 — Queda em parada de mãos.

Fig. 5

6. KIPPE DESLIZADO (ver fig. 6)

6.1 — Salto com o corpo bem estendido, na altura dos varais. Tomada de mãos com os ombros bem alongados.

6.2 — Embalo pela suspensão até o corpo es­tender bem na frente. Pés, quadris, ombros e mãos

formam uma linha reta. 6.3 — O corpo carpa rapidamente, trazendo

as pernas bem junto ao peito. 6.4 — Passagem à posição de apoio. Lança­

mento das pernas e dos quadris à frente e acima. 6.5 — Chegada ao apoio com braços bem es­

tendidos e quadris elevados até a altura da linha dos ombros.

Fig. 6

7.3 — Com os ombros ainda bem afundados entre os varais, dá-se um pequeno "chute" com as pernas para a frente.

7.4 — Os ombros são deslocados para a frente e para cima, elevando-se todo o corpo. Do fotograma 3 para o fotograma 4, os ombros são flexionados fortemente.

7.5 — Passagem para a posição de apoio, esti-cando-se bem os braços.

7. SUBELEVAÇÃO DIANTEIRA (ver fig. 7)

7.1 — Embalo na suspensão axilar. As mãos seguram firmes os varais. Corpo estendido, manten-do-se os quadris acima dos varais.

7.2 — Passagem pela suspensão axilar alonga­da. Os ombros afundam entre os varais, e o corpo forma uma pequena ponte.

Fig. 7

8. ROLAMENTO PARA TRÁS A PARADA DE MÃOS (ver f ig. 8)

8.1 — Embalo em suspensão axilar. O corpo forma uma pequena ponte.

8.2 — Os ombros afundam entre os varais. Tomada de mãos firme nos varais.

8.3 - Pequena carpa. Cabeça lançada para

trás. 8.4— Flexão dos ombros, ao mesmo tempo

em que o quadril é lançado para cima. Cabeça bem para trás.

8.5 — Mudança rápida da posição das mãos, ao mesmo tempo em que o corpo se eleva.

8.6 — Chegada ao apoio invertido. Os ombros encaixam-se rapidamente.

Fig.8

9. SUBELEVAÇÀO TRASEIRA (ver fig. 9)

9.1 — Lançamento ao embalo axilar. 9.2 — Passagem pelo apoio axilar alongado.

Os ombros são mantidos bem elevados e o quadril é mantido levemente projetado para trás.

9.3 — Lançamento das pernas para trás. O

corpo forma uma pequena ponte. O "chute" das pernas é forte e rápido, a fim de se conseguir a impulsão necessária.

9.4 — Os ombros são projetados para a frente, ao mesmo tempo em que o corpo é projetado para cima.

9.5 — Passagem para o apoio invertido — pa­rada de mãos.

Fig. 9

10. SUBELEVAÇÃO TRASEIRA GfíATS-CHEN ESQUADRO (verfig. 10)

10.1 — Embalo axilar. 10.2— Passagem pelo apoio axilar alongado.

Quadris mantidos atrás. 10.3— As pernas "chutam", formando uma

pequena ponte.

10.4 — As pernas se elevam acima dos va­rais.

10.5 — Forte tração dos braços, puxando os ombros para a frente. Os quadris são bem elevados. Ao mesmo tempo que carpam, as pernas se afastam. As mãos empurram os varais antes de largá-los.

10.6— As pernas fecham rapidamente, man­tendo o corpo bem carpado.

10.7 - As mãos retoman rapidamente os va­rais.

Fig. 10

11. KIPPE FINLANDÊS (ver fig. 11)

11.1 — Partindo da posição de apoio, man-tém-se o corpo firme e estendido.

1 1 . 2 - Ombros bem alongados, de modo a formar uma concavidade no peito. Braços bem estendidos, empurrando as paralelas.

11 .3— Passagem pela suspensão carpada, mantendo as pernas bem juntas ao corpo.

11.4 — Abrir o corpo lançando o quadril e as pernas para cima. Os braços conduzem o corpo até a altura dos varais.

11.5 — Passagem para o apoio axilar, manten­do o quadril bem elevado.

Fig. 11

12. MORTAL POR BAIXO À PARADA DE MÃOS-FELGE (ver fig. 12)

12.1 — Posição inicial. 12.2 — O corpo passa rapidamente à suspen­

são carpada, mantendo-se os braços e os ombros bem estendidos, formando uma pequena concavi­dade no peito. A cabeça é lançada bem para trás.

12.3 — Abertura rápida do corpo. Os braços conduzem o movimento até a passagem dos om­bros pelos varais. Quanto mais tarde o ginasta lar­gar os varais, melhor.

12.4 — Momento da largada. As mãos mudam de posição (passagem da suspensão para o apoio).

12.5 — Chegada ao apoio invertido. Parada de mãos.

Fig. 12

Fig. 13

13. MORTAL POR BAIXO (FELGE), PAR Tl NDO DO APOIO (ver fig. 13)

13.1 — Passagem do apoio para a suspensão 13.2 — Passagem pela suspensão carpada. 1 3 . 3 - Abertura rápida do corpo. Braçoí

conduzindo o corpo, dando, assim, maior elevação ao movimento.

13.4 — Passagem ao apoio. Tomada dos varais com os braços flexionados.

13.5 — Chegada ao apoio invertido. Parada de mãos.

GENERALIDADES

ESTUDO BIOMECÀNICO DO EMBALO

Os exercfcios de argolas podem ser divididos em 4 grupos:

Grupo A: Exercícios de embalo {impulso) Grupo B: Kippes Grupo C: Exercícios de força Grupo D: Equilíbrio

Uma prova deve compreender movimentos de impulso e de força, assim como posições estáticas, sem balancear as argolas. Deve conter, pelo menos, dois apoios invertidos (parada de mãos), sendo um

executado a força e outro a impulso. Deve também conter um exercício de força, que seja de dificulda­de média ou superior. Uma das partes, C (difi­culdade superior), deverá pertencer ao grupo dos exercícios executados com impulso.

Para o aprendizado dos elementos de força, equilíbrio e os kippes, recomenda-se a utilização das argolas baixas.

0 grupo A é o mais importante, pois a maioria dos exercícios existentes em argolas é exe­cutada com embalo. Assim, destacamos neste capítulo apenas os exercícios fundamentais, basea­dos todos nos movimentos de impulso.

O embalo nas argolas apresenta como característica o movimento geral, isto é, o movi­mento que surge quando o corpo gira em torno de um eixo e o eixo também se movimenta em uma determinada trajetória.

Assim, podemos afirmar que o eixo de susten-ção (as argolas) em torno do qual o corpo se movi­menta é móvel.

Durante o movimento geral, o movimento de translação ocorre simultaneamente ao movimento de rotação.

R = Afastamento das argolas do eixo de rota­ção T.

Inicialmente determinamos o surgimento da rotação.

Sendo A o ponto de partido da força, R a distância de deslocamento das argolas ao centro de gravidade do corpo, G é a força de gravidade e T é o eixo de rotação.

Como sabemos que o momento é dado pelo produto da força pelo seu braço de alavanca, pode­mos por analogia determinar:

MG = G. R. MG — Vetor momento

G - Vetor força de gravidade R - Vetor distância do centro de gravidade

ao plano que passa pelas argolas.

Assim, deduzimos que: 1º) Para o surgimento da rotação, não é sufi­

ciente apenas o surgimento da força de ação,

mas também o afastamento da linha de ação ao eixo de rotação.

2º) Quanto maior for o afastamento das ar­golas, tanto menor pode ser a força de açao, para que se processe o mesmo efeito.

3º) O momento de rotação é grande quando

a força de ação ou o afastamento das argolas é grande.

4º) 0 centro de gravidade mantém-se sempre próximo ao plano perpendicular que passa pelos fixadores das argolas, e desloca-se para cima e para baixo, e não lateralmente.

EXERCÍCIOS DE ARGOLAS

1. EMBALO

0 embalo é o movimento básico nas argolas. Deve ser estudado com atenção, É O primeiro exercício que o aluno deve aprender, e deverá ser desenvolvido até sua amplitude máxima.

Dada a sua importância, estamos dividindo o movimento em duas fases:

figura 1 — embalo para frente; figura 2 — embalo para trás.

1.1 — Embalo para a frente (ver fig. 1)

1.1.1 — Corpo bem esticado. Braços estendi­dos à frente, tentando empurrar as argolas, favore­cendo assim o alongamento do corpo. Quanto mais próximo à linha reta estiver o corpo, melhor execução e estilo obterá o atleta.

1.1.2 — O corpo cai, formando uma pequena ponte. Tanto a articulação escápulo-umeral como a articulação ilíaco-femural devem ser flexionadas, procurando sua máxima amplitude, a f im de que o ginasta chegue à suspensão sem dar soco.

1.1.3— O corpo passa rapidamente pela sus­pensão alongada.

1.1.4— Da posição de ponte (fotograma 2) passa rapidamente pela posição alongada, indo à posição carpada. A esse movimento denominamos chute. Quanto mais rápido for o chute, maior será o embalo.

1.1.5— Momento em que o corpo começa sua extensão, sendo conduzido pelos braços à fren­te e acima.

1.1.6 — O corpo é mantido totalmente esten­dido. Os braços são projetados para trás, fazendo com que as argolas fiquem o mais afastadas possí­vel dos pés. O corpo deverá ficar em linha reta, porém jamais deverá entrar em ponte.

Fig. 1

1.2 - Embalo para trás (ver fig. 2)

1.2.1 — Corpo totalmente estendido, tentan­do empurrar as argolas para trás.

1.2.2 — 0 corpo cai, enquanto o ginasta forma um pequeno ângulo na articulação escápulo-umeral. Este pequeno ângulo, formado pela linha dos braços com a linha do corpo, faz com que o embalo se desenvolva de maneira a não dar soco, quando passar embaixo. Mas, se o ângulo for muito acentuado, haverá um grande amortecimen­to, ocasionando perda de velocidade e uma conse­quente diminuição do embalo.

1 .2 .3- Passagem rápida pela posição alonga­da.

1.2.4 - Com forte flexão do eretor da espi­nha, o ginasta forma uma pequena ponte, aprovei­tando também a flexibilidade dos ombros. Este chute para trás deverá ser o mais rápido possível, a f im de imprimir o impulso necessário para uma boa elevação do corpo.

1.2.5 — Os braços são afastados lateralmente, permitindo que o corpo se eleve mais facilmente.'

1.2.6— Com os braços afastados lateralmen­te, o corpo volta a ficar estendido.

1.2.7 e 1.2.8 — Corpo totalmente firme, as ar­golas são empurradas para a frente, até que o corpo atinja seu alongamento máximo.

Fig. 2

2. DESLOCAMENTO (ver fig. 3)

2.1 — Posição inicial: em suspensão alongada. 2.2 — Projeção dos ombros e cabeça para

trás. Carpar rapidamente. 2.3— Passagem pela suspensão carpada. Os

pés vêm até os tirantes de sustentação das argolas. 2.4 — O corpo estende-se rapidamente, en­

quanto os braços tracionam as argolas. Os pés são lançados para cima, e não para trás.

2.5 — Afastamento das argolas lateralmente, procurando chegar ao apoio invertido com os bra­ços afastados lateralmente.

2.6 — Passagem pelo apoio invertido com bra­ços afastados.

2.7 — No apoio, conduzir as argolas para a frente.

2.8 - As argolas são empurradas para a frente. 0 corpo é mantido em linha reta (aproximadamen­te).

2.9 - Movimento de queda. O corpo cai pela ação da gravidade.

2.10 — Ombros devem estar bem estendidos. 2.11 — Projeção do quadril à frente, enquan­

to os ombros atingem o ponto de suspensão mais baixo. É formada uma pequena ponte.

2.12— Passagem pela suspensão alongada. Início do chute.

Fig. 3

3. DESLOCAMENTO TRASEIRO (ver fig. 4)

3.1 — Posição inicial: em suspensão invertida. Posição de vela.

3.2 — Carpar rapidamente, mantendo o equi­líbrio em suspensão.

3.3 — Abrir o corpo rapidamente, enquanto os braços flexionam, dando maior elevação ao corpo.

3.4 — As argolas são projetadas para trás. 3.5 — O corpo cai, ao mesmo tempo em que

os braços vão se estendendo. 3.6 — Os braços estão bem estendidos. Início

do chute para trás. 3.7 — Intensa flexão do eretor da espinha, de

modo a formar uma pequena ponte com o corpo. Fase de impulsão.

3.8 - Afastamento das argolas lateralmente. Cabeça erguida, olhar para a frente. O corpo sobe, mantendo-se ainda a ponte.

3.9 - Argolas bem afastadas, olhar para a frente. Os braços fazem pressão nas argolas, ten­tando levar o corpo para a posição de apoio. A ponte ainda é mantida pelo corpo.

3.10 — 0 corpo chega à posição de apoio e começa a estender-se. Cabeça erguida, olhar ainda para a frente. Esta é a passagem pelo apoio in­vertido com os braços afastados. Aqui o ginasta atingiu o ponto de elevação máxima do movi­mento (deslocamento traseiro).

3.11 —0 corpo estende-se até ficar em li­nha reta. Agora a cabeça flexiona; tenta-se encos­tar o queixo no peito.

3.12 - Movimento de queda. As argolas são empurradas para trás, ao mesmo tempo em que o corpo se mantém firme em linha reta.

Observação — Para se conseguir uma boa exe­cução dos deslocamentos (dianteiro e traseiro), é necessário o perfeito dom mio dos embalos.

Fig. 4

4. SUBELEVAÇÃO TRASEIRA APARADA DE MÃOS (com braços flexionados — ver fig. 5)

Em continuação ao exercício anterior (des­locamento traseiro),executam-se outros exercícios. Um deles é a subelevação traseira.

4.1 — Movimento de queda. As argolas são mantidas atrás.

4.2 — Passagem pela suspensão alongada. Iní­cio da impulsão (chute) para trás.

4.3— Flexão rápida do eretor da espinha, formando com o corpo uma pequena ponte. O om­

bro está bem alongado. 4.4 — Afastamento das argolas para facilitar a

elevação do corpo, aumentando assim a impulsão. 4.5 — Os braços flexionam, facilitando bas­

tante, desta maneira, a passagem da suspensão ao apoio.

4.6 — Os braços estendem-se ao mesmo tempo em que o corpo completa sua elevação.

4.7 — Com a extensão dos braços, completa-se o movimento.

4.8 — Posição estática. Apoio invertido alon­gado — parada de mãos. Tem-se, agora, um exercí­cio de equilíbrio estático.

Fig. 5

5. GIRO DE FRENTE (ver fig. 6)

5.1 — Posição inicial: parada de mãos. 5.2— O corpo se desequilibra, projetando as

argolas para a frente. Mantém-se o corpo firme e bem estendido.

5.3 — As argolas estão projetadas bem à fren­te, enquanto o corpo cai num movimento de queda livre. Os ombros são mantidos em sua exten­são máxima.

5.4 — Os ombros chegam primeiro à suspen­são alongada, evitando que haja um contra, muito comum nesta fase do movimento, durante seu aprendizado. O corpo forma uma pequena ponte.

5.5 — Passagem pela suspensão alongada. 5.6 — O corpo carpa rapidamente (chute).

5.7 - O corpo estende-se rapidamente, dando assim a impulsão necessária para voltar ao apoio invertido. As argolas são conduzidas por fora do corpo (afastadas do corpo), mantendo-se os braços bem estendidos.

5.8 - Passagem para o apoio, afastando um pouco as argolas.

5 . 9 - Volta ao apoio invertido (parada de mãos).

Observação — Este giro é feito por muitos gi­nastas afastando as argolas no momento em que se inicia o movimento de desequilíbrio e queda, facili­tando assim sua execução. Se executado, porém, sem o afastamento das argolas, ele torna-se mais amplo e virtuoso, favorecendo, assim, uma execução mais perfeita e saliente.

Fig. 6

6. DESLOCAMENTO - SAÍDA (ver fig. 7)

Para encerrarmos este capítulo de argolas, apresentamos uma safei a do aparelho.

As saídas de argolas tornam-se muito fáceis, desde que dominados totalmente os embalos e des­locamentos.

Nos primeiros fotogramas observamos o deslo­camento, já descrito anteriormente. Passamos agora aos subsequentes.

6.9 — Fase de impulsão. O corpo carpa, man-tendo-se a cabeça para trás.

6.10— Abertura cedo do corpo, enquanto os braços tracionam as argolas.

6.11 — Momento da largada. 6.12 — Rotação do corpo, que está em eleva­

ção. 6.13— Corpo totalmente estendido durante

o vôo. 6.14 — Movimento de queda livre. 6.15— Amortecimento e equilíbrio sobre o

solo.

Fig. 7

Cont. fig. 7

As provas de barra são compostas exclusiva­mente de exercícios realizados com movimentos de impulso, não podendo haver nenhuma parada.

Na barra podemos dividir os exercícios nos seguintes grupos:

A — Giros: são todos os giros executados sem forçar a articulação escápulo-umeral.

A .1 . Giros com o corpo estendido. A.2. Giros com o corpo carpado. A.3 Giros com os pés em contato com a barra.

B — Giros de ombro: são aqueles que forçam a articulação escápulo-umeral.

B.1. Deslocamentos.

GENERALIDADES

APRECIAÇÃO METODOLÓGICA DA BARRA

Para melhor compreendermos a técnica dos movimentos da barra, é necessário lembrarmos da teoria sobre a curva de Hufte.

curva de Hufte

B.2. Giro russo. B.3. Gabriela. B.4. Kõste.

C — Elementos com largadas. C.1. Flanck. C.2. Voronin. C.3. Pirueta. C.4. Mortal. C.5. Grâtsche. C.6. Ausgratsche.

D — Kippes. Com estas classificações, podemos agora or­

denar nosso trabalho, sem omitirmos alguma famí­lia de exercícios na barra.

Quando um corpo móvel gira em torno de um eixo fixo ao qual está preso, haverá uma acelera­ção se houver um encurtamento do raio. Este princípio é muito importante, pois se o corpo desequilibrar, entrando, assim, em movimento de rotação em torno da barra e mantendo-se rígido durante toda a trajetória, ele não completará a vol­ta em torno do eixo (barra).

O corpo só conseguirá permanecer girando se for produzida uma força que provoque a impulsão necessária. Esta força é obtida pelo encurtamento do raio, através da flexão dos segmentos do corpo, durante a execução dos exercícios.

Outra particularidade que deve ser observada para o aluno é a de se dividir o plano perpendicular à barra em quatro quadrantes.

Os exercícios serão observados e analisados durante sua passagem em cada um dos quadrantes. As saídas são feitas no 4? quadrante.

EXERCÍCIOS DE BARRA

1. TOMADA DE EMBALO (ver fig. 1)

1.1 — Posição inicial: em suspensão alongada, com pequeno embalo inicial. Tomada normal.

1.2 - Quando o corpo, que possui um peque­no embalo inicial, vem atrás, o ginasta flexiona for­temente os braços, elevando o corpo. Ao mesmo tempo, o corpo inicia a flexão do quadril, carpando.

1 . 3 — 0 corpo carpa rapidamente, ao mesmo tempo em que os braços são estendidos. As pernas são elevadas bem próximas da barra, passando, des­sa maneira, pela suspensão carpada.

1 . 4 — 0 corpo é estendido simultaneamente

com o lançamento das pernas para cima e para a frente.

1.5 — Os braços conduzem o lançamento. 0 corpo eleva-se em diagonal, indo para cima e para a frente.

1.6 — Corpo bem estendido. Braços, tronco e pernas em linha reta.

1 . 7 — 0 corpo mantém-se bem estendido. 1.8 — Passagem pela suspensão alongada. For­

ma uma pequena ponte o corpo, quando as pernas chutam para trás. Os ombros são mantidos bem alongados.

1 . 9 - 0 corpo desloca-se, subindo firme e es­tendido.

Fig. 1

Cont. fig. 1

2. EDUCATIVO PARA O GIRO DE FREN­TE (ver fig. 2)

2.1 — Partindo da suspensão, executar a to­mada de embalo. Após o impulso, no exercício anterior (visto na fig. 1), acompanharemos, pelo fo-tograma 1, o movimento. Nesta fase do exercício, o atleta deve empurrar bem a barra, mantendo a cabeça entre os braços e o corpo bem esten­dido.

2.2 — O corpo cai, dando continuidade ao movimento. Os ombros são mantidos bem estendi­

dos, ao mesmo tempo em que se forma uma pe­quena ponte.

2.3 — Logo após a passagem por baixo da barra, as pernas se flexionam, e os joelhos se aproximam do corpo.

2.4 — A posição grupada é acentuada, dando maior velocidade ao movimento.

2.5 — A posição grupada é mantida até que o ginasta chegue à posição de apoio. Para facilitar a passagem do corpo sobre a barra, flexionam-se os braços.

2.6 — Depois de superar o movimento, a barra é largada e o atleta volta ao solo.

3. GIRO DE FRENTE (ver f ig. 3)

3.1 — Posição inicial: apoio invertido com to­mada normal.

3.2 - O corpo se desequilibra. Mantém-se a cabeça entre os braços. Corpo bem alongado.

3.3 — O corpo mantém-se f i rme, como na po­sição anterior. As mãos cont inuam a empurrar a barra.

3.4 — Passagem pela suspensão alongada. Os quadris estão projetados para a frente, formando uma pequena ponte.

3.5 - Os pés chutam para a f rente, dando

maior impulsão ao corpo.

3.6 - Na passagem pela horizontel, o corpo está levemente carpado.

3.7 — O corpo estende-se, formando um pe­queno ângulo com os braços. Quanto menor for este ângulo, melhor, pois estaremos executando o giro com maior ampli tude de movimento.

3.8 — Passagem pelo apoio invertido. 0 corpo deve estar totalmente estendido, desfazendo, assim, o ângulo anteriormente provocado.

Observação — Quanto mais próx imo a uma li­nha reta o corpo se mantiver durante todo o per­curso do giro, mais próx imo ao virtuosismo estará o ginasta em sua execução.

Fig. 3

4. GIR0DEC0STAS(verfig.4)

4.1 — Posição inicial: em apoio invertido, com tomada invertida.

4.2 — Desequilíbrio do corpo, dando início ao movimento. O corpo é mantido bem alongado, os braços empurrando a barra e a cabeça ficando entre os braços.

4.3 — Passagem pela horizontal. Corpo bem firme.

4 .4 — Passagem pela suspensão alongada. Neste momento em que o corpo passa por baixo da barra, chutam-se as pernas, formando uma peque­na ponte com o corpo.

4.5 — Novamente o corpo atinge a posição horizontal, projetando agora os ombros, de modo a provocar um pequeno ângulo dos braços com o corpo. O ginasta carpa levemente, enquanto a cabeça sai de entre os braços.

4.6 — Passagem pelo apoio invertido.

Fig. 4

5. ENDO (verfig. 5)

5.1 — Com tomada invertida, passagem pelo apoio invertido. O exercício está sendo executado depois que o ginasta completou o giro de costas. Quanto mais tarde as pernas entrarem na posição carpada afastada, melhor sairá o movimento.

5.2 — O corpo carpa ao mesmo tempo em que as pernas se afastam. O quadril é mantido bem afastado.

5.3 — O ginasta deve explorar bem a sua fle­xibilidade. Os braços ficam bem estendidos. Se as pernas superarem a linha dos ombros, mais fácil sairá o movimento.

5.4 — Passagem pela suspensão carpada afas­tada. É feita uma pequena concavidade no peito, mantendo-se os braços e os ombros bem alongados.

5.5 — Momento em que corpo começa a su­bir. As pernas são mantidas bem juntas do corpo até esta posição.

5.6 — O quadril começa a subir, ao mesmo tempo em que as pernas começam a deixar a posi­ção carpada. As mãos giram, para que possam sus­tentar o peso do corpo no apoio.

5.7 — Os braços chegam à posição de apoio sobre a barra, enquanto pernas e quadril ele­vam-se.

5.8 — Passagem pelo apoio invertido.

Fig. 5

Cont. fig. 5

6 . 1 — 0 movimento stalder, que agora apre­sentamos, está sendo executado depois de realizado um giro de frente (tomada normal). No fotograma 1, da fig. 6, o aluno começa a carpar ao mesmo tempo em que afasta as pernas.

6.2 — Passagem pelo apoio, quando as pernas já começam a passar pelos braços.

6.3 — As pernas continuam carpando, man-tendo-se sempre afastadas.

Fig. 6

6.4 — O corpo carpa acentuadamente, até que as pernas cheguem junto a ele.

6.5 — Passagem pela suspensão carpada afas­tada. Os braços ficam bem estendidos.

6.6 — O quadril começa a subir, mas man-tendo-se bem afastado.

6.7 — O quadril sobe, enquanto as pernas são elevadas lateralmente.

6.8 — Elevação do corpo com os braços bem estendidos.

6.9 — Passagem pelo apoio invertido. Pernas estendidas e juntas.

6. STALDER (ver fig. 6)

Cont. fig. 6

7. DESLOCAMENTO (verfig. 7)

7.1 — O movimento parte do giro de costa, estando o aluno com tomada invertida. Passagem pelo apoio invertido.

7.2 — O quadril permanece afastado da barra, enquanto as pernas cruzam entre os braços.

7.3 — É muito importante nesta fase que o aluno junte bem as pernas contra o peito. Quanto maior a distância entre a barra e as pernas, melhor. Os braços permanecem totalmente esticados, for­çando os ombros a formarem uma pequena conca­vidade no peito.

7.4 - Passagem pela suspensão carpada. As pernas são mantidas, até este ponto, bem juntas ao tronco.

7.5 - Elevação das pernas e quadril acima da barra. Nesta fase o corpo começa a abrir.

7.6 - Passagem pela posição de apoio, man­tido o quadril bem elevado.

7.7 - Desequilíbrio do corpo à frente, permi­tindo ao ombro sua extensão. Último momento da

tomada invertida. 7.8 — Deslocamento dos ombros. Passagem

da tomada invertida para a tomada cubital. As per­nas são lançadas para a frente.

7.9 — Giro em tomada cubital. 7.10— Passagem pela suspensão alongada

com tomada cubital. 7.11 — Os ombros são projetados para cima e

para a frente, formando um pequeno ângulo dos bra­ços com o tronco. O corpo provoca uma pequena carpa. Neste momento, em que a força centrífuga é eliminada, as mãos largam a barra, passando da to­mada cubital para a tomada normal.

7.12 - Ombros projetados para a frente, che­gando ao apoio.

EXERCÍCIOS NA BARRA BAIXA

— Para facilitar o aprendizado dos exercícios de barra, é utilizada a barra baixa. Permite-se, des­ta maneira, maior segurança e auxílio. A fim de melhor compreendermos sua finalidade e impor­tância, apresentamos alguns exemplos.

Fig. 7

Cont. fig. 7

8. SAÍDA COM OS PÉS POR ENTRE OS BRAÇOS (ver fig. 8)

- SAÍDA CARPADA -

8.1 — Em suspensão, tomada normal e pés apoiados no colchão. Correr com os joelhos flexio­nados.

8.2— Extensão do corpo à frente. 8.3 — Entrada rápida dos pés entre os braços. 8.4 — Trazer as pernas à posição carpada em

suspensão. 8.5 — Abrir o corpo para dar a impulsão su­

ficiente para transpor a barra. 8.6 — Carpar novamente ao chegar ao apoio. 8.7 — Projetar o quadril para a frente. 8.8 — Soltar a barra e descer ao solo.

Fig. 8

9. GIRO CARPADO PARA A FRENTE (ver fig. 9)

9.1 — Partindo da posição sentado sobre a barra, o aluno suspende o corpo edeixa-o desequili-brar-se para a frente.

9.2 — Procurar afastar bem as pernas da bar­ra, isto é, trazer as pernas bem junto ao peito.

9.3 — Em suspensão carpada, mantendo as pernas bem juntas ao corpo.

9.4 — Abrir o corpo para aumentar a rotação. 9.5 — O aluno carpa novamente. 9.6 — Passagem pelo apoio sem tocar as per­

nas na barra. O aluno deverá fazer vários giros con­secutivos.

Fig. 9

10. DESLOCAMENTO COM SEGURANÇA (ver fig. 10)

10.1 — Com uma segurança ao lado, o aluno tentará na barra baixa o deslocamento. Partindo do apoio, lançar as pernas até atingir uma boa elevação do quadril.

10.2— Elevar o quadril e carpar ao mesmo tempo.

10.3 — Passagem das pernas por entre os bra­ços.

10.4 — Afastar ao máximo as pernas da barra. Pernas coladas ao peito.

10.5— Passagem pela suspensão carpada. Manter, ainda, pernas juntas ao peito.

10.6— Abrir um pouco o corpo, para se ob­

ter maior impulsão. 10.7 - Elevação do quadril. 10.8— Passagem pelo apoio, tentando man­

ter o quadril bem elevado. 10.9 — Projeção do quadril à frente. O segu­

rança procura tocar no executante o mais cedo pos­sível.

10.10 — Alongamento do ombro e do corpo. 10.11 — Início do contato do segurança com

o executante. 10.12— Deslocamento. O aluno passa da to­

mada invertida para a cubital. 10.13 — Amortecimento total do movimento

pelo segurança. 10.14 — Idem ao item anterior.

Cont. fig. 10

CONCLUSÃO

Para que a ginástica olímpica se desenvolva, é necessário que exista o equilíbrio do ponto de vista de treinamento e de julgamento, isto é, que exista a conformidade de visão entre

juiz — treinador - atleta.

Somente com esta união, a ginástica poderá encontrar o caminho para o seu franco desenvolvimento.

Em caso contrário, estaremos barrados pelo mundo das divergências, as quais só servirão para desanimar aqueles que tanto lutaram, lutam e ainda lutarão pela nossa ginástica,

BIBLIOGRAFIA

BORRMANN. Dr. G., Gerètturnen. Sportverlag Berlim. 1972. KNIRSCH, Kurt . Manual de Gimnasia Artística. Ediciones Castilla S.A., Madri. KARAS, Prof. Dr. Vladimir. Biomechanik. Praga, 1969. REVISTA. Olimpische Turnkunst, dos anos 1969, 1970 e 1971.

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