GLIRICIDIA SEPIUM : PRODUTIVIDADE, COMPOSIÇÃO QUÍMICO ... · Ao Dr. José Henrique de...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA GLIRICIDIA SEPIUM: PRODUTIVIDADE, COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E CARACTERÍSTICAS DE FERMENTAÇÃO DA SILAGEM JOSILE MARIA DA CONCEIÇÃO SÃO CRISTÓVÃO-SE 2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

GLIRICIDIA SEPIUM: PRODUTIVIDADE, COMPOSIÇÃO

QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E CARACTERÍSTICAS

DE FERMENTAÇÃO DA SILAGEM

JOSILE MARIA DA CONCEIÇÃO

SÃO CRISTÓVÃO-SE 2017

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JOSILE MARIA DA CONCEIÇÃO

GLIRICIDIA SEPIUM: PRODUTIVIDADE, COMPOSIÇÃO

QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E CARACTERÍSTICAS

DE FERMENTAÇÃO DA SILAGEM

Orientador

Prof. Dr. Evandro Neves Muniz

Co-orientador

Dr. Rafael Dantas dos Santos

SÃO CRISTÓVÃO-SE 2017

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Sergipe como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

C744g

Conceição, Josile Maria da. Gliricidia Sepium: produtividade, composição químico-

bromatológica e características de fermentação da silagem/ Josile Maria da Conceição; orientador Evandro Neves Muniz. – São Cristóvão, 2017.

52 f.: il.

Dissertação (mestrado em Zootecnia)– Universidade Federal de Sergipe, 2017.

1. Leguminosa. 2. Proteínas. 3. Silagem. 4. Alimentos –

Aditivos. I. Muniz, Evandro Neves, orient. II. Título.

CDU 633.31/.37

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Dedico

Ás minhas maiores fontes de inspirações:

Deus,

Que tornou tudo isso possível.

Mãe,

Pelo infinito amor, apoio e esforços destinados a mim.

Minhas conquistas são suas!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me conceder o dom da vida, por estar sempre comigo, me dando

saúde, sabedoria e determinação para alcançar meus objetivos.

Aos meus pais, Josefa e João, símbolos de simplicidade e luta, que me ensinaram

o quanto é gratificante a conquista através da luta.

Aos meus irmãos, pelo amor e apoio, e que junto a nossos pais solidificam nossa

base, a família.

Aos meus sobrinhos, pela doçura e amor.

Ao meu namorado Allex, por todo amor, carinho e paciência. Por estar ao meu

lado, mesmo estando distante. Por ser meu companheiro em todos os sentidos.

Aos meus amigos Murílio, Walysson, Vitória e Luanda, pela paciência e apoio

nos momentos difíceis e pelos momentos felizes proporcionados durante os anos de

amizade.

Ao meu orientador, Evandro Neves Muniz, por toda dedicação, ensinamentos,

conselhos e incentivo, que me proporcionaram o crescimento profissional e pessoal.

Ao meu co-orientador Rafael Dantas Santos, pelos conhecimentos compartilhados

e orientação.

Ao Dr. José Henrique de Albuquerque Rangel. Sua contribuição foi essencial para

construção desse trabalho.

A equipe de nutrição animal da Embrapa, David, Daniel, Railton, Erick, Acir e

Brisa, pelos momentos e conhecimentos compartilhados e apoio.

Ao pessoal do campo experimental, técnicos e funcionários rurais que auxiliaram

na execução dos trabalhos a campo.

Aos colegas de mestrado, pelos momentos compartilhados durante esse período.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade

Federal de Sergipe, pelos conhecimentos compartilhados.

À Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe

(FAPITEC), pela concessão da bolsa de estudos e ao PROMOB– Programa de Estimulo

a Mobilidade e ao Aumento da Cooperação Acadêmica da Pós-Graduação em Sergipe.

À Embrapa Tabuleiros Costeiros, pela oportunidade de realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

RESUMO .......................................................................................................................... i

ABSTRACT ................................................................................................................... iiii

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 3

2.1 Gliricidia sepium .................................................................................................... 3

2.2 Produção de massa de forragem ............................................................................. 7

2.3 Qualidade da silagem .............................................................................................. 8

2.4 Uso de aditivos na silagem ..................................................................................... 9

2.4.1 Melaço ............................................................................................................ 10

2.4.2 Milho moído .................................................................................................... 11

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 13

CAPÍTULO 1: Produtividade e qualidade da gliricídia adensada… .............................. 24

1.1. Resumo .................................................................................................................... 24

1.2. Abstract .................................................................................................................... 25

1.3. Introdução................................................................................................................ 26

1.4. Material e Métodos.................................................................................................. 28

1.5. Resultados e Discussão ........................................................................................... 30

1.6. Conclusões .............................................................................................................. 33

1.7. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 34

CAPÍTULO 2: Características fermentativas e composição químico-bromatológica da silagem de gliricídia aditivada ........................................................................................ 36

1.1 Resumo ..................................................................................................................... 36

1.2. Abstract .................................................................................................................... 37

1.3. Introdução................................................................................................................ 38

1.4. Material e Métodos.................................................................................................. 40

1.5. Resultados e Discussão ........................................................................................... 43

1.6. Conclusões .............................................................................................................. 48

1.7. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 49

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RESUMO

CONCEIÇÃO, Josile Maria. Gliricidia sepium: produtividade, composição químico-

bromatológica e características de fermentação da silagem. Sergipe: UFS, 2017.

52p. (Dissertação - Mestrado em Zootecnia).

A Gliricidia sepium é uma leguminosa arbórea, resistente ao déficit hídrico, com alto

teor de proteína bruta nas folhas e elevada produção de massa de forragem. Essas

características fizeram desta leguminosa uma fonte de volumoso de qualidade, podendo

reduzir os efeitos da estacionalidade forrageira sobre a produção de ruminantes. Foram

realizados dois experimentos, tendo o primeiro como objetivo avaliar a produção de

massa de forragem da gliricídia submetida a diferentes densidades populacionais sendo

elas: 10.000, 20.000, 30.000 e 40.000 plantas/ha. Foram avaliadas as seguintes

variáveis: produção de massa de forragem verde e seca e os teores de matéria seca

(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente

ácido (FDA) de folhas e caules tenros. O delineamento experimental utilizado foi em

blocos casualizados com cinco repetições por tratamento. As maiores produções em

massa de forragem verde e seca foram observadas nos tratamentos com 20.000, 30.000

e 40.000 plantas/ha. Os teores de PB, FDN e FDA não diferiram entre os tratamentos, e

os tratamentos com 10.000 e 40.000 plantas/ha apresentaram maior teor de MS. A

densidade de plantio indicada para aquelas condições de solo e clima é a de 20.000

plantas/ha. No segundo experimento, foram avaliadas as características de fermentação

da silagem de gliricídia associada a dois aditivos (milho e melaço) através das análises

do pH, ácido lático e nitrogênio amoniacal (N-NH3), e a composição químico-

bromatológica por meio da determinação dos teores de matéria seca (MS), proteína

bruta (PB), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em

detergente ácido (FDA) e a digestibilidade In vitro da MS. Os tratamentos utilizados

foram: 1- 100% de gliricídia (G); 2 - 95% de G e 5% de milho (Mi); 3 - 90% de G e

10% de Mi; 4 - 90% de G, 5% de Mi e 5% de melaço (Me); 5 - 95% de G e 5% de Me; 6

- 90% de G e 10% de Me. Cada tratamento teve cinco repetições, totalizando trinta mini

silos, arranjados em um delineamento inteiramente casualizado. A PB, FDN e FDA

diminuíram com a adição de aditivos na silagem, enquanto que os teores de MS e MM

aumentaram, e a melhor digestibilidade foi alcançada nos tratamentos com adição de 5

% e 10% de melaço na silagem. A adição de milho não alterou as características

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fermentativas e nutricionais da silagem. A adição de melaço aumentou a digestibilidade,

produção de ácido lático e diminuiu a concentração de N-NH3. A adição de melaço a

partir de 5% melhora a qualidade nutricional e a fermentação da silagem de gliricídia.

Palavras-chave: adensamento, alimento alternativo, fermentação

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ABSTRACT

CONCEIÇÃO, Josile Maria. Gliricidia sepium: productivity, chemical-

bromatological composition and fermentation characteristics of silage. Sergipe:

UFS, 2017. 52p. (Dissertation – Master in Zootecnia).

Gliricidia sepium is a tree legume, resistant to water deficit, with high crude protein

content in leaves and high forage mass production. These characteristics have made this

legume a source of high nutritional quality, and can reduce the effects of forage

seasonality on the production of ruminants. Two experiments were carried out. The first

one was to evaluate the forage mass production and forage quality of gliricidia

submitted to different population densities, being: 10,000, 20,000, 30,000 and 40,000

plants / ha. The following variables were evaluated: green and dry forage mass and dry

matter (DM), crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber

(ADF) of leaves and fine stems. The experimental design was a randomized block with

five replicates per treatment. The highest mass yields of green and dry forage were

observed in treatments with 20,000, 30,000 and 40,000 plants / ha. PB, NDF and AD

did not differ between treatments, and treatments with 10,000 and 40,000 plants / ha

presented higher DM content. The recommended planting density for that local and

similar edafoclimatic conditions is 20,000 plants / ha. In the second experiment, the

fermentation characteristics of gliricidia silage associated to two additives (maize and

molasses) were evaluated through the data of pH, lactic acid and ammoniacal nitrogen

(N-NH3), and the chemical-bromatological composition of dry matter (DM), crude

protein (CP), mineral matter (MM), neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent

fiber (ADF) and DM in vitro digestibility . The treatments used were: 1- 100% gliricidia

(G); 2 - 95% G and 5% corn (C); 3 - 90% G and 10% C; 4 - 90% G, 5% (C) and 5%

molasses (Mo); 5 - 95% G and 5% (Mo); 6 - 90% G and 10% Mo. Each treatment had

five replicates, totaling thirty mini silos, arranged in a completely randomized design.

PB, NDF and ADF decreased with the addition of additives in the silage, while DM and

MM contents increased. The highest digestibility was achieved in treatments with the

addition of 5% and 10% molasses in the silage. The addition of corn did not alter the

fermentative and nutritional characteristics of the silage. The addition of molasses

increased the digestibility, production of lactic acid and decreased the concentration of

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N-NH3. The addition of molasses from 5% improves the nutritional quality and the

fermentation of gliricidia silage.

Keywords: density, alternative food, fermentation

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1. INTRODUÇÃO

As plantas forrageiras, principalmente as gramíneas, constituem a principal fonte

de alimentação para ruminantes nos sistemas de criação do Brasil. Entretanto, ao longo

do ano, principalmente na região do nordeste brasileiro, ocorre uma estacionalidade da

produção forrageira devido a fatores climáticos, havendo uma maior produção e oferta

de forragem na estação das chuvas e ao chegar na estação seca, esta produção diminui

bruscamente, afetando o desempenho dos animais.

Outra característica do período seco sobre a pecuária é o encarecimento da

atividade devido o aumento na aquisição de alimentos concentrados, que são usados

para suprir a falta de alimento volumoso em quantidade e qualidade satisfatória para

ruminantes. Com isso, Santos et al. (2010) sugerem a utilização de forrageiras com bom

valor nutritivo, boa produtividade e que sejam adaptadas às condições edafoclimáticas

da região, como alternativa para reduzir os custos de produção e melhorar o aporte

nutricional do rebanho no período seco.

O uso de leguminosas forrageiras como fonte de nutrientes tem resultado em

aumentos de produção animal, decorrentes do incremento nos níveis protéicos, da

digestibilidade e do consumo da forragem disponível (DALL’AGNOL e SCHEFFER-

BASSO, 2004). Quando comparadas as gramíneas, as leguminosas apresentam maior

teor de proteína bruta e menor taxa de declínio nos teores de proteína bruta e na

digestibilidade com a idade (BARCELLOS et al., 2008).

Além disso, as leguminosas forrageiras apresentam forte apelo ambiental, devido

a capacidade de fixação de nitrogênio no solo, que pode contribuir para o

reflorestamento de áreas degradadas, melhorar o manejo de pastagens nativas e na

formação de sistemas agroflorestrais (FREITAS et al., 2010).

Entre as leguminosas com potencial forrageiro, está a Gliricidia sepium, que tem

despertado interesse de pesquisadores e produtores, devido as suas características

bromatológicas e agronômicas, como o teor de proteína bruta em suas folhas que varia

de 20 a 30% (RANGEL et al., 2000; CARVALHO FILHO et al. 1997), adaptabilidade

às condições climáticas semiáridas, elevada produção de biomassa e sua capacidade de

fixação de nitrogênio no solo.

Por conseguir recompor toda parte aérea em torno de quatro meses após algum

corte (BARRETO et al., 2004), a gliricídia permite que haja maior disponibilidade de

massa forrageira de qualidade, sendo considerada uma alternativa para alimentar os

animais nos períodos de estiagem (MASSAFERA et al., 2015).

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Sabendo dos potenciais produtivos e nutricionais desta leguminosa, é importante

que haja uma otimização da produção por unidade de superfície, a qual é feita através

do adensamento das plantas. Mas segundo Castro Filho et al. (2016), são poucas as

informações quanto a densidade ideal de plantas de gliricídia para formação de

legumineiras destinadas a produção de massa forrageira.

As práticas de conservação de forragem têm sido também empregadas à gliricídia,

pois tendem a diminuir a baixa aceitabilidida inicial, causada por compostos voláteis

presentes nas folhas (COSTA et al., 2009).

Trabalhos como o de Dantas et al. (2008) e Silva et al. (2015) comprovam o bom

valor nutricional da silagem de gliricídia. Entretanto, assim como as demais

leguminosas, a gliricídia apresenta algumas limitações para o processo de ensilagem,

como o alto poder tampão, o baixo teor de carboidratos solúveis e baixo teor de matéria

seca (LEONEL et al., 2008). Com isso, a inclusão de alguns materiais no momento da

ensilagem pode corrigir algumas dessas características indesejáveis.

A utilização de aditivos na silagem tem como objetivo minimizar as perdas

decorrentes da ensilagem, através da otimização do processo fermentativo, contribuindo

para a produção de uma silagem de melhor qualidade (BERNARDES et al., 2013;

TAVARES et al., 2009; ITAVO et al., 2010; SANTOS et al., 2010).

Assim, objetivou-se avaliar a produção de massa de forragem da gliricídia

submetida a diferentes densidades populacionais e as características de fermentação e

composição químico-bromatológica da silagem de gliricídia associada a dois aditivos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Gliricídia sepium

Nativa da América central e norte da América do Sul, a Gliricidia sepium (Jacq.)

Steud. é uma leguminosa arbórea, pertencente à família Fabaceae, que apresenta ciclo

perene e raízes profundas, podendo chegar à uma altura de 10 a 15 metros e diâmetros

de até 40 cm (GOMÉZ et al., 2002).

No Brasil é conhecida por gliricídia, no México e em países da América Central

como madero negro, mata ratón, madre de cacao, entre outros nomes. Esta leguminosa

desperta grande interesse comercial e econômico para regiões tropicais pelas suas

características de uso múltiplo (KILL e DRUMOND, 2001).

Propagando-se de maneira fácil, seu estabelecimento pode ser feito por meio de

sementes e por estaquia, sendo a primeira forma a mais indicada para sistemas

intensivos, pois a planta desenvolve um sistema radicular mais profundo, conseguindo

alcançar água e nutrientes nas camadas mais profundas do solo, permitindo maior

persistência da cultura (CUERVO-JIMÉNEZ et al., 2013; GÓMEZ et al., 2002).

Características de clima quente e úmido proporcionam melhor desenvolvimento

para a gliricídia. Já as baixas temperaturas e baixas precipitações pluviométricas

limitam seu crescimento, e na ocorrência de longos períodos de seca ocorre a queda de

folhas dos ramos mais velhos (GAMA et al., 2009).

Introduzida no Brasil na década de 70, sendo utilizada inicialmente para o

sombreamento das culturas de cacau no litoral baiano, na década de 80 passou a ser

utilizada para a alimentação animal no semiárido nordestino, onde adaptou-se às

condições edafoclimáticas desta região (ANDRADE et al., 2015).

Com ampla utilidade, a gliricídia participa dos processos de recuperação de solos,

sistemas agroflorestais ou agrosilvipastoris, no consórcio com gramíneas e outras

forrageiras, na alimentação de animais como banco de proteína, na preparação de sal

forrageiro e nas formas de feno ou silagem (BAYÃO et al., 2016; CISNE et al., 2016;

SANTANA NETO et al., 2015; SILVA et al., 2015; SILVA et al., 2013; CISNE et al.,

2012; RANGEL et al., 2011; BEEDY et al., 2010).

Com grande capacidade de rebrota, esta leguminosa, dependendo das

carcaterísticas de solo e pluviosidade da região, chega a recompor toda sua parte aérea

quatro meses após o corte, tornando-se possível a realização de três cortes por ano

(BARRETO et al., 2004). Essa alta produção de massa forrageira, permite a oferta de

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alimento de qualidade ao animal em diferentes períodos do ano, podendo este ser

fornecido in natura ou pode ser colhido e armazenado na forma de feno ou silagem,

sendo uma forma de garantir um alimento para ruminantes no período seco e/ou de crise

financeira (PÉREZ-GIL ROMO et al., 2014).

O uso de leguminosas arbustivas em sistemas de produção de pecuária tropical,

aumentou significativamente como um suplemento (ARAQUE et al., 2006), pois,

tendem a aumentar a qualidade da dieta basicamente em proteína, que é uma das

principais limitações das gramíneas tropicais (GUERRERO, 2004).

No Brasil, a gliricídia ainda permanece pouco estudada, mas aos poucos vem

conquistando seu espaço, sendo considerada uma fonte de proteína de baixo custo na

suplementação alimentar dos ruminantes (GARCEZ et al., 2014).

Costa el al. (2009) avaliando as folhas da gliricídia, encontraram os seguintes

teores médios na composição:23,1% de matéria seca (MS), 24,1% de proteína bruta

(PB), 0,90% de cálcio (Ca), 0,16% de fósforo (P), 38,8% de fibra em detergente neutro

(FDN) e 24,3% de fibra em detergente ácido (FDA) e concluíram que é recomendável a

inclusão de folhas de gliricídia como suplemento para ovinos.

A suplementação da dieta de ovinos com gliricídia e banana (fruta) promoveu a

elevação do valor nutricional da dieta, do consumo e do ganho de peso, e manteve um

balanço de nitrogênio positivo no animal (ARCHIMEDE et al., 2010).

Quando utilizada na forma in natura, a gliricídia inicialmente tem baixa

aceitabilidade pelos animais, devido ao odor provocado pela liberação de compostos

voláteis de suas folhas (COSTA et al., 2009). Contudo, o consumo pode passar a ser

satisfatório após um tempo de adaptação ou através de processos de conservação, como

a ensilagem e a fenação.

A redução do consumo e da digestibilidade, inibição de enzimas digestíveis e

perdas de proteínas endógenas, são alguns dos efeitos negativos dos taninos sobre a

nutrição (GETACGEW et al., 2000). Entretanto, esses mesmos compostos quando

encontrados em concentrações entre 3-4%, podem apresentar efeito positivo na

digestão, como proteção e degradação ruminal da proteína, sem afetar o consumo

voluntário ou digestão da fibra (BARRY e MCNABB, 1999).

Devido ao baixo teor de taninos na gliricídia (VARÓN e GRANADOS, 2012;

OWAR et al., 2009), com média de 0,62% nas folhas, a ingestão desta, não apresenta

efeito inibitório sobre a digestibilidade (VIEIRA et al., 2001).

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A escolha de forragens de alta concentração de carboidratos solúveis, com

leguminosas compostas de metabólitos secundários, como taninos, seria uma das

estratégias mais eficientes para redução do CH4 (BERCHIELLI et al., 2012). Esse

efeito foi observado por Meale et al. (2012) que utilizaram gliricídia na alimentação de

ruminantes, e a mesma proporcionou redução na produção de metano entérico.

Mesmo sendo considerada uma estratégia para reduzir a emissão de metano

ruminal, o efeito causado pelos compostos secundários, os quais reduzem ou até

eliminam os protozoários ruminais (DELGADO et al., 2012) podem acarretar disturbios

digestivos. Martinele et al. (2014) avaliaram os efeitos da substituição de parte do

concentrado da dieta por silagem de gliricídia sobre os protozoários ruminais em

cordeiros e concluíram que a silagem de gliricídia não teve efeito negativo sobre a

população da microbiota ruminal.

Mesmo com níveis de taninos aceitáveis para uma dieta de ruminantes, não é

recomendável usar a gliricídia como dieta total, pois pode causar problemas, como

timpanismo (RANGEL, 2009), devido a grande quantidade de proteína e sua alta

digestibilidade.

Quase sempre a gliricídia é cultivada em forma de consórcio, principalmente com

gramíneas (RODRÍGUEZ, 2011) e seu consumo se dá de forma direta na forma de

pastejo. Entretanto, devido a escassez de alimento de qualidade em certos períodos do

ano e a menor aceitação inicial pelos animais, as práticas de conservação de forragem

tem sido também empregadas à essa leguminosa.

Van Man e Wiktorsson (2002) observaram que o teor de proteína bruta da

gliricídia foi mantido de forma eficiente após a mesma passar pelo o processo de

ensilagem, portanto, a utilização dessa leguminosa em forma de silagem pode estender a

disponibilidade de forragem com maior qualidade durante a seca.

Costa et al. (2007) avaliaram o efeito da substituição da silagem de milho por

silagem de gliricídia no desempenho e ganho médio diário de cordeiras Santa Inês

alimentadas em confinamento, e os resultados demostraram que a inclusão de silagem

de gliricídia até 40% promoveu ganhos médios diários de 86 g/dia, proporcionando um

melhor desempenho em relação ao tratamento com ausência de gliricídia.

Resultados obtidos em alguns trabalhos mostraram que a silagem de gliricídia

apresentou composição químico-bromatológica e pH que indicam bom valor nutritivo

(tabela 1).

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Tabela 1. Teores médios de matéria seca (MS); proteína bruta (PB); extrato etéreo (EE);

pH; fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) de silagens de

gliricídia.

AUTOR MS PB EE FDN FDA PH

%

Chagas et al. (2006) 34,17 19,09 - 52,72 - 4,80

Dantas et al. (2008) 28,20 24,05 2,29 57,39 32,07 5,35

Silva et al. (2015) 23,05 19,37 4,47 40,37 27,72 4,58

Edvan et al. (2013) 26,85 20,55 3,28 64,18 46,50 4,25

Costa et al. (2007) 27,90 14,76 - 60,30 47,81 -

Fonte: Adaptado de Dantas et al. (2008); Silva et al. (2015); Chagas et al. (2006); Edvan

et al. (2013); Costa et al. (2007)

Apesar de produzir silagens com bom valor nutricional, as leguminosas em geral,

apresentam características como o elevado poder tampão, baixo teor de carboidratos

solúveis e baixo teor de matéria seca, as quais não são favoráveis para o processo de

ensilagem (LEONEL et al., 2008).

Silagens produzidas a partir de material com baixo teor de matéria seca

apresentam maior produção de ácido total, exigindo maior disponibilidade de

carboidratos solúveis, que compõem os substratos prontamente disponíveis para o

desenvolvimento de bactérias láticas (NEUMANN et al., 2010).

A realização de um pré-tratamento, como emurchecimento ou o uso de aditivos

podem melhorar algumas características do material ensilado e assim promover uma

melhor fermentação (ITAVO et al., 2010). De acordo com Cabral Júnior et al. (2007), o

emurchecimento de forragens antes da ensilagem provoca a redução no poder tampão,

aumento da matéria seca e açúcares e volatiliza determinados fatores antinutricionais,

como por exemplo os taninos condensados.

Apesar do emurchecimento favorecer as características do material a ser ensilado,

elevados tempos de emurchecimento podem acarretar em consumo de carboidratos

solúveis da forragem durante o processo de respiração, ocasionando redução da

degradabilidade dos nutrientes, devido a alterações nos componentes fibrosos,

diminuindo a qualidade do material e aumentando o número de fungos e leveduras no

material a ser ensilado (SANTOS et al., 2010).

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Em trabalho realizado por Van Man e Wiktorsson (2002) a silagem de gliricídia

sem aditivo, apresentou valores aceitáveis, não afetando a qualidade final do produto.

Segundo os mesmos autores, as perdas que podem ocorrer, são devido principalmente à

proteólise e por efluentes.

Quando adicionada à silagens de outras espécies forrageiras, a gliricídia tem

apresentado efeitos positivos sobre a qualidade final do material ensilado. Pacheco et al.

(2013) avaliaram a composição químico-bromatológica de silagem de capim elefante

com adição de diferentes proporções de feno de gliricídia e concluíram que a adição do

feno de gliricídia proporcionou melhorias na composição química das silagens,

promovendo elevação nos teores de matéria seca e proteína bruta e podendo ser

adicionado na ocasião da ensilagem até o nível de 40%, na matéria natural da gramínea.

Massafera et al. (2015) recomendam a substituição de aproximadamente 75% de

capim aruana por gliricídia como uma alternativa para melhorar o processo de

fermentação, valor nutritivo e estabilidade aeróbia de silagens de capins tropicais. De

acordo com Tjandraatmadja et al. (1994) a inclusão de leucena ou gliricídia in natura

até 67% na silagem de capim pangola e setária, não só aumentou o teor de N total da

silagem, mas também aumentou a qualidade da fermentação.

2.2. Produção de massa de forragem

A escolha da densidade de cultivo adequada está entre as práticas utilizadas para

obter maior produtividade em cultivos. A diminuição dos espaços entre fileiras de

plantas e o aumento da quantidade de planta por área, busca o aumento da produção. No

entanto, é importante ressaltar que o adensamento varia de acordo com a cultivar e com

a disponibilidade de água e nutrientes (ASSIS et al., 2014).

Características como o número de folhas em um vegetal, o qual está relacionado

ao potencial de acúmulo de biomassa, e a boa capacidade de recuperação após o corte,

são importantes para recomendação de utilização de uma espécie (SILVA et al., 2010;

GAMA et al., 2009).

Quando cultivadas com a finalidade de produção de biomassa, as espécies de

leguminosas variam bastante com relação às suas exigências edafoclimáticas, e

consequententemente, em relação à quantidade e qualidade da biomassa produzida

(MÜLLER et al., 1992). Em altas condições de densidade, a cultura pode ter sua

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produção dificultada pela maior competição por água e nutrientes (CAMARACO et al.,

2003).

Silva et al. (2010) avaliaram o efeito de duas frequências de corte sobre

características morfológicas e produtivas de folhas, raízes e nódulos de distintas

leguminosas forrageiras tropicais: Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw (cv. Cook,

Bandeirantes, Mineirão); Calopogonium mucunoides Desv.; Desmodium ovalifolium

Ohashi cv. Itabela; Clitoria ternatea L., e Arachis pintoi Krap & Greg cv. Amarillo. Os

autores observaram que a depender da leguminosa, a frequência de corte pode

influenciar o acúmulo de biomassa e, que isto ocorre devido à demanda de tempo para

recuperação da parte aérea e retomada do crescimento das raízes.

Em trabalho feito por Martins et al. (2013) a gliricídia alcançou uma

produtividade média anual de matéria seca de 1.910 kg ha-1, chegando a produzir nove

vezes mais biomassa de folhas, galhos finos e lenha, que a maniçoba. Ao ser comparada

à leucena quanto sua produção de matéria seca após quatro anos de cultivo, a gliricídia

alcançou maior produção durante três anos (5,87; t ha-1 ; 6,88 t ha-1; 5,24 t ha-1) (

BARRETO e FERNANDES, 2001).

Edvan et al. (2014) avaliaram o manejo da frequência de corte da gliricídia (45,

60, 75, 90 dias) para a produção de forragem durante as estações chuvosa e seca do ano

e mostraram que a frequência de corte de 90 dias e uma altura residual de 90 cm, teve a

maior produção total de forragem seca (9.7 t ha-1 ).

De acordo com Andrade et al. (2013) a gliricídia tem potencial de produção de

massa de forragem e teor de proteína bruta superior ao de algumas gramíneas,

atendendo aos requerimentos mínimos para bovinos de corte em fase de lactação.

2.3 Qualidade da silagem A ensilagem é uma técnica que visa a conservação da forragem excedente

produzida no período chuvoso, através do armazenamento em silos onde o material

sofre fermentação, tendo como produto final, a silagem. No entanto, a qualidade final

do material ensilado pode ser influenciado por fatores relacionados a planta, como a sua

composição, e também pelas etapas envolvidas no processo de produção da silagem.

Durante o processo de conservação, a forragem é armazenada em condições de

anaerobiose, objetivando o desenvolvimento de bactérias produtoras de ácido lático a

partir de substratos como açúcares solúveis, ácidos orgânicos e compostos nitrogenados

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solúveis (SANTOS et al., 2010). Mas para que seja garantido um meio anaeróbico, é

necessário uma boa compactação da massa ensilada, por isso, é recomendado que a

planta seja triturada a particulas de tamanho médio de 2 a 2,5 cm (TOMICH et al.,

2003), e o silo fechado no menor tempo possível.

De acordo com McDonald et al. (1991), forrageiras destinadas a ensilagem devem

apresentar teores relativamente altos de carboidratos fermentáveis (13-15%), teor de

matéria seca entre 30 e 35% e baixo poder tamponante.

A capacidade de tampão (CT) ou poder tampão de uma forragem consiste em sua

capacidade de resistir às variações de pH. Grande parte das propriedades tamponantes

das forragens pode ser atribuída aos ânions (sais ácidos orgânicos, ortofosfatos, sulfatos,

nitratos e cloretos), com somente 10 a 20% resultantes da ação de proteínas vegetais

(ÁVILA et al., 2006). Plantas com alta CT tendem a produzir silagens de menor

qualidade devido a perdas no processo fermentativo ocasionadas pela demora no

abaixamento do pH.

Entre os parâmetros que determinam a qualidade da fermentação, estão os valores

de pH associados ao teor de matéria seca e a concentração de nitrogênio amoniacal em

relação ao nitrogênio total (N-NH3/NT) (SANTOS et al., 2010).

As silagens bem preservadas devem apresentar um pH na faixa de 3,8 a 4,2

(MCDONALD et al., 1991). A rápida redução do pH da silagem ajudará a limitar as

perdas de proteína, através da inativação de proteases vegetais e inibirá o crescimento

de microrganismos anaeróbios indesejáveis tais como enterobactérias e clostrídios

(LIMIN KUNG, 2001).

O NH3 produzido durante a fermentação é derivado do catabolismo de

aminoácidos, e este impede a redução do pH, servindo como indicativo de fermentação

indesejável. Segundo McDonald et al., (1991) silagens bem conservadas não devem

apresentar valores de NH3 que ultrapassem 10% do nitrogênio total.

2.4 Uso de aditivos na silagem A maioria das forragens ensiladas apresenta dificuldades para atingir um processo

fermentativo adequado em razão do seu baixo conteúdo de carboidratos solúveis

(CASTRO NETO et al., 2008). A adição de materiais ricos em carboidratos no momento

da ensilagem, pode favorecer o desenvolvimento de microrganismos que favorecem a

fermentação lática, melhorando a qualidade final do material ensilado.

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Os aditivos são produtos comerciais ou não, que, aplicados à forrageira no

momento da ensilagem, podem reduzir perdas de nutrientes, estimular ou inibir

fermentações, ou ainda interagir no valor nutritivo da planta originalmente ensilada

(VILELA, 2006). Esses produtos têm sido utilizados com o intuito de minimizar as

perdas decorrentes da ensilagem e preservar o valor nutritivo do material final

(BERNARDES et al., 2013).

Segundo McDonald et al. (1991), a classificação de cada aditivo é de acordo com

a atuação na silagem, sendo estes divididos em cinco principais grupos: estimuladores

de fermentação, inibidores parciais ou totais de fermentação, inibidores de deterioração

aeróbia, nutrientes e absorventes.

As mudanças no desenvolvimento da fermentação de silagens devido à aplicação

de aditivos podem alterar a composição final do alimento e afetar o consumo de matéria

seca, assim como a digestibilidade de nutrientes (NEWMANN et al., 2010). Segundo os

mesmos autores, apenas o uso de aditivos não contribui para o aumento significativo da

qualidade da forragem ensilada, mas sim, para manutenção e redução de possíveis

perdas durante a fermentação.

Inúmeros tratamentos têm sido adotados e precisam ser avaliados quanto à

eficiência em reduzir as perdas durante a fermentação (RIBEIRO et al., 2009). Dentre

os diversos materiais utilizados como aditivos para melhoria da qualidade de silagens,

podemos citar o melaço líquido e o milho moído.

2.4.1 Melaço

Trabalhos com melaço ou açúcar adicionados à silagem ainda são escassos na

literatura, sendo pouco comum o uso científico deste tipo de aditivo no Brasil, o que

acarreta pouca informação (ZANETTE et al., 2012).

Este aditivo tem sido adicionado até 10% para fornecer carboidratos rapidamente

fermentáveis para a ensilagem de forrageiras tropicais (YITBAREK e TAMIR, 2014),

favorecendo a fermentação lática, resultando em silagens com menores perdas dos

princípios nutritivos, e ainda melhora a aceitabilidade e consequentemente, proporciona

maior consumo de matéria seca (RIGUEIRA et al., 2015).

Phesatcha e wanapat (2016) avaliaram o efeito da suplementação de melaço e

uréia na qualidade da silagem de leucena, na produção de gás in vitro e nos perfis de

fermentação ruminal, e concluíram que a adição de melaço a 2% e uréia a 1% de MS

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melhorou a qualidade da composição química da silagem, assim como aumentou a

eficiência da fermentação ruminal in vitro.

Bilal (2009) observou que a adição de melaço na silagem de capim-elefante foi

mais eficiente que a adição de milho, pois proporcionou maior aumento da MS e do

ácido lático e na redução do pH. A adição de 20 g de melaço para 1 kg de silagem de

alfafa proporcionou o aumentou da produção de ácido láctico e acético e a resistência

aeróbica na silagem (WU E NISHINO et al., 2015).

Nksosi e Meeske (2010) observaram que silagens da parte aérea da batata

acrescida de soro e melaço apresentou melhor qualidade fermentativa e proporcionou

maior aceitabilidade e ganho de peso (218 e 250 g / d) em cordeiros, em comparação

com a dieta controle. A adição de melaço combinado ou não com inoculante bacteriano

à soja durante o processo de ensilagem não afetou o desempenho de bovinos de corte, e

favoreceu a ingestão e digestibilidade de nutrientes (RIGUEIRA et al., 2015).

A maioria dos trabalhos com silagens aditivadas com melaço foram feitos com ele

na forma líquida. Entretanto, em plantas com alto teor de água em sua composição,

como é o caso da gliricídia, o uso do melaço líquido agrega mais umidade ao material

ensilado, com isto, além prejudicar a fermentação, o alto teor de umidade resulta na

produção elevada de efluentes. Desta forma, o uso do melaço em pó evita que o material

ensilado fique mais úmido, proporcionando todas as melhorias já demonstradas em

trabalhos anteriores, relacionados a fermentação, e ainda ajuda a diminuir as perdas por

efluentes.

2.4.2 Milho moído

O milho (Zea mays) é um dos principais alimentos energéticos utilizados nas

dietas para os animais. Entretanto, a estrutura do grão de milho pode limitar o

aproveitamento dos nutrientes nele contido.

Através do processamento do grão o aproveitamento do milho pode ser

melhorado. Além do processamento, o tamanho de partícula influencia os padrões de

fermentação ruminal, produção microbiana e eficiência da utilização do amido e outros

nutrientes no rúmen (PASSINI et al., 2004).

Normalmente, a utilização do milho na alimentação animal se dá de forma direta,

individual ou misturada a outros componentes da dieta. Por ser um alimento seco, com

quantidade relativamente alta de matéria seca, pequena capacidade tampão e níveis

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adequados de carboidratos solúveis para fermentação (SOUZA et al., 2016), o grão de

milho triturado pode ser adicionado à silagens de materiais com alta umidade em sua

composição, como é o caso de leguminosas.

A inclusão de milho triturado na silagem de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii)

elevou os teores de matéria seca, nutrientes digestíveis totais e a digestibilidade in vitro

da matéria seca, e provocou a redução dos teores de FDN e FDA, de umidade e

produção de ácido butírico (BACKES et al., 2014). A elevação dos nutrientes

digestíveis totais e da matéria seca também foram observadas por Souza et al.(2016),

assim como a redução do teor de extrato etéreo na silagem de soja. Tais resultados

mostram que a o milho triturado melhorou a qualidade fermentativa da silagem e a

digestibilidade.

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CAPÍTULO 1

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DA GLIRICÍDIA ADENSADA

1.1. RESUMO

A estacionalidade forrageira em determinados períodos do ano causa perdas na

produção animal. Assim, buscando minimizar os efeitos do déficit forrageiro têm-se

utilizado leguminosas com potencial forrageiro, as quais tendem a elevar o aporte

proteico e a capacidade de suporte das áreas de pastejo. A Gliricídia sepium é uma

leguminosa arbórea, bem adaptada à condições de baixa pluviosidade e que produz alta

quantidade de massa de forragem de qualidade. Assim, este estudo teve como objetivo

avaliar a produção de massa de forragem verde e seca da Gliricidia sepium cultivada em

diferentes densidades populacionais (10.00, 20.000, 30.000 e 40.000 plantas/ha), assim

como os teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em

detergente ácido (FDA) em folhas e caules tenros, colhidos em 15 cortes, os quais foram

realizados entre os anos de 2006 e 2011. O delineamento experimental utilizado foi em

blocos casualizados com cinco repetições por tratamento. A produção da massa

forrageira verde e seca foram maiores nos tratamentos com 20.000, 30.000 e 40000

plantas/ha (P<0,05). A densidade de plantio indicada para aquelas condições de solo e

clima é de 20.000 plantas/ha.

Palavras- chave: cultivo adensado, leguminosa, massa forrageira

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1.2. ABSTRACT

The seasonality of forage yield in certain periods of the year causes losses in the animal

performance. Thus, in order to minimize the effects of forage deficit, legumes with

forage potential have been used, which tend to increase the protein supply and the

support capacity of the grazing areas. Gliricidia sepium is a tree legume, well suited to

low rainfall conditions, and produces a large amount of high quality forage mass. The

objective of this study was to evaluate the green and dry forage mass production of

Gliricidia sepium grown at different population densities (10,000 20,000, 30,000 and

40,000 plants / ha), as well as crude protein (CP), (NDF) and acid detergent fiber (ADF)

in leaves and stems collected in 15 cuts, carried out between 2006 and 2011. The

experimental design was a randomized block with five replicates. Green and dry forage

yields were higher in treatments of 20,000, 30,000 and 40,000 plants / ha (p <0.05).

Dry matter content was higher in treatments with 10,000 and 40,000 plants / ha

(25.1%). The recommended planting density for these soil and climate conditions is

20,000 plants / ha.

Keywords: high dense crop, legume, forage mass

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1.3. INTRODUÇÃO

A carência de forragem de qualidade em determinados períodos do ano é um dos

grandes desafios da pecuária tropical, tendo em vista que nessas regiões grande parte da

produção de ruminantes é feita em sistema de pastejo. Assim, a produção animal por ser

dependente do aporte nutricional ofertado, oscila de acordo com a produção de

forragem.

Durante os períodos de estiagem ocorre a redução na quantidade e qualidade

nutricional das forrageiras, principalmente o teor de proteína, e aumenta a aquisição de

concentrados comerciais, os quais elevam os custos de produção. Com isso, Santos et al

(2010) sugerem a utilização de plantas com bom valor nutritivo e produtividade,

adaptadas às condições edafoclimáticas da região como forma de reduzir os custos com

alimentos.

As leguminosas forrageiras podem incrementar a produtividade através da sua

participação direta na dieta do animal ou até mesmo de forma indireta através da fixação

biológica do nitrogênio no solo. O alto teor de proteína bruta nas folhas das leguminosas

podem reduzir o déficit proteico em dietas de ruminantes criados em sistema de pastejo,

e a capacidade de fixação de nitrogênio no solo pode melhorar a fertilidade do solo,

permitindo maior produção de outras forragens cultivadas na mesma área no sistema de

consórcio.

Entre as leguminosas, a Gliricidia sepium tem se mostrado promissora, por ter se

adaptado às condições semiáridas, boa capacidade de produção de massa forrageira, e

um teor de proteína bruta variando de 20 a 30% (RANGEL et al., 2000; CARVALHO

FILHO et al. 1997).

A rápida recomposição da parte aérea após o corte, faz da gliricídia uma

alternativa para ser utilizada em sistema que visa a produção de massa forrageira.

Porém, ainda não se tem conhecimento da densidade ideal de plantas de gliricídia para

formação de leguminosas destinadas a produção de massa forrageira (CASTRO FILHO

et al., 2016).

A identificação da densidade ideal de plantas para explorar, permite que a área de

cultivo seja utilizada de maneira eficiente, sem que haja competição por recursos

naturais. Além disso, permite que maiores índices de produtividade sejam alcançados

mesmo em pequenas áreas, o que se torna fator importante para pequenos produtores os

quais apresentam pouca disponibilidade de área para cultivo de forragem.

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Com isso, a maior produção por superfície de área aumenta a disponibilidade de

volumoso de qualidade em períodos secos, minimizando o déficit nutricional, bem

como as perdas na produção animal.

Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar a melhor densidade de

plantio da gliricídia, através da avaliação da produtividade e valor nutricional da massa

forrageira.

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1.4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido entre os anos de 2006 e 2011 no campo

experimental Jorge do Prado Sobral, pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros,

localizado no município de Nossa Senhora das Dores - SE, a uma latitude S: 10°29’27”

e longitude W: 37º 11’ 34”, e altitude aproximada de 200 m. A temperatura média anual

é de 24,6°C e precipitação média de 1.264 mm por ano, distribuídos principalmente

entre os meses de março a agosto.

Na Figura 1 estão representados os dados pluviométricos durante os anos de

avaliações.

Figura 1 – Pluviosidade no Campo Experimental Jorge do Prado Sobral nos anos de 2006, 2007, 2008,

2009, 2010 e 2011.

A área experimental foi implantada no ano de 2005 em latossolo amarelo

distrófico de textura argilosa e fertilidade média. Na análise química de solo, foram

observadas as seguintes características: pH em água= 4,8; P disponível = 7,0 ppm; K =

22,3 ppm; Ca e Mg = 17,3 e 8,0 cmolc dm-3, respectivamente e Al + H = 67,8 cmolc

dm-3.. A adubação de implantação foi de 60Kg/ha de P2O5 e de 80 kg/ha de K20.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco

repetições por tratamento. Foram utilizadas parcelas de 7,0 m x 7,0 m, nas quais foram

plantadas a gliricídia por sementes em covas espaçadas de acordo com o tratamento, em

linhas afastadas de 1,0 m uma das outras, com parcela total de 49 m2. Nas parcelas

foram avaliadas as três linhas centrais com parcela útil de 21 m2, sendo que durante todo

período experimental a área utilizada não recebeu irrigação.

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Os tratamentos consistiram em quatro diferentes densidades de plantio de

gliricídia, sendo elas: 10.000 (1,0 x 1,0 m), 20.000 (1,0 x 0,5 m), 30.000 (1,0m x 0,33

m) e 40.000 (1,0 m x 0,25 m) planta/ha.

As plantas foram submetidas a um corte de homogeinização em 12/04/2006,

anterior às avaliações. Para a avaliação da produção foram realizados um total de quinze

cortes, realizados entre os anos de 2006 e 2011, nas segunites datas: 13/07/2006,

23/11/2006, 10/05/2007, 04/10/2007, 04/06/2008, 17/09/2008, 11/02/2009, 16/06/2009,

10/11/2009, 15/03/2010, 12/05/2010, 18/08/2010, 01/12/2010, 02/03/2011 e

31/05/2011. Este procedimento foi adotado sempre que as plantas atingiam uma altura

de 1,5 m aproximadamente, cortando-se toda parte aérea a partir de uma altura de 0,5 m.

O tempo entre cada corte foi variável de acordo principalmente com a pluviosidade,

sendo realizada a adubação da área com 80kg de K2O e 60kg de P2O5 por hectare, após

a realização de cada corte.

Após o corte realizaram-se as pesagens da parte aérea para determinação da

produção de massa de forragem verde, composta por folhas e caules tenros (até 0,6mm

de diâmetros) e destas foram retiradas amostras, as quais foram acondicionadas em

sacos de papel devidamente identificados e levadas ao Laboratório de Nutrição Animal,

da Embrapa Tabuleiros Costeiro, localizado no município de Aracaju-SE. No

laboratório passaram por uma pré-secagem em estufa de circulação forçada a 55 °C, por

72h, em seguida o material foi processado em moinho tipo Willey provido de peneira

com crivos de 1mm, e seco em estufa de 105 °C por 24 horas para a determinação da

teor de matéria seca total (Método oficial 930.15). O nitrogênio total foi determinado

pelo método de Kjeldahl, sendo o teor de proteína bruta obtido através da multiplicação

do teor de nitrogênio total pelo fator 6,25 (Método oficial 984.13) de acordo com os

procedimentos descritos pela AOAC (1995). Os teores de fibra em detergente neutro

(FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram determinados segundo Van Soest

(1967).

Os resultados foram submetidos a análise de variância considerando os efeitos dos

tratamentos. O teste de Tukey com nível de significância de 5% foi aplicado quando o

modelo apresentou diferença significativa (P<0,05), utilizando o pacote estatístico

SAS® (SAS Institute, 2009).

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1.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1 encontram-se as médias de produção de massa forrageira verde e seca,

teor de matéria seca, proteína bruta, FDN e FDA de acordo com as densidades de

plantio. Houve influência das diferentes densidades de cultivo sobre a produção da

massa de forragem verde e seca e teor de matéria seca.

Tabela 1. Produtividade de massa verde e seca e composição químico-bromatológica da gliricídia em diferentes densidades de plantio.

Plantas/ha Produção verde t/ha

Teor de MS %

Produção em MS

t/ha

PB

%

FDN

%

FDA

%

10.000 17,2±10,2b 24,9±2,7ab 4,17±2,22b 21,8±2,15 41,8±5,29 29,2±2,21

20.000 21,4±11,5a 24,6±2,8b 5,04±2,43a 22,2±2,41 42,4±5,91 29,0±1,61

30.000 21,2±11,7a 24,5±2,96b 4,93±2,32a 21,8±2,04 42,1±5,76 29,9±2,65

40.000 19,4±11,9a 25,1±3,04a 4,63±2,45a 21,8±2,27 41,8±5,33 29,4±3,09

P <0,0001 0,0399 0,0002 0,0609 0,8382 0,0875

CV% 30,99 6,17 29,19 5,39 9,01 7,89

Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna apresentam diferença significativa a 5% pelo teste de Tukey (P<0,05). MS: matéria seca, PMS: produção em matéria seca, PB: proteína bruta, FDN: fibra em detergente neutro e FDA: fibra em detergente ácido. CV% - Coeficiente de Variação; P – Valor de Probabilidade.

O tratamento de 10.000 plantas/ha diferiu dos demais tratamentos (P<0,0001),

tendo este apresentado menor produção de massa forrageira verde com 17,2 t/ha. Esse

resultado ficou abaixo do valor encontrado por Castro Filho et al (2016) que na mesma

densidade obtiveram uma produção de 21,88 t/ha. Provavelmente as diferentes

produções se devem a diferentes características de fertilidade do solo e clima.

As maiores produções de massa verde foram encontradas nos tratamentos com

20.000, 30.000 e 40.000, com 21,4; 21,2 e 19,4 t/ha, respectivamente. Já Castro Filho et

al. (2016) avaliando nas mesmas densidades obtiveram maiores produções nos

tratamentos com 30.000 e 40.000 plantas/ha com 24,91 e 24,52 t/ha, respectivamente.

A adoção do sistema adensado é justificado pelo aumento de produção de massa

de forragem e pela menor exigência de área para cultivo, características importantes

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31

para pequenas propriedades, as quais dispõem de pouca área para cultivo. Além disso,

devido ao elevado teor de proteína bruta, o fornecimento desta leguminosa pode

aumentar a qualidade da dieta basicamente em proteína, que é uma das principais

limitações das gramíneas tropicais (GUERRERO, 2004).

O teor de MS diferiu entre os tratamentos (P<0,0399), tendo os tratamentos com

10.000 e 40.000 plantas/ha apresentado os maiores valores com 24,9 % e 25,1 %,

respectivamente. Provavelmente o maior teor de MS do tratamento de 40.000 plantas/ha

se deve aos efeitos de uma possível competição intraespecífica por água, nutrientes, luz

e espaço, causando um maior incremento de massa seca em estádios de

desenvolvimento mais precoces da planta. Apesar de diferir significativamente, os

teores de MS estão muito próximos e isto pode ter ocorrido por erro de amostragem ou

menor relação folha/caules finos na amostra.

A produção em matéria seca diferiu entre os tratamentos (P<0,0002) e assim

como a produção verde, o tratamento de 10.000 plantas/ha apresentou menor produção

em MS, com 4,17 t/ha. As maiores produções foram encotradas nos tratamentos com

menores espaçamentos de plantio (20.000, 30.000 e 40.000 plantas/ha). Assim como os

resultados deste estudo, a maior produção em MS no trabalho de Castro Filho et al.

(2016) foi encontrada nos tratamentos com maior produção verde, sendo eles: 30.000 e

40.000 plantas/ha, com produções de 3,35 e 3,33 t/ha.

Os teores de proteína bruta não diferiram entre os tratamentos (P>0,0609)

mantendo uma média de 21%, ficando dentro do estimado para gliricídia que é de 20 a

30% de PB (RANGEL et al.,2000; CARVALHO FILHO et al.,1997). Devido a esses

altos teores de PB, os quais superam a PB das gramíneas com média de 10%, o uso da

gliricídia como suplemento alimentar torna-se uma boa alternativa para a alimentação

de ruminantes.

Os teores de FDN e FDA não diferiram entre os tratamentos (P<0,8382 e

P<0,0875). As médias de FDN e FDA do presente estudo foram de 42% e 29 %,

respectivamente, superando as médias encontradas por Costa et al. (2009) que foi de

38,81 e 24,30 de FDN e FDA, respectivamente. Essa diferença de valores ocorreu

provavelmente devido ao fato de Costa et al. (2009) ter utilizado apenas folhas na sua

avaliação.

De acordo com os resultados obtidos independente do espaçamento de plantio

adotado, as gliricídias cultivadas podem ser utilizadas sem reduzir o consumo e

digestibilidade, pois os percentuais presentes na matéria seca não ultrapassaram os

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teores limitantes de 60% de FDN (VAN SOEST, 1994) e 40% de FDA (NUSSIO et al.,

1998).

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1.6. CONCLUSÕES

A densidade de plantio indicada naquelas condições de solo e clima é a de 20.000

plantas/ha, pois apresentou uma produção de massa de forragem igual aos tratamentos

mais adensados, com a mesma qualidade nutricional e ainda necessita de menor

quantidade de plantas com consequente menor uso de mão-de-obra para os manejos.

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1.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. Official

methods of analysis. 16.ed. Washington: 1995. 2000p.

CASTRO FILHO, E.S.; MUNIZ, E.N.; RANGEL, J.H.A.; SANTOS, G.R.A.;

SANTANA NETO, J.A.; ARAÚJO, H.R. Dry matter yield and bromatological

composition of gliricidia in different crop densities. Ciência Rural, v.46, n.6, p.1038-

1043, 2016.

CARVALHO FILHO, O.M.; DRUMOND, M.A.; LANGUIDEY, P.H. Carvalho Filho,

O.M. Gliricidia sepium. Leguminosa promissora para regiões semi-áridas. Circular

Técnica, 35. EMBRAPA-CPATSA. Petrolina.16 p, 1997.

COSTA, B.M.; SANTOS, I.C.V.; OLIVEIRA, G.J.C.; PEREIRA, I.G. Avaliação de

folhas de Gliricidia sepium (jacq.) Walp por ovinos. Archivos de Zootecnia v. 58, n.

221, p.33-41. 2009.

GUERRERO, J.J.B. Estrategias de alimentacion para la ganaderia bovina en

Nayarit. Instituto Nacional de Investigaciones Forestales, Agrícolas y Pecuarias,

Folleto para Productores, n.1, Nayarit-México, 2004.

NUSSIO, L.G.; MANZANO, R.P.; PEDREIRA, C.G.S. Valor alimentício em plantas

do gênero Cynodon. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 15., 1998,

Piracicaba. Palestras ... Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz,

1998. p.296.

RANGEL, J.H.A.; CARVALHO FILHO, O.M.; E S.A. ALMEIDA, E.S.A.

Experiências com uso de Gliricídia sepium na alimentação animal no nordeste

brasileiro. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura, 2000, Fortaleza. Anais...

EMBRAPA - Agroindústria Tropical/SBF. Fortaleza.

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SANTOS, M.V.F.; LIRA, A.M.; DUBEUX JUNIOR, J.C.B.; GUIM, A.; MELLO,

A.C.L.; CUNHA, M.V. Potential of caatinga forage plants in ruminant feeding. Revista

Brasileira de Zootecnia, v. 39, p.204-215, 2010.

SAS INSTITUTE. SAS/STAT: user’s Guide. Version 9.2. Cary: SAS Institute, 7869p.,

2009.

VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2º edition Ithaca: Cornell

University Press, p.476, 1994.

VAN SOEST, P. J. Development of a comprehensive system of feed analyses and its

application to forages. Journal of Animal Science, v. 26, p. 119-128, 1967.

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CAPÍTULO 2

CARACTERÍSTICAS FERMENTATIVAS E COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA DA SILAGEM DE GLIRICÍDIA ADITIVADA

1.1. RESUMO

O uso da Gliricídia sepium tem sido uma alternativa para reduzir o déficit nutricional de

ruminantes gerado pela baixa produção forrageira. A realização do processo de

ensilagem desta leguminosa melhora a aceitabilidade por parte dos animais e a inclusão

de aditivos que inibem características indesejáveis como o alto poder tampão, baixo teor

de carboidratos solúveis e baixo teor de matéria seca, os quais dificultam o bom

processo fermentativo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar as características

de fermentação e a composição químico-bromatológica da silagem de gliricídia

associada a diferentes aditivos (milho e melaço). O material (folhas e caules tenros) foi

ensilado em mini silos laboratoriais de PVC com 10 cm de diâmetro e 30 cm de

comprimento de acordo com os tratamentos: 1) 100% de gliricídia; 2) 95% de gliricídia

+5% de milho; 3) 90% de gliricídia + 10% de milho; 4) 90% de gliricídia +5% de

milho+ 5% de melaço; 5) 95% de gliricídia + 5% de melaço; 6) 90% de gliricídia +10

de melaço. Cada tratamento teve cinco repetições, totalizando trinta mini silos,

arranjados em um delineamento inteiramente casualizado. A composição químico-

bromatológica da silagem foi analisada por meio da determinação dos teores de matéria

seca (MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro

(FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) e avaliação da digestibilidade da MS do

alimento foi feita pelo método In vitro. Fora avaliadas as características de fermentação

da silagem através do pH, ácido lático e nitrogênio amoniacal (N-NH3). A MS, PB,

FDN e FDA diminuíram com a adição de aditivos na silagem, enquanto que o teor de

cinzas aumentou e a melhor digestibilidade foi alcançada nos tratamentos com adição de

5 % e 10% de melaço na silagem. A adição de milho não alterou as características

fermentativas e nutricionais da silagem. A adição de melaço aumentou a digestibilidade,

produção de ácido lático e diminuiu a concentração de N-NH3. A inclusão do melaço em

pó nos níveis entre 5 % e 10% mostrou-se mais eficiente que o milho moído, tendo

melhorado o valor nutritivo e a fermentação da silagem de gliricídia.

Palavras-chave: Aditivos, leguminosa conservada, qualidade

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1.2. ABSTRACT

The use of Gliricidia sepium has been an alternative to reduce the nutritional deficit of

ruminants generated by the low forage production. The performance of the ensiling

process of this legume improves its acceptability by animals, and the inclusion of

additives inhibit undesirable characteristics such as high buffering power, low soluble

carbohydrate content and low dry matter content, which hinder the good fermentation

process. Thus, the objective of this study was to evaluate the fermentation

characteristics and the chemical-bromatological composition of gliricidia silage made

with different additives (corn and molasses). The material (leaves and young stems)

was ensiled according to the treatments: 1) 100% gliricidia; 2) 95% gliricidia + 5%

corn; 3) 90% gliricidia + 10% corn; 4) 90% gliricidia + 5% corn + 5% molasses; 5)

95% gliricidia + 5% molasses; 6) 90% gliricidia +10 molasses, in PVC laboratory mini-

silos with 10 cm diameter and 30 cm length. Each treatment had five replicates, totaling

thirty mini silos, arranged in a completely randomized design. The chemical and

bromatological composition of the silage was analyzed by determination of dry matter

(DM), crude protein (CP), mineral matter (MM), neutral detergent fiber (NDF) and acid

detergent fiber (FDA). and DM digestibility done by the In vitro method. The

fermentation characteristics of the silage were evaluated through pH, lactic acid and

ammoniacal nitrogen (N-NH3). MS, PB, NDF and FDA decreased with the addition of

additives in the silage, while the ash content increased, and the best digestibility was

achieved in the treatments with addition of 5% and 10% molasses in the silage. The

addition of corn did not alter the fermentative and nutritional characteristics of the

silage. The addition of molasses increased the digestibility, production of lactic acid and

decreased the concentration of N-NH3. The inclusion of molasses powder at levels

between 5% and 10% was more efficient than ground corn, and improved the nutritive

value and fermentation of gliricidia silage.

Keywords: Additives, preserved legume, quality

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1.3. INTRODUÇÃO

A produção de ruminantes no sistema de pastejo tem como característica a

irregularidade produtiva, que em grande parte é influenciada pela redução do aporte

nutricional ocasionado pela baixa disponibilidade de forragem em certos períodos do

ano, devido a influência de fatores climáticos.

A diminuição da disponibilidade de luz, a temperatura média menor e a redução

drástica do índice pluviométrico, constituem os principais fatores que impedem que a

pastagem cresça de uma forma uniforme durante todo o ano (RESENDE et al, 2005).

Na região do nordeste brasileiro, a estacionalidade forrageira é mais acentuada devido a

baixa precipitação pluvial que se estende por vários meses ocasionando a baixa

produção de forragem e esta, por sua vez, limita a produção animal.

Por esta razão, nos períodos de déficit forrageiro é intensificado o uso de

concentrados comerciais objetivando suprir a demanda nutricional do animal, mas em

contrapartida, devido aos altos preços dos concentrados, os custos de produção se

elevam. Desta forma, faz-se necessário a adoção de práticas alternativas que garantam a

disponibilidade de alimento volumoso de melhor qualidade para suprir parte das

necessidades nutricionais do animal e consequentemente reduzir a suplementação com

concentrados.

O uso de forragens conservadas pode contornar a escassez de alimento, corrigindo

parte do déficit nutricional dos animais durante períodos críticos ou sendo utilizado

durante o ano todo a depender do planejamento alimentar adotado.

A ensilagem é uma prática que possibilita que o excesso de forragem produzida

no período das chuvas, seja armazenada e conservada, para então ser fornecida aos

animais no período seco. O processo de ensilagem pode ser empregado a vários tipos de

forrageiras, sendo que entre elas estão as leguminosas arbustivas que tiveram seu uso

aumentado significativamente como suplemento na pecuária tropical (ARAQUE et al.,

2006).

Entre as leguminosas forrageiras, a Gliricidia sepium tem se destacado devido

algumas características agronômicas e bromatológicas, como o alto teor de proteína

bruta (SANTANA NETO et al., 2015; COSTA et al., 2009), elevada produção de massa

forrageira e adaptabilidade às condições semiáridas, sendo bem aceita pelos animais

principalmente na forma de feno e silagem (DRUMOND, 1999).

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Quando ensilada, tem produzido volumoso com bom valor nutricional (SILVA et

al., 2015; DANTAS et al., 2008). Entretanto, a gliricídia, assim como as demais

leguminosas, apresenta alto poder tampão, baixo teor de carboidratos solúveis em água

e baixo teor de matéria seca (LEONEL et al., 2008), os quais interferem no bom

processo fermentativo, podendo ocasionar redução na qualidade final da silagem.

Uma das alternativas para minimizar as perdas durante o processo fermentativo da

silagem é a inclusão de aditivos. No caso da gliricídia, aditivos ricos em carboidratos

solúveis e com características absorventes, podem favorecer o bom processo

fermentativo através da elevação da matéria seca e da fermentação lática e a redução de

perdas por efluentes, contribuindo para a produção de uma silagem de melhor

qualidade.

Por existir vários materiais utilizados como aditivos, é importante a realização de

análises que avaliem a eficiência destes sobre a fermentação e consequentemente sobre

o valor nutricional da silagem. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar as

características químico-bromatológicas e fermentativas da silagem de gliricídia com e

sem aditivos.

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1.4. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no laboratório de nutrição animal, da Embrapa Tabuleiros

Costeiros, Aracaju-SE. A gliricídia utilizada foi obtida no campo experimental Jorge do

Prado Sobral, pertencente a Embrapa Tabuleiros Costeiros, localizado no Município de

Nossa Senhora das Dores – SE, a uma latitude S: 10°29’27 e longitude W: 37º 11’ 34”,

e altitude aproximada de 200 m. A temperatura média anual é de 24,6°C e precipitação

média de 1.264 mm por ano, distribuídos principalmente entre os meses de março a

agosto.

A área experimental foi implantada no ano de 2005 em latossolo amarelo

distrófico de textura argilosa e fertilidade média. Na análise química de solo, foram

observadas as seguintes características: pH em água= 4,8; P disponível = 7,0 ppm; K =

22,3 ppm; Ca e Mg = 17,3 e 8,0 cmolc dm-3, respectivamente e Al + H = 67,8 cmolc

dm-3.. A adubação de implantação foi de 60Kg/ha de P2O5 e de 80 kg/ha de K20.

O plantio da gliricídia foi feito por sementes em covas espaçadas de 1,0 x 0,5 m,

em linhas afastadas de 1,0 m uma das outras. Quando a mesma apresentou

aproximadamente 100 dias de crescimento e 1,5 m de altura, foi colhida manualmente

através do corte de toda parte aérea a partir de uma altura de 0,5 m, e desta, foram

separados as folhas e caules tenros (diâmetro até 0,6 mm) e caules lignificados

(diâmetros > 0,6 mm), sendo utilizados somente as folhas e os caules tenros, os demais

caules lignificados foram descartados.

O material verde colhido foi desfolhado manualmente e em seguida processado

em um triturador forrageiro ajustado para corte de partículas com tamanho de 0,5 a 2

cm. Após isso, foram coletadas e pesadas amostras do material de gliricídia triturada, de

milho moído e de melaço em pó para posteriores análises laboratoriais.

No mesmo dia do corte, procedeu-se a ensilagem do material em mini silos de

PVC com 10 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento de acordo com cada tratamento:

100 % de gliricídia (G); 95% de gliricídia (G) + 5% de milho (Mi) ; 90% de gliricídia

(G) + 10% de milho (Mi) ; 90% de gliricídia (G) + 5% de milho (Mi) + 5% de melaço

(Me) ; 95% de gliricídia (G) + 5 % de melaço (Me); 90% de gliricídia (G) + 10% de

melaço (Me). Os mini silos foram preenchidos e compactados de forma gradativa com o

auxílio de um bastão de madeira até estar completamente cheios, em seguida fechados

individualmente mediante a utilização de tampa de PVC e presilhas de metal. Para

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ajudar na vedação utilizou-se fita adesiva. Cada tratamento teve cinco repetições,

totalizando trinta mini silos, arranjados em um delineamento inteiramente casualizado.

Após 180 dias do fechamento, procedeu-se a abertura dos mini silos. De cada

mini silo foram descartados de 6 a 8 cm de material ensilado da parte superior e inferior

e a parte central foi coletada e homogeneizada manualmente em uma bandeja. Logo em

seguida foram retiradas sub amostras para posteriores análises, sendo 100 g destinados

para avaliar o teor de ácido lático, 50 g para nitrogênio amoniacal (N-NH3), 9 a 10 g

para pH e em média 500 g para análises químico-bromatológicas.

As amostras de ingredientes coletadas anteriormente ao processo de ensilagem e

as sub amostras de 500 g foram submetidas à pré-secagem em estufa de circulação

forçada a 55 °C, por 72h. Após isso, as mesmas foram processadas em moinho tipo

Willey provido de peneira com crivos de 1mm e o material resultante foi acondicionado

em potes plásticos os quais foram fechados e identificados, para posteriormente serem

analisadas no laboratório de nutrição animal, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, quanto

a sua composição químico-bromatológica através das análises dos teores de matéria

seca (MS) (Método oficial 930.15), matéria mineral (MM) (Método oficial 942.05) e

nitrogênio total (Método oficial 984.13), sendo o teor de proteína bruta obtido através

da multiplicação do teor de nitrogênio total pelo fator 6,25, de acordo com os

procedimentos descritos pela AOAC (1995). Os teores de fibra em detergente neutro

(FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram determinados conforme Van Soest

(1967). Para a determinação da digestibilidade in vitro da MS foi utilizada a técnica

descrita por Tilley e Terry (1963).

Os dados referentes a composição químico-bromatológica dos ingedientes antes

da ensilagem encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1. Teores médios da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN), fibra detergente ácido (FDA) da gliricídia, milho moído e melaço em pó.

Ingredientes Teores (%)

MS PB MM FDN FDA

Gliricídia 25,14 20,10 6,64 43,29 30,55

Milho moído 87,57 9,51 1,28 11,77 3,16

Melaço em pó 91,66 3,34 23,92 0,65 0,30

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As análises para avaliar as características da fermentação da silagem foram

realizadas nas amostras recém tiradas dos mini silos, onde o pH foi medido através de

um potenciômetro digital, seguindo metodologia de Silva e Queiroz (2002), o teor de N-

NH3 foi mensurado através do método baseado na extração com cloreto de potássio,

seguido de destilação com óxido de magnésio e posterior titulação com ácido clorídrico,

segundo Silva e Queiroz (2002) e o teor de ácido lático foi mensurado a partir do suco

obtido das amostras, com o auxílio de uma prensa hidráulica, de acordo com Silva e

Queiroz (2002).

Os resultados encontrados foram submetidos a análise de variância considerando

os efeitos dos tratamentos. Quando observada diferença significtiva foi aplicado o teste

de T (PDIFF) a 5% de significancia (P<0,05), utilizando o pacote estatístico SAS®

(SAS Institute, 2009).

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1.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A composição químico-bromatológica e a digestibilidade in vitro da matéria

seca dos diferentes tratamentos encontram-se na tabela 2. Observou-se influência

dos diferentes aditivos sobre todas as variáveis avaliadas (P<0,01).

Tabela 2. Composição químico-bromatológica e digestibilidade da silagem de gliricídia com e sem aditivo

Tratamentos MS (%) PB MM FDN FDA DIVMS %

% (MS)

100% G 24,16 ±0,86

d 19,32 ±0,78

a 6,64

±0,13 d

43,72 ±1,48

a 28,01 ±1,39

a 59,2

±1,08 d

95% G + 5% Mi

27,45 ±0,63

c 18,57 ±0,88

b 6,37

±0,16 d

38,30 ±1,58

b 24,24 ±1,45

b 62,2

±1,31 bc

90% G+ 10% Mi

28,64 ±0,41

b 18,77 ±0,26

ab 6,43

±0,35 d

33,55 ±0,89

c 20,82 ±0,87

c 60,1

±1,28 cd

90% G+ 5% Mi + 5% Me

31,03 ±1,18

a 17,13 ±0,36

c 8,70

±0,30 c

31,31 ±0,94

d 18,21 ±0,89

d 63,9

±3,11 b

95% G + 5%Me

28,22 ±0,42

bc 18,23 ±0,28

b 9,08

±0,27 b

34,77 ±1,46

c 20,99 ±0,60

c 68,2

±2,04 a

90% G + 10%Me

32,01 ±0,51

a 16,15 ±0,26

d 10,59 ±0,18

a 29,54 ±1,15

e 18,15 ±0,81

d 67,3

±1,26 a

CV% 2,53

2,97

3,10

3,63

4,83

2,84

P <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste T (P<0,01). G= gliricídia. Mi= milho, Me= melaço em pó, MS= matéria seca; PB – proteína bruta; MM – matéria mineral; FDN – fibra em detergente neutro; FDA – fibra em detergente ácido, DIVMS- digestibilidade in vitro da matéria seca. CV% - Coeficiente de Variação; P – Valor de Probabilidade.

Os teores de MS diferiram entre os tratamentos (P<0, 0001), tendo a silagem de

gliricídia sem aditivo apresentado o menor teor de MS (24,16%). Esse valor foi maior

que o encontrado por Silva et al. (2015) que obteve 23,5 % de MS e menor que os

valores encontrados por Chagas et al. (2006) e Dantas et al. (2008) que obtiverem

34,17% e 28,20% de MS em silagens de gliricídia sem aditivo, respectivamente.

Silagens produzidas a partir de material com baixo teor de matéria seca exigem

maior disponibilidade de carboidratos solúveis, os quais servem como substrato para as

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bactérias láticas que produzem o ácido lático. Dessa forma, o uso de aditivos ricos em

carboidratos prontamente disponíveis podem aumentar a densidade energética e

disponibilizar os substratos necessários para a fermentação lática.

Foi observada elevação dos teores de matéria seca em função do acréscimo dos

aditivos nas silagens, sendo isto atribuído ao teor de MS e a capacidade de retenção de

umidade dos aditivos utilizados. Apesar do efeito provocado pelos aditivos, somente os

tratamentos com 90% G+ 5% Mi + 5% Me e 90% G + 10% Me apresentaram valores de

31, 03% e 32,01% de MS, respectivamente, ficando dentro da faixa ideal para silagens

que é de 30 a 35% de MS (MCDONALD et al.,1991).

Os teores de PB variaram entre os tratamentos (P<0,0001), sendo os maiores

valores encontrados nos tratamentos com 100% de gliricídia e com 90% de gliricídia e

10% de milho, os quais apresentaram 19,32% e 18,77%, respectivamente. A maioria

dos tratamentos que receberam aditivos apresentaram decréscimo no teor de PB. No

entanto, o tratamento que teve inclusão de 10% de milho, não diferiu significativamente

da silagem sem aditivo e isto se deve a um efeito associativo dos teores de PB da

gliricídia in natura com a PB do milho moído, os quais apresentaram 20,10% e 9,51%,

respectivamente, enquanto que o melaço apresentou somente 3,34%.

Quanto ao teor de matéria mineral, os tratamentos com inclusão de milho não

diferiram do tratamento sem aditivo. Nos tratamentos onde houve adição de melaço,

ocorreu elevação da MM, principalmente no tratamento com 10% de melaço que obteve

maior valor com, 10,59% de MM (P<0,0001). Efeito semelhante foi observado por

Coutinho et al. (2015) ao aumentar os níveis de adição de melaço em pó nas silagens de

feijão Guandu e de Crotalária. Esse aumento no teor de MM ocorre devido a soma dos

minerais contidos na matéria natural da forragem com os minerais contidos no aditivo.

O baixo teor de fibra dos aditivos testados resultou em queda (P<0,0001) nos

componentes da parede celular tanto para FDN quanto para FDA. Os maiores valores de

FDN e FDA foram encontrados silagem com 100% de gliricídia com 43,72% e 28,1%,

respectivamente. Esses resultados estão abaixo dos resultados obtidos em silagens sem

aditivos por Chagas et al. (2006) e Dantas et al. (2008) que encontraram os valores de

FDN de 52,72% e 57,39% respectivamente e de FDA de 32,07% e 27,72%,

respectivamente.

A redução dos níveis de FDN e FDA é um efeito importante dos aditivos para a

qualidade e aproveitamento das silagens produzidas no presente estudo, pois a fibra

representa a fração dos carboidratos de digestão lenta ou indigestível do alimento e a

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depender da sua concentração e digestibilidade, pode limitar o consumo voluntário de

matéria seca, minerais e energia (COSTA et al., 2015) afetando negativamente o

desempenho animal quando incluída em quantidade excessiva na dieta.

O valor nutritivo das silagens é primeiramente definido pela digestibilidade e esta

sofre efeito direto do padrão da fermentação, assim como pelos processos de

deteriorização observadas durante a fase aeróbica (REIS et al., 2008).

A baixa digestibilidade da MS é o principal fator que causa redução do consumo

de alimentos em ruminantes. Ao avaliar a DIVMS da silagem de gliricídia sem aditivo,

Dantas et al. (2008) obtiveram um coeficiente de 29,33%. Este resultado ficou bem

abaixo do encontrado no presente estudo para a silagem sem aditivo, a qual apresentou

59,2% de DIVMS. Provavelmente a maior digestibilidade da silagem deste estudo, se

deve a menor quantidade de caule no material ensilado.

Os tratamentos diferiram quanto a sua digestibilidade (P<0,0001), tendo as

silagens com adição de 5% e 10% de melaço apresentado os maiores coeficientes de

digestibilidade com 68,2% e 67,3%, respectivamente. Esses resultados ficaram acima do

valor obtido por Rigueira et al. (2015) para silagem de soja com adição de melaço, os

quais obtiveram 58,40% de digestibilidade aparente da MS em bovinos de corte, e

semelhantes aos obtidos por Oliveira et al. (2017) que obtiveram 63,54% de DIVMS da

silagem de gliricídia.

No trabalho feito por Barreiros (2008) a silagem de gliricídia aditivada com sorgo

e raspa de mandioca apresentaram 55,38% e 55,84%, respectivamente de DIVMS,

enquanto que a silagem de gliricídia sem aditivo apresentou 49,19%, mostrando que a

inclusão de aditivo pode melhorar a digestibilidade do alimento.

A menor digestibilidade das silagens acrescidas de milho em relação às com

melaço pode estar relacionada a fatores físicos do grão, que mesmo sendo moído possui

em sua composição uma matriz proteica compacta e bem desenvolvida e esta se associa

ao amido deixando-o menos disponível (PASSINI et al., 2004).

Em contrapartida, a maior disponibilidade dos carboidratos presentes no melaço,

sendo estes compostos basicamente por açúcares simples, promoveram melhor processo

fermentativo, como demonstra na tabela 3, proporcionando menores perdas de conteúdo

celular do material ensilado, que possui maior digestibilidade em comparação com os

constituintes da parede celular.

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A inclusão de aditivos nas silagens de gliricídia influenciou a produção de ácido

lático e nitrogênio amoniacal (P<0,0001). Entretanto os valores encontrados para pH

não foram alterados (P>0,1118) (tabela 3).

Tabela 3. Características de fermentação da silagem de gliricídia associada a diferentes aditivos.

Tratamento AL% N-NH3/NT% pH 100% G 4,70±0,51 c 6,83±1,20 a 4,32±0,20 95% G + 5% Mi 4,24±0,24 c 8,66±2,01 a 4,38±0,35 90% G+ 10% Mi 4,92±0,94 c 7,08±2,39 a 4,11±0,10 90% G+ 5% Mi + 5% Me 7,14±1,27 b 4,83±0,49 b 4,13±0,05 95% G + 5%Me 6,92±0,29 b 4,36±1,17 b 4,30±0,09 90% G + 10%Me 10,41±1,42 a 3,46±0,38 b 4,29±0,08 CV% 14,18

<0,0001 25,0

<0,0001 4,15

0,1118 P G= gliricídia. Mi= milho, Me- melaço em pó; AL= ácido lático, N-NH3/NT = nitrogênio amoniacal/ nitrogênio total; CV% - Coeficiente de Variação; P – Valor de probabilidade. Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,01).

A maior produção de ácido lático ocorreu nos tratamentos que tiveram inclusão de

melaço, sobretudo no com 10% de melaço, o qual obteve valor de 10,41% (P<0,01).

Segundo Yitbarek e Tamir (2014) a inclusão de até 10% de melaço em silagens de

forrageiras tropicais fornecem carboidratos rápidamente fermentáveis, criando

condições favoráveis para o estabelecimento de bactérias láticas, as quais produzem

ácido lático.

De acordo com Ward (2000) silagens de leguminosas com teor de MS entre 28 e

32%, como as produzidas no presente estudo, normalmente apresentam uma produção

média de ácido lático de 4,87%. Os tratamentos com maiores produções de ácido lático

deste estudo apresentaram produção entre 6 e 10%, devido a alta quantidade de

carboidratos altamente solúveis dos aditivos utilizados, resultando em efeito positivo

sobre a fermentação.

A maior produção de ácido lático resulta em menores perdas de MS e energia do

material ensilado durante o armazenamento, além de ser o principal ácido responsável

pela queda do pH da silagem.

A porcentagem de nitrogênio amoniacal em relação ao nitrogênio total (N-

NH3/NT) serve como indicativo de quanto de proteína foi degradada durante a fase de

fermentação. Houve diferença significativa para os teores de N-NH3 /NT (P<0,0001),

onde as silagens acrescidas com melaço tiveram menor produção de N-NH3/NT,

proporcionando melhor valor nutritivo da silagem.

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Carvalho et al. (2017) encontraram valores de N-NH3 para silagem de gliricídia

variando de 7,0 a 8,5%. Silva et al. (2015) avaliaram a composição químico-

bromatológica das silagens de forrageiras lenhosas do Semiárido brasileiro, e

encontraram valores de 10,93% de N-NH3 para a silagem de gliricídia. De acordo com

os valores de nitrogênio amoniacal encontrados neste estudo, as silagens produzidas

apresentam boa qualidade, uma vez que, de acordo com McDonald et al. (1991), uma

silagem de boa qualidade deve apresentar menos de 10% de nitrogênio amoniacal em

relação ao nitrogênio total.

A maior eficiência do melaço como aditivo quanto ao milho, pode ser abservada

pela ocorrência de alterações nas caratcerísticas fermentativas da silagem, como a maior

produção de ácido lático e redução do N-NH3/NT.

O valores de pH do presente estudo não diferiram entre os tratamentos

(P>0,0001), ficando próximos ao valor encontrado por Rigueira et al. (2015) na silagem

de soja que apresentou pH de 4,43. Segundo Ward (2000) as silagens de leguminosas

com MS entre 28 e 32%, apresentam um valor médio de pH de 4,91. No geral, as

silagens deste trabalho apresentam índices de boa preservação, pois ficaram dentro da

faixa ideal de pH que é de 3,8 a 4,2 (McDonald et al., 1991).

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1.6. CONCLUSÕES

A inclusão do melaço em pó nos níveis entre 5 % e 10% mostrou-se mais

eficiente que o milho moído, tendo melhorado o valor nutritivo e a fermentação da

silagem de gliricídia.

São necessários mais estudos para avaliação em termos econômicos desta

leguminosa, assim como novos estudos com animais para complementar as informações

sobre o valor nutritivo da silagem.

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