Goiaba No Mundo

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A goiaba (Psidium guajava L.) tem suas origens nos trópicos americanos, e é distribuída hoje ao longo das áreas tropicais e subtropicais do mundo (Kwee e Chong, 1990; Gonzaga Neto e Soares, 1994; Medina, 1988). Pertence à família Myrtaceae que inclui um número grande de espécies frutíferas (Pereira e Nachtigal, 2002; Ray, 2002; Kwee e Chong, 1990; Subramanyan et al, 1992).

1 Francisco Watlington, Universidad de Puerto Rico, Rio Piedras, Porto Rico.

Goiaba no mundoDe acordo com Ellshoff et al. (1995) Psidium guajava foi classificada por Lineu em 175�.

Para Ruehle (1964), as primeiras referências sobre a goiabeira são do cronista espanhol Oviedo, no período entre 1514 e 1557, quando estava no Haiti. Naquela ocasião, Oviedo referiu-se a árvore de goiaba como guayabo e fez considerações sobre o comportamento vegetativo das plantas encontradas em algumas áreas da Índia Ocidental. Oviedo (1959) de-clarou sobre as goiabas: “Frutas com muitas sementes que causam incômodo a aqueles que a comem pela primeira vez. Entretanto, achados arqueobotânicos recentes assinalam uma distribuição pré-histórica muito mais ampla, evidentemente antropogênica. A presença antiga da goiaba nas Antilhas (o nome mais difundido vem da língua indígena antilhana) é avalizada, como foi dito, pela crônica de Oviedo. Em Porto Rico, por exemplo, existem umas quatro espécies endêmicas de Psidium e várias de Eugenia que são goiabas virtuais (Watlington, comunicação pessoal)1. Alimentos com tal gosto e cheiro divinos poderiam ser considerados pecado”. Acredita-se, por outro lado, que os espanhóis transportaram a planta de goiaba do Pacífico para as Filipinas e Índia, de onde passou para o arquipélago malaio, para o Havaí e para a África do Sul (Soubihe Sobrinho, 1951). Porém, há compro-vação científica plena de que a goiaba teve uma distribuição antropogênica pré-histórica

por todas as Antilhas (Newsom, 199�).A espécie é amplamente cultivada por sua fruta e tornou-se

mundialmente naturalizada em áreas tropicais e subtropicais. A goiaba foi cultivada e distribuída pelo homem, por pássaros e ou-tros animais ao longo de tanto tempo que sua origem é incerta, mas acredita-se que está em uma área que se estende do México meridional pela ou através da América Central (Morton, 1987). É comum em todas as áreas quentes da América tropical e das Índias Ocidentais (desde 1526), as Bahamas, as Bermudas e sul da Flórida, onde foi introduzida, segundo relatos, em 1847, tor-nando-se comum em mais da metade do Estado antes de 1886.

Alimentos com tal gosto e cheiro divinos poderiam ser considerados

pecado.

Celso

Kátia

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Embora a goiabeira tenha sido domestica-da há mais de 2.000 anos, foi somente em 1526 que o primeiro cultivo comercial de goiaba foi relatado nas ilhas caribenhas. Depois foi difundida por exploradores nas Filipinas e Índia (Yadav, 2006). Os colo-nizadores espanhóis e portugueses foram rápidos para levar a goiabeira do Mundo Novo para a Índia Oriental e Guam. A goiaba foi logo adotada como cultura na Ásia e nas regiões quentes da África. Os egípcios a cultivaram por muito tempo e pode ter viajado do Egito para a Palesti-na. É vista ocasionalmente na Argélia e na costa mediterrânea da França.

A goiaba pertence à família Myrta-ceae, que compreende mais de 70 gêne-ros e 2.800 espécies. A família Myrtaceae também inclui outras plantas agrícolas importantes que rendem produtos eco-nômicos como temperos aromáticos (cra-vo-da-índia, canela, pimenta-da-jamaica), óleos aromáticos (eucalipto), plantas orna-mentais (murta, Callistemon = bucha-de-garrafa) e várias frutas (jambo Syzygium malaccense, cereja de Suriname, ameixa de Java, jambo-do-norte, feijoa e muitas outras) (Kwee e Chong, 1990). O gênero Psidium apresenta aproximadamente 150 espécies entre as quais se destaca P. gua-java L. (goiaba, 2n = 22), P. cattleyanum Sabine (araçá doce, araçá-de-praia ou ara-çá-de-coroa) e P. guineense Swartz ou P. araça Raddali (araçá verdadeiro ou araçá ácido) (Pereira, 1995).

A descrição de espécies de Psidium en-contra-se dispersa em vários documentos e por diversos autores, mas da perspectiva de melhoristas, o conhecimento essencial é apresentado por Soubihe Sobrinho (1951), Kwee e Chong (1990), Subramanyam e Iyer (199�), Gonzaga Neto (1999), Ray (2002), e Pereira e Nachtigal (2002). Também Ellshoff et al. (1995) apresentaram uma bibliografia comentada sobre Psidium, tra-tando a goiaba como uma erva invasora de floresta no Havaí.

Psidium foi descrito como membro da subtribo pimentóide da família Myrtaceae, sementes duras ou ósseas, e o cálice dividi-do em lóbulos na antese (McVaugh, 1968). Com exceção de algumas espécies que se difundiram pelo cultivo, a maioria das espécies do gênero aparece como plantas nativas. A maior diversidade de espécies encontra-se no Brasil central e sudeste, mas também há um bom número (aproxi-madamente 15) na região norte da Améri-ca do Sul, vários nas Índias Ocidentais, al-

Tabela 1. Produção mundial de goiaba por país (1.000 t)

País 2000 2001 2002 2003 2004

Total 3646,2 3792,2 3952,9 3984,8 4035,5

Índia 1710,5 1631,5 1715,5 1700,0 1700,0

Paquistão 494,5 525,5 550,0 580,0 600,0

México 254,2 263,4 283,3 299,2 317,0

Brasil 117,6 281,1 300,0 300,0 300,0

Egito 216,8 228,8 243,9 231,2 230,0

Tailândia 170,1 154,4 160,0 160,0 160,0

Colômbia 130,6 149,6 145,0 145,7 154,7

Indonésia 137,6 138,1 138,1 138,1 138,1

Venezuela 120,0 120,0 120,0 120,0 120,0

Sudão 96,3 100,0 100,0 100,0 100,0

Bangladesh 48,0 49,0 49,9 50,9 51,8

Vietnã 38,5 37,8 34,0 35,0 35,0

Malásia 11,7 13,0 13,1 24,8 28,9

Outros 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: FAO (2005)

guns na América do Norte, e um punhado de espécies periféricas dos Andes e do sul do Brasil. Numerosas espécies descritas da região central e sudeste do Brasil ainda não foram adequadamente estudadas.

A goiaba é importante tanto para o consumo in natura como também para atender uma substancial demanda para conservas industriais (Maia et al., 1988). A fruta possui bom conteúdo de vitaminas (A e complexo B), sendo excepcionalmente rica em vitamina C (ácido ascórbico), com teor superior àquele presente nos sucos cítricos.

A produção mundial de goiaba está aumentando. Os números apresentados pela FAO (Tabela 1) mostram aumento de mais de 10% nos últimos cinco anos. A FAO, até o momento, não registra os dados com goiaba no mundo, o que ocorre excep-cionalmente por ocasião de algum evento. Diante disso, foi efetuado levantamento

junto a órgãos e pessoas de diversos paí-ses, o que permitiu a construção da Tabela 2 com dados recentes de área e produção de goiaba em diversos países. Os números no Brasil (Tabela �), um dos principais produtores mundiais de goiaba, dão uma idéia boa de como os produtores estão res-pondendo à demanda do mercado. Embo-ra a área total em produção no país tenha aumentado 45% de 1999 a 2004, no nor-deste do Brasil, onde a goiaba é produzida sob irrigação e com tecnologia intensiva, ela aumentou cerca de 90%. Entretanto, devido a baixos preços obtidos pelos pro-dutores, a redução na área foi sentida em 2005. Na Índia, o maior produtor mundial, a goiaba é cultivada em mais de 150.900 hectares (Fruits, 2006) produzindo mais de 1,6 milhão de toneladas, mas a produti-vidade é bastante baixa, em torno de 10-12 t/ha, devido ao fraco manejo e perdas de pós-colheita (Khushk e Lashari, 2006).

A produção de goiaba no Brasil au-mentou cerca de 45% nos últimos 4-5 anos (Tabela �) embora a região nordeste, com irrigação e alta tecnologia aplicada, conforme dito anteriormente, tenha mos-trado aumento de quase 100% no mesmo período. Neste caso particular, variedades melhoradas desempenharam papel muito importante, porquanto algumas recen-temente lançadas, como ‘Paluma’, foram usadas para estabelecer novos pomares.

O México é um dos principais produ-tores de goiaba no mundo com colheita crescente (Tabela 2), cuja área ultrapas-sou 2�.000 hectares em 200� (SIAP, 200�). Outros países produtores são o Paquistão, Taiwan (6.644 hectares em 1999, com pro-

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duções de 20 a �5 t/ha), Tailândia, Colôm-bia e Indonésia.

Outros países tropicais plantam goia-ba em áreas que variam ao longo dos anos, como Cuba e Venezuela. A goiaba também é plantada em áreas menores em outros países: Malásia, com 1.641 ha em 2001 (16.861 t), Austrália e África do Sul (Tabela 7). De acordo com a Associação de Produtores de Goiaba da África do Sul (2006), há duas áreas principais de pro-dução nesse país: 1) áreas de Limpopo/Mpumalanga (no norte da África do Sul), produzindo cerca de 10.000 – 15.000 to-neladas de goiaba (purê ou suco e só uma porção pequena para o mercado local de frutas frescas); 2) Western Cape (no sul da África do Sul), produzindo ao redor de 25.000 toneladas principalmente de goiaba como fruta fresca, mas também para purê e suco. A área com goiaba nessa região era 440 hectares em 2002 e 500 ha em 2005. No Vietnã, a goiaba é plantada principal-mente na região do delta do Mekong em aproximadamente 2.000 hectares. Nesse país, freqüentemente, os produtores inter-plantam goiaba com outras fruteiras como laranja king e pomelo.

Nota-se, portanto, que países tidos como produtores, como a Austrália por exemplo, nunca o foram na verdade, en-quanto outros que de fato produziam mui-ta goiaba, como a África do Sul, deixaram de sê-lo por problemas, neste caso, uma severa doença que aniquilou pomares in-teiros naquele país.

Nos EUA, a Flórida tem área muito

Tabela 2. Área e produção mundial de goiaba em alguns países (hectares e toneladas)

País 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

México Área (ha) 19.554 20.619 20.441 22.763 16.089 16.184 n.d.

Colômbia Área (ha) 11.669 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 16.124**

Cuba Área (ha) n.d. 4.609 5.253 6.019 7.267 7.991 7.312

Produção (t) n.d. 17.092 23.206 28.454 40.052 52.670 47.878

África do Sul Área (ha) n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

Produção (t) n.d. 21.911 25.179 26.637 22.879 17.645 n.d.

E.U.A. (Havaí) Área (ha) 255 275 247 222 214 202 260

Produção (t) 4.853 7.212 6.940 4.400 3.039 3.674 3.674

Brasil Área (ha) 12.975 14.354 14.387 16.066 17.776 18.826 16.399

Produção (t) n.d.* n.d.* 281.102 321.127 328.747 408.283 345.533

Paquistão Área (ha) 58.500 60.200 63.400 64.300 62.700 61.600 63.471

Produção (t) 468.300 494.500 525.500 538.500 531.600 549.500 571.800

Índia Área (ha) 151.000 150.000 150.000 190.000 n.d. n.d. 151.000

Produção (t) 1.800.000 1.710.000 1.630.000 1.680.000 1.700.000 1.700.000 1.710.000

Fonte:* Informação disponível em número de frutos produzidos (IBGE); Fontes: SIEAP/SAGARPA (México) (SIAP, 2003); Statistics, Ministry of Agriculture, Cuba; South Africa Department of Agriculture (adaptado); USDA - National Agricultural Statistics Service; ** Plano Frutícola Nacional (Colômbia)

Tabela 3. Goiaba no Brasil: evolução da área plantada (hectares)

Brasil 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

País 12.975 14.354 14.387 16.066 17.776 18.826 16.399

Norte 213 338 202 257 244 443 487

Nordeste 5.026 5.428 5.738 7.355 9.138 9.543 7.331

Sudeste 6.004 6.901 6.729 6.514 6.496 6.891 6.706

Sul 900 892 873 1.012 1.037 1.005 946

Centro-Oeste 832 795 845 928 861 944 929

Fonte: IBGE (2006)

Tabela 4. Goiaba no Brasil: produção por região (toneladas)

Brasil 2001 2002 2003 2004 2005

País 281.102 321.127 328.747 408.283 345.533

Norte 1.333 3.364 3.191 2.333 4.432

Nordeste 110.620 140.800 155.078 216.445 156.886

Sudeste 135.108 135.381 132.564 145.262 142.200

Sul 8.038 12.176 13.164 12.375 10.429

Centro-Oeste 26.003 29.406 24.750 31.868 31.586

Fonte: IBGE (2006)

Tabela 5. Importações de goiaba e derivados pelos EUA: quantidade e valor, 2002-2004

Produto importadoQuantidade Valor

2002 2003 2004 2002 2003 2004

Toneladas US$1.000

Goiaba, pasta e purê 4.240 4.120 4.352 3.388 3.525 3.589

Goiaba, prep ou preservada 3.764 4.823 5.397 3.342 3.552 4.012

Goiaba geléias 766 656 713 667 529 574

Goiaba, Manga e Mangosteen secos

2.871 3.876 5.266 10.348 15.434 21.356

Fonte: U.S. Department of Commerce

A maior parte do recente crescimento no mercado de frutas tropicais está baseada na expansão de áreas de cultivo especificamente voltadas à exportação.

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Tabela 6. Importação de goiaba e derivados pelos EUA por país, 2004

País

Quantidade

Goiaba (pasta, purê)

Goiaba preparada ou preservada

Goiaba (geléias)

Goiaba, Manga e Mangosteen

secos

Toneladas métricas

Brasil 1.836 353 264 0

Colômbia 419 77 2 84

Costa Rica 0 97 379 38

Rep. Dominicana 624 1.367 63 0

Equador 248 1.591 3 0

Fiji 17 0 0 0

França 3 8 0 1

Índia 533 267 0 11

Malásia 0 259 0 2

México 495 660 0 700

Filipinas 141 0 2 2.872

Singapura 0 0 0 6

África do Sul 33 262 0 19

Tailândia 1 355 0 1.387

Venezuela 0 0 0 0

Outros 3 100 1 146

Total 4.352 5.397 713 5.266

Fonte: U.S. Department of Commerce.

limitada dedicada ao plantio de goiaba, a qual é de maior importância no Havaí (Tabela 8). Mesmo assim, a área cultivada recuou nas ilhas, baixando de um total de 125 fazendas que cultivaram goiaba em �76 hectares (incluindo pomares novos) em 1992. Naquela época foram colhidos �09 hectares. A produção era de 6.015 toneladas métricas que valiam 14,� centa-vos por libra. O valor da produção foi de $1.896.000.

Os Estados Unidos são grandes im-portadores de produtos de goiaba (pasta, purê, geléias) como mostrado na Tabela 5. Houve aumento nas quantidades importa-das de 2002 a 2004 devido à quantidade de goiaba preparada ou preservada. Os Esta-dos Unidos importam principalmente do Brasil, República Dominicana, Equador e México (Tabela 6).

Embora o mercado internacional de frutas tropicais continue a ser dominado pelo abacaxi, crescimento significativo tanto no volume quanto no valor de ne-gócios de outras frutas tropicais desenvol-veu-se bastante em anos recentes, parti-cularmente com manga e, numa extensão menor, abacates, carambola, goiaba, lichia, mangosteen, maracujá e rambutan (FAO, 2002). A maior parte do recente cresci-mento no mercado de frutas tropicais está baseada na expansão de áreas de cultivo especificamente voltadas à exportação.

Cultivares mais importantes no mundo

No mundo todo, existem mais de 400 cultivares de goiaba, apesar de apenas al-guma poucas dezenas serem de fato plan-tadas em escala comercial. Algumas torna-ram-se populares apenas em seus próprios locais de origem, porém outras foram dis-tribuídas por diversos países, como parece ser o caso de Allahabad Safeda, possivel-mente a mais plantada entre todas. Embo-ra programas de melhoramento existam há bastante tempo, somente nas duas últi-mas décadas os resultados dos esforços de diversos centros de seleção começaram a aparecer. A Tabela 7 apresenta algumas das cultivares mais representativas em muitos países produtores.

Lalit - Recentemente lançada, frutos são de tamanho médio (185 g) com atrativa cor amarelo-açafrão a vermelho. Sua pol-pa é firme e rosada com bom equilíbrio agridoce. Atinge produções 24% maiores do que a variedade popular Allahabad Sa-feda.

Xa ly nghe - Formato de pêra, 260g, casca rugosa, espessura da polpa de 1,5-1,6cm, sabor agridoce, quantidade de se-mentes pequena a média, branca.

Ruot hong da lang - Formato de pêra, 400g, casca lisa, espessura da polpa

Figura 2. ‘Paluma”, a principal cultivar de goiaba no Brasil. (Fonte: Todafruta)

de 1,�-1,4cm, sabor agridoce, quantidade de sementes pequena a média, rosa.

Xa ly don - Arredondada, 270g, casca meio áspera, espessura da polpa de 1,4-1,5cm, sabor agridoce, quantidade de se-mentes pequena a média, branca.

Paluma - Plântula selecionada de po-pulação segregante de polinização aberta de Rubi-Supreme (UNESP, Brasil). Plan-tas altamente produtivas (mais do que 50 t.ha-1), vigorosa, boa tolerância à ferru-gem (Puccinia psidii Wint.). Frutos são grandes (mais de 200 g, mesmo em plan-tas não raleadas), piriforme; casca lisa, cor amarela quando madura; polpa de intenso vermelho escuro, firme, grossa (1,� a 2,0 cm); muito bom sabor graças ao alto teor de sólidos solúveis (± 10 °Brix) poucas se-mentes. Cultivar mais plantada no Brasil.

Rica - Plântula de polinização aberta de Supreme (UNESP, Brasil), plantas vigoro-sas e altamente produtivas (mais do que 50 t.ha-1), frutos ovais a piriformes, com um peso médio de 100 a 250 g; casca ver-de-amarelada, levemente rugosa; polpa vermelha, espessa e firme; sabor muito agradável (11 °Brix) e baixa acidez; poucas e pequenas sementes.

Pedro Sato - Cultivar selecionada por produtores a partir de pomares constituí-dos por plantas propagadas por sementes, provavelmente de ‘Ogawa Vermelha N° 1’, no Rio de Janeiro, Brasil. Plantas vigorosas com produções relativamente altas; frutos levemente ovais, boa aparência (150 a 280 g), algumas vezes alcançando 400 g em ramos raleados; casca bem rugosa; polpa rosada, espessa e firme; sabor agradável e poucas sementes; na atualidade é a cultivar de mesa de casca rugosa mais plantada em São Paulo (Brasil).

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Tabela 7. Cultivares comerciais de goiaba no Mundo

País Cultivares

Austrália Allahabad Safeda; Beaumont; Lucknow-49; Ka Hua Kula

Bangladesh Swarupkathi; Mukundapuri; Kanchannagar; Kazi

Brasil Paluma; Rica; Pedro Sato; Kumagai; Sassaoka; Ogawa; Yamamoto; Século XXI

Colômbia Puerto Rico; Rojo Africano; Extranjero; Trujillo

Costa Rica Tai-kuo-bar

Cuba Enana Roja Cubana; EEA 1-23

Egito Bassateen El Sabahia; Bassateen Edfina; Allahabad Safeda

Índia Polpa branca: Allahabad Safeda; Apple Color; Lucknow-42; Lucknow-49; Safeda; Karela; Seedless; Polpa vermelha: Lalit; Hybrid Red Supreme; Red-fleshed; Benarasi; Sardar; Chittidar; Harijha; Arka Mridula; Arka Amulya

Malásia Kampuchea (Vietnam, GU8); Hong Kong Pink; Jambu Kapri Putih; Maha 65; Bentong Seedless (Malaysian S.); Taiwan Pear

México Media China, Regional de Calvillo, China, la Labor, Acaponeta, Coyame

Porto Rico Corozal Mixta; Corriente; Seedling 57-6-79

África do Sul Fan Retief, Frank Malherbe

Taiwan Tai-kuo-bar

Tailândia Glom Sali; Glom Toon Klau; Khao Boon Soom

Vietnã Xa ly nghe; Ruot hong da lang; Xa ly don

EUA (Hawaii) Beaumont; Pink Acid; Ka Hua Kula

Figura 3. Cultivar Pedro Sato, goiaba bem aceita. (Fonte: Todafruta)

Figura 4. Cultivar Kumagai, goiaba branca. (Fonte: Todafruta)

Figura 5. Cultivar Século XXI, em início de cultivo. (Fonte: Todafruta)

Sassaoka - Originada de uma plân-tula de Vermelha Comum, em Va1inhos (Brasil), frutos grandes (peso superior a �00 g quando de plantas raleadas), arre-dondados; polpa rosa-claro, espessa e fir-me, poucas sementes.

Século XXI – Recentemente lançada (200�) foi obtida de cruzamento contro-lado entre Supreme-2 e Paluma (UNESP, Brasil), apresentando planta muito produ-tiva com ciclo curto (1�0 dias do floresci-mento à colheita), frutos grandes (média de 200g) com polpa espessa (160mm), ró-sea-avermelhada, ótimo sabor e com pou-cas e pequenas sementes (1,�g/100sem.).

Tai-kuo-bar – Introduzida de Taiwan, é uma goiaba de mesa, com frutos grandes e arredondados, pesando 400 a 800 g em média, polpa branca, crocante; para con-sumo fresco.

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Celso V. PommerPesquisador Científico aposentado do Instituto AgronômicoUniversidade Estadual do Norte Fluminense - UENF* [email protected]( (22) 2726-14�5

Katia R.N. Murakami Bolsista da Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF

Francisco WatlingtonProf. da Universidad de Puerto RicoRio Piedras, Porto Rico