Grande Consumo N.º 3-2010

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N.º3/2010 | MAIO/JUNHO Revista bimestral Portugal | €4,80 200 Lojas até 2013 Scantrends Nielsen alimentação em queda GCT reforça aposta no food-service POPAI chega a Portugal Miau.pt assinala 10.º aniversário em dinâmica de crescimento

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A Revista dos Negócios de Distribuição

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N.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Revista bimestral

Portugal | €4,80

200 Lojasaté 2013

Scantrends Nielsen alimentação em queda GCT reforçaaposta no food-service POPAI chega a Portugal Miau.ptassinala 10.º aniversário em dinâmica de crescimento

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A Nielsen Portugal promoveu, recentemente, mais uma edição da sua habitual conferência anual, onde, além de

se encontrarem algumas caras conhecidas do sector, se aprende, regra geral, algo que nos escapa por muito

atentos e informados que estejamos relativamente a esse enorme fenómeno que é o mercado de Bens de

Grande Consumo.

Apesar de Portugal ser reconhecidamente um mercado de escala reduzida para muitas das operações das

grandes multinacionais que aqui se fazem representar – e até para algumas empresas portuguesas – continua a

ser inequívoco o interesse em estarem presentes no mercado interno, seja pelo cariz experimentalista dos

consumidores nacionais, seja pelo facto de o País governado – até à data – por José Sócrates constituir uma

natural porta de entrada para mercados de outra dimensão.

Independentemente das razões que possam justificar o porquê das suas presenças, certo é que as conferências

da Nielsen trazem sempre uma mais-valia a todos aqueles que dedicam uma tarde do seu tempo. Seja para

aprender o que torna José Mourinho um líder eficaz, mobilizador e um profissional de sucesso (apresentação

extensa, ainda assim interessante), ou para perceber como o fenómeno preço afecta as decisões dos

consumidores portugueses, o público-alvo de todos aqueles que compuseram o pequeno auditório do CCB. E

que puderam escutar que o retalho é o maior driver actual de consumo, prevalecendo como motivações de

compra aparentemente secundárias como a saúde, conveniência ou prazer face ao argumento preço.

Afinal o preço não é assim tão determinante para a compra, logo para o consumo, existindo uma clara tendência

para que as marcas de indústria sejam ainda mais fortes nos segmentos onde as marcas próprias tendem a ter

mais impacto. O que é o mesmo que dizer que no reboliço da propagada crise, o shopper europeu (temática em

destaque nesta edição) não alterou assim tanto os seus hábitos de consumo, apresentando-se o actual contexto

económico como oportuno para promover o valor da marca.

Pelo menos antes de se conhecerem os efeitos das renovadas taxas de IVA e a exacta medida em que irão

afectar os níveis de consumo em Portugal, e isto após algumas semanas em que foi propagado o aumento do

PIB nacional sem que, naturalmente, tivesse impacto significativo no dia-a-dia de todos nós. Até porque se as

grandes agências de rating, cuja apreciação pode colocar a integridade de alguns países em causa, podem, afinal,

enganar-se nas suas avaliações, o que se poderá esperar a partir daqui do sistema financeiro capitalista? O

melhor mesmo é esperar para ver como a chegada do Verão irá trazer novos desenvolvimentos às demarches

feitas nos últimos tempos, sabendo-se de antemão que todas elas, acertadas ou não, são mais do que tardias e

apenas têm prejudicado a imagem de Portugal fora de portas. Com claros prejuízos para todos aqueles que são a

verdadeira “mola” da economia nacional.

Entretanto, a Grande Consumo alargou o seu âmbito de intervenção no sector dos vinhos, através de uma

parceria com a publicação Wine Passion cujas notas de prova irão, a partir de agora, reforçar a nossa secção

informativa deste importante sector de actividade. Boas leituras!

03

EDITORIALN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

3

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3 EDITORIAL

6 NOTÍCIAS

8 PRODUTOS

10 SCANTRENDS NIELS

EN

14 PREÇO

16 GCT

18 SPAR

22 POPAI

26 OPINIÃO – MINDSH

ARE

27 OPINIÃO

– VIEIRA DE CAST

RO

28 OPINIÃO

– ADEGA COOP. BO

RBA

29 OPINIÃO – NIELSE

N

30 OPINIÃO – GCT

32 MERCADO CERVEJAS

36 SURF

38 LEGO

40 MIAU

44 PROVAS EDIÇÃO

45 NOTÍCIAS VINHOS

46 SOBERANAS

50 A FECHAR

Page 6: Grande Consumo N.º 3-2010

Vimeiro com nova campanhaA Água do Vimeiro engrandece a tradição nacional. Cento e

dezassete anos de história de uma marca portuguesa de

referência, não só em território nacional mas também além

fronteiras.

Ser Português é a nova acção promocional da Água do Vimeiro a

ser lançada nos pontos de venda a partir de meados de Junho.

Criada com o objectivo de motivar os portugueses a valorizar as

suas marcas, a acção pretende relembrar que somos um país forte,

cheio de História e tradição. A campanha vem recordar alguns dos

mais valiosos símbolos deste nosso Portugal.

A Água do Vimeiro passa assim a ter uma novidade nos seus packs

de quatro garrafas de Vimeiro Lisa, uma colecção de oito molduras

ímanes com um design exclusivo, onde cada tema representa

alguns daqueles que considerámos serem os mais emblemáticos

símbolos associados à cultura e tradição portuguesa.

O St. António, a Sardinha, o Eléctrico, os Azulejos, o

Galo de Barcelos, a Caravela, a Guitarra portuguesa

e os Lenços dos namorados, juntam-se à Água do

Vimeiro e passam a estar presentes nos frigoríficos

de todos os portugueses.

A campanha estará disponível: em Hipers e

Supermercados a nível nacional e sujeita ao stock

existente.

IKEA Loures já abriuA IKEA Loures, terceira loja da marca

IKEA em Portugal, já abriu portas a todos

os clientes da marca. Cumprindo o plano

previsto, a IKEA Loures foi inaugurada

na presença da Ministra do Trabalho e

da Segurança Social, Helena André, do

Secretário de Estado Adjunto da

Indústria e do Desenvolvimento,

Fernando Medina, do Embaixador da

Suécia em Portugal, Bengt Lundborg, assim como do

Presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira.

Presentes no pequeno-almoço institucional de inspiração sueca, que

antecedeu à abertura oficial da IKEA Loures, estiveram também Kristina

Johansson, Directora Geral IKEA Portugal, António Machado, Director de

Expansão IKEA Portugal e Pedro Abreu, Director de Loja IKEA Loures.

Para Pedro Abreu, Store Manager da IKEA Loures, “este é um momento muito

especial para toda a equipa da IKEA Portugal. Hoje, inaugurámos a terceira loja

IKEA no nosso país, realizando mais um objectivo no cumprimento do nosso

plano de expansão. É com muita satisfação que inauguramos a IKEA Loures, que

nos permitirá ficar ainda mais perto dos nossos clientes e oferecer-lhes artigos de

qualidade, com design, funcionais e a preços acessíveis, de forma a facilitar ainda

mais o seu dia-a-dia”.

Staples assina protocolo com AssociaçãoNacional das PMESA Staples e a Associação Nacional das PMES celebraram um protocolo de

cooperação, de âmbito nacional, que visa proporcionar um conjunto de vantagens

mútuas a associados e clientes. A Staples está consciente de que uma das maiores

vantagens que pode disponibilizar aos seus clientes é a inovação; inovação de

processos, produtos, serviços, soluções e parcerias; assim, este protocolo nasce de

forma a materializar os esforços que a marca tem realizado ao nível do

aperfeiçoamento e excelência dos serviços.

Este protocolo foi celebrado no âmbito da III Feira Internacional de Negócios para

PME’s, iniciativa que se realizou na Alfândega do Porto e que contou com o apoio

da União Europeia e da Confederação Europeia das Associações das PMES.

Gateway Portugal assinala 10.º aniversárioA Gateway Portugal comemorou 10 anos de experiência no mercado nacional no

passado dia 27 de Maio, num evento de celebração da data com direito a bolo e

champanhe. Um autêntico showroom com todas as novidades da empresa uniu

diversos clientes, fornecedores, os parceiros InVue, MW, 49x40 e PremiValor,

assim como os directores da Gateway Brasil e da Gateway Internacional (Suécia),

a APED, colegas e jornalistas. Num evento aberto aos media, esta foi uma

verdadeira dedicação da Gateway não apenas à sua equipa como também a todos

os que proporcionaram duas mãos cheias de sucesso em território nacional. “A

todos eles o nosso muito obrigado”, afirmaram sem hesitar os sócios Carlos Truta

e José Leocádio, respectivamente, Director Geral e Director Comercial da

Gateway Portugal.

No showroom foram apresentadas soluções dedicadas a cada sector de

retalho, desde os mais recentes e inovadores sistemas EAS – como a

nova geração NEO, as Xtender, Doorgate, Prisma e Designergate

People Counter, ou detecção de metais, entre outros – a

sistemas de merchandising seguro, como Safers, Secure

Hooks, e POD Displays (com destaque para a nova série

1000 de PODs, as novidades eReader, iPhone POD,

Watch Sensor e Impact Stands) ou ainda sistema

de interactividade promocionais. Soluções de

vídeo vigilância (CCTV) estiveram também

expostas, numa interligação com os sistemas

PODs e EAS; e sistemas de marcação e

etiquetagem foram apresentados num stand

próprio juntamente com as respectivas máquinas de

impressão e as mais recentes novidades nesta área.

06

NOTÍCIAS

N.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Page 7: Grande Consumo N.º 3-2010

LIDL lidera ranking da GreenpeaceNo Ano Internacional da Biodiversidade, o LIDL revelou-se como o

mais responsável retalhista em Portugal ao manter a liderança no

ranking dos supermercados da Greenpeace, posição que assume

desde o lançamento deste ranking em 2008. Com uma

percentagem de 60%, que equivale ao nível laranja deste ranking, a

cadeia alimentar alemã distingue-se nesta classificação,

segundo a Greenpeace, “por ter dado passos concretos e

seguros no sentido de excluir o pescado mais

insustentável e favorecer as melhores práticas de pesca.”

A organização ambientalista sublinha ainda que o LIDL

“é o único retalhista em Portugal que já adoptou um

processo de decisão para o pescado que incorpora vários

critérios da sustentabilidade, rastreabilidade a 100%,

exclusão de zonas de pesca duvidosas, zero tolerância para o

uso da OGM (Organismos Geneticamente Modificados), exclusão

de viveiros dependentes de peixe selvagem para alimentação e

minimização das capturas acidentais nas actividades de pesca”.

Cada vez mais empenhado em melhorar as suas práticas de

comercialização de pescado, o LIDL tem descontinuado a venda de

uma série de espécies de peixe (tubarões, espécies de

profundidade, solhas, peixe-espada e peixes-vermelhos). Esta política

é essencial para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas marinhos, sendo que

o LIDL defende que não devem ser comercializados peixes ou crustáceos que

constem na lista vermelha das espécies.

Unilever reduz pegada carbónicaA UltraLogistik, a empresa de logística da Unilever, já havia batido as suas

metas iniciais de emissões de CO2, ao transportar 30% da sua carga por via

ferroviária e marítima, em 2010. O que equivale a menos 9,5 milhões de

quilómetros feitos por via rodiviária, o que coloca a empresa cerca de cinco

anos à frente da concorrência no que a políticas logísticas e ambientais diz

respeito, ao mesmo tempo que optimiza custos numa razão de 10%.

Para Simon Smith, Vice-Presidente de Logística da Unilever na Europa,

considera que “a estratégia de redução de emissões de carbono,

eficiência dos custos e de serviço de qualidade implementa uma

nova estratégia corporativa para fazer evoluir o negócio

enquanto reduz o impacto ambiental. Estamos a conduzir a

eficiência até onde ela é possível. Desde Janeiro deste ano que

recebemos detalhados relatórios mensais relativamente às

emissões de carbono associadas a cada movimento de

mercadoria”.

Na base dos resultados apresentados pela

UltraLogistik está o intelegente sistema de

rastreio que permite, além de uma rápida

resposta a qualquer solicitação, uma gestão

eficiente da cadeia de abastecimento, ao

possibilitar a gestão de combinações de

carga de modo a maximizar a eficácia da

carga e do respectivo transporte, de modo a

reduzir as emissões de CO2.

PUB

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NOTÍCIASN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Page 8: Grande Consumo N.º 3-2010

Primor - Prémios Grátis e Sem SorteioDe 5 de Maio a 30 de Junho 2010, a Primor oferece

prémios, sem sorteio, aos consumidores que

comparem produtos Primor - Gama Levíssimos,

Cocktail e Tiritas. Na compra de duas embalagens dos

produtos em promoção, o consumidor ganha, de

imediato, um prémio completamente grátis. Só tem de

seleccionar o que mais lhe convém: 1 semana de

actividades desportivas num ginásio aderente; aulas de

culinária nas escolas aderentes; ou 400 Assinaturas da

revista Wine – A Essência do Vinho.

Conheça a mecânica promocional e active as suas

vendas em www.premios.primor.pt ou através do

telefone 218941273.

Pharmabiz distribui Alara emPortugalA Pharmabiz continua

a apostar e a

desenvolver novas linhas de produtos Sem Glúten,

Sem Lactose, Sem Açúcar e Energéticos,

contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade

de vida e bem-estar da comunidade envolvente,

ao apostar em produtos inovadores e de qualidade

que vão de encontro às reais necessidades dos

consumidores.

A mais recente aposta da Pharmabiz recaiu na

representação da linha de Mueslis Biológicos e Sem Glúten

da marca inglesa Alara, especialista na produção de

referências para o mais natural e saudável dos pequenos-

almoços. Recorde-se que esta foi a primeira empresa a ter os

seus produtos licenciados pela Coelic Society, uma ONG que

apoia pessoas com intolerância ao glúten. A política da “Alara

Wholefoods” é garantir que os produtos à base de cereais que

produz, “Biológicos e Não-Biológicos”, não contenham ou

consistam em organismos geneticamente modificados ou qualquer

dos seus derivados.

Porridge de Luxo (Papa) 500g, Muesli de Luxo (500g), Muesli

Biológico (250g), Muesli Biológico Activo (Prebiótiico) 400g, Muesli

Biológico (Prebiótico) com Goji & Yacon 650g, são algumas das

referências disponíveis em Portugal, à venda no El Corte Inglés, dietéticas e

farmácias.

Super Bock sem álcool MaçãA Super Bock Sem Álcool 0,0% Maçã é a mais

recente novidade da Unicer. Dirigida ao

consumidor que gosta de cerveja suave, leve e

refrescante, com este lançamento a Super Bock

continua a inovar, reforçando a sua gama de

cervejas 0,0% álcool e com sabores, a mais

completa no mercado nacional, que inclui já a

Super Sem Álcool 0,0% Limão. A marca

aproveita ainda este lançamento para

apresentar a nova imagem para a sua gama de

cervejas sem álcool com sabores.

A Super Bock Sem Álcool 0,0% Maçã é uma

cerveja muito fácil de beber, caracterizando-se

por ter um sabor doce e suave, com cor clara,

espuma branca e cremosa. Ao ser uma cerveja baixa em calorias, integrando a

única gama em Portugal com um teor alcoólico de 0,0%, destina-se a todos os

consumidores que cuidam de si e que não prescindem do prazer. Encontra-se

disponível em packs de 6 unidades.

A Unicer disponibiliza no mercado nacional a mais completa gama de cerveja sem

álcool. Para além desta novidade – Maçã –, o consumidor pode optar pelas

referências Super Bock Sem Álcool Pilsener, Super Bock Sem Álcool Preta e Super

Bock sem Álcool Limão. P.V.P: 3,39€

Torrié com nova gamaAo todo são cinco as novas variedades de café que a Torrié definiu ao

abrigo da sua nova gama, disponível no mercado a partir do

segundo semestre deste ano. “Live it well” é a assinatura que

acompanha o lançamento desta gama diferenciadora e que

procura ir de encontro às mais recentes tendências de

consumo, onde a preocupação com o bem-estar e a

saúde balizam as motivações emocionais dos

consumidores.

Bio Active, Silver Skin, Wellness, Zen e Energy são

as referências que compõem a nova gama Torrié,

variando a sua denominação em função dos

princípios activos inerentes a cada um destas

referências e que evoluem desde os benefícios

para o aparelho digestivo e hepático, propriedades

anti-oxidantes, efeitos relaxantes através de infusões

de menta e camomila se abdicar do paladar do café, até

ao efeito de extra energia para quem procurar cafés mais

intensos e com mais cafeína.

O tenista Frederico Gil foi o embaixador da marca ao longo da última edição do

Estoril Open, prova que o atleta português acabaria por perder na final, mas que

logrou veicular a imagem daquela que foi a marca oficial de café do torneio. Prova

na qual foi apresentada a gama “Live it Well”, uma nova sugestão no que ao

consumo de cafés em pastilhas diz respeito e que

procura aproximar ainda mais esta marca do

Grupo JMV de todos os consumidores, ao

proporcionar-lhe uma gama de cafés que “resulta

de alguns estudos desenvolvidos no sentido de

que forma é possível contribuir de forma activa

para o bem-estar das pessoas, uma vez que está

comprovado que os benefícios do café na saúde

individual”, explica Pedro Guerreiro, Director de

Marketing do Grupo JMV. O segundo semestre

deste ano testemunha o seu lançamento.

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PRODUTOSN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Page 9: Grande Consumo N.º 3-2010

Celebração Coca-Cola A Coca-Cola vai contagiar os portugueses com o espírito da celebração através de

uma ambiciosa campanha que suporta o patrocínio oficial da marca ao Mundial

FIFA 2010, na África do Sul. Sob o mote “Solta a

Celebração”, a marca vai actuar em várias frentes: com

uma nova decoração das embalagens alusiva

ao Mundial, com um forte investimento e uma

elevada cobertura em todos os meios,

uma promoção nacional e várias

activações, com oferta de

milhares de prémios.

O objectivo é amplificar a euforia

e entusiasmo das celebrações de

golos, conceito que traz à luz do

dia aquele momento de felicidade e

entusiasmo que está no centro do

que Coca-Cola representa e sob

o qual assentam todas as

iniciativas que a

marca irá promover em

Portugal, durante a maior festa de futebol do

Mundo.

O anúncio de televisão, que estreou a 10 de Maio e

estará no ar até ao final do campeonato, tem como

inspiração o lendário herói da selecção dos Camarões,

Roger Milla, que no Mundial FIFA de 1990 marcou um

golo inesperado e o celebrou de forma nunca antes vista:

dançando.

A campanha tem como banda sonora a música “Wavin’ flag -

Coca-Cola Celebration Mix”, de K’naan. O artista de hip-hop

somali gravou o tema que serve de hino da Coca-Cola para o

Mundial FIFA 2010 e a toda a campanha universal da marca.

Novos Compal Essencial Kiwi e Ameixa Compal acaba de lançar os novos

Essencial Kiwi e Essencial

Ameixa, dois novos produtos que

mantêm todos os benefícios aliados

ao kiwi e à ameixa, frutas ricas em

fibra conhecidas por contribuírem para o

bom funcionamento do trânsito intestinal.

Compal Essencial Kiwi e Compal

Essencial Ameixa têm a equivalência

nutricional e características de um

kiwi e de uma ameixa

respectivamente, as frutas que

estão na sua origem. Integrados

numa alimentação saudável, o

consumo de Compal Essencial Kiwi e

Essencial Ameixa, por serem ricos em

fibra, ajuda-o a atenuar os problemas de

trânsito intestinal.

Os novos Essencial Kiwi e Essencial

Ameixa juntam-se, assim, ao Essencial

Laranja, Ananás, Manga, Morangos, Pêra, Pêssego e Maçã, e também ao Essencial

Duplo (Morango Maçã, Ananás Pêra e Manga Laranja).

Vasenol LoçãoGel Aloe Fresh Vasenol acaba de lançar a

nova Loção Gel hidratante Aloe Fresh, uma

fórmula inovadora, composta por 100%

Aloé Vera. Trata-se do mais recente

hidratante da marca, uma Loção em Gel

Corporal, para usar depois do banho que se

aplica como uma loção. Esta inovação

Vasenol promete revolucionar os cuidados

diários da pele, numa altura em que o Verão

se aproxima.

O Sol e o sal tornam a pele mais seca e

áspera. É importante lembrar que a

hidratação da pele com cremes e loções,

após o banho, é fundamental. No Verão dá-

se preferência a loções hidratantes mais

fluidas, mais fáceis de aplicar e de rápida

absorção. A Gama Aloe Fresh conta ainda

com uma loção à base de Aloé e Pepino, gel

de banho e desodorizante, que deixam a

pele hidratada e saudável. PVP

Recomendado de 4,99€.

Palmolive Nutra.fruit A Colgate-Palmolive apresenta a mais recente novidade em Gel de Banho

com o lançamento dos novos Palmolive Nutra.fruit

Romã e Palmolive Nutra.fruit Tangerina.

Inspirados nas frutas mais delicadas da

natureza, os novos Geles de

Banho Palmolive Nutra.fruit

Romã e Nutra.fruit

Tangerina aliam os

benefícios da

hidratação

aos

extractos

de Fruta,

fazendo do

duche uma

experiência

única, rica em

fragrâncias, emoções e

prazer, constituindo uma proposta

Gourmet dentro do segmento de Gel de

Banho.

Palmolive Nutra.fruit Romã junta os

benefícios da exótica fruta e creme

hidratante para o cuidado nutritivo da pele, a

uma fragrância duradoura; Palmolive

Nutra.fruit Tangerina, assume-se como um

revitalizante de energia, aliando a um aroma

suave e estimulante para a hidratação natural da

pele, uma fragrância que realmente perdura.

O Palmolive Nutra.fruit Romã e Palmolive

Nutra.fruit Tangerina encontram-se disponíveis nos

super e hipermercados em inovadoras embalagens

transparentes de 400ml.

9

PRODUTOSN.º1/2010 | FEVEREIRO

Page 10: Grande Consumo N.º 3-2010

10

ANÁLISE

N.º3/201

0 | MAIO

/JUNHO

TEXTODuarte Cunha

Os Bens de Grande Consumo (BGC) voltaram a registar um ligeiro decréscimo na

Quadrisemana 13_16 de 2010 face ao período homólogo de 2009. O resultado reflecte as

tendências opostas registadas por Marcas de Fabricante e Marcas de Distribuição+Primeiro

Preço, que voltaram a evoluir em direcções contrárias. Um cenário que, aliás, caracteriza

praticamente a evolução do mercado de BGC ao longo deste ano, ainda que no período

analisado seja na Alimentação que as marcas de indústria mais perdem terreno.

Alimentaçãocontinuaemqueda

Sara

Mat

os

Page 11: Grande Consumo N.º 3-2010

11

ANÁLISE

N.º3/2010 | MAIO/J

O Scantrends da AC Nielsen referente à Quadrisemana 13_16 de

2010 (28 de Março a 25 de Abril) dá conta de uma ligeira redu -

ção do mercado de Bens de Grande Consumo (BGC) na ordem

dos 0,8% quando comparado com o período homólogo de

2009. Até aqui nada de novo, até porque a aparente explicação

para este fenómeno continua a ser o comportamento antagónico

apurado pelas Marcas de Indústria e pelas Marcas de Distri bui -

ção+Primeiro Preço (MDD+PP), com as marcas de indústria a

reduzir vendas em 2,3% face à subida de 2,5% das marcas

próprias. Mesmo após na Quadrisemana 09_12 (1 de Março a

28 de Março) o mercado de BGC ter apresentado uma paulatina

luz de esperança ao subir abaixo do meio ponto percentual

(+0,4%), enquanto as Marcas de Fabricante haviam estabilizado

vendas (-0,5%), não obstante a evolução contínua das

MDD+PP, que no mês de Março haviam mantido a mesma bitola

de crescimento registada em finais de Abril (+2,4%).

Assim se percebe na proporção a importância das Marcas de

Fabricante para a valorização das vendas em valor do mercado de

bens de grande consumo, sobretudo a nível da Alimentação, uma

vez que este segmento foi, igualmente, importante no mês an -

te rior para a recuperação do mercado na sua globalidade, uma

vez que na Quadrisemana 13_16 voltou a reduzir fortemente

vendas em 4,4%, enquanto as MDD+PP mantiveram-se ina ba -

láveis ao crescer 2,5%. Assim tem sido ao longo das 12 semanas.

De facto, nesta abordagem a Alimentação tem sido das áreas de

negócio analisadas pela AC Nielsen a que mais tem perdido

vendas em valor ao longo deste ano, com as suas quebras a va -

riarem entre um mínimo de -0,5% e um máximo de -5,2%, ainda

que a média apurada ao longo deste ano tenha sido sempre acima

dos 3%, o que diz o quanto tem sido penoso o ano de 2010 para

os operadores deste segmento.

Já as bebidas, apesar da flutuação do consumo e de toda a sua sa -

zonalidade, conseguem manter-se mais estáveis no que concerne

às vendas de Marcas de Fabricante, ao apurarem uma subida de

2,8%, isto após terem reduzido vendas no mês anterior na ordem

dos 2,6%. A chegada das estações de calor pode ser um motivo

explicativo para esta subida repentina das Bebidas, ainda que,

como demonstra o gráfico anexo, nem sempre resida no clima o

maior factor impulsionador das vendas, sabendo-se, por um lado,

o quanto os portugueses são fiéis a algumas marcas em de ter -

minadas famílias deste universo, por oposição a outras onde a

conveniência e o preço prevalecem face à preferência de marca.

Por sua vez, a prestação das MDD+PP (+4,1% no período

analisado, 19% quota mercado YTD10) tem sido igualmente

oscilante e geralmente acompanha o percurso das Marcas de

Fabricante, estabelecendo-se aqui um interessante paralelismo

no comportamento deste sector de negócio que deverá manter

níveis de crescimento ao longo dos próximos três meses, à

medida que o Verão se apresenta com maior incidência.

HIGIENE

Também a nível dos mercados de higiene analisados pela AC

Nielsen neste boletim, se salienta as prestações antagónicas dos

segmentos de Higiene do Lar e Higiene Pessoal, ao apresentar

performances distintas. No caso da Higiene do Lar, esta recupera

neste período, com as Marcas de Fabricantes a manterem-se es -

tá veis (-0,1%) enquanto as MDD+PP reforçam a sua impor -

tância ao crescer 2,7% face ao período homólogo de 2009. Isto

após ter registado performances modestas ao longo das últimas

oito semanas, onde as suas vendas em valor não foram além de

variações de +0,1% e +0,5% em valor. No caso dos produtos de

Higiene Pessoal, são as MDD+PP que continuam a desacelerar,

não obstante o crescimento de aproximadamente 1% (+0,9%)

no período em causa, que contrasta com a quebra das Marcas de

Fabricante em -1,3%. Indicador que, ainda que ilustrativo de uma

prestação negativa, deixa em aberto a possibilidade de no pró xi -

mo período esta categoria recuperar níveis de crescimento,

devido ao facto de existirem determinadas referências de Higiene

Pessoal que, habitualmente, são preferencialmente vendidas a

partir desta altura do ano e que pela sua especificidade e elevado

preço unitário encontram-se na esfera de Marcas de Fabricante,

que disponibilizam um maior mix de produtos ao consumidor,

não obstante os 25,7% de quota de mercado (YTD10) que as

MDD+PP detêm nas vendas deste universo. Em comum, estas

Evolução do Mercado de Grande Consumo

Variação em valor % Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo

8,2%

–0,1%

2008 vs 2007 2009 vs 2008

–0,5%

S 2010 08S 2009 17

S 2009 21S 2009 25

S 2009 29S 2009 33

S 2009 37S 2009 41

S 2009 45S 2009 49

S 2009 53S 2010 04

S 2010 16S 2010 12

-0,3-0,4

7,0

–1,0

0,0

–1,0 –1,0 –1,0 –1,0

–0,1

–2,6 –0,8 –0,8

–1,4

YTD 10 vs YTD 09

Page 12: Grande Consumo N.º 3-2010

-1,7 -1,6

4,4

-2,3

-1,1

-2,6-2,2

-1,4-1,9

-1,5

-3,1

-1,1

-2,2-1,5 -0,6

-2,3

3,6

1,9

11,9

2,01,3

2,5

0,4-0,1

1,9

3,1

-1,5

0,1 0,2

2,32,6 2,5

Variação vendas valor Marcas Fabricantes

Variação vendas valor MDD+PP

2009 vs 2008

YTD 10vs YTD 09

S 2009 17S 2009 21

S 2009 25S 2009 29

S 2009 33S 2009 37

S 2009 41S 2009 45

S 2009 49S 2009 53

S 2010 04S 2010 08

S 2010 12S 2010 16

% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo

Variação vendas valor Marcas FabricantesVariação vendas valor MDD+PP

Variação vendas valor Marcas FabricantesVariação vendas valor MDD+PP

Variação vendas valor Marcas FabricantesVariação vendas valor MDD+PP

Variação vendas valor Marcas FabricantesVariação vendas valor MDD+PP

-1,6

0,3

-1,8

0,5

3,3

-1,8

-5,3

-3,5

-0,8

1,01,3

-2,8

4,5

-2,5

-0,7-0,1

2,5

1,8

6,9

1,1

2,9

5,4

1,80,6

3,13,5

1,6

-0,2

3,6

0,10,5

2,7

1,0

-0,70,0

5,55,2

-1,2

-0,20,3

-0,9

2,1

-3,5

-1,0-0,2

1,4

-2,9

-1,3

9,3

3,0

13,6

6,9

9,3

11,8

10,39,7

12,8

10,5

6,6

4,4

5,6

3,8

1,70,9

1,7

-0,2

4,1

-1,5

4,6

-2,4

2,8

8,0

3,64,3

-1,1

1,7

0,3

-1,8

-2,6

2,8

12,5

0,7

18,6

13,5

17,8

12,9

9,5

12,5

9,9

14,4

1,6

1,1

-2,0

2,6

-1,8

4,1

2009 vs

2008

YTD 10vs

YTD 09S 2009 17

S 2009 21S 2009 25

S 2009 29S 2009 33

S 2009 37S 2009 41

S 2009 45S 2009 49

S 2009 53S 2010 04

S 2010 08S 2010 12

-3,5-2,6

6,4

-4,9-5,2

-3,2

-4,3-5,0

-4,2 -4,4

-4,2

-2,1

-4,3

-1,9

0,6

-4,4

2,1

2,0

11,6

0,2-1,8

-0,2

-2,1-2,9

-0,4

0,9

-3,0

-0,4

-0,5

2,4

3,5

2,5

S 2010 16

2009 vs

2008

YTD 10vs

YTD 09S 2009 17

S 2009 21S 2009 25

S 2009 29S 2009 33

S 2009 37S 2009 41

S 2009 45S 2009 49

S 2009 53S 2010 04

S 2010 08S 2010 12

S 2010 16

2009 vs

2008

YTD 10vs

YTD 09S 2009 17

S 2009 21S 2009 25

S 2009 29S 2009 33

S 2009 37S 2009 41

S 2009 45S 2009 49

S 2009 53S 2010 04

S 2010 08S 2010 12

S 2010 16

2009 vs

2008

YTD 10vs

YTD 09S 2009 17

S 2009 21S 2009 25

S 2009 29S 2009 33

S 2009 37S 2009 41

S 2009 45S 2009 49

S 2009 53S 2010 04

S 2010 08S 2010 12

S 2010 16

% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo % Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo

Total FMCG

Alimentação Bebidas

Higiene Lar Higiene Pessoal

12

ANÁLISEN.º3/2010 | MAI

Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)

duas categorias apresentam comportamentos oscilantes ao longo

deste ano, onde as subidas se sucedem a fran cas quebras no pe -

ríodo seguinte, sobretudo na categoria de Hi gie ne do Lar,

apresentando-se ainda como incontornável a evi dente desace -

leração das MDD+PP por oposição ao com por tamento oscilante

das Marcas de Fabricante que tardam em estabilizar vendas.

Page 13: Grande Consumo N.º 3-2010

JÁ ALGUMA VEZ CONSULTOU UM NUTRICIONISTA?

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O consumo de formas Luso deve ser associado a um regime alimentar variado, equilibrado e a um modo de vida saudável.

Page 14: Grande Consumo N.º 3-2010

A Indústria dos Bens de Grande Consumo é das menos afectadas

pela crise, apresentando crescimentos a nível Europeu, relativamente

aos quais Portugal representa uma interessante tendência atípica, ao

ser o país que compra Mais por Menos, demonstrando, ainda, um

dos maiores crescimentos à escala europeia em volume (+4%) e a

maior quebra de preços (-5%). Quebra que não se deve ao aumento

do preço por unidade (+1% face ao ano passado), mas sim a uma

profunda alteração do cabaz de compras que confere uma maior

preponderância às Marcas de Distribuição (29,4% de quota de

mercado no 1.ºQ 2010). Estas são conclusões retiradas da última

conferência da AC Nielsen, encontro anual que reúne, num mesmo

espaço, representantes da produção e da distribuição nacionais, e que

apontou ainda como driver de crescimento das Marcas de Distri bui -

ção o próprio retalho e não o shopper. Apesar de aderir progressi -

vamente às marcas de distribuição – que ganham quota, em função

da diversidade da oferta e do forte investimento feito pela gene -

ralidade das insígnias nas marcas com a sua chancela – estas não são

diferenciadoras na escolha de uma determinada superfície comercial.

De acordo com a auditora, de um total de 23 atributos diversos que

promovem a recomendação, preferência e disposição para que o

shopper se desloque mais longe para ir a uma loja em particular, as

marcas próprias surgem somente no 21.º lugar dessa tabela de

motivações de compra.

Ainda que o shopper se tenha mantido sensível ao preço dos FMCG

ao longo dos últimos anos, uma estratégia de valorização de marca

parece ser a mais adequada a este tipo de artigos, aconselhando a

AC Nielsen a que os produtores resistam à tentação de baixar preços.

14

ANÁLIS

E

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

consumo

preço

TEXTOAbel Martins

Saúde, conveniência e prazer são os drivers de crescimento da indústria de Bens de Grande

Consumo, mercado onde, afinal, o preço surge numa segunda linha de motivação da compra.

Apesar da crise, o shopper europeu não alterou o seu comportamento, mantendo o número

de visitas à loja, o gasto médio e a sensibilidade às promoções. Estas são algumas das

conclusões da última edição da conferência AC Nielsen, este ano subordinada ao tema “Bens

de Grande Consumo nesta conjuntura de mudança. Que desafios?”.

não é determinante para o

Page 15: Grande Consumo N.º 3-2010

AAC

15

ANÁLISEN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Uma opção que tende a baixar o brand equity, um importante trunfo

para rebater o fenómeno das Marcas de Distribuição. Até porque não

deixa de ser curioso o facto de as marcas de indústria tenderem a ser

mais fortes nos segmentos onde as MDD são mais fortes, pelo que

a presente conjuntura económica revela-se oportuna para reforçar o

valor da marca. Cerca de 40% dos consumidores de MDD europeus

são heavy buyers integrando-se no perfil de Famílias com Crianças e

Rendimento Elevado.

Uma vez que os FMCG não são tão elásticos ao preço como numa

primeira perspectiva parecem ser, para a maioria das marcas baixar

preços não é rentável, obrigando uma redução em valor na ordem

dos 10% e a uma subida dos volumes na ordem dos 100% para

que se consiga manter uma margem de 20%. O que, sabendo-se de

antemão os níveis de margem praticados neste intenso mercado con -

correncial, não antecipa o melhor dos cenários, até porque uma

estratégia de pricing está sempre dependente das categorias em

causa e dos próprios consumidores. Em suma, há que resistir a baixar

preços, porque o preço é o driver do lucro, afecta a notoriedade das

marcas, torna mais difícil recuperar margens, são facilmente neu -

tralizadas pelos concorrentes, e a sua redução implica reduções nos

investimentos das marcas, conduzindo a uma situação de lose-lose.

DRIVERS

As motivações que seduzem o consumidor prendem-se, portanto,

com aspectos que não se encontram ligados ao preço, nomeada -

men te, diferenciação (Premium), saúde, prazer e conveniência,

apresentando-se o conforto (loja fácil de ir, ambiente agradável,

disponibilidade produto), no caso do retalho, mais diferenciador do

que o próprio preço na escolha de uma determinada superfície

comercial. Ou seja, são mais apelativas ao consumidor as lojas que

oferecem algo mais aos seus visitantes do que somente preço. É

nesse sentido que se percebe que, num ano de crise, o Lidl perca

quota de mercado e veja baixar os níveis de fidelidade dos seus

consumidores, ao contrário do Pingo Doce que viu o store equity

subir para 2,7%, enquanto o Lidl baixou para 1,2%, ainda que os

portugueses a coloquem, a par do Minipreço, como a cadeia de lojas

mais barata de Portugal. Recorde-se que há apenas cinco insígnias na

Europa com 3 pontos percentuais de store equity, pelo que os indica -

dores atribuídos à insígnia de supermercados do grupo Jerónimo

Martins colocam-na a par da elite do retalho europeu, vendo sair

reforçado o store equity a nível interno ao lhe ser reconhecida força

nos atributos de preço e conforto. Ainda assim, não há uma relação

entre o store equity e a quota de mercado das MDD, que retiram

quota às marcas secundárias, enquanto as marcas com elevado brand

equity resistem à investida e profusão das MDD.

Preços, promoções e existência de marca própria são importantes

argumentos de comercialização mas não são diferenciadores para a

escolha de loja, com o shopper europeu a não alterar o seu com por -

tamento de compra de FMCG com a crise, mantendo-se inalterável

o número de visitas à loja, gasto médio a mesma sensibilidade às

promoções (que ainda assim tendem a perder eficácia). O que não

invalida o facto de os Bens de Grande Consumo serem uma indústria

privilegiada ao manifestar resistência à crise. Mais ou menos de pen -

dente do factor preço para prosseguir vendas e adoptar estratégias de

valorização de marca, mas onde o valor acrescentado e os atributos

de conforto ganham pontos ao argumento preço junto dos consu -

midores europeus.

2000

1,17

1,2

1,16

1,19 1,19 1,191,18 1,16 1,161,15

Baixa

Alta2001 2002 2003 2004 2005 2006

Elasticidade Média nos Hipermercados paraum reposicionamento de -10% no Preço

Mercados Elásticos >1,2

Elasticidade Preço Prateleira Baixa

2007 2008 2009

Elasticidade Desconto Preço

ValorManter/aumentar preços

e não promocionar

Valor/VolumeAumentar preços e

investir em Promoções

Aumento de vendas necessário para manter rentabilidade

As marcas têm que ser muito elásticas aoPreço para compensar uma descida de Preço

Preço Margem do Fabricante20% 40% 60%

100%-10% 33% 20%

UMA ESTRATÉGIA DE VALOR É A MAIS ADEQUADA PARA A MAIORIA DAS

CATEGORIAS/MARCAS

PARA A MAIORIA DAS MARCAS BAIXAR PREÇOS NÃO É RENTÁVEL...

Page 16: Grande Consumo N.º 3-2010

16

DISTRI

BUIÇÃO

food-servicereforça aposta no

O Grupo GCT reforçou a capacidade de

resposta da GPT – Gestão de Plataformas e

Transportes, S.A., empresa da holding do

Grupo, em Palmela, para a área de logística e

food service, através da inauguração de uma

nova plataforma logística com 14.500 m2 de

área de armazenamento, dos quais 7 mil de

temperatura controlada. Mauro Monteiro,

Administrador Delegado da GPT, explica as

mais-valias trazidas por esta infra-estrutura.

GCTN.º

3/2010

| MAI

O/JUNH

O

TEXTODuarte Cunha

FOTOSSara Matos

GCT

Page 17: Grande Consumo N.º 3-2010

A GPT – Gestão de Plataformas e Transportes, S.A. reforçou a sua

capacidade de resposta ao mercado, ao concentrar numa única pla -

taforma a nível nacional todas as actividades de logística e arma ze -

namento, agora possível graças a um investimento de 7 milhões/€

para a edificação de uma nova plataforma logística, em Palmela,

dotada de 14.500 m2 de área de armazenamento, dos quais 7 mil

dedicados a temperatura controlada (congelado e refrigerado), e

equipada com as modernas referências tecnoló gicas, nomeadamente,

o sistema SAP WM+voice picking, sis te ma logístico de warehouse

management, suportado por radiofrequência, com preparação

através de voice-picking, o que coloca a nova estrutura do Grupo

GCT na vanguarda a nível nacional.

Até porque a área de logística e food service é um pilar estratégico

para a evolução do Grupo no espaço ibérico, ainda que o mercado

nacional seja prioritário nesta abordagem, ao dedicar-lhe uma nova

infra-estrutura construída de raiz e com capacidade de armaze na -

mento para 16 mil paletes que disponibiliza todas as condições para

o crescimento do Grupo nesta área de negócio. Para breve está,

igualmente, previsto a renovação do armazém para clientes internos,

os ELOS Cash & Carry, responsáveis por 50% da facturação da GPT,

e que até final do primeiro semestre de 2011 irão ter um armazém

renovado, nos mesmos moldes da nova plataforma logística, numa

demonstração de compromisso em servir também melhor as uni -

dades grossistas do Grupo.

No sector de food service, a GPT aborda três segmentos de mercado,

nos quais procura disponibilizar uma proposta de valor “a todos os

nossos parceiros, uma vez que só através de sinergias fortes e du -

radouras se pode aspirar a assegurar níveis de crescimento e na GPT

queremos ser um parceiro presente e activo nas relações comerciais

com todos os nossos parceiros, procurando activamente novas

formas de os servir”, explica Mauro Monteiro, Administrador Dele -

gado e Director Geral de Logística e Food Service.

Catering Organizado, Restauração Comercial e Restauração em

Gasolineiras são as áreas de negócio onde a GPT mais tem vindo a

focar a sua actuação, o que representa mais de 2.500 pontos de

entrega por todo o país. Com a inauguração desta nova plataforma

logística, a GPT consolida em Palmela a globalidade das suas opera -

ções logísticas, actuando nas plataformas secundárias estrategi -

camente distribuídas pelo País (Leiria e Porto), apenas como espaços

de cross-docking de mercadoria. “Esta centralização logística tra du -

zir-se-á em claras sinergias operativas de armazém, administrativas

e de distribuição, transmitindo a GPT a todos os seus parceiros a

confiança na sua capacidade de resposta, com todas a exigências

associadas a um serviço logístico de qualidade e respeitador das

exigências e requisitos associadas a estas operações em termos de

segurança alimentar”, acrescenta.

Outro dos aspectos que diferencia a nova plataforma logística da

GCT é a sua capacidade de adaptação às exigências dos seus clientes,

ao apresentar-se capaz de expedir seja à caixa, ou à unidade, numa

demonstração de versatilidade e adaptabilidade deste operador às

exigências do mercado moderno. “O governo espanhol, num estudo

recentemente feito, estimou que o sector de food service tinha como

potencial de facturação uma cifra superior a 2 mil milhões/€. Ora,

sabendo-se da importância que tem hoje todo o tecido Horeca,

desde a restauração à hotelaria, era importante reforçarmos a nossa

capacidade de resposta nesta área específica, fazendo valer, para

isso, um conhecimento detalhado do mercado e dos nossos clientes,

assim como uma capacidade de resposta à altura das suas expec -

ta tivas”, explica Mauro Monteiro. No caso da GPT o food service é

responsável por uma facturação aproximada de 7,5 milhões/€,

procurando o Grupo sustentar e potenciar da melhor forma possível

esta mais-valia na área do armazenamento e abastecimento para

que, em 2011, possa reforçar os níveis de crescimento, estimando

Mauro Monteiro níveis de subida a dois dígitos.

Para que tal aconteça, e de modo a rentabilizar as capacidades da

infra-estrutura recentemente inaugurada, a GPT encontra-se em fase

de negociação para o abastecimento de uma importante rede de

gasolineiras a nível nacional, atenta aos volumes que o negócio de

restauração já tem nestas lojas, de elevada conveniência para o con -

sumidor final. A concretizar-se este negócio, considerado de “médio

prazo”, o Grupo dará um passo importante para a diversificação da sua

carteira de clientes, onde a preferência continua a ser “os clientes de

dimensão”, com a GCT a apresentar capacidade de resposta nesta

área de negócio, assim como aptidão negocial reconhecida, seja

através do abastecimento com marcas de indústria, ou através da

marca ELOS, “uma escolha de qualidade reconhecida, para quem

procurar baixar o food cost da sua operação, sabendo-se de antemão

a sua importância nos dias que correm. Também aqui o Grupo pode

responder aos desafios que se lhe colocam”, conclui o Administrador

Delegado da GPT.

17

DISTRIBUIÇÃO

N.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Page 18: Grande Consumo N.º 3-2010

18

TEMA D

E CAPA

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

Grande Consumo - A SPAR já esteve presente em Por tu gal

e voltou a reentrar no país em 2007. O que mudou, en -

tretanto, para que voltasse a apostar no mercado nacional?

Luís da Bernarda - A SPAR saiu de Portugal devido a con tur bações

resultantes do 25 de Abril. O seu regresso resultou de um desafio que

a actual equipa lançou e do interesse que a SPAR manifestou em

retornar a Portugal. O retalho independente pre cisava de uma

estrutura afecta a uma organização internacional que pudesse dar

uma imagem de competitividade face aos desafios do comércio e

mercado actuais. Em termos de trabalho, uma das grandes bases da

SPAR é a conveniência e a proxi mi dade. Nós achamos que temos

espaço para crescer como modelo de loja segundo esses conceitos. A

SPAR tem muitas valências e muito trabalho realizado de acordo com

os parâmetros que referi. Acreditamos que é possível criar uma cadeia

de supermercados de conveniência e proximidade e consideramos

que este é um desafio interessante para a SPAR, bem como para os

retalhistas independentes ou investidores que estão, e irão, entrar

connosco nesse processo. O nosso crescimento processa-se em

articulação com estes dois vectores de investimento.

GC – Na análise da implementação das vossas lojas em

território nacional constata-se que se tem vindo a desen -

volver em redor dos principais centros urbanos. É pura

coincidência ou uma decisão estratégica?

LdB - É onde estão os clientes. Temos de potenciar a abertura de lojas

em zonas onde se verifica maior consumo e a localização periférica é

também resultante da questão imobiliária, uma vez que, dentro de

um centro urbano, a aquisição de espaços físicos é mais limitada em

termos de existências e por razões econó mi cas. Existe uma área para

a qual temos incidido a nossa atenção e investimento. O Algarve que,

pelo facto de ser uma região turística e de concen tração de

consumidores estrangeiros, terá maior conhecimento e contacto com

a SPAR internacional. Aí, a existência de uma comuni dade inglesa

aliada à projecção que a SPAR tem em Inglaterra são factores

potenciadores de negócio e dos quais pretendemos colher mais-valias.

GC - Os consumidores nacionais têm percepção do pres tígio

e da importância que a SPAR possui no Norte da Europa?

LdB - Eu costumo lançar um desafio aos retalhistas que vou visitar

e que é o seguinte: peguem num cartão meu e perguntem a um

cliente de um supermercado se conhece a marca SPAR. Geralmente,

são bem sucedidos. Os portugueses conhecem a marca SPAR não só

porque já esteve em Portugal, mas também porque a imagem do

“pinheiro” é simultaneamente conhecida em resultado da publicidade

internacional que a SPAR faz ao nível do atletismo.

GC – Como é que se chega a 200 lojas em 2011, con for me

já assumiu anteriormente, tendo em conta que 2009

encerrou com apenas 30 superfícies em funcio namento? É

uma meta exequível no tempo proposto?

LdB - O nosso objectivo tem um intervalo temporal de três a cinco

anos para atingirmos as 200 lojas. Ou seja, estamos a falar de um

projecto a médio prazo.

GC - Qual tem sido o formato privilegiado para abertura de

lojas em Portugal? Ponderam trazer algum formato novo

para o país?

LdB - A SPAR tem quatro formatos: a SPAR, SPAR Express, InterSPAR

e EuroSPAR. Em Portugal, o formato potenciado tem sido o de proxi -

midade (SPAR), com áreas de loja de 200 aos 1.000 m2. No que

respeita a um novo formato, para já não estamos a equacionar essa

A cadeia do ébano voltou a Portugal em 2007 e no regresso trouxe consigo um ambicioso plano de

expansão do seu modelo de negócio. Com a meta de ter um parque de 200 lojas até 2013, a SPAR

Portugal assume-se empenhada em revitalizar o comércio tradicional. Canal de comercialização no qual

está concentrada nesta fase da operação, fazendo prevalecer a experiência internacional da cadeia

holandesa na promoção do negócio dos seus aderentes. Luís da Bernarda, Administrador da SPAR

Portugal, explica a operação da insígnia no país.

Page 19: Grande Consumo N.º 3-2010

19

TEMA D

E CAPA

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

“Acreditamos que é possívelcriar uma cadeia de supermercadosde conveniência”

TEXTOBruno Farias

FOTOSSara Matos

Page 20: Grande Consumo N.º 3-2010

possibilidade. Embora a SPAR abra lojas de 20.000 m2, como

presentemente está a acontecer na China, aqui o nosso objectivo está

focado em cadeias de proxi midade onde superfícies com o máximo

de 1.000m2 chegam perfeitamente.

GC – Existe algum perfil tipo no universo dos vossos

aderentes?

LdB - Há sempre. É o perfil de pessoas com um espírito empre en -

dedor, com a atenção dirigida também para o detalhe e que não

tenham apreensões por correr riscos face a desafios. Este tipo de

negócio exige uma dedicação diária e está sempre em evolução.

GC - O investimento numa nova loja/reconversão inclui a

compra de um determinado conjunto de produtos obri -

gatórios disponíveis no vosso cardex ou fica in tei ramente

ao critério do retalhista os itens a disponi bilizar na sua loja?

As marcas próprias são envolvidas nessa negociação?

LdB - Nós temos um conjunto de produtos de marca própria que são

de compra obrigatória. Como suporte, facultamos formação de

sortido aos retalhistas de modo a potenciar as melhores escolhas de

produto, preço e ambiente de loja, tendo em conta a sua área de

influência. Dentro da disponibilidade do nosso cardex, os produtos de

marca própria ocupam uma percentagem de 20%.

GC - O facto de haver outros operadores no mercado com

modelos de negócio um tanto ou quanto seme lhantes ao da

SPAR tem sido prejudicial à expansão da insígnia em Por -

tugal? Que mais-valias confere a SPAR aos seus parceiros

face aos seus concorrentes?

LdB - Comparando o projecto SPAR com esses modelos, estes

últimos são exemplos que derivam de uma estratégia de cadeias

grossistas. Nós queremos ser especialistas em retalho. Enquanto nós

estamos focalizados no negócio do retalhista, nas suas ven das, no

consumidor e seus perfis, os outros modelos são supor tados pelo cash-

and-carry cujo objectivo é vender grandes quan tidades de mercadoria.

Em termos de mais-valias, além da formação que anteriormente

referenciei, nós fazemos o acom pa nhamento constante do dia-a-dia

de negócio do retalhista. No final do ano passado tomámos a inicia -

tiva de reunir um conjunto de retalhistas numa viagem à Irlanda com

o objectivo de não só trocar experiências como dar-lhes a conhecer o

conceito SPAR naquele país. Trouxemos várias ideias e referências

que, aplicadas por alguns dos nossos aderentes, já lhes trouxeram

crescimento significativo. Outra iniciativa foi a deslocação a Portugal

de uma equipa da SPAR Internacional para trabalhar uma loja, tendo

como componente a formação em loja. A SPAR tem uma preo cu -

pação constante com as melhores práticas no mercado retalhista.

20

TEMA DE

CAPA

N.º3/201

0 | MAIO

/JUNHO

6 milhões m2 de área de venda A SPAR International ultrapassou, em 2009, a fasquia dos 6

milhões m2 de área de venda, com um elevado número de

países a registar ainda “resultados excepcionais”, num ano

muito positivo para a actividade da SPAR a nível mundial.

Palavras de Gordon Campbell, Director Geral da SPAR

International, no decorrer o 55.º Congresso Internacional que

teve lugar em Dongguan, China, nos dias 25 e 26 de Maio.

Ao todo estiveram presentes os 33 países onde a SPAR se faz

representar, num total de mais de 270 delegações em

representação de 12.100 lojas localizadas nos quatro

continentes, que escutaram ainda o responsável da SPAR

International apontar parte do sucesso ao crescimento dos

hipermercados SPAR (274 lojas em funcionamento,

responsáveis por 15% das vendas a retalho), assim como ao

formato EUROSPAR, que “além de ter contribuído de forma

significativa para a subida das vendas e da quota de mercado

na Irlanda, Bélgica, Noruega e Suíça, entrou recentemente no

Reino Unido e na Dinamarca, país último onde 18 lojas foram

inauguradas num só dia no passado mês de Abril”. Recorde-se

que os resultados da SPAR Dinamarca subiram 23% em 2009,

resultado da aquisição e integração de 73 lojas na rede SPAR,

prevendo-se um reforço da actividade da insígnia ao longo de

2010 devido à introdução do formato EUROSPAR.

Já na Rússia a insígnia alargou o parque de lojas para 210

unidades em funcionamento, com uma facturação de 640

milhões/€, um número particularmente interessante tendo

em conta a desvalorização do Rublo face ao Euro, enquanto a

operação britânica cresceu 2% face a 2008, ao atingir a marca

dos 3,8 biliões/€. Valores que deixam antecipar um ano de

2010 com renovados crescimentos para a SPAR.

Page 21: Grande Consumo N.º 3-2010

GC - Que comentário lhe merece as movimentações de

concentração do retalho em Portugal? São benéficos ou

prejudicais à actividade concorrencial em Portugal?

LdB - As concentrações nunca são benéficas para o consumidor.

Actividade comercial com mais operadores gera uma dinâmica de

oferta de mais conceitos/formatos de loja e mais escolha para o

consumidor.

GC - O evidente crescimento do retalho de proximidade e

de conveniência é um impulso acrescido para a estra tégia

que a SPAR delineou para Portugal? Também nes te aspecto

o país acompanha os hábitos de consumo europeus?

LdB - A nossa estratégia está alinhada com os restantes países

europeus, onde existe um aposta no comércio de proximidade. O País

apresenta algumas particularidades que compete à SPAR Portugal

ajustar face à realidade do mercado.

GC - É possível hoje competir no retalho moderno sem ter

presente o argumento de venda que é a marca própria?

LdB - Sem marca própria, é difícil. Hoje em dia, os clientes come çam

a ser fiéis às marcas próprias. Um consumidor quando entra num

supermercado já tem o conhecimento do nome da super fície, sabe o

nome do produto marca própria e essa é, muitas vezes, a sua opção

de compra.

GC - Que peso têm os artigos de marca própria na fac tu -

ração da SPAR? Quantas referências têm actualmente

disponíveis?

LdB - Nós temos disponíveis cerca de 2.100 referências, com um

peso na nossa facturação que ronda os 20%. Mas a ten dência é de

crescimento uma vez que, embora actualmente estejamos só com

produtos internacionais, é nosso intuito incluir artigos de produção

nacional dentro dessas características. Essa inclusão permite, entre

outras oportunidades, ter um relaciona mento mais estreito com os

produtores nacionais, reduzir custos, alargar gamas e, finalmente,

utilizar produtos cada vez mais adaptados aos consumidores locais.

Para esta introdução de marca própria foi necessário que o volume no

que respeita ao número de lojas fosse razoável. Vamos incluir agora

cerca de duas dezenas de referências nacionais e, a partir daí, avaliar

a repercussão em termos de mercado.

GC – O centro logístico da Azambuja tem capacidade de

resposta para os desafios futuros?

LdB – Tem, claramente! E que o nosso problema seja apenas esse!

GC - O tour médio não prejudica o abastecimento das lojas

mais distantes?

LdB – Não, de todo. Neste momento, temos a situação bem

alinhada. Além do mais, a localização das nossas lojas situa-se

principalmente no centro e sul do país.

GC - O que seria um ano de 2010 positivo para as contas da

insígnia?

LdB – O que será realmente positivo será saber que os nossos

retalhistas aderentes estão contentes e que possam expandir os seus

negócios no próximo ano. Para quem hoje tem apenas

uma loja, que seja possível ter duas, para quem

tem duas, que seja possível possuir

três e assim sucessivamente.

21

TEMA DE CAPA

N.º3/2010 | MAIO/JUNHO

SPAR chega ao VietnameO Vietname prepara-se para ser o 34.º país membro da rede SPAR, à medida que a cadeia

retalhista constitui uma parceria com o distribuidor Phu Thai Group com vista a criar 26

lojas nos próximos três anos, nos formatos hiper e supermercado. As primeiras lojas a abrir

este ano serão entre 1.000m2 e 3.000m2 para os supermercados, enquanto as unidades

com 10.000m2 têm inauguração prevista para 2011 e 2012.

Recentemente considerado como o mercado número um em termos de potencial de

mercado para o retalho, o Vietname foi há já algum tempo identificado como um mercado

chave para a SPAR International, ao prever-se que a sua população cresça dos seus actuais

83 milhões para 90 milhões de habitantes em 2020, o que, naturalmente, terá reflexos

no seu rendimento per capita. Por sua vez, o grupo Phu Tai é o maior distribuidor grossista

do Vietname, ao servir um total de 200 supermercados e de 50 mil retalhistas a partir de

21 centros de distribuição logística.

A SPAR encontra-se, igualmente, a expandir-se para outras províncias na China, com a

abertura de lojas em Pequim e Jiangxi, dando, assim, continuidade aos níveis de sucesso

registados no país até à data. Ao operar em nove províncias com um total de sete

parceiros, a SPAR está a rapidamente a torna-se numa das primeiras escolhas a nível de

marca no país.

Page 22: Grande Consumo N.º 3-2010

22

REPORTAGEMN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

para promover

Em sintonia com outros parceiros mundiais,

Portugal também já tem a sua representação

da POPAI - Associação Portuguesa de

Marketing at-Retail. O membro mais jovem

desta família que conta com cerca de 1.900

associados em todo o Mundo e se dedica ao

desenvolvimento do marketing no ponto de

venda, dimensão preponderante do comércio

e consumo à escala mundial. Nuno Monsanto

de Campos, Director Executivo da POPAI

Portugal, explica-nos as motivações desta

associação.

POPAI

TEXTOBruno Farias

FOTOSSara Matos

Marketing de Ponto de Venda

Portugal

Page 23: Grande Consumo N.º 3-2010

23

REPORTAG

N.º3/2010 | MAIO

Se os primeiros passos da comunicação no espaço de loja se asso ciam

à figura de um índio que, nos anos 30, nos EUA, tinha como função

identificar a secção do tabaco dos restantes produtos vendidos numa

determinada loja, hoje a realidade que caracteriza a actividade reta -

lhista à escala mundial é necessariamente dife rente. Não só pela com -

plexidade do actual paradigma económico, como pelo próprio perfil

emocional que motiva e conduz o consumidor no acto de compra, ou

pelos meios financeiros e logísticos alocados a cada campanha publi -

citária associada a novos lançamentos de produtos e que, regra geral,

contemplam acção de promoções directamente no espaço de compra.

Por todos estes aspectos, mais perceptíveis e imediatos, o marketing

no ponto de venda tem que se encarado de outra forma, não só de

modo a melhor compreender a beneficiar o shopper moderno, como

a gerar os melhores resultados para os retalhistas, pro du tores e em pre -

sas de serviços associadas. Em suma, compreender melhor o fenó -

me no do consumo na era moderna, nos seus diversos canais de

comercialização, dotando, simultaneamente, os seus diversos asso -

ciados com as melhores técnicas e ferra men tas, de modo “a promover

os negócios do sector e a garantir a melhor prática e ética”. Estes são

os principais objectivos da POPAI, uma associação sem fins lucrativos

e que, desde 2008, se encontra a dar os primeiros passos em Portugal.

Data a partir da qual, a associação tem registado uma crescente adesão

de novos associados, em conjunto com algumas acções que visaram,

essencialmente, apresentar o organismo ao mercado e promover, em

Portugal, o prestígio que a POPAI tem a nível internacional. Seja

através da promoção de workshops, estudos de consumidor e de canal,

assim como por meio do domínio de novas metodolo gias na forma de

abordar e analisar o marketing no ponto de venda. “Estamos

actualmente a iniciar um estudo de shoppers direccionado para o

canal Horeca e dentro de pouco tempo vamos anunciar cursos de

formação em Marketing de Ponto de Venda. A POPAI tem crescido

no que tem para oferecer aos seus associados e reforçará cada vez

mais a posição que tem vindo a marcar em Portugal, assumindo-se,

progressivamente, como um parceiro importante para a valorização

do negócio”, antecipa Nu no Monsanto de Campos, Director Executi -

vo da POPAI Portugal.

Retalhistas, produtores, empresas prestadoras de serviços (agências e

fornecedores especializados) são o perfil de associados presentes no

seio da POPAI, associação que, a nível mundial, se encontra presente

em cerca de 47 países, onde reúne aproximadamente 1.900 associa -

dos. Número que permite a criação de uma verdadeira network laboral

e de troca de experiência, constituindo Portugal um case-study nessa

matéria, ao ser considerado um mercado muito experimentalista e

que acarreta grande valia às acções da POPAI a nível local e global.

Consciente de que o ponto de venda é uma dimensão cada vez mais

importante de cada negócio e que sua noção é bastante mais ampla

face a um passado recente, a POPAI incide o seu trabalho em três

vertentes perfeitamente distintas: ”A POPAI trabalha e interage com

os três players que gravitam em torno do ponto de venda. Trabalha -

mos com o dono do ponto de venda, com as marcas que estão lá

expostas e com as agências, conseguindo juntar num só universo

empresas que trabalham várias vertentes do Marketing. Esta é a

Page 24: Grande Consumo N.º 3-2010

24

REPORTAG

EM

N.º3/201

0 | MAIO

/JUNHO

Page 25: Grande Consumo N.º 3-2010

mais-valia que a POPAI tem”, reforça.

Mais-valia a que se junta a área do conhecimento, com a associação

a ter disponível uma das maiores livrarias on-line a nível mundial,

repleta de material técnico alusivo ao tema e que permite aos seus

associados aceder a material didáctico e a documentação técnica

adequada a esta área de formação. “Por outro lado, nos países onde

nos encontramos representados, como também em Portugal, elabo -

ra mos estudos e pomos em prática alguns dos melhores comporta -

men tos em Ponto de Venda, tirando daí experiências e conclusões

que divulgamos pela nossa rede mundial. Por fim, temos uma impor -

tante área de research. Ou seja, é nesta área que nós adquirimos o

conhecimento do shopper, do consumidor e do que está a ser feito

no ponto de venda”, prossegue Nuno Campos.

Conhecimento que permite acompanhar de forma efectiva o com -

por tamento do shopper nacional, ao ter como objecto algumas das

ferramentas promocionais e comunicacionais actualmente actuali za -

das e que contribuem para a elevação do conhecimento generalizado

do consumidor e das suas motivações de compra, assim como do

impacto que as técnicas de marketing de venda têm na sua decisão

final. “Antigamente, o folheto era olhado pelo shopper como um

factor invasivo e, neste momento, serve como lista de compras

quando se dirige a uma grande superfície comercial. Muitos shoppers

chegam às lojas com os folhetos marcados com símbolos, pois são

aqueles os produtos que pretendem comprar. Outro dos aspectos

prende-se com os topos ou fins de linhagem. O topo se for o primeiro

a ser visualizado, é fundamental para escoamento de produto ou para

anúncio de um lançamento. Neste momento, é também um local

fantástico para divulgação de promoções, embora o shopper já não

agarre no produto e o coloque directamente no carro. Ele vai ao linear

e vai fazer a comparação de preços. Ainda que a maior parte das

vezes leve o produto do topo, já não tem o hábito automático de o

apanhar sem comparar”.

REPRESENTATIVIDADE

Ainda que a POPAI seja um player recente no espaço nacional, a sua

chegada foi vista com bons olhos pelos operadores instalados em Por -

tugal, que já conheciam a sua actividade a nível europeu e nacional, e

manifestaram-se satisfeitos com as possibilidades que este organismo

nascido em 1936, nos EUA, poderia trazer para Portugal, não só a

nível dos estudos de cariz regular que promove, como, acima de tudo,

pela vertente educacional associada à sua acção, hoje em dia, bastante

valorizada pelos operadores.

Mas, claro está, que a acção da POPAI Portugal não se esgota nos

worshops, formações ou estudos, procurando, actualmente, a asso cia -

ção reforçar a sua representatividade no mercado ao procurar contar

com o apoio de outras associações do sector que iriam complementar

a sua acção, consubstanciando a troca de experiências, apoio mútuo

e valorização do sector. Uma lacuna até aqui latente no mercado na -

cional e que poderá, a curto prazo, conhecer novos desenvolvimentos,

tendo em vista a interacção entre as diversas entidades do sector.

“Nós somos uma associação que complementa, por exemplo, a Cen -

tromarca ou a APED. Temos relações fantásticas com essas enti da -

des. E cito estas organizações porque, neste momento, são aquelas

que estão mais perto da área em que a POPAI está a trabalhar. No

entanto, a POPAI não pretende apenas dirigir-se ao sector alimentar.

Nós já tivemos reuniões com a ACAP e gostaríamos de começar a

trabalhar com o ramo automóvel, saber um pouco mais sobre os

stands de veículos e com que tipo de material promocional aí se tra -

25

REPORTAN.º3/2010 | MAI

balha. A ANF é outra das entidades com quem gostaríamos de pro -

jectar acções. No entanto, e ainda dentro do research, demos início

às apresentações de um outro estudo subordinado ao shopper +

consumidor, em vez de comprador e retalhista, e focado no canal

Horeca”, antecipa Nuno Monsanto de Campos. Estudo que tem como

objectivo “trabalhar o consumidor, o comportamento do consumidor

dentro do ponto de venda, bem como saber o que é que o retalhista

pensa das marcas e do material promocional que aí se encontram.

Como estudo POPAI, é um estudo inédito e multi-clientes. As enti da -

des ou as marcas que participarem neste estudo têm vantagens a

nível de preços, uma vez que este tipo de trabalhos comporta valores

de custo muito elevados. Esta é uma das vantagens POPAI, ao tra -

ba lhar este tipo de estudos com os seus associados, e não só, sendo

que uma das nossas premissas é difundir informação ao mais baixo

custo. Nem todas as empresas ou marcas têm capacidade financeira

para realizarem estudos apurados e nós temos vindo a trabalhar com

todas, desde a maior à mais pequena. Este trabalho, dirigido ao canal

Horeca, tem tido, em resultado das nossas primeiras apresentações,

uma boa receptividade por parte das marcas e nós esperamos que

tenha um impacto e uma adesão tão forte ou maior do que aquela

que tivemos com o sector alimentar”, acrescenta.

EQUILÍBRIO

Presentemente, a POPAI encontra-se a procurar concretizar uma

equiparação na representatividade de marcas, agências e empresas de

distribuição. Em cima da mesa está a intenção de desenvolver e con -

cretizar protocolos de colaboração com a APED e a Centromarca, as -

sim como de recrutar mais empresas de distribuição, o que lhe

per mi tiria elevar, de forma significativa, o nível de representatividade

e mobilização do sector a nível nacional. Grupo Auchan e Jerónimo

Martins são dois nomes desejados para integrar a rede de associados

POPAI que já conta com a Sonae MC em representação do retalho

nacional. “Temos o objectivo de trazer mais empresas da distribuição

para o seio da Popai. Se neste momento temos a Sonae MC, gosta -

ríamos também de poder contar com a presença da Jerónimo Martins

e do Grupo Auchan a trabalhar connosco para, sentados a uma mesa,

podermos falar sobre consumo e retalho, e, sobretudo, acerca de

Marketing em Ponto de Venda. Estes são os principais objectivos de

trabalho da Popai, em Portugal: a área da educação, do conheci -

mento e do research. É aqui que nós nos movemos, em que traba lha -

mos e sobre as quais queremos uma discussão acesa”, assume o

responsável pela POPAI Portugal.

Para que o ano de “arranque” da associação em Portugal possa ter

um balanço positivo, Nuno Monsanto de Campos aponta a importân -

cia do estudo shopper/canal Horeca, uma vez que “é através destes

estudos que nós aprendemos sobre comportamentos e que, mediante

as conclusões, podemos aplicar esta ou aquela acção e promover a

excelência no ponto de venda. Assim como as formações de Mar -

keting em Ponto de Venda no sentido de colmatarmos algumas

lacunas que existem no retalho a nível de formação. É importante ter

um contacto mais directo com as pessoas que trabalham presen -

cialmente com o cliente de modo a ensinar-lhes, e até mesmo a

aprender com o que nos poderão transmitir. Não faz sentido impor

uma formação criada e vinda do exterior, mas sim haver um inter -

câmbio de conhecimentos e experiências de modo a que o resultado

final seja bom para todos. Que seja uma formação adequada ao

nosso mercado interno com os conhecimentos da POPAI a nível

internacional”, conclui.

Page 26: Grande Consumo N.º 3-2010

investimento em Media, aconselhar eadequar os vários meios a cada necessidadede comunicação/divulgação. Hoje em dia as Agências de Media não sãosomente encaradas como Centrais deCompra de Tempo e Espaço Publicitário, massim como consultoras de Media, onde o seurelacionamento privilegiado com os diversosÓrgãos de Comunicação Social lhes permiteter uma visão mais completa e actual dasdiferentes ofertas que existem no mercado. As Agências de Media têm a capacidade deoferecer um serviço cada vez mais integrado,passando não só pelo planeamentotradicional mas também pela implementaçãode acções/eventos, para a comunicação deprodutos/marcas ou até mesmo serviçosjunto dos seus consumidores.Cada produto e/ou empresa tem objectivosespecíficos, por isso é de extrema importânciaa partilha de informações entre anunciante,Agência Criativa e Agência de Meios, poisdessa forma poderá haver um trabalho emequipa que, com certeza, trará maisbenefícios porque, na realidade, estamostodos a trabalhar para o mesmo objectivo, osucesso!

As marcas e empresas, afectas ao Sector daGrande Distribuição, necessitam de efectuarum trabalho contínuo junto dosconsumidores de forma a gerar apetênciapara a compra, o chamado “Call to Action”.Mas para que isso aconteça a divulgação dosseus produtos/empresas tem que ser bemtrabalhada ao nível do Marketing, assimcomo a sua comunicação terá que serplaneada com a máxima eficácia. Quando estamos a falar de produtos degrande consumo, a comunicação terá que sermais rigorosa e criteriosa, pois a concorrêncianeste sector é muito grande e o “tempo útil”dos produtos nem sempre é o mais desejável,pois fica sempre condicionado àaceitabilidade por parte do consumidor final.Hoje em dia a abordagem aos consumidoresrecorre muitas vezes à Media não tradicionale de uma forma mais criativa, pois osconsumidores tendem a experimentar tudo oque é novo e o grande desafio é criar impactopara gerar fidelização. As Agências de Comunicação e de Media,com toda a sua experiência e conhecimentojunto dos Meios de Comunicação Social, sãouma grande mais-valia para os anunciantesuma vez que conseguem optimizar o

Teresa GuerreiroMedia Planner MindShareWorld

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OPINIÃ

O

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

Trabalhar rumo ao sucesso

Page 27: Grande Consumo N.º 3-2010

“ready to eat”, que possam ser consumidos “on-the-

go”, isto é, que possam ser consumidos em qualquer

parte (em casa, no local de trabalho, no automóvel,

etc.).

Por outro lado, o aumento dos agregados familiares

com menor número de indivíduos também influencia

a decisão sobre o tamanho da embalagem; ou seja,

actualmente as empresas têm tendência para ofere -

cer embalagens com capacidade mais reduzida. É de

notar que este aspecto também está ligado à reco -

men dação dos nutricionistas para diminuir a quanti -

dade ingerida em cada refeição.

Nesse sentido, a Vieira de Castro prepara-se para, já

em 2010, apresentar algumas novidades que irão,

seguramente, marcar uma nova etapa na história da

empresa. Trata-se de projectos que resultam de uma

abordagem assente numa estratégia de inovação,

tanto ao nível do produto, como da embalagem,

cons truída em torno de três vectores principais –

saúde, conveniência e prazer -, consubstanciados na

oferta de bolachas orientadas para um consumo mais

salutar e na reforçada aposta em embalagens mais

adequadas e convenientes às necessidades do

consumidor moderno.

O segmento das bolachas para crianças também não

foi esquecido. Os consumidores mais novos irão,

assim, ter ao seu dispor um conjunto de produtos

pensados especificamente para eles, alguns deles

inovadores na categoria de bolachas. O objectivo é

alargar a oferta a um público com necessidades pró -

prias, nomeadamente ao nível de alguns nutrientes

de que precisa para o seu desenvolvimento, procu -

rando também ensinar a comer de forma moderada e

a proporcionar um estilo de vida mais saudável.

Cada vez mais, a competitividade das empresas vai-

-se medindo em função da sua capacidade de se

adaptar às mudanças, daí que é fundamental co nhe -

cer e perceber o mercado e as suas tendências, na

perspectiva de procurar respostas adequadas e

rápidas.

Neste contexto, a inovação assume um papel nuclear,

pois o ambiente concorrencial, o grau de exigência

dos consumidores, e, por que não dizê-lo, os níveis

de saturação do mercado, a isso obrigam. Por defi ni -

ção, a inovação ao nível do produto é um processo

que envolve concepção, desenvolvimento, gestão, e

resulta na apresentação de um novo produto. Mas

inovar também é melhorar, recriar, reinventar, renovar,

refazer.

A inovação, quando suscita aumentos de competiti -

vidade, é, sem dúvida, um factor crucial no cresci -

men to das empresas; logo, é também um factor

es sen cial no desenvolvimento económico de uma

sociedade. Inovação é, pois, um motor de compe titi -

vidade.

Alterar o valor nutricional dos produtos é uma das

medidas que têm vindo a ser adoptadas pelas marcas

para combater a tendência de um consumo inspirado

em maus hábitos alimentares. Tem-se assistido a uma

crescente oferta de produtos mais saudáveis, no mea -

damente através da diminuição dos níveis do açúcar,

sal e gordura, assim como numa selecção mais

criteriosa dos ingredientes. Os consumidores procu -

ram, cada vez mais, alimentos saudáveis, que lhes

garantam bem-estar e melhor qualidade de vida.

A conveniência é o primeiro factor que caracteriza

este mercado a nível da embalagem. O consumidor

valoriza cada vez mais o produto “easy to use“ e

Os novos desafiosdo mercado de bolachas

João Paulo OliveiraDirector de Marketing Vieira de Castro

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OPINIÃON.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Page 28: Grande Consumo N.º 3-2010

As mulheres, as novas consumidoras do precioso

néctar, olham para o vinho de uma forma franca e

simples. Na generalidade, consomem vinho por puro

prazer, preocupando-se apenas com o quando e onde.

O contexto é tudo... entre amigos, família, com clien -

tes... elas seleccionam o vinho em função do mo -

men to de consumo, sem considerar pontuações e/ou

reputação. A intenção é, sobretudo, desfrutar o mo -

mento, partilhar e envolver os seus convidados. Uma

relação muito diferente da dos homens. Eles es co -

lhem o vinho pela sua reputação e prestígio e en -

caram este produto como um meio de impressionar.

Segundo os experts, elas são as melhores provadoras.

Não só têm mais papilas gustativas, como está

cientificamente provado que as mulheres são mais

olfactivas, mas, sem dúvida que, a paixão e a curio -

sidade femininas são os grandes alicerces das novas

tendências de consumo, num mundo tradicional men -

te masculino. Hoje temos consumidoras esclarecidas,

jornalistas especializadas, produtoras, sommeliers e

enólogas de sucesso.

Será o mundo dos vinhos mais uma conquista femi -

nina? A verdade é que a presença feminina neste

mundo data de um passado longínquo. Basta recordar

mulheres como a viúva Clicquot (Nicole-Barbe

Ponsadin), a primeira empresária francesa da era mo -

derna, considerada “La Grande Dame de la Champag -

ne”, ou como Dona Antónia Ferreira, conhecida por

“Ferreirinha”, e que ficou conhecida pela sua bondade

e tenacidade no mundo dos negócios.

Hoje em dia, as mulheres têm um papel activo na

selecção dos vinhos para a garrafeira. A maioria das

vezes são elas quem vai ao supermercado e, ao con -

trário do que acontecia no passado, também são elas

quem escolhe os vinhos. A sua relação com o vinho

tornou-se livre, sem tabus e as preferências vão muito

além do vinho branco e rosé. O vinho tinto é muito

apreciado pelo público feminino e até o preferido das

mulheres.

Esta nova tendência não se verifica apenas no oci -

den te, onde as mulheres já representam 40% dos

con sumidores de vinho. Apesar de ser nos Estados

Unidos que se registam os índices mais elevados de

consumo feminino de vinhos, a realidade é que as

mu lheres asiáticas estão cada vez mais interessadas

em vinho. Segundo um estudo conduzido pela Vinex -

po Asia, 70% das consumidoras asiáticas afirmam

consumir vinho por puro prazer, reconhecendo que o

vinho não só contribui para um ambiente mais sociá -

vel, como ajuda a manter uma dieta equilibrada.

O consumo de vinho é também visto como um

hábito elegante e moderno.

As novas tendências de consumo são, por conse -

guinte, completamente antagónicas ao que acontecia

há uns anos atrás, em que o consumo de vinho por

parte do público feminino incidia predominante men -

te sobre o vinho branco, sobretudo na Europa do

Norte e nos Estados Unidos.

É cada vez mais notório que, neste sector, nasceu

uma nova tendência. A alma do vinho nunca mais

será a mesma. Graças à interferência do mundo femi -

nino, o sector passou a contar com novos ingredien -

tes - romance, glamour e paixão - aos quais o

mercado não pode ficar indiferente.

Márcia FarinhaDirectora de Marketing

Adega Cooperativa de Borba

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OPINIÃ

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N.º3/2

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MAIO/J

UNHO

A forma como elasolham para o vinho…

Page 29: Grande Consumo N.º 3-2010

Luis BioDirector Marketing

Nielsen Portugal

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OPINIÃON.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Quota e Store Equity.Na Europa, o driver do crescimento dosDiscounts é a abertura de novas lojas, comuma correlação quase linear entre os doisfactos. O aumento de número de lojasDiscounts potencia o fenómeno MDD naEuropa. O fenómeno das MDD na Europa eem Portugal não é um fenómeno de Preçomas sim de Conveniência (mais lojas e maiscategorias), não é um fenómono do Shopperou da Crise mas sim um fenómeno deRetalho.O Shopper Português adere às MDDs (aprocura adapta-se à oferta) mas deixa-seseduzir especialmente por produtos que têmcomo Driver de crescimento outros atributosdiferenciadores, que não o Preço - Premium,Saúde, Conveniência e Prazer.Se Portugal tem dos maiores crescimentosreais (+3,5% em volume) no GrandeConsumo e se o Shopper Português está maissofisticado, é estranho Portugal não estar acontribuir para o aumento de Valor (-0,3%em facturação) dos Bens de GrandeConsumo na Europa.

“FMCG People, you are blessed”. Jean JaquesVandenheede tem vindo a repetir estaverdade em toda a Europa e disse-o, maisuma vez, na última Conferência Nielsen emPortugal. Quando vários sectores daeconomia decrescem a dois dígitos, os Bensde Consumo resistem à Crise, crescendo+3,2% em facturação na Europa em 2009. O Shopper Europeu mantém os seus hábitosde compra nos Bens de Grande Consumo -visita o mesmo número de lojas, mantém ogasto médio e tem a mesma sensibilidade àspromoções. O Shopper Europeu muda é nograu de sofisticação das suas compras –valoriza mais atributos de conforto naescolha das lojas como bom serviço,ambiente agradável, horário de aberturaalargado e ter tudo o que precisa em stock.Este fenómeno também está a acontecer emPortugal. Quem cresceu em Portugal em2009 seduziu o Shopper, oferecendo-lhe algomais para além do Preço. Num ano de crise, oLIDL – uma das cadeias com a percepção depreço mais baixo mas não valorizada ematributos de conforto - perde Lealdade,

Um privilégio,muitas

oportunidades

Page 30: Grande Consumo N.º 3-2010

30

OPINIÃ

O

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MAIO/J

UNHO

atenção a este assunto, em parte por nãoestar actualizada com os processos dadistribuição moderna (basta ver a escassabibliografia referente a estes temas) e alegislação não contempla regras e instruçõesde forma objectiva, acabando por osoperadores a implementar medidas quegarantam a distribuição de alimentos segurose com qualidade.A aceitação do produto pelo consumidor finale a sua consequente compra é o derradeiroteste à eficácia da cadeia de distribuiçãoalimentar. Gerir e conseguir optimizá-la,significa procurar o balanço entre questõeseconómicas, flexibilidade na distribuição econservação das características e segurançados alimentos. Desta forma, o principalobjectivo não é fornecer alimentos com amaior qualidade possível, mas sim com oscustos mais baixos e com as maioresmargens de lucro possível, garantindo aomesmo tempo, a satisfação do cliente na suaqualidade. Este motivo torna as empresas dedistribuição retalhista, proprietárias de redesde supermercados, os operadores com maiorpoder na cadeia, aproveitando oconhecimento dos mercados locais para criarfidelização nos consumidores e paradesenvolver as suas próprias marcas.O crescimento das cadeias de distribuiçãoalimentar para um nível global, como hojeconhecemos, está intimamente ligada aodesenvolvimento de canais de comunicaçãorápida e eficiente - a Internet. Estes canaispermitem a partilha rápida da informaçãoentre os diferentes operadores da cadeiasobre os aspectos e características do produtocomercializado, o estado em que eles seencontram, bem como, a compreensão etransparência sobre a forma como cadaprocesso é realizado e gerido. Assim, e porqueesta forma de operar exige uma fortecompetitividade, muitos dos intervenientesnão estão devidamente preparados paragarantir as exigências do mercado e dosrestantes operadores, quer a nível de infra-estruturas, quer na capacidade de seadaptarem a novos conceitos de distribuição.Os agricultores têm de aprender a rentabilizaras suas colheitas através de novos métodosagrícolas e selecção de sementes, osfornecedores têm de partilhar mais ainformação e enfocar-se mais nasnecessidades dos retalhistas (até há poucotempo era o inverso que acontecia), asempresas transportadoras, em especial as delonga distância, e os operadores logísticostêm implementar sistemas de controlo daqualidade mais eficazes.

Desde que o homem começou a produzir asua própria comida, a sua comercializaçãopassou por vários estágios, sendoactualmente dominada por aquilo quechamamos a cadeia de distribuiçãoalimentar. Hoje, esta cadeia assumeproporções mundiais com a globalização dosmercados, sendo possível disponibilizar aoconsumidor final alimentos provenientes detodos os cantos do mundo, 365 dias por ano,e não apenas com base nos recursos locais edependentes da sua sazonalidade.As cadeias de distribuição podem-seconsiderar um conjunto sucessivo de acções eprocessos como a produção, processamento,armazenagem, distribuição e venda aoconsumidor final, relativamente a umdeterminado lote de um produto. A grandeparticularidade das cadeias de distribuiçãoalimentar é a degradação das característicasiniciais dos produtos, ao longo do tempo edesta sequência de acções, pondo em causaa qualidade e segurança no consumo. Estascadeias agregam várias empresas com umpapel fundamental em cada um dosprocessos, agindo de forma coordenada,embora em muitos casos, sem a existência decontratos de cooperação. Se uma delas falha,significa a existência de rupturas ou mesmo adisponibilização de alimentos sem a desejadasegurança e qualidade ao consumidor final,destabilizando os restantes processos e

pondo em causa a eficiência da cadeia dedistribuição.A necessidade de garantir alimentos segurose com qualidade, exigidos pelo consumidormoderno, conduziu ao desenvolvimento deinúmeros métodos de conservação e demodelos que pudessem melhorar estas duascaracterísticas. No entanto, estes métodos emodelos restringem-se quase exclusivamenteà produção e processamento, deixando parasegundo plano os processos de distribuiçãologística envolvendo o transporte a longasdistancias, entrepostos e a distribuição. Aprópria comunidade científica dispensa pouca

Joaquim DiasDirector de Qualidade Grupo GCT

A cadeia de distribuição

alimentar

Page 31: Grande Consumo N.º 3-2010
Page 32: Grande Consumo N.º 3-2010

32

MERCADON.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Aumento dasmatérias-primasinflaciona preço da

O mercado nacional de cervejas voltou a recuperar níveis de crescimento antes da

chegada da estação de calor, ao apresentar uma subida das vendas em valor na ordem

dos 7%. Todavia, trata-se de uma “falsa” subida, uma vez que em causa está um

aumento ligeiro dos preços médios devido ao propagado aumento das matérias-primas,

o que poderá ter maior relevância no decorrer do segundo semestre. Até porque os

volumes continuam a descer…

TEXTOAbel Martins

FOTOSSara Matos

cerveja

Page 33: Grande Consumo N.º 3-2010

33

MERCADON.º3/2010 | MAIO/JUNHOEm termos de valor, o espaço privilegiado para a venda de cerveja em

Portugal continua a ser o canal Horeca, o que não invalida, ainda assim,

o legítimo interesse das principais marcas nacionais, e internacionais,

em estar perto do consumidor em INA. Não só a julgar pelos cerca de

230 milhões/€ de facturação, como pelos 158 milhões de litros tran -

saccionados no canal Alimentar esti ma dos pela AC Nielsen. Números

que não deixam ninguém indi fe ren te e fazem com que as cervejas

sejam um dos mais concorrenciais mercados de bens de grande

consumo, apresen tando comportamentos oscilantes ao longo do ano.

Antes da chegada da estação por excelência para a comercia lização de

águas, cervejas e diluídos – o Verão -, este importante mercado en -

contra-se a subir vendas em valor na ordem dos 7%, o que, contudo,

se trata de uma subida falaciosa, uma vez que os volumes se encon -

tram em queda, com as cervejas a perderem vendas em 3,7% face ao

período homólogo do ano passado. Este fenómeno encontra expli -

ca ção no aumento da cevada, uma possibilidade que desde o segundo

semestre de 2009 vinha a ser acompanhada com algum interesse

nas principais bolsas mundiais e que, ao que tudo indica, parece

começar a incidir nos preços ao consumidor final. Até porque mesmo

que o preço da cevada se mantenha estável, este mercado é muito

dependente do preço de petróleo e tendo em conta os preços médios

do crude negociado em bolsa nada coloca a cerveja a salvo de uma

subida mais expressiva no segundo semestre. Para já, é visível que os

volumes continuam em quebra face ao ano passado e que as cate -

gorias que crescem em valor sacrificam volumes, o que retrata uma

evidente valorização dos preços médios praticados.

Esta situação é visível nas referências com álcool, o peso pesado deste

universo ao valer uns astronómicos 96% da facturação global, percen -

tagem que se tem mantido estável ao longo dos últimos exercícios,

pese embora o esforço de desenvolvimento e inovação que tem

caracterizado as propostas sem álcool dis po níveis no mercado, sobre -

tudo a nível do sabor. Não é, portanto, de admirar que a cerveja branca

continue a ser o líder hegemónico deste mercado, ao representar 91%

das vendas em valor (209 milhões/€) e 92,5% em volume (146

milhões/litros) no canal Alimentar, o que leva a que sempre que au -

mente vendas o res tante mercado acuse a subida. No exercício em

causa, de 9,5% em valor face a uma redução de 2,2% nas quanti -

dades. Um com portamento sintomático, aliás, da prestação global do

mercado.

Também a cerveja preta alinhou a sua performance pela bitola da

cerveja branca, ainda que com indicadores mais modestos, ou propor -

cionais à sua realidade, que dá conta de uma facturação anual de 5,6

milhões/€ (+6%), equivalente a pouco mais de 3 milhões/litros

comercializados (-2,7%). Suficiente, ainda assim, para consolidar a

sua posição como a segunda maior categoria deste universo, uma vez

que a categoria definida pela AC Nielsen como “especiais” encontra-

se em queda vertiginosa, na ordem dos -44% em valor e dos -46,5%

em volume, não indo além dos 4,1 milhões/€ de facturação, respei -

tantes a menos de 2,5 milhões/litros vendidos. O que se deve, em

grande parte, ao expressivo desinvestimento em publicidade destas

categorias especiais de cerveja – materializadas pelas referências

Abadia, no caso da Super Bock, e Bohemia, no caso da Sagres – que,

não obstante o seu início fulgurante e boa aceitação por parte dos

portugueses, não tiveram força suficiente para, por si, “puxar” pela

vendas da categoria.

Em causa está um tipo de especial de cerveja, muito ao gosto dos

países de centro da Europa, e que teve em Portugal uma boa recepti -

vidade aquando da sua introdução no mercado, mas cujas vendas

acabaram por sair penalizadas por um PVP unitário alto quando com -

pa rado com a branca, e mesmo a preta, não obstante o esforço de

diversificação em termos do packaging disponível, onde não é virgem

a sua comercialização em four-pack de modo a reduzir o seu preço

final. Além do factor preço e do desinves timento em comunicação,

também a estratégia de foco das duas principais cervejeiras nacionais

tem-se revelado prejudicial para estas categorias de cerveja, que

acabam por sair mais preju di cadas em termos de budget para

marketing e comunicação, ao optar por concentrar investimentos nas

categorias mais signifi cativas – assim, como também nas águas –

tendo em conta neste processo não só a sua dimensão e retorno,

como os pontos de con tacto que com o consumidor se geram. Em

suma, uma ques tão de optimização e de foco em época de menor

consumo, ou reduzida prosperidade económica.

SEM ÁLCOOL

Que se estende ao universo das sem álcool, durante anos a fio o pa -

rente pobre das cervejas, este segmento apresenta um imenso poten -

cial de crescimento e tem sido objecto de inúmeros esfor ços de

diversificação da oferta, sobretudo a nível do sabor. De fac to, o paladar

Page 34: Grande Consumo N.º 3-2010

34

MERCADO

N.º3/201

0 | MAIO

/JUNHO

foi, durante muito tempo, a grande barreira à inovação, apresentando

hoje as referências disponíveis no mer cado um paladar agradável e

muito aproximado ao das cervejas com álcool. Contudo, este seg -

men to continua a enfrentar uma concorrência directa muito grande no

que a alternativas de con sumo diz respeito, posicionando-se no

mesmo espaço das águas com sabores e os refrigerantes, o que dá

conta das imensas possi bilidades hoje ao dispor do consumidor em

alternativa à cerveja com álcool. Ainda que, naturalmente, as cervejas

sem álcool tenham inúmeros adeptos, seja pelo seu cariz refrescante

e leve, seja por serem desprovidas de álcool sem deixar de ser cerveja,

certo é que a concorrência é bastante feroz e tem, de certa forma,

limitado o seu crescimento, até porque não é dos produtos mais

fortemente enraizado nos hábitos de consumo dos portugueses.

Assim confirmam os números que apontam para uma redução do

consumo de cervejas sem álcool na ordem dos 4% em valor e 10,4%

em volume, o que determina uma quebra generalizada no consumo

ainda que o seu preço médio se tenha mantido mais ou menos estável.

Também aqui a categoria especial é a que mais perde (à semelhança

do verificado anteriormente) ao registar que bras acima dos 30 pontos

percentuais em ambos os indica dores, com especial incidência para a

performance das vendas em volume (-39%).

No que diz respeito às duas principais categorias deste universo, refira-

se que as cervejas pretas foram a única referência a subir vendas neste

segmento, ao crescer 7% em valor face a um de créscimo de 2,2% em

volume, reforçando a sua posição como a segunda maior categoria

do mercado de cervejas também no segmento sem álcool, com 1,6

milhões/€ de facturação e pouco mais de um milhão de litros ven -

di dos em INA. Por sua vez, a cerveja branca sem álcool tem-se manti -

do praticamente estável, com as vendas em valor a apresentarem

abrandamentos pontuais ou marginais (-1,5% de acordo com o Ano

Móvel S 2010 12, equivalente a 7 milhões/€ de facturação),

enquanto em volume as quantidades transaccionadas posicionaram-

se abaixo da fasquia dos cinco milhões de litros, representativa de uma

perda em volume de 7,5%.

Em suma, antes da chegada do Verão é a valorização dos preços

médios praticados que tem permitido ao mercado de cervejas subir

vendas em valor, uma vez que se encontra a perder vendas em volume

em todas as categorias analisadas pela AC Nielsen. Culpa da inflação

das matérias-primas, do alargamento da con cor rência às marcas pró -

prias, do menor poder de compra dos por tu gueses ou das vicissitudes

do mercado, certo é que este fenómeno não poder ser analisado

separadamente, até porque o comportamento dos portugueses pouco

se alterou face ao pe río do homólogo do ano passado (ver quadro).

Pelo que é expec tável que a chegada o Verão traga renovados motivos

de interesse à categoria, este ano reforçada com a “muleta” do

desporto, um importante auxi liar para promover vendas e multi plicar

ocasiões de consumo. Resta saber, todavia, se este ano o clima não

prega partidas aos players deste mercado.

Fonte: AC Nielsen Ano Móvel S 2010 12

Fonte: AC Nielsen Ano Móvel S 2010 12

Cervejas C/Álcool (LT)

Penetração Numérica (%) Compra Média Lar - Volume Compra Média Lar - Valor Actos Compra por Lar

Q10-13/09 Q09-12/10 Q10-13/09 Q09-12/10 Q10-13/09 Q09-12/10 Q10-13/09 Q09-12/10

77 79 24.4 25.2 31.13 34.73 7 8

Total Portugal INA - Cervejas Vendas Valor Vendas Valor (%) Vendas Volume Vendas Volume (%)

C/Álcool 218,834,795 7.5 151,854,444 -3.4

Branca 209,095,176 9.5 146,348,814 -2.2

Preta 5,620,806 6.0 3,260,156 -2.7

Especial 4,118,813 -44.0 2,245,474 -46.5

S/Álcool 9,554,506 -4.0 6,490,779 -10.4

Branca 7,046,126 -1.5 4,919,599 -7.5

Preta 1,654,310 7.0 1,043,159 -2.2

Especial 854,070 -31.9 528,021 -39.0

Total (LT) 228,389,168 6.9 158,344,801 -3.7

Page 35: Grande Consumo N.º 3-2010
Page 36: Grande Consumo N.º 3-2010

36

NÃO-ALIMENTAR

N.º3/2010 | MAIO/JUNHO

“A entrada de

momento certoem Portugal deu-se noSURF

TEXTODuarte Cunha

Page 37: Grande Consumo N.º 3-2010

37

NÃN.º3

Grande Consumo - Que balanço faz do primeiro ano de

lançamento do Surf no mercado nacional? Esta pro posta

atingiu os objectivos qualitativos e quantitativos definidos

pela companhia para o seu lançamento?

Gonçalo Bernardes - Desde o seu lançamento, Surf já vendeu mais

de 40.000.000 doses e consideramos que este número reflecte a

preferência do consumidor por esta marca. Em apenas doze meses

de mercado Surf conquistou 6% de quota, uma óptima performance

para uma nova marca de detergente para a roupa. Vimos este

desfecho como um sinal de aceitação por parte dos consumidores que

foi, aliás, reforçado pela eleição de Surf como Produto do Ano 2010

na respectiva categoria.

GC - Que espaço veio Surf conquistar no mercado que

outras marcas não haviam reclamado ainda? Que mais-

-valia apresenta esta marca ao consumidor final?

GB - Surf entrou no mercado português com um propósito muito

bem definido: preencher uma lacuna identificada. Entre os atri bu tos

mais valorizados pelos consumidores encontra-se o perfu me e não

havia nenhum produto que valorizasse este atributo. Surf trouxe uma

resposta a esta falha detectada na oferta de detergentes e avançou de

forma inovadora, ao apresentar as três fragrâncias da sua gama.

GC – Com que expectativas parte para o segundo se mestre?

GB – No que respeita a expectativas, continuamos a querer atin gir o

objectivo a que nos propusemos há um ano: queremos que Surf

detenha cerca de 10% de quota de mercado, no prazo de três a cinco

anos. E estamos confiantes de que vai ser possível.

GC - Está previsto o alargamento da gama ao longo deste

ano, além das referências Surf Flores Tropicais & Ylang

Ylang, Surf Limão & Flores do Campo e Surf La van da &

Flores Orientais?

GB - À medida que a marca vai crescendo em Portugal é expec tável

que surjam novas variedades. Para assinalar o primeiro ani ver sário da

marca em Portugal, vamos lançar uma nova refe rên cia, com um stock

limitado. Mas preferimos guardar a surpresa.

GC - Porque demorou tanto tempo a introdução de Surf no

mercado nacional? Não havia, anteriormente, espaço para

uma marca com as suas características no mercado? O que

mudou entretanto?

GB - Não acreditamos que a entrada de Surf em Portugal tenha sido

demorada, mas sim no momento certo. Cada mercado é diferente e

tem as suas próprias características e, como referi anteriormente, Surf

veio dar resposta a uma vontade do consumidor, a que nenhuma das

marcas existentes estava a dar resposta: o perfume. Foi esta percepção

que reforçou a certeza de que este era o momento para introduzir, no

nosso mercado, uma marca com estas características diferenciadoras.

GC - A eleição como Produto do Ano 2010 foi um impor tan -

te impulso para a marca? O que representa esta distinção

para Surf e para a sua divulgação e aproximação junto do

consumidor?

GB - Foi o atestar da preferência do consumidor e, claro, trouxe-nos

uma enorme satisfação. Este reconhecimento por parte dos consu mi -

dores vai actuar como um voto de confiança na marca junto de

potenciais consumidores que ainda não conheçam Surf.

GC - O preço médio praticado é, igualmente, decisivo para

os indicadores registados até à data (9% de mercado de

acordo com AC Nielsen, em Março), ou os argumentos in -

trínsecos do produto como o perfume, imagem, atractivi -

da de e a qualidade do mesmo prevalecem por si neste

mercado competitivo?

GB - Não podemos dissociar os dois factores. Como diz o nosso

slogan, Surf é uma explosão de perfume, a um preço irresistível.

Estamos perfeitamente convictos

de que são estas as duas fortes

mais-valias que fazem desta

marca uma das eleitas pelos

consumi dores portugueses.

GC - Os portugueses

continuam a ser consu -

midores experi men talis -

tas? As mar cas de

detergente para a roupa

são alvo de frequente

substituição, ou regista-se

interessantes ní veis de

fidelidade?

GB - Como em todas as cate -

gorias, temos alguns consu -

midores experimentalistas e

outros que se mantêm quase

sempre fiéis a uma marca. Neste momento, para o desenvolvimento

da marca Surf, precisamos dos dois tipos de consumidores, uma vez

que numa primeira fase temos que os levar a experimentar e numa

segunda fase temos que os manter fiéis a esta nova marca.

GC - O que reserva a marca aos consumidores ainda este

ano? É previsível que haja novas acções de comunicação ao

longo deste ano?

GB - Já este ano, mais precisamente em Março, a marca apresentou

uma nova campanha que foi suportada em diversos meios. Para os

meses que se aproximam a marca continuará a surpreender, até

porque muito em breve celebraremos o seu primeiro aniversário no

mercado.

Com 6% de quota de mercado conquistado em apenas doze meses, Surf tornou-se rapidamente uma

referência do segmento de marcas de detergentes para a roupa. Com mais de 40 milhões de doses

vendidas no primeiro ano de comercialização, a marca assinala o seu primeiro aniversário com uma

forte dinâmica de sucesso. Gonçalo Bernardes, Head of Brand Building Laundry da Unilever JM, faz o

balanço do ano do lançamento de Surf em Portugal.

Page 38: Grande Consumo N.º 3-2010

38

NÃO-ALIMENTARN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

quer crescer29% em PortugalO Grupo LEGO fechou 2009 com resultados recorde obtidos num exercício em que o mercado global

de brinquedos esteve estagnado e onde Portugal continuou a ser encarado como um destino de

oportunidade. Num ano ainda marcado pelo reforço da aposta na inovação e na capacidade

produtiva, a marca nórdica assume a pretensão de ter uma presença ainda mais global, sempre com

base na versatilidade da sua oferta. Rosa Seegelken Alvarez, Brand Manager da LEGO Iberia,

antecipa o que a marca reserva para o final de 2010.

LEGO

TEXTOAbel Martins

Page 39: Grande Consumo N.º 3-2010

NÃO-AN.º3/2010 |

39

A marca de Billund, na Dinamarca, encerrou o ano de 2009 com um

registo financeiro muito apreciável ao ter aumentado vendas

(+59%) e lucro (+56%), atingindo os 388 milhões/€ de EBIDTA

(248 milhões/€ em 2008) e um equity de 442 mi lhões/€ no

ano em causa (277 milhões/€ em 2008). Apesar de o mercado

glo bal de brinquedos se ter apresentado estagnado, 2009 foi para o

Grupo LEGO um ano de forte acréscimos em todos os mercados de

proximidade, com particular incidência nos destinos anglo-saxónicos.

Na base destes bons resultados en con tra-se uma interessante

dinâmica de inovação associada ao reforço da capacidade produtiva

do Grupo, duas armas que se revelaram bastante importantes para os

resultados obtidos, em contra-ciclo com a tendência generalizada do

mercado. “O mer ca do de brinquedos não é indiferente à conjuntura

económica. No global, este mercado manteve-se estagnado em

2009, ainda que com importantes diferenças. Grande parte dos

mercados da Europa e da Ásia experienciam descidas consideráveis,

enquanto nos EUA esta quebra foi mais suave. Por oposição, o

mercado de brinquedos em Portugal é o segundo que mais cresceu

em 2009 a nível internacional, na ordem os 9,4% de acordo com a

NPD Eurotosy”, começa por explicar Rosa Seegelken Alvarez, Brand

Manager da LEGO Iberia, que aponta ainda outros motivos de in te -

resse ao mercado nacional, onde a marca dinamarquesa subiu vendas

em 62% em apenas dois anos. “2009 foi um gran de ano para a

LEGO, que continuou a reforçar a sua posição com um crescimento

das vendas ao consumidor na ordem dos 32% de acordo com o

NPD Eurotoys. A companhia reforçou a sua ine quívoca liderança

na categoria de brinquedos de construção com uma quota de

mercado de 72% (+6%), com Portugal a repre sen tar cerca de 1%

das vendas globais ao consumidor”, acrescenta.

A qualidade dos produtos, assim como o seu perfil didáctico, divertido

e seguro são alguns dos aspectos mais valorizados pelos consumi do -

res nacionais, que em 2009 tiverem no top das suas preferências a

Estação dos Bombeiros e a Estação da Polícia, assumindo-se estes

dois artigos como os mais vendidos em Portugal no decorrer do ano

passado. Duplo, LEGO City, LEGO Creator e Technic foram as linhas

que mais contribuíram para os resultados apurados, com a gama

LEGO Star Wars a ser o número um em Espanha, aspecto que con -

trasta com a realidade nacional, onde os produtos licenciados têm

me nor impacto quando comparados com outros mercados comuni-

tá rios e mundiais.

Dos mais pequenos aos adultos, as gamas de brinquedos de cons tru -

ção LEGO cobrem todos os escalões etários desde os 2 anos, dispo -

nibilizando gamas de produtos que variam em complexidade e

varie da de mediante o target etário a que se dirigem. Esta diversidade

da oferta é outro dos trunfos da LEGO para se assumir como uma

mar ca de gerações, procurando fidelizar os consumidores, indepen -

den temente da sua idade, ao proporcionar-lhes referências actuais,

inovadoras e diversificadas, o que ajuda a construir uma forte relação

de identidade com a marca.

LEGO City e LEGO Star Wars são duas das linhas mais populares de

produtos, apresentando-se, simultaneamente, como as que mais

vendas geraram ao longo de 2009, fazendo prevalecer o facto de se

adequarem a adultos e crianças. “Ambas as linhas são muito in te res -

san tes em termos estratégicos: LEGO City ajuda a recrutar os mais

novos e estimula o coleccionismo até idades mais avançadas, en -

quanto a gama Star Wars é uma peça fundamental como extensão

do círculo de vida dos consumidores de LEGO. Até mesmo junto da -

queles que não são, actualmente, utilizadores de LEGO”, acrescenta

Rosa Seegelken Alvarez.

De modo a assegurar níveis de crescimento futuros – e na base dos

registos financeiros do passado – encontra-se o aumento da capaci -

dade produtiva do Grupo ao longo de 2009, com especial destaque

para as infra-estruturas localizadas no México, República Checa e

Hungria, que vieram reforçar a aptidão produtiva do Grupo, assim

como torná-lo muito mais flexível. “Um aspecto muito importante

para a LEGO, uma vez que o processo produtivo é bastante

complexo”, confidencia a Brand Manager da LEGO Iberia.

No que à evolução do mercado diz respeito, Rosa Seegelken Alvarez

antecipa novos crescimentos em 2010, ainda que reconheça que o

mercado deverá continuar a sua linha de estagnação. Já a nível

interno, a LEGO perspectiva reforçar a sua linha de crescimento em

Portugal, seja através de “linhas de produtos bem estabelecidas,

assim como promissores novos lançamentos ou possíveis acordos

de licenciamento para produções cinematográficas”. Para o segundo

de semestre de 2010, a marca antecipa um crescimento de 29%,

onde grande parte desta ambição terá por base “alguns produtos

inovadores” que serão introduzidos no mercado ao longo do segundo

semestre e, seguramente, irão reforçar os motivos de interesse asso -

ciados à marca dinamarquesa. A confirmar ao longo do etapa com -

ple mentar de 2010.

Page 40: Grande Consumo N.º 3-2010

40

TECNOL

OGIA

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

TEXTODuarte Cunha

Há dez anos online, o miau.pt é um exemplo de sucesso

de um portal de leilões feito e pensado por portugueses.

Com um registo de mais de 15 milhões de visitas

mensais, esta plataforma de e-commerce disponibiliza

uma oferta acima dos 95 mil artigos activos e conta com

um total de 613 mil utilizadores registados, reservando

algumas novidades aos seus utilizadores no ano do seu

décimo aniversário. Sofia Galvão, responsável de

Comunicação do miau.pt, traça as diferenças entre o

passado e o presente do site do “gato”.

Miauassinala 10.º aniversárioem dinâmica de crescimento

Page 41: Grande Consumo N.º 3-2010

41

TECNOL

OGIA

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

Grande Consumo - Que balanço faz dos anos que o miau.pt

leva como portal de leilões on-line?

Sofia Galvão - O miau.pt foi lançado a 10 Novembro de 2000

com o objectivo de ser o maior site nacional de leilões vocacionados

para o consumidor final, aproveitando dessa forma uma grande

oportunidade num mercado com elevados potenciais de cresci -

mento, tal como se veio a verificar. E é hoje um projecto de sucesso,

com resultados de que nos orgulhamos e que partilhamos com todos

os membros. No passado recente registámos mais de 700

transacções diárias e mais de 15 milhões de páginas vistas por mês,

atingimos a colocação do negócio 8 milhões no miau.pt, indicadores

estes que traduzem bem o sentido da forte dinâmica de crescimento.

Para este sucesso tem contribuído o incessante desenvolvimento de

novas funcionalidades e a aquisição de equipamentos mais avan -

çados, com o objectivo de melhorar as transacções e dar uma melhor

resposta às crescentes necessidades da nossa vasta comunidade.

Vamos continuar a apostar numa política de crescimento sustentado

e continuar a traçar os nossos objectivos, como sempre o temos feito,

de acordo com as exigências do mercado e as necessidades trans -

mitidas pela comunidade.

GC - O que se pode encontrar no miau.pt? Quais são os ti -

pos de artigo mais solicitados e procurados pelos inter -

nautas?

SG - O miau.pt dispõem de uma oferta de mais de 95 mil artigos

activos e pode-se encontrar um pouco de tudo, desde acessórios para

animais, peças de vestuário, automóveis, artigos de colecção, etc. En -

tre as categorias com maior expressão em termos de procura en -

contram-se os ‘Telefones e Acessórios’, ‘Informática’ e ‘Jogos e

Con solas’. O miau.pt conta actualmente com 23 categorias de

produtos.

GC - Quantos utilizadores registados têm neste momento?

SG - No final de Abril 2010, o número de utilizadores registados

ultrapassava os 613.000. Destes, estimamos que mais de 60%

estejam activos. Os que não estão activos, na sua grande maioria,

dispõem da situação regularizada junto do miau.pt, podendo a

qualquer momento voltar a transaccionar no portal.

GC - No seu entender, que aspectos fazem com que o

miau.pt se assuma como o maior site nacional de leilões

on-line?

SG - Uns dos principais aspectos que distingue o miau.pt da con -

corrência são as medidas de segurança. Nesta matéria, o miau.pt

tem mecanismos que permitem algumas garantias, nomeadamente

a verificação manual de todos os registos feitos no portal de forma

a garantir a veracidade dos dados e a maioridade dos utilizadores.

Por outro lado, procede-se também ao envio de uma carta para a

morada dos utilizadores, após o seu registo, com um Código de

Identificação Pessoal (PIN) para que o membro complete o processo

de registo e possa colocar os seus produtos à venda. Adicionalmente,

também damos importância aos aspectos que facilitam e simpli -

ficam a utilização do site do miau.pt por parte dos utilizadores

através da introdução de novas funcionalidades.

GC - O que ganha o operador em disponibilizar esta plata -

forma de e-commerce?

SG - O miau.pt é interessante para o vendedor porque lhe permite

aceder a um vasta comunidade de utilizadores. Esta capacidade de

agregar pessoas, remotamente, em torno da mesma negociação,

que é dinâmica e em que todos podem acompanhar em tempo, real

é um dos factores de sucesso do negócio. O que torna o miau.pt um

excelente canal de venda que pode complementar a oferta online

do próprio vendedor, a baixo custo e sem muito investimento por

parte do vendedor. O miau.pt cobra ao vendedor por cada artigo

vendido uma taxa de 4% sobre o valor final do negócio.

GC - Que melhorias foram introduzidas no seu funcio na -

mento ao longo dos dez anos que leva on-line?

SG - Foram introduzidas diversas melhorias a nível de funcio -

nalidades que disponibilizamos, entre outros, um robusto motor de

pesquisa, um completo directório de categorias e artigos em leilão,

diversos mecanismos de avaliação de desempenho de compradores

e ven dedores, gestão de conta pessoal, notificação por e-mail da

evo lução de leilões ou a possibilidade de programação de licitações

auto má ticas, uma ferramenta de colocação de negócios, ajuda no

formulário de colocação à venda, além de outros serviços com ple -

mentares, como por exemplo, a digitalização gratuita de fotografias.

GC - O e-commerce é uma realidade enraizada nos hábitos

de compra dos portugueses?

SG - O e-commerce já é um hábito de utilização pelos portugueses

e o mercado dos leilões em específico tem grande potencial de

crescimento em Portugal. O leilão electrónico, ou e-auction, apre -

sen ta-se como mais um canal que passa a estar disponível para

escoamento de produtos, para testar novos produtos e como uma

nova fonte de receitas e excelentes oportunidades de negócio. Maior

número de vendedores atrai maior número de compradores e vice-

versa, levando ao seu crescimento natural e sustentado. Em todos

os países, os leilões online têm demonstrado taxas de crescimento

muito elevadas e existem já inúmeros casos de exemplos de sucesso.

Portugal não é excepção. Na nossa perspectiva é um modelo de

negócio perfeitamente adaptado para a Internet, na medida em que

Page 42: Grande Consumo N.º 3-2010

tira partido das características únicas deste meio que

lhe permitem alcançar uma dimensão muito superior àquela que

os leilões tradi cionais representam.

GC - Os portugueses têm confiança nesta modalidade de

compra?

SG - A confiança neste tipo de compras têm aumentado com o

hábito de utilização, no entanto ainda se verifica muitas vezes a

pesquisa online por parte do utilizador para a compra de um produto

e depois preferir efectivar a compra na loja física pode vezes por causa

da desconfiança e da segurança da compra.

No caso dos leilões online, o miau.pt orgulha-se de ser a comunidade

de leilões que oferece as maiores garantias de segurança. Todos os re -

gistos feitos no miau.pt são verificados, no intuito de garantir a vera -

cidade dos dados e a maioridade dos utilizadores. Os pagamentos e

os restantes detalhes inerentes a cada negócio são combinados entre

os respectivos compradores e vendedores. O miau.pt coloca à dis po -

si ção dos seus membros uma plataforma de comércio elec tró nico que

permite o encontro entre os interessados em vender e em com prar.

GC - O pricing on-line é uma realidade dos mercados de

consumo nacionais? Partilha da opinião de que os

portugueses procuram, cada vez mais, informa-se sobre o

melhor preço antes de efectuar qualquer compra? Como se

reage perante esta realidade?

SG – Sim, é uma tendência. Os compradores online estão mais

ponderados no seu processo de compra e utilizam cada vez mais a

pesquisa entre sites de e-commerce e sites de comparação de preços

para a escolha final do processo de compra. Nos sites de leilões é

possível encontrar de tudo a preços que se podem considerar uns

verdadeiros “achados” traduzindo-se em oportunidades.

GC - Que novidades estão previstas para assinalar o

aniversário do site?

SG - Este ano o miau.pt iniciou um processo de renovação de

imagem e de reposicionamento no mercado que se irá estender até

ao seu aniversário. Exemplo disso é já a campanha de mudança de

imagem lançada em Março a introdução de novas funcionalidade,

assim como de um novo layout do site.

GC - A crise também chegou a este tipo de negócio?

SG - A crise não atingiu tanto o e-commerce como outros sectores.

No processo de compra os utilizadores utilizam a vertente online

para encontrar muitas vezes o preço mais barato para um produto

para economizar. Para além de que se nota por parte das empresas

uma aposta na sua oferta online que permite reduzir custos.

GC - Perspectivas de crescimento para este ano? Volume

de negócios estimado?

SG - Existe uma tendência de crescimento no mercado de e-com -

mer ce em Portugal e esperamos seguir essa tendência com o cres -

cimento de transacções no miau.pt em especial no período do Natal.

Assim aguardamos ter um crescimento na ordem dos 10% no

volume de negócios esperado.

TECNOLOGIA

N.º3/2010 | MAIO/JUNHO42

Page 43: Grande Consumo N.º 3-2010
Page 44: Grande Consumo N.º 3-2010

DOURO

VAZ DE CARVALHO

DOC BRANCO RESERVA 2007

Nota: 16,8

Imagem: 2

% 13

€ 7,80

Beber já ou guardar

Enólogo: Francisco Paiva, Gabriela Canossa

Castas: S/Inf

Produtor: António Carlos da Costa Vaz de

Carvalho +351 254 821 618

COR: Citrino, límpido.

AROMA: Complexo e distinto, fruta de polpa

branca, notas de pêra e marmelo

combinadas com ligeiro tostado e

posteriormente subtil floral.

SABOR: Fresco, com acidez agradável, notas

florais mais intensas, final persistente e

diferenciador.

VERDE

QUINTA DE AZEVEDO

DOC BRANCO 2009

Nota: 16,5

% 11

€ 4,00

Beber já

Enólogo: Manuel Vieira

Castas: Loureiro, Pedernã.

Produtor: Sogrape Vinhos +351 227 838

104

COR: Citrino jovem com bastantes laivos

esverdeados, brilhante.

AROMA: Jovem e exuberante, notas de

maracujá, ananás e casca de ostra a

conferir uma interessante mineralidade.

SABOR: Entra simples e directo, boa

acidez, notas tropicais a confirmar o nariz,

juventude e frescura são marcantes, deixa

um final harmonioso.

44

VINHOS

N.º3/2

010 |

MAIO/J

UNHO

Provadores: Gabriela Canossa, Osvaldo Amado, Marco Valente, José Sassetti. Prova cega

Paixão pelo Vinho – Wine Passion

DOURO

CASA AMARELA

DOC TINTO 2007

Nota: 17

% 13,5

€ 8,90

Beber já ou guardar

Enólogo: Jean-Hugues Gros

Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca,

Tinta Barroca, Tinta Amarela.

Produtor: Laura Maria Regueiro +351 254

666 200

COR: Granada pronunciado, límpido.

AROMA: Frutado intenso e notas florais

combinadas com tosta subtil.

SABOR: Equilibrado, com bom volume,

acidez correcta, taninos ainda muito duros

e secos a pedir mais tempo de garrafa,

termina longo e promissor.

VERDE

CASAL GARCIA

DOC ROSÉ 2009

Nota: 16,5

% 10,5

€ 3,30

Beber já

Enólogo: Manuel Soares

Castas: Vinhão, Azal Tinto, Borraçal.

Produtor: Aveleda – Soc. Agric. e Com.

+351 255 718 200

COR: Rosado vivo, límpido.

AROMA: Exuberante, intenso em notas de

cereja, groselha e flores.

SABOR: Fresco, jovem, com acidez no

ponto, frutado, deixa um final muito

elegante.

ALENTEJO

SENSES

REG TINTO 2008

Nota: 17,4

% 14

€ 6,60

Beber já ou guardar

Enólogo: Óscar Gato, Maria João Rosado

Castas: Touriga Nacional

Produtor: Adega Coop. Borba +351 268

891 660

COR: Intensa com notas violáceas bem

evidentes, límpido.

AROMA: Cassis a predominar, notas florais

complexantes, subtil vegetal seco,

interessante.

SABOR: Encorpado, com boa acidez,

taninos ainda vivos e secos a pedir mais

tempo de garrafa, final longo e persistente.

TEJO

QUINTA DA LAGOALVA

REG TINTO RESERVA 2008

Nota: 17,2

% 14

€ 6,15

Beber já ou guardar

Enólogo: Diogo Campilho, Pedro Pinhão.

Castas: Alfrocheiro, Cabernet Sauvignon,

Syrah.

Produtor: Soc. Agric. da Quinta da

Lagoalva de Cima +351 243 559 070

COR: Granada intensa com ligeiros tons

violáceos, límpido.

AROMA: Harmonioso; notas de frutos

vermelhos, amoras e mirtilos, ligeiro

láctico, tosta ligeira e subtil cacau.

SABOR: Redondo, com fruta bem

integrada, taninos vivos mas sedosos,

boa acidez, final persistente e elegante.

MINHO

VINHAS ALTAS

REG ROSÉ 2009

Nota: 17

% 11,5

€ 3,20

Beber já

Enólogo: Osvaldo Amado

Castas: Espadeiro

Produtor: Cavipor +351 255 711 621

COR: Rosado vivo, cristalino.

AROMA: Exuberante; notas de cereja,

mirtilo, framboesa e goiaba rosa a

predominar.

SABOR: Frutado, com frescura equilibrada,

agradável volume de boca, termina

persistente e elegante.

ALENTEJO

ESPORÃO

DOC TINTO RESERVA 2007

Nota: 18

% 14,5

€ 18,00

Beber já ou guardar

Enólogo: David Baverstock, Luís Patrão

Castas: Aragonez, Trincadeira, Cabernet

Sauvignon.

Produtor: Esporão +351 266 509 270

COR: Granada intensa, limpo.

AROMA: Excelente evolução; frutos

silvestres e de bago, subtil floral, notas de

chocolate combinadas com a baunilha,

elegante.

SABOR: Macio, volumoso, frutado intenso,

acidez correcta, taninos macios mas com

vigor, termina persistente e rico.

DOURO

CALLABRIGA

DOC TINTO 2007

Nota: 17,7

% 14

€ 15,00

Beber já ou guardar

Enólogo: Luís Sottomayor

Castas: Tinta Roriz, Touriga Nacional, Touriga

Franca.

Produtor: Sogrape Vinhos +351 227 838 104

COR: Granada intensa com ligeiros tons violeta.

AROMA: Muito bem casado. Frutos do bosque

macerados, madeira ligeira de excelente

qualidade, toque de chá e de especiarias.

SABOR: Potente, com boa untuosidade, acidez

equilibrada, taninos com garra mas sedosos,

frutos pretos intensos, deixa um final

prolongado.

ALENTEJO

MONTARIA

REG TINTO 2008

Nota: 17

% 13,5

€ 2,90

Beber já ou guardar

Enólogo: Sónia Martins, António Ventura.

Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira,

Aragonez.

Produtor: Parras Vinhos +351 262 770

000

COR: Granada carregado, denso.

AROMA: Complexo, compota de frutos

pretos bem evidente, ligeiro toque de

especiarias a enriquecer o conjunto.

SABOR: Fruta jovem combinada com

cassis e amora bem maduros, taninos bem

domados, boa acidez, final persistente e

interessante.

Page 45: Grande Consumo N.º 3-2010

45

VINHOSN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Pomares Tinto 2008surpreendeA qualidade do Pomares Tinto 2008

foi mais uma vez reconhecida. No

Decanter World Wine Awards 2010,

este vinho da Quinta Nova de N. S.

Carmo, foi distinguido com uma

medalha de prata que acrescenta à

óptima pontuação (90 pontos) que

Jamie Goode já tinha atribuído em

prova na Wineanorak.

A Quinta Nova de Nossa Senhora do

Carmo lançou a nova imagem da

gama Pomares no primeiro trimestre

deste ano, visando enaltecer a sua

qualidade e a internacionalização

desta marca.

Este lote Pomares da colheita 2008,

com uma presença forte das castas

Tinta Roriz e Touriga Franca e com

ligeiro toque de Touriga Nacional,

estagiou parcialmente em barricas de

carvalho francês e americano durante

seis meses, apresentando carácter

frutado e sedutor,

reforçando assim o

seu bom posicio -

namento nas ver ten -

tes

imagem/quali -

dade/preço. PVP:

5,90€.

Douro Family EstatesgalardoadaOs vinhos Douro Family Estates (DFE)

acabam de conquistar uma Grande

Medalha de Ouro e uma Medalha de

Ouro no Concours Mondial de Vins de

Bruxelles, um dos mais prestigiados

concursos internacionais de vinhos.

Uma das quintas DFE, a Quinta dos

Poços, arrecadou também uma

medalha de ouro e outra de prata.

A atribuição da Grande Medalha de

Ouro é particularmente relevante:

entre os 6 mil vinhos de todo o mundo

que estiveram em competição, foram

distinguidos com esta medalha apenas

69 vinhos, cinco dos quais

portugueses. Este é um importante

reconhecimento da qualidade dos

vinhos Douro Family Estates (DFE),

um projecto que acaba de ser lançado

no Alto Douro vinhateiro e cujos

primeiros vinhos estão agora a chegar

ao mercado nacional e internacional.

O DFE Signature

2007 DOC Douro

tinto (Grande

Medalha de Ouro) e

o DFE Premium

2007 DOC Douro

tinto (Medalha de

Ouro) foram os

néctares

premiados deste

inovador projecto

duriense,

enquanto, por sua

vez, a Quinta dos

Poços viu o

Reserva 2005

DOC Douro tinto

ganhar a Medalha

de Ouro enquanto

o Grande Reserva

2005 DOC Douro

tinto reclamou a

Medalha de Prata.

Ao todo, foram

premiados com Medalhas de Ouro 11

vinhos da Região Demarcada do Douro,

que tem vindo a conquistar cada vez

mais atenções a nível internacional.

Torres abre nicho emPortugal A Vinalda disponibiliza no mercado

nacional o primeiro vinho sem álcool

da Torres, o Natureo, que vem, assim,

abrir um novo nicho de consumo em

Portugal. Com apenas 0,5 graus de

álcool e elaborado a partir da casta

Moscatel, o Natureo distingue-se por

ser produzido através do inovador

sistema Spinning Cone Column, que

lhe permite manter o sabor e aromas

característicos do vinho. Feito a

pensar em todos aqueles que não

podem consumir bebidas alcoólicas,

mas apreciam vinho,

o Natureo não deixa,

contudo, de ter um

perfil feminino uma

vez que apresenta

apenas 19 quilo-

calorias, ou seja

possui um teor

calórico muito menor quando

comparado com os vinhos

tradicionais que rondam as 90 quilo-

calorias.

O Natureo apresenta-se como um

vinho muito fresco, com aromas

intensos de pêssego, maçãs verdes e

citrinos. Excelente como aperitivo, a

nova proposta da Torres acompanha

bem pratos de peixe, marisco e

moluscos. Servir à temperatura de 7

a 9ºC.

Durante o encontro aos media foi

ainda apresentado o Ibéricos 2007, o

primeiro projecto da Torres na região

de La Rioja. Este é um vinho

produzido a partir da casta

Tempranillo e adequado para

acompanhar carnes assadas,

guisados, queijos curados ou

enchidos.

CARMIM apresentaMonsaraz PremiumA CARMIM apresenta a colheita

2008 do Monsaraz Premium Tinto, o

novo topo de gama da empresa, com

uma quantidade limitada de 15.000

garrafas.

Trata-se de um

néctar obtido a

partir de uvas

provenientes de

vindima manual,

descarregadas

imediatamente

após a sua

recepção,

desengaçadas

e esmagadas.

A

fermentação

alcoólica

decorre em

cuba inox,

após a qual, o

vinho realiza

a fermen -

tação

maloláctica

em barricas

de carvalho

francês, nas

quais estagia

poste rior men -

te durante 8 meses. Após este

período cumpriu 3 meses de estágio

em garrafa.

Posteriormente, este Alicante

Bouschet complementado com

outras castas DOC Reguengos é

engarrafado, apresentando um

aspecto retinto com aromas de frutos

pretos e algumas notas florais, de

cacau e café. Na boca é denso,

profundo, com um prolongado final

de prova.

Para consumo imediato, ou deixá-lo

em estágio 6 a 8 anos, este vinho da

Carmim é parceiro de pratos de caça,

carnes de porco grelhadas ou assadas

e queijos de cura, devendo ser

consumido à temperatura de 16-

18ºC. PVP recomendado: 25 €.

Page 46: Grande Consumo N.º 3-2010

46

VINHOSN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Terras do Sado

Localizada no Torrão, a Herdade da Soberana é um dos bons exemplos da riqueza do

sector vitivinícola nacional. Com uma produção reduzida e um portfólio composto somente

por néctares tintos, a sociedade Soberanas é a prova de de que os perfis dos vinhos nem

sempre obedecem ao definido pelos cânones. Em causa está uma produção de Terras do

Sado que rivaliza com os melhores vinhos alentejanos. Com o seu sabor soberano.

SOBERA

TEXTOBruno Farias

FOTOSSara Matos

sabor das

Page 47: Grande Consumo N.º 3-2010

A denominação é Terras do Sado, o sabor de um Alentejo de ex ce -

lência, em qualquer uma das suas – poucas - referências. Em poucas

palavras, resume-se assim o que é o projecto Soberanas, um dos bons

exemplos da capacidade produtiva vitivinícola nacional, equacionado

e concretizado com metas bem delineadas e sem procurar correr atrás

do lucro imediato ou de volumes massivos de comercialização.

Oneroso? Sem dúvida. Preconceituoso? Não, de todo, pelo menos até

se experimentar cada um dos néctares que a casa de Franklim Ferro

Jorge tem para nos oferecer. XS, Soberana e S de Soberanas são as

marcas que compõem o seu actual portfólio, elementos repre sen ta -

tivos de uma produção que não excede a quota anual das 90 mil

garrafas e em que cada um dos vinhos apenas é comercializado após

uma “sesta” de três anos, independentemente do seu posicio na men -

to. “Desde que considerámos entrar neste mercado, pensámos sempre

em ter qualidade, esta foi a nossa linha orientadora desde o início e

penso que, anos volvidos, não nos afastámos dessa premissa”,

começa por explicar Franklim Ferro Jorge, proprietário da Sociedade

Agro-Pecuária das Soberanas.

E o resultado final fala por si. Aproximadamente quatro anos volvidos

após o primeiro néctar lançado no mercado são inúmeras as menções

honrosas e medalhas conquistadas por este “novo” Terras do Sado,

região da qual apenas bebeu a denominação geográfica, uma vez que

se as vinhas estão administrativamente localizadas na região abraçada

por este importante rio português, já o perfil dos vinhos e as suas

características organolépticas não deixam dúvida quanto à sua

verdadeira identidade: o esquecido e, hoje, valorizado Alentejo. É que,

na verdade, a exploração agrícola que dá corpo a este projecto agro-

pecuário está situada no Torrão, terra de bom pão e gente simpática,

no limite do concelho de Alcácer do Sal, cujos solos areno-argilosos

nutrem as castas que dão origem aos néctares aqui produzidos.

Nomeadamente, Tinta Caiada, Alfrocheiro, Aragonês, Trincadeira e

Alicante Bouschet, a base de todos os blends que compõem a gama

das Soberanas, não se registando, até à data, a existência de nenhum

néctar monocasta, ou, numa perspectiva de portfólio mais simples,

de nenhum vinho branco. “Claro que já pensámos em ter uma refe -

rência de vinho branco, não quer dizer que não possa vir a acontecer,

mas para que se concretize terá que haver a garantia de que essa

proposta vai de encontro ao prestígio dos vinhos da So be rana, em

qualquer uma das suas referências. Quando as condições estiverem

reunidas nesse sentido, poderemos pensar em colocar uma referência

de vinho branco no mercado. Até lá, a aposta continua nos vinhos

tintos, como foi a nossa aposta inicial e cuja linha temos seguido até

aqui, mas, seja como for, será sempre numa quantidade muito

limitada”, acrescenta.

47

VINHOS

N.º3/2010 | MAIO/JUNHO

Com o auxílio do enólogo Paulo Laureano, a sociedade Soberanas

tem disponível no mercado as colheitas 2004 e 2005 do S de Sobe -

ranas e 2004 do Soberana, tendo, agora, lançado o que generica -

mente se chamaria de “entrada de gama” - o XS 2006, lançado em

finais de 2009 - mas cujo perfil elaborado e complexo, em conjunto

com uma imagem apelativa e moderna, faz com que esteja bem

cotado dentro do segmento de mercado a que se dirige: vinhos abaixo

dos 9€. “O resultado é um vinho fresco e elegante, com corpo e

estrutura dos vinhos alentejanos que pensamos não ficar aquém de

nenhuma das nossas outras propostas, uma vez que é na vinha que

todo este processo começa e temos o cuidado de saber o que que -

remos, ao apostar na concentração da uva e num acompanhamento

cuidado de todo o ciclo produtivo. Optámos pelas castas portuguesas,

o Alicante Bouschet - hoje, praticamente uma casta portuguesa pelo

seu volume de utilização - e em trabalhar com carvalho francês para

estagiar os vinhos. Estas foram as nossas linhas mestras”.

O facto de ter também disponível adega própria foi, igualmente, um

passo importante para a elevação dos néctares da sociedade Sobe -

ranas, que desde a sua primeira colheita tem vindo a elevar a qualidade

média das suas propostas e cimentar a sua posição como produtor de

qualidade. O que se deve, como já se disse, à forte aposta no trabalho

desenvolvido na vinha, mas também à sua localização privilegiada,

cuja influência marítima (Oceano Atlântico apenas a 30 km) confere-

-lhe uma frescura, elegância e leveza únicas, dignas dos melhores

vinhos alentejanos com que facilmente são comparados. Perdendo,

geralmente, nas críticas da imprensa especializada pela denominação

de origem, infelizmente, considerada, de menor valia quando compa -

rada com outras mais “nobres” do nosso Portugal vinhateiro. Conside -

rações à parte, a verdade dos factos é que, não só pelas medalhas e

menções já conquistadas, como, acima de tudo, pelo feedback do

consumidor final, Franklim Ferro Jorge é um produtor com o resultado

desta pequena grande herdade de 370 hectares localizada entre o

Torrão e Ferreira do Alentejo, que reúne no perfil dos seus vinhos o

melhor de dois mundos.

ANO

Page 48: Grande Consumo N.º 3-2010

Em termos de distribuição

numérica, os vinhos da sociedade

Sobera nas estão presentes em todos

os canais de comercialização nacionais,

onde contam com o apoio de um

distribuidor para as negociações com as grandes superfícies, assumindo

a estrutura comercial da em presa a responsabilidade pela sua

introdução nos restantes canais de comercialização. Ainda assim, e

traço comum a este sector da produ ção nacional, é na exportação que

a Soberanas encontra o seu principal leque de clientes (55% do total

produzido), encontrando-se act ualmente a exportar para Brasil, Hong

Kong, Singapura, Alemanha, Japão, Polónia, Macau e Angola. Processo

de internacionalização que tem como ponto alto, além dos vários

prémios já conquistados, o fornecimento de 12 mil garrafas do tinto

Soberana 2004 à prestigiada companhia área asiática Cathay Pacific

Airways. “Temos uma política bastante rigorosa no que diz respeito

à introdução dos novos vinhos em determinados circuitos comerciais,

uma vez que temos uma política de preços bastante rígida e que não

contempla oscilações do preço proposto. Este aspecto tem-se

revelado, por um lado, prejudicial ao ritmo da velocidade de mercado

em determinados canais de comercialização, mas, por outro lado,

temos a segurança e a garantia daquilo que estamos a propor aos

retalhistas e, por sua vez, ao con sumidor. Razão pela qual somos

rigorosos no processo de negociação, ainda que conscientes da

importância que as grandes superfícies comerciais têm na venda de

vinhos em Portugal, que, arrisco-me a dizer, deverá representar,

actualmente, cerca de 70% do consumo efectuado a nível nacional”,

analisa Ferro Jorge, proprietário da Sociedade Agro-Pecuária das

Soberanas.

Qualidade e disponibilidade de preço são, assim, os grandes argu men -

tos que a Soberanas tem para oferecer ao mercado nacional e inter -

nacional, resumindo nos seus três néctares, XS, Soberana e S de

Sobe rana, todo o trabalho desenvolvido na adega e na vinha, que têm

levado a que a sua curta existência se traduza numa história de su -

cesso. Em português, ou a prova de que, por vezes, “small is beautiful”.

48

VINHOSN.º3/2010 | MAIO/JUNHO

PRINCIPAIS PRÉMIOS

Soberana 2004

- Medalha de Ouro e Prémio de Excelência no VI Concurso de Vinhos da

Península de Setúbal (Novembro 2006)

- Medalha de Ouro, Mondial de Bruxelles 2007 (Abril 2007), Bélgica.

- Medalha de Ouro, Mundus Vini International Weinakademie (Agosto

2007), Alemanha

- Medalha de Prata, World Wine Awards Decanter 2008 (Maio de

2008), Inglaterra

- Medalha de Ouro no Concurso Sélections Mondiales des Vins (Junho

2008), Canadá

- Medalha de Bronze, Japan Wine Challenge 2008 (Julho 2008), Japão

S de Soberanas 2004

- Concurso a Escolha da Imprensa (Novembro 2007), Lisboa

- Prémio de Excelência (Fevereiro 2008), Porto

- Medalha de Ouro, Vinalies Internationales (Março 2008), França

- Medalha de Prata, International Wine Challenge 2008 (Abril 2008),

Inglaterra

- Medalha de Bronze, World Wine Awards Decanter 2008 (Maio 2008)

- Medalha de Ouro, Sélections Mondiales des Vins (Junho 2008),

Canadá

- Medalha de Prata, Mundus Vini Internationl Weinakademie (Agosto

2008), Alemanha

Page 49: Grande Consumo N.º 3-2010
Page 50: Grande Consumo N.º 3-2010

Num ano em que o mercado de equipamentos

de movimentação de cargas se encontra a perder

volumes na ordem dos 46,7%, a Linde Material

Handling apresenta a sua mais recente gama de

veículos, cuja particularidade é o facto de se situar entre o porta-

paletes manual e o eléctrico. Com este desenvolvimento, a Linde

oferece uma solução altamente inovadora para o crescente

número de entregas feitas em percursos urbanos. O tráfego de

veículos, as ruas estreitas e os obstáculos colocados pelos pas -

seios e estacionamento podem dificultar a entrega de mercado -

rias para as lojas, restaurantes e supermercados. Além disso, há

passeios, rampas e patamares que se têm de ultrapassar.

O novo CiTi Truck da Linde elimina o esforço manual e converte

a entrega de mercadorias numa tarefa fácil e cómoda. Trata-se de

um veículo compacto, adequado para pequenas cargas paleti za -

das até 500 kg, cujo design tubular apresenta um peso inferior a

100Kg, uma preciosa ajuda para ultrapassar, sem esforço, todos

os obstáculos a uma altura de 70 mm, por

exemplo, passeios e rampas. Esta característica

deve-se às suas rodas exclusivas e inovadoras,

especialmente concebidas para este fim. A roda

grande de borracha e as duas rodas basculantes de carga

permitem que este inovador porta-paletes passe por cima dos

obstáculos. Além disso, as rodas e rolos minimizam o ruído, o que

acaba por ser um benefício real para os vizinhos quando se trata

de fazer as entregas nas primeiras horas da manhã no centro da

cidade, com o seu poderoso motor de elevação a permitir

ultrapassar alturas com declive até 8%.

O motor é accionado por uma bateria de hidrato metálico de ní -

quel recarregável 36 volts, máx. 15 Ah, que oferece uma auto -

no mia de duas horas de operação contínua, equivalente a um

desempenho total de um dia inteiro. A mudança da bateria é feita

em menos de um minuto, num processo verdadeiramente sim -

ples e intuitivo. À semelhança da sua direcção, que por intermé -

dio do joystick bi-direccional “EasyControl” faz com que os

controlos de direcção para transporte, elevação e descida, sejam

ergonómicos para um mais fácil manuseamento.

Mais rapidez, segurança e conforto de utilização e menores

custos associados à cadeia de abastecimento são a promessa da

Linde Material Handling, cuja sucursal ibérica foi recentemente

distinguida com a certificação ISO 9001, prova da qualidade do

sistema de gestão da Linde em Portugal.

50

A FECHAR

N.º3/201

0 | MAIO

/JUNHO

A Linde Material Handling apresenta o

revolucionário CiTi Truck: um porta-

paletes que facilitará a entrega de

mercadorias até ao “último

quilómetro”. Com um mínimo de

esforço, o operador poderá

movimentar cargas até 500 kg e

manobrar de forma confortável e

segura em espaços muito reduzidos,

como a caixa de um veículo de

mercadorias e ultrapassar com

facilidade rampas e lancis. Os

percursos urbanos não serão os

mesmos.

CiTi Truckrenova

distribuição urbana

Page 51: Grande Consumo N.º 3-2010
Page 52: Grande Consumo N.º 3-2010