GRELHA 02CHAUI, Marilene. Convite à Filosofia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO Disciplina: Teoria da Pesquisa Docentes: JOMARIA DA MATA LIMA ALLOUFA, Dra DINAH DOS SANTOS TINÔCO, Dra Discente: Fernando André Tavares de Menezes GRELHA DE LEITURA CHAUI, Marilene. Convite à Filosofia – SP: Editora Ática, 2004 ( unidade 4 ) O Conhecimento IDEIAS - CONTEÚDO TÓPICOS PARA A ESTRUTURA DO TEXTO CAPÍTULO 1 – A PREOCUPAÇÃO COM O CONHECIMENTO os primeiro filósofos ocupavam-se com a origem do mundo o Kosmo, daí a filosofia nascente tornou-se ontológica. Por isso, considera-se que os primeiros filósofos não se preocupavam com o conhecimento quanto conhecimento, isto é se eles poderiam conhecer ou não o Ser. Para Heráclito de Éfiso, a preocupação com o conhecimento é relacionada com a Natureza, no qual tudo se transforma no seu contrário, sendo a harmonia dos contrários, que cessam de transformar uns nos outros. Parmênides de Eléia, só pode pensar nas coisas que são coisas, pois como pensar nas coisas que é e não é ao mesmo tempo, pensar é dizer que um ser é sua identidade profunda e permanente com isso ele tinha uma posição oposta de Heráclito. A teoria do conhecimento no seu todo realiza-se como reflexão do entendimento 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Disciplina: Teoria da PesquisaDocentes: JOMARIA DA MATA LIMA ALLOUFA, DraDINAH DOS SANTOS TINÔCO, Dra

Discente: Fernando André Tavares de Menezes

GRELHA DE LEITURA

CHAUI, Marilene. Convite à Filosofia – SP: Editora Ática, 2004 ( unidade 4 )O Conhecimento

IDEIAS - CONTEÚDO TÓPICOS PARA A ESTRUTURA DO TEXTOCAPÍTULO 1 – A PREOCUPAÇÃO

COM O CONHECIMENTOos primeiro filósofos ocupavam-se com a origem do mundo o Kosmo, daí a filosofia nascente tornou-se ontológica. Por isso, considera-se que os primeiros filósofos não se preocupavam com o conhecimento quanto conhecimento, isto é se eles poderiam conhecer ou não o Ser.Para Heráclito de Éfiso, a preocupação com o conhecimento é relacionada com a Natureza, no qual tudo se transforma no seu contrário, sendo a harmonia dos contrários, que cessam de transformar uns nos outros.Parmênides de Eléia, só pode pensar nas coisas que são coisas, pois como pensar nas coisas que é e não é ao mesmo tempo, pensar é dizer que um ser é sua identidade profunda e permanente com isso ele tinha uma posição oposta de Heráclito.A teoria do conhecimento no seu todo realiza-se como reflexão do entendimento e baseia-se num pressuposto fundamental: o de que somos seres racionais conscientes. A consciência psicológica ou o eu é formada por nossas vivências. Do ponto de vista ético e moral, a consciência é a espontaneidade livre e racional, para escolher, deliberar e agir conforme a liberdade, aos direitos alheios e ao dever. Do ponto de vista político, a consciência é o cidadão, isto é, tanto o indivíduo situado no tecido das relações sociais. Do ponto de vista da teoria do conhecimento, a consciência é uma atividade sensível e intelectual dotada do poder de análise, síntese e representação.Embora a subjetividade se manifeste plenamente como uma atividade que sabe de si mesma, isso não significa que

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a consciência esteja sempre inteiramente alerta e atenta. De um modo geral, distinguem-se os seguintes graus de consciência: consciência passiva, consciência vivida consciência ativa e reflexiva.

CAPÍTULO 2 – A PERCEPÇÃO O conhecimento sensível também é chamado de conhecimento empírico ou experiência sensível e suas formas principais são a sensação e a percepção. Duas grandes concepções sobre a sensação e percepção fazem parte da tradição filosófica: a empirista e a intelectualista.Para os empiristas, a sensação e a percepção dependem das coisas exteriores, das experiências, cada sensação é independente das outras e cabe à percepção unificá-las e organizá-las numa síntese. Enquanto os intelectuais, a sensação e a percepção dependem do sujeito do conhecimento e a coisa exterior é apenas a ocasião para que tenhamos a sensação ou a percepção. Na fenomenologia e Gestalt, porém, mostram que não há diferença entre sensação e percepção porque nunca temos sensações parciais, pontuais ou elementares.Do ponto de vista das teorias do conhecimento, há três concepções principais sobre o papel da percepção: nas teorias empiristas, a percepção é a única fonte de conhecimento, estando na origem das ideias abstratas formuladas pelo pensamento; nas teorias racionalistas intelectualistas, a percepção é considerada não muito confiável para o conhecimento porque depende das condições particulares de quem percebe e está a ilusões; na teoria fenomenológica do conhecimento, a percepção é considerada originária e parte principal do conhecimento humano ela sempre se realiza por perfis ou perspectivas, isto é, nunca podemos perceber de uma só vez um objeto.

CAPÍTULO 3 – A MEMÓRIA A memória é uma evocação do passado. É a capacidade humana de reter e guardar o tempo que se foi, salvando-o da perda total. Prost, como para alguns filósofos a memória é a garantida da própria identidade, podendo se dizer "EU". Ela é uma forma de percepção interna chamada introspecção.Os antigos gregos consideravam a memória uma identidade sobrenatural ou divina. Em nossa sociedade, a memória é valorizada e desvalorizada. É valorizada como multiplicação dos meios do registro e gravação dos fatos. É desvalorizada porque não é considerada uma capacidade essencial para o conhecimento.O filósofo francês distingue dois tipos de memória: a memória-habito; a memória pura. A primeira é um automatismo psíquico que adquirimos pela repetição contínua de alguma coisa. Enquanto a segunda A memória

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pura ou a memória propriamente dita é aquela que não precisa da repetição para conservar uma lembrança.Do ponto de vista da teoria do conhecimento, a memória possui as seguintes funções: retenção de um dado da percepção, da experiência ou de um conhecimento adquirido; reconhecimento e produção do dado percebido, experimentado ou conhecido numa imagem; recordação ou reminiscência de alguma coisa; capacidade para evocar o passado a partir do tempo presente.

CAPÍTULO 4 – A IMAGINAÇÃO A imaginação é tomada como uma espécie de suposição sobre as coisas futuras, uma espécie de previsão ou de alerta sobre o que poderá ou poderia acontecer como consequência de outros acontecimentos, por isso ela poderá ser criadora e reprodutora.A tradição filosófica sempre deu prioridade à imaginação reprodutora, considerada como um resíduo do objeto percebido que permanece retido em nossa consciência.Para os empiristas, por exemplo, falam das imagens como reflexos mentais das percepções ou das impressões. Os filósofos intelectualistas também consideravam a imaginação uma forma enfraquecida da percepção e, por considerarem a percepção a principal causa de nossos erros.A fenomenologia fala na consciência imaginativa como uma forma de consciência diferente da percepção e da memória, tendo como ato o imaginar e como conteúdo, ou correlato, o imaginário ou o objeto-em-imagem, pela imaginação, relacionamo-nos com o ausente e com o inexistente, graças a ela abre-se para nós o tempo futuro e o campo dos possíveis.Do ponto de vista da teoria do conhecimento, a imaginação possui duas faces: a de auxiliar precioso para o conhecimento da verdade e a de perigo imenso para o conhecimento verdadeiro

CAPÍTULO 5 – A LINGUAGEM A linguagem em sentido amplo é constituída de quatro fatores fundamentais: fatores físicos; fatores socioculturais; fatores psicológicos; fatores linguísticos propriamente ditos.Esses fatores nos dizem por que existe linguagem e como ela funciona, mas não nos dizem o que é a linguagem. É a perspectiva fenomenológica que nos orienta para sabermos não só que é linguagem, mas também qual o papel fundamental no conhecimento: a linguagem não é um mecanismo psicomotor; a linguagem não é simples relação binária entre signo e coisa; a linguagem não traduz pensamento; a linguagem é uma forma de nossa experiência de seres; a linguagem cria, interpreta e decifra significação.

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CAPÍTULO 6 – O PENSAMENTO O pensamento é essa curiosa atividade na qual saímos de nós mesmos sem sairmos de nosso interior. o célebre "Penso, logo existo" (Cogito, ergo sum), de Descartes, e a definição do homem como "caniço pensante", feita por Pascal. Aqui, pensar e pensamento indicam a própria essência da natureza humana.A necessidade de um método, a palavra método vem do grego, métodos, composta de meta: através de, por meio de, e de hodos: via, caminho. Usar um método é seguir regular e ordenadamente um caminho através do qual uma certa finalidade ou um certo objetivo é alcançado. No caso do conhecimento, é o caminho ordenado que o pensamento segue por meio de um conjunto de regras e procedimentos racionais, com três finalidades: conduzir à descoberta de uma verdade até então desconhecida; permitir a demonstração e a prova de uma verdade já conhecida; permitir a verificação de conhecimentos para averiguar se são ou não verdadeiros. O método é, portanto, um instrumento racional para adquirir, demonstrar ou verificar conhecimentos.A fenomenologia de Husserl e com a corrente do pensamento conhecida como estruturalismo, considera-se que cada campo do conhecimento deva ter seu método próprio, determinado pela natureza do objeto, pela forma como o sujeito do conhecimento pode aproximar-se desse objeto e pelo conceito de verdade que cada esfera do conhecimento define para si própria.E o mito, escreve Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal. O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos produz a explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e sobre os humanos.O pensamento conceitual, lógico ou racional, opera de acordo com os princípios de identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente e causalidade; distingue verdades de fato e verdades de razão; diferencia intuição, dedução, indução e abdução; distingue análise e síntese; diferencia reflexão e verificação, teoria e prática, ciência e técnica.

CAPÍTULO 7 – A CONSCIÊNCIA PODE CONHECER TUDO?

Na teoria do conhecimento distingue o Eu, a pessoa, o cidadão e o sujeito, assim como distinguindo graus de consciência, tem como centro a figura do sujeito do conhecimento, na qualidade de consciência de si reflexiva

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ou atividade permanente racional que conhece a si mesma, porém, se o sujeito do conhecimento descobrir que a consciência possui mais um grau, o inconsciente.O inconsciente, diz Freud, não é o subconsciente. Este é aquele grau de consciência como consciência passiva e consciência vivida não-reflexiva, podendo tornar-se plenamente consciente. O inconsciente, ao contrário, jamais será consciente diretamente, podendo ser captado apenas indiretamente e por meio de técnicas especiais de interpretação desenvolvidas pela psicanálise.A consciência é frágil, mas é ela que decide e aceita correr o risco da angústia e o risco de desvendar e decifrar o inconsciente. Aceita e decide enfrentar a angústia para chegar ao conhecimento: somos um caniço pensante.E a alienação? A alienação é o fenômeno pelo qual os homens criam ou produzem alguma coisa, dão independência a essa criatura como se ela existisse por si mesma e em si mesma, deixam-se governar por ela como se ela tivesse poder em si e por si mesma, não se reconhecem na obra que criaram, fazendo-a um ser-outro, separado dos homens, superior a eles e com poder sobre eles.A alienação se exprime numa "teoria" do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade. Por seu intermédio, são imaginadas explicações e justificativas para a realidade tal como é diretamente percebida e vivida.O senso comum aparece no caso da "explicação" da pobreza, em que o pobre é pobre por sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina ou por inferioridade natural. Esse senso comum social, na verdade, é o resultado de uma elaboração intelectual sobre a realidade, feita pelos pensadores ou intelectuais da sociedade – sacerdotes, filósofos, cientistas, professores, escritores, jornalistas, artistas -, que descrevem e explicam o mundo a partir do ponto de vista da classe a que pertencem e que é a classe dominante de uma sociedade. Essa elaboração intelectual incorporada pelo senso comum social é a ideologia.A ideologia não é o resultado de uma vontade deliberada de uma classe social para enganar a sociedade, mas é o efeito necessário da existência social da exploração e dominação, é a interpretação imaginária da sociedade do ponto de vista de uma única classe social.

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