Guia para professor: apoio pedag³gico ao trabalho de leitura e escrita

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BR/2016/PI/H/4 – Guia do professor: apoio pedagógico ao trabalho de leitura e escrita

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SUMÁRIO1. MENSAGEM AO PROFESSOR ................................................................................................................................... 7

2. PENSANDO NA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................ 11

2.1. A concepção do ato de contar histórias .......................................................................................... 11

2.2. A concepção de literatura ............................................................................................................... 12

2.3. Como a literatura dialoga com a contação de histórias para mediar conflitos? ............................. 13

3. SINOPSE DAS OBRAS .............................................................................................................................................. 17

3.1. Um mar de gente ............................................................................................................................ 17

3.2. Cabelo com jeito diferente ............................................................................................................. 17

3.3. A zebrinha preocupada ................................................................................................................... 18

3.4. A viagem de Filomena..................................................................................................................... 18

3.5. História de dois lados ...................................................................................................................... 19

3.6. Coisas que a gente gostaria de dizer ............................................................................................... 19

3.7. A Invenção de Hugo Cabret ............................................................................................................ 20

3.8. O que fazer? Falando de convivência .............................................................................................. 21

4. CADERNO DE ATIVIDADES ..................................................................................................................................... 23

4.1. Apresentação .................................................................................................................................. 23

4.2. Pensando nas Atividades – Ensino Fundamental anos iniciais ....................................................... 24

4.2.1. Livro: Um mar de gente .................................................................................................... 24

Atividade 1: Nossos sonhos ......................................................................................................... 24

Atividade 2: Quanta gente existe aqui! ........................................................................................ 25

Atividade 3: Todo mundo tem profissão? .................................................................................... 25

Atividade 4: O que existe além do Rio de Janeiro? ...................................................................... 25

Atividade 5: Que delícia de mar! ................................................................................................. 26

4.2.2. Livro: A zebrinha preocupada ........................................................................................... 26

Atividade 1: Eu sou tão diferente! ............................................................................................... 26

Atividade 2: Sou diferente, sim! E daí? ........................................................................................ 26

Atividade 3: Somos todos amigos ................................................................................................ 27

Atividade 4: Vivendo as diferenças .............................................................................................. 27

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4.2.3. Livro: Cabelo com jeito diferente ..................................................................................... 28

Atividade 1: O que não gosto em mim ....................................................................................... 28

Atividade 2: Por que tem gente que não respeita as regras de convivência? ............................. 28

Atividade 3: Uma campanha diferente ....................................................................................... 29

Atividade 4: Passeando pela comunidade e descobrindo as diferenças ..................................... 29

4.2.4. Livro: A viagem de Filomena............................................................................................. 29

Atividade 1: Criando Quadrinhos ................................................................................................ 29

Atividade 2: Percorrendo o caminho de Filomena ..................................................................... 30

Atividade 3: Vamos cantar para sonhar? .................................................................................... 30

Atividade 4: Conte sua história ................................................................................................... 30

4.2.5. Livro: História de dois lados ............................................................................................. 31

Atividade 1: De que lado você está? ........................................................................................... 31

Atividade 2: Eu já estou crescendo ............................................................................................. 31

Atividade 3: Vamos entrevistar pessoas na escola e em nossa comunidade? ............................ 31

Atividade 4: Quando eu crescer .................................................................................................. 32

4.2.6. Livro: Coisas que a gente gostaria de dizer ..................................................................... 32

Atividade 1: Meus pais se separaram. E agora? .......................................................................... 32

Atividade 2: O que eu gostaria de dizer aos meus pais? ............................................................. 33

Atividade 3: Como é minha família? ........................................................................................... 33

Atividade 4: Um cartão para os meus pais ................................................................................. 34

4.3. Pensando nas Atividades - Ensino Fundamental anos iniciais ...................................................... 34

4.3.1. Livro: A invenção de Hugo Cabret ................................................................................... 34

Atividade 1: Cinema estático na parede ..................................................................................... 34

Atividade 2: Uma viagem a Paris ................................................................................................ 34

Atividade 3: Construindo uma maquete da estação de trem e da torre do relógio ................... 34

Atividade 4: Produzindo seu filme .............................................................................................. 35

Atividade 5: Produzindo seu próprio autômato.......................................................................... 35

Atividade 6: Teatro na Escola ...................................................................................................... 35

Atividade 7: E se o Hugo Cabret fosse Brasileiro? ....................................................................... 35

Atividade 8: Concurso de Rimas ................................................................................................. 35

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Atividade 9: Relógio de Hugo Cabret .......................................................................................... 35

Atividade 10: Blog de Resumos .................................................................................................. 35

4.3.2. Livro: O que fazer? Falando de convivência .................................................................... 36

Atividade 1: Flash Mob (mobilização rápida) .............................................................................. 36

Atividade 2: Manual de boa convivência .................................................................................... 36

Atividade 3: Linha de familiaridades (dinâmica do filme “Escritores da liberdade”) .................. 36

Atividade 4: Campanha na Internet ............................................................................................ 36

Atividade 5: Produzindo um minidocumentário ......................................................................... 36

Atividade 6: Farmácia de Pensamentos ...................................................................................... 37

Atividade 7: Grafitagem no Muro ............................................................................................... 37

Atividade 8: Escolhas dos Habitantes do Futuro ......................................................................... 37

Atividade 9: Cápsula do Tempo .................................................................................................. 37

Atividade 10: Bolhas de Pensamento ......................................................................................... 37

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................. 38

Anexo 1 - O Programa Escolas do Amanhã .............................................................................................................. 39

Anexo 2 - Modelo para Atividade 1: Nossos sonhos ................................................................................................ 40

FICHA TÉCNICA .......................................................................................................................................................... 41

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Desde 2009, com o início do Programa Escolas do Amanhã ― uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e a Unesco para o atendimento a 155 escolas localizadas em áreas conflagradas ―, busca-se trazer um diferencial para alunos professores e comunidades por meio da implantação de ações e estratégias efetivas focadas na inovação das práticas educativas, na saúde, no esporte, no lazer e na cultura.

Inúmeras possibilidades em termos dessas práticas e estratégias são oriundas do vasto mundo da literatura, principalmente no que tange à ampliação do repertório de crianças e adolescentes que vivem em situação de exclusão e vulnerabilidade social.

A escola se apresenta como local privilegiado de socialização e, portanto, propício ao desenvolvimento de vínculos afetivos, sentimentos e emoções que podem, em determinado momento, gerar conflitos que o diálogo do dia a dia não seja capaz de solucionar. Quando isso ocorre, percebe-se a necessidade da adoção de medidas para evitar que a situação conflituosa se deteriore, vindo a resvalar para a violência.

A esse respeito, Ortega (2002:143) afirma:

O conflito emerge em toda situação social em que se compartilham espaços, atividades, normas e sistemas de poder e a escola obrigatória é um deles. Um conflito não é necessariamente um fenômeno da violência, embora, em muitas ocasiões, quando não abordado de forma adequada, pode chegar a deteriorar o clima de convivência pacífica e gerar uma violência multiforme na qual é difícil reconhecer a origem e a natureza do problema.

É imprescindível que a escola atue na prevenção de conflitos para manter um cenário de harmonia, valendo-se do diálogo franco, de uma prática pedagógica adequada e da mediação das ocorrências adversas ao ambiente escolar, que muitas vezes conflagram atritos e hostilidades dentro e fora da sala de aula. A mediação se apresenta como uma tentativa de negociação e pacificação, oferecendo aos sujeitos envolvidos a possibilidade de solucionar ou amenizar o conflito por intermédio da ajuda do professor.

1. MENSAGEM AO PROFESSOR

E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo tem andado a ensinar?

José Saramago

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Instituída originalmente na Grécia Antiga e figurando no Código de Hamurabi e no Antigo Testamento, a mediação não é um procedimento contemporâneo, ao contrário do que muitos acreditam. No Brasil, segundo Ferrari, Sachet e Silva (2012), sua prática só foi introduzida na década de 1980, mas vem sofrendo constantes aperfeiçoamentos e se espalhando por diversos campos de estudo. Para Bonafe-Schmitt (2007), a mediação de conflitos representava, quando surgiu, apenas uma forma de embate contra o sistema judicial, uma insatisfação com as normas vigentes e os poderes constituídos, um modo alternativo de resolução de litigiosidades para além da legislação constituída (BONAFE-SCHMITT, 2007).

Alguns autores observam que o homem, ao deixar o isolamento e passar a viver em bando, fez os conflitos aumentarem e se tornarem mais perceptivos, mas, por um longo tempo, as iniciativas de mediação praticamente inexistiram. Hoje, entretanto, a mediação é considerada uma forma importante de intervenção em situações de litígio e animosidade entre pessoas ou grupos, que podem envolver desde danos físicos, materiais e patrimoniais a prejuízos emocionais, éticos e morais.

A literatura, enquanto veículo de grande poder para despertar mentes e estimular as mais profícuas discussões, vai ao encontro da mediação de conflitos na medida em que lança mão de uma série de recursos para questionar a realidade e trazer à tona não só as contradições e desavenças dos indivíduos e do coletivo social, como também a possibilidade de se compreender as raízes e motivações das divergências para, então, contorná-las e tornar possível a convivência entre as diferenças.

Essa mesma literatura, fazendo uso de uma ferramenta indispensável na escola ― a contação de histórias ―, sai de círculos restritos para ganhar o mundo, lançando luz sobre questões de grande impacto e relevância para crianças e adolescentes (com reflexos nas famílias e comunidades). É dessa forma que esses públicos adquirem conhecimento,

formam e reforçam valores, refletem, opinam, participam, sonham e se divertem, apropriando-se do seu tempo e seu espaço. No mundo do faz de conta, sentem-se livres para fantasiar, acreditar na fantasia, abrir e fechar portas, mudar o curso da história e conquistar o futuro, e, por outro lado, também são confrontados com dilemas e desafios do cotidiano que, em maior ou menor grau, já permeiam suas vidas.

Com esses e outros meios, aprende-se a ler e escrever todo o tempo e em qualquer disciplina, e é ainda melhor quando a equipe é orientada

nesse sentido. O ideal é que todos sejam preparados para ações conjuntas,

mas já faz uma enorme diferença se, antes de cada aula, os

professores souberem quais linguagens desenvolverão com os alunos e como vão estimulá-los a ler os livros e textos e a escrever o que aprenderam, as dúvidas que restaram e seus pontos de vista

sobre aspectos polêmicos. Com base nessa premissa

é que se assenta a proposta de leitura e releitura dos livros

adotados pela SME/RJ para o Programa Escolas do Amanhã.

Tanto o hábito de ler como o de ouvir histórias têm a propriedade de levar aos alunos novos pensamentos, percepções e parâmetros de conduta; de beneficiar o processo de ensino-aprendizagem; aprimorar o vocabulário e a escrita; proporcionar vivências cidadãs e uma rica troca de experiências; exercitar a criatividade; e criar, ainda, ondas crescentes de solidariedade ― ganhos que, possivelmente, podem se reverter em favor da solução de problemas e impasses dentro e fora do ambiente escolar e criar condições mais propícias à prática da mediação. De acordo com Ruotti, Alves e Cubas (2009), a mediação tem auxiliado, concretamente, na diminuição da violência em escolas e vizinhanças e, em função disso, algumas escolas vêm até selecionando e capacitando alunos para serem mediadores, considerando o fato de que eles estarem imersos no cotidiano em que se dão os conflitos é um elemento facilitador para intervirem, apaziguarem e reconciliarem as partes envolvidas.

Antes de encerrarmos esta parte introdutória do guia, queremos chamar a atenção para alguns pontos

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coordenador pedagógico da escola, já que não se trata de uma atividade isolada, e sim de um projeto de divulgação e valorização de conteúdos literários enriquecedores para o aluno;

• Oportuniza a aquisição de conhecimentos por um caminho diferente, trazendo um novo olhar para as produções literárias e uma nova dinâmica para o aprendizado;

• Proporciona a adoção de um fazer pedagógico assentado na inovação, na diversão e na leveza;

• Fortalece o papel do professor como mediador, por meio de uma convivência mais próxima e pessoal com os alunos;

• Favorece o compartilhamento de experiências, o estreitamento de laços afetivos e a expressão de sentimentos, sensações e emoções.

fundamentais da prática de contação de histórias que serão mais detalhados nas seções seguintes:

• É uma forma lúdica de vivenciar a literatura, envolvendo curiosidade e magia;

• Exige planejamento em conjunto com o

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2.1. A concepção do ato de contar históriasOs registros históricos têm suas raízes fincadas em nossos ancestrais, que, não dispondo da escrita, narravam suas experiências e seu modo de vida por meio da linguagem oral para que seus valores, crenças, ritos e mitos fossem repassados de geração a geração. Além disso, costumavam desenhar nas paredes das cavernas algumas referências sobre o cotidiano e também sobre os grandes guerreiros, originando as lendas. Entretanto, a função de contador de histórias não cabia a qualquer um. Os contadores eram pessoas com papel de destaque na comunidade, geralmente mais velhas e consideradas sábias.

Para Rodrigues (2005, p. 4):

A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida real.

Sempre existiu, também, uma conexão entre as histórias contadas e as práticas cotidianas, um enredamento no campo do pensar/sentir/ser/agir, com a proposição de nos sentirmos motivados a transpor significados e sentidos para o terreno do dia a dia, com impacto nos nossos comportamentos, decisões e atitudes e nas nossas relações com o outro.

Quantas vezes, quando crianças, fechamos os olhos e ouvimos “Era uma vez...”? Quantos de nossos sentidos foram então aguçados? Quantos personagens, enredos e cenários criamos em nossa

2. PENSANDO NA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As histórias orais nunca foram vistas de forma banal, pelo contrário. Por meio delas, buscava-se ― e ainda se busca ― falar da concretude do mundo, transmitir hábitos e costumes culturais e, ainda, romper a fronteira entre real e imaginário para melhor compreensão, assimilação e interpretação dos fatos, situações, sensações e sentimentos.

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mente, com requinte de detalhes? Afinal, o que tanta nos encanta nessas histórias que passeiam entre dois mundos e os aproximam?

Não parece uma resposta fácil e tampouco objetiva, mas, certamente, passa pelo aguçamento da nossa sensibilidade, pela atenção que nos despertam o lúdico e o fantástico, pela identificação com os personagens e as circunstâncias e, muitas vezes, pelos temas e abordagens selecionados. No caso específico das nossas salas de aula, contar histórias faz com que possamos, por um momento, nos desvincular de um cenário de tanto sofrimento, violência e hostilidade e mergulhar num ambiente que nos permita problematizar questões, refletir, buscar e criar soluções com o apoio de abstrações, alusões e simulações. Ou seja: quando o aluno é retirado de seu universo tangível e introduzido em outro campo, fictício, consegue visualizar e interpretar seu cotidiano com mais clareza e tranquilidade e enxergar um passo além do agora.

Para a prática pedagógica, o ato de contar histórias é uma ferramenta bastante útil por diversas razões. Entre elas, por poder constituir a porta de entrada de textos literários no processo de escolarização e por ser uma metodologia que promove o encontro de diversos campos do saber e múltiplas aprendizagens. Priorizar, portanto, o exercício da contação de histórias é priorizar o desempenho cognitivo dos alunos, instigar uma nova postura de vida e proporcionar conquistas tangíveis.

Muitos autores acreditam que a linguagem e as fantasias dos contos de fada, das fábulas e de outras histórias não cabem mais no segundo segmento do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Mas será? Nossos adolescentes não querem mais sonhar? Não precisam? Já não têm lições a aprender e valores fundamentais a cultivar, como coragem, honra, amizade, solidariedade e companheirismo?

E as pessoas adultas? Terão realmente desistido das histórias consideradas infantis, deixando-se conduzir por conveniências e ditames sociais? Por que, então, filmes dirigidos especialmente a crianças tem levado tantos adultos ao cinema? Em 1995, a Disney lançou o primeiro filme da franquia ToyStory, que foi um estrondoso sucesso não só por suas técnicas de animação, mas por exibir uma história bem elaborada e personagens apaixonantes. As outras duas produções também não deixaram a desejar, sendo que, no terceiro filme, o dono dos brinquedos (Andy) já aparecia

mais maduro e indo para a universidade, mas muito preocupado com ter que se desfazer dos estimados objetos de infância.

Na Internet, muitas pessoas que assistiram sozinhas ou não ao filme postaram mensagens dizendo que se emocionaram e choraram. Que magia é essa que toca tão fundo? Que encanto é esse que nunca passa?

2.2. A concepção de literatura

O homem é um ser essencialmente social e histórico, que, na sua relação com outros, em uma atividade prática comum, intermediado pela linguagem, se constitui e se desenvolve enquanto sujeito.

Bakhtin

O termo “literatura” vem do latim litteris, que significa letras, e se refere ao conjunto da produção escrita de uma época ou de um país. A preocupação com a estética é o principal elemento que diferencia um texto literário de um não literário.

A função maior da literatura é contribuir para o desenvolvimento do homem, atuando em sua formação pessoal, acadêmica e profissional, indicando caminhos, explicitando sentimentos, além de estimular novas ideias que, mais sedimentadas, serão capazes de transformar sua realidade. Desde a antiguidade, o ser humano tem procurado meios de expressar suas experiências para transferir conhecimento às gerações futuras e deixar uma herança cultural. Isso pode ser feito por intermédio da literatura, de um modo criativo e original.

A literatura infantil, em particular, possui características especiais. Leva à criança um mundo encantado de sonhos e fantasias e faz com que vivencie esse universo ficcional que, além de ser fonte de beleza e magia, pode ser de grande ajuda na compreensão e solução de seus problemas. Quem lê ou ouve histórias aprende a conhecer, a refletir, a questionar, a confrontar, a relacionar, a descobrir. Por isso é que a literatura tem um papel tão estratégico no desenvolvimento integral da criança e do adolescente.

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Segundo Roland Barthes (1978), o homem é um ser fundamentalmente social e a linguagem (verbal) é o recurso a que tem que se submeter, desde tempos remotos, por força da necessidade de estabelecer a comunicação com seus pares e manifestar as relações de poder. A linguagem molda a nossa existência e tem na língua a sua expressão obrigatória, o seu código de expressão. Já a linguagem da literatura, para Barthes, não precisa obedecer a qualquer regra estrutural fixa; o autor é livre para criar uma estrutura própria, que proporcione a ele uma clara exposição de suas ideias e sentimentos.

Assim, construindo o texto de acordo com sua vontade, o escritor faz com que sua criação tenha um novo valor, aquele conferido à arte, e um novo poder, ligado ao seu valor artístico. A linguagem literária assume aspectos de representação e demonstração e, por meio dela, pode-se refletir livremente até sobre a língua. No texto literário, as palavras assumam vida própria, com significações que não aquelas a elas conferidas usualmente. Ou seja: a linguagem passa a ter sabor.

É importante, pois, que crianças e adolescentes tenham contato desde cedo com a literatura, não apenas como objeto de prazer, mas como estratégia de aproximação e apropriação do mundo e de suas relações, sendo potencialmente capaz de transformar realidades. Mesmo em casos de alunos com uma nítida deficiência no campo da aprendizagem, geralmente resultante das condições e influências do ambiente social, a literatura pode colaborar ampliando o repertório cultural desse público de maneira estimulante e lúdica e estabelecendo vínculos com outros conhecimentos.

Em quaisquer circunstâncias, cabe à escola, na figura do professor, apresentar aos alunos todas as possibilidades de enfrentar o vazio de repertório por meio de ações que não se restringem ao cenário escolar. Pode ser desde a participação em redes sociais, em atividades cidadãs e em iniciativas culturais e esportivas ou a revisitação à comunidade local (com a descoberta dos seus recursos e potencialidades). A própria literatura, conforme ressaltado anteriormente, sempre pode oferecer valiosas contribuições para preencher esse vazio, inclusive valendo-se de sua representação por meio de outras expressões artísticas, como a pintura, o teatro e a dança.

Toda e qualquer iniciativa em prol do aluno deve ser valorizada e incentivada pelo professor, que, pela essência de seu trabalho, é um multiplicador, com a tarefa de estimular discussões e compartilhar desafios e aprendizados. Nesse sentido, o professor precisa fomentar a expressão dos seus alunos por caminhos diversos e pode fazê-lo com ênfase numa ferramenta poderosa: a palavra.

Conforme Soares (2008), quando a pessoa participa de práticas de leitura e escrita, ela muda seu estado e condição. A apropriação da leitura e da escrita faz com que o indivíduo ocupe um novo lugar na sociedade e modifique sua relação com as pessoas e sua forma de viver. Além disso, ambas impactam o desenvolvimento cognitivo; quanto mais se lê e se escreve, mais controle se tem na fala e na escrita falar, mais extenso fica o repertório, mais a comunicação flui. O domínio da língua representa, em certa medida, um dos meios mais efetivos de se lutar por direitos, participar da vida econômica, política e social e usufruir dos bens culturais.

2.3. Como a literatura dialoga com a contação de histórias para mediar conflitos?O universo literário, com toda a sua grandeza e beleza, nos brinda com relatos recheados de informações, emoções, ideias criativas, situações inusitadas e desfechos surpreendentes, que resultam na aquisição de conhecimentos e no desenvolvimento intelectual e emocional do ser humano. Os leitores, portanto, são pessoas privilegiadas por entrarem em contato com uma matéria – a literatura –essencialmente positiva ao seu amadurecimento integral. Também a prática de ouvir histórias, captando todos os elementos intrínsecos aos textos literários, oferece estímulos e conteúdos para capacitar e transformar o indivíduo e, por consequência, o meio em que ele vive e as relações pessoais e sociais que estabelece.

É por isso que a literatura e a contação de histórias acabam se encontrando, dialogando e, juntas, contribuindo para a mediação de conflitos. Por intermédio delas, a vida torna-se espelho, metáfora, imagem, alegoria e analogia,

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possibilitando a experiência da problematização e a faculdade de enxergarmos com mais nitidez o cenário ao nosso redor para, então, recriarmos a realidade segundo novos paradigmas e fazermos escolhas conscientes. Conforme Nascimento et al (2014, p. 57):

“A história tem um papel significativo na contribuição com a tolerância e o senso de justiça social, podendo criar novos rumos à imaginação, podendo ser eles bons ou ruins.”

As narrativas ficcionais, inspiradas ou não em fatos reais, podem ser pontos de partida para que crianças e adolescentes repensem a conjuntura à sua volta e mesmo sua própria existência, até porque ainda estão em fase de formação e não têm uma escala de valores rigidamente definida. Em muitos casos, a contação de histórias pode encurtar caminho e se revelar um recurso dos mais eficazes para atingirmos pontos nevrálgicos da estrutura emocional e afetiva dessas crianças s adolescentes, que convivem estreitamente com a violência em suas mais diversas manifestações.

Histórias podem remeter a inúmeras realidades socioculturais distintas, mostrar formas possíveis de convivência e, também, indicar que não estamos sozinhos em nossos dilemas. Além disso, elas podem enfatizar que, a partir de relações conflituosas, nasceram grandes ideias, descobertas e avanços da humanidade. Às vezes, o conflito em si não é o maior obstáculo, e sim a maneira como lidamos como as adversidades.

A escola ― enquanto espaço de construção de conhecimento, socialização, negociação, defesa da equidade de direitos1 e do respeito ao ser humano e à vida ―, deve preocupar-se em planejar o

processo de contação de histórias de modo que as narrativas cumpram o objetivo de educar, instruir, socializar, desenvolver sensibilidades e aprimorar o desenvolvimento cognitivo, ações que subsidiam não apenas a escolarização, mas um aprendizado mais vasto: o do enfrentamento dos conflitos. Sejam simples e cotidianos ou de espécie mais grave e ampla, muitos conflitos vivenciados pelos alunos no ambiente escolar são reflexos daqueles encontrados no âmbito familiar e nas relações com a comunidade.

Portanto, a escola deve constituir um local acolhedor e agradável no qual o aluno encontre motivação e prazer para realizar atividades construtivas e cidadãs, se expressar e investir em sua própria evolução e autonomia como indivíduo, o que irá moldar seus pensamentos, atitudes e comportamentos para encarar os conflitos num outro patamar de compreensão e com a determinação de superá-los.

Será mesmo viável despertar e manter o interesse, o foco e a persistência de alunos que vivem em uma realidade crescentemente violenta e desafiadora? A resposta pode estar nas palavras de Leonardo Boff contidas no prefácio do livro Pedagogia da Esperança, de autoria de Freire (1992, p. 8):

Paulo Freire mostra a história e a existência humana como um feixe de possibilidades e virtualidades que podem, pela prática histórica, ser levada à concretização. Daqui nasce a esperança histórica, aquilo que ele chama de “inédito-viável”, vale dizer, aquilo que ainda não foi ensaiado e é inédito, mas que pode, pela ação articulada dos sujeitos históricos, vir a ser ridente realidade.

No próximo capítulo deste guia, você encontrará a sinopse dos nove livros adquiridos para o Programa Escolas do Amanhã e, posteriormente, as sugestões de atividades para explorar os temas tratados nessas obras.

1. Possibilidade de se moldar a norma no intuito de que seja sensível às peculiaridades de cada situação trazida pela realidade e, dessa forma, seja também mais justa.

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Anotações

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3. SINOPSE DAS OBRAS

3.1. Um mar de genteAutora: Ninfa Parreiras

Relato sobre uma menina que se espanta muito ao conhecer o mar. Ela se impressiona com o vai e vem das ondas e com a imensidão da paisagem, deixando seus pensamentos fluírem ao infinito, à semelhança do cenário.

A experiência revela à menina que o mundo é vasto e que suas fronteiras vão muito além das montanhas onde ela mora: há muito o que ver, perceber e vivenciar. Por isso, ela começa a explorar toda a beleza à sua volta usando os cinco sentidos ― visão, audição tato, olfato e paladar ― e se encanta com as coisas e as pessoas a cada nova descoberta.

3.2. Cabelo com jeito diferenteAutora: Lúcia Fidalgo

A história gira em torno de uma menina que odeia seu cabelo e que, por causa dele, sofre bullying. Ela recebe vários apelidos dos colegas, que são motivo de tristeza, vergonha e solidão.

Até que, um dia, a escola onde ela estuda resolve promover um concurso para premiar um modelo de beleza diferente ― como a dela ―, o que faz com que essa menina passe a se olhar com outros olhos e a se achar bela, independentemente do que os outros consideram feio ou bonito.

O livro mostra que cada um de nós tem o seu valor e o seu lugar no mundo, a despeito das características físicas e do modo de ser, e que o ser humano merece consideração e respeito às suas individualidades.

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3.3. A zebrinha preocupadaAutora: Lúcia Reis

A obra fala sobre uma zebrinha que vivia chateada por ser diferente das outras: as listras de seu corpo eram horizontais. Ela tinha sérios problemas de autoestima e não se sentia acolhida por seu grupo.

Mas, certa vez, ela conheceu uma girafa que também era diferente, pois suas manchas eram quadradas. Com sua nova amiga, a zebrinha aprendeu a se valorizar e a só dar importância para coisas que realmente importavam, como viver a vida intensamente e com alegria, sem se deixar abater por comentários maldosos.

A amizade entre elas demonstra que as diferenças no aspecto físico são apenas um detalhe, não contam para uma verdadeira amizade, e que é perfeitamente possível conviver com qualquer tipo de diferença na aparência e se tirar um bom proveito dessa convivência.

3.4. A viagem de FilomenaAutora: Vera Gramado

Trata-se da história de uma minhoca que queria voar. Por meio de versos, a autora vai relatando todas as possibilidades nas quais a minhoca pensou para conseguir chegar ao céu e todos os obstáculos que encontrou.

O livro enfatiza que devemos ter sonhos e nunca desistir deles e ainda que, apesar das limitações e das diferenças entre os seres, todos podem desfrutar das mesmas oportunidades. Basta querer, se esforçar e dar asas à imaginação e à criatividade.

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3.5. História de dois ladosAutor: Luiz Pimentel

A principal mensagem do livro é a importância de se perceber os dois lados de todas as coisas, transmitida com base na história de um menino que quer crescer logo para fazer tudo aquilo que só adultos podem fazer. O livro questiona a razão de não podermos pular etapas em nossa vida e, por fim, revela que temos muito a aprender com cada fase pela qual passamos.

Uma grande lição extraída é a de que nada é absoluto e imutável: enquanto um perde, o outro ganha; enquanto um chora, o outro ri; enquanto um chega, o outro se vai..., mas, no momento seguinte, tudo pode mudar! Daí o valor de se viver um dia de cada vez, sem pressa, extraindo dele toda a experiência possível.

3.6. Coisas que a gente gostaria de dizerAutor: Júlio Emílio Braz

A personagem central dessa história é uma menina cujos pais são separados e que narra os acontecimentos sob sua perspectiva. A mãe é controladora e sempre deixa um gravador com instruções para ela quando sai para trabalhar.

A relação entre ambas não é nada fácil, apesar do amor que as une, e a separação ainda torna as coisas mais complicadas. Além disso, a menina é filha única e se sente muito só, enquanto a mãe, sobrecarregada com uma dupla jornada de trabalho, se sente culpada por não dar a devida atenção á filha.

O livro nos remete a um problema muito comum nas famílias de hoje, o das mães que precisam trabalhar fora e não têm com quem deixar os filhos. Dessa forma, as crianças crescem por conta própria e amadurecem precocemente, ficando carentes de cuidado e orientação.

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3.8. O que fazer? Falando de convivênciaAutoras: Liliana Iacocca e Michele Iacocca

Conviver nem sempre é fácil, seja num plano mais reservado ou em grandes grupos. Neste livro, a criança é levada a refletir sobre princípios e valores fundamentais para a construção de uma sociedade mais harmônica e justa, como honestidade, liberdade, autonomia e respeito ao outro.

A obra traça um panorama histórico do relacionamento humano por meio de uma linguagem simples e bem-humorada, recorrendo a ilustrações para retratar, com ironia e graça, as dificuldades da convivência pacífica entre os indivíduos. Visa à valorização do indivíduo, resgatando a importância das virtudes que devem ser ensinadas desde a mais tenra idade ― como a tendência para o bem.

Cabe salientar que o livro destaca a importância das escolhas na vida de uma pessoa, uma vez que viver é fazer escolhas, ou seja: quando se escolhe abrir uma porta, escolhe-se, também, fechar outras tantas. Um outro enfoque recai no papel do diálogo, na modernidade, como elemento crucial para a qualidade de vida e a paz universais.

3.7. A Invenção de Hugo CabretAutor: Brian Selznick

Estamos na década de 1930. Hugo Cabret tem 12 anos e mora escondido na estação ferroviária de Paris. Órfão de pai e mãe, ele foi levado para lá por um tio alcoólatra, que o ensinou a consertar os grandes relógios do local. Quando o tio desaparece, Hugo permanece na estação cuidando dos relógios, mas dribla o inspetor de segurança para roubar suprimentos necessários à execução do seu trabalho.

Um dia, quando roubava peças na loja de brinquedos do Sr. Papa Georges, Hugo é flagrado pelo dono, que confisca o caderno de desenho que ele ganhara de herança do pai. Na tentativa de reavê-lo, o menino segue o Sr. Papa até a casa onde mora, quando conhece Isabelle, sua afilhada, que promete ajudá-lo. Depois de algumas peripécias, Hugo recebe o caderno de volta, mas percebe que está faltando uma peça: uma chave em forma de coração, que ele acaba vendo num colar de Isabelle.

O menino já sabe que essa chave é do tamanho da fechadura de um boneco mecânico que seu pai havia lhe mostrado, nos tempos em que ainda trabalhava num museu. Hugo acaba, então, envolvido em um grande mistério que liga seu pai ao dono da loja de brinquedos, tendo Isabelle como grande parceira de aventura.

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Anotações

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Guia para Professores • 23

4.1. ApresentaçãoEsta parte do guia é reservada para sugerir atividades que inspirem e apoiem o trabalho do professor com a literatura, com base nas nove obras especialmente selecionadas para os alunos do Ensino Fundamental (1º e 2º segmentos) que integram as unidades participantes do Programa Escolas do Amanhã.

Aqui, a literatura é tratada como ferramenta de indiscutível importância para o processo educativo, sendo um recurso não só para formar leitores, mas cidadãos críticos e conscientes. Afinal, a leitura e a contação de histórias estimulam o convívio das diferenças, a criação de vínculos afetivos e sociais e o fortalecimento de valores essenciais à preservação da vida e da dignidade humana, sendo práticas potencialmente capazes de atuar na mediação de conflitos.

O relatório para a Unesco da Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI – conhecido como Relatório Delors (1998) e editado em forma de livro: “Educação: um tesouro a descobrir”) –, propôs quatro pilares (aprendizagens) básicos para a educação: aprender a conhecer (dispor de instrumentos de compreensão), aprender a fazer (para poder agir sobre o meio), aprender a conviver (cooperar com os outros visando ao benefício de todos) e, finalmente, aprender a ser (condição principal, que abarca todos as

anteriores). Essas quatro vias do saber estão estreitamente ligadas, tornando a educação, em termos ideais, uma experiência global, a ser vivida com prazer, curiosidade e interesse pelo novo e a ser concretizada ao longo de toda a vida tanto no plano cognitivo quanto no prático.

Entretanto, o ensino, tal como o conhecemos hoje, geralmente se debruça apenas sobre o domínio do aprender a conhecer e, em menor escala, do aprender a fazer. Os outros dois sustentáculos do conhecimento são negligenciados ou considerados prolongamentos naturais dos dois primeiros. A razão é que aprender a conviver e aprender a ser são desafios muito maiores, de caráter subjetivo e atrelados ao perfil da entidade educadora.

Uma das missões mais árduas da educação neste século é desenvolver no indivíduo a capacidade de viver em harmonia entre diferentes pessoas e grupos e, em caso de conflitos, saber resolvê-los de maneira pacífica, sem penalização de qualquer dos lados envolvidos (aprender a conviver). Outra missão tão ou mais difícil é ensinar o aluno a aprender a ser, dotando-o de uma autonomia intelectual que lhe permita formar o próprio juízo de valor diante das mais variadas situações e escolher alternativas e caminhos baseados no seu entendimento da realidade. Aprender a ser envolve realização pessoal, descoberta do próprio

4. CADERNO DE ATIVIDADES

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potencial e força criativa. Pode-se até dizer que leva as pessoas a encontrarem sua definição particular de felicidade. Com base nessas premissas, o texto do relatório da Unesco enfatiza que o desenvolvimento humano se assenta na completa realização do indivíduo, considerado em toda a sua riqueza e complexidade: enquanto indivíduo, membro de uma família e de uma coletividade, cidadão, produtor, inventor e criador de sonhos.

Como vemos, a alusão ao sonho (à necessidade de sonhar) está sempre presente, seja em um grande estudo de uma reconhecida organização internacional, seja em outras análises de menor porte. O sonho alimenta o espírito e é fonte inspiradora para intervenções na realidade; por meio dele, qualifica-se a vivência terrena. Do mesmo modo, são frequentes as menções sobre a importância da mediação de conflitos, esperando-se que, um dia, a cultura de paz se imponha pela vontade soberana dos indivíduos.

Se pensarmos nas características essenciais do exercício da leitura e da contação de histórias, perceberemos que ambas se prestam a situar os alunos como protagonistas de suas vidas, a resgatar memórias afetivas e a reconstruir vínculos perdidos. Não é só a parte intelectual, cerebral, lógica, que se alimenta dos ganhos da educação. É também a parte em nós que sonha, que almeja paz, que deseja se relacionar com o outro, que quer evoluir, se libertar e se transformar. Tanto que é comum nos deixarmos seduzir e sensibilizar frequentemente por histórias que lemos e ouvimos, mesmo que muitos dos seus mistérios permaneçam invisíveis aos nossos olhos, como uma cena sem pano de fundo: Como será o rosto dos personagens? Que expressão facial terão ao sentirem medo ou alegria? Quais sentimentos sutis eles escondem de nós? Quando gritam ou fazem silêncio?...

Embora a tecnologia tenha avançado de forma espantosa nas últimas décadas e entrado (num caminho sem volta) também nas dependências da escola, trazendo os mais modernos recursos para alargar as possibilidades do ato de ensinar e de aprender, os livros não deixaram de ser importantes e nem perderam seu lugar junto aos alunos. Eles apenas se adaptaram aos novos tempos e se apresentam, agora, também sob o formato digital. Mas o fato é que a literatura continua sendo a responsável pelos conteúdos

que incitam as pessoas a pensar, debater, questionar e mudar. Histórias contadas e recontadas seguidamente, como a do “Pequeno Príncipe”, por exemplo, não cansam de arrancar risos, lágrimas e acessos de ternura até de um público mais adulto, afeito ao mundo tecnológico. Uma coisa é o sonho em si, único e encantador; outra coisa são as formas de sonhar.

4.2. Pensando nas Atividades – Ensino Fundamental anos iniciais

4.2.1. Livro: Um mar de genteAtividade 1: Nossos sonhos

• Organize a turma em círculo (roda de conversa) e solicite que cada participante feche os olhos e pense num sonho que deseja realizar.

• Solicite aos alunos que escrevam ou desenhem seu sonho de futuro na nuvem (ver modelo no anexo 2). Em uma folha de cartolina, o professor deverá colar todas as nuvens de sonhos.

• Pergunte se algum aluno gostaria de compartilhar seu registro com a turma.

• Instigue os participantes a refletirem sobre o que e como precisam fazer para realizarem seus sonhos:

― O que você já fez ou pretende fazer para concretizar seu sonho?― Você acha difícil realizá-lo? Por quê?

• Liste os elementos e situações apontados pelos alunos que podem interferir na concretização dos sonhos.

Obs.: Caso o sonho envolva aquisição de bens materiais, reflita acerca das estratégias que devemos colocar em ação para sua conquista. Pode-se também fazer uma discussão de valores.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa e Literatura, Artes e Cidadania.

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Guia para Professores • 25

Atividade 2: Quanta gente existe aqui!

• Leve para a sala de aula algumas fotos e figuras de jornais e revistas com imagens de aglomerações na cidade do Rio de Janeiro. Exemplos: estádios de futebol, praias, desfiles de carnaval, ruas do centro da cidade, comunidades, shows em locais públicos. • Peça aos alunos para manusearem as fotos e observarem o que as imagens nos revelam sobre a população do Rio de Janeiro.

• Traga para a sala de aula um mapa dessa população, seja do município, do estado ou, melhor ainda, de ambos.

• Elabore gráficos em papel quadriculado destacando as regiões com maior densidade populacional e as compare com as menos habitadas. Pode-se incluir um gráfico com base nos bairros vizinhos à comunidade em que está localizada a escola. Uma pesquisa na Internet será de grande ajuda.

• Elenque os motivos que levaram ao aglomerado urbano nas grandes cidades.

• Construa e discuta o conceito de migração.

Áreas de conhecimento: Matemática, Língua Portuguesa e Literatura, Geografia, História e Tecnologias.

Atividade 3: Todo mundo tem profissão?

• Forme um círculo para conversar com os alunos sobre profissões que eles conhecem e a profissão exercida por seus familiares, vizinhos e amigos:

― O que as pessoas fazem no dia a dia do trabalho?― Quais as profissões dos moradores de sua comunidade?

• Registre as informações em tarjetas e as distribua para os alunos, que já estarão divididos em grupos de quatro. Depois, solicite que os grupos construam um texto utilizando essas informações. Para as séries inicias (1º e 2º anos), sugere-se adaptar a atividade mediante o uso de desenhos ou mesmo de algumas palavras.

• É hora de brincar! Recolha as tarjetas, embaralhe e redistribua. Desta vez, a tarjeta recebida tem que ser guardada em segredo; um aluno não pode saber o que está escrito no papel do colega. Cada pessoa deverá representar, por meio de mímica, as características da profissão que consta em sua tarjeta e a turma terá que adivinhá-la. O ideal seria dividir a turma em dois grandes grupos e provocar um clima alegre de competição.

Áreas de conhecimento: Geografia, Língua Portuguesa e Literatura, Artes e Cidadania.

Atividade 4: O que existe além do Rio de Janeiro?

• Sonde se algum aluno já esteve em local fora da comunidade, da cidade ou do estado. Para onde viajou? Com quem? Foi visitar parentes? Foi viagem de passeio? Como se deu a experiência?

• Problematize a seguinte questão: Como brincam as crianças pelo mundo? Quais brincadeiras existem em outros países? E que tal escolhermos amigos de bem longe para brincar?

• Traga um mapa-múndi (em função do ano escolar) para organizar com a turma um roteiro de viagem de “faz de conta” para um lugar escolhido pelos próprios alunos.

• A seguir, vamos apontar algumas ações que podem ajudar nessa tarefa:

>> Localização de nossa cidade no mapa, com um pequeno pontinho;

>> Pesquisa ― por meio de jornais, revistas e Internet (ver anexo 5) ― sobre a cultura dos lugares que desejamos conhecer: idioma, vestuário, culinária, folclore, hábitos de vida, curiosidades etc. Há coisas interessantes em http://www.ideafixa.com/brincadeiras-de-crianca-ao-redor-do-mundo/;

>> Proposta de realização de uma “Feira Cultural”, na qual cada grupo de alunos ficará responsável por mostrar o perfil de um país. O evento deverá ser montado pelos próprios estudantes e professores, mas com o apoio da comunidade para que todos

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26 • Guia para Professores

4.2.2. Livro: A zebrinha preocupada

Atividade 1: Eu sou tão diferente!

• Trace um círculo no centro da sala de aula e convide os alunos a formarem uma roda de mãos dadas.

• Dê uma gravata de papel colorido (listrado ou com alguma imagem) apenas para um dos alunos e gravatas de uma mesma cor para os demais. Elas deverão ser confeccionadas previamente e, se for o caso, substituídas por algum outro objeto de elaboração mais fácil.

• Em seguida, coloque uma música e peça que os alunos dancem olhando bem a gravata dos colegas até encontrar uma igual (lembrando que um deles não terá uma gravata para fazer par).

• Depois da formação dos pares, converse sobre as impressões, sensações e observações retiradas da atividade. Abaixo, estão alguns pontos para reflexão:

- Como se deu a reação ao diferente?- Como o diferente se sentiu no grupo?- O que o grupo fez para ajudar o colega?- O aluno se sentiu realmente acolhido?

Áreas de conhecimento: Linguagem Oral, Cidadania, Corpo Humano e Saúde, Artes e Educação Física.

Atividade 2: Sou diferente, sim! E daí?

Sessão Pipoca • Organize um lanche diferente para esse dia e assista ao filme “Dumbo”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aLSSXrkm3Sk.

Sinopse do filme: Quando a cegonha chega, como de costume, para entregar os bebês às suas mães no circo, a senhora Jumbo se depara com uma surpresa: seu pequeno Jumbo Jr. tem orelha grandes demais para um elefante recém-nascido. Logo que os outros animais o veem, começam a zombar dele, o que leva a mamãe elefanta à ira. Então, os domadores do circo decidem confiná-la.

participem e descubram que há muitos outros cenários além do Rio de Janeiro.

Áreas de conhecimento: Artes, Esportes e Educação Física, Língua Portuguesa e Literatura, Língua Estrangeira, Terra e Universo, Corpo Humano e Saúde e Geografia.

Atividade 5: Que delícia de mar!

• Organize uma roda de conversa com a turma e sugira uma visita imaginária à praia. Será necessário criar um roteiro com os pontos a serem observados no passeio. Na praia imaginária, os alunos poderão experimentar vivências sensoriais tocando a areia e manipulando as conchas, por exemplo, além de terem a oportunidade de apreciar a beleza do local e de ouvir o som do mar.

• Proponha que os alunos reconstruam a paisagem visitada em uma maquete, que ficará exposta em sala de aula. Ela poderá ser feita com massa de modelar, hidrocor, lápis de cera, cola colorida, papéis coloridos, isopor, palitos, papel crepon e sucatas, dentro outros materiais. Nessa maquete, todos os materiais recolhidos na praia imaginária poderão estar representados.

• Se possível, realize com a turma uma visita real à praia, que deve ser a da Urca, Além de ser o local de fundação do Rio de Janeiro, também é seguro para circular com crianças, já que há muitas unidades militares no bairro.

• Caso o passeio se concretize, peça aos alunos que produzam um texto coletivo para registrar os melhores momentos.

Áreas de conhecimento: Geografia, Artes, Terra e Universo, Vida e Ambiente, Artes e Cidadania.

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Guia para Professores • 27

Ridicularizado e sozinho, Jumbo Jr. ganha o apelido de Dumbo (“estúpido” em inglês), mas, com a ajuda de um amigável ratinho, descobre que, graças as suas enormes orelhas, pode voar. Ano de produção: 1941.

Roteiro para leitura de imagem do filme:

>> Reflita com os alunos sobre a personalidade de Dumbo: o que ele tem em comum com a Girafa, outra personagem?;

>> Reflita, também, sobre a importância do respeito para com nossos pares (amigos, familiares, professores, colegas e vizinhos).

>> Destaque, por meio de exemplos, como a união pode fazer a força, como aconteceu quando os amigos de Dunga se uniram para ajudá-lo a voar.

• Cessada a atividade, registre no quadro ou em papel 40k as impressões e percepções levantadas na turma sobre o filme e os aprendizados que ele trouxe às crianças.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa e Literatura, Artes, Tecnologias e Cidadania.

Atividade 3: Somos todos amigos

Vamos criar acrósticos*?• Organize a turma em duplas para a realização dessa tarefa. Cada dupla deverá receber uma palavra para criar seu acróstico. Sugestões: AMIZADE, AMOR, PAZ, ALEGRIA, UNIÃO, COMPANHEIRISMO, PRAZER.

• Instigue a participação dos alunos, solicitando que compartilhem suas produções com os colegas.

• Exemplo de acróstico criado com a palavra RESPEITO:

R iqueza interior é o que valeE xperimente esse sentimento de pazS inta minha amizadeP ense no bem-estar de seus amigosE spere amor de seus amigosI nverta a situação quando brigar com um amigoT enha sempre respeito pelo outroO uça os problemas de seus amigos

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa e Literatura, Cidadania e Artes.

Atividade 4: Vivendo as diferenças

• Organize uma roda com seus alunos e inicie a contação da história “Um novo vizinho”, de Letícia Müller.

“Quando soube que teria vizinhos novos, Ricardo ficou na expectativa: alguém da sua idade viria morar na casa ao lado? Não importava se fosse um garoto ou uma menina, mais novo ou mais velho que ele... Ricardo queria mesmo era fazer um novo amigo, alguém que morasse bem pertinho, para poderem brincar todos os dias.

Quando chegaram os novos moradores, ficou contentíssimo: havia um garoto, chamava-se Guilherme e era apenas um ano mais velho que ele.

Guilherme não podia andar com suas próprias pernas: ele usava uma cadeira de rodas. No início, Ricardo ficou triste por seu novo amigo. Tentou entender por que Deus havia permitido que um garoto, mesmo tão novo, vivesse em uma cadeira de rodas.

Com o tempo, Ricardo não ficou mais triste por Guilherme: ele percebeu que seu amigo não se entristecia por não poder andar! Guilherme era sempre muito alegre e se esforçava muito para fazer suas coisas sozinho, apesar de ter algumas limitações. Ele também sabia pedir ajuda, quando necessário. Gostava muito de aprender e de ajudar. Guilherme era feliz!

No futebol, como não podia correr, ele era o juiz e comemorava alegre todos os gols! Nadava, tirava boas notas, passeava com os outros garotos, gostava muito de conversar.

*Acróstico é um gênero de composição geralmente poética, na qual as letras iniciais ou finais de cada verso formam um nome próprio, uma palavra ou até mesmo frases.

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28 • Guia para Professores

Ricardo entendeu que, se existem dificuldades, é para que a gente aprenda com elas! Guilherme mesmo lhe contou muitas coisas que tinha aprendido!

Ricardo ficava muito contente em poder ajudar e ser amigo de alguém que amava tanto a vida!”

• Depois de lida a história, levante as impressões e percepções dos alunos.

• Na sequência, solicite que os participantes caminhem pela sala e escolham um amigo para ser seu par. Nesse exercício, cada par deverá ser estimulado a dialogar e a fazer uma identificação de suas semelhanças e diferenças. Exemplo: altura, cor dos olhos, tipo de cabelo, preferências musicais, hábitos, religião etc.

• No final da atividade, as duplas compartilharão suas descobertas com a turma.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa e Literatura, Cidadania, Vida e Ambiente e Corpo Humano e Saúde.

4.2.3. Livro: Cabelo com jeito diferente

Atividade 1: O que não gosto em mim

• Desenvolva uma roda de conversa com a turma sobre o tema “o que gosto em mim e o que não gosto”, explicando que podem ser levados em conta tanto aspectos físicos quanto emocionais e comportamentais.

• Disponibilize materiais como papel A4 (branco ou colorido), lápis de cor, hidrocor e lápis preto para que cada aluno registre suas percepções com base no que foi conversado e observado na roda. Todos devem reservar uma parte da folha para o item “o que gosto em mim” e outra parte para descrever “o que não gosto”.

• Encerrada a atividade, inicie a contação da história.

• Por fim, proponha à turma uma grande reflexão: Devemos mudar nossa aparência, nossas

características naturais, nosso modo de ser, em função da crítica e dos comentários das pessoas? Se sim, em que medida?

Áreas de conhecimento: Artes, Língua Portuguesa e Literatura, Cidadania e Corpo Humano e Saúde.

Atividade 2: Por que tem gente que não respeita as regras de convivência?

• Para introduzir o conceito de bullying (que vem de bully, “valentão” em inglês), realize uma Sessão Pipoca com um curta de animação disponível no Youtube: “Que papo é esse: bullying”. Está disponível no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=KKShIZAYF4I

• Após a exibição, organize uma roda de conversa para a leitura de imagem do filme, orientando-se conforme o roteiro abaixo:

>> Qual o tema central do filme?

>> O que acontecia na escola com as crianças mais fracas?

>> Que atitudes foram tomadas pelos colegas?

>> Qual a missão de cada um numa situação assim?

>> Como pode ser a intervenção do professor e da escola?

>> Você já tinha ouvido falar de bullying?

>> Você já presenciou ou sofreu bullying?

• Divida a turma em grupos e proponha iniciativas para reforçar a prevenção do bullyng, como, por exemplo, a criação e realização de pequenos esquetes na escola, na comunidade ou em outros ambientes de convívio coletivo.

Áreas de conhecimento: Tecnologias, Artes, Língua Portuguesa e Literatura, Cidadania, Esportes e Educação Física, Corpo Humano e Saúde e Cidadania.

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Guia para Professores • 29

Atividade 3: Uma campanha diferente

• Proponha aos alunos a criação de uma campanha inspirada no que aconteceu na escola de Bia. Tal campanha pode se apresentar, por exemplo, sob a forma de uma competição. Que tal o “Concurso da Beleza Diferente”?

• Seja qual for o formato da campanha, é importante que a turma pesquise a existência de ocorrências semelhantes em seu ambiente escolar e utilize diferentes linguagens, como fotos, vídeos e entrevistas, para fazer o registro das histórias e situações que considerar interessantes. O objetivo é conscientizar o maior número possível de pessoas, dentro e fora da escola, sobre a prática do bullying, de modo a desestimulá-la e a preveni-la.

• Paralelamente à campanha, os alunos devem ser incentivados a contar, em uma folha A4, como enxergam a si mesmos, ou seja, o que identificam como sua “marca registrada”: serão os olhos, o cabelo, o tipo de corpo, o jeito de se relacionar, alguma habilidade em particular (como assobiar, fazer acrobacia, dar cambalhota, imitar animais etc.)?

• Realize uma exposição em sala de aula reunindo as produções da turma e convide pais e comunidade a participar. O material precisa ser exposto de forma organizada, com destaque para seus autores e com um título geral que deve traduzir a ideia de “todos temos algo diferente”.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa e Literatura, Artes, Tecnologias, Cidadania e Corpo Humano e Saúde.

Atividade 4: Passeando pela comunidade e descobrindo as diferenças

• Chegue mais cedo na sala de aula e exponha nos murais e/ou paredes fotografias de múltiplas culturas em que fiquem evidentes as diferenças. Você pode usar, por exemplo, fotos que mostrem costumes das cinco regiões brasileiras, que são bem distintos. Os hábitos dos nordestinos nada têm a ver com o modo de vida da população do Sul, assim como os que moram no Sudeste apresentam muitas particularidades em relação aos habitantes

do Centro-Oeste. Tal diversidade pode ser ainda mais enfatizada se as turmas forem das séries finais.

• Instigue os alunos a observarem bem as imagens e registre no quadro as impressões levantadas.

• Organize um mural com todos esses materiais, adicionando informações complementares coletadas em jornais, revistas, conversas e no meio eletrônico.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa e Literatura, Geografia, Artes, Cidadania e Tecnologias.

4.2.4. Livro: A viagem de Filomena

Atividade 1: Criando Quadrinhos

• Em roda com os alunos, conte mais essa história inspiradora.

• Proponha à turma que se divida em grupos para a produção de uma história em quadrinhos baseada nas aventuras de Filomena.

• Disponibilize materiais necessários, como cartolinas, hidrocor, lápis de cera, papéis coloridos, cola e figuras de revistas e jornais.

• É interessante que os grupos troquem suas histórias para conhecer o que os colegas fizeram.

• Hora de colocar a mão na massa! Organize as produções e registre os diálogos dos personagens da melhor forma possível, com vistas a uma exposição em sala de aula. Outras turmas deverão ser convidadas a visitá-la, preferencialmente durante o recreio ou algum intervalo.

• Crie, se possível, um “cantinho dos gibis”, que deve estar sempre acessível aos alunos. A história em quadrinhos pode ser uma boa ferramenta para estimular a leitura e a criação de novas obras.

Áreas de conhecimento: Artes e Língua Portuguesa e Literatura.

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30 • Guia para Professores

Atividade 2: Percorrendo o caminho de Filomena

• Leve a turma para o pátio da escola e desenhe um caminho (de Filomena) dispondo estações de trabalho.

• Divida a turma em grupos e solicite que os participantes percorram o caminho. Em cada estação, será solicitada a realização de tarefas.

- O término da atividade ocorrerá no momento em que todos os grupos já tiverem passado por todas as estações e finalmente, chegado ao sonho de Filomena.

- Abaixo, sugerimos algumas tarefas para os grupos cumprirem:

>> Criar um desenho que represente o sonho de Filomena;

>> Dar um conselho para Filomena;

>> Superar um limite qualquer: beber dois copos de água seguidos, encher uma bola até estourar, pular corda15 vezes, ficar sem piscar por um determinado tempo etc.;

>> Recitar um verso ou cantar uma música;

>> Plantar sementes em potinhos, assumindo a responsabilidade de regá-las sempre que necessário.

Áreas de conhecimento: Educação Física, Artes, Língua Portuguesa e Literatura e Cidadania.

Atividade 3: amos cantar para sonhar?

• Organize a turma em uma grande roda e coloque uma música que inspire, que fale de superação, de nunca desistir. Todos devem permanecer em silêncio, de olhos fechados, curtindo letra e melodia. Sugestão: “A estrada”, do grupo Cidade Negra.

- Ao término da atividade, reflita com a turma as seguintes questões:

• Do que fala a música?

• A mensagem é clara e capaz de sensibilizar as pessoas?

• Qual a importância de sonhar e acreditar no sonho?

- Por fim, convide os alunos a produzirem textos, desenhos e/ou frases que estimulem a realização de sonhos.

Áreas de conhecimento: Música, Artes e Língua Portuguesa e Literatura.

Atividade 4: Conte sua história

Os alunos da turma 1101, das professoras Pâmela O. Neves e Andréia Santos, do CIEP Brandão Monteiro, desenvolveram um trabalho que mostra toda a beleza e sensibilidade do livro “A viagem de Filomena”. Para conhecê-lo, acesse o seguinte endereço:

https://www.youtube.com/watch?v=3ku8cI6f3ig&list=PLS4lUji7rf-FJyy2WqAu26hUDq7qh1FFa&index=3

Vamos pegar carona e embarcar também nessa bela experiência? Mas como?

- Junte seus alunos e produzam, coletivamente, um trabalho criativo com base na técnica conhecida como stop motion.

O importante é definir uma sequência lógica das imagens a serem exibidas e, depois, deixar a imaginação fluir. O resultado deverá ser compartilhado com outras turmas e, se convier, com outras escolas.

- Dicas de aplicativos para celulares Android e Apple para uso do stop-motion:

Stop Motion Studio: iOSStop Motion Videos: iOSFrame X Frame: iOSStop-Motion - Lite: AndroidMotion - Stop Motion Camera: Android

Stop Motion (que poderia ser traduzido como “movimento parado”) é uma técnica de animação que utiliza a disposição sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto inanimado para simular o seu movimento. Confira em http://www.tecmundo.com.br/player-de-video/2247-o-que-e-stop-motion-.htm.

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Guia para Professores • 31

Áreas de conhecimento: Artes, Tecnologias e Língua Portuguesa e Literatura.

4.2.5. Livro: História de dois lados

Atividade 1: De que lado você está?

- Leve a turma para o pátio da escola e a divida em grupos. Procure proporcionar experiências que possibilitem a vivência de valores. Que tal uma gincana? É possível pensar numa série de jogos e brincadeiras, desde os mais simples e tradicionais aos inovadores, que estimulam a interação e o espírito colaborativo.

- Para preparar a gincana, crie placas de registro de pontos e selecione um aluno para exercer a função de juiz.

- Após o término da competição, reflita com os alunos sobre os sentimentos de ganho e perda, de vitória e de derrota, observando que tudo na vida têm dois lados: num dia vencemos e, no outro, saímos perdedores. A vida é dinâmica e nada dura para sempre.

- Organize um mural na sala de aula com o registro dos sentimentos dos alunos em relação aos resultados da atividade realizada:

HOJE EU PERDI E ME SENTI ____________. HOJE EU GANHEI E ME SENTI ___________.

Áreas de conhecimento: Educação Física, Língua Portuguesa e Literatura e Cidadania.

Atividade 2: Eu já estou crescendo...

- Leve para a sala de aula uma fita métrica e uma fita crepe. Peça aos alunos que meçam a altura uns dos outros e faça marcações na parede para que cada um possa visualizar seu tamanho. Registre também a altura de todos no quadro.

- Organize tabelas e gráficos com as medidas dos alunos. Ao fazer isso, você poderá trabalhar diversos conceitos lógicos, como ordem crescente

e decrescente, casas decimais etc.

- Crie situações-problema baseando-se no conceito de medidas.

- Peça aos alunos que expressem seus sonhos e expectativas, com foco na seguinte pergunta:

O que eu quero ser quando crescer?- Escreva no quadro as falas dos estudantes e os convide a escrever sobre seus sonhos e/ou representá-los por meio de desenhos.

- Monte um mural com as produções da turma.

Áreas de conhecimento: Matemática, Língua Portuguesa e Literatura,Cidadania e Corpo Humano e Saúde.

Atividade 3: Vamos entrevistar pessoas na escola e em nossa comunidade?

- Reúna a turma em uma roda de conversa e elabore perguntas para uma entrevista sobre o seguinte tema: Como é ser adulto?

- Sugerimos, abaixo, alguns questionamentos:

• Você gosta de ser adulto? Por quê?

• Você se sente feliz com seu trabalho?

• Você escolheu sua profissão ou não teve outra opção?

• Como foi sua infância e o que ela contribuiu para a sua formação como adulto?

• Em sua opinião, como nós, crianças, podemos participar do dia a dia da comunidade e ajudá-la a crescer e prosperar?

• Como você pode contribuir para melhorar a qualidade de vida da nossa comunidade?

• Você gosta da comunidade em que vive? Por quê?

- Após o término das entrevistas, tabule as respostas junto com a turma e exponha num mural. O objetivo é compartilhar as informações levantadas na pesquisa.

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32 • Guia para Professores

- Para melhor ordenar as informações, você pode utilizar alguns parâmetros, como, por exemplo:

>> Número de participantes da pesquisa;

>> Profissões mais frequentes;

>> Pessoas que apontaram sua infância como um período divertido e importante;

>> Indivíduos que declararam não ter boas lembranças da infância.

Áreas de conhecimento: Matemática, Língua Portuguesa e Literatura, Cidadania, Corpo Humano e Saúde.

Atividade 4: Quando eu crescer

Faça duas perguntas aos seus alunos, que criam um elo entre presente e futuro:

― Por que é bom ser criança?

― Por que é bom ser adulto?

Crie um quadro com a visão dos alunos sobre essas fases da vida e, em seguida, exiba o vídeo da música “Aquarela”, de Toquinho e Vinicius de Moraes, disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=7j7dioVlI0A.

Reflita com os alunos sobre as frases a seguir: “Um menino caminha e, caminhando, chega no muro. E ali, logo em frente, a esperar pela gente o futuro está.”

AquarelaNuma folha qualquer eu desenho um sol amarelo E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céuVai voando, contornando a imensa curva norte-sul Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul Pinto um barco a vela branco navegando

É tanto céu e mar num beijo azulEntre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo E se a gente quiser ele vai pousarNuma folha qualquer eu desenho um navio de partida Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida De uma América a outra consigo passar num segundo Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundoUm menino caminha e caminhando chega no muro E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar Sem pedir licença muda nossa vida Depois convida a rir ou chorarNessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa linda passarela De uma aquarela que um dia enfim DescoloriráNuma folha qualquer eu desenho um sol amarelo Que descolorirá E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo Que descolorirá Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo Que descolorirá

Áreas de conhecimento: Artes, Terra e Universo, Língua Portuguesa e Literatura, Cidadania, Corpo Humano e Saúde e Geografia.

4.2.6. Livro: Coisas que a gente gostaria de dizer

Atividade 1: Meus pais se separaram. E agora?

Lidar com o assunto do divórcio e de pais separados pode ser complexo e desafiador, pois mexemos diretamente com os sentimentos dos nossos alunos. Por outro lado, deixar de falar dessas questões pode ser mais complicado ainda, já que a escola muitas vezes constitui o único espaço que se coloca disponível para o diálogo com o aluno e

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mais preparado para trabalhar as suas emoções.

Uma prática interessante e mais efetiva para se abordar temas delicados com crianças é a contação de histórias e, ainda, a dramatização de situações. Vale a pena investir nesse caminho, o que pode ser feito conforme descrito adiante.

- Separe os alunos em dois grupos. O grupo 1 deverá criar e apresentar uma história ou cena teatral sobre uma família em que os pais vivem juntos. Já o grupo 2 deverá escrever a respeito de uma família cujo casal vive separado e também compartilhar esse conteúdo.

- Depois da apresentação, reflita com a turma:

• O que temos em comum com a história narrada no livro?

• Qual a diferença entre ter pais juntos e pais separados?

• O que eu queria que fosse diferente na minha casa?

• Toda família com pais separados é infeliz?

• Toda família com pais juntos é feliz?

• O que trazemos de bom das nossas relações com nossos pais?

• Qual a importância deles em nossas vidas?

• O que mais valorizamos na convivência com nossos pais?

- Nesta atividade, o professor pode destacar valores e o papel da família e mostrar aos alunos que, a despeito do impacto do divórcio de seus pais em suas vidas, muitas vezes ele é um ato necessário para resgatar a tranquilidade e o bem-estar de todos os envolvidos e melhorar o clima familiar. O professor também pode salientar que os pais sofrem muito quando percebem a tristeza dos filhos e que não estão se divorciando dos familiares, mas apenas do parceiro. Ou seja: juntos ou separados, pais permanecem pais para sempre.

Áreas de conhecimento: Artes, Língua Portuguesa e Literatura e Cidadania.

Atividade 2: O que eu gostaria de dizer aos meus pais?

- Que tal criarmos um minidiário ou um caderno dos sentimentos? Proponha que cada aluno confeccione um caderno e/ou diário com folhas de papel A4. Instigue que ilustrem com desenhos, colagem e outras técnicas que você selecione.

- Disponibilize materiais: barbantes, fitas, cola colorida, folhas de crepom, recortes de revistas, fotografias, hidrocor, lápis de cera, lápis de cor etc.

- Esse caderno e/ou diário, será um espaço para as produções e registros espontâneos. Nele, deverão escrever TUDO que gostariam de dizer aos pais ou responsáveis, mas ainda não encontraram espaço e coragem.

- No final do trabalho com o livro, os alunos que quiserem poderão trocar com seus colegas seus cadernos e/ou diários dos sentimentos. Essa experiência precisa ser bem combinada com a turma, pois ninguém será obrigado a compartilhar, apenas se quiser. Caso queira, poderá levá-lo para casa.

Áreas de conhecimento: Artes, Língua Portuguesa e Literatura e Cidadania.

Atividade 3: Como é minha família?

Proponha à turma uma produção artística que possa expressar como é sua família. Distribua folhas de papel A4, lápis de cor, nanquim preto e palitos de dente para viabilizar essa produção. Os alunos podem viajar na criatividade, mas eis alguns enfoques para inspirá-los:

Passeando com a famíliaMinha família em casaDistribuição de tarefas na minha famíliaAs relações de afeto na minha famíliaAs confusões da vida em família

Após a criação dos desenhos, instigue seus autores a descrevê-los por meio de texto ou frases soltas, relatando com mais detalhes a dinâmica da convivência familiar: como é o dia a dia da casa, como as pessoas se relacionam, o que vai bem e o que vai mal, o que pode ser melhorado, o que traz

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harmonia e o que gera conflitos. Convide os alunos a compartilharem seus relatos com os colegas.

Áreas de conhecimento: Artes, Língua Portuguesa e Literatura e Cidadania.

Atividade 4: Um cartão para os meus pais

Organize uma roda de conversa e inicie reflexões com os alunos sobre seus sentimentos e sensações em relação aos seus responsáveis (pai, mãe, avó...). Proponha a confecção de um cartão que expresse algum sentimento que o aluno gostaria de compartilhar. Para isso, disponibilize hidrocor, lápis de cera, lápis de cor, cartolina, papel colorido, tesoura e cola. Os cartões podem ser depositados em uma “caixa de sentimentos” (bonita e enfeitada), pois são muito especiais.

No final do ano, se for do interesse do aluno, o cartão poderá ser entregue aos seus familiares num momento especial, em que toda a turma estará reunida em sala.

Áreas de conhecimento: Artes, Língua Portuguesa e Literatura e Cidadania.

4.3. Pensando nas Atividades – Ensino Fundamental anos iniciais

4.3.1. Livro: A invenção de Hugo CabretAtividade 1: Cinema estático na parede

Proponha aos alunos que, após leitura e debate do livro, reproduzam a história na parede por meio de imagens produzidas por eles mesmos (fotos ou desenhos), textos e resumos, de forma a imitar um carretel de filme. Mas explique que devem economizar palavras para deixar espaço à construção de outras narrativas e estimular as pessoas a conhecerem a história com base nas imagens, as quais devem expressar os momentos

de conflito do relato e as soluções encontradas.

Reserve um momento para inaugurar o painel, tendo alunos como monitores durante essa ação.Várias técnicas podem ser introduzidas aqui: mosaico, pintura e fotografia.

Áreas de conhecimento: Artes e Cidadania.

Atividade 2: Uma viagem a Paris

Exiba um vídeo, fotos ou mapas sobre Paris, a charmosa capital da França, e peça que os alunos para pesquisem os costumes, hábitos, língua e cultura dessa cidade, tentando traçar um paralelo com o modo de vida no Brasil. Será que herdamos alguma coisa dos franceses? Com certeza, sim.

Tente, também, problematizar algumas questões, como os comportamentos que são bem-aceitos entre os franceses, mas não são bem-vistos pelos brasileiros, e vice-versa. Aproveite a oportunidade para promover uma discussão sobre o respeito às diferenças e às múltiplas formas de convivência em sociedade. A atividade pode culminar na produção de um mapa da comunidade.

Áreas de conhecimento: Cidadania, História, Geografia, Língua Portuguesa, Artes, Literatura e Tecnologias.

Atividade 3: Construindo uma maquete da estação de trem e da torre do relógio

Com base no local em que a história é ambientada ― com ênfase à estação de trem e à torre do relógio ―, proponha aos alunos a construção de uma maquete com materiais reciclados. O grupo será dividido pelos próprios estudantes para que aprendam a se organizar, priorizando, o máximo possível, o atendimento às especificidades de cada um e o bom andamento do trabalho.

A maquete poderá ser vista depois por toda a escola.

Áreas de conhecimento: Cidadania, Matemática, Ciências e Artes.

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Atividade 7: E se o Hugo Cabret fosse Brasileiro?

Proponha que a sua turma reescreva a obra ambientando-a no Brasil. Com gostos, costumes, cultura e uma trama com uma relação mais próxima da realidade em que vivem. No final, pode se tornar uma publicação e ser lançada em um evento na própria escola com uma noite de autógrafos.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Artes e Cidadania.

Atividade 8: Concurso de Rimas

Proponha a seus alunos que promovam uma musicalidade em torno dos conflitos existentes no livro. Podem metaforizar com os conflitos existentes em suas próprias vidas. A partir daí, produzem um Rap, ou um funk, utilizando a estrutura de rimas e apresentam para os outros participantes. Pode ser uma atividade ampliada para a escola.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Literatura, Música, Hip Hop/funk, Artes e Cidadania.

Atividade 9: Relógio de Hugo Cabret

Junto com sua turma produza um desenho de relógio para a turma colar no caderno. Proponha que no relógio, no lugar dos números, cada um insira 6 nomes de pessoas próximas e 6 sentimentos bons que essas pessoas lhe causam. E cada ponteiro escrito: “Preciso melhorar”, “preciso dar mais atenção”, “preciso ser mais companheiro/a”

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Artes, Matemática e Cidadania.

Atividade 10: Blog de Resumos

Proponha a seus alunos e alunas que façam um resumo do livro, contendo os pontos e conflitos

Atividade 4: Produzindo seu filme

De posse da maquete produzida na atividade 3, sugira a formação de quatro grupos (misturando meninas e meninos) para a elaboração de um mini roteiro e a produção de um vídeo na maquete de no máximo dois minutos utilizando bonecos.

Áreas de conhecimento: Ciências, Tecnologias, Língua Portuguesa e Artes.

Atividade 5: Produzindo seu próprio autômato

A turma deverá se dividir em grupos e construir um molde de boneco no qual cada parte do corpo tenha uma abertura para chave. Em cada abertura, haverá um número correspondente a uma situação-problema. Os estudantes deverão propor soluções que funcionem como uma espécie de chave para movimentar o autômato. O grupo com soluções mais interessantes, que estimulem o diálogo e minimizem riscos e danos, sai vencedor. A atividade pode ter premiação.

Áreas de conhecimento: Cidadania, Língua Portuguesa e Artes.

Atividade 6: Teatro na Escola

Produza com sua turma um roteiro teatral enfocando os principais conflitos existentes no livro. A partir disso, produza um cenário, enfeite a escola e apresente o livro podendo mesclar técnicas de contação de história e músicas que criaram a partir do entendimento do livro. O espetáculo pode também ser apresentado em algum ponto fora da escola na comunidade. É importante abrir as portas da escola para a comunidade assistir e prestigiar o trabalho.

Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Literatura, Artes e Cidadania.

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principais que desencadeiam o tema. Leve-os para o laboratório de informática e pesquisa o máximo de temas correlatos que puder. Monte um blog com a turma e poste o resumo e as informações adicionais. A partir daí, divida a turma em 4 grupos, onde cada grupo fica responsável por ler um livro e fazer uma postagem semanal. Primeiro o grupo apresenta pra turma o material e em seguida posta. Nesse ritmo, a cada mês o blog contará com no mínimo 4 resumos.

Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Literatura, Mídias, Tecnologias, cidadania.

4.3.2. Livro: O que fazer? Falando de convivênciaAtividade 1: Flash Mob (mobilização rápida)

Com base nas problemáticas apresentadas no livro, monte com a turma uma coleção de frases e pensamentos curtos sobre o respeito às diferenças. Digite tudo no laboratório de informática e, depois, imprima, cole em cartolina e recorte no formato de pequenas filipetas. Combine com seus alunos para receberem (antes das aulas) ou se despedirem (na saída) dos colegas com uma das mensagens, se possível acompanhada de bala e/ou pirulito.

Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa e Cidadania.

Atividade 2: Manual de boa convivência

Após a leitura do livro, proponha uma discussão em torno da questão da identidade do ser humano e do quanto o indivíduo tem suas próprias especificidades. A partir daí, promova o emblema “Território Livre das Opressões” e construa, junto com a turma, uma forma de viver a sala de aula sem ser ofendido ou ofender alguém. Escrevam, coletivamente, as normas da boa convivência em grupo.

Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa e Cidadania.

Atividade 3: Linha de familiaridades (dinâmica do filme “Escritores da liberdade”)

Elabore uma série de perguntas que só permitam as respostas sim ou não. Desenhe uma linha no pátio ou na quadra da escola e faça as perguntas com a seguinte orientação: cada aluno que responder sim deve pisar na linha e cada pessoa que responder não deve permanecer parado. Anote em um bloco as perguntas que suscitaram mais respostas idênticas.

Já em sala de aula, aborde a quantidade de características que os alunos têm em comum e o quanto são mais parecidos do que diferentes. E, com apoio nessas evidências, mostre-lhes que tudo aquilo que os une é significativo e deve servir de base para que se respeitem e respeitem, sobretudo, as diferenças.

Áreas do conhecimento: Cidadania, Esportes e Educação Física.

Atividade 4: Campanha na Internet

Com foco nas discussões advindas do livro sobre respeito às diferenças e formas de mediar e resolver conflitos, monte um blog com sua turma e comece a produzir conteúdos para publicação. Divida o blog em editorias (temas) e lance mão de fotos, vídeos para o canal do YouTube² com comentários, memes³ educativos e textos em geral. Após a primeira postagem do blog, faça com que os alunos o divulguem em suas redes sociais. Monte, ainda, uma equipe responsável por monitorar o blog e responder aos internautas durante a semana.

Áreas do conhecimento: Cidadania, Língua Portuguesa, Artes, Mídias e Tecnologias.

Atividade 5: Produzindo um minidocumentário

Estimule seus alunos a produzirem um minidocumentário enfocando histórias de conflitos

2. Plataforma de vídeos na Internet3. Conteúdos virais da Internet

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Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Literatura, Artes, Música e Cidadania.

Atividade 8: Escolhas dos Habitantes do Futuro

Narre uma situação em que o mundo está acabando e há uma nave indo para outro mundo começar tudo do zero. E diga que na nave cabem 10 tripulantes. Liste no quadro, pelo menos, 20 categorias que sofrem preconceito e são tratadas de forma invisível. Divida sua turma em 3 ou 4 grupos e peça que seus alunos e alunas escolham apenas 10 dos nomes. Problematize a escolha de cada grupo. Não há uma composição “correta”, o importante é reconstruir o preconceito que existe contra toda e qualquer forma de ser.

Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa e Cidadania.

Atividade 9: Cápsula do Tempo

Junto com sua turma proponha que tenham que enviar uma mensagem para habitantes do futuro sobre como está sendo o passado. Faça com que as mensagens evidenciem os preconceitos, mas também as formas que utilizaram para vencer a intolerância. Junte todas numa caixa, lacre e proponha que a caixa será aberta no último ano deles na escola.

Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Artes e Cidadania.

Atividade 10: Bolhas de Pensamento

Junto com sua turma confeccione pensamentos e frases que elevam a autoestima e insira dentro de balões coloridos (com gás hélio). Junte toda a turma no pátio e solte os balões para possam voar para fora da escola.

Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Artes e Cidadania.

que foram resolvidos por meio do diálogo. Pode ser na própria escola, na família ou na comunidade. No entanto, eles devem também buscar relatos de situações que não se resolveram para, depois, discutirem com os colegas e entenderem os motivos de permanência das desavenças.

O material poderá servir para incentivar o debate e, ainda, integrar uma mostra de vídeos.

Áreas do conhecimento: Cidadania, Mídias, Artes, Tecnologias e Língua Portuguesa.

Atividade 6: Farmácia de Pensamentos

Peça para sua turma listar na sala de aula, no mínimo, 10 situações cotidianas que costumam acontecer e que os desestabilizam de alguma forma. Peça para que escolham duas situações e escrevam 1 texto (máximo 5 linhas) para cada situação, encorajando alguém. Leve-os ao laboratório de informática e faça com que procurem mais duas poesias ou poemas. Produza uma caixa, no formato baú, e peça que depositem os pensamentos no baú. Disponha a caixa em um local da sala de fácil acesso. E incentive a turma a sempre que estiverem com alguma dificuldade ir até o baú pegar algum pensamento e ler.

Áreas do conhecimento: Cidadania, Mídias, Artes, Tecnologias e Língua Portuguesa e Literatura.

Atividade 7: Grafitagem no Muro

Junto com sua turma bata um papo sobre respeito as diferenças e elenque desenhos, poemas, pensamentos e afins corrompendo qualquer tipo de preconceito ou segregação. Junto com a direção da escola, articule um muro e proponha que os alunos e alunas reproduzam um muro que incentive a prática da cultura de paz por meio da linguagem artística. No dia da pintura, pode-se articular com grupos locais para fazerem shows, performances e saraus de poesias.

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REFERÊNCIASBONAFE-SCHMITT, Jean-Pierre. Formação e mediação. Conferência proferida no I Seminário Formação e Mediação: pensar, agir e inovar em educação. Universidade do Minho, Braga, 2007. Disponível em <http://www.forum-mediacao.net/module2display.asp?id=47&page=1>. Acessado em: 09/01/2013.

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez, 1998.

FERRARI, G. M. R.; SACHET, E. M.; SILVA, A. C. A mediação como alternativa na solução de conflitos em processos de família. Disponível em: <http://www.tex.pro.br/tex/listagem-de-artigos/324-artigos-abr-2011/7979-a- mediacao-como-alternativa-na-solucao-de-conflitos-em-processos-de-familia>. Acessado em: 07/ 01/2013.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.

---------------. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

ORTEGA, Rosário et al. Estratégias educativas para prevenção das violências. Tradução de Joaquim Ozório. Brasília: Unesco, UCB, 2002.

RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. Goiânia: UFG, 2005.

RUOTTI, C.; ALVES, R.; CUBAS, V. O. Violência na escola: um guia para pais e professores. São Paulo: Andhep: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

SILVA, Andréia Ferreira; PEREIRA, Elaine Costa; SOUZA, Josiane Nascimento Ferreira de; ROCHA, Letícia Grassi Maurício da; OLIVEIRA; Michele Potiguara Cruz de; SOUZA, Simone Cunha de. A Importância da contação de história como prática educativa na educação infantil. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/viewFile/8477/7227>. Acessado em: 25/10/2015.

SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 2008.

SME - Secretaria Municipal de Educação; Cadernos Pedagógicos, Anos Iniciais e Anos Finais, 1º, 2°, 3° e 4° bimestre, Rio de Janeiro, 2015.

_________. Cadernos Pedagógicos, Anos Finais e Anos Finais, 1°, 2°, 3° e 4° Bimestre, Rio de Janeiro, 2015.

_________. Orientações Curriculares: Áreas Específicas. Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, 2015.

SITES

EDUCOPÉDIA: www.educopedia.com.br

MULTIRIO: www.rio.rj.gov.br/multirio

RIO EDUCA: http://www.rioeduca.net/blog.php?bid=15

SME: www.rio.rj.gov.br/sme

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Anexo 1 O Programa Escolas do Amanhã Concebido pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) como um projeto estratégico e lançado em agosto de 2009, o Programa Escolas do Amanhã tem por principais objetivos a redução da evasão e a melhoria do desempenho em escolas localizadas em regiões de alta vulnerabilidade social. São beneficiários diretos da iniciativa mais de 100 mil alunos do Ensino Fundamental e mais de cinco mil professores e gestores atuantes em 155 unidades escolares da maior rede municipal de ensino público da América Latina, dispersas geograficamente e que necessitam de uma eficaz alocação e coordenação de recursos humanos e materiais. Múltiplas atividades, em diversas frentes e em parceria com distintos atores, são implementadas para viabilizar as propostas do programa. Esse dinamismo e a ampla participação trazem vitalidade, diversidade de perspectivas e possibilidades de se trabalhar além da sala de aula. Por sua vez, a instrumentalização de gestores, coordenadores pedagógicos e professores garante a inovação e a qualidade do processo ensino-aprendizagem em seus diversos eixos.

Dentre as linhas de ação do programa consideradas prioritárias para o seu sucesso, identificamos a necessidade de implantação das seguintes medidas:

1. Direcionamento à capacitação das equipes escolares, derivada de pesquisa e avaliação de competências necessárias para que os profissionais atuem de forma mais eficaz e eficiente em regiões de alta vulnerabilidade;

2. Adoção de práticas voltadas para a busca ativa de crianças e adolescentes que estão fora da escola e para a promoção da permanência interessada no ambiente escolar.

Munido dos recursos adequados e por intermédio da sensibilização dos professores, o Programa Escolas do Amanhã almeja possibilitar aos alunos a construção da sua própria visão de mundo, bem como a reflexão sobre a importância de cada indivíduo como ser único, potencializando, assim, os resultados, os impactos positivos e o legado do programa.

Há muitos fatores que já colaboram para essas metas, como, por exemplo, o trabalho com temas transversais, que integra a discussão de assuntos de primeira ordem ao currículo ― entre eles, saúde, meio ambiente, orientação sexual, trabalho e consumo, pluralidade cultural e ética. Além disso, as atividades do programa são elaboradas para contemplar diferentes áreas do conhecimento, o interesse de crianças e jovens e a integração das famílias e da comunidade à unidade escolar, o que posiciona as Escolas do Amanhã como espaços de formação e informação que dialogam com as políticas publicas do município do Rio de Janeiro.

No entanto, existe uma questão muito desafiadora, que é o assédio dos alunos pelo tráfico de drogas no entorno das escolas. Esse assédio explica, em grande parte, os baixos índices de frequência escolar e a alta evasão, dificultando a existência das escolas como territórios livres, vivos, dinâmicos e integrados ao cotidiano dos alunos e da comunidade, que garantam vivências e experiências inovadoras e significativas para todos.

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ANEXO 2Modelo para Atividade 1: Nossos sonhos

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FICHA TÉCNICA

ProjetoGuia para professores – Apoio pedagógico ao trabalho de leitura e escrita

Consultores de conteúdo e supervisão pedagógica Denyse Pombal Tiago Alves Pereira

Copidesque e revisãoSheila Dunaevits

Projeto gráfico e editoraçãoDaniel Duarte Renata Fernandes

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