Hélio moreira discurso proferido por ocasião do recebimento do título de professor emérito da...
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HÉLIO MOREIRA - DISCURSO PROFERIDO POR OCASIÃO DO
RECEBIMENTO DO TÍTULO DE PROFESSOR EMÉRITO DA UFG – 6.3.2013
Auditório – Teatro Asklepiós
Faculdade de Medicina da UFG
Composição da mesa
Magnífico Reitor Prof. Edward Madureira Brasil
Secretário da casa Civil, deputado Vilmar Rocha (representando o
Governador Marconi Perillo), Wardeli Alves de Moraes – Diretor da
Faculdade de Medicina, ex- Reitor da UFG, Prof. Ary Monteiro do Espírito
Santo, ex- reitora da UFG, Profa. Maria do Rosário Cassimiro, Prof.Marcos
Pereira de Ávila (Saudação ao homenageado, representando a
comunidade universitária), Prof. José Paulo Teixeira Moreira e Prof. Hélio
Moreira Junior (condução do homenageado à mesa diretiva).
Autoridades que compõem a mesa diretiva, senhoras e
senhores!
Venho para esta cerimônia receber o título de Prof. Emérito
da Universidade Federal de Goiás, com poucas certezas e muitas dúvidas;
tenho certeza de que a homenagem que estou recebendo é o resultado de
uma conspiração de vários amigos que consegui amealhar durante quase
meio século de atividade docente na Faculdade de Medicina; nem se
quisesse conseguiria enumerar todos os “conspiradores” , peço vênia
para, em nome de todos eles, citar o querido colega e amigo, Prof. Marcos
Pereira de Ávila que capitaneou a iniciativa.
A eles, especialmente ao Prof. Marcos, estendo o meu
comovido agradecimento, pois descobriram que eu desejava encerrar
minha carreira de professor em uma cerimônia semelhante a esta, não
necessariamente com esta pompa e circunstância, pois, infelizmente
ficaram gravadas nas minhas lembranças o que presenciei, durante minha
longa jornada; a maioria absoluta dos colegas que se aposentaram foram
esquecidos pelos seus pares, alguns até com dificuldades burocráticas
para adentrarem ao interior do local onde viveram grande parte das suas
vidas, o nosso Hospital das Clínicas.
A cerimônia que imaginei e que desejava eu queria dedicar à
minha família para que esta soubesse que fui reconhecido pelo trabalho
que prestei, com carinho e honradez, por mais de quarenta anos em prol
do engrandecimento da Universidade Federal de Goiás.
Ao perceber a grandeza e o simbolismo desta cerimônia, uma
das dúvidas que me afligia tomou proporções ainda maiores, será que a
mereço? Não vou cair na tentação de esconder-me por detrás da
modéstia e afirmar que estou inseguro quanto ao acerto dos meus pares
em oferecer-me título de tamanho significado universitário; apenas dizer
que tenho a consciência tranquila de que cumpri meu dever de servir à
Universidade Federal de Goiás no limite da minha capacidade, não dirime
minha dúvida mas, pelo menos, atenua minha ansiedade.
Por outro lado, ao receber a confirmação de que seria, realmente,
homenageado, ocorreu-me que, normalmente, estes acontecimentos só
ocorrem quando o destinatário já não pode, pela ausência, agradecer aos
proponentes; minha felicidade é poder repetir com Nelson do Cavaquinho
estes versos que ouvi do meu querido confrade José Mendonça Teles em
uma cerimônia semelhante a esta.
"Dê-me flores em vida, carinho, a mão amiga, para afagar os
meus ais. Quando eu me tornar saudade, não preciso de vaidade,
quero prece e nada mais".
Acho, apesar de que o Prof. Marcos Ávila já tenha lhes
apresentado meu currículo, que devo dar a minha própria explicação aos
amigos que aqui vieram, na tentativa de convencê-los dos motivos que
levaram o Conselho Universitário a aprovar a indicação do meu nome para
receber este honroso título.
Não vou obrigá-los a ouvir a repetição das palavras do Prof.
Marcos Ávila que, por ser meu amigo fraterno, coloriu com as cores
refulgentes da amizade, as passagens descoloridas da minha vida,
tampouco vou cansá-los, contando-lhes detalhes da minha existência já
tão longa e que as curvas do caminho por onde andei, escondeu-os no
retrovisor do tempo; no entanto sinto que preciso dar meu próprio
testemunho, nem que seja de forma sintética, sobre o que fui, o que
penso e o que sou.
Entristece-me ouvir afirmações do tipo – o passado é o
passado, só vale o presente e as projeções para o futuro! Ah! Se estas
pessoas ouvissem Santo Agostinho e repetissem com ele:
“Quando fazemos do passado narrativas verdadeiras, o que
vem de nossa memória não são as próprias coisas, que cessaram de
existir. Minha infância, por exemplo, não está mais num passado
também desaparecido, quando a evoco e narro, é no presente que vejo
sua imagem, porque esta imagem ainda está na minha memória”.
Nasci em Gaspar Lopes, um lugarejo escondido entre as
montanhas do sul de Minas Gerais; enfrentei, como todo menino
pertencente a uma família pobre, as dificuldades inerentes a esta
condição; minha mãe, com o apoio singelo de meu pai, foi o aríete do qual
eu precisava - empurrou-me ao encontro do destino e me disse em uma
tarde triste e sombreada pelas privações existenciais:
“Vá, disse-me ela, procure as estrelas do seu firmamento”.
Fiz isto!
Ao tomar posse na Academia Goiana de Letras, publiquei um
opúsculo com este título e em cuja capa estampei o seu retrato na
companhia dos meus cinco irmãos, tendo como pano de fundo a nossa
Gaspar Lopes dos idos anos de 1950.
Em uma madrugada friorenta, quando a primavera estava quase
que desvanecendo, resolvi que precisava caminhar, nem que fosse rumo
ao desconhecido, antes que o outono, que antecipa o inverno, assumisse
ares de onipresença.
Um dia parti alhures
Na esperança que talvez algures
Vivesse como outrora (...)
Deixei para trás meus sonhos de criança, meus pais, meus
irmãos e parti; a caminhada foi longa, algumas vezes coalhada de
espinhos, mais das vezes, amparada por braços amigos e afagos da sorte.
Em Curitiba, onde me formei em 1964 combati, junto com
outras lideranças estudantis, o bom combate e orgulho de me lembrar
daqueles tempos, época da juventude, quando achamos que tudo
podemos, inclusive mudar o mundo apenas com nosso desejo; fomos
corajosos pelo ideal que defendíamos, e enfrentamos, com destemor, a
fase inicial daqueles anos escuros da nossa Pátria.
Hoje, sentado na planície da minha existência posso,
alicerçado na canície, não só devida à cronologia implacável do tempo,
mas também à experiência que acumulei da vida, olho o passado e tento
fazer uma reflexão sobre aqueles acontecimentos; sinto que segui a
recomendação haurida da pena do grande escritor da época do Império,
Rodrigo Otavio: “A vida só vale quando se a pode viver e viver não é ver
passar as horas, no desperdício do tempo, na despreocupação dos
sentidos; viver é aproveitar, do melhor modo, a hora que vem, passa e
não volta”.
A análise, depois de quase meio século de distancia, sem as
emoções que dominavam as ações daquele jovem, será prejudicada e
provavelmente não conclusiva; o que sei é que tínhamos ilusões,
repetindo Kafka “Somos levados na vida, muita vezes por ilusões, fomos
com frequência, superficiais e otimistas”; os momentos são vividos no
lapso dos acontecimentos, depois, serão apenas tentativas de
reconstrução dos fatos.
Os jovens, normalmente, analisam o seu dia-a-dia com a
óptica do super-homem, pensam que tudo podem e, muitas vezes não
acreditam que aquilo que pensam, pode não ser realizável; os caminhos
que estão percorrendo para conseguir alcançar o seu desiderato nem
sempre torna exequível o almejado.
A juventude, na sua inquietude natural, na sua busca
incessante da verdade, misturando sonhos com realidades procura, nos
seus heróis, uma sinalização do caminho a percorrer.
Nossos heróis não possuíam os pés de barro, suas ações
ecoavam nas nossas discussões; Jean Paul Sartre era um deles, pois levou,
com a sua liderança, todos os surrealistas franceses a ingressarem no
partido comunista; escritores da categoria de Breton e Aragon fizeram
juramento de lutar ao lado dos soviéticos no caso de uma guerra contra o
imperialismo; André Malraux e André Gide, dois ícones da literatura
mundial daqueles tempos, que haviam presidido em 1935, um Congresso
internacional de escritores em defesa da cultura, na verdade em apoio ao
regime soviético.
Aqui no Brasil ouvíamos Aurélio Buarque de Holanda, Alceu de
Amoroso Lima, Fernanda Montenegro, Otto Maria Carpeaux, Adalgisa
Nery, Glauber Rocha, Barbosa Lima Sobrinho, Paulo Francis, Carlos Heitor
Cony, Sobral Pinto, dentre muitos outros intelectuais da esquerda; ao lado
disto, vivíamos uma efervescência de acontecimentos mundiais: as vitórias
da revolução cubana e argelina e a guerra perdida pelos Estados Unidos
contra os Vietcongs.
Quando o próprio André Gide passou a recusar as “verdades”
que ele mesmo endossara, ao escrever, após visita que fez à União
Soviética, que “ficara aterrorizado com o culto à personalidade”,
concluindo que encontrara ali não a ditadura do proletariado, mas sim a
ditadura de um homem chamado Stalin, nós não acreditamos em nosso
antigo herói, pois tínhamos, ainda, o abalizamento do famoso poeta russo
Ehrenburg que dizia “A revolução causara sofrimento, mas haveria parto
sem dor?”; ouvíamos Sartre justificando a invasão da Hungria pela URSS
“Está bem, admitimos, há mortes. E depois? Já pensastes na quantidade
de vidas humanas que custa uma revolução? É preciso conformar-se;
dentro de algumas décadas ninguém mais será sensível a estes
massacres e sua decantada necessidade surgirá em plena luz”.
Como não acreditar no fato de que aquele regime que já
dominara mais de um terço dos habitantes da terra, não acabaria por se
tornar vitorioso em todo o planeta?
Tudo passou!
Assistimos o desmoronamento do edifício socialista, vimos
cenas inacreditáveis de populações repudiando ícones, como Lenin, que
julgávamos intocáveis; derrubaram o muro de Berlim e, como se fora a
queda de uma fila de pedras de dominó, um governo após o outro.
Ainda incrédulo com o que via, fui à Rússia na década de 1990
e ao ouvir, de viva voz, o relato de alguns cientistas que viveram aquela
fase do stalinismo, não tenho dúvida em afirmar que nós, a juventude
idealista daquela época, fomos enganados pelas aparências.
Se o amadurecimento intelectual me permite ver que as
ideias que professava na juventude não poderiam ser implantadas, não
quer dizer que esteja satisfeito com os rumos que os acontecimentos
tomaram; é necessário encontrar o ponto de equilíbrio entre o ajuste
monetário das finanças das nações, principalmente das subdesenvolvidas,
com as necessidades sociais dos povos; não há ajuste financeiro capaz de
se sustentar com a miséria de milhões de desassistidos.
Por outro lado, acredito que o século passado, período em
que vivi a maior parte da minha vida, tenha sido um dos séculos mais
extraordinários da existência humana, século que testemunhou alguns dos
maiores flagelos da humanidade, a primeira e a segunda guerra mundial, o
holocausto provocado pelo nazismo e a bomba de Hiroxima, mas também
assistiu a chegada do homem na lua, viu a criação do avião, do telégrafo,
cinema, radio e televisão e o computador.
Para restringir, ao mínimo possível, a citação de
acontecimentos extraordinários na área médica, menciono a descoberta
da penicilina e os antibióticos de uma maneira geral, a vacina contra a
poliomielite e a antivariólica; conseguiu-se prolongar a vida do homem;
graças a descoberta e fabricação de incontável número de novas
aparelhagens e medicamentos passou-se a fazer, com sucesso, o
transplante de órgãos; durante o século XX preparou-se o terreno,
aproveitando-se dos estudos sobre o DNA, que haviam sido iniciados no
século XIX, para a conclusão do “projeto genoma humano” que se
efetivou no século atual; na minha especialidade médica, a
coloproctologia, assistimos um avanço extraordinário com a introdução
da colonoscopia que permite, pela endoscopia, o diagnóstico precoce do
câncer intestinal; aparelhagens computadorizadas para se estudar os
movimentos do intestino e específicos aparelhos de ultrassom para se
desvendar os mistérios do assoalho pélvico, grampeadores metálicos que
permitem anastomose intestinal em níveis não pensados no passado.
Vimos, estarrecidos, a iminência de uma guerra nuclear no
episódio dos mísseis em Cuba, porém convivemos com os Beatles e os
Rolling Stones, vestimos à moda James Dean e namoramos ouvindo o
violão de João Gilberto.
Muitos homens e muitas mulheres ilustraram o século com a
sua cultura, tanto nas ciências e na literatura, como na pintura, na musica
e nas artes plásticas; não cairei na tentação de tentar enumerá-los; no
entanto, acredito que três homens do século passado (Marx, Einstein e
Freud), por causa das suas teorias, empurraram a vaidade humana contra
a parede e mudaram alguns conceitos sobre a nossa visão do mundo, ao
completarem, com suas obras, a estupefação que Darwin havia começado
a provocar no século anterior, ao afirmar em 1859: "Não tenho dúvidas
de que a visão que a maioria dos naturalistas possui, e que eu
previamente também tinha, de que cada espécie foi criada
independentemente, é errônea. Além disso, estou convencido que a
Seleção Natural é o meio principal, mas não exclusivo, de modificação
das espécies”
Estava ele dizendo, simplesmente, que somos primos de primeiro
grau dos chimpanzés.
Einstein, ao afirmar que tudo é relativo, descartou todas as
antigas certezas e criou uma nova visão do mundo; ao olharmos para uma
estrela situada a um ano luz de distância, estamos vendo-a como ela era há
um ano atrás, ou seja, é impossível vê-la como ela é hoje; ele tirou o chão
debaixo dos nossos pés, pois roubou-nos o único fundamento que
poderíamos confiar, a mensuração física do mundo.
Marx nos disse que nossa cultura e nossa consciência são
determinadas por condições econômicas, ou seja, isto também é a teoria da
relatividade, pois a consciência é relativa às condições econômicas.
O pior ainda para nossa autoestima estava por acontecer, Freud
foi o seu mensageiro; ao acrescentar nas discussões a “memória do
inconsciente”, retirou do homem o domínio completo das suas ações, pois
havia algo, que ele denominou de “id” que o homem nunca vê, mas que o
dirige nos seus momentos de vigília, porém que assume o controle absoluto
da sua mente nos momentos dos sonhos.
Depois de caminhar e continuar caminhando pela longa
estrada da vida, resta-me um estado de perplexidade por não conseguir
responder a todos os questionamentos que os acontecimentos que
presenciei me são propostos; preciso apelar para a autodefesa e dizer,
despudoradamente, que os rumos da história são imprevisíveis e que o
término da guerra fria não foi o ocaso da história, como predisse,
erroneamente, o grande teórico do Governo Reagan, Francis Fukuyama em
1992 ao dizer que o liberalismo seria o último refugio da democracia,
assim como, com outras palavras, predisse Cícero no ano 146 aC, ao
afirmar que a destruição de Cartago e a consequente hegemonia total de
Roma, seria, também, a última guerra da história.
Sob os influxos desta extraordinária acumulação de
acontecimentos que vi passarem em frente dos meus olhos, quando
algumas vezes eu atuava como sujeito das ações e mais das vezes como
simples observador, acho que posso repetir o titulo do livro autobiográfico
de Pablo Neruda “Confesso que vivi”.
Hauri destas observações, lições sobre a vida que me
permitem, agora que se aproxima, a passos largos, meu inverno da
existência, dizer que me sinto em condições de repetir o que disse Fichte,
filósofo alemão do século 18, meu irmão da fraternidade maçônica:
“O único fim da existência humana sobre a terra não é nem o
céu nem o inferno, mas apenas a humanidade, da qual fazemos parte e
que desejamos elevar ao máximo de perfeição possível”.
Ao saber que um índio foi maltratado na floresta amazônica,
sinto o mesmo pesar que sentiria um humanista que vive na longínqua
Suécia; tenho procurado, no exílio voluntário a que me submeto, na maior
parte do meu tempo, na bucólica Santa Tereza, manter correspondência,
por intermédio dos meus textos, com uma infinidade de novos amigos que
a literatura tem me proporcionado. Sou feliz!
Sinto, no entanto, que os dias escorregam pelos vãos dos meus
dedos, tenho pressa para tentar completar o que iniciei; nesta corrida levo
em consideração as palavras que foram ditas pelo filósofo e jurista italiano,
Norberto Bobbio:
“Estou vivendo uma fase de grande produção porque – Não há
mais tempo para projetos (...) com melancolia da consciência do não
realizado e do não mais realizável”.
Semana passada o Departamento de Cirurgia, sob a direção e
da iniciativa do Prof. Fernando Carneiro prestou-me singela homenagem,
não sei se deixei transparecer, porém, fiquei bastante emocionado com o
acontecimento; rever meus companheiros de docência, entrar nas
enfermarias, tão minhas conhecidas, voltar às salas de aulas procurando
fantasmas de antigos companheiros que já deixaram nosso convívio e estão
agora frequentando o oriente eterno, tudo isto me faz recordar o que o
antigo mestre da medicina brasileira, Prof. Deolindo Couto, escreveu:
“Quando se vivem os instantes supremos, tudo o que passou
aflora suavemente à lembrança, e em tudo, até nos menores contrastes
e coincidências, se descobrem motivos de encantamento”.
É a vida, tudo haverá de continuar, se fiz um bom trabalho à
frente do Serviço de Coloproctologia, não me cabe analisar, só sei que
tentei, com o máximo da minha capacidade, fazer o que achava possível e,
principalmente, necessário. Só tenho uma certeza, os colegas que me
sucederam na labuta, irão fazer mais do que eu consegui, porque, como
disse o filósofo Montaigne:
“Devemos viver sem perder de vista aqueles que vão chegando,
com seus sonhos, suas esperanças e suas ilusões”.
Hoje, com certa frustração, tenho consciência de que galguei
apenas o caule da arvore do conhecimento, reconheço que tive mais
alegrias que tristezas, tive reconhecimento publico do meu trabalho, como
o que ocorre nesta cerimônia, relacionei-me com mestres que me
educaram, com pessoas que amei e me amaram, minha família, meus
filhos, genro e noras e meus netos e que me acompanham desde sempre.
Dentre os eventos universitários, esta cerimônia pode ser
considerada quase que de rotina, porém, não para mim, por ser a ultima do
meu calendário de docente; durante estes dias que antecederam esta noite,
recebi inúmeras manifestações de amizade, quer sejam por intermédio do
telefone, do correio e principalmente pela internet, agradeço a todos de
maneira equitativa.
Antes que a cortina seja descerrada devo admitir que saio da
cena com a sensação de que não fui capaz de transmitir aos amigos que
aqui vieram, a necessária segurança no possível julgamento da razão desta
homenagem, cabe-me, como gesto final, pedir-lhes perdão pela
significância que o Conselho Universitário atribuiu a minha modesta
pessoa, ao conceder-me título de tamanha grandeza.
Preciso fazer alguns agradecimentos
Vejo aqui no auditório uma infinidade de amigos, colegas de
profissão, clientes, irmãos da Ordem maçônica, da Academia Goiana de
Letras, da Academia Goiana de Medicina, da Academia Feminina de Letras
e Artes de Goiás, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da União
Brasileira de Escritores-Seção de Goiás, da Sociedade Brasileira de
Médicos Escritores-Seção de Goiás, da Unimed, da Unicred – cooperativa
de crédito da saúde, que vieram dividir comigo a alegria que estou
sentindo pela efeméride; alguns, por motivo de força maior, não puderam
vir, como meu querido e imorredouro amigo e compadre Prof. Joffre
Marcondes de Rezende, a quem tanto estimo e gostaria de ter a
capacidade de estimar ainda mais; outros vieram de longe, enfrentando as
dificuldades das estradas, como o meu Irmão de filosofia maçônica,
Donaldo Alves de Almeida de Jataí, em cujo nome agradeço a todos os
outros amigos aqui presentes; alguns outros estavam impossibilitados de
comparecer, pois ficaram na beira da estrada da vida, sinto as suas
presenças etéreas, consigo perceber seus influxos positivos.
Vejo, também, grande quantidade de parentes, último refúgio
das nossas esperanças, aos quais peço vênia para nominar, como nossa
representante, a nossa primeira dama, Aparecida Nascimento, nossa
querida Dindinha e em nome da qual agradeço as suas presenças.
Meu núcleo familiar mais estreito, meus filhos, José Paulo,
Hélio Junior, Ana Paula, Antonio, Juliana e Larissa, meus netos, Pedro
(meu futuro colega de profissão), Rafaela, Luiz Fernando, Antonio Neto,
Laura, João Paulo, Marília e o Lucas que está aqui no ventre da sua mãe,
meu extremado carinho, companheiros de todas as horas!
Senti, mais uma vez, nestes dias de efervescência que
antecederam esta solenidade, a presença de muitas pessoas amigas que
tiveram participação, com igual efetividade, nestes preparativos, como o
confrade da Academia Goiana de Letras, Miguel Jorge que dirige o Grupo
Kadoz de Poesia, meus netos Pedro (voz e violão), Laura (voz) e João Paulo
(orador); no entanto preciso destacar uma pessoa que é mais igual do que
os outros, trata-se de Marília, companheira da minha existência, com
quem compartilho minhas emoções, minhas alegrias e decepções; sei que
após o final da efeméride, todos os presentes irão para suas casas,
somente ela me acompanhará, porque nossa caminhada não terminará
hoje; seguiremos juntos, até o fim da jornada!