Herança ligada ao sexo

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Introdução Em algumas espécies, as fêmeas possuem dois cromossomos sexuais idênticos (XX) e os machos, um idêntico ao das fêmeas e um diferente (XY) sendo este, o Y, o responsável pelas características masculinas. Assim, na espécie humana, o genótipo feminino é 44A + XX; e o masculino, 44A + XY. Na meiose, todos os óvulos apresentarão cromossomo X, e os espermatozoides, metade X e outra metade Y. Assim, na fecundação é que será determinado o sexo da prole, sendo este determinado pela presença do Y (sexo masculino) ou pela sua ausência (sexo feminino). Genes ligados ao sexo : Se situam no cromossomo X e a herança deste tipo é denominada herança ligada ao sexo ou herança ligada ao cromossomo X. Assim, a mulher pode ser homozigota ou heterozigota e os homens, apenas homozigotos. Indivíduo do sexo masculino, quando possuir caráter recessivo, poderá manifestar a doença. Já para mulher manifestar a doença, é necessário que seja homozigota recessiva.No caso do cromossomo X as mulheres apresentam dois exemplares e os homens apenas um, por esse motivo as mulheres são denominadas como homogaméticas e os homens como heterogaméticos. A herança ligada ao sexo é determinada pelos genes exclusivos do cromossomo X. As principais doenças relacionadas a herança ligada ao sexo são: o daltonismo, a hemofilia, anomalia da coagulação sanguínea, glaucoma juvenil e outros. As características exclusivas do cromossomo Y determinam a herança restrita ao sexo. Essa herança também é chamada de holândrica e só se manifesta nos homens, pois seus genes se localizam na região do cromossomo Y. Um exemplo desse tipo de herança é a hipertricose auricular caracterizada pela presença de pelos longos e abundantes na orelha.

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PESQUISA SOBRE GENETICA. por Lucília Antunes

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Introdução

Em algumas espécies, as fêmeas possuem dois cromossomos sexuais idênticos (XX) e os machos, um idêntico ao das fêmeas e um diferente (XY) sendo este, o Y, o responsável pelas características masculinas. Assim, na

espécie humana, o genótipo feminino é 44A + XX; e o masculino, 44A + XY.

Na meiose, todos os óvulos apresentarão cromossomo X, e os

espermatozoides, metade X e outra metade Y. Assim, na fecundação é que será determinado o sexo da prole, sendo este determinado pela presença do Y (sexo masculino) ou pela sua ausência (sexo feminino).

Genes ligados ao sexo :

Se situam no cromossomo X e a herança deste tipo é denominada herança ligada ao sexo ou herança ligada ao cromossomo X. Assim, a mulher pode

ser homozigota ou heterozigota e os homens, apenas homozigotos. Indivíduo do sexo masculino, quando possuir caráter recessivo, poderá manifestar a doença. Já para mulher manifestar a doença, é necessário que seja

homozigota recessiva.No caso do cromossomo X as mulheres apresentam dois exemplares e os homens apenas um, por esse motivo as mulheres são denominadas como homogaméticas e os homens como heterogaméticos.

A herança ligada ao sexo é determinada pelos genes exclusivos do cromossomo X.

As principais doenças relacionadas a herança ligada ao sexo são: o daltonismo, a hemofilia, anomalia da coagulação sanguínea, glaucoma juvenil e

outros.

As características exclusivas do cromossomo Y determinam a herança restrita ao sexo. Essa herança também é chamada de holândrica e só se

manifesta nos homens, pois seus genes se localizam na região do cromossomo Y. Um exemplo desse tipo de herança é a hipertricose auricular caracterizada pela presença de pelos longos e abundantes na orelha.

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Daltonismo:

O daltonismo (também chamado de discromatopsia) corresponde à

incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, principalmente o verde do vermelho. Esta incapacidade normalmente tem origem genética, mas pode também surgir devido outras causas, como por exemplo lesões no olho ou no

cérebro. John Dalton, primeiro cientista a pesquisar o distúrbio ócular ,o daltonismo (também

chamado de discromatopsia) corresponde à incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, principalmente o verde do vermelho. Esta incapacidade normalmente tem origem genética, mas pode também surgir devido outras

causas, como por exemplo lesões no olho ou no cérebro. O distúrbio, que era desconhecido até o Século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a

anomalia da qual ele próprio era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossomo X, acaba sendo de ocorrência muito mais comum entre os homens.

Os portadores do gene anômalo apresentam dificuldade na visualização de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que causa distorções na visualização de diversas cores do espectro. Isso ocorre devido ao

mau funcionamento dos cones existentes na retina, que não são capazes de ter a percepção correta de certas cores.

Cores primárias Mecanismo

A retina humana possui três tipos de células sensíveis a cores, chamadas de

cones. Cada um deles é responsável pela percepção de um determinado setor do espectro luminoso, podendo haver uma certa sobreposição de certas regiões do espectro. Porém, generalizando, pode-se afirmar que essas faixas

espectrais correspondem ao vermelho, ao verde e ao azul (cores primárias). Todos os outros tons existentes derivam da combinação dessas três cores. A tonalidade que se enxerga depende do modo que cada tipo de cone é

estimulado. A luz azul, por exemplo, só é captada pelas célula mais sensíveis a essa cor. No caso dos daltônicos, alguns desses cones não estão presentes

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em número suficiente para detectar corretamente a coloração ou então apresentam alguma alteração que impede o envio adequado das mensagens ao cérebro.

As três cores primárias são captadas pelos cones e se combinam

formando uma imagem colorida

Tipos de daltonismo

O tipo mais comum de daltonismo é aquele em que a pessoa apresenta alterações na recepção da cor verde, chamado de deuteranomalia. Em segundo lugar estão aqueles que possuem dificuldades para captar a cor

vermelha - protanomalia. Em número menor, existem daltônicos que possuem poucos receptores da cor azul, chamada de tritanomalia, que causa confusão entre essa cor e a cor amarela.

Um tipo raro de daltonismo é aquele em que as pessoas são completamente "cegas" para as cores: seu mundo é em preto e branco e tons de cinza. Nesse caso, se diz que a pessoa possui visão acromática.

Existem testes que permitem determinar se uma pessoa é daltônica e qual seu grau de deficiência na percepção de cores. O teste mais utilizado internacionalmente é o teste de Ishihara, onde cartões coloridos contendo

números são exibidos permitindo a detecção do problema.

Genética A mutação genética que provoca o daltonismo sobreviveu pela vantagem dada aos daltônicos ao longo da história evolutiva. Essa vantagem advêm, sobretudo

do fato dos portadores desses genes possuirem uma melhor capacidade de visão noturna e a capacidade de visualizarem elementos ocultos, como um animal ou inimigo escondido na mata pela sua camuflagem. Diante desse

quadro vantajoso, a seleção natural tratou de perpetuar essa alteração na visão. Como o daltonismo é provocado por genes recessivos localizados no

cromossomo X (sem alelos no Y), o problema ocorre muito mais frequentemente nos homens que nas mulheres.

O alelo alterado de um gene em X: o alelo d. O alelo D é responsável pela condição normal.

Assim, uma mãe portadora, mas não daltônica com um pai

normal resultarão em uma prole:

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Estima-se que 8% da população seja portadora do distúrbio, mas as mulheres correspondem a menos de 1% deste total. No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D, bastará um simples gene recessivo

para que ele seja daltônico, o que não acontece com o sexo feminino pois, para ser daltônica, uma mulher precisa ter os dois genes recessivos dd. Quando o pai é daltônico (d) e a mãe possui visão normal (DD), nenhum dos

descendentes será daltônico, porém as filhas serão portadoras do gene (Dd). Quando a mãe é daltônica (dd) e o pai possui visão normal (D), as filhas serão portadoras (Dd) e os filhos serão daltônicos (d)

Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai possuir visão normal (D), 50% dos filhos serão daltônicos e 50% das filhas serão portadoras do gene. Se a mãe é portadora (Dd) e o pai daltônico (d) 50% dos filhos e das filhas

serão daltônicos. Se a mãe for daltônica (dd) e o pai também (d) 100% dos filhos e filhas também serão daltônicos.

Diagnóstico

Figura do teste de Ishihara, método utilizado para diagnosticar o daltonismo. O número 8 somente é vísivel para as pessoas de visão normal

Existem três métodos para se diagnosticar a presença do daltonismo e determinar em que grau ele está afetando a percepção das cores de uma pessoa:

Anomaloscópio de Nagel - Consiste em um aparelho onde o indivíduo que vai ser examinado tem seu campo de visão dividido em duas partes. Uma delas é iluminada por uma luz monocromática amarela, enquanto a outra é iluminada

por uma diversas luzes monocromáticas verdes e vermelhas. O examidado deve tentar igualar os dois campos, alterando a razão entre a intensidade das luzes vermelha e verde, e modificando a intensidade da luz amarela.

Lãs de Holmgreen - Consiste na avaliação da capacidade de separar determinados fios de lã em diversas cores. Teste de cores de Ishihara - Consiste na exibição de uma série de cartões

pontilhados em várias tonalidades diferentes. Esse é o método mais frequentemente utilizado para se diagnosticar a presença do daltonismo, sobretudo nas deficiências envolvendo a percepção das cores vermelho e

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verde. Uma figura (normalmente uma letra ou algarismo) é desenhada em um cartão contendo um grande número de pontos com tonalidades que variam ligeiramente entre si, de modo que possa ser perfeitamente identificada por

uma pessoa com visão normal. Porém um daltônico terá dificuldades em visualizá-la. Como o teste de Ishihara não pode ser utilizado por crianças ainda não

alfabetizadas, desenvolveu-se um método secundário onde os cartões, em vez de números e letras, contêm desenhos de figuras geométricas, como quadrados, círculos e triângulos, que podem facilmente ser identificados por

crianças em idade pré-escolar.

Tratamento Atualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse distúrbio. Porém, um daltônico pode viver de modo perfeitamente normal,

desde que tenha conhecimento das limitações de sua visão. O portador do problema pode, por exemplo, observar a posição das cores de um semáforo, de modo a saber qual a cor indicada pela lâmpada.

Como na idade escolar surgem as primeiras dificuldades com cores, sobretudo em desenhos e mapas, os pais e professores devem estar atentos ao problema, evitando constranger e traumatizar a criança. Pode ser frustrante

para uma criança ter a certeza de que está vendo um algo em determinada cor, enquanto todos os colegas e a professora afirmam que ela está errada.

Adaptações Para um daltônico, navegar em websites coloridos da Internet pode ser uma

experiência não muito agradável. Alguns textos podem estar ilegíveis, de acordo com o esquema de cores utilizado. Devido ao grande número de deficientes para cores e a existência de dificuldades para navegar pela Web,

há uma tendência das empresas pensarem com mais seriedade na criação de páginas que sejam acessíveis a todos. Algumas cidades já possuem semáforos adaptados para os portadores de

daltonismo, que apresentam uma faixa branca ao lado da luz amarela, possibilitando ao daltônico distinguir qual a cor do sinal aceso pela posição da luz (acima ou abaixo da faixa).

Lápis de cores podem ter o nome de cada cor gravada em seu corpo de modo a facilitar sua identificação.

Os daltônicos são incapazes de discernir as sete cores de um arco-íris

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Curiosidades

O daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como descrito num artigo publicado pela

BBC Online. Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge

demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, dar às pessoas uma visão mais aprimorada de algumas cores.

Durante a 2ª Guerra Mundial se descobriu que os soldados daltônicos tinham mais facilidade para detectar camuflagens ocultas na mata.

Os daltônicos possuem uma visão noturna superior a de uma pessoa com visão normal.

Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta que as pessoas de visão normal.

A maioria dos daltônicos não sabem que possuem esta anomalia. A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para

outra. O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo.

A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de europeus. Os daltônicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores.

Normalmente as cores prediletas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas.

Para os daltônicos o arco-íris não possui 7 cores.

Hemofilia:

A hemofilia é uma anomalia na capacidade de coagulação do sangue, regulada por um alelo recessivo ligado ao sexo. É uma doença que causou grande mal

às famílias reais européias, depois de ser introduzida pelos descendentes da rainha Vitória. A hemofilia atinge cerca de 300.000 pessoas. É condicionada por um gene recessivo, representado por h, localizado no cromossomo X. É

pouco freqüente o nascimento de mulheres hemofílicas, já que a mulher, para apresentar a doença , deve ser descendente de um hímen doente (XhY) e de uma mulher portadora (XHXh) ou hemofílica (XhXh). Como esse tipo de

cruzamento é extremamente raro, acredita-se que praticamente inexistiriam mulheres hemofílicas. No entanto, já foram relatados casos de hemofílicas,

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contrariando assim a noção popular de que essas mulheres morreriam por hemorragia após a primeira menstruação (a interrupção do fluxo menstrual deve-se à contração dos vasos sanguíneos do endométrio, e não a coagulação

do sangue).

Os sintomas apresentados pelo hemofílico são:

Hemorragia quer por ferimento ou não;

sangramento de natureza de fluxo lento e persistente;

sangramento duradouro.

Pode durar semanas e então levar a uma anemia profunda. Verificou-se que a coagulação em tubo de ensaio poderia levar 30 minutos ou horas se o sangue fosse de um hemofílico. Com relação a este caráter são verificados os

seguintes genótipos e fenótipos:

Fenótipo Homem Mulher

Normal XHY XHXH ou XHXh

Hemofílico XhY XhXh

Os zigotos hemofílicos femininos tem possibilidades teóricas para existirem, entretanto nunca foram convenientemente admitidos. Estes zigotos seriam

formados a partir do casamento entre um homem XhY e uma mulher XHXh. A chance do homem hemofílico, vir a se casar é pequena e, mesmo que o casamento ocorra, a probabilidade de surgir uma mulher hemofílica é de

apenas,25%. Alguns autores acham que mulheres XhXh viveriam no máximo até a primeira

menstruação. Foi demonstrado que hormônios feminino tem efeito favorável na coagulação de sangue. Entretanto a aplicação destes hormônios em homens hemofílicos apresentou resultados duvidosos.

Essa doença segue o mesmo padrão do daltonismo e consiste na ausência de fatores de coagulação do sangue, promovendo hemorragias - inclusive e principalmente, externas.É um distúrbio da coagulação sangüínea, em que falta

o fator VIII, uma das proteínas envolvidas no processo, encontrado no plasma das pessoas normais. As pessoas hemofílicas têm uma tendência a apresentarem hemorragias graves depois de traumatismos banais, como um

pequeno ferimento ou uma extração dentária.

O tratamento da hemofilia

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consiste na administração do fator VIII purificado ou de derivados de sangue em que ele pode ser encontrado (transfusões de sangue ou de plasma). Pelo uso frequente de sangue e de derivados, os pacientes hemofílicos apresentam

uma elevada incidência de AIDS e de hepatite tipo B, doenças transmitidas através dessas vias.

Sindrome de Turner

A síndrome de Turner (ST) foi inicialmente descrita por Henry Turner em 1938. Suas descrições tiveram por base a observação de pacientes do sexo feminino que apresentavam estatura baixa (aproximadamente 140cm) e

ausência de características sexuais secundárias. Vinte anos após este relato, Ford et al. (1959) demonstraram que estas pacientes apresentavam uma monossomia do cromossomo X (45, X).

A prevalência do cariótipo 45,X é baixa comparada a de outras anomalias de cromossomos sexuais afetando aproximadamente 1/2500 a 1/5000 nativivas.

características: As anormalidades típicas da síndrome de Turner incluem

baixa estatura, disgenesia gonadal,

pescoço alado, linha posterior de implantação dos

cabelos baixa, fácies típica, tórax alargado com aumento da distância

entre os mamilos, linfedema, cúbito valgo, tireoidite autoimune com ou

sem hipotireoidismo,

anormalidades renais, cardiovasculares e auditivas, além de deficiência

cognitiva em algumas atividades,

embora a inteligência média seja considerada normal

Baixa estatura é o achado mais comum da síndrome de Turner.

Caracteristicamente há retardo leve do crescimento na fase intra-uterina,

redução progressiva da velocidade de crescimento durante a infância e

marcada ausência de crescimento na fase puberal

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DIAGNÓSTICO

A suspeita diagnóstica da síndrome pode ser feita em neonatos do sexo

feminino pela observação do pescoço alado e do linfedema. Se a ST não for

diagnosticada na lactância ou infância, geralmente será diagnosticada

tardiamente na fase pós-púbere devido à ocorrência de baixa estatura e/ou

amenorréia, sendo necessária, em ambos os casos, uma confirmação

citogenética. A baixa estatura está relacionada à ausência de um gene do cromossomo X que em mulheres saudáveis, a sua duplicidade determina estatura normal. No caso da ST devido a monossomia do X, esse gene perde seu homólogo

determinando assim anormalidade na estatura.

Cariótipo da Síndrome de Turner

TRATAMENTO O tratamento de uma paciente com ST visa a reposição hormonal, principalmente o estrogênio. Esse hormônio, que nessas pacientes é produzido somente pelas adrenais devido à sua insuficiência ovariana, irá causar o

desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos e também iniciará ou recomeçará o ciclo menstrual dessas pacientes. Apesar das divergências, parece plausível iniciar o tratamento em idade igual ou superior a

16 anos. Essa medida propicia o máximo crescimento a essas mulheres, já que, a administração de estrógenos cessa o crescimento devido ao fechamento precoce das cartilagens epifisárias.

Atualmente tem se observado o emprego de hormônio de crescimento(GH), que visa melhorar o ganho estatural das portadora da ST.

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CURIOSIDADE

É interessante relatar que em pacientes com ST, a ocorrência de osteoporose

não é tão comum quanto seria de esperar, mesmo quando não tratadas. Levando em conta que entre as mulheres normais em menopausa é comum a osteoporose por deficiência de estrógeno, deveria se esperar que todas as

pacientes com ST não tratadas apresentassem essa alteração óssea, o que está longe de acontecer.

CRONOLOGIA

1938 - Turner descreve pela primeira vez a síndrome. 1942 - Varney et al. e Albright et al. estudando separadamente, demonstraram que em pacientes com ST suas gonadotropinas eram secretadas em níveis

elevados. 1959 - Ford et al. demonstraram o cariótipo 45,X em pacientes com ST 1962 - Hienz descreve a infertilidade em mulheres com esse cariótipo

1966 - Jones et al. caracterizaram a baixa estatura e o dado anamnéstico de amenorréia como suficientes para suspeita de ST. 1967 - Federman propõe o tratamento para ST à base de hormônios. 1978 - De

Grouchy e Turleau estimam que 55% das pacientes com ST possuem 45,X.

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Síndrome de Down

Em 1866, John Langdon Down notou que havia nítidas semelhanças fisionômicas

entre certas crianças com atraso mental. Utilizou-se o termo “mongolismo” para descrever a sua aparência. Segundo o Dr. John, os mongois eram considerados seres inferiores.

O número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e

23 da mãe), dispondo em pares, somando 23 pares. Em 1958, o geneticista Jérôme Lejeune verificou que no caso da Síndrome de Down há um erro na distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos e este

cromossomo a mais se ligava ao par 21. Então surgiu o termo Trissomia do 21 que é o resultado da não disjunção primária, que pode ocorrer em ambas as divisões meióticas e em ambos os pais. O processo que ocorre na célula é identificado por

um não pareamento dos cromossomos de forma apropriadas para os pólos na fase denominada anáfase, por isso um dos gametas receberá dois cromossomos 21 e o outro nenhum.

Como forma de homenagear o Dr. John, o Dr. Jérôme batizou a anomalia com o nome de Síndrome de Down.

Registros Antropológicos mostram que o caso mais antigo da Síndrome de Down

data do século VII, um crânio saxônico apresentando modificações estruturais vistas com freqüência em crianças com Síndrome de Down. Algumas pessoas acreditam que a Síndrome de Down tenha sido representada no passado em

esculturas e pictografias. Os traços faciais de estatuetas esculpidas pela cultura Olmec há quase 3.000 anos foram considerados semelhantes aos de pessoas com Síndrome de Down. Nenhum relatório bem documentado sobre pessoas com

Síndrome de Down foi publicado antes do século XIX.

Tipos de Trissomia do 21 ou Síndrome de Down

Há 3 tipos principais de anomalias cromossômicas ou variantes, na sindroma de Down.

• trissomia simples (padrão): a pessoa possui 47 cromossomos em todas as células (ocorre em cerca de 95% dos casos de Síndrome de Down). A causa da trissomia simples do cromossomo 21 é a não disjunção cromossômica.

• translocação: o cromossomo extra do par 21 fica "grudado" em outro cromossomo.

Nese caso embora indivíduo tenha 46 cromossomos, ele é portador da Síndrome de Down (cerca de 3% dos casos de Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal.

• mosáico: a alteração genética compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 e outras 46 cromossomos (ocorre em cerca de 2% dos casos de Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal.

É importante saber, que no caso da Síndrome de Down por translocação, os pais devem submeter-se a um exame genético, pois eles podem ser portadores da

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translocação e têm grandes chances de ter outro filho com Síndrome de Down.

Cariótipo

Características dos Portadores

O portador da Síndrome pode apresentar várias:

• A cabeça é um pouco que o normal. A parte posterior da cabeça é levemente achatada (braquicefalia) na maioria das crianças, o que dá uma aparência arredondada à cabeça. As moleiras (fontanela) são, muitas vezes, maiores e demoram mais para se

fechar. Na linha média onde os ossos do crânio se encontram (linha de sutura), há muitas vezes, uma moleira adicional (fontanela falsa). Cabelo liso e fino, em algumas crianças, pode haver áreas com falhas de cabelo (alopecia parcial), ou, em casos raros, todo o cabelo pode ter caído (alopecia total).

• Rosto tem um contorno achatado, devido, principalmente, aos ossos faciais pouco desenvolvidos e nariz pequeno. Osso nasal geralmente afundado. Em muitas crianças, passagens nasais estreitadas.

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• Olhos tem uma inclinação lateral para cima e a prega epicântica (uma prega na qual a pálpebra superior é deslocada para o canto interno), semelhante aos orientais.

Pálpebras estreitas e levemente oblíquas.

• Orelhas pequenas e de implantação baixa, a borda superior da orelha ( hélix ) é muitas vezes dobrada. A estrutura da orelha é ocasionalmente, alterada. Os canais do ouvido são estreitos.

• A boca é pequena. Algumas crianças mantêm a boca aberta e a língua pode projetar-se um pouco. À medida que a criança com síndrome de Down fica mais velha, a língua pode ficar com estrias. No inverno, os lábios tornam-se rachados. O céu da boca (palato) é mais estreito do que na criança "normal". A erupção dos dentes de leite é geralmente atrasada. Às vezes um ou mais dentes estão ausentes e alguns dentes

podem ter um formato um pouco diferente. Mandíbulas pequenas, o que leva, muitas vezes, a sobreposição dos dentes. A cárie dentária é observada com menor comparada com crianças “normais”.

• Pescoço de aparência larga e grossa com pele redundante na nuca No bebê, dobras soltas de pele são observadas, muitas vezes, em ambos os lados da parte posterior do pescoço, os quais se tornam menos evidentes, podendo desaparecer, à medida que a criança cresce.

• O abdômen costuma ser saliente e o tecido adiposo é abundante. Tórax com formato estranho, sendo que a criança pode apresentar um osso peitoral afundado (tórax afunilado) ou o osso peitoral pode estar projetado (peito de pomba). Na criança cujo coração é aumentado devido à doença cardíaca congênita, o peito pode parecer mais

globoso do lado do coração. Em conseqüência das anomalias cardíacas e de uma baixa resistência às infecções, a longevidade dos mongolóides costuma ser reduzida.

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• As mãos e os pés tendem a ser pequenos e grossos, dedos dos pés geralmente curtos e o quinto dedo muitas vezes levemente curvado para dentro, falta de uma falange no dedo mínimo. Prega única nas palmas (prega simiesca). Na maioria das crianças, há um espaço grande entre o dedão e o segundo dedo, com uma dobra entre eles na sola do pé, enfraquecimento geral dos ligamentos articulares.

• Genitália desenvolvida; nos homens o pênis é pequeno e há criptorquidismo, nas mulheres os lábios e o clitóris são pouco desenvolvidos. Os meninos são estéreis, e as meninas ovulam, embora os períodos não sejam regulares.

É preciso enfatizar que nem toda criança com síndrome de Down exibe todas as características anteriormente citadas. Além disso, algumas características são mais acentuadas em algumas crianças do que em outras.

Causas

Um dado que levanta a suspeita é a idade materna, 60% dos casos são originados de

mulheres com mais de 30 anos. Casos com mulheres de menos de 30 anos é de aproximadamente 1:3000; em mulheres entre 30 e 35 anos o risco aumenta para

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1:600, em mulheres com mais de 45 anos, até 1:50.

Uma explicação do efeito da idade ocorre na ovogênese: na época do nascimento de uma criança, os ovócitos encontram-se na prófase I e, logo após o nascimento, interrompem a meiose por um período que dura de 12 a 50 anos (da menarca à

menopausa). Quanto mais longo for esse período, por mais tempo permanecem interrompidas as meioses dos ovócitos e mais influências ambientais (radiações, medicamentos, infecções) podem alterar a segregação dos cromossomos originando, em conseqüência, maior número de óvulos aneuplóides

Um fator independente da idade e que possivelmente aumenta a ocorrência de zigotos aneuplóides é que, ao ser lançado na tuba, o ovócito encontra um meio diferente daquele em que permaneceu vários anos; desse modo, ele fica exposto à ação de fatores ambientais, tornando-se mais vulnerável à ocorrência de não-segregações.

Dados revelam que 20% dos casos de trissomia do 21 derivada falta de segregação ocorrida na gametogênese paterna. Nesse casos, o aumento da idade paterna também acarreta aumento na ocorrência das aneuploidias, porém esse efeito só é constatado claramente em pais com idade superior a 55 anos; como a paternidade nessa idade é relativamente rara, esse fato não foi percebido com a mesma facilidade como nas mulheres com mais de 35 anos.

Métodos de Diagnose

O diagnóstico é feito através do cariótopo, que é a representação do conjunto de cromossomos de uma célula. O cariótipo é, geralmente, realizado a partir do exame dos leucócitos obtidos de uma pequena amostra de sangue periférico. Somente este exame é que realmente comprova o cromossoma extra com um número total de 47, como resultante de uma trissomia do cromossomo 21.

Também é possível realizá-lo, antes do nascimento, depois da décima primeira semana de vida intra-uterina, utilizando-se tecido fetal.

No entanto as características fenotípicas, citadas anteriormente podem apresentar um forte indicio da doença ,sem o uso do teste.

Rastreio pré-natal

• Amniocentese É o método mais usado na detecção de trissomia 21 nas gravidezes de “alto risco”. É feito retirando-se uma pequena quantidade de líquido que envolve o bebê no útero, durante a gravidez.

• Amostra de vilosidades coriônicas. Trata-se duma biópsia transvaginal às 10-12 semanas de gestação. Relativamente à amniocentese, tem como vantagem a detecção mais precoce das anomalias cromossómicas , mas está associada a uma taxa maior de abortos (2-5%). Pensa-se que esteja associada a defeitos nos membros e das mandíbulas do feto, embora os estudos não sejam muito conclusivos.

• Ecografia Algumas características fetais podem ser indicadores de T21, como, por exemplo, o tamanho da fossa posterior, a espessura das pregas cutâneas da nuca, as posturas da mão e o comprimento dos ossos. Embora esta técnica seja promissora, ainda não oferece garantias.

• Cariótipo das células fetais na circulação materna. Outra técnica que promete ter

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turo.

Síndrome de Klinefelter ( 47,XXY)

O Dr. Harry F. Klinefelter ao trabalhar no projeto de consumo de oxigênio na glândula adrenal em conjunto com o Dr. Howard Means atendeu um paciente com um caso raro no qual um homem desenvolveu seios (Ginecomastia).

Ao estudar este caso, o Dr. Klinefelter relatou nos seu exames infertilidade, liberação de hormônio Gonadotropina (GnRH), um elevado nível de liberação de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteneizante (LH).

Com estes resultados foi publicado no Jornal de Metabolismo e Endocrinologia Clínica (1942), um artigo intitulado “Síndrome caracterizada por Ginecomastia, aspermatogênese e aumento da excreção de Hormônio Folículo Estimulante”, tendo como autores, Klinefelter H G, Reifestein E C Jr., e Albright F..

Desde então, a literatura só chama esta condição de síndrome de Klinefelter (SK).

A SK é causada por uma variação cromossômica envolvendo o cromossomo sexual. Este cromossomo sexual extra (X) causa uma mudança característica nos meninos. Todos os homens possuem um cromossomo X e um Y, mas ocasionalmente uma variação irá resultar em um homem com um X a mais, esta síndrome é muitas vezes escrita como 47 XXY. Existem outras variações menos comuns como: 48 XXYY; 48 XXXY; 49 XXXXY; e mosaico 46 XY/47 XXY, este é o cariótipo mais comum, ocorre em cerca de 15% provavelmente em conseqüência da perda de um cromossomo X num concepto XXY durante uma divisão pós-zigótica inicial.

Metade dos casos resulta de erros na meiose I paterna, um terço de erros na meiose I materna e os demais de erros na meiose II ou de um erro mitótico pós-zigótico levando a mosaico. A idade da mãe é elevada nos casos associados a erros na meiose I materna, mas não nos outros casos (JACOBS et al., 1988).

Até 1960 o diagnóstico era feito através de exame histológico dos testículos que, mesmo após a puberdade, revelava ausência de células germinativas nos canais seminíferos. Atualmente a identificação dos Klinefelter é assegurada pelo cariótipo e pela pesquisa da cromatina sexual, através de um exame feito com uma amostra de sangue.

As estatísticas mostram que a cada 500 nascimentos é encontrado um menino com a síndrome.

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Cariótipo

Características do Portador

A característica mais comum é a esterilidade. Possuem função sexual normal, mas não podem produzir espermatozóides (Azoospermia) devido à atrofia dos canais seminíferos e, portanto são inférteis.

Outras características muitas vezes presentes são: estatura elevada e magros, com braços relativamente longos; pênis pequeno; testículos pouco desenvolvidos devido à esclerose e hialinização dos túbulos seminíferos ; pouca pilosidade no púbis; níveis elevados de LH e FSH, podem apresentar uma diminuição no crescimento de barba; ginecomastia (crescimento das mamas), devido aos níveis de estrogênio (hormônio feminino) mais elevados do que os de testosterona (hormônio masculino). Em alguns casos tornam-se necessária à remoção cirúrgica; problemas no desenvolvimento da personalidade provavelmente em decorrência de uma dificuldade para falar que contribuem para problemas sociais e/ou aprendizagem.

Ginecomastia

Alta Estatura

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Tratamento

Deve ser feito o acompanhamento periodico do nível de testosterona (hormônio sexual masculino) no sangue, para verificar sua normalidade. Caso o nível de testosterona encontre-se baixo isso irá resultar na diminuição das mudanças sexuais que ocorrem durante a puberdade.

Para controle é comum a aplicação de uma vez ao mês uma injeção de Depotestosterona, uma forma sintética de testosterona. A dose necessita ser aumentada gradualmente e ser aplicada mais freqüentemente quando o menino torna-se mais velho.

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Opinião

Através desta pesquisa observamos que todos os seres vivos são compostos

por cromossomos onde localizam as características genéticas de cada

individuo, o ser humano possuem 46 cromossomos, onde herdam 23 de cada

progenitor.Quando há alguma mutação ou alteração neste conjunto (cariótipo),

ocorrem varias transformações e algumas são fatais, aprendemos assim que

devemos respeitar as diferenças entre as pessoas, por muitas vezes não saber

a verdadeira causa.