História Da Literatura Portuguesa

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HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA by dr. BIA

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HISTRIA DA LITERATURA PORTUGUESA

HISTRIA DA LITERATURA PORTUGUESAby dr. BIATROVADORISMOO Trovadorismo foi a primeira manifestao literria da lngua portuguesa no Sec. XII. O marco inicial do Trovadorismo a Cantiga da Ribeirinha (conhecida tambm como Cantiga da Garvaia), escrita por Paio Soares de Taveirs no ano de 1189.Os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas. Cantigas refere-se as poesias cantadas.Tais cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Entretanto, tem se conhecimento de apenas trs Cancioneiros:Cancioneiro da BibliotecaCancioneiro da AjudaCancioneiro da Vaticana.Os trovadores de maior destaque na lrica galego-portuguesa so: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirs, Joo Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.Quanto a composio as cantigas so divididas em: Satricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escrnio) e Lricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).

Cantigas de Maldizer: atravs delas, os trovadores faziam stiras directas, ou seja, so composies em que se critica algum atravs da zombaria do sarcasmo, chegando muitas vezes a agresses verbais. Em algumas situaes eram utilizados palavres. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou no.Cantigas de Escrnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada no aparecia. As stiras eram feitas de forma indirecta, utilizando-se de duplos sentidos.Cantigas de Amor:neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posio inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum o amor no correspondido.

Cantigas de Amigo:enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lrico um homem, nas de Amigo uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal a lamentao da mulher pela falta do amado.

6Cantiga de amor"A dona que eu amo e tenho por Senhoramostra-me-a Deus, se vos en prazer for,se non dade-me-a morte.A que tenh'eu por lume d'estes olhos meuse porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,se non dade-me-a morte.Essa que Vs fezestes melhor parecerde quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,se non dade-me-a morte.A Deus, que me-a fizestes mais amar,mostrade-me-a algo possa con ela falar,se non dade-me-a morte. (Bernardo de Bonaval)Caracteristicas Eu lrico masculinoAssunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lrico perante uma mulher idealizada e distante.Amor corts; vassalagem amorosa.Amor impossvel.Ambientao aristocrtica das cortes.Forte influncia provenal.Vassalagem amorosa "o eu lrico usa o pronome de tratamento "senhor".

Cantiga de amigoAi flores, ai flores do verde pino,se sabedes novas do meu amigo!ai Deus, e u ?Ai flores, ai flores do verde ramo,se sabedes novas do meu amado!ai Deus, e u ?Se sabedes novas do meu amigo,aquel que mentiu do que ps comigo!ai Deus, e u ?Se sabedes novas do meu amado,aquel que mentiu do que mi h jurado!ai Deus, e u ?"(...) (Dinis)

Caracteristicas Eu lrico feminino.Presena de paralelismos.Predomnio da musicalidade.Assunto Principal: saudadeAmor natural, espontneo e possvel.Ambientao popular rural ou urbana.Influncia da tradio oral ibrica.Deus o elemento mais importante do poema.Pouca subjetividade.

Cantigas de escarnarioAi, dona fea, foste-vos queixarque vos nunca louv[o] em meu cantar;mais ora quero fazer um cantarem que vos loarei toda via;e vedes como vos quero loar:dona fea, velha e sandia! (...)Caracteristicas Crtica indireta; normalmente a pessoa satirizada no identificada.Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades.Ironia.

Cantigas de maldizer Ai dona fea! Foste-vos queixarQue vos nunca louv'en meu trobarMais ora quero fazer un cantarEn que vos loarei toda via;E vedes como vos quero loar:Dona fea, velha e sandia!Ai dona fea! Se Deus mi pardon!E pois havedes tan gran coraonQue vos eu loe en esta razon,Vos quero j loar toda via;E vedes qual ser a loaon:Dona fea, velha e sandia!Dona fea, nunca vos eu loeiEn meu trobar, pero muito trobei;Mais ora j en bom cantar fareiEn que vos loarei toda via;E direi-vos como vos loarei:Dona fea, velha e sandia! (Joo Garcia de Guilhade)

Caracteristicas Crtica direta; geralmente a pessoa satirizada identificadaLinguagem agressiva, direta, por vezes obscenaZombariaLinguagem Culta

HUMANISMO Vs. CLASSICISMOSegundo SARAIVA & LOPES (s/d), destacam como caractersticas do humanismo as seguintes: abandono da subordinao absoluta Igreja Catlica; resgate dos valores clssicos greco-romanos; procura na Cincia uma explicao para fenmenos at ento atribudos a Deus; afirmao da capacidade do indivduo em controlar seu prprio destino; separao mais acentuada da msica em relao ao texto potico; predomnio da lrica sobre a stira; cultivo da poesia amorosa de fundo sensual; interesse pelo ser humano e crtica a seu comportamento; valorizao da historiografia na forma de crnica; surgimento do teatro portugus, notadamente com Gil Vicente; valorizao da prosa doutrinria, de ensinamentos morais.

BARROCO REALISMOROMANTISMO MODERNISMO