HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO...
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Profª. Ana Paula de O Zimmermann
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Escola de Artes e Arquitetura
Pontificia Universidade Católica de Goiás
TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA
ARQUITETURA E DO URBANISMO II – TH 2
O Barroco
Na Itália, após o Concílio de Trento (1545-63),
surge uma igreja revigorada pela definição de
novas posturas pela Contra-Reforma, que se volta
para as massas e permite uma concepção mais
emocional e universalmente compreensível.
O barroco rompe, assim, com o intelectualismo
classicista do Maneirismo.
O Barroco
"Barroco", realmente, significa absurdo ou
grotesco, e era empregado por homens que
insistiam em que as formas das construções
clássicas jamais deveriam ser usadas ou
combinadas senão da maneira adotada por
gregos e romanos.
Todos os elementos do Renascimento
reaparecem no Barroco, porém elevados ao grau
máximo de representação.
O Barroco
Não foi somente a Igreja Romana que
descobriu o poder da arte para impressionar e
dominar pela emoção. Os reis e príncipes da
Europa seiscentista estavam igualmente
ansiosos por exibir seu poderio e assim
aumentar a sua ascendência sobre a mente de
seus súditos.
A Cidade Barroca
Entendida como um espaço político, centro
poderoso de decisão e de grande importância
estratégica, a cidade medievo-renascentista do
século XVI sofreu intervenções que permitiram a
abertura de ruas e praças, edificadas dentro dos
princípios da simetria e da proporção.
Os ideais estéticos da Renascença defendiam o
alargamento de vias, as quais deveriam confluir
para construções monumentais, agora destacadas
em praças ajardinadas, repletas de fontes
esculturais, estátuas e colunatas.
Villa Rotonda, (1566, Vicenza).
Em I Quattro Libri dell’Architettura (1570),
ANDREA PALLADIO (1508-80) estabeleceu as premissas de concepção
tanto da arquitetura como da cidade, as quais se
baseavam em uma atitude de lógica e de produção mental, estabelecendo a
relação das partes e a harmonia das suas grandezas, o que foi muito bem
exemplificado através do projeto de suas villas.
A Cidade Barroca
A Cidade Barroca
Surgimento do Estado Nacional – como expressão de um todo territorial, de uma integração em vez de uma soma do conjunto aditivo de cidades.
A formação da Cidade Capital – vinculada ao desenvolvimento da urbanística praticada pelo Barroco em tratar de forma cenográfica os espaços urbanos.
Cidade Capital Capital moderna de criação Barroca onde estão associadas as sedes de poder que tudo absorviam e suscitava à grandes intervenções urbanas em cada uma das capitais que se firmavam através deste conceito
A Cidade Barroca
A nova concepção do espaço urbano tornou-se um dos grandes triunfos da mentalidade barroca: organizar o espaço, tornando-o contínuo, estendendo os limites da grandeza, para abranger o extremamente remoto e o extremamente pequeno, finalmente, associando o espaço ao movimento e ao tempo. Uma espécie de início do que conhecemos hoje como “zoneamento” – uso do solo.
A linguagem Barroca oferecia dinâmica, movimento e drama à forma clássica estática do Renascimento, para que fosse acessível a todos, que fosse revelado de forma sedutora para as inúmeras camadas sociais.
Afresco da Biblioteca Vaticana mostrando o plano de Sisto V e Domenico Fontana para Roma, 1587-1589. (INSOLERA, 1981, p. 193)
Extensas avenidas cortando a preexistência medieval,os sítios arqueológicos, formando eixos perspectivos que uniriam muitas das principais basílicas cristãs, nova
legibilidade ao espaço urbano.
No século XVII até meados do XVIII, a arte BARROCA
promoveu um prolongamento em escala
do Renascimento e, embora negasse suas normas rígidas
e proporções imutáveis, manteve a perspectiva
como elemento primordial na concepção espacial e da
valorização das vias e monumentos
(Kostof, 1991).
A CIDADE BARROCA
Piazza del Popolo
(1589/1680, Roma Itália)
Carlo Rainaldi (1611-91)
A CIDADE BARROCA teve que atender às aspirações estéticas aristocráticas pela
grandiloquência de suas formas – expressão de poder, de ordem e de controle social – e, ao
mesmo tempo, aos interesses burgueses pelo seu aspecto socioeconômico (Goitia, 2003).
A CIDADE BARROCA
Place Stanilas
ant. Place Royale
(Séc. XVII, Nancy,
França)
A cidade tornou-se um espetáculo para os olhos,
emocionante e dinâmico que utilizava um repertório
mais rico que o renascentista, composto
por obeliscos, chafarizes, estátuas, colunatas e
arcadas, além de grandes planimetrias, traçados
radiocêntricos e ajardinamentos.
Place de la Liberátion, Séc. XVII, Dijon França. François Mansart.
A CIDADE BARROCA
Gravura da praça San Carlo, em Torino, projetada por Carlo de Castellamonte, toda com arquitetura uniforme e as duas igrejas gêmeas emoldurando o eixo perspectivo da Via Roma – projetada por Ascanio Vittozi, apenas a igreja da esquerda foi construída.
Entrada norte de Roma - Praça del Popolo e o obelisco egípcio, com a imagem de duas igrejas gêmeas com poucas características diferentes (Santa Maria de´Miracoli e Santa Maria di Monte Santo).
Palácio de Versailles: vista aérea do palácio e do tridente (trivium) concebida pelo Rei Luís XV (1638-1715).
Principais elementos do URBANISMO BARROCO,
característico da Europa dos séculos XVII e XVIII:
a) Traçados de bases renascentistas, guiados pela
perspectiva, mas dotados de maior liberdade,
movimento e escala, passando a simetria a ser
relativa (em composição, mas não em detalhes);
b) Caráter monumental expresso pela busca da
grandiosidade e pela criação de verdadeiras “cidades-
cenário”, o que foi obtido por meio de rasgamento e
alargamento de vias, assim como a criação de amplos
espaços públicos.
Piazza di Spagna, 1690-1720, Roma. Francesco de Sanctis.
c) Desenho urbano realizado com base na composição arquitetônica – simetria, ritmo, dominância de massas compactas e aspecto imponente e sólido das obras – além da artificialidade dos jardins;
d) Paisagem concebida como construção humana, adquirindo assim um espírito mais arquitetônico artificial e cênico: proliferam eixos, ruas e avenidas radiais, composições geométricas e a retificação de canais, fontes e espelhos d’água.
e) Arquitetura urbana exuberante e retórica, de escala
monumental composta por igrejas, palácios e
monumentos para os quais convergiam alamedas
arborizadas e consistiam nos principais temas
estéticos.
Piazza di Spagna, 1690-1720, Roma.
Francesco de Sanctis.
A CIDADE BARROCA
• A CIDADE BARROCA foi a espacialização dos ideais do absolutismo e seu traçado – centro urbano, palácio e jardim – baseava-se em um conjunto de premissas teóricas e de idealização perspéctica e geométrica. • O uso de eixos divergentes e convergentes era a expressão e instrumento do poder e da ordem monárquica.
AVALIAÇÃO N1-B
1 - Atividade – Grupos de até 3 alunos
Entrega: 06/10/17
Tema: Barroco Europeu, Barroco
Portugues, Barroco Brasileiro
Pesquisar e fazer um comparativo entre
as características da arquitetura do
Barroco nos diferentes países
(Europa/Itália, Portugal e Brasil)
Exemplificar com croquis de edificios
religiosos.
Avaliaçao N1-B: atividade Barroco (3,0 pontos)
+ prova (7,0 pontos)