História 1 · História 5 Doctor On Ana Schmidt 06. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) A ação do...

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História 1 Doctor On Ana Schmidt SUMÁRIO 1. Brasil: Colonial............................................................................................................................ 02 2. Brasil: Monarquia........................................................................................................................ 08 3. Brasil: República......................................................................................................................... 15 4. Brasil: Era Vargas....................................................................................................................... 16 5. Brasil: República Liberal Populista.............................................................................................. 17 6. Brasil: Estado Militar.................................................................................................................... 17 7. Brasil: Nova República................................................................................................................ 18 8. Geral: Mundo Moderno............................................................................................................... 24 9. Geral: Mundo Contemporâneo.................................................................................................... 30 10. Geral: Mundo Pós 45................................................................................................................ 31

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TESTES DE FIXAÇÃO
01. O primeiro bispo do Brasil, Pero Fernandes Sardinha (1496-1556), alertou: viemos para catequizar o gentio, e não o contrário. Manuel da Nóbrega travou com ele uma acirrada batalha de palavras, iniciada em correspondência enviada a Lisboa em 1552 para o padre Simão Rodrigues (1510-1579), um dos fundadores da Companhia. Sardinha viu e ouviu europeus cantando em louvor a Deus, mas ao modo gentílico. Relatou, indignado, que tocavam instrumentos musicais usados pelos índios em rituais antropofágicos. O bispo afirmou que assim os evangelizadores poriam a perder seu árduo trabalho, pois alimentavam nos nativos a ideia de que os costumes indígenas eram verdadeiramente bons. (...) Certa vez, Nóbrega afirmou que seria por meio da música que se conquistariam todos os índios da América. Mas Sardinha discordava. Para ele, as atitudes dos jesuítas e as manifestações indígenas que compartilhavam eram inadmissíveis e inaudíveis. O destino interrompeu a contenda poucos anos depois, quando o navio que levava o bispo à metrópole naufragou na costa do atual estado de Alagoas e os tripulantes foram devorados pela população indígena local. Sabe-se que os ossos de alguns inimigos mortos pelos índios se transformaram em utensílios domésticos, ou até mesmo em instrumentos musicais. Podemos cogitar, e não seria de todo fantasia, que os ossos do grande opositor da música nas aldeias tenham virado, por ironia do destino, flauta indígena.
Fontehttp://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/apelo-gospel. Acesso em 15/03/2012
A leitura do fragmento nos permite inferir que A) o etnocentrismo europeu presente no discurso católico impediu o aproveitamento de elementos culturais indígenas. B) a contrarreforma proporcionou unidade doutrinaria e evangelística para as ordens religiosas na catequese dos índios. C) as tentativas de conversão dos indígenas eram infrutíferas em função das barreiras linguísticas e culturais. D) os povos indígenas desconheciam formas de expressão musicais e ignoraram o uso da mesma pelos padres jesuítas. E) a cultura indígena teve vários de seus elementos apropriados pelos colonizadores em seu próprio proveito. 02. Leia o documento a seguir. Agora vejo que vós outros sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos para chegar aqui. Trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e
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filhos a quem amamos; mas estamos certos de que, depois de nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Disponível em: <www.iande.art.-be/textos/velho tupinambá. htm>. Acesso em: 28 jan. 2013. (Adaptado).
O contato entre os viajantes europeus e as populações indígenas foi marcado pela oposição entre modos de vida. O documento apresentado evidencia a percepção de tempo do tupinambá, quando ele critica a A) necessidade de acumulação de riqueza por parte do europeu para provimento futuro. B) concepção messiânica europeia evocada pelos sacrifícios vivenciados na travessia marítima. C) continuidade da vida após a morte em analogia aos ciclos da natureza. D) existência de gerações distintas que trabalham pelo bem comum. E) forma de exploração econômica da terra que exaure os recursos naturais. 03. A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro.
FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado).
Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade: A) Coleta de drogas do sertão. B) Extração de metais preciosos. C) Adoção da pecuária extensiva. D) Retirada de madeira do litoral. E) Exploração da lavoura de tabaco. 04. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) A criação das capitanias hereditárias marca o começo de uma nova relação entre a colônia brasileira e sua metrópole. Foi um movimento essencialmente político que, além de constituir o primeiro esforço formal de colonizar as terras do Novo Mundo, definiu uma mudança de postura por parte de Portugal com relação ao seu mais novo território [...]. Este sistema era baseado na concessão de grandes faixas de terra para um donatário, que passaria a ter total autonomia sobre aquele território e receberia privilégios econômicos, devendo este única e exclusivamente iniciar e desenvolver centros populacionais [...]. O território brasileiro foi assim dividido em quinze capitanias, entre os anos de 1534 a 1536, cada uma com um respectivo donatário (a alguns donatários foi concedida mais de uma capitania), essencialmente membros da nobreza portuguesa ou ligados de alguma forma ao rei Dom João III.
MATTOS, E; INNOCENTINNI, T; BENELLI, Y. Capitanias hereditárias e desenvolvimento econômico: herança colonial sobre desigualdade e instituições. Pesquisa e planejamento econômico, v. 42, n. 3, dez. 2012.
A implementação do sistema descrito no texto reforça que a colonização portuguesa da América, nas primeiras décadas do século XVI, foi marcada pelo A) sucesso do projeto luso de ocupação plena do território colonial. B) esforço da metrópole na centralização administrativa da colônia. C) papel destacado de particulares no empreendimento colonizador. D) acirramento das disputas entre colonos pela propriedade da terra. E) êxito da Coroa lusa em impedir as investidas estrangeiras à colônia. 05. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) Em obra editada por ocasião das comemorações do centenário do desembarque da família real para o Brasil, Manuel de Oliveira Lima (1908) distinguia a abertura dos portos como a responsável pelo fim da sujeição colonial e a configuração de um Reino “autônomo e emancipado” de sua antiga metrópole, mas que ainda se mantinha subordinado à autoridade do monarca português. [...] Oliveira Lima declarava que a abertura dos portos não deveria ser entendida como uma “desinteressada e intencional cortesia do príncipe regente aos seus súditos ultramarinos”, mas sim como uma “precaução econômica necessária e inadiável” face à desarticulação do comércio marítimo entre os reinos de Portugal e Inglaterra.
MATTOS, R. Versões e interpretações: revisitando a historiografia sobre a abertura dos portos brasileiros (1808). In: Revista de História Regional y Local, Medellín, v. 9, n. 17, p. 471-506, jan.-jun. 2017. p. 480. [Fragmento adaptado]
Com base na sua visão historiográfica a respeito dos eventos da chegada da Corte portuguesa ao Brasil em 1808, o escritor Manuel de Oliveira Lima define o Decreto de Abertura dos Portos como uma A) ação com o propósito de garantir plena liberdade econômica à colônia. B) deliberação que prejudicava interesses portugueses em solo brasileiro. C) medida de consolidação do controle econômico da metrópole no Brasil. D) providência que emancipava o comércio português da influência britânica. E) resposta ao conflito político e diplomático vivido pelos lusitanos na Europa.
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06. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) A ação do Estado pombalino, em consonância com o pensamento iluminista português, foi além e trouxe medidas que não apenas favoreceram a laicidade – ao reforçar o poder do Estado na ação política e no controle público – como promoveram também uma via emancipatória que ficaria clara no liberalismo português do século XIX e nas lutas por libertação nacional que aconteciam no Brasil daqueles tempos.
BOTO, C. A dimensão iluminista da reforma pombalina dos estudos: das primeiras letras à universidade. Revista Brasileira de Educação, v. 15, n. 44, mai.-ago. 2010. p. 297 [Fragmento adaptado]
A análise das medidas adotadas no século XVIII pelo Marquês de Pombal evidencia que a experiência do despotismo esclarecido em Portugal A) eliminou a forte vertente intervencionista da Coroa lusitana. B) possibilitou a emergência de ações políticas revolucionárias. C) promoveu a descentralização política no reino e suas colônias. D) retardou a modernização das instituições políticas portuguesas. E) determinou a dependência do Estado com relação à Igreja católica. 07. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) No quinquênio entre a restauração da Bahia e a ocupação holandesa de Pernambuco, a situação militar e financeira da monarquia espanhola deteriorara-se gravemente, o que explica em grande parte por que ela respondeu célere e energicamente em favor de Salvador, mas não pôde fazê-lo em favor de Olinda.
MELLO, Evaldo Cabral de - Olinda Restaurada. Guerra e Açúcar no Nordeste 1630-1654. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998.
De acordo com o texto, os desdobramentos das invasões holandesas à capitania de Pernambuco durante o século XVII indicam que A) a população de Pernambuco teve que arcar com sua própria defesa. B) os colonos pernambucanos tiveram o mesmo destino que os baianos. C) a Espanha foi negligente frente a tomada do território pernambucano. D) os pernambucanos eram incapazes de se organizarem contra o invasor. E) os invasores eram militarmente fortes, apesar de financeiramente frágeis. 08. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) [...] Nas últimas décadas do século XVIII, a sociedade mineira entrara em uma fase de declínio, marcada pela queda contínua da produção de ouro e pelas medidas da Coroa, no sentido de garantir a arrecadação do quinto. Se examinarmos um pouco a história pessoal dos inconfidentes, veremos que tinham também razões especificas de descontentamento. [...] formado por mineradores, fazendeiros, padres envolvidos em negócios, funcionários, advogados de prestigio e uma alta patente militar, o comandante dos Dragões, Francisco de Paula Freire de Andrade. Todos eles tinham vínculos com as autoridades coloniais da capitania e, em alguns casos (Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga) ocupavam cargos na magistratura.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012. p.102.
Em relação à Inconfidência Mineira, o texto demonstra que a revolta se caracterizou pela participação hegemônica A) da classe militarista. B) de parcela dos escravos libertos. C) de parte da elite intelectual da colônia. D) de membros da aristocracia portuguesa. E) das camadas mais baixas da população colonial. 09. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) Verde sonho!... é a jornada ao país da Loucura! Quantas bandeiras já, pela mesma aventura Levadas, em tropel, na ânsia de enriquecer! Em cada tremedal, em cada escarpa, em cada Brenha rude, o luar beija à noite uma ossada, Que vêm, a uivar de fome, as onças remexer. [...] Sete anos! combatendo índios, febres, paludes, Feras, répteis, – contendo os sertanejos rudes, Dominando o furor da amotinada escolta... Sete anos!... E ei-lo de volta, enfim, com o seu tesouro! Com que amor, contra o peito, a sacola de couro Aperta, a transbordar de pedras verdes! – volta… BILAC, O. O caçador de esmeraldas. Disponível em: <http://www.biblio.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2019. [Fragmento adaptado]
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Publicados em 1902, os versos de Olavo Bilac descrevem a saga do bandeirante Fernão Dias pelo atual estado de Minas Gerais, ocorrida no último quarto do século XVII. O poeta contribuiu para a produção de uma mitologia em torno das bandeiras, uma vez que narra a A) cooperação estabelecida entre bandeirantes e indígenas. B) pacificidade das ações empreendidas pelos bandeirantes. C) ganância que motivou os desbravadores do interior colonial. D) natureza civilizatória das expedições dos sertanistas paulistas. E) vulnerabilidade dos bandeirantes frente aos perigos enfrentados. 10. (Bernoulli, Simulado 8 ENEM 2020) No centro de sua família, o senhor de engenho devia irradiar autoridade, respeito e ação. Sob seu comando dobravam-se filhos, parentes pobres, irmãos, bastardos, afilhados, agregados e escravos. Uma esposa, às vezes bem mais jovem, movia-se em sua sombra. Ela vivia para gerar filhos, desenvolvendo, entretempo, uma atividade doméstica – costura, doçaria, bordados – alternada com práticas de devoção piedosa. Na sua ausência, contudo, assumia as responsabilidades de trabalho com vigor igual ao do marido. Sua família era a formulação exterior de uma sociedade, mas não o domínio do prazer sexual. A possibilidade de se servirem de escravas criou no mundo dos senhores uma divisão racial do sexo. A esposa branca era a dona de casa, a mãe dos filhos.
DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 63.
A sociedade açucareira no Brasil do Período Colonial era marcada, de acordo com o texto, pelo(a) A) legitimação social das relações de amancebamento. B) patriarcalismo, que permeava toda a estrutura social. C) impossibilidade de mobilidade entre os estratos sociais. D) rígida hierarquização, que impedia a miscigenação racial. E) antagonismo e independência entre senhores e escravos.
Gabarito
01 E 06 B
02 A 07 A
03 B 08 C
04 C 09 D
05 E 10 B
01. E Apesar de desprezar boa parte da cultura dos povos indígenas, os colonizadores europeus tiveram que apropriar-se dos conhecimentos dos nativos para sobreviver nos trópicos e assegurar a colonização e, portanto, impor seus interesses sobre os índios. 02. A A noção de riqueza era completamente diferente para o europeu e para o indígena. Podemos tomar o valor do ouro como exemplo: para os índios, era objeto de adorno, sem valor; para os europeus, era fonte preciosa de acumulação de capital, muito valioso. 03. B O deslocamento do tráfico de escravos africanos da Bahia para o Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII, foi uma consequência da exploração aurífera realizada em Minas Gerais, tendo como principal porto de escoamento o Rio de Janeiro. A mudança da capital de Salvador para o Rio constituiu um indício significativo dessa alteração nas rotas do tráfico negreiro. 04. C As capitanias hereditárias já eram utilizadas em outras áreas do Império luso, que não possuía condições de financiar o início da colonização na América. Para tanto, o Estado utilizou-se dos recursos de comerciantes do reino, que receberam faixas de terras perpendiculares ao Tratado de Tordesilhas até a área litorânea. Conforme é tratado no texto, o donatário tinha total autonomia sobre o território, sendo responsabilidade deste ocupar essas terras e produzir nelas. A implementação desse sistema foi importante para os esforços portugueses na colonização e o papel dos particulares nesse empreendimento.
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05. E Ao evocar a desarticulação nas relações comerciais entre Portugal e Inglaterra e estabelecer o decreto de Abertura dos Portos como uma resposta inadiável à situação que estava estabelecida, Oliveira Lima faz menção à crise diplomática vivida com a França napoleônica. O Bloqueio Continental de 1806 colocou os portugueses em uma situação delicada: deveriam abandonar relações com os ingleses para não sofrerem uma invasão do exército napoleônico. Assim, a fuga da Corte lusitana para o Brasil e a Abertura dos Portos foram medidas tomadas pela Coroa portuguesa a fim de manter as relações econômicas com os ingleses. 06. B O texto aponta que a influência das ideias iluministas na reforma do Estado português feita pelo Marquês de Pombal no século XVIII determinou a construção de uma “via emancipatória” na política portuguesa, o que ficou evidenciado nas ações políticas revolucionárias do século XIX: no reino, as lutas das Cortes portuguesas nas revoltas liberais; no Brasil, os movimentos separatistas na virada do século e a luta pela independência. 07. A Por duas vezes os holandeses tentaram ocupar o Brasil colonial. Na primeira tentativa, em 1624, os flamengos tentaram ocupar a capital Salvador, mas, fortemente combatidos pela Coroa espanhola, não tiveram sucesso. Em 1630, os holandeses invadiram a capitania de Pernambuco, valendo-se do seu poderio naval e dos recursos e riquezas da Companhia das índias Ocidentais, empresa que patrocinava as invasões das áreas de domínio espanhol. Ainda que historicamente seja discutível a postura negligente da Espanha frente à tomada do território pernambucano, de acordo com o texto, a Coroa espanhola não dispunha de condições militares e financeiras para auxiliar a resistência dos colonos à invasão holandesa de maneira, que a população de Pernambuco teve que arcar com sua própria defesa contra os flamengos. 08. C O texto apresenta elementos sobre os participantes da Inconfidência Mineira, sendo eles, mineradores, fazendeiros, padres envolvidos em negócios, funcionários, advogados de prestígio, etc. Além de estudantes da elite e de alguns membros da classe média, portanto é perceptível a participação hegemônica de parte da elite intelectual da colônia. As preocupações dos insurgentes tinham caráter elitista, ou seja, não havia preocupação com a melhoria de vida da população mais pobre ou de ex escravos. 09. D Os versos de Olavo Bilac apresentam os perigos e dificuldades enfrentadas pelos bandeirantes. Mesmo diante das adversidades, o bandeirante do poema consegue atingir seu objetivo e descobre as tão desejadas esmeraldas. Ao mesmo tempo, ele combate as ameaças do interior: os índios, os animais selvagens, as doenças e a natureza. Assim, Bilac apresenta o sertanista como um elemento que põe ordem no sertão e leva a civilização para o interior do país. Os versos de Olavo Bilac apresentam a violência inerente às bandeiras, seja nos conflitos com os indígenas ou na luta contra os perigos do sertão (animais selvagens e doenças). Assim, o bandeirante de Bilac não é plácido ou pacífico; ele é dotado de força e destreza para combater os empecilhos de sua ação no sertão. 10.B A estrutura da sociedade colonial, construída em torno da empresa açucareira, era rígida e hierárquica, controlada pelo senhor de engenho. Os senhores de engenho exerciam o controle sobre todos os que dele dependiam, fossem parentes, agregados, camponeses arrendatários de terra, técnicos do açúcar, padres ou escravos. A sociedade açucareira estava baseada no paternalismo e no patriarcalismo, que permeavam toda a estrutura social.
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01. Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de lavradores pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da proibição de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu se alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com o nome de Soldado Medeiros.
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
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No processo de Independência do Brasil, o caso mencionado é emblemático porque evidencia a A) rigidez hierárquica da estrutura social. B) inserção feminina nos ofícios militares. C) adesão pública dos imigrantes portugueses. D) flexibilidade administrativa do governo imperial. E) receptividade metropolitana aos ideais emancipatórios. 02. Art. 90. As nomeações dos deputados e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, os representantes da nação e província. Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paroquiais: I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não compreendem os casados, os oficiais militares,
que forem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os clérigos de ordens sacras. II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos.
III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas.
IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comunidade claustral. V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou
emprego. BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado).
De acordo com os artigos do dispositivo legal apresentado, o sistema eleitoral instituído no início do Império é marcado pelo(a) A) representação popular e sigilo individual. B) voto indireto e perfil censitário. C) liberdade pública e abertura política. D) ética partidária e supervisão estatal. E) caráter liberal e sistema parlamentar. 03.
V – O samba À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes
recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento. (...) É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas. Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se. Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...)
José de Alencar, Til. (*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
Considerada no contexto histórico a que se refere Til, a desenvoltura com que os escravos, no excerto, se entregam à dança é representativa do fato de que A) a escravidão, no Brasil, tal como ocorreu na América do Norte e no Caribe, foi branda. B) se permitia a eles, em ocasiões especiais e sob vigilância, que festejassem a seu modo. C) teve início nas fazendas de café o sincretismo das culturas negra e branca, que viria a caracterizar a cultura brasileira. D) o narrador entendia que o samba de terreiro era, em realidade, um ritual umbandista disfarçado. E) foi a generalização, entre eles, do alcoolismo, que tornou antieconômica a exploração da mão de obra escrava nos cafezais paulistas. 04. Paraguai exige do Brasil a volta do “Cristão”, trazido como troféu de guerra A Guerra do Paraguai ainda não acabou no imaginário dos paraguaios. A última batalha entre as tropas locais e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) ocorreu em 1870, mas os rancores provocados pela derrota, que levou o país vizinho a uma ruína cujos efeitos ainda estão presentes, continuam vivos para a maioria da população. O governo paraguaio exige que o Brasil devolva um combalido sobrevivente: o
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canhão El Cristiano (O Cristão), considerado um herói paraguaio, mas que talvez nunca tenha feito um disparo. [...] O presidente Federico Franco voltou ao tema em 1o de março, data em que o país homenageia os soldados caídos na maior guerra da história da América do Sul (1864-1870). [...] “Não haverá paz nem entre os soldados nem entre a sociedade paraguaia enquanto não for recuperado o canhão Cristão”, disse Franco na ocasião. [...]
FLECK, Isabel. Paraguai exige do Brasil a volta do “Cristão”, trazido como troféu de guerra. Folha de S.Paulo, 18 abr. 2013. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>.
Acesso em: 21 jan. 2015. (adaptado)
A leitura do fragmento permite inferir que, quase 150 anos após seu fim, a Guerra do Paraguai repercute, atualmente, revelando a existência de A) disputas de memória entre Brasil e Paraguai. B) entraves diplomáticos à presença paraguaia no Mercosul. C) tensões militares nas fronteiras dos países do Cone-Sul. D) forte imperialismo regional brasileiro na região platina. E) dívidas de guerra brasileiras em relação ao Paraguai. 05. Representando apenas 19,6% das exportações brasileiras em 1822 (com a média de 18,4% nos anos 1820), o café passou a liderar as exportações brasileiras na década de 1830 (com 28,6%), assumindo, assim, o lugar tradicionalmente ocupado pelo açúcar desde o período colonial. Nos meados do século XIX, passava a representar quase a metade do valor das exportações e, no último decênio do período monárquico, alcançava 61,5%. Já a participação do açúcar no quadro dos valores das exportações brasileiras passou de 30,1%, na década de 1820, a apenas 9,9%, nos anos 1880. O algodão alcançava 20,6%, na década de 1820, cifra jamais alcançada depois, em todo o período monárquico. Com exceção dos anos da guerra civil americana, que se refletiram na elevada participação do produto no conjunto das exportações dos anos 1870 (18,3%), verifica-se o declínio das exportações que, nos anos 1880, têm uma participação de apenas 4,2%. O comportamento das exportações de fumo revela que essas oscilaram em torno de baixas percentagens, durante todo o período monárquico. Alcançando 2,5% do valor global das exportações na década de 1820, decaiu, nas duas décadas seguintes (1,9% para os anos 1830 e 1,8% para os anos 1840). Na segunda metade do século, melhorou a posição do fumo no conjunto das exportações, tendo alcançado, nos anos 1860 e 1870, as maiores percentagens do período, com 3% e 3,4%. A participação do cacau no conjunto das exportações nacionais cresceu de 0,5% na década de 1820 para 1,6% na última década da monarquia, a mais alta porcentagem do período. FAUSTO, Boris; HOLANDA, Sérgio Buarque de. Brasil monárquico: declínio e queda do império. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, [entre
1996 e 2014]. 400 p. (Coleção História Geral da Civilização Brasileira).
A leitura do texto permite inferir que, durante o Segundo Reinado, a economia brasileira A) experimentou forte retração devido ao colapso das exportações agrícolas. B) teve no açúcar a principal fonte de renda até o início do ciclo da mineração. C) tinha na industrialização de bens de consumo duráveis sua atividade central. D) testemunhou o declínio da produção de cacau e do fumo. E) permaneceu atrelada ao modelo de exportação de produtos primários. 7 06. Em certo sentido, os portugueses, os espanhóis e os italianos, compondo os maiores contingentes imigratórios para o Brasil, registrados entre a Independência e a Primeira Guerra Mundial, satisfaziam as reivindicações dos dois grupos de pressões nacionais.
RENAUX, Maria; ALENCASTRO, Luiz Felipe. Caras e modos dos migrantes e imigrantes. In: NOVAIS; Fernando (Org.) História da vida privada no Brasil. vol. 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Uma das reivindicações atendidas com a entrada desses imigrantes foi a de a) políticos nortistas para povoar as áreas de fronteira. b) fazendeiros escravagistas para aumentar a produção canavieira. c) políticos defensores do “embranquecimento” da população nacional. d) industriais paulistas para obtenção de mão de obra especializada. e) políticos europeus para solucionar problemas decorrentes da unificação nacional.
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Homens conversando em banco de praça, fotografia de Vincenzo Pastore, São Paulo, c1910. Instituto Moreira Salles.
Nação mestiça, tramada no diálogo das cores, mas também no conflito de raças; no sentimento de liberdade, mas também na insuficiência de igualdade. O Brasil se fez mesclado, heterogêneo, erigiu pontes culturais e muros sociais. Na fotografia, dois negros vestem paletó; um preto e outro branco, usam sapatos e conversam distraídos, de costas para um anúncio que vende, justamente, calçados. Mas nada há de ingênuo na foto.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 129
Em um país que tardou a abolir a escravidão, o uso de sapatos tornou-se A) um ato simbólico, caracterizado pelo alcançar da democracia racial. B) um diferencial de liberdade para aqueles que alcançavam a alforria. C) uma atitude civilizada, já que foi transportada da Europa para o Brasil. D) um padrão de igualdade, já que a sociedade acabara de deixar o escravismo. E) uma prática natural, pois a utilização destes passou a ser uma norma ocidental. 08. Bill Aberdeen refere-se a uma lei aprovada pelo parlamento britânico em março de 1845 e que concedia ao almirantado inglês o direito de aprisionar navios negreiros que realizassem o transporte de cativos da África para as Américas e de julgar seus comandantes.
SANTIAGO, Emerson. InfoEscola. Disponível em: <http://www.infoescola.com>. Acesso em: 5 nov. 2015.
A reação do governo brasileiro diante do exposto foi a) incentivar a migração de nordestinos para o Sul, diversificando a mão de obra. b) promover a imediata abolição da escravatura para atender aos interesses da Inglaterra. c) criar uma lei para penalizar a Inglaterra por possíveis ataques a navios negreiros brasileiros. d) investir em um processo de substituição de mão de obra favorecido pela chegada de imigrantes. e) aumentar as tarifas sobre o comércio escravista para garantir o lucro dos vendedores de escravos. 09. O Brasil fora escravista em ampla companhia até o século XVIII, mas na primeira metade do XIX a cena se alterou. Um grande ciclo de abolições começou por São Domingos (Haiti), onde a revolução liderada pelo negro Toussaint Louverture, em 1791, aboliu a escravidão dos negros, depois de cortar a cabeça de brancos de três exércitos imperiais. [...] Ao longo dos anos 1820, o cativeiro acabou no Peru, Chile, Costa Rica, Honduras, Panamá, Guatemala, Bolívia, México. [...] É controverso se a razão desse dominó foi econômica, com a expansão de formas capitalistas de produção, que consumiam trabalho livre e requisitavam novos mercados consumidores, ou se deveu-se à difusão de nova moralidade humanista, a reclamar extensão de cidadania. Indiscutível é que a sequência de abolições criou novo ambiente político internacional, no qual a escravidão quadrava mal.
ALONSO, Angela. Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro (1868-88). São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 27. (adaptado)
Diante do contexto apresentado, é possível afirmar que, no Brasil, a proibição do tráfico de escravos A) foi respeitada em todo o território, por meio da Lei do Sexagenário e da Lei do Ventre Livre. B) ocorreu graças à Lei Eusébio de Queirós, que previa fiscalizações e punições para os infratores. C) encontrou resistência nas províncias, mesmo após a abolição da escravidão, decretada no século XVIII. D) teve apoio da maioria da população, que defendia a substituição dessa mão de obra pela dos imigrantes. E) aconteceu com a chegada da família real, sendo abolido também, a partir desse momento, o trabalho escravo.
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10. Manoel não foi o único representante da “raia miúda”, da “ralé”, como se costumava dizer, a participar do motim. Pequenos fazendeiros, lavradores, vaqueiros e até escravos se tornaram os principais atores de uma guerra que teve início no Maranhão e se estendeu por Piauí e Ceará. Excluídos da vida política, discriminados por sua condição social e obrigados a servir no Exército, rebelaram-se contra a elite conservadora – representada por grandes proprietários de terras e militares – e combateram durante quatro anos as tropas do Império.
MONTEIRO, Felipe; BENJAMIN, Mariana. Os novos balaios. Revista de História da Biblioteca Nacional. 33. ed. jun. 2008.
O texto destaca aspectos relacionados à Balaiada (1838-1842), experiência popular que tinha como pressuposto o(a) A) ideal republicano, além do antiescravismo, orientando a participação popular na constituição do Estado brasileiro. B) antiescravismo, além da independência brasileira, sendo influenciada pelos ideais socialistas que estavam sendo forjados na Europa. C) questionamento do capitalismo influenciado pelos movimentos europeus, representando um marco importante para a crise do regime monárquico. D) reação ao domínio de fazendeiros e comerciantes portugueses que promoviam o recrutamento compulsório e subjugavam a população pobre e escravizada. E) religiosidade, sendo liderada por Manuel dos Anjos Ferreira, que influenciou escravos, vaqueiros e lavradores, objetivando a emancipação da província do Maranhão.
Gabarito
01 A 06 C
02 B 07 B
03 B 08 D
04 A 09 B
05 E 10 D
01. A A heroína baiana Maria Quitéria constitui um caso único na história das Forças Armadas Brasileiras, ou seja, alistou-se no Exército e combateu os portugueses na Guerra de Independência. Todavia, deve-se lembrar que a não participação das mulheres em forças combatentes é uma consequência - salvo poucas exceções registradas pela História – de uma tradição patriarcal subsistente através dos tempos. 02. B A Constituição outorgada de 1824 dividiu os votantes brasileiros em “eleitores de paróquia” e “eleitores de província”, cabendo aos primeiros eleger os segundos, que por sua vez escolheriam os deputados provinciais. Isso fazia com que as eleições para a Câmara dos Deputados do Império fossem realizadas de maneira indireta (em dois graus). Também exigiam-se níveis de renda diferenciados para que o cidadão se tornasse eleitor de paróquia ou pudesse se candidatar a eleitor de província, deputado provincial ou senador, - configurando um sistema eleitoral censitário. 03. B No Brasil, assim como no Caribe e nas “colônias do sul” da América do Norte teve grande intensidade. O braço escravo foi determinante na produção e sua exploração, extrema. O sincretismo cultural pode ser percebido desde os primórdios da colonização e foi mais intenso nas áreas canavieiras do Nordeste. O narrador não faz referências aos elementos religiosos e à mentalidade capitalista do século XIX, aliada às pressões da Inglaterra foram determinantes para a substituição gradual do trabalho escravo pelo trabalho livre nos cafezais. 04. A A devolução do canhão exigida pelo Paraguai evidencia uma disputa de memória corporificada no artefato bélico, símbolo da bravura do povo paraguaio, troféu de guerra e atestado do heroísmo do Exército Brasileiro.
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05. E O desenvolvimento da economia brasileira no Segundo Reinado se manteve idêntico ao do Período Colonial, ou seja, pautado na agro exportação para economias centrais e industrializadas. 06. C O texto retrata o período da imigração, subsidiada durante o Segundo Reinado, e que as “reivindicações dos grupos de pressões nacionais” às que o texto faz referência, são as elites brancas, preocupadas com o grande contingente negro que tinha no Brasil e no processo de embranquecimento. 07. B A utilização de sapatos representava uma marca de liberdade para os recém- -libertos, que seriam diferenciados pela utilização da referida peça material, tendo uma simbologia externa para que estes pudessem transitar nos espaços públicos sem que houvesse graves restrições ou possibilidades de recaptura. 08. D A Inglaterra tinha seus interesses econômicos voltados para a América, por isso favoreceu o processo de independência de toda a América Latina. Assim, para ampliar seu mercado, era necessário combater a escravidão. No Brasil, a chegada dos imigrantes, principalmente italianos, serviu para substituir a mão de obra escrava, que já estava prestes a acabar devido à iminente abolição. 09. B Eusébio de Queirós, integrante do partido conservador, foi o autor da lei, aprovada em 1850, que extinguiu o tráfico internacional de escravos. A lei era inflexível e previa, além da fiscalização, severos castigos para os infratores. Tal lei satisfazia a classe senhorial e os ingleses que negociavam com o Brasil o fim do tráfico de escravos. Porém, após a lei, ainda ocorreram desembarques ilegais por cinco anos, sendo, posteriormente, extinto. 10. D A revolta popular foi erguida em reação ao alistamento compulsório de populares nas forças armadas e motivada, entre outros fatores, pela condição de pobreza extrema à qual muitos grupos sociais estavam submetidos. A concorrência norte-americana na comercialização de algodão impactou sobre as relações comerciais maranhenses e agravou a situação de pobreza.
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6. Brasil: Estado Militar
TESTES DE FIXAÇÃO
01. O povo assiste a tudo isso “bestializado”. A quartelada de 15 de novembro foi uma surpresa; o movimento republicano, contudo, não era uma novidade. Durante o Período Colonial, várias revoltas, a começar pela Inconfidência Mineira, levantaram essa bandeira. Nas regências, outro surto republicano varreu as províncias e só a muito custo acabou sendo debelado. Em fins do império, o dado realmente novo não foi o republicanismo, mas sim o fato desse movimento envolver agora a nata da elite econômica – os fazendeiros de café paulista –, e também de ser politicamente moderado e socialmente conservador.
VENÂNCIO, Renato; PRIORE, Mary Del. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010. p. 211.
Analisando o excerto, conclui-se que o republicanismo A) implementou princípios democráticos temporais. B) revelou a unidade entre diferentes grupos de poder. C) visitou diferentes momentos da história social brasileira. D) representou uma ideologia inusitada de pequena repercussão. E) fortaleceu o pensamento de que as ideias libertárias eram notórias. 02. Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu: “[...] a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais”.
A crise nacional, de Júlio de Mesquita Filho.
De acordo com o texto, o autor a) critica a autonomia excessiva do Poder Legislativo. b) propõe limites ao federalismo. c) defende o regime parlamentarista. d) critica o poder oligárquico. e) defende a supremacia política do sul do país. 03. (ENEM 2019) A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava A) a alta de preços. B) a política clientelista. C) as reformas urbanas. D) o arbítrio governamental. E) as práticas eleitorais. 04. O voto de cabresto passou, então, a voto mercadoria. Votos são trocados por vestidos, paletó, chapéu ou sandália. Ou pelo pirão do dia das eleições. Em fase mais recente, voto vale dinheiro. Origina-se, então, todo um complexo mecanismo de mercadoria, em torno da mercadoria voto, de que não se ausenta enorme especulação a determinar-lhe o preço. [...] O voto mercadoria operou o declínio político do coronel. Valendo um preço, ele se impessoalizou; passou a ser trocado pelo maior valor.
VILAÇA, Marcos Vinícios (Org.). Coronel, coronéis: apogeu e declínio do coronelismo no Nordeste. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006, p. 63-64.
O texto retrata os usos políticos do voto e estabelece a diferenciação entre o voto de cabresto, comum na Primeira República, e o voto mercadoria que, apesar de ilegal, ainda se faz presente em diferentes regiões do Brasil. A respeito das relações políticas orientadas pelo coronelismo, é correto afirmar que a) o coronel é sempre um grande industrial que, naturalmente, possui o poder econômico e, na prática, o poder político, policial e de justiça. b) os coronéis mantiveram a sua condição de poder político, pois as relações clientelistas são marcadamente orientadas pela devoção. c) as oligarquias serviram-se de alianças políticas para a legitimação do poder de mando e orientaram o processo eleitoral por meio do voto de cabresto. d) o coronelismo fez surgir o voto de cabresto e o curral eleitoral, expressões que refletem a liberdade de direitos dos eleitores ao longo da Primeira República.
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e) a utilização de canais de comunicação de massa, com objetivos políticos, garantiu a vitória de candidatos ligados aos coronéis ao longo de toda a Primeira República. 05. (SIMULADO SAS ENEM 2014) Nenhum dos seus achegados percebeu que ele iria matar-se. Getúlio não escrevia à máquina e deu ao secretário particular e à datilógrafa da Presidência da República as anotações manuscritas da carta-testamento de despedida, que modificou e emendou mais de uma vez, mas nenhum deles – que várias vezes o indagaram pelas emendas – jamais percebeu que se tratava do “adeus” para a viagem ao absoluto. Nem a filha Alzira, que pensava tudo saber sobre ele, vislumbrou no pai qualquer nesga de suicídio ao beijá-lo com um “até logo” na madrugada de 24 de agosto, horas antes do tiro final.
TORRES, Flávio. O dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 38.
O dia 24 de agosto demarca o momento em que Getúlio Vargas deixa a vida e entra na história. Acerca deste acontecimento, podemos inferir que A) a construção de uma memória sobre Vargas envolve uma conjugação de rituais polêmicos que devem ser distanciados de sua história como homem público. B) a montagem de um cenário que possibilite a reconstrução daquele período é algo que os historiadores procuram negar, pois as imprecisões são variadas. C) a formação de uma opinião pública sobre Getúlio é orientada por imprecisões, diante da impossibilidade de simular a ocorrência de acontecimentos daquela fase. D) a pregação de um Vargas histórico é cada vez mais distante de uma memória autocrática, pois o personagem é lembrado de forma autoritária. E) a conservação de uma memória sobre Getúlio passa, necessariamente, pelo impacto político de sua morte e pelo simbolismo de sua carta-testamento. 06. No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar, sendo conduzido ao exílio na sua cidade natal, São Borja. No dia 2 de dezembro do mesmo ano, foram realizadas eleições livres para o parlamento e presidência, nas quais Getúlio seria eleito senador pela maior votação da época. Era o fim da Era Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.
MISSACI, Murillo. O fim da Era Vargas. Brasil por trás da História, Brasília, 30 set. 2009. Disponível em: <http://brasil--historia.blogspot.com.br>. Acesso em: 5 nov. 2013.
A força política que Vargas tinha é justificada a) pela postura de neutralidade nas relações internacionais entre capitalismo e socialismo. b) pelo fortalecimento das relações comerciais com os Estados Unidos da América. c) pelo apoio dos “tenentes” que defendiam a moralização do Brasil. d) pelo apoio simultâneo da burguesia nacionalista e da classe trabalhadora. e) pelo otimismo da burguesia industrial ligada ao capital estrangeiro. 07. (SIMULADO SAS ENEM 2014) “Restaurar a legalidade, revigorar a democracia, restabelecer a paz e promover o progresso e a justiça social.” À primeira vista, a frase poderia ser associada a algum pacifista ou ferrenho defensor do regime democrático, mas foi proferida pelo marechal Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967) em seu discurso de posse na Presidência da República em 1964, depois que um golpe depôs, pela via armada, um governo eleito pelo povo.
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br>. Acesso em: 15 maio 2014.
Analisando o discurso de Castelo Branco, verifica-se um contexto diferente do que viria a ocorrer nos dois próximos governos: de Costa e Silva e de Médici. Sobre a implantação do Regime Civil-Militar e seu desdobramento, é possível afirmar que A) ocorreu de forma isolada e sem apoio da sociedade em geral, que estava marginalizada de todo o processo e ficou reprimida diante das atrocidades cometidas já no primeiro mandato. B) contou com o apoio dos sindicalistas, que haviam tido perdas salariais durante o governo de João Goulart, devido ao elevado índice inflacionário que assolou o Brasil diante da instabilidade política. C) não sofreu intervenções externas, pois no momento em que o Brasil passava pelo Golpe, havia uma tensão entre Estados Unidos e União Soviética e, assim, pode-se afirmar que os militares agiram sem o aval dos Estados Unidos. D) foram implantados diversos projetos na área de infraestrutura e industrial, redução das desigualdades sociais e elevação do PIB, sendo esse período denominado de Milagre Econômico brasileiro; no campo político, o bipartidarismo consolida o princípio democrático pleno no Brasil.
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E) embora marcado por um crescimento exuberante na economia, o período agravou as disparidades socioeconômicas, elevou a dívida e, a partir de Costa e Silva, atentou contra os princípios humanos e a própria democracia. 08.
O publicitário Washington Olivetto, então um dos diretores do clube, criou o nome “Democracia Corintiana” e passou a capitalizar a ideia. O time entrava em campo com faixas alusivas à democracia, e a camisa passou a ser usada como outdoor das campanhas pela abertura política – às vésperas da eleição de novembro de 1982, os corintianos exibiram a inscrição “No dia 15, vote”. Foi um marco, seguido de outras ousadias, como “Eu quero votar para presidente” e “Diretas Já!”
GUTERMAN, Marcos. O futebol explica o Brasil: uma história da maior expressão popular do país. São Paulo: Contexto, 2009. p. 206-207.
Analisando o excerto, podemos inferir que A) a publicidade foi um instrumento a serviço da democracia, suplantando outros mecanismos formais que deturpam o jogo político. B) a manifestação democrática prevalece ao lado de mecanismos populares, descartando estratégias de apelo visual. C) a estratégia publicitária foi um instrumento político para manifestar o apoio de setores sociais em torno da retomada da legalidade democrática. D) a performance dos atletas dentro de campo era vital para o sucesso da campanha publicitária em torno do manifesto democrático. E) a forma de governo requerida pelos atletas diz respeito a anseios particulares, dessa forma, usaram o futebol para conquistar as massas. 09.
Durante os anos de 1940, a cantora Carmen Miranda, bem como outros artistas brasileiros, foi convidada para realizar shows nos Estados Unidos, evidenciando um desejo de aproximação norte-americana com os países latinos com objetivo de A) melhorar sua imagem política. B) frear o avanço do comunismo. C) dominar os mercados brasileiros. D) enfraquecer o nacionalismo esquerdista. E) reconhecer a superioridade cultural latina.
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10. Nunca houvera movimento na nossa história que tivesse empolgado tão rapidamente os brasileiros: foram três meses eletrizantes. Em dezenas de cidades se espalharam placares com a posição de cada deputado sobre a emenda. “Diretas Já!” passou a ser o assunto em todas as rodas de conversas. A campanha se encerrou com dois megacomícios, os maiores da história do Brasil. Um, no dia 10 de abril, na Cinelândia, Rio de Janeiro, com 1 milhão de participantes. O segundo, em 16 de abril, no Vale Anhangabaú, em São Paulo, com 1,2 milhão de pessoas.
VILA, Marco Antônio. Ditadura à brasileira – 1964-1985: a democracia golpeada à esquerda e à direita. São Paulo: LeYa, 2014. p. 304-305.
O movimento social aludido no texto representou a A) implantação pública da moderação democrática. B) retomada da participação popular nas periferias. C) busca pela unidade nacional e patriótica entre regiões. D) formação de coalizões políticas em torno da legalidade. E) manifestação pelo restabelecimento da representatividade popular
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03 D 08 C
04 C 09 A
05 E 10 E
01. C Em diferentes períodos da história política brasileira, existiu um claro desejo pela opção republicana, seja em conjuras no Período Colonial, na Confederação do Equador – ocorrida no Primeiro Reinado –, nas revoltas regenciais ou ainda no Segundo Reinado, durante a Revolução Praieira. Todos esses movimentos tinham uma clara tendência pela descentralização.. 02. D O texto é muito claro, apontando o caráter oligárquico e centralizador por parte das elites cafeeiras, que controlavam a política brasileira durante a República Velha. 03. D O cenário de remodelação do centro do Rio de Janeiro e sequelas da política de saneamento financeiro de Campos Sales, contribuíram para aumentar o descontentamento da população carioca de baixa renda com a obrigatoriedade da vacinação antivariólica – fator catalizador da Revolta da Vacina -, executada com violência e sem esclarecer previamente as classes populares. Ações como invasões de residências com apoio policial e constrangimento físico dos moradores, demonstram que o governo Rodrigues Alves estava agindo com arbitrariedade, exorbitando suas limitações legais. 04. C Os grupos políticos tradicionais se aproveitam da miséria e da ignorância das camadas populares para estabelecerem mecanismos de troca de favores. Também existe o clientelismo e o fisiologismo como forma de controle do eleitorado e manutenção do poder político dos antigos e dos novos “coronéis”. 05. E A construção de uma memória sobre Vargas passa necessariamente por sua chegada ao poder, suas realizações e o simbolismo que envolve sua morte, enquanto figura pública que ficou imortalizada por sua carta-testamento 06. D Getúlio Vargas, após quinze anos de governo na Era Vargas, não tinha mais as mesmas forças políticas que o apoiaram na Revolução de 30. Entretanto, seu novo governo, inserido no contexto da Guerra Fria, foi marcado pelo nacionalismo econômico e por estratégias populistas, garantindo, assim, o apoio da burguesia nacionalista e dos trabalhadores urbanos.
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07. E O Regime Civil-Militar no Brasil foi um período bastante complexo associado a momentos de combate a inflação, de crescimento econômico e de melhoria de infraestrutura. Contudo, também houve censura aos meios de comunicação, perseguição política e ideológica (abusos de poder, torturas etc.), crescimento da desigualdade social e aumento da dívida externa. 08.C A utilização do marketing em torno da publicidade quanto à expressão “democracia corintiana” representou uma ferramenta para a retomada do Estado Democrático de Direito no exercício de sua plenitude. 09. A A disposição de os Estados Unidos receberem artistas de outros países, como foi o caso de Carmem Miranda, representa aquilo denominado “política da boa vizinhança”, que foi posta em prática a partir da década de 1930 com o objetivo de o país norte-americano promover uma aproximação política com os países latino-americanos em um contexto de ascensão do nazifascismo. 10. E O movimento democrático “Diretas Já!” requeria eleições diretas para presidente da República e o restabelecimento pleno das liberdades. O manifesto ganhou o país contando com a participação de intelectuais, políticos, sindicalistas e artistas. Entretanto, não alcançou o que almejava, já que a emenda Dante de Oliveira, que propunha o retorno às eleições diretas, foi derrotada.
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TESTES DE FIXAÇÃO
01. Os príncipes católicos alemães não suportavam mais a excessiva venda de indulgências e de impostos cobrados pela Igreja. Assim, a ideia de Lutero de secularizar, ou seja, confiscar as terras da Igreja era interessante para eles; daí tem-se a explicação para a proteção recebida por Lutero. No entanto, os camponeses, comandados por Thomas Münzer, rebelaram-se atacando a Igreja e exigindo a reforma agrária, o fim dos impostos e da servidão. Chamado a se pronunciar, Lutero, referindo-se aos camponeses, escreveu: “É preciso matar o cão enlouquecido que se lança contra ti, antes que ele morda teu calcanhar”. Estima-se que entre oitenta ou cem mil camponeses foram mortos e Thomas Münzer foi preso e decapitado. Avaliando criticamente esse conflito, depreende-se que os camponeses reivindicavam A) a posse integral das terras confiscadas do clero. B) o confisco das terras da burguesia progressista alemã. C) a conciliação entre eles, a Igreja e os príncipes alemães. D) a luta armada como meio de proteger os nobres. E) o fim das práticas de exploração feudais nos estados alemães. 02. (ENEM 2019) A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra de pirataria contra a Espanha papista quando roubou as tropas de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas do Chile e do Peru antes de regressar pelo Oceano Pacífico, e depois pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um sultão revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto inglês ultramarino.
FERRO, M. História das colonizações. as colonizações às independências. Séculos XIII a XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no texto, foi o meio encontrado para A) restabelecer o crescimento da economia mercantil. B) conquistar as riquezas dos territórios americanos. C) legalizar a ocupação de possessões ibéricas. D) ganhar a adesão das potências europeias. E) fortalecer as rotas do comércio marítimo. 03. (Simulado Bernoulli /2020) Na última parte do século XVIII, os monarcas absolutistas (ou melhor, seus conselheiros) foram levados a desenvolver programas de modernização intelectual, administrativa, social e econômica que, entretanto, não aboliram a servidão e os laços remanescentes da dependência feudal camponesa. Uma libertação de grande parte foi tentada por José II da Áustria, em 1781, mas fracassou em face da resistência política de interesses estabelecidos e da rebelião camponesa que ultrapassou o que tinha sido programado.
HOBSBAWM, E. A era das revoluções: Europa (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Embora a abolição da servidão fosse reconhecida como um dos principais pontos de qualquer programa “esclarecido”, os monarcas setecentistas não a levaram adiante, uma vez que desejavam A) impedir o progresso econômico dos grupos ascendentes, sobretudo da burguesia. B) anular a resistência imposta pela Igreja, que pregava a igualdade entre os homens. C) desenvolver a industrialização decorrente da exploração desse tipo de mão de obra. D) adotar os métodos mais modernos de multiplicação de seus impostos, poder e riqueza. E) manter a posição hierárquica dos nobres proprietários, de cujo apoio eram dependentes. 04. (Simulado Bernoulli / 2020) Durante seu governo (1799-1815) Napoleão Bonaparte foi um notório incentivador de academias, institutos, artistas e cientistas, dando continuidade à política de mecenato dos reis do Antigo Regime. Ele próprio ocupara, a partir de 1797, uma vaga como membro do Instituto National de France [...]. A Campanha do Egito (1798-1801) seria a primeira grande demonstração da utilização do potencial dos membros do Instituto em prol dos interesses napoleônicos. Fazendo partem do Instituto e tendo relações próximas com seus cientistas, Napoleão sempre procurou empregar as inovações tecnológicas nos assuntos de seu governo. Além do mais, Napoleão percebeu as possibilidades no Instituto como um instrumento para transformar o universalismo francês em imperialismo cultural.
Disponível em: < https://www.unicamp.br/ > Acesso em: 31 mar. 2020
As ações de Napoleão Bonaparte descritas no texto indicam a intenção do imperador francês em A) estruturar simbolicamente seu poder por meio do desenvolvimento das ciências. B) promover grandes eventos imperialistas aos moldes dos reis do Antigo Regime. C) desenvolver uma política educacional no país pautada em um passado glorioso. D) enaltecer os estudiosos franceses ao inseri-los na organização política do país. E) consolidar a vitória militar no norte africano por meio da formação de uma elite letrada.
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05. (Simulado Bernoulli / 2020) Na época em que Shakespeare escreveu, Veneza era considerada a cidade mais cosmopolita da Europa. Veneza era não somente a capital do comércio (já que fazia parte da rota da seda), mas também a capital da arte, onde tudo acontecia, e é por isso que muitos dos enredos do dramaturgo inglês se passam na Itália, assim como Romeu e Julieta, na cidade de Verona, e O Mercador de Veneza.
GUERIOS, A. A atualidade de Shakespeare: um estudo sobre Romeu & Julieta do Grupo Galpão. Disponível em: http://www.ple.uem.br/. Acesso em: 30 nov. 2018.
A prevalência dos cenários italianos na dramaturgia do autor renascentista William Shakespeare, durante o século XVII, está associada, segundo o texto, à A) rigorosidade puritana e à censura elisabetana, que proibiam encenações de peças teatrais na Inglaterra. B) internacionalização dos capitais, que permitia o patrocínio das artes inglesas pelos banqueiros italianos. C) efervescência econômica e cultural italiana, que conferia às suas cidades uma natureza cosmopolita. D) ruptura radical do humanismo ítalo com os valores católicos, que favorecia o desenvolvimento das artes. E) contestação dos privilégios sociais da aristocracia italiana, que marginalizava os estratos mais populares. 06. (Simulado Bernoulli / 2020) O objetivo das colônias é o de fazer o comércio em melhores condições para as metrópoles do que quando é praticado com os povos vizinhos, com os quais todas as vantagens são recíprocas. Estabeleceu-se que apenas a metrópole poderia negociar na colônia; e isso com grande razão, porque a finalidade do estabelecimento foi a constituição do comércio, e não a fundação de uma cidade ou de um novo império...
MONTESQUIEU. Do espírito das leis (1748). São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 387 (Adaptação).
O pensador Montesquieu discute algumas práticas mercantilistas, comuns nos Estados Absolutistas, durante a Idade Moderna. Nesse modelo econômico, conforme é apontado pelo autor, as colônias deveriam A) atender à exclusividade exigida pela metrópole de priorizar o desenvolvimento do mercado interno. B) buscar autonomia em relação aos laços metropolitanos, assim como defendiam os iluministas. C) priorizar as estruturas urbanas para garantir a fixação e a eficácia do poder metropolitano. D) potencializar as relações comerciais com a metrópole por meio da produção de manufaturas. E) complementar a economia da metrópole, submetendo-se ao monopólio de exploração. 07. (Simulado Bernoulli /2020) Uma marcha começou durante a Revolução Francesa entre as mulheres nos mercados de Paris, que, na manhã de 5 de outubro de 1789, estavam perto de se revoltar pelo alto preço e escassez de pão. Suas demonstrações rapidamente se entrelaçaram com as atividades dos revolucionários, que buscavam reformas políticas liberais e uma monarquia constitucional para a França. As mulheres do mercado e seus vários aliados cresceram em uma multidão de milhares. Encorajados por agitadores revolucionários, eles saquearam o arsenal da cidade em busca de armas e marcharam para o Palácio de Versalhes.
Disponível em: https://aulazen.com/historia/a-declaracao-dos-direitosdo-homem/. Acessado em: 23 ago. 2018.
O texto indica que a Revolução Francesa foi um evento histórico de grande complexidade social, na medida em que A) os interesses conflitantes contribuíram para determinar a importância de grupos sociais variados, com demandas próprias, na Revolução. B) a adoção do voto censitário, que atendia aos interesses da burguesia francesa, revelava a elitização do movimento iniciado em 1789. C) o elemento propulsor do processo revolucionário foi a crise econômica, uma vez que os gastos do governo eram maiores que a arrecadação. D) o movimento revolucionário opôs a burguesia, que defendia a derrubada do absolutismo francês, às camadas populares, apoiadoras do regime. E) as mulheres francesas se engajaram no processo revolucionário organizando grupos que assumiram a vanguarda política do movimento. 08. (Simulado Bernoulli / 2020) Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo [...].
Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, 04 de julho de 1776.
Os princípios defendidos pela Declaração de Independência da América de 1776, apresentados no texto, foram evidenciados, na época, pela
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A) consagração liberal da garantia à propriedade privada. B) preservação das áreas ocupadas pelos povos indígenas. C) instituição de um regime político de caráter centralizador. D) eliminação do regime de trabalho escravo em todo o país. E) supressão dos privilégios das elites brancas e protestantes. 09. [O] propósito [da teoria da separação dos poderes] era o de impedir a suprema absoluta da maioria, expressa, como normalmente seria, pelos representantes do povo no corpo legislativo. Assim, as ideias de Montesquieu atraiam tanto a nobreza quanto a classe média. A nobreza interpretava-lhe as obras como uma defesa de seus antigos privilégios dignificados por Montesquieu como “liberdades”. Os estados provinciais, onde nobres exerciam considerável poder político, eram os órgãos constituídos que agiriam como freio ao poder monárquico. Já a classe média acolhia com prazer um apoio teórico adicional que substanciasse sua preferência por outra coisa além do absolutismo monárquico e do mercantilismo centralizado do século XVIII.
BURNS, E. M. et al. História da Civilização Universal. São Paulo: Globo, 1997. p. 491. v. I.
Ao ser apropriada pelos revolucionários franceses no final do século XVIII, a teoria política de Montesquieu orientou, na primeira fase da Revolução, A) a ascensão política dos grupos e pautas radicais. B) a manutenção da atuação despótica do monarca. C) a implantação do regime de monarquia constitucional. D) o estabelecimento de um sistema de governo amplamente democrático. E) o surgimento do Tribunal Revolucionário enquanto instrumento de poder popular. 10. Convenciona-se chamar de “Revolução Industrial” um fenômeno de vertiginoso domínio humano sobre máquinas, bens materiais e seres humanos que teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção.
CHAVES, Lázaro Curvêlo. A revolução industrial. Cultura Brasileira. Disponível em: <http://www.culturabrasil.org/>. Acesso em: 5 nov. 2013.
Uma das principais consequências do fenômeno exposto no texto foi a) o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a produção, preocupadas com a preservação do meio ambiente. b) o aumento da produtividade, provocando uma remuneração satisfatória para os operários. c) a integração do trabalhador no processo produtivo, humanizando a relação capital × trabalho. d) a exploração dos trabalhadores das fábricas por meio de uma jornada de trabalho desumana. e) o domínio de todas as etapas de produção pela classe proletária, valorizando seu trabalho.
Gabarito
01 E 06 E
02 B 07 A
03 E 08 A
04 A 09 C
05 C 10 D
01. E Com a eclosão e a difusão da Reforma Protestante nos estados alemães, a massa camponesa enxergou no movimento uma oportunidade para romper os grilhões das práticas feudais que oprimiam e exploravam o campesinato. 02. B Como a Inglaterra, no século XVI, praticamente não participou da conquista de colônias ultramarinas, procurou aumentar suas reservas de ouro (um preceito mercantilista) saqueando embarcações e cidades coloniais espanholas. Essa estratégia, estimulada pela rainha Elizabeth (Isabel) I, processou-se tanto por meio da guerra de corso (atividade oficial) como da pirataria (atividade ilegal). Aliás, Francis Drake atuou ora em uma, ora em outra condição, dependendo das relações de momento entre Inglaterra e Espanha.
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03. E Na tentativa de assegurar o poder absoluto, na segunda metade do século XVIII, alguns soberanos realizaram uma série de reformas de caráter liberal, baseadas em alguns princípios do Iluminismo, sendo conhecidos por isso como déspotas esclarecidos. Apesar de ser reconhecidamente um dos princípios dos ilustrados e fazer parte dos projetos “esclarecidos” de alguns monarcas, a abolição da servidão não pôde ser levada a cabo, visto que a extinção da servidão se chocava com os interesses da nobreza proprietária, da qual dependiam os monarcas absolutistas, e que desejava manter os privilégios vinculados à sua posição social. 04. A Conforme demonstrado no texto, Napoleão entendia que um grande império deveria ser caracterizado pelo esplendor artístico e cultural. Desse modo, a criação dos “institutos” e a promoção dos saberes era uma forma por ele encontrada para reforçar a ideia de sua grandiosidade e poder, conferindo prestígio e maior legitimidade ao seu império. 05. C O mote do texto é a relação entre as ambientações espaciais das peças de Shakespeare na Itália com o sucesso das atividades econômicas e com a pujança cultural das cidades italianas. 06. E A principal intenção das práticas mercantilistas adotadas pelos Estados Absolutistas europeus, durante a Idade Moderna, era garantir uma balança comercial favorável aos países da Europa, uma vez que a nação que conseguisse um saldo positivo em suas transações comerciais garantiria sua superioridade em relação às demais. Dentro dessa ideia, Montesquieu afirma que no comércio com os povos vizinhos “todas as vantagens são recíprocas” e destaca que por meio do monopólio de exploração das colônias as metrópoles teriam melhores condições para o comércio, apontando que o objetivo das colônias era complementar a economia da metrópole. 07. A Embora tradicionalmente associada às revoluções burguesas, a Revolução Francesa de 1789 foi um evento histórico de grande complexidade social. As ações das mulheres nos mercados de Paris, que, movidas pelo alto preço e pela escassez do pão e encorajadas pelos agitadores revolucionários, pegaram em armas e marcharam até o Palácio de Versalhes, indicam que as fileiras do movimento revolucionário francês foram engrossadas pela ação dos diferentes grupos da sociedade, que eram movidos por variadas demandas e por interesses próprios. 08. A A publicação da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América foi fundamental no processo emancipatório das Treze Colônias, pois indicava a difusão de ideias que contestavam a política econômica imposta pelos ingleses e a implementação de uma série de medidas liberais que eram vistas como solução para se romper com o domínio metropolitano inglês. A declaração defendia os direitos naturais dos indivíduos, entre eles o direito à propriedade privada, que seria consagrada na Constituição. 09. C Como indicado no texto, a teoria da separação dos poderes de Montesquieu agradou os grupos ligados à nobreza, que visavam manter seus privilégios no contexto revolucionário, e também as camadas alta e média da burguesia. É possível compreendê-los como reformistas, pois estavam de acordo com os revolucionários mais radicais apenas no tocante à limitação do poder real, já que, no plano geral, defendiam posições políticas bem mais moderadas e não viam com bons olhos a democratização da política. Assim, em 1791, com a promulgação da Constituição francesa, que estabelecia o regime monárquico constitucional, os interesses desses grupos mais moderados foram atingidos. 10. D A Revolução Industrial é caracterizada pela introdução de máquinas no processo produtivo. Como consequência dessa transformação na produção, têm-se o aumento da produtividade e a exploração dos operários. A superexploração do proletariado acabou provocando uma série de manifestações dos trabalhadores em busca de seus direitos.
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TESTES DE FIXAÇÃO
01. Para Roosevelt, o imperialismo também tinha seus males, porém constituíam o preço a ser pago para o progresso. Conservadores sempre consideraram esse um preço bom, porque é pago por outros, enquanto o preço do progresso socialista lhes parece exorbitante.
KIERNAN, Victor Gordon. Estados Unidos: o novo imperialismo. Tradução Ricardo Donielle. Mendes, Rio de Janeiro: Record, 2009. P.142.
A) o expansionismo no século XIX foi uma política unilateral, partia da metrópole europeia conectando-se ao desenvolvimentismo das colônias. B) o imperialismo norte-americano motivou uma ampla costura de relações diplomáticas orientadas pela cooperação entre potências internacionais. C) o capitalismo americano no século XIX modificou os padrões monopolistas, ao estabelecer uma ampla política cooperativa entre metrópole e colônia. D) o processo da expansão capitalista norte-americana gerou impactos decisivos nas áreas coloniais, acumulando riquezas para a zona metropolitana. E) o imperialismo estadunidense foi caracterizado por ambiguidades, desenvolvia padrões capitalistas monopolistas, mas respeitava a vizinhança latino-americana. 02. Em plena Segunda Guerra Mundial, o desembarque uma sequência de praias que estavam sob domínio nazista pelas forças armadas dos países aliados foi crucial para o fim dos confrontos e enfraquecimento do poder de Hitler. Depois de 70 anos, chefes de Estado e veteranos da guerra relembram os mortos atingidos por canhões e metralhadoras do exército alemão, na operação na praia de Normandia, na França. Popularmente conhecida como “Dia D”, a ação foi a mais imponente operação de desembarque de soldados da história. A leitura do texto permite concluir que A) a vitória dos Aliados foi favorecida pela vitoriosa campanha na Normandia. B) o desembarque das tropas aliadas na Normandia marcou o início da 2a Guerra Mundial. C) a perda da Normandia para os Aliados provocou a rendição da Alemanha nazista. D) o Dia D marcou o início do domínio da Normandia pelas tropas do Eixo. E) as tropas soviéticas e norte-americanas expulsaram os nazistas da Normandia. 03. Há 70 anos, em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho libertou Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazistas. Em suas câmaras de gás e crematórios, foram mortos pelo menos um milhão de pessoas. No auge do Holocausto, em 1944, eram assassinadas seis mil pessoas por dia. Auschwitz tornou-se sinônimo do genocídio de judeus, ciganos, homossexuais e tantos outros grupos perseguidos pelos nazistas.
GÖRTZ, Birgit. 1945: Libertação de Auschwitz-Birkenau. DW. Disponível em: <http://www.dw.com>. Acesso em: 5 nov. 2015. (adaptado)
A divulgação dos fatos que ocorreram em Auschwitz durante a guerra proporcionou A) a reação de forças neonazistas apoiando o governo alemão. B) o fortalecimento de regimes autoritários em toda a Europa. C) o surgimento de leis garantindo os direitos humanos. D) a aplicação de penas severas a regimes antissemitas. E) o enfraquecimento das ideias sionistas. 04. Leia o fragmento que se segue da entrevista concedida pelo intelectual palestino Edward Said, comentando os problemas atuais no Oriente Médio. Entrevistador: O senhor não gosta da expressão “choque de civilizações”. Por quê? Said: (...) são inúmeros os problemas. Para começar, ela trata as civilizações como se fossem entidades fechadas, lacradas, alheias a qualquer tipo de troca (...). Por fim, a ideia de choque de civilizações tem um aspecto caricatural muito nocivo, como se enormes entidades chamadas “Ocidente” e o “Islã” estivessem num ringue, lutando para ver qual é a melhor.
Revista Veja
Assinale a opção que reforça a opinião emitida por Said. A) As diferenças culturais não podem ser tratadas como expressão de conflitos, mas sim como particularidades de cada civilização no tempo e no espaço. B) Não existem diferenças jurídico-políticas entre o Ocidente e o Oriente Médio, logo não faz sentido diferenciar essas duas civilizações.
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C) O mundo muçulmano não é homogêneo assim como o Ocidental; portanto, apenas os conflitos internos devem ser considerados. D) As trocas entre distintos conjuntos civilizacionais incluem mercadorias culturais: desse modo, padronizam as civilizações. E) Ocidente e Oriente não usam argumentos religiosos para justificar interesses econômicos e políticos. 05. Em 1989, ocorreu a Queda do Muro de Berlim que dividiu a cidade de Berlim entre a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) e a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), durante 28 anos. Sobre as mudanças ocorridas nas últimas décadas do século XX, é correto afirmar. A) Com as mudanças ocorridas, no final do século XX, nos países do leste europeu, os partidos socialistas e os comunistas obtiveram maior participação no poder, uma vez que puderam participar das eleições, o que lhes era proibido até a década de 90. B) A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) trocou o nome para Rússia, mas manteve seu espaço geográfico intacto. C) Ocorreram várias mudanças no mapa geográfico da Europa com o surgimento de novos países como, por exemplo, a República Tcheca, a Eslováquia, a Croácia e a Bósnia. D) A Alemanha continua dividida entre Alemanha Oriental e Ocidental, com governos separados, sendo que somente a Alemanha Ocidental (que tem como