Hoje Macau 26 OUT 2011 #2480

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Assembleia Legislativa DEPUTADOS QUEREM MAIS TEMPO E MENOS SECRETISMOS • Página 5 PUB Exposição no MAM MACAU NA PONTA DO LÁPIS DE CARVÃO DE 11 ARTISTAS • Páginas 10 e 11 TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 25 HUMIDADE 55-90% CÂMBIOS EURO 11.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUARTA-FEIRA 26 DE OUTUBRO DE 2011 ANO XI Nº 2480 PUB Ter para ler LAG 2012 | Chefe do Executivo faz segunda volta a pé por Macau Chui de passagem Já tinha sido assim no ano passado: a tentar frisar o slogan “Macau governado pelas suas gentes”, Chui Sai On saiu ontem à rua para auscultar ao vivo e a cores a população. Ouvir foi a palavra de ordem. Do pouco que falou, o Chefe do Executivo desmentiu que os preços das habitações económicas tenham por base o mercado privado e frisou que o combate à inflação está no topo das prioridades. Mas o que o povo quer mesmo saber é se haverá cheques para o ano. Fez-se o mistério. > PÁGINA 4 Terminais Marítimos MILHÕES DE PATACAS A VOAREM EM OBRAS ATRASADAS • Página 5 GONÇALO LOBO PINHEIRO

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Edição do Hoje Macau de 26 de Outubro de 2011 • Ano X • N.º 2480

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Assembleia Legislativa

DEPUTADOS QUEREM MAIS

TEMPO E MENOS SECRETISMOS

• Página 5

PUBExposição no MAM

MACAU NAPONTA DO LÁPISDE CARVÃO DE 11 ARTISTAS

• Páginas 10 e 11

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 25 HUMIDADE 55-90% • CÂMBIOS EURO 11.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 26 DE OUTUBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2480

PUB

Ter para ler

LAG 2012 | Chefe do Executivofaz segunda volta a pé por Macau

Chui depassagemJá tinha sido assim no ano passado: a tentar frisar o slogan “Macau governado pelas suas gentes”, Chui Sai On saiu ontem à rua para auscultar ao vivo e a cores a população. Ouvir foi a palavra de ordem. Do pouco que falou, o Chefe do Executivo desmentiu que os preços das habitações económicas tenham por base o mercado privado e frisou que o combate à inflação está no topo das prioridades. Mas o que o povo quer mesmo saber é se haverá cheques para o ano. Fez-se o mistério. > PÁGINA 4

Terminais Marítimos

MILHÕESDE PATACAS

A VOAREM EM OBRAS ATRASADAS

• Página 5

GONÇALO LOBO PINHEIRO

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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APOSTA NO FABRICODE BRINQUEDOS SEXUAISMais de dois terços dos vibradores e outros “brinquedos sexuais” são fabricados na China, pais onde há menos de vinte anos não havia sequer uma “sex-shop”, revelou ontem o jornal “China Daily”. Só em Pequim, onde em 1993 abriu a primeira “sex shop” da China, há hoje mais de duas mil lojas do género, precisou o jornal, a propósito do filme “Red Light Revolution”, realizado pelo australiano Sam Voutas e cuja acção decorre na capital chinesa. “Fábrica do mundo”, a China tem “10 mil empresas de brinquedos sexuais” e produz anualmente “centenas de milhões de preservativos”, refere o “China Daily”. “A atitude da sociedade chinesa e da imprensa em relação ao sexo mudou desde 1993, mas não muito”, disse o realizador de “Red Light Revolution”, citado pelo China Daily. O filme - com Tess Liu, Vivid Wang, Tian Huimin e Ji Qing nos principais papéis - estreou a semana passada em Nova York. Segundo o jornal, Sam Voutas está a negociar a distribuição do filme na China, esperando poder exibi-lo durante a quadra do ano novo chinês, no final de Janeiro.

CHINA CONTINUA A VENDER PLACENTAS HUMANAS MESMO DEPOIS DE PROIBIÇÃOO Governo chinês proibiu em 2005 a venda de placentas humanas, órgãos muito utilizados na medicina tradicional chinesa, mas alguns hospitais continuam a comercializar através da Internet sem o conhecimento das mães, denunciou ontem o diário “China Daily”. De acordo com o jornal, alguns dos portais de vendas mais populares na China, como o Taobao, vendem estes órgãos que segundo a medicina tradicional podem ser ingeridos para melhorar o sistema imunitário, travar o envelhecimento ou curar a impotência ou infertilidade. O Ministério da Saúde, contudo, emitiu um comunicado salientando que a venda é proibida e que as placentas são propriedade das mães. O mesmo departamento governamental salienta que seriam as próprias mães a poderem vender a placenta, mas o “China Daily” destaca que são os hospitais e centros médicos chineses a comercializarem o produto, sem o conhecimento das suas legítimas proprietárias. As leis estabelecidas em 2005 determinam que uma mãe na China tinha o direito de pedir aos centros médicos, após o parto, que ou lhe entregavam a placenta ou a destruíam, queimando ou enterrando aquele órgão. Nas zonas urbanas, mais de 90% das mulheres prefere destruir a placenta enquanto que nas zonas rurais acontece o contrário com 80% das mulheres a pretender ficar com a placenta porque a tradição refere que enterrar a placenta no pátio da casa proporcionará boa sorte à família. No entanto, como salienta o jornal, muitos hospitais vendem as placentas que as mães decidem indicar para destruir.

UM dos alegados responsáveis pelo atropelamento de Yue Yue, em Foshan,

foi acusado de homicídio involuntário. O motorista Hu Jun, 24 anos, que fugiu após o atropelamento, incorre numa pena de prisão entre três a sete anos.

Hu Jun entregou-se às autoridades locais três dias depois do incidente. Contactada pela agência noticiosa francesa AFP, a polí-cia de Foshan, na província de Guangdong, escusou-se a comentar o caso, nomeadamente sobre o segundo motorista implicado no atropelamento.

O caso desta criança, Wang Yueyue, está a chocar a opinião pública chinesa e originou uma onda de indignação naquele país. No passado dia 13 de Outubro, numa rua de

Foshan, Wang Yue Yue foi atropelada duas vezes, primeiro por uma furgoneta e depois por um camião.

De acordo com as imagens captadas por uma câmara de vigilância pública, 18 pessoas passaram a seguir pelo local e viram a criança no chão a sangrar, mas não fizeram nada para a ajudar. Socorrida por uma mulher que andava a recolher lixo, Wang Yue Yue foi internada, já em coma, num hospital militar de Cantão, mas não sobreviveu aos ferimentos e acabou por morrer na passada sexta-feira.

Milhares de chineses participaram no fim-de-semana em manifestações contra a “apatia social” evidenciada pela morte desta criança. Em Cantão, a concentração reuniu “mais de 10 mil pessoas” com foto-

grafias da criança e cartazes reclamando “maior consciência social” e “prudência na condução”. A morte da criança foi também lembrada na rua onde ocorreu o acidente, com cerca de 200 pessoas a declararem “guerra à apatia social” e a abraçarem quem passava no local.

Exibidas na Internet e por várias estações de televisão, as imagens do acidente suscita-ram uma onda de indignação no país e duros comentários acerca do “egoísmo” e da “crise moral” da sociedade chinesa. O comporta-mento daqueles 18 transeuntes “ultrapassou os limites da moral, há uma decadência moral na sociedade”, afirmou o “Global Times”, jor-nal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês.

UMA mulher chinesa que foi violada passou horas numa estrada sem que ninguém tivesse parado

para a ajudar, outro caso de recusa de auxílio a vítimas que a socieda-de chinesa tenta combater.

Depois da morte dramática de Yue Yue, uma menina de dois anos atropelada duas vezes, que cho-cou a sociedade e está a desenca-dear o despertar dos chineses para a vida individualista que levam, o diário “South China Morning Post” contou ontem o caso de uma

mulher violada em Dongguan, na província de Guangdong, muito perto da cidade de Foshan, onde morreu a menina.

A mulher, uma emigrante do centro do país cujo nome foi man-tido em segredo, foi abordada por um homem de cerca de 20 anos quando ia buscar a sua filha à escola. Além de violada, a mulher foi agredida com um tijolo e atada nas mãos, tendo sido abandonada à beira da estrada.

Sem forças, a vítima rebolou até ao meio da estrada na espe-

rança de que alguém parasse em seu auxílio, mas diz ter ouvido passar muitos carros que não pararam, até que um homem, também emigrante, a socorreu.

O incidente aconteceu a 8 de Outubro, cinco dias antes do atropelamento de Yue Yue, mas só agora foi conhecido porque os protagonistas falaram à imprensa, que alertada pelo caso da menina de dois anos, procura todos os testemunhos de vítimas de ata-ques ou acidentes que ficaram sem ajuda.

O atropelamento de Yue Yue e a indiferença de 18 pessoas que passaram ao seu lado sem lhe tocar provocou um sentimento de vergonha nacional na China, onde os apelos à regeneração da moral e da solidariedade se multiplicam. Muitas pessoas apelam à criação de leis que castiguem a omissão de auxi-lio e há também que sugira o regresso das tradicionais leis religiosas orientais em que era valorizado a ajuda ao próximo e as boas acções.

MOTORISTA SUSPEITO DO ATROPELAMENTO ACUSADO DE HOMICÍDIO INVOLUNTÁRIO

Ninguém sabe onde pára o segundo

Depois da menina de dois anos, mulher conta como ficou sem auxílio

A história da violada ignorada

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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AUTORIDADES FORÇAM ABORTO PARA FAZER CUMPRIR LEI DO FILHO ÚNICO

Morta por estar grávida

As árvores vão adoecendo, têm na generalidade mau aspecto, morrem frequentemente, mas a população acha que está a ficar com uma cidade mais arborizada, mais verde e se alegra muito com isso. De génio! Gonçalo Alvim, P. 15

Depois da menina de dois anos, mulher conta como ficou sem auxílio

A história da violada ignoradaQUANDO Ma Jihong engravi-

dou pela terceira vez, estava decidida a expandir a família. Afinal, tantos vizinhos já tinham infringido a legislação chinesa da política do filho único que esta agricultora pensou que podia fazer o mesmo. Mas, seis meses mais tarde, Ma morreu em pânico na mesa de cirurgia, depois de ter sido forçada pelas autoridades da província de Shandong a fazer um aborto no oitavo mês de gestação. A família denunciou agora a história que está a rodar o mundo.

A filha mais velha de Ma, Yuyu, de 14 anos, não fala desde que a mãe morreu há dez dias. Yanyan, de quatro anos, chora pela mãe mas ainda não sabe que a progenitora se foi para sempre – os familiares dizem que Ma está a trabalhar longe. “No início pensámos que tínhamos perdido a criança, não sabíamos que também tínhamos perdido a mãe”, relata ao jornal britânico “The Guardian” uma fonte próxima da família.

Sem conseguir domesticar o seu próprio leão do filho único, Pequim passou a usar a força para fazer va-

ler a lei. Abortos e esterilizações são consideradas ilegais no país, mas especialistas dizem que os abusos nunca acabaram já que autoridades municipais fazem o que for preciso para manter a população dentro das linhas.

“Embora as políticas sejam menos extremistas agora do que antes, é um erro achar que estes problemas desapareceram”, disse Nicholas Bequelin, pesquisador da organização Human Rights Watch Ásia. “Sanções, multas, abortos forçados e outras atrocidades con-tinuam a ser impostos às mulheres rurais.”

O Governo da cidade de Lijin, onde Ma vivia, disse, num comu-nicado divulgado na sua página oficial, que a agricultora morreu “durante o trabalho de parto” e expressou “condolências” pela morte. De qualquer forma, as au-toridades prometeram investigar

o caso para punir autoridades ou outros profissionais que tenham algum envolvimento no óbito.

Ninguém fora do Governo chinês sabe quantas mulheres já passaram pelo mesmo. Dados es-tatísticos de abortos induzidos são considerados segredos de Estado. As famílias que vivem em zonas rurais são autorizadas a tentarem ter um segundo filho, caso o pri-meiro seja do sexo feminino. No entanto, Ma, de 37 anos, pensou que ninguém iria puni-la de forma tão severa porque conhecidos da aldeia fizeram o mesmo e escapa-ram sem danos.

No dia 12 de Outubro, 10 au-toridades do planeamento familiar bateram-lhe à porta e obrigaram-na a seguir para o hospital com eles. Em pânico, Ma desmaiou e os fa-miliares pediram uma máscara de oxigénio. “Os homens arrancaram--lhe a máscara e disseram: ‘Não

finjas que estás mal, porque já estamos habituados a essas fitas’”, narra um familiar. Seguiu-se então agressões e a mulher foi forçada a pôr as digitais num impresso a concordar com o aborto. Horas depois, já depois da cirurgia, uma enfermeira alertou os médicos que

o coração de Ma não estava bem. E, pouco depois, parou de bater.

O Governo de Lijin afirma que a mulher teve uma paragem car-diorespiratória e que os médicos tentaram reanimá-la por mais de duas horas. Ninguém no hospi-tal quer comentar o sucedido. O Departamento de Planeamento Familiar também não fala.

O marido de Ma disse ao “The Guardian” que não era conveniente falar. A imprensa chinesa mostrou interesse em cobrir a história, mas não teve autorização oficial para publicar nenhuma linha. A família quer levar o Governo a tribunal, mas nenhum advogado aceita o caso.

Há tempos, o advogado Chen Guangcheng ajudou mulheres forçadas a aborto a avançar com acções judiciais contra as autori-dades da província de Shandong e a coisa não correi bem para nenhuma das portas. Elas foram punidas e ele detido por “danos a propriedade privada e obstrução do tráfego”. Depois de ter sido libertado, Chen e a família vivem em prisão domiciliar.

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 265/2011(Solicitação de Comparência da Empregadora)

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Re-gulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se 華瑜國際科技開發有限公司 (romanizada Wa U Kok Chai Fo Kei Hoi Fat Iao Han Cong Si), sita na Rua da Ribeira do Patane, n.º 86-D, 3.º andar, Ma-cau, para no prazo de 10 (dez) dias, a contra do 1.º dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Macha-do , n.os 221-279, Edifício Advance Plaza, 1.º andar, Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 5908/2011, proveniente da queixa apresentada nestes Serviços em 14/07/2011, pelo ex-trabalhadora Tong Lai Lai, relativamente à matéria de salário em dívida.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departa-mento de Inspecção do Trabalho, aos 17 de Outubro de 2011.

O Chefe do Departamento

Raimundo Vizeu Bento

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 266/2011(Exercício do direito de defesa)

Considerando que não se revela possível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Proce-dimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, a eventual infractora Sra WONG LEONG NGOK, proprietária do “ESTABELECIMENTO DE COMIDAS KAN UN . TONG IAT PAI KUAT (MACAU)”, sita na Rua do General Ivens Ferraz n.º 237, Kok Chai, rés-do-chão, Loja J, em Macau, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada de indícios à prática de infracção ao abrigo do n.º 1 do artigo 17.º da Lei n.º 21/2009 – Lei da Contratação de Trabalhadores Não-Residentes, conjugado com o n.º 3 do artigo 17.º do Regulamento Administrativo n.º 8/2010 – Regulamentação da Lei da Contratação de Trabalhadores Não-Residentes, Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT) da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), manda notificar, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo, a eventual infractora acima referida por infringir o disposto do n.º 1 do artigo 17.º da Lei n.º 21/2009, conjugado com o n.º 3 do artigo 17.º do Regulamento Administrativo n.º 8/2010 – Re-gulamentação da Lei da Contratação de Trabalhadores Não-Residentes, por falta de pagamento para o Fundo de Segurança Social da taxa de contratação de três não-residentes relativo ao período entre Outubro e Desembro de 2010 e um trabalhador não-residente relativo ao período entre Janeiro e Março de 2011. Nos termos do n.º 1 do artigo 21.º do Regulamento Administrativo n.º 8/2010, a infracção é punida com a multa de MOP $300,00 a MOP$1.000,00, por cada trabalhador em relação ao qual se verificar a infracção. Face ao exposto, a eventual infractora acima referida deve no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do pri-meiro dia útil seguinte ao da publicação do presente edital, exercer por escrito o seu direito de defesa, podendo deslocar-se, dentro das horas de expediente, ao Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nos 221 a 279, Edíficio “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, para levantar a devida nota de culpa e consultar os processos n.º 2168/2011 e n.º 4460/2011 em causa. Nos termos do n.º 3 do artigo 17.º da Lei n.º 21/2009 – “Lei da Contratação de Trabalhadores Não-Residentes”, conjugado com o artigo 20.º do Regulamento Administrativo n.º 8/2010 – “Regulamentação da Lei da Contratação de Trabalhadores Não--Residentes”, a aludida infractora suspeita deve pagar a respectiva quantia junto do Fundo de Segurança Social. Se, decorrido o prazo acima referido, a aludida infractora suspeita não apresentar o comprovativo do não come-timento da infracção, a DSAL enviará o processo ao Fundo de Segurança Social para dar acompanhamento da matéria de multa, ao abrigo da alínea 1) do n.º 1 do artigo 22.º, conjugado com o n.º 2 do artigo 21.º do mesmo Regulamento Administrativo. Aos 14 de Outubro de 2011.

O Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho,

Raimundo Vizeu Bento

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Chui Sai On faz périplo por Macau antes das LAG 2012

Chefe promete estar atentoGonçalo Lobo Pinheiro Lia [email protected] |[email protected]

O relógio marcava 10h00 quando o Chefe do Exe-cutivo, Fernando Chui Sai On, deu início às vi-

sitas no bairro do Fai Chi Kei. Com as Linhas de Acção Governativa para 2012 em banho-maria, o líder do Governo ouviu as queixas de co-merciantes e auscultou a associação de moradores e residentes da zona.

As queixas da população abran-gem os sectores da habitação e da saúde, a inflação do e os prejuízos à qualidade de vida. Naquela zona da cidade, os residentes mostram--se preocupados com a existência de salas de jogos na zona do Canídromo, “mais baratas, que estimulam o vício dos mais desfa-vorecidos”.

Seguiu-se o Centro Social do Mercado de Tamagnini Barbosa. Ali, o responsável respondeu às questões colocadas pelos mo-radores, onde garantiu que as preocupações apresentadas são

de “extrema importância para o Governo e que o apoio aos resi-dentes e à camada desfavorecida no combate à inflação vai ser um dos pilares das LAG”.

Para combater o elevado preço dos bens de subsistência, o Chefe do Executivo prometeu que irá estar atento à situação e é sua intenção alargar os mercados de importação de produtos. “Acho que a população compreende o aumento dos produtos, são todos importados”, explicou.

Confrontado por uma residente sobre a questão das empregadas domésticas importadas, Chui Sai On referiu que, no próximo ano, será regulamentada a entrada no território de domésticas prove-nientes do interior da China - em benefício dos agregados familiares com idosos ou crianças a seu car-

go. O chefe vincou ainda que será revista a legislação laboral e que o processo será acelerado.

Chui Sai On falou também so-bre a segurança social, garantindo que o valor das contribuições para o Regime de Previdência Central vão ser revistos no próximo ano.

A maior preocupação de todas, contudo, é a habitação. O povo quis saber mais sobre a atribuição das casas públicas. O Chefe do Exe-cutivo assegurou que o processo está a decorrer e que o Governo irá dar maior andamento. “A promessa de 19 mil casas é para cumprir. Estamos empenhados”, referiu, acrescentando que ainda há planos para a construção de mais 6000 fracções. O líder do Governo referiu que as notícias de que os preços da habitação pública se baseiam no mercado privado

são completamente “falsas”. “O Governo só tem em consideração a capacidade económica dos com-pradores”, garantiu.

Antes de terminar a sua manhã, no Banco Alimentar da Caritas, houve tempo para Chui sublinhar que os Serviços de Saúde vão re-construir e criar mais centros de saúde na península e nas ilhas.

BRAÇO-DE-FERRONão trabalham nem deixam tra-balhar. Essa é uma das grandes conclusões do périplo vespertino de Chui Sai On. A sua equipa de guarda-costas deixa os jornalistas e a população a léguas do contacto com o Chefe do Executivo, coloca--se sistematicamente à frente das câmaras de filmar e das máquinas fotográficas e empurra as pessoas a seu bel-prazer.

Numa tarde a ameaçar a chu-va, Chui Sai On visitou a Escola Secundária Tong Nam, a Escola Santa Teresa, as instalações da Confraternidade Cristã Vida Nova “Smart Youth” e ainda o Centro de Apoio a Famílias e Aconselhamen-to sobre a Dependência do Jogo.

No final, resolveu fazer um balanço do dia e repetiu o que até então já tinha dito. Apenas uma revelação, no mínimo curiosa. Quando confrontado com uma questão relacionada com a com-pensação pecuniária, Chui Sai On mostrou-se enigmático. “Sempre que o Governo tiver desafogo fi-nanceiro tentará partilhar os frutos com a população, mas sabemos que a partir do próximo dia 1 de Janeiro irá entrar em vigor o novo sistema financeiro de reserva da RAEM.” Fica a interrogação no ar.

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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Vanessa [email protected]

DEPOIS da ala pró-democrata da As-sembleia Legislativa (AL) ter pedido ao

presidente do hemiciclo para acabar com as limitações de tempo dos plenários, transmitir todos os debates pela televisão e acabar com os secretismos das comissões permanentes, José Pereira Coutinho veio ontem reforçar a ideia, através de uma carta-proposta enviada a Lau Cheok Va.

Para o deputado, tem havido um aumento considerável do volume de trabalho legislativo, o que faz com que as reuniões plenárias assu-mam outra importância. Em vez de impor o limite de que os debates não se podem estender para além das 20h00, Pereira Coutinho sugere que os encontros “só devem terminar quando todos os deputados deixarem de usar a palavra”.

Outro ponto fulcral para o presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pú-blica de Macau (ATFPM) é tornar as reuniões das comissões permanentes da AL públicas. Por agora, os encontros são à porta fechada e a comunicação social é convidada a ouvir um resumo do que foi discutido no final. “Esta inversão tem como subjacente a questão da transparência das questões que a maioria da população tem interesse em saber, não haven-do assim razões para manter tal secretismo”, defende o deputado na sua missiva.

Pereira Coutinho luta ainda por uma causa antiga: a transmissão de todos os plenários em directo pela TDM em chinês e em português. Para ele, essa é uma forma de educar a popu-lação para as questões políticas.

O deputado quer ter ainda o direito de interpelar mais vezes ao Governo. Pereira Coutinho não aprova a ideia de que os legis-

ladores só possam enviar uma interpelação por semana ao Executivo. “A proibição é ridícula”, classifica. Como as respostas que vêm do outro lado nem sempre agradam, o deputado diz que tem de voltar a perguntar o mesmo vezes sem fim, mas a limitação de um documento por semana está a dificultar-lhe o trabalho. “O deputado que por diversas vezes tiver de repetir as mesmas perguntas fica manifestamente prejudicado em inter-pelar outras matérias de interesse público por estar restrito a interpelar uma vez por semana”, justifica.

Participar em todas as reuniões das co-missões – independente se um deputado é ou não membro dela – é outro dos objectivos de Pereira Coutinho. O deputado quer ter o direito de escolher em quais discussões pode participar, “para melhor defender os interesses dos cidadãos”.

Joana [email protected]

O Terminal da Taipa, em Pac On, deverá receber 15 milhões de passagei-ros no terceiro trimestre

de 2013, após a sua conclusão. Esta é, pelo menos, a estimativa do Governo e a razão principal para tantas alterações às obras de ampliação.

Os deputados aproveitaram ontem a presença de Chan Hoi Kit, coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra--Estruturas (GDI), na Assembleia Legislativa (AL), para questiona-rem o Executivo sobre mudanças tão substantivas nas obras do terminal.

Ung Choi Kun foi quem acen-deu o debate e diz não compreen-der a ampliação de 50 mil metros quadrados para 200 mil metros quadrados na área do novo posto fronteiriço. “Qual é o papel do novo terminal?”, questionou Kwan Tsui Hang.

Chan Hoi Kit justifica a deci-são do Executivo como forma de suavizar a acumulação de turistas no Terminal Marítimo do Porto Exterior e de desviar mais em-barcações para fora da península de Macau. “Dado o aumento do número de visitantes, as necessi-dades são cada vez maiores e esta é uma solução [para receber mais turistas], porque senão, depois de concluídas as obras poderíamos ter de ampliar”, explicou o coor-denador do GDI.

O responsável diz que o ter-minal na península de Macau pode não conseguir satisfazer os aumentos de visitantes e afirma que o terminal marítimo provisório da Taipa tem demonstrado estar a ser mais utilizado. “Este ano, chegaram cerca de 90.677 carreiras ao Terminal Marítimo do Porto Exterior e 38.282 ao da Taipa”, disse o coordenador.

E MACAU?Ainda que o terminal provisório tenha aumentado em cerca de 16 mil o número de visitantes de 2010 para 2011, o terminal de Macau demonstra ser o favorito para atracar no território. Mas Chan Hoi Kit não garante como será o futuro para o posto marítimo da península. “A Taipa será muito

OBRAS COM TRABALHADORES ILEGAIS O GDI diz não poder garantir a 100% que não exista mão-de-obra ilegal no Terminal da Taipa, mas afirma estar “a tentar minimizar o seu aparecimento”. Depois de em Julho Chan Meng Kam ter denunciado trabalhadores ilegais do continente nas obras do terminal marítimo provisório da Taipa, a prática parece continuar. A Polícia de Segurança Pública (PSP) admitiu ter registado estes ilícitos, mas garante estar a tomar medidas juntamente com o GDI. “Reforçamos a fiscalização e criámos um grupo de trabalho para inspeccionar as identificações dos trabalhadores e os locais junto às margens e colocamos placas de alerta”, salientou Chan Hoi Kit, coordenador do organismo. A PSP afirmou que a entidade está a actuar no combate ao trabalho ilegal em colaboração com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. A falta de recursos humanos qualificados para a fiscalização foi admitida pelos responsáveis.

Jet-foil | Executivo prevê mais turistas na Taipa, terminal de Macau sem futuro conhecido

Ampliações no Pac On justificadasAinda que os deputados não se tenham mostrado muito satisfeitos com tantas alterações e reforços no orçamento às obras de ampliação do Ter-minal da Taipa, o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas aponta uma meta como justificação para tal: o futuro terminal vai ser porto de chegada para mais de 15 milhões de passageiros em 2013. O Governo só não sabe o que fazer com o Terminal Marítimo de Macau

importante no futuro como ligação desde o metro até ao Aeroporto de Macau e estamos a prever que nos próximos anos possam passar por lá mais de 80 milhões de visitantes. Mas não há uma decisão concreta sobre o futuro do Terminal Marí-timo do Porto Exterior. Estamos a recolher opiniões para podermos tomar decisões sobre o papel deste terminal”, afirmou o coordenador do GDI.

As despesas com as obras do Terminal da Taipa acumulam já mais de mil milhões de patacas e o orçamento tem sido constan-temente reforçado. Em 2004, as obras foram adjudicadas à Socie-dade Profabril Ásia Consultores e à Pengest Internacional, tendo sido, em meados de 2005, as obras principais da zona comercial e do estacionamento subterrâneo adjudicadas pelo Governo a um outro consórcio. As obras deve-

riam ter acabado em 2006 ou 2007, mas nenhuma “foi devidamente concluída”.

Foi por isso necessário criar um terminal marítimo provisório – ainda hoje de pé. Cinco meses e 218 milhões de patacas depois, as obras deste estavam concluídas, mas poderiam ter sido evitadas.

Ung Choi Kun quis ontem saber se o terminal provisório é “resultado de uma falha de to-mada de decisão do Governo e se vai ser demolido na totalidade”. Ausente Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes, foi o coordenador do GDI quem garantiu que não e disse mesmo que algumas estruturas serão uti-lizados no futuro terminal. Ainda assim, o edifício principal será deitado abaixo.

Os deputados insistiram em saber quem foi o responsável por esta decisão e o porquê de não

terem sido feitas auscultações pú-blicas sobre a ampliação de mais 150 metros quadrados do que o previsto. O GDI não especificou nada acerca disto, mas garantiu a Ung Choi Kun – que acusava haver já um novo pedido de prorrogação do prazo para as obras de amplia-ção agora em andamento – que “o Governo não aceitou qualquer pedido de prolongamento” e que “caso as obras não fiquem conclu-ídas, o empreiteiro será punido”.

Até Julho de 2013, as obras de ampliação das estruturas princi-pais do novo terminal da Taipa – no valor de 1834 milhões de patacas – têm de estar concluídas. Mas se o Executivo garante estar vigilante no que a isto diz respeito, Ung Choi Kun, Au Kam San, Pereira Coutinho e outros deputados in-sistem num desperdício de mais de 2600 milhões de patacas de erário público desde há sete anos.

PEREIRA COUTINHO JUNTA-SE AO CORO PARA PÔR FIM A LIMITAÇÕES NA AL

Maior tempo de antena

DOIS CASOS DE BURLA E BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS SOB ACUSAÇÃOTrês homens de Singapura e um residente de Macau foram ontem acusados pelo Ministério Público de burla e branqueamento de capitais. No primeiro caso, os três suspeitos enganavam pessoas para subtrair-lhes dinheiro através de um esquema muito simples – faziam telefonemas para pessoas de todo o mundo a partir de Macau e convenciam-nas a comprar acções da sua companhia. Os burlados transferiam dinheiro para as contas da empresa fantasma, que eram mais tarde levantados por empregados do trio. No total, 24 pessoas foram burladas e o trio encaixou mais de 15 milhões de dólares de HK. No segundo caso, um residente local conseguiu enganar oito chineses, a quem prometeu conseguir autorização para trabalhar na RAEM. Conseguiu assim embolsar mais de 40 mil patacas sem nunca dar nada em troca às vítimas.

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

O terreno onde ficará a Ma-cau Studio City não vai ter

qualquer sala de jogo, garantiu ontem Lau Si Io. O secretário das Obras Públicas disse a Paul Chan Wai Chi que o objectivo da concessão do terreno no Cotai está “articulado com a aposta nas indústrias criativas” e pre-tende dotar o local com diversas instalações turísticas.

O democrata frisou em in-terpelação ao Executivo, ontem em sede de plenário, que o prazo

para o aproveitamento do terre-no onde ficará a Macau Studio City foi já ultrapassado em 2007 e acusa o Governo de, ainda as-sim, ter admitido práticas menos próprias. “A concessionária [do terreno] não desenvolveu o local, alterou a sua designação e recor-reu mesmo à cedência de quotas par conseguir lucros avultados”, denunciou o deputado.

Paul Chan Wai Chi garante que o Governo não reivindicou o terreno depois de ultrapassado

o prazo para aproveitamento e acusa mesmo o Executivo de ter aceite, em acordo secreto, a alteração da finalidade, mesmo sabendo do incumprimento da concessionária e a cedência de quotas.

Au Kam San acusa o Gover-no de clientelismo na concessão do terreno, dado não ter sido tornado público o acordo entre as duas entidades. Lau Si Io garante que a empresa que vai explorar o Studio City terá de

pagar despesas especificadas no contrato e garante que a al-teração de finalidade do terreno está de acordo com o desenvol-vimento necessário ao território e às novas indústrias criativas. “Não será gratuita [a alteração], será cobrado um montante de prémio mais actualizado”, frisou o secretário.

Lau Si Io afirmou perante os deputados que o terreno será ocupado sobretudo por um hotel e “sem inclusão de casinos”. - J.F.

Joana [email protected]

ONTEM, em sede de plenário, Paul Chan Wai Chi questionou a deci-

são do Executivo em permitir a alteração da finalidade do terreno da Taipa Pequena – de hotel para apartamentos -, mesmo ultrapassado o prazo de aproveitamento das terras. Ainda concedido pela Administração Portuguesa,

LEIS SOBRE TERRAS SÃO URGENTESLau Si Io diz que haverá, em breve, publicações respeitantes à revisão do método de cálculo dos prémios de concessão. A falta de revisão deste diploma é bastante criticada pelos deputados, que consideram que o método actual se encontra desactualizado e é demasiado baixa para a realidade do território. Também a revisão da Lei de Terras apresenta lacunas graves – como o facto de não proibir a concessão de terrenos a um mesmo concessionário que não tenha cumprido as regras – e é necessária para evitar o desperdício de solos. Ho Ion Sang disse ontem que os solos levantam tantas questões porque as leis estão desactualizadas perante o desenvolvimento. Ng Kuok Cheong sugeriu mesmo que o Governo não conceda mais terrenos até que se possa rever a lei de cálculo do prémio. Segundo Lau Si Io, isto poderá ser para breve.

TERRENO FOI RE-CONCEDIDO DADA IMPORTÂNCIA PARA INDÚSTRIAS CRIATIVAS, DIZ LAU SI IO

Projecto no Cotai sem fichas

São 15.400 metros quadrados de terreno que continuam a levantar polémica - o local na Taipa Pequena onde será construído um lote de apartamentos voltou a estar na ordem do dia. Houve quem sugerisse suspensão do projecto, mas o Governo diz que não é boa ideia, dado que “a pers-pectiva dos investidores e o impacto que isto lhes poderá causar”

Construção na Taipa Pequena mantém debate aceso na AL

Investidores são parte importante

em 1980, o terreno junto aos Jardins de Lisboa não foi me-xido durante 25 anos. Lau Si Io justifica a concessão do terreno ao mesmo concessionário de-vido a uma paragem derivada de um processo judicial, que terá começado com um litígio entre dois sócios.

“Tendo em conta não ser imputada a responsabilidade à concessionária”, diz o secre-tário, o terreno foi novamente concedido. Ainda que os deputados aceitem a demora

dos tribunais, não aceitam a sua evocação para justificar o desaproveitamento. “Não percebo porque não podemos atribuir responsabilidades aos empresários e obrigá-los a cumprir rigorosamente os contratos”, salientou Ng Kuok Cheong.

Também Chan Chak Mo diz que esta não pode ser uma desculpa para permitir um reaproveitamento dos terrenos. O deputado lança mesmo uma provocação:

“Como sabemos que o lití-gio não foi preparado pelos sócios?” Lau Si Io alerta que “litígios fictícios seriam uma fraude”, mas aponta que não há quaisquer provas que de-nunciem acções deste tipo.

Segundo a Lei de Terras, a concessão é feita pelo prazo de 25 anos e não é renovada, seja qual for a justificação, caso o terreno não seja aproveitado nesse mesmo prazo. A retoma do terreno, diz Paul Chan Wai Chi, seria a única opção que o Governo deveria ter tomado, mas este, além de não ter declarado a caducidade do terreno, voltou a concedê-lo sem concurso público.

Os deputados sugeriram suspensão de projectos que levantem polémica, como este, mas Lau Si Io manteve-se cauteloso, dizendo que há que ter em conta as perspectivas dos investidores. “Estão em causa investidores de fora, que vêem Macau como uma cidade aberta e temos de ver que está em causa a imagem da RAEM”, ressalvou o secre-tário. “Temos de saber qual é o impacto que se vai causar aos investidores”, acrescentou.

AVALIAÇÃO AMBIENTAL COM REGIME PRÓPRIO Ligada à discussão sobre a construção na Taipa Pequena, está a avaliação do impacto ambiental. O Executivo fez, em Maio, uma auscultação pública sobre a protecção da colina da Taipa Pequena – adjacente ao local da construção. Apesar da polémica que envolveu o “desaparecimento” de algumas opiniões de cidadãos entregues pela Novo Macau Democrático, o Executivo diz ter enviado as opiniões à concessionária. “Exigimos a protecção ambiental e não se excluem ajustamentos ao plano de aproveitamento devido à protecção ambiental”, garantiu Lau Si Io. Mas, o facto de se permitir que seja a concessionária quem elabora a avaliação do impacto ambiental não agradou aos deputados. “A avaliação caber ao empreendedor? Não é assim que se faz na Europa. Isso é o mesmo que serem os transgressores da lei a fiscalizar-se a si próprios. É ridículo”, acusou José Pereira Coutinho. Os deputados consideram que é a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) quem deve ficar responsável por essa avaliação. Lau Si Io diz que o relatório deve ser feito com padrões pré-determinados e de acordo com as práticas internacionais, e admite, no entanto, a contratação de uma entidade pela concessionária. Ainda assim, adianta novidades: “Estamos a auscultar sobre a criação de um regime de avaliação ambiental e a criação de uma comissão permanente e vamos regulamentar a matéria, porque no futuro muitos projectos vão precisar destas avaliações”.

Os deputados sugeriram suspensão de projectos que levantem polémica, como este, mas Lau Si Io diz que há que ter em conta as perspectivas dos investidores.

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

7www.hojemacau.com.mo

Aumento da idade mínima de admissão pode prevenir fuga da escola

Casinos desestabilizam juventudeVirginia [email protected]

ENQUANTO a Assembleia Legislativa continua a discutir a lei que irá elevar a idade permitida para

entrada nos casinos, são várias as vozes que pedem uma maior rapi-dez, para evitar que mais jovens comecem, às pressas, a trabalhar para a indústria do jogo.

De acordo com Davis K.C. Fong, director do Instituto para o Estudo do Jogo Comercial, aumentar a idade mínima de admissão em recintos de jogo ajudaria a incentivar os jovens a estudar mais, contribuindo para o aumento da competitividade a longo prazo. Além, claro, de reduzir os problemas sociais relacionados com o jogo em idades precoces.

Desde a abertura de novos re-cintos de jogo em 2004, uma grande quantidade de jovens entre os 18 e os 21 anos abandonaram a escola para abraçarem carreiras de “dealers” em casinos, observou Davis Fong, consi-derando que essa leva de jovens iria sentir-se perdida depois de trabalhar nesse ofício durante vários anos.

Conhecem desde cedo rendi-mentos relativamente elevados, em comparação com os de outros cidadãos da mesma faixa etária, e

OS portugueses que vi-vem em Macau estão

habituados a deparar-se no dia-a-dia com um uso nem sempre correcto da língua portuguesa. Acontece que mesmo o chinês usado para redigir disposições legislati-vas e documentos oficiais é uma espécie de “chinês ma-caense”, geralmente difícil de entender, queixou-se Cheng Xiang Hui, presidente da Associação da Ciência Lin-guística de Macau (ACLM).

Macau precisa urgente-mente de formar talentos jurídicos e promover legis-lação bilingue com perfeito domínio de chinês e por-tuguês, defendeu Cheng Xiang Hui.

A mesma ideia foi defen-dida por Lao Sin Peng, vice--presidente da Associação de Educação de Macau, que observou que o Governo de Macau, mesmo tanto tempo passado após a transferên-cia, continuava a demonstrar uma falta gritante de deter-minação para promover a le-gislação em chinês e sugeriu que o Governo necessitava adoptar uma certa política

MAIORIA DOS RESIDENTES NÃO QUER CASINOS EM ZONAS RESIDENCIAISUma pesquisa conduzida pela União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) revela que 59% da população considera “inaceitável” a existência de salas de jogo nas zonas residenciais do território. Para o estudo, que pretendia avaliar o sentimento dos residentes em relação ao jogo no seu bairro, foram entrevistados quase 600 habitantes da Ilha Verde e do Fai Chi Kei. Dos entrevistados, 75% acreditam que o número de viciados no jogo aumentou desde que salas de jogo foram abertas na vizinhança. Quarenta e dois por cento diz mesmo que familiares e amigos começaram a jogar por ter um casino mesmo à porta.

cos da nova legislação - fala-se em ir contra a Lei Básica e o direito de escolha de carreira consagrado nos tratados internacionais de direitos humanos.

Mas Davis Fong contra-ar-gumenta que a Lei Básica não descreve outras excepções onde a idade mínima para trabalhar já está limitada em 21 anos, como a da profissão de condutor de veículos pesados (cuja limitação ninguém questiona), pelo que é preciso ter em conta as especificidades práti-cas de cada ofício.

O académico admite, no en-tanto, a aplicação da proposta apenas para o trabalho directo com o jogo, mantendo em aberto a possibilidade de maiores de 18 poderem ter outras ocupações dentro de casinos, como o trabalho em restaurantes ou na reparação de máquinas de jogo. Nestes casos do trabalho indirecto com a indústria do jogo, considera, os riscos são mais reduzidos.

GREGOS E TROIANOS INSATISFEITOS COM LINGUAGEM DA LEGISLAÇÃO

Chinês de Macau causa confusãolinguística e medidas para coordenar o desenvolvimen-to da sociedade.

O chinês e o português são idiomas com grandes diferenças em termos de estrutura frásica, notou Cheng Xiang Hui. Macau tem usado o português como língua oficial e mesmo que a posição oficial do chinês se tenha enraizado após a transferência, existem normalmente problemas de estrutura das frases na versão chinesa das disposi-ções jurídicas, documentos oficiais ou contratos, que tornam difícil a sua percep-ção e fácil o aparecimento de mal-entendidos, discre-pâncias ou mesmo “zonas cinzentas”.

Cheng defende a promo-ção de legislação bilingue, em chinês e português. No entanto, não deixou de as-sinalar que, actualmente, o nível do chinês usado em

Macau ainda tem um gran-de espaço para melhoria e que a falta de talentos com conhecimento profissional da área jurídica e com um alto nível de chinês pode ser um problema. O Governo, sugeriu, deveria por isso re-forçar o ensino da educação em chinês, a começar logo na escola primária. Isto, claro, além de conduzir a formação profissional de talentos jurí-dicos, de forma a promover uma compreensão mais facilitada de conteúdos e cultura chineses.

Antes da transferência, havia 1,8% de residentes a aprender português e houve uma redução de 0,6% em 2006, indicou Lao Sin Peng. O chinês, observou, é a língua oficial actual-mente utilizada por mais de 90% da população. No entanto, o Governo e os chefes de departamentos têm demonstrado uma

relativamente fraca dis-posição de proporcionar conveniência aos cidadãos e falta de determinação na promoção da legislação em chinês. A quantidade

dos talentos actualmente a serem formados na área jurídica é boa, considera a responsável, mas existe ain-da lugar a melhoramentos em termos de qualidade.

Macau não precisa apres-sar demasiado o ensino do português no jardim--de-infância, mas deveria treinar um lote de talentos linguísticos poliglotas, com boas aptidões para o uso do chinês, inglês e português. A actual promoção de Macau como plataforma de ligação entre a China e os países lusófonos assim o exige. - V.L.

Os problemas com o jogo, notou o académico, não aparecem num dia e, mesmo que não se observe actualmente um grande aumento, existem já jovens “dealers” com problemas ocasionalmente, um factor de grande preocupação, que tem sido negligenciado.

É necessário, por todas essas razões, aumentar a idade de en-trada para 21 anos o quanto antes, incentivando a juventude a perma-necer mais tempo nos estudos, au-mentando assim a sua capacidade competitiva, defendeu Davis Fong.

O especialista recomenda que Macau ponha os olhos noutros vizi-nhos asiáticos mais desenvolvidos, onde uma grande fatia dos trabalha-dores têm grau de licenciatura ou superior – existem 40% ou mais em Singapura, Hong Kong ou Taiwan, enquanto Macau tem apenas 23% com pelo menos a licenciatura.

DO OUTRO LADONo outro extremo, também há críti-

habituam-se a gozar de determina-do estilo de vida, mas sempre com o dilema do “alto salário, baixa quali-ficação” com a consequente perda de competitividade, que os coloca também perante um sentimento de ansiedade e preocupação com a possibilidade de perderem o seu posto de trabalho.

Actualmente, com a entrada per-mitida nos casinos, existe um risco acrescido de que essa faixa etária

(dos 18 aos 21) seja um canteiro para futuros jogadores compulsivos, podendo muitos deles facilmente adquirir a ideia errada de que têm um talento inato para o jogo.

Além do mais, a lei permite aos “dealers” apostarem noutros casinos diferentes daquele em que trabalham, podendo alguns deles achar que o jogo poderia trazer--lhes riqueza, ideia que pode ser a semente dos problemas com o jogo.

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FESTA DE NATAL DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DE 2011Comunica-se a todos os aposentados e pensionistas dos serviços públicos, que o tradicional jantar de Festa de

Natal deste ano, como habitual à moda chinesa, se realizará, respectivamente nos dias 6 (3ª feira) e 7 de Dezembro (4ª feira).

Datas e hora de inscrição(Sem interrupção)

30 de Outubro (Domingo) Das 9:00 às 17:0031 de Outubro (2ª feira)

Das 9:00 às 18:151 de Novembro (3ª feira)Local de inscrição: Fundo de Pensões Alameda Dr. Carlos D´Assumpção nos181-187 Centro Comercial Brilhantismo 20º andarObs: Favor seleccionar, entre as duas datas, a data do jantar que pretende participar, antes da sua inscrição. As vagas

esgotam-se após preenchidas.

Os interessados devem apresentar cópia de um dos seguintes documentos pessoais para tratarem da sua inscrição: • CartãodeIdentificaçãodeSubscritordoFundodePensões; • BilhetedeIdentidadedeResidentedeMacauenotadeabonos. Mais secomunicaquecadapessoa,paraalémda suaprópria inscrição,poderáaindaprocederà inscrição,nomáximo, de mais 2 titulares de pensão.www.fp.gov.mo

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

Sabia que...

UM novo estudo de cientistas dos EUA e da França sugere que o IPCC,

o painel do clima das Nações Unidas, errou feio nas suas previsões sobre o degelo do Árctico. No caso, errou para baixo: o derretimento obser-vado é quatro vezes maior do que apontam os modelos.

O grupo de pesquisadores liderados por Pierre Rampal, do MIT (Instituto de Tec-nologia de Massachusetts), publicou os seus dados na edição desta semana do peri-ódico “Journal of Geophysical Research”. Os cientistas reu-niram dados de modelagem com observações de satélites, navios e até submarinos para estimar que o mar congelado que recobre o oceano Árctico está a afinar a uma taxa de 16% por década. Os modelos

O buraco na camada de ozono no hemisfério sul

chegou ao seu nível máximo anual a 12 de Setembro, ao alcançar 16 milhões de qui-lómetros quadrados, o nono maior dos últimos 20 anos. As informações são da NASA (agência espacial americana) e da NOAA (Administração Atmosférica e Oceânica dos

ENQUANTO a energia no mundo for produzida à

base de combustíveis fósseis, haverá libertação de dióxido de carbono de tubos de escape e chaminés de fábricas. Mas o gás não tem que inundar a atmosfera e acentuar as alte-rações climáticas, pode ser armazenado logo em grandes agregados de moléculas e ser utilizado na indústria química.

Esta é ideia de um pro-jecto para evitar o aumento de gases na atmosfera que provocam o efeito de estufa, liderado por Abílio Sobral, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. “Nos próximos anos não me parece que haja alternativa aos combustíveis fósseis para a indústria, e nessa perspectiva há que resolver o problema, muitos ecos-sistemas podem deixar de existir [devido às alterações

• Mais de metade dos fosfatos existentes nos nossos lagos e rios vem dos detergentes?

Painel do clima da ONU errou ao prever degelo no Árctico

Rombo quatro vezes maior

BURACO NA CAMADA DE OZONO CHEGA A NÍVEL MÁXIMO

Sul furado

LABORATÓRIO DE COIMBRA QUER REDUZIR EMISSÕES DE CO2 COM ATALHO QUÍMICO

Ajudar a diminuir os fumos

climáticas]”, disse ao Público o químico, especialista na vertente orgânica – a química que estuda as moléculas da vida, baseadas no carbono. O investigador do Depar-

tamento de Química da universidade está a tentar desenvolver uma espécie de esponja que absorve as moléculas como o dióxido de carbono ou o metano,

mas não só. “Há dois ou três materiais que fazem isto, mas o que se faz depois? O que propusemos é usar o dióxido de carbono acumulado como material industrial”, disse. Para produzir por exemplo formaldeído, um composto muito utilizado em processos industriais.

O projecto tem dinheiro da FCT para três anos e “só começou há seis meses”. A equipa de Sobral está a ins-pirar-se em várias moléculas orgânicas para obter a espon-ja, entre as quais a clorofila – responsável nas plantas pela obtenção de energia através de energia solar.

Se resultar, as moléculas serão depois sintetizadas no laboratório. “O ideal era utili-zar energia solar”, explicou o cientista. Abílio Sobral ainda não sabe qual será o grau de eficácia da tecnologia, mas espera ser muito grande. Ou seja, para uma unidade de

EUA). A camada de ozono protege a vida terrestre ao bloquear os raios solares ultravioleta e sua redução adquire especial importância nesta época do ano, quando o hemisfério sul começa a ficar mais quente.

A NASA e a NOAA utili-zam instrumentos terrestres e de medição atmosférica

aérea a bordo de globos e satélites para monitorar o buraco de ozónio no pólo Sul, os níveis globais da camada de ozónio na estratosfera e as substâncias químicas ar-tificiais que contribuem para a diminuição do ozono. “As temperaturas mais frias na estratosfera causaram neste ano um buraco de ozono

maior que a média”, disse Paul Newman, cientista-chefe do Centro Goddard de Voos Espaciais da NASA.

“Embora fosse relati-vamente grande, a área do buraco de ozono neste ano estava dentro da categoria que esperávamos, dado que os níveis químicos de origem humana persistem na atmos-fera”, lamentou.

O director da divisão de Observação Mundial da NOAA, James Butler, afirmou que o consumo dessas subs-tâncias que destroem o ozono diminui pouco a pouco devi-do à acção internacional, mas ainda há grandes quantidades desses produtos químicos a causar danos. No entanto, a maioria dos produtos quími-cos permanece na atmosfera durante décadas.

A NOAA monitorou o es-gotamento do ozono em todo o mundo, incluindo o pólo Sul, utilizando globos atmos-féricos durante 24 anos para recolher os perfis detalhados dos níveis de ozono, assim como com instrumentos ter-restres e do espaço.

que alimentaram o relatório do IPCC, publicado em 2007, estimam essa taxa em 4%.

Segundo Rampal e os seus colegas, os modelos cli-máticos computacionais que estimaram um pólo Norte sem gelo no Verão em 2100 estão

“esponja”, haverá a absorção de “100, 200 ou 300 moléculas de CO2”.

Isto, em situações de alta concentração do gás, como nas saídas de tubos de es-cape de carros ou chaminés de fábricas. Depois, o CO2 seria utilizado nos proces-sos químicos reduzindo a quantidade de matéria-prima normalmente utilizada nestes produtos.

Actualmente há várias ideias de geoengenharia com o objectivo de diminuir os efeitos das alterações cli-máticas. Uma quer colocar sulfatos para a atmosfera, imitando o que os vulcões fa-zem. Isso aumenta a radiação solar que é reflectida para o espaço e diminui momenta-neamente a temperatura na

Terra. Outra ideia é enviar o CO2 atmosférico de volta para os espaços no interior da crosta terrestre de onde se retirou o petróleo.

Mas Abílio não considera que este projecto entre nessa categoria, porque não está a mexer directamente no ciclo do carbono. “Estamos a fazer um atalho, o dióxido de carbono é logo capturado quando é emitido, é um atalho químico”, disse o cientista que não se sente à vontade com as ideias da geoengenharia. “Podemos discutir a ideia mas não concordo, por cautela científica. Qualquer ecossis-tema tem 1000 variáveis que não conhecemos, a ciência deve ser humilde e vejo a geoengenharia com alguma preocupação”, defendeu.

APÓS CEM ANOS, NORUEGUESES REFAZEM VIAGEM AO PÓLO SULQuatro noruegueses estão prontos para iniciar uma viagem ao pólo Sul seguindo o mesmo itinerário que o seu compatriota, o mítico explorador polar Roald Amundsen, que se tornou o primeiro a alcançar o ponto mais austral da Terra. A expedição, financiada pelas autoridades norueguesas, pretende percorrer cerca de 1400 quilómetros em 57 dias para chegar ao pólo Sul a 14 de Dezembro, como fez Amundsen um século antes, uma data que será relembrada numa cerimónia na qual estará presente o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg.

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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Clickecológico

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ADEUS, RINOCERONTE! • O rinoceronte de Java, espécie criticamente ameaçada, está extinto no Vietname, confirmaram organizações conservacionistas. A sobrevivência da espécie depende agora de apenas 50 animais na Indonésia. “O último rinoceronte de Java no Vietname morreu”, disse Tran Thi Minh Hien, director da WWF (Fundo Mundial da Natureza) naquele país, em comunicado. “É muito triste que tenham falhado todos os esforços para salvar um único animal, apesar de um investimento significativo na conservação da espécie no Vietname”, acrescentou.

Painel do clima da ONU errou ao prever degelo no Árctico

Rombo quatro vezes maior

atrasados 40 anos em relação às observações. Da mesma forma, o papel da chamada “amplificação árctica” - como é conhecido o efeito de au-mento da temperatura devido à perda do gelo marinho e à maior absorção de radiação

solar pelo oceano - provavel-mente foi subestimado.

Isso deve-se principal-mente ao facto de que os modelos não conseguiram reproduzir o aumento de ve-locidade que ocorre quando o gelo fica mais fino. O mar

congelado do Árctico está em permanente movimento, seguindo as correntes. Todo Verão, elas empurram enor-mes quantidades de gelo para fora do oceano Árctico, pelo chamado estreito de Fram, entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, diminuindo a área do mar congelado.

Acontece que, com a água mais quente, as placas de gelo ficam mais finas (a média entre 1980 e 2008 é de 1,65 metro de afinamento no verão) e rom-pem-se mais. Isso consequen-temente aumenta a velocidade de “exportação” do gelo e, por consequência, amplia a redução de área da banquisa.

Rampal afirma que os modelos falham em capturar essa relação entre deforma-ção e velocidade. Aplicando a metodologia usada no novo estudo aos modelos, os pesquisadores conseguiram resolver quase todas as dife-renças entre modelos e obser-vações - o que pode ajudar a estimar com maior precisão o papel do Árctico no clima futuro da Terra.

APÓS CEM ANOS, NORUEGUESES REFAZEM VIAGEM AO PÓLO SULQuatro noruegueses estão prontos para iniciar uma viagem ao pólo Sul seguindo o mesmo itinerário que o seu compatriota, o mítico explorador polar Roald Amundsen, que se tornou o primeiro a alcançar o ponto mais austral da Terra. A expedição, financiada pelas autoridades norueguesas, pretende percorrer cerca de 1400 quilómetros em 57 dias para chegar ao pólo Sul a 14 de Dezembro, como fez Amundsen um século antes, uma data que será relembrada numa cerimónia na qual estará presente o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg.

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

10www.hojemacau.com.mo CULTURA

MAM inaugura exposição com 50 trabalhos de 11 artistas locais

A arte do lápis de carvão

Lia [email protected]

O Hoje Macau se-guiu as linhas dos esboços de seis artistas que vão

estar expostos, a partir de amanhã, no Museu de Arte de Macau (MAM). Uma porta de vidro leva-nos à sala de exposições, coberta agora de quadros pretos, que con-trastam com o imaculado das paredes. São 50 desenhos, na sua maioria traçada à ponta de carvão. Uma exposição que estará patente até ao dia 12 de Fevereiro. “As Comissuras da Memória” conta com trabalhos de 11 artistas locais e a sua arte contemporânea.

GUILHERME UNG VAI MENG“Os artistasnão são máquinas” • Um artista viajante, Guilherme Ung Vai Meng gosta de ver outras culturas e ouvir outras línguas - isso inspira--o e acompanho-o nas viagens. “O desenho é uma boa maneira para registar”, explica. Pequim e o Palácio do Imperador, Lisboa vista dos tempos de estudante, Macau e a Rua da Felicidade, Londres com vista para o rio, Tamisa e Veneza dos turistas. Todas as obras do também presidente do Instituto Cultural reve-lam experiências e viagens. Esboços de zonas típicas, pontos referenciais e históricos que substituem a fotogra-fia. “Os artistas não são máquinas, usamos a nossa sensibilidade”, explica mostrando a Rua da Feli-cidade que parece dar uma curva no papel. O desenho acompanha-o desde criança e utiliza muito o lápis, tal como revela na exposição. “Para mim a comunicação escrita é mais fácil quando desenho.”

CARLOS MARREIROS“Como desenhador sou um heterónimo”• O poeta e a cidade – um enquadramento urbano e cultural são as inspirações de Carlos Marreiros e a escolha para a exposição do MAM. Três obras de grandes dimensões que mesclam cidades por onde o arquitecto passou, numa visão lírica do mundo. O arquitecto explica que, como desenhador, não faz desenhos à vista – “é pura invenção e pura poesia”. Do seu mundo poético, Marreiros expõe desenhos definidos, objectos de arte e não esboços. Nestes, a personagem principal é Ca-milo Pessanha e a sua pertinente “Clepsidra” – uma obra de poemas traçada por um arquitecto que foge da realidade através de um desenho à boa moda de um trovador. O arquitecto diz que se afasta do seu eu e entra numa outra dimensão quando desenha. “Há quem diga, que eu, como desenhador, sou um heterónimo.”

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QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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WONG CHENG POU“É preciso ter um toque mágico”• Wong Cheng Pou escolheu um velho estilo para se apresentar na exposição - corpos femininos. O também professor na Arts Square revela a silhueta de mulheres londrinas desprovidas de roupa. “Resolvi trazer uma ideia clássica, algo que fiz quando estive em Londres. Nestes trabalhos quis mostrar o que vi.” Pou não se considera um artista profissional, mas um apaixonado pelas artes. Para se viver do ramo é precisa estar “num bom meio, bem conectado, por isso muitos têm outros empregos”. Desenhar é tecnicamente diferente e é “preciso ter um toque mágico”. A concepção de arte mudou, já que nos tempos modernos as técnicas e os utensílios usados são diferentes. Contudo, a curiosidade continua a mesma. “O artista não se pode afastar do mundo e deve evoluir com ele. Desenhar é o último passo da imaginação”, refere. A muita oferta para novos artistas se exporem pode ser um perigo, nas palavras do professor. Mas promover a arte é dar oportunidade e “todos merecem pelo menos uma”.

MAM inaugura exposição com 50 trabalhos de 11 artistas locais

A arte do lápis de carvão

FRANK LEI “Tenho um olho de fotógrafo e outro de desenho”• Fotógrafo de profissão, nunca tinha exposto ou sequer mostrado os desenhos aos amigos. “Desenho apenas porque gosto”, afirmou. A convite do MAM vai agora pela primeira receber o olhar do público. “Contactaram-me e os desenhos suscitaram interesse e aceitei expor, mas não era suposto”, conta. De muitos desenhos que foi fazendo por carolice, quatro foram seleccionados. Uma sebenta pessoal, onde Lei ia esboçando aquilo que lhe ia na alma, e três quadros que mostram a sua interpretação de paisagens. “Uso o desenho como extensão da minha imaginação. Tenho um olho de fotógrafo e outro de desenho”, explica. Para este artista, a fotografia significa realidade, a captação do momento. Com o desenho pode ir além do real e mostrar as sensações do mundo que o rodeia. Os seus trabalhos foram produzidos com diferentes tipo de materiais, “para mostrar sensibilidade”. Relativamente à reacção do público está curioso – “quero saber o que pensam”. Uma cada vez maior promoção de artistas é vista por Frank Lei como uma faca de dois gumes. Se por um lado há mais oportunidades para mostrar trabalhos, por outro pode levar a um descuro na qualidade dos artistas. “É fácil exibir obras, mas há que elevar o nível, haver uma crítica”, refere. O fotógrafo, neste sentido, diz que só assim se traça uma orientação e se eleva a qualidade. “Se existe apoio, este deve contribuir para o desenvolvimento.”

ANDRE LUI“Quando era criança, ser artista era nos tempos livres”• O arquitecto foi representar Macau na Bienal de Veneza com escultura e instalação. Ao MAM leva dese-nhos do jardim que lhe tem inspirado os anos mais recentes – o Lou Lim Leoc. “Quis trazer um elemento mais típico em termos culturais. Mas os desenhos não são realistas”, explica Andre Lui. Também usou o carvão para se expressar e aplicou diferentes formas de manusear o lápis. São trabalhos experimentais de um jardim abstracto que Lui vai apresentar, depois de em 2008 ter exposto uma colecção de pintura a óleo onde a cor saltava à vista. A arte em desenho, para Andre Lui, está a tomar um novo rumo. De instrumento para auxiliar a pintura, pode hoje ser considerado um ramo artístico independente. Artista por natureza, escolheu a arquitectura para ganhar dinheiro, “porque é difícil viver como artista”. Ou me-lhor, era. Considera que a situação tem vindo a melhorar. “Quando era criança ser artista era nos tempos livres.” Apesar das facilidades, comunga da opinião de Lei: é importante haver crítica, senão qualquer um se pode intitular de artista.

KONSTANTIN BESSMERTNY “Desenhar é aorigem do verdadeirosentimentoda arte” • Um russo em Macau há cerca de duas décadas. Gosta da ideia de desenhar e mais ainda “porque já não há necessidade de o fazer”. Para o artista a tempo inteiro, desenhar deve continuar a ser a base de toda a arte, porque sempre o foi e ajuda a estimular o cérebro na vertente artística. Bessmertny gosta de sentir o papel nas mãos e valoriza tudo o que é feito manualmente. “As coisas feitas por máquinas não têm toque humano. O que é humano tem mais expressão.” A arte do desenho, além de ser a fórmula original de qualquer arte plástica ou visual, basta ter um papel, uma ideia e um lápis. “Mais fácil, mais barato e fisicamente mais imediato.” O russo expõe sete obras originais – “Seven Deadly Sins” -, num paralelo entre o bem e o mal, numa inspiração renascentista do poeta italiano Dante, em jeito de traço contemporâneo. Apesar de mostrar obras de arte moderna, o artista diz que esta é demasiado instantânea. “A arte não evoluiu de forma positiva. Agora tudo é imediato e simplificado. Dese-nhar é a origem do verdadeiro sentimento da arte”, frisa.

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PUB.QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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AVISOCOBRANÇA DO IMPOSTO PROFISSIONAL (DIFERENÇA DO ANO DE 2010)

1. Avisa-se os Srs. contribuintes que a única prestação do referido Imposto(diferença do ano de 2010) será cobrada durante o mês de Outubro do corrente ano.2. No mês de pagamento, se os contribuintes não tiverem ainda recebido o conhecimento de cobrança, agradecemos que se

dirijam ao Núcleo de Informações Fiscais, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança.

3. O pagamento pode ser efectuado, até ao último dia do mês de Outubro, nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, dos Centros de Atendimento Taipa ou do Centro de Serviços da RAEM;

Os impostos/contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino (incluindo “Maestro” e “UnionPay”). O montante total de pagamento não pode ser inferior a MOP200.00 (duzentas patacas), nem superior a MOP100,000.00 (cem mil patacas). O pagamento, através de cartão de crédito ou de débito, deve ser efectuado pelo montante total da dívida, sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão.

- Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados:Banco da China;Banco Comercial de Macau;Banco Delta Ásia;Banco Industrial e Comercial da China;Banco Luso Internacional;Banco Nacional Ultramarino;Banco Tai Fung eBanco Weng Hang.

- Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação «Jet payment»; - Por pagamento electrónico [“banca-on-line”], no Banco da China, no Banco Nacional Ultramarino ou no Banco Tai

Fung, através dos endereços: www.bocmacau.com, www.bnu.com.mo e www.taifungbank.com, respectivamente; - Por pagamento telefónico “banca por telefone”, no Banco da China ou no Banco Tai Fung.4. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à da sua

entrega nas Recebedorias da DSF, devendo ser emitido a favor da «Direcção dos Serviços de Finanças», nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º 1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008.

Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP50,000.00, deverá o mesmo ser avisado, nos termos do n.º 4 do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.5. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa ou cheque por correio registado

para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, devendo incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar posteriormente o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembra-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 4, relativamente aos cheques.

- O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento de cobrança.

6. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do serviço de cobrança.7. Para a sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo. Aos 30 de Setembro de 2011.

A Directora dos Serviços,Vitória Conceição

ANÚNCIOConcurso Público para o “FORNECIMENTO DE ELEVADORES E ESCADAS ROLANTES

PARA AS ESTAÇÕES DO METRO LIGEIRO DA TAIPA – C125”1. Entidade promotora : Gabintete para as Infra-estruturas de Transportes2. Modalidade do concurso : Concurso Público3. Local do fornecimento: Estações do Metro Ligeiro da Taipa4. Objecto do fornecimento : Fornecimento e instalação de Elevadores e Escadas Rolantes para as Estações do Metro Ligeiro da Taipa5. Prazo para o fornecimento : 36 (trinta e seis) meses6. Prazo de validade das propostas : o prazo de validade das propostas é de 90 (noventa) dias, a contar da data do acto público de abertura das propostas, prorrogável, nos termos do disposto no programa de concurso.7. Tipo do fornecimento : o fornecimento é por série de preços.8. Caução provisória : MOP 1.450.000,00 (um milhão, quatrocentas e cinquenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro ou garantia bancária aprovada nos termos legais.9. Caução definitiva : 8% do preço total da adjudicação10. Condições de admissão: a) Ser uma entidade que já se encontra registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis de Macau para fornecer e instalar elevadores e/ou escadas rolantes;b) Os equipamentos que o Concorrente forneça no âmbito do presente Concurso deverão ser da mesma marca, devendo esta marca ser aquela dos elevadores e escadas rolantes fornecidos no âmbito dos contratos referidos na sua experiência no projecto. c) Ter, no mínimo, 1 (um) contrato em valor não inferior a MOP 15.000.000,00 (quinze milhões de patacas), ou 3 (três) contratos em valor

não inferior a MOP 5.000.000,00 (cinco milhões de patacas) de fornecimento e instalação de elevadores e escadas rolantes, implementados na totalidade e com êxito, em Macau, nos últimos 10 (dez) anos. Esses contratos deverão ser smiliares aos requisitos técnicos quanto ao Fornecimento de Elevadores e Escadas Rolantes para as Estações do Metro Ligeiro da Taipa;

11. Local, dia e hora da conferência de breve apresentação do projecto: Local : sala muti-usos do GIT, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edifício Banco Luso Internacional, N.º 1-3, 11º Andar, Macau Data e hora : 8 de Novembro de 2011, terça-feira, às 10:00Quem estiver interessado, queira fazer inscrição nos termos do disposto na cláusula 4.1 do programa de concurso.12. Local, dia e hora limite para entrega das Propostas: Local : sede do GIT, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edifício Banco Luso Internacional, N.º 1-3, 26º Andar, Macau Dia e hora limite : 27 de Dezembro de 2011, terça-feira, até às 17:00.13. Local, dia e hora do acto público: Local : sede do GIT, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edifício Banco Luso Internacional, N.º 1-3, 11º Andar, Macau Dia e hora : 28 de Dezembro de 2011, quarta-feira, às 9:30.Os Concorrentes ou seus representantes, em virtude de esclarecimentos a prestar relativamente às dúvidas eventualmente surgidas sobre os documentos das propostas por eles submetidos, devem comparecer ao acto público de abertura das propostas, nos termos e para efeitos previstos no artigo 27º do Decreto-Lei n.º 63/85/M.14. Local, hora e preço para consulta e obtenção da cópia do Processo: Local : sede do GIT, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edifício Banco Luso Internacional, N.º 1-3, 26º Andar, Macau Hora : dentro de horário de expediente Preço : MOP3.000,00 (três mil patacas)15. Critérios para avaliação das Propostas e as repectivas proporções:- Preço razoável 45% ;- Parte técnica 55% ; a) Plano e Organização; 10% b) Indicações detalhadas dos equipamentos; 15% c) Experiência no projecto e Qualidade dos trabalhos do Concorrente; 18% d) Indicações detalhadas dos serviços de manutenção e garantia; 8% e) Integridade e Honestidade 4%16. Junção de esclarecimentos : a partir de 26 de Outubro de 2011, até à data limite para entrega das Propostas, os Concorrentes poderão comparecer na sede do GIT, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edifício Banco Luso Internacional, N.º 1-3, 26º Andar, Macau, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, aos 20 de Outubro de 2011.

O Coordenador do Gabinete, Lei Chan Tong

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 264/2011(Solicitação de Comparência do Empregador)

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Re-gulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se o Sr. LAM WAI WANG, entidade empregadora dos “ESTABELECIMENTOS DE CO-MIDA ION FONG LAM KEI”, sita na Rua da Pedra, nº 72, r/c, em Ma-cau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contra do primeiro dia útil se-guinte à da publicação do presente édito, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Ma-chado , n.os 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, em Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 2278/2011, proveniente da queixa apresentada no Fundo de Segurança Social, pelo trabalhador LEI SAN CHENG, relativamente à matéria de contribuição.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departa-mento de Inspecção do Trabalho, aos 13 de Outubro de 2011.

O Chefe do Departamento

Raimundo Vizeu Bento

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA “EMPREITADA DE CONCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO

DE DIQUE SUBMARINO DE HAC SÁ LONG CHAO KOK”1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: HAC SÁ LONG CHAO KOK, COLOANE4. Objecto da Empreitada: para efeitos de protecção da segurança dos equipamentos de Infra-estruturas ao longo da Praia Hac-Sa.5. Prazo máximo de execução: cento e cinquenta dias (150 dias).6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do Acto Público do Concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por Preço Global.8. Caução provisória: $90 000,00 (noventa mil de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço Base: não há.11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem

como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao defe-rimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, nºs 32-36, R/C, Macau; Dia e hora limite: dia 05 de Dezembro de 2011 (Segunda -feira), até às 12:00 horas.13. Local, dia e hora do acto público: Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, nºs 32-36, 4º andar, Macau; Dia e hora: dia 06 de Dezembro de 2011 (Terça -feira), pelas 9:30 horas.

Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Departamento de Infra-estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, nºs 32-36, 2º andar, Macau; Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas). Preço: $100,00 (Cem patacas).15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço Razoável 60 %: - Concepção do Projecto 10 %: - Plano de Trabalhos 8 %; - Experiência e Qualidade em Obras 10 %; - Integridade e Honestidade 12 %;16. Junção de esclarecimentos:

Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infra-Estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, nºs 32-36,2º andar, Macau, a partir de 9 de Novembro de 2011 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 20 de Outubro de 2011.O Director dos ServiçosJaime Roberto Carion

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[f]utilidadesQUARTA-FEIRA 26.10.2011www.hojemacau.com.mo

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HORIZONTAIS: 1-Pertubação. Nome de homem. 2-Encontrar, procurando ou não. Olá!. 3-Lutécio (s.q.). Aguardente obtida da destilação do melaço de cana-de-açúcar. Sofre as consequências de algum dano ou mal praticado. 4-Interjeição para chamar ou expressar espanto. Antiga festa popular nos primeiros dia s de Maio. Gemido. 5-Compensar. 6-Fazer com que fique oco. Declamem. 7-Saliência do cúbito que forma o cotovelo. 8-Cobalto (s.q.). Cidade e porto de Espanha. Rio que banha Berna. 9-Fica amuado. Su-Su-doeste (abrev.). Deus-Sol, no antigo Egipto. 10-Terceiro. Abominar. 11-Mulher suja e preguiçosa. Devasta e despovoa.

VERTICAIS: 1-Ardor, fervor. Esvazias. 2-Aguilhão, pua. O m. q. Ohm. 3-Espanto (Interj.). Aversão (Fig.). Lamentos. 4-Sua Alteza Real (abrev.). Cumprimento oficial mediante uma descarga de artilharia. 5-Tomareirumo. Bromo (s.q.). 6-Imensidade (Fig.). Sistema de unidades físicas (abrev.). 7-Aténio (s.q.). Que tem ícore. 8-Está iminente, ameança (Fig.). Composição poética. 9-Cano fixo (Mar.).Rangífer que habita as partes boreais da Europa. Partir. 10-Limo, sargaço. Deram mios. 11-Concretos, existentes. Rezara.

[Tele]visãoTDM13:00 TDM News (Repetição)13:30 Jornal das 24h RTPi14:30 RTPi Directo18:30 Que Loucura de Família19:00 TDM Entrevista (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 Montra do Lilau21:30 Irmãos e Irmãs22:15 Passione23:00 TDM News23:30 Fado, a História de uma Cantadeira01:10 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira 14:36 A Hora De Baco 15:02 Magazine Brasil Contacto 15:31 Ingrediente Secreto16:00 Bom Dia Portugal 16:58 O Elo Mais Fraco 17:49 Resistirei 18:34 Trio D´Ataque(R) 20:00 Jornal Da Tarde 21:16 O Preço Certo 22:14 Magazine Brasil Contacto 22:43 Portugal No Coração

ESPN 3013:00 Big Ten Conference Football Illinois vs. Purdue16:00 Sunbelt Conference Football Troy vs. Florida International19:00 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Chang World of Football 20:30 Stihl Timbersports Series 21:00 KIA X Games Asia 2011 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Chang World of Football 23:00 WGC HSBC Champions Preview 2011 - Preview 23:30 X Games 17

STAR SPORTS 3112:00 Rugby World Cup 2011 Final France vs. New Zealand14:00 Game 14:30 Golf Focus 2011 15:00 WTA - Luxembourg Open Semifinals17:55 (LIVE) AFC Champions League 2011 Jeonbuk Hyundai Motors vs. Al lttihad20:00 Golf Focus 2011 20:30 Intercontinental Rally Challenge 201121:00 Ace 2011 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Engine Block Indian GP Special 22:30 Sea Master Sailing 2011 22:55 (LIVE) AFC Champions League 2011 Al Sadd vs. Suwon Samsung Bluewings

STAR MOVIES 4011:35 Attack Force13:10 Nowhere Boy14:50 Gunless16:25 Bewitched18:10 Possession19:45 Date Night21:20 500 Days Of Summer23:00 The Silence Of The Lambs

HBO 4112:00 Julie & Julia14:15 Madeline16:00 Blast From The Past17:45 The Messenger19:45 Donnie Brasco22:00 Salt23:40 Half Past Dead

CINEMAX 4212:45 The Boogens14:15 Harley Davidson And The Marlboro Man16:00 The Mummy17:15 House Of Frankenstein18:30 Hollywood Buzz19:00 Darkman Ii: The Return Of Durant20:40 Tales From The Crypt22:00 Rest Stop

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-CAOS. GASPAR. 2-ACHAR. E. OLE. 3-LU. RUM. PAGA. 4-OLA. MAIA. AI. 5-RESSARCIR. S. 6-OCAR. OREM. 7-O. OLECRANIO. 8-CO. VIGO. AAR. 9-AMUA. SSO. RA. 10-III. B. ODIAR. 11-SOSTRA. ERMA.VERTICAIS: 1-CALOR. OCAIS. 2-ACULEO. OMIO. 3-OH. ASCO. UIS. 4-SAR. SALVA. T. 5-RUMAREI. BR. 6-G. MAR. CGS. A. 7-AE. ICOROSO. 8-S. PAIRA. ODE. 9-POA. RENA. R. 10-ALGA. MIARAM. 11-REAIS. ORARA.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SALA 1YOU ARE THE APPLE OF MY EYE [C] (falado em cantonês, legendado em inglês)Um filme de: GiddensCom: Michelle Chen, Chen-Tung Ko14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2MAYDAY 3DNA [B] (falado em cantonês, legendado em inglês)Um filme de: Kung Wen YenCom: May Day, Richie Jen, Renr Liu 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3SPY KIDS: ALL THE TIME IN THE WORLD 4D [A] (falado em cantonês)Um filme de: Robert RodriguezCom: Jessica Alba, Joel McHale, Jeremy Piven14.30, 16.30, 19.30

JOHNNY ENGLISH [B] Um filme de: Oliver ParkerCom: Rowan Atkinson, Rosamund Pike21.30 Aqui há gato

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A SOMBRA DO VENTO • Carlos Ruiz ZafónNuma manhã de 1945, um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso oculto no coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito, que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona. Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, A Sombra do Vento é sobretudo uma história trágica de amor, cujo eco se projecta através do tempo.

SEXO OFF THE RECORD, PALAVRAS QUENTES DE UMA JORNALISTA • Paula SantiagoUma jovem jornalista entra na redacção de um Diário nacional para completar o estágio de licenciatura. Um editor, calvo e quarentão, fixa-a como é incapaz de fixar a sua mulher. Entre os dois o desejo, a penetração e a dádiva absoluta do sexo crescem num ímpeto animal e primário. No espaço desencantado da redacção, os dois devoram-se: depois do jornal fechar, nas salas do arquivo, na casa de banho de um restaurante, nos corredores de um hotel, não existem limites ao querer. Com Palavras Quentes, a autora descreve as suas vivências na redacção de um jornal e, desmascara, sem pudor, com uma verdade desnorteante, a natureza humana, profunda e corporal, escondida no mundo da Comunicação.

O MUNDO É FÁCIL • Aprenda a viajar com Gonçalo CadilheDesde há cinco anos que as viagens de Gonçalo Cadilhe apaixo-nam os leitores. Desta vez, e porque a sua experiência assim o permite, o viajante-escritor mais popular da actualidade apresenta um guia de viagens único e imprescindível que se vai revelar da maior utilidade na mala de qualquer turista ou viajante mais ou menos ousado.

EU APRENDO, TU APRENDES... ELES NÃOOnde estão os docentes profissionais em Macau? Quer dizer, numa universidade, não importa apenas ter alguém para ensinar, mas ter alguém que saiba realmente o que ensinar. Já não falo apenas de ensinar os alunos de forma apropriada, para que eles consigam ser bons profissionais. Mas empregar docentes para ensinar aquilo que nem é da área deles? Que fica completamente fora do contexto da sua especialidade? Então, eu pergunto: qual é o propósito dos alunos sequer frequentarem uma universidade? Em Macau, isto é uma realidade. E o protagonista destas falhas é o Instituto Politécnico de Macau. Os alunos que o frequentam queixam-se constantemente por não entenderem as aulas e acusam os professores de construírem “barreiras linguísticas”. Alguns nem inglês sabem falar decentemente. Então porquê dar aulas em inglês? Ensinar não é só acarretar no currículo um qualquer certificado de doutoramento, é também ter capacidade para, efectivamente, transferir conhecimentos. Mas como podem estes senhores doutores professores encorajar os alunos a aprender, se nem conseguem exprimir-se correctamente? Todos os anos, o IPM recebe uma carga de estudantes ávidos de saber. Eles têm as aulas e, ó desgraça!, chumbam. Será que são apenas os estudantes que não se esforçam o suficiente? Ou será que falta ao IPM uma avaliaçãozita às capacidades dos seus docentes? Sejamos justos: é difícil contratar professores profissionais. Mas será isso justificação para pôr o futuro dos estudantes em risco? Eles pagam (e bem), aprendem, perdem tempo (sim, neste caso, perdem) e, passados quatro anos, voilá! Um certificado de licenciatura sem conhecimento anexado. Claro que isto relaciona-se com a qualidade do ensino de Macau. O Governo almeja dotar de conhecimentos os “futuros pilares de Macau”. Mas sem pilares que suportem primeiro as instituições de ensino, eles não passarão de estacas de madeira. E de quem é a responsabilidade, do Governo ou da universidade? É suposto a instituição treinar leigos com este tipo de académicos? Não me parece. E não é só a mim.

Pu Yi

(COM 19 CASAS PRETAS)

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PUB.QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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OPINIÃO QUARTA-FEIRA 26.10.2011

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

f o lha so l taGonçalo Alvim*

teoria nem sempre tem uma uti-lidade prática imediata, mas per-mite sistematizar conhecimentos

que podem depois ser aplicados de diferentes formas. Alguns temas podem ser considerados chocantes mas, de qualquer forma, o desenvol-vimento da ciência nem sempre tem sido uma linha recta balizada pela moral e bons costumes. E sobre isto temos de manter os horizontes bem abertos, não podemos ser retrógrados!

Este tópico que lanço de assassínio de árvo-res pretende ser um pouco mais subtil do que parece à primeira vista, porque o que se quer não é mostrar como se pode matar uma árvore em alguns minutos, como poderia acontecer com uma serra eléctrica ou um machado; mas como se pode fazê-lo de uma forma discreta, pela calada, sem que o comum dos cidadãos se aperceba que o estamos a fazer. E isso exige bastantes conhecimentos sobre o assunto.

Com efeito, uma árvore é um ser vivo com exigências próprias e que, apesar de normal-mente resistente, vai morrendo aos poucos quando se lhe aplica algumas técnicas de forma meticulosa, persistente, determinada. Estas técnicas são normalmente desconheci-das do vulgar transeunte, que apenas se fixa nas folhas ou flores que a árvore tem ou deixa de ter e, por isso, não teremos de nos preo-cupar em sermos acusados de alguma coisa – todos reconhecem que o que vive também morre e que não há nada de anormal nisso.

Para tornar mais fácil a compreensão da exposição, vou sistematiza-la em três partes facilmente identificáveis: 1) raízes; 2) tronco; e 3) ramos.

1) RAÍZES As árvores precisam de um volume de raízes equivalente à sua copa e requerem água e oxigenação do solo através da superfície.

Se confinarmos demasiado o espaço para o desenvolvimento das raízes, enchermos a cova com má terra, taparmos bem tapa-dinho por cima, fazendo-lhe uma caldeira minúscula, é certo e sabido que ela vai sofrer e definhar, como aconteceria se tivéssemos todos os dias de beber um caldo pestilento através de uma palhinha fina. Começa aí o seu fim, que acelera com pesos excessivos à superfície, como o dos veículos.

2) TRONCO Um aspecto desconhecido do cidadão ingé-nuo, que se alegra com tudo o que tem folhas e flores e passarinhos, é que a árvore vive pela

Como assassinar uma árvore

casca. O interior do tronco é constituído por células mortas que servem para a sua susten-tação. Não é aí que temos de atacar, é por fora.

Se lhe retirássemos uma tira de casca a toda a volta, era certo e sabido que ela morreria em pouquíssimo tempo, porque ficaria sem possi-bilidade de fazer circular a seiva e a água. Mas, claro, isso seria demasiado óbvio. O que temos de fazer é, por exemplo, juntar-lhe uns paus e atar-lhe umas cordas bem apertadas, que vão roçando na casca com o vento, e pôr-lhe umas etiquetas com “informações” sustentadas por arames que se enlaçam firmes no tronco. Podemos ainda escrever, com o auxílio de um pequeno canivete, umas mensagens ao nosso “amorzinho querido”, que tanto gostamos, e é ver como a árvore sofre a bem sofrer! Claro, não morre logo, como também não morrerí-amos imediatamente se nos pusessem uma corda apertada ao pescoço. Ficávamos talvez azuis, mas aguentávamo-nos mais uns tempos, quase de certeza...

3) RAMOS Para o seu perfeito desenvolvimento, a ár-vore não requer que se lhe cortem os ramos. Mas, claro, se pusermos uma determinada

espécie de árvore, que atinge um grande porte no estado adulto, num espaço pequeno, somos mesmo obrigados a fazê-lo, não há outra hipótese. Coisa que, aliás, toda a gente compreende e aceita boamente, quando não incentiva.

Esta operação de corte é conhecida por “poda”. Poucos sabem, evidentemente, que a poda, sendo sempre uma agressão, tem os seus requisitos próprios para evitar que a árvore sofra e, a prazo, venha a morrer.

Se pretendêssemos a saúde da árvore, a poda deveria ser feita sempre com uma tesou-ra, o que significa que deveria ser realizada nos ramos jovens; e fazer-se precisamente na zona de inserção do ramo com o tronco

mãe, acima das nervuras que aí existem, através de um corte limpo e oblíquo, para que a casca “feche” e evite assim a entrada de vírus e parasitas. Por isso, se fizermos a poda a meio do tronco – pior ainda, se fizer-mos a meio de um tronco adulto - há duas coisas que acontecem sem dúvida nenhuma: todo esse tronco vai morrer e passa a partir daí a ser uma porta de entrada às doenças, fungos, vírus bactérias, etc. Simples, não é? E podem acreditar: ninguém nota que os troncos estão com aspecto podre, porque ou andam na azáfama do dia-a-dia ou andam à procura dos passarinhos e das flores que tanto os alegra.

Outro aspecto relacionado com o anterior, mais cruel ainda, é o que se designa de corte da “flecha” da árvore. A maioria das árvores tem um tronco contínuo e, se o cortarmos, isto é, se cortarmos a sua flecha, a árvore já não se vai desenvolver e vai tornar-se uma espécie de “cotonete” desajeitado. E nessa zona a árvore não cicatriza por si e aí se cria um enorme portão de entrada de todo o tipo de doenças e parasitas. Quando elas já são plantadas assim – normalmente porque dá mais jeito aos transportadores reduzir o seu tamanho para caberem mais exemplares na sua camioneta pequenina - não precisamos de fazer nada, porque a árvore está já con-denada. Podemos é admirar, consolados, a sua morte progressiva, de cima para baixo…

Evidentemente, o que aqui transmiti foi apenas uma divagação teórica, que é o que fazem os espíritos iluminados. Mas, con-fesso, sinto que em Macau me conseguem ultrapassar de uma forma que nunca julguei possível, passe a imodéstia. De facto, estes métodos são por cá conhecidos e postos em prática com uma precisão e subtileza tais que quase me pareceu tratar-se sim-plesmente de operações executadas por uns broncos que não percebem nada do assunto. E se são importantes os resultados, não tenho dúvida sobre eles: as árvores vão adoecendo, têm na generalidade mau aspecto, morrem frequentemente, mas a população acha que está a ficar com uma cidade mais arborizada, mais verde e se alegra muito com isso.

De génio!

*Arquitecto Paisagista, Mestre em Engenharia Urbana

[email protected]

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As árvores vão adoecendo, têm na generalidade mau aspecto, morrem frequentemente, mas a população acha que está a ficar com uma cidade mais arborizada, mais verde e se alegra muito com isso. De génio!

Page 16: Hoje Macau 26 OUT 2011 #2480

QUARTA-FEIRA 26.10.2011www.hojemacau.com.mo

BREVEMENTE, NUM CINEMA PERTO DE SI

E se Macau tivesse salas de cinema como nunca

visto? Pois é, a partir do dia 15 de Dezembro o território já marca posição como local que alberga “um dos mais lu-xuosos” cinemas da Ásia. O Galaxy e a UA Cinemas vão oferecer nove ecrãs capazes de transmitir a 3D e com capacidade para mais de mil pessoas. Mas a originalidade não fica por aqui. Há ainda a oportunidade de se sentar na “Sala do Realizador” – um ‘lounge’ que além de poltro-nas reclináveis oferece ainda menus variados. Mas esque-ça as pipocas. Aqui, onde os preços por bilhete podem ir até às 130 patacas, pode optar apenas por caviar, pre-sunto, paté de fígado de pato ou iguarias menos refinadas, como o sabor português dos pastéis de bacalhau ou as famosas ‘egg tarts’. Para acompanhar, decida pela cerveja ou pelo champanhe. As salas de cinema poderão ainda ser alugadas – por um valor de cerca de mil patacas.

O filme de estreia (na abertura dos novos cinemas e no próprio território) foi merecedor de um Óscar de melhor realizador: “The Flying Swords of Dragon Gate#, com a estrela chi-nesa de artes marciais Jet Li, vai ser apresentado em 3D. Mas não serão apenas filmes chineses que os novos cinemas do Galaxy trazem. Os grandes blockbusters de Hollywood juntam-se a pro-duções menos elaboradas da Europa ou às produções da casa – Hong Kong, China continental e Taiwan. Até às 2h – e depois de comprar bilhetes que vão das 65 patacas (2D) às 90 patacas (em 3 dimensões) - pode aproveitar um bom filme.

A aposta na tecnologia não fica de fora, e o cliente tem a possibilidade de reser-var os bilhetes via internet. As estreias internacionais vão chegar ao mesmo tempo às salas do Galaxy. - J.F.

MOTOS SOCORRO DEIXOU SIMONCELLI CAIR DA MACAFabio Venturi escreveu uma carta na qual questiona a forma como o italiano Marco Simoncelli, de 24 anos, foi transportado pelos socorristas do Grande Prémio da Malásia – também recebe as corridas do Mundial de Fórmula 1 – imediatamente após o acidente fatal. Mas as críticas não são feitas apenas pelo socorrista que tem 25 anos de experiência. Simoncelli foi socorrido, depois do acidente, “de forma inadequada”. “Primeiro, num acidente como este, a ambulância deve entrar na pista e Marco deveria ter sido assistido de acordo com o protocolo”, lê-se na carta do perito italiano em serviços de emergência médica. Os socorristas colocaram de imediato o piloto da Honda numa maca e transportaram-no para fora da pista, sendo que, já na relva que circunda o asfalto, o deixaram cair.

BRASIL SUSPEITA DE MANIPULAÇÃO DE DADOS DE HOMICÍDIOSOs dados estatísticos que apontam para uma redução significativa da criminalidade no Rio de Janeiro podem estar a ser manipulados, admite um estudo do Instituto de Pesquisa Económica e Aplicada (IPEA). A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou que o secretário, José Mariano Beltrame, convocou uma reunião com representantes da Secretaria de Saúde, do Instituto de Segurança Pública e do Departamento de Polícia Técnica do Rio de Janeiro para “abrir todos os dados, comparar metodologias e avaliar os números apresentados” na investigação em questão. Números oficiais, divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, apontam para uma redução de 28,7% nos assassinatos entre os anos de 2007 e 2009, que coincidem com o início do actual governador, Sérgio Cabral.

AUSTRÁLIA ADOLESCENTE BURLA BANCOS E MÃE PROCESSA INSTITUIÇÕESUma mulher australiana vai levar quatro bancos australianos a tribunal por terem permitido que o filho, menor de idade, usasse contas bancárias para fazer lavagem de dinheiro. Em 2007, o jovem encontrou maneira de “contornar o sistema”, desculpa a mãe. Através de uma fraude online, levada a cabo no portal de vendas eBay, arrecadou cerca de 200 mil dólares. A venda de computadores, telemóveis e relógios que não existiam, renderam-lhe cerca de 6000 dólares diários, conta a mãe, que agora decidiu processar quatro bancos australianos que permitiram ao filho menor abrir contas bancárias com o dinheiro que ganhava ilegalmente.

Benfica perde com Chao Pak Kei e deixa Bolinha

Dois tentos tramaram a águia

car toonpor Steff

A ÚLTIMA OPORTUNIDADE

Marco [email protected]

A formação de futebol de sete da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau despediu-se ao início da

noite de ontem da edição de 2011 do Campeonato da II Divisão da “Bolinha”, ao não conseguir levar a melhor sobre o Chao Pak Kei em partida a contar para os 32 avos de final da competição.

Este ano, os responsáveis pelas águias do território optaram por dar rodagem a alguns dos elementos mais jovens do plantel encarnado, mas ontem a juventude de nada valeu perante a experiência e o bom futebol praticado pelo Chao Pak Kei. Rápida e bem estruturada dentro de campo, a formação chinesa mostrou desde cedo porque razão é vista como uma das principais candidatas à vitória na prova.

Ao fim de apenas um minuto, a linha avançado do Chao Pak Kei já tinha visitado o último reduto do Benfica por duas ocasiões e à terceira foi de vez. Solto na frente de ataque, Lo Hung Chung não se deixou intimidar no frente-a-frente

com o guarda-redes encarnado e inaugurou o marcador, não estava ainda completo o segundo minuto de jogo.

Com Rui Cardoso de regresso ao banco, as águias do território tenta-ram ainda mitigar a desvantagem, mas o adversário mostrou-se tão eficaz a defender, quanto a atacar. Apesar da desvantagem, o Benfica só de longe foi conseguindo incomo-dar o último reduto do Chao Pak Kei e a tendência manteve-se durante a segunda parte, com o veterano Fernando Silva a tentar por várias vezes – sempre sem sucesso - o golo em remates de fora da área.

Quem não marca, arrisca-se a sofrer e as águias do território estiveram por várias ocasiões na eminência de sofrer o segundo golo, sobretudo em jogadas rápi-das de contra-ataque conduzidas pelos flancos. A superioridade evidente do Chao Pak Kei acabou por se traduzir num novo golo aos 44 minutos, numa jogada de ataque concluída uma vez mais por Lo Hung Chung. O dianteiro da República Popular da China é solicitado na frente de ataque por um companheiro de equipa e tira

do caminho um defesa encarnado, antes de disparar com sucesso para o fundo das redes da formação orientada por Rui Cardoso.

A perder por uma desvantagem de dois golos, nos parcos seis minu-tos de jogo que tinha pela frente, o Benfica nunca se conseguiu re--encontrar dentro de campo e esteve por três vezes de novo à beira do precipício, valendo às águias do território duas boas intervenções do titular das redes encarnadas.

Com a derrota do Benfica no frente-a-frente com o Chao Pak Kei, a Casa de Portugal passa a ser a úni-ca formação de matriz portuguesa ainda na corrida por um lugar entre os grandes do futebol de sete de Macau. A formação orientada por Pelé derrotou o Sporting Clube de Macau na última quinta-feira, ao levar a melhor sobre os leões do território por três bolas a uma.

O conjunto do Organismo Autó-nomo Desportivo da Casa de Por-tugal enfrenta ao início da noite de amanhã a formação da Obra Social da Polícia de Segurança Pública em partida a contar para os 32 avos de final do Campeonato da II Divisão da “Bolinha”.

Ciclone Com tanta água na Tailândia, até os peixes só de GPS conseguem dar com o rio. Por Fernando