Hoje Macau 6 DEZ 2011 #2508

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 18 MAX 22 HUMIDADE 55-90% CÂMBIOS EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 6 DE DEZEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2508 PUB Ter para ler Wong Wan, da DSAT NÃO TEMOS MEDO DOS TAXISTAS OVELHAS NEGRAS • Página 5 LAO SI IO FANTASMA DE AO MAN LONG AINDA PAIRA SOBRE O GOVERNO • PÁGINAS 4 E 5 Myanmar EMPRESAS ESTRANGEIRAS ESPREITAM NEGÓCIOS DEPOIS DA REFORMA • Página 2 A Autoridade de Aviação Civil de Macau descobriu uma série de irregularidades no processo de promoção de co-pilotos a comandantes e resolveu abrir um inquérito. Agora, até estar tudo esclarecido, todas as promoções ficam suspensas. Nesta saga, a Air Macau continua a voar baixo, baixinho. > PÁGINA 3 Comandantes à pressão AIR MACAU Irregularidades vêm ao de cima, AACM suspende promoção de pilotos

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Edição do Hoje Macau de 6 de Dezembro de 2011 • Ano X • N.º 2508

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 18 MAX 22 HUMIDADE 55-90% • CÂMBIOS EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 6 DE DEZEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2508

PUB

Ter para ler

Wong Wan, da DSAT

NÃO TEMOS MEDO DOS TAXISTAS

OVELHAS NEGRAS• Página 5

LAO SI IOFANTASMA DE AO

MAN LONG AINDA PAIRA SOBRE O GOVERNO

• PÁGINAS 4 E 5

Myanmar

EMPRESASESTRANGEIRAS

ESPREITAM NEGÓCIOS DEPOIS DA REFORMA

• Página 2

A Autoridade de Aviação Civil de Macau descobriu uma série de irregularidades no processode promoção de co-pilotos a comandantese resolveu abrir um inquérito. Agora, até estar tudo esclarecido, todas as promoções ficam suspensas. Nesta saga, a Air Macau continua a voar baixo, baixinho. > PÁGINA 3

Comandantes à pressão

AIR MACAU Irregularidades vêm ao de cima, AACM suspende promoção de pilotos

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TERÇA-FEIRA 6.12.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

PUB

MYANMAR era um dos países mais ricos do sudeste asiático nos anos

50. Mas uma ditadura militar que tomou o poder em 1962 nacionalizou as indús-trias e empobreceu sistematicamente o país, enquanto as nações vizinhas se continuavam a desenvolver.

O regime adoptou um sistema capi-talista nos anos 90. Mas as suas reformas não modificaram os fundamentos da estrutura económica de Myanmar, que reserva a maioria da riqueza nacional para os generais e os seus aliados no poder.

Um punhado de multinacionais dos países ricos, como a petrolífera francesa Total SA, foram beneficiadas por brechas nas sanções, como cláusulas permitindo a permanência de empresas que já tinham operações no país. A chinesa Cnooc Ltd., a petrolífera tailandesa PTT e outras fir-

EMPRESAS interna-cionais retomaram o interesse no mercado há muito isolado mas

potencialmente lucrativo de Myanmar, já que sinais de me-lhorias na relação entre o seu governo e líderes ocidentais têm alimentado a esperança de um fim para os embargos ao país.

O progresso limita-se de momento às empresas asiáti-cas que não foram incluídas nas duras sanções impostas ao país pelos Estados Unidos e pela Europa desde o fim dos anos 90 para punir Myanmar pela sua história de violações dos direitos humanos. Alguns investidores evitaram o país

Myanmar pode ser nova fronteira de oportunidades e negócios

A cavalaria prepara as suas armasEmpresas internacionais afiam os seus interesses no ataque à reformada Birmânia.

por medo de prejudicarem as suas reputações, enquanto outros perguntavam se valia a pena ali procurar oportuni-dades. Agora muitos estão a mudar de opinião.

COMO REOCUPAR?Enquanto isso, as empresas ocidentais procuram modos de voltar ao país, embora poucas estejam dispostas a discutir abertamente ou em detalhe os seus planos, por causa da possível reacção negativa de clientes que continuam desconfiados das reformas recentes. Autorida-des americanas dizem que não pretendem levantar os embar-gos enquanto não observarem

mais mudanças em Myanmar, como mais transparência no relacionamento com a Coreia do Norte.

VISITA DE CLINTONA visita da passada semana da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a primeira de um ocupante do cargo em mais de 50 anos, fomentou esperanças de que há planos de reaproximação, e alguns diplomatas europeus pressio-nam por um relaxamento das sanções na revisão anual sobre a legislação, em Abril de 2012.

Um dos últimos mercados inexplorados da Ásia, Myan-mar é um país rico em pe-tróleo, gás, madeira e pedras preciosas, e tem o potencial de se tornar um exportador importante de arroz e produ-tos do mar. A sua indústria turística conta com complexos de templos com 900 anos de existência e praias capazes de concorrer com as da vizinha Tailândia, que atrai mais de 15 milhões de visitantes por ano. A mão de obra industrial de Myanmar também é barata, os seus intelectuais falam in-

glês, e o país tem um sistema judicial derivado do direito comum britânico.

OS CONTRASMas há obstáculos considerá-veis. O fornecimento eléctrico é irregular, as estradas e portos estão em ruínas e o sistema financeiro é imaturo.

Não há dados precisos so-bre Myanmar e as estatísticas governamentais são tratadas com desconfiança dentro e fora do país. A ONU calcula que Myanmar tenha 50 mi-lhões de habitantes, número parecido com o da Coreia do Sul. O Fundo Monetário

Internacional afirma que o PIB per capita, ajustado para reflectir o poder de compra local, é o segundo menor da Ásia, depois do Afeganistão.

Entre as marcas ocidentais que já conseguiram alguma penetração no país está a gigante dos alimentos e pro-dutos de higiene Unilever, que começou no fim do ano passado a vender discre-tamente produtos através de um distribuidor local. Os produtos da empresa já eram contrabandeados por terceiros, disse um porta-voz, afirmando que vende “sabão e sopa” em Myanmar através da sua filial na Tailândia e não tem escritório no país.

As sanções dos países ricos proíbem principalmente a importação de produtos de Myanmar, negócios com os principais líderes e magnatas do país, e certas transacções financeiras. Exceptuando ar-mas, em geral não é proibido vender para o país.

UNS ATRÁS DOS OUTROSOutra empresa ocidental que já faz negócios em Myanmar

é a Caterpillar Inc. Segundo o jornal estatal “Nova Luz de Myanmar”, as autorida-des reuniram-se em Agosto com empresários ligados à Caterpillar para negocia-rem a compra de máquinas pesadas. Um porta-voz da empresa não confirmou a informação mas disse que a “Caterpillar e algumas subsidiárias estrangeiras, sob algumas circunstâncias, podem vender produtos a concessionárias indepen-dentes que revendem para clientes no país”. Segundo afirmou, a empresa “não tem instalações em Mian-mar” e “segue todas as leis aplicáveis”.

Enquanto isso, continua a peregrinação de delega-ções empresariais à capital comercial Yangon , inclusive de países como Áustria e Alemanha, e os principais hotéis do país — que so-freram anos de taxas de ocupação ridículas — agora vivem cheios de turistas e empresários. Empresas asiáticas de países como Taiwan e Tailândia, entre outros, estão interessadas em investir na Zona Econó-mica Especial de Dawei, um projecto multimilionário numa área de 250 quiló-metros quadrados no sul de Myanmar em que serão construídos um porto de águas profundas, estradas e caminhos de ferro.

BIRMÂNIA | UM PASSADO PARA LAMENTAR E UM FUTURO INCERTO

História da riqueza perdidamas asiáticas também se expandiram em Myanmar nesse meio tempo.

Muitos outros investidores, asi-áticos e de países ricos, evitaram totalmente o país.

AS MUDANÇAS RECENTESMyanmar começou a mudar ano passa-do, quando o regime realizou a primeira eleição nacional em 20 anos. Embora os EUA e a União Europeia tenham con-siderado o voto uma farsa, o governo supostamente civil, mas que está reple-to de ex-generais, relaxou a censura à imprensa, libertou alguns prisioneiros políticos e começou a negociar com a líder dissidente Aung San Suu Kyi, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991.

O governo também aprovou uma nova lei do trabalho, diminuiu os im-

postos do comércio externo e pediu con-sultoria ao FMI para corrigir um sistema monetário que coibia o investimento. Vários bancos locais receberam na se-mana passada autorização para trocar o quiat, a moeda local, por dólares, euros e dólares de Singapura, e Yangon assistiu à chegada das primeiras caixas electrónicas novas em anos.

Os investidores estrangeiros estão a acompanhar os planos do governo para aprovar uma lei de investimento internacional que facilitará o controlo de empresas e terras no país.

“As coisas estão a acontecer mais rápido do que todos previam”, disse Douglas Clayton, que comanda a firma de private equity focada no sudeste asiático Leopard Capital LP e acompanha o país há mais de 20 anos.

ANÚNCIOHM - 2.ª VEZ - 6.12.11

Procº. nº. 484/2011

AUTOS DE REVISÃO E CONFIRMAÇÃO DE DECISÕES PROFERIDAS POR TRIBUNAIS OU ÁRBITOS DO EXTERIOR DE MACAU------ Requerente: Fu Veng San, residente em 香港九龍彩虹邨錦云樓1739室.---------- Requerida: Foo Reanila T. Nee Tempra, Reanila B, com última residência conhecida em Hong Kong Rm. 2219, On Kong Hse., Cheung On Est., Tsing Yi, New Terretories.---------------------------------------------------------------------

*******---- FAZ-SE SABER que pelo Tribunal e processo supra identificados, correm éditos de 30 (Trinta) dias, citando a requerida Foo Reanila T. Nee Tempra, Reanila B, para no prazo de 15 (quinze) dias, findo o dos éditos, que se contará a partir da segunda e última publicação deste anúncio, contestar, querendo (nos termos do nº. 1 do artº. 1201º do Código do Processo Civil de Macau), o pedido formulado pelo requerente, que resumidamente consiste em pedir a revisão e confirmação da sentença proferida no Tribunal Distrital da Região Administrativa Especial de Hong Kong (Acção de divórcio n.º FCM4496/2007), tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial e respectivos documentos que se encontram na Secretaria deste Tribunal à sua disposição, sob pena de o processo prosseguir os ulteriores termos à sua revelia, e com a intervenção do Digno Magistrado do Ministério Público, nos termos do disposto do artº. 49º. do Código Processo Civil de Macau.----------------------------------------------------------------

---- A constituição de Advogado (com inscrição em Associação dos Advogados em Macau), nos autos acima referidos é obrigatória, nos termos do artº 74º nº. 1 al. b do Código de Processo Civil de Macau, se pretender contestar o pedido formulado pelo requerente.----------------------------------------------------------------

---- Macau, 16 de Novembro de 2011.----------------------------------------------------

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TERÇA-FEIRA 6.12.2011

3www.hojemacau.com.mo

Leia mais notícias sobre a China e a Ásia em www.hojemacau.com.mo@

Agora que não possui formais responsabilidades políticas, a antiga presidente da AL apresenta-se como uma crítica atenta às medidas governamentais. Desta vez foram as LAG 2012, em 2013 calcula-se que também. Falta de visão oficial a longo prazo, diz a senhora no seu blog. Quando eu for grande e deixar de exercer funções de relevo também quero ter um blog cheio de críticas aos que exercem funções de relevo. Helder Fernando P.15

Gonçalo Lobo [email protected]

A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) suspendeu todos os pro-gramas da Air Macau de

promoção de co-pilotos a coman-dantes. De acordo a entidade que regula a aviação no território, a situação ocorreu depois de aquela entidade ter encontrado irregula-ridades nos ficheiros dos pilotos que foram promovidos, pelo menos, no último ano. “Descobri-mos que a Air Macau não estava em conformidade com seus os procedimentos relacionados com o processo interno de selecção para promoções a comandantes”, adiantou a assessoria da AACM ao Hoje Macau.

A AACM está agora a realizar uma investigação separada e pa-ralela para averiguar este incum-primento. Até ao fim de todo o

Air Macau | AACM encontra irregularidades na promoção de pilotos

Processo de selecção viola regrasPor culpa da investigação do voo fantasma sobre a China de 1 de Outubro, a AACM des-cobriu nos ficheiros da Air Macau problemas relacionados com a promoção de pilotos ao comando. A autoridade refere mesmo que o processo “não estava em conformidade com os seus procedimentos”. A AACM foi mais longe e, por agora, a companhia aérea do território não pode mesmo promover mais ninguém

processo a companhia aérea está impedida de promover os seus pi-lotos “A Air Macau também terá de investigar a causa dos problemas e enviar-nos um relatório com as ações corretivas. Enquanto isso, a AACM suspendeu todo o processo de promoção a capitão pela Air Macau até que a companhia aérea tenha ratificado todos os problemas existentes”, explicou ao nosso jor-nal a Autoridade de Aviação Civil.

Pequim não gostou, certamente, de ter um avião da companhia de bandeira da RAEM a sobrevoar o seu espaço aéreo sem dar qualquer cavaco às torres de controlo. “A pe-dido da Administração da Aviação Civil da China [CAAC, na sigla inglesa] e da AACM, a Air Macau enviou o gravador de comunicações da cabina de pilotagem [Cockpit Voice Recorder – CVR] e o registador digital de parâmetros de voo [Digi-tal Flight Data Recorder – DFDR] à CAAC para fins de descodificação.”

Posteriormente terá pedido às autoridades de Macau para que averiguassem o que, de facto, se passou. “A AACM encomendou a investigação para procurar as causas prováveis uma vez que a notificação de ocorrência lhes foi apresentada. Posteriormente, a pedido da AACM, a Air Macau também conduziu a própria sua investigação. “O operador apre-sentou o seu relatório final para nós em 28 de Outubro”, constatou a AACM.

A SEGUIR AO VOO FANTASMADepois do incidente do voo “fan-tasma” CCA101, que ficou sem comunicações durante aproxima-damente uma horas em espaço aéreo chinês, a AACM encetou a sua investigação no sentido de apurar responsabilidades, inves-tigação essa que embocou nesta recente polémica das promoções dos pilotos mas que ainda não está

terminada. “A investigação ainda está em andamento. Até agora re-vimos os sistemas das aeronaves, os registos de manutenção dos aviões, dados codificados a partir do gravador de voo e gravador de voz do cockpit, registos de treino de voo e de tripulação, operações ‘wet-lease’, componente humana nas tripulações de voo e ainda to-dos os procedimentos de controlo de tráfego aéreo e assim”, referiu a AACM.

A Autoridade de Aviação Civil de Macau coloca desde já a possibilidade de existirem pro-blemas “com o funcionamento do equipamento de rádio, tanto no ar como em terra” e “erro humano no controlo de tráfego aéreo”. “Depois do trabalho já feito não há dúvidas que essas duas situações não foram responsáveis pelo que sucedeu. A AACM vai continuar com a investigação por forma a chegar a conclusões que vão no sentido da

prevenção de ocorrências seme-lhantes”, assegurou a autoridade.

O que aconteceu no passado dia 1 de Outubro foi “muito gra-ve”. A Air Macau esteve envolvi-da numa falha de comunicações no voo de ‘wet-lease’ Pequim – Hong Kong, que colocou em questão a segurança nacional da China. De imediato, tanto a CAAC como a AACM pediram à companhia o gravador de comu-nicações do cockpit e a tripulação do voo CCA101 ficou apeada, sem possibilidade de voltar a voar enquanto não terminarem as investigações.

Ouvidos pelo Hoje Macau na altura, passageiros que estavam nesse voo confirmaram que tudo o que aconteceu depois da aterragem em Hong Kong foi digno de filme de Hollywood. Avião selado, autoridades em polvorosa, tripulação escoltada pela polícia. “Parecia algo só visto num filme. O avião chegou e foi logo alvo das autoridades. Assustei-me e nem percebi o que se possa ter passado”, referiu um dos passageiros, desconhecendo o porquê da azáfama.

O CAPITAL NECESSÁRIO OU NÃOA Air Macau, que recentemente viu aceite pelos seus accionistas uma reestruturação do capital social da companhia com a injecção de 700 milhões de patacas por parte do Executivo da RAEM – fica com 21% das acções da companhia aérea -, continua, aparentemente, na senda das irregularidades.

É intenção da empresa apostar forte na compra de novos aviões. “Este é o investimento inicial para acelerar a nossa mudança. Queremos introduzir de imediato novos aviões, de forma a actualizar a segurança dos voos e a diminuir os gastos com a verificação dos aparelhos mais velhos”, referiu Zheng Yan, director-executivo da companhia de bandeira da RAEM.

Zheng Yan diz ainda assim que trazer novos aparelhos é um processo que irá levar algum tem-po, já que cada avião pode rondar os cerca de 50 milhões de dólares americanos.

Uma coisa é certa, e a AACM está a descobrir isso agora. Não chegam aviões novos para suprir todos os problemas com que a Air Macau tem vindo a debater-se nos últimos anos. É preciso de uma vez por todas banir este lado negro e irregular que tem vindo a ser anexado à imagem da companhia.

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As promessas de Lau Si Io

LAG 2012

Joana [email protected]

LAU Si Io avançou ontem com a oferta contínua de habitação pública, depois da construção de, pelo

menos, mais 3850 fracções deste tipo, a partir do próximo ano. O secretário para as Obras Públicas e Transportes esteve na Assembleia Legislativa (AL) para apresentar as Linhas de Acção Governativa (LAG) da sua tutela. Como se previa, o problema da habitação inundou o hemiciclo, com os membros da AL a duvidarem do planeamento futuro.

Contudo, Lau Si Io vinha preparado para as perguntas, ad-mitindo dificuldades “normais” quanto a projectos desta enverga-dura. “O Governo tem mudado a políticas de habitação ao longo dos anos, dadas as transforma-ções sociais e financeiras. Não podemos esquecer que de 1986 a 1999, quase todas as habitações públicas necessárias foram cons-truídas e o aumento da população

O secretário para as Obras Públicas e Trans-portes admitiu dificuldades no projecto de construção de habitação pública, mas diz ter aprendido com o processo

Governo garante mais habitação pública, deputados criticam demoras

Lau Si Io jura que aprendeu a lição

não foi rápido. A política abran-dou nos anos seguintes, porque a procura não era alta. Depois, com o rápido desenvolvimento económico, tanto a população como o mercado imobiliário subiram e, consequentemente, a procura de habitações.” A Ad-

ministração deparou-se, assim, com a necessidade de recomeçar a política de construção de casas para a população.

Kwan Tsui Hang acusou o Governo de não ter uma política adequada ao desenvolvimento do mercado imobiliário e de não estar a prestar atenção às novas procuras de habitação, mas o secretário discorda. Anunciou que existem terrenos de reserva para a construção de mais 6300 fracções, sendo que apenas 3850 estão planeadas para construção a partir do próximo ano. “Temos os terrenos quase prontos e em meados de 2012 podemos começar a adjudi-cação para a construção.”

O secretário assegurou ainda que o Governo está preparado para dar continuidade à política das habitações públicas. “Já temos re-servados terrenos e parte das áreas dos novo aterros também vão servir para construção de fracções. Não vos posso adiantar quantas mais casas serão construídas depois das seis mil que temos planeadas, mas não vamos parar.”

JOGAR PELO SEGUROO Governo parece ter aprendido com a pressão sentida no que toca a fornecer habitações à população. Lau Si Io disse que não só serão reservados solos para este tipo de construções, como também aparta-mentos já terminados.

OBRAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO• Concluir o estudo e construção do sistema rodoviário de ligação entre Macau e as estradas da Ilha da Montanha• Chegar a um consenso para a implementação do Plano de troca de Carta de Condução entre Guangdong - Macau• Continuar a negociação com Zhuhai para a construção de um túnel pedonal subaquático entre a Barra e a Lapa• Continuar os trabalhos relativos ao planeamento urbanístico • Supervisionar casos de ocupação ilegal de terrenos• Produzir a Lei de Terras• Segundo a Lei de Reordenamento dos Bairros Antigos, concluir os trabalhos de vistoria em sete edifícios do Bairro do Iao Hon e começar o concurso para a sua reconstrução• Eealizar estudos sobre trânsito, arranjo paisagístico, construção verde e infra-estruturas• Acelerar o processo de construção da habitação pública e respectiva atribuição da habitação• Efectuar faseadamente os trabalhos relativos ao arrendamento e venda das fracções da habitação pública• Proceder à revisão do regime de candidatura à habitação social

para acelerar o processo de alojamento dos agregados familiares em lista de espera

• Construir mais 3850 habitações públicas • Terminar a elaboração do plano de Estratégias de Desenvolvimento da Habitação Pública • Entrar em processo legislativo com o Regulamento de Segurança contra Incêndios • Iniciar auscultação acerca do Regime Jurídico de Construção Urbana • Planear criar um Sistema de Base de Dados sobre os Edifícios em Estado de Degradação• Desenvolver, depois de aprovada a Lei de Imediação Imobiliária, os trabalhos de licenciamento dos mediadores e agentes imobiliários • Aperfeiçoar as instalações do Aeroporto de Macau

TRANSPORTES• Aperfeiçoar os transportes públicos• Racionalizar os veículos particulares• Construção de infra-estruturas rodoviárias• Iniciar o projecto de concepção do túnel da Colina da Taipa Grande • Realização de estudos sobre a construção de um túnel em Coloane, na povoação de Ká Hó• Prolongar a Avenida do Ouvidor Arriaga• Estudar a viabilidade de construção de um sistema pedonal da Península de Macau

• Inserção de uma ciclovia no corredor verde costeiro da RAEM• Implementação de plano piloto de ciclovias na Taipa• Emitir mais 200 licenças de táxis e seleccionar condutores através de concurso público

AMBIENTE • Dar continuidade à elaboração de diplomas no âmbito da protecção ambiental • Definir política relativa à diminuição da emissão de gases poluentes • Lançar o projecto piloto do autocarro eléctrico• Introduzir autocarros movidos a gás natural• Criar rede de monitorização da qualidade do ar no Delta do Rio das Pérolas

TELECOMUNICAÇÕES• Iniciar o licenciamento das redes públicas de telecomunicações

fixas para que se inicie as construções das redes por parte dos novos operadores, que chegam com a liberalização do mercado das telecomunicações

• Tentar resolver os conflitos entre a Tv Cabo de Macau e os anteneiros

O secretário mostra-se ciente da dificuldade em arranjar mais casas, se a procura crescer de repente, em particular devido à segurança eco-nómica que Macau atravessa. “Te-mos de ter fracções já construídas, porque se formos procurar solos só na altura em que for necessário, as coisas complicam-se. Deve haver inclusive terrenos com plantas já elaboradas e existirem trabalhos preparatórios concluídos, para de-pois de meio ano podermos começar a licitação ou dar início às obras, no caso dos terrenos. Desta forma, os ciclos económicos também não afectam a política da habitação.”

ATRASOS AJUDAM À EXPERIÊNCIA Se Lau Si Io está atento à neces-sidade da habitação, já a demora para a atribuição das fracções aos candidatos da lista de espera desagrada aos deputados. Apesar da promessa da construção das 19 mil habitações públicas até ao final de 2012, os membros da AL consideram que a medida é “o pagamento de uma dívida antiga”, uma vez que as fracções satisfazem apenas aqueles que se candidataram a uma casa até 2004. “Seis anos passaram e não houve mais concursos públicos”, atacou Paul Chan Wai Chi. “Como espera o Governo resolver esta situação?”

As últimas oportunidades de candidatura a habitações públi-

cas foram em 2004, não havendo concurso previsto para abrir nas LAG. “Esta deveria ser uma medi-da regular, até porque a abertura de uma nova candidatura ajuda a que o Governo tenha mais dados sobre as necessidades reais da população”, frisou Au Kam San.

Lau Si Io admitiu terem passado já sete anos desde o início do plano da construção das habitações, mas explica que há problemas técnicos a resolver, que passam, por exemplo, em arranjar terrenos, terraplaná-los, reunir organismos do Governo (de-vido às instalações complementares nos bairros, como lares e escolas) e organizar a atribuição de casas. “Não tínhamos um regime mon-tado para tudo isto e foi uma nova experiência fazer um planeamento de grande envergadura.”

O secretário acredita que, a partir de agora, a experiência pode ajudar no planeamento futuro e diz esperar a atribuição das 19 mil frac-ções para recolher dados que vão ajudar a perceber as necessidades. Lau Si Io crê ainda que, com os trabalhos preparatórios já feitos, a construção e atribuição de casas à população demore só três anos.

Os preços das habitações públi-cas da Tranquilidade espoletaram algumas críticas da parte dos de-putados, que consideram o preço “exorbitante e luxuoso”. Lau Si Io não se manifestou sobre o assunto.

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TERÇA-FEIRA 6.12.2011

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Agosto a Outubrode 2011

LEI IMPRÓPRIAPARA CONSUMOA “Lei de Defesa do Consumidor” foi revista pela última vez há 20 anos. Está desactualizada e parte das suas disposições estão desajustadas da realidade actual, não oferecendo a devida protecção aos consumidores de Macau. A crítica foi lançada pelo deputado Ho Ion Sang, que apresentou uma interpelação escrita sobre o tema. Por exemplo, para os novos tipos de mercadorias que evoluíram e se vulgarizaram após o estabelecimento da lei actualmente em vigor, Ho Ion Sang observou que certas disposições da lei ainda não permitem uma fiscalização reforçada, nomeadamente no caso das transacções feitas com pré-pagamento ou no dos problemas com serviços de Internet, em que se tem provado ser difícil proteger os direitos dos consumidores.

TERRENOS EXPLICADOSOs deputados da Assembleia Legislativa (AL) esperam que Lau Si Io, secretário para os transportes e obras públicas, responda hoje às questões relacionadas com a concessão de terrenos sem concurso público. Acusando o Governo de clientelismo, os membros da AL pedem esclarecimentos sobre o porquê dos terrenos serem atribuídos a tão baixo preço e permitidas tantas autorizações de alteração da finalidade.

TRABALHO SEM LEI A Lei das relações de trabalho não sofre uma alteração desde 2008, observou o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Paul Chan Wai Chi, defendendo que, em consonância com os mais recentes desenvolvimentos económicos, também algumas das disposições da lei deveriam ser revistas, de forma a servir as exigências práticas dos nossos dias. As indemnizações por despedimento sem justa causa não são alteradas há 13 anos, mesmo com todo o desenvolvimento ocorrido durante esse período. Paul Chan faz notar que o salário médio já subiu para 11 mil patacas, o que torna urgente aumentar os montantes das compensações por despedimento injustificado para proporcionar uma protecção efectiva aos trabalhadores. O deputado apelou ainda ao Governo para que considerasse alargar as licenças de maternidade de 90 dias a todas as mulheres de Macau.

Joana [email protected]

“SEM Ao Man Long, continuam a registar-se subidas de custos? Será isto uma ocasião para a prática de corrupção?” A provocação foi

iniciada por Chan Meng Kam, que falou em “tutela desorganizada”, marcando um ataque cerrado ao Governo feito por vários deputados.

Au Kam San e Ng Kuok Cheong juntaram as suas palavras às de Chan Meng Kam, arrancando vários pedidos de explicações ao secretário para as Obras Públicas e Transportes sobre constantes derrapagens orçamentais em obras: do novo

campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha, do Terminal Marítimo Provisório da Taipa e do Metro Ligeiro.

“Se compararmos o custo das obras com a ponte que liga Macau – Hong Kong – Zhuhai, que tem um túnel subaquático mais comprido do que o que liga Macau à Ilha da Montanha, o preço é muito mais alto”, atirou Au Kam San. “Quais as complicações? Parece que nos consideram parvos!”

A ideia de que, por existir dinheiro, as des-pesas não são poupadas está sempre presente nas críticas dos deputados. Chan Meng Kam foi ainda mais longe e questionou Lau Si Io sobre a razão de continuarem existir elevações nos

orçamentos das construções públicas, como sucedia com o ex-secretário das obras públicas, Ao Man Long.

O deputado não acredita nas justificações dadas pelo Governo – que vão desde a subida do yuan aos aumentos dos preços dos materiais de construção – e considera existirem lacunas nos cálculos. “Segundo as minhas contas, os aumentos poderiam estar na ordem dos 10 por cento. São diferenças absurdas e exorbitantes, que não se justificam. Resta saber se o Governo vai continuar a suportar custos desta forma.”

Sem possibilidade de resposta, devido ao tempo, Lau Si Io poderá responder hoje aos deputados.

COMO melhorar o ambiente para que as pessoas possam

andar a pé em vez de utilizarem o carro? É o que quer descobrir Lau Si Io, secretário para as Obras Públi-cas e Transportes, ontem presente na Assembleia Legislativa (AL).

O responsável da tutela que alberga a área do trânsito ouviu as dúvidas dos deputados, que se prendem ao caos visível no terri-tório, no que às estradas e tráfego diz respeito. “Aperfeiçoar as vias pedonais é o trabalho futuro, quere-mos reordenar todos os locais com passeios e criar passagens aéreas.”

A ideia, diz, vai fazer com que sejam utilizados solos e espaços comuns - algo escasso no território - , o que traz inconveniências aos

• Mais 380 mil pessoas usaram os autocarros (mais 10% que em 2010)

• Houve mais 20% de carreiras

• Mais 21% de quilómetros foram percorridos

• Autocarros fizeram mais 34% horas

MAIS VIAS PEDONAIS E ATAQUE AOS MOTORISTAS INCUMPRIDORES

Sem medo dos taxistas maus

Governo tem de prestar contas sobre derrapagens orçamentais

O fantasma de Ao Man Long

residentes. “Mas o que fazer no caso de Macau?”

Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), também presente no hemiciclo, acre-dita na viabilidade dos autocarros. O responsável apresentou dados mostrando que as recentes altera-ções nas carreiras “reflectem que os moradores estão a utilizar mais os transportes públicos” (ver caixa).

Mas Wong Wan acabou por reconhecer que não basta aumen-tar as carreiras ou as licenças de táxi – Lau Si Io prometeu mais 200 para 2012 -, para que os problemas terminem. “O problema reside no elevado número de veículos.”

E é por isso mesmo que a in-tenção de limitar a circulação de

veículos consoante as matrículas fez parte das sugestões de Angela Leong. Wong Wai admite estar a ponderar a hipótese, mas adverte que esta medida implica que “todos tenham de se sacrificar”.

A emissão de mais 200 licenças de táxi faz parte das promessas de Lau Si Io para o próximo ano, mas Au Kam San não acha piada à ideia. “Actualmente, com os turistas que temos em Macau, o rácio é de 25 mil pessoas para um táxi. Como chegou à conclusão de ter mais 200 licenças? Isto não chega.”

As tarifas extra que muitos taxistas pedem para levar clientes a determinados lugares e o facto de preferirem estar nos casinos do que noutras praças de táxis foi

também duramente criticada pelos deputados. Mas Wong Wan promete não fraquejar. “Vamos implementar medidas para detectar os taxistas ovelhas negras, não temos medo deles.” - J.F.

SAÚDE NA ORDEM DO DIAO Chefe do Executivo, Chui Sai On, e o vice-ministro da Saúde, Wang Guoqiang, trocaram impressões sobre o desenvolvimento bilateral da medicina tradicional chinesa, durante o encontro realizado, ontem, em Santa Sancha. Os dois dirigentes fizeram uma retrospectiva sobre a execução do acordo assinado entre a China interior e Macau, na área de medicina tradicional chinesa, e a continuação da promoção da cooperação tendo em conta as bases positivas existentes.

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Virginia [email protected]

TRABALHAR em funções inferiores às idealizadas é considerado pelos jovens de hoje uma perda de tem-

po. Muitos não têm paciência para esperar pela promoção no interior de uma hierarquia e preferem mu-dar prematuramente de emprego, em busca das suas condições de sonho. Uma atitude que tem pre-judicado a ascensão dos jovens nas empresas, segundo admitiram representantes de associações juvenis num fórum de discussão organizado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau (ANJCM). O tema do evento foram as dificuldades enfrentadas pela juventude para subir na carreira.

Alguns dos convidados partici-pantes do fórum observaram que, na sociedade actual, onde se tem observado um desenvolvimento acelerado, as pressões do dia-a-dia e o aumento das necessidades de consumo têm jogado em conjunto para colocar obstáculos à ascensão profissional dos jovens. O facto de hoje em dia ser relativamente fácil arranjar emprego em Macau tem contribuído para fazer crescer na juventude a ideia de arriscar “con-fiando na sorte”, explicou Ng Chi Neng, vice-presidente da Associação de Juventude de Fu Lun de Macau.

Algumas pequenas e médias empresas (PME), indicou também a responsável, queixam-se de que tem havido jovens a demitirem--se depois de trabalharem apenas um ou dois dias, o que demonstra uma mentalidade que julga que determinado trabalho não é ade-quado, mesmo sem ter ainda um conhecimento aprofundado da natureza dessa profissão.

DEMASIADA PRESSAOs empregos não se podem com-parar apenas tendo em conta

OS três operadores de telecomunicações móveis em Macau têm as suas licenças

de operação para a rede de telemóveis de segunda geração (2G) válidas até a 8 de Julho de 2012. A deputada da Assembleia Legislativa (AL) Kwan Tsui Hang insurgiu-se contra essa situação, que poderá deixar sem rede 200 mil cidadãos.

Numa interpelação escrita, Kwan Tsui Hang fez questão de sublinhar o considerável núme-ro de pessoas que ainda não havia aderido à

mais moderna (e também mais cara) geração de telemóveis. De acordo com as estatísticas do próprio departamento governamental competente, ainda existem em Macau 200 mil utilizadores da rede 2G, pelo que a deputada questionou como poderia o Governo auxiliar essas pessoas a fazer uma transição suave para a rede de terceira geração (3G), incluindo a mudança para aparelhos 3G, dentro de menos de oito meses.

Kwan Tsui Hang critica o Governo por, além

de exigir aos operadores a apresentação de um plano de transição, não ter tornado visíveis quaisquer acções de esclarecimento público para passar a mensagem de que a rede 2G seria suspensa, de forma a evitar que as pessoas comprassem telemóveis que não suportassem os serviços da rede 3G. Além disso, quer saber sobre a existência de quaisquer medidas para garantir que a rede 3G possa ter a sua cober-tura totalmente actualizada, para que não haja perdas na cobertura da rede. - V.L.

Associações criticam atitude que prejudica a sua ascensão

Jovens no mundo das nuvensaspectos materiais, alertou Ng Chi Neng, lembrando os jovens de que é preciso ter paciência e considerar sempre o tempo já dado a uma em-presa. “Pagamento e recompensa costumam crescer em proporção

directa”, afirmou, explicando que, se a juventude continuar a mudar de ambiente de trabalho como quem muda de roupa, isso pode deitar a perder oportunidade de crescer no interior de uma hierarquia até um

posto considerado um emprego adequado, impedindo uma mobi-lidade ascendente.

No ambiente competitivo actu-al, os jovens devem antes de mais aprender a adaptar-se às pressões,

DEPUTADA CRITICA POSSÍVEL SUSPENSÃO DO SERVIÇO A 200 MIL UTILIZADORES

Morte aos telemóveis 2G?

aumentando assim a sua resistên-cia, de forma a poderem destacar-se no trabalho, recomendou Leong Meng Ian, dos escritórios da Tai-pa da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Aproveitou também para deixar uma sugestão ao Governo: deve ser criado um “plano de carreiras” para os jovens ao nível do secundá-rio, tendo em conta o desenvolvi-mento e a procura de talentos em Macau para os próximos quatro anos. A responsável da FAOM assinalou que esse programa de planeamento deveria ser capaz de proporcionar uma percepção clara das direcções de aprendizagem para a entrada na universidade, assim como estar em consonância com o estado futuro da sociedade e o seu desenvolvimento.

MELHORAR É O CAMINHOSeja como for, o facto é que actual-mente, com a baixa taxa de desempre-go existente em Macau, é fácil para um jovem conseguir um trabalho em Macau, o que os torna particu-larmente exigentes em relação às oportunidades existentes, conforme observaram Sandro Kou, director--executivo da ANJCM, e Loi Hoi Ngan, vice-presidente da Associação de Nova Visão de Macau (ANVM).

Loi Hoi Ngan sublinhou que, mesmo com as oportunidades ofe-recidas pela indústria do jogo e as futuras vagas a abrir pelo Governo em futuras cooperações regionais, a questão que se coloca hoje é se os jovens serão capazes de agarrar as oportunidades, que lhes podem abrir perspectivas de futuras pro-moções. Por outro lado, notou, as empresas que recrutam jovens para determinadas posições devem saber proporcionar empregos com condições justas para os jovens e permitir que estes possam tirar o máximo partido dos seus talentos.

Na actual situação, com as evidentes dificuldades dos jovens para acederem a habitação própria e os crescentes apelos do consu-mismo, muitos demitem-se sem sequer pensar duas vezes, afirmou, por seu turno, Sandro Kou. Essa situação reduz de forma notória a determinação dos jovens na as-censão interna de uma empresa. A juventude, sugere, deveria apostar no seu próprio melhoramento e em participar no desenvolvimento Guangzhou-Macau.

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7www.hojemacau.com.mo

Lia [email protected]

É já na entrada do ano novo que os requerimentos para realizar convenções e exposi-ções em Macau vão passar a

ser feitos na Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Ontem foi apresen-tado o plano de estímulo, respectivos termos e condições de acesso.

Sou Tim Peng, director da DSE, fala em pequenas alterações com esta mudança de tutela, da Direcção Serviços de Turismo (DST) para a DSE. Acima de tudo, acontecem nos procedimentos das candidaturas. “Não há alteração em termos de in-centivos, apenas algumas mudanças quanto aos procedimentos.”

O prazo para apresentação do pedido vai ser encurtado de 30 para 20 dias e, por outro lado, vai ser prolongado o período para a entrega do relatório de actividades e demais facturas. Os interessados que se queriam candidatar ao plano terão agora 20 dias úteis para entrega de todos os documentos, no que diz respeito a empresas certificadas. Para outras situações, os pedidos deverão ser apresentados até 15 dias antes do primeiro dia do evento. De referir que os já apresentados na DST – até 2013 - vão continuar a analisados nesta entidade.

Esta é uma das medidas que pretende melhorar o sector das convenções e exposições, mas há mais. “São precisas outras políti-cas para complementar o plano, como facilitar vistos para as pes-soas que venham do Continente. E também avançámos com o regime

Virginia [email protected]

OS custos operacionais dos lojistas têm vin-

do a aumentar, muito por culpa das recentes subidas dos preços das rendas dos espaços comerciais. Alguns comerciantes da Zona Cen-tral queixam-se de que, para renovar os contratos de arrendamento, os proprie-tários estão actualmente a exigir aumentos nas ren-das que chegam aos 50%. Mesmo com o maior fluxo de turistas, as receitas mal chegam para fazer face à grande pressão dos custos operacionais. Os comercian-tes consideram que o preço das rendas está a ultrapassar os limites do razoável e que, se continuarem a aumentar, haverá muitas pequenas e

Exposições e convenções sob tutela da DSE a partir de Janeiro

O mesmo plano, diferente entidade

de acta, que é o documento que facilita importação e exportação de materiais ou objectos para a indústria das convenções e ex-posições.”

INCENTIVOS POR DESCOBRIROs Serviços de Economia não avançaram o orçamento previsto

para os incentivos do próximo ano. Do Governo chegaram apenas os números deste ano - já anunciados -, com orçamento previsto para a extensão do plano, de 1 de Julho a 31 de Dezembro do corrente ano, de 27 milhões de patacas.

Nos primeiros nove meses do

ano, realizaram-se 771 reuniões, convenções e exposições em Macau – menos 248 do que entre Janeiro e Setembro do ano pas-sado. Apesar de uma quebra em relação ao número de actividades, o número total de participantes subiu 29 por cento, ultrapassando os 755 mil.

Para 2012 “tudo vai depender do número de actividades e de participantes”. O director dos Serviços de Economia refere ainda que a conjuntura da eco-nomia mundial também pode vir a condicionar os desenvolvimen-tos do sector no território. Peng admite que o plano poderá ter que ser revisto, de forma a criar mais incentivos para quem vem à região fazer exposições e con-venções. “Não podemos só olhar para a situação de Macau, temos que ter em conta a realidade no exterior. Se a economia está a andar bem, claro que há mais pes-soas a participar nas reuniões.” E acrescenta que a intenção tem de passar ainda por oferecer mais estímulos que fomentem este tipo de eventos.

AJUDA ESTIMULANTEEva Lou, presidente da direcção da Associação de Exposições e Convenções de Macau, acredita

que o plano de estímulo às con-venções e exposições ajuda ao desenvolvimento do sector. “É verdade que, nos primeiros três trimestres deste ano, o número de eventos diminuiu face ao mesmo período do ano passa-do, mas há muitos factores por detrás dessa queda, como a crise económica internacional. Além disso, o tsunami que ocorreu no Japão também está a ter algum impacto.”

A nova tutela, para esta res-ponsável, “é boa, mas não mu-dará nada”. “É uma mudança se tivermos em conta a diminuição, de três para duas, do número de associações locais que têm de certificar um comprador inter-nacional. Assim, a apresentação da candidatura para os subsídios torna-se mais conveniente para o organizador.”

Também fala num possível melhoramento do plano apresen-tado. Com vista a desenvolver o sector, da associação partiu uma proposta, que já está nas mãos de Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças, a aguardar resposta. Visa encarregar um grupo de pessoas para trazer até ao território exposições e conven-ções de qualidade, vistas noutras cidades do mundo.

RENDAS DE ESPAÇOS COMERCIAIS PÕEM EM PERIGO AS PME

Caça às lojasmédias empresas (PME) com dificuldades em sobreviver.

Um estabelecimento de vestuário vizinho às Ruínas de São Paulo, citado pelo jornal “Ou Mun”, confirmou que a sua renda aumentou 50% com a renovação do contrato – para 40 mil patacas por mês por uma área não superior a 400 pés quadrados. Com medo de que o preço da renda continu-asse a aumentar, a empresa decidiu por isso prolongar o contrato por mais quatro anos.

Beneficiando do recente aumento de turistas e do seu poder de compra, uma loja de lembranças da Rua de São Domingos não teve

problemas em admitir que as receitas têm subido relativa-mente bem. No entanto, os lucros acabam por se esbater nos custos de arrendamento do espaço, com o proprietário a aumentar a renda anual-mente, a cada renovação de contrato. Da última vez, já este ano, a renda subiu 30% para os próximos dois anos. O preço das rendas, afirmou o respon-sável da loja, tem aumentado para além do razoável para as PME, tornando-se também no grande obstáculo para que os jovens abram os seus próprios negócios.

Ainda assim, o aumento dos turistas e do consumo

tem sido visto pela socieda-de como uma oportunidade aliciante para a abertura de novas lojas, o que tem resul-tado num crescimento exces-sivo na procura. Algumas empresas do ramo imobiliário confirmam que as rendas das lojas estão a subir entre 20 e 50 por cento. E as estimativas apontam para que continuem a crescer. O aumento das transacções no mercado imo-biliário, no entanto, tem sido pequeno, devido à falta de oferta. Uma pequena agência da Zona Norte assinalou ainda que alguns negociantes têm apostado em comprar lojas para as arrendar.

MACAU E TAIWAN JUNTOS A ENSINAR NEGÓCIOSCom vista a incentivar as Pequenas e Médias Empresas a adoptarem o modelo de negócios em regime de franquia e lojas em cadeia, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), conjuntamente com a China Youth Career Development Association (CYCDA), de Taiwan, co-organizaram um curso de formação intitulado “Série Empreendedorismo – Franquias e Lojas em Cadeia”, destinado às empresas. O objectivo é ajudar na construção de marcas e sobre a forma de utilizar as suas vantagens. De Macau participaram de 130 PME’s. Uma segunda parte do curso vai levar os representantes das pequenas e médias locais numa visita de estudo a Taiwan, nos próximos dias 12 a 15 deste mês.

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8www.hojemacau.com.mo vida

A Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Mu-danças Climáticas em Durban já vai a meio, mas

os resultados das negociações são ainda incertos. O chefe da delegação chinesa, Xie Zhenhua, anunciou anteontem que na África do Sul já se encontrou um consenso na maior parte das questões, e espera virem a ser aprofundados os progressos das conversações, contudo existem ainda algumas divergências nos pontos em discussão.

Xie apontou que os principais assuntos na agenda de trabalho são o estabelecimento de um sistema que defina a desaceleração, adaptação, transferência de capitais e tecnolo-gia e da transparência, com base na Convenção-Quadro das Nações Uni-das para as Mudanças Climáticas.

Estes aspectos foram já discutidos com sucesso, mas ainda não há um acordo claro no que diz respeito à reformulação do Protocolo de Quioto e do Fundo Climático. Os países em desenvolvimento pedem que os desenvolvidos prometam reduzir a emissão de gases do efeito de estufa

AS emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de

combustíveis fósseis cresceram 49% nas últimas duas décadas, de acordo com dados mais recentes de uma equipe internacional que inclui pesquisadores do Centro Tyndall de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas, da Universidade de East Anglia (UEA), de Londres.

O estudo, publicado neste domingo (4) no jornal “Nature Climate Change”, aponta que as emissões provenientes de combustíveis fósseis aumentaram ainda 5,9% em 2010, por conta da recuperação da economia mundial, afetada entre 2008 e 2009 pela crise financeira.

De acordo com o relatório, entre 2000 e 2010 a média anual de emissões cresceu 3,1% na comparação com o período da década de 1990. Além disso, o envio de gases de efeito estufa em 2010 foi de 10 mil milhões de toneladas de carbono, sendo que metade permaneceu na atmosfera.

Estados Unidos, China, Índia, Rússia e União Europeia foram os principais países que emitiram gases, segundo o artigo.

“As emissões globais de CO2 desde 2000 estão ultrapassando o limite imposto pelas projecções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Isso excede, de longe, os dois graus de elevação da temperatura da Terra até 2100”, afirma Co-rinne Le Quéré, coordenadora da pesquisa. Segundo ela, é necessário tomar providências urgentes para inverter as tendências actuais.

CIENTISTAS descobriram a mais antiga espécie extinta de tigre

na China. Embora o crânio do fóssil tenha mais de 2 milhões de anos de idade, é menor do que os tigres mais modernos, apesar de muito seme-lhante na forma. O tigre (Panthera tigris) é um dos maiores gatos que viveram na Ásia, atingindo até 4 metros de comprimento incluindo a cauda, e pesando até 300 quilo-gramas.

As origens da fera estão sob in-tenso debate, com sugestões de que surgiu no centro-norte da China, sul da China ou norte da Sibéria. Agora, os cientistas descobriram um novo crânio e mandíbula de um tigre ja-guar extinto no noroeste da China que remonta 2,16 a 2,55 milhões anos, antecedendo outros fósseis de

ÁLCOOL AUMENTA RISCO DE CANCRO DA MAMAUm estudo publicado no “Journal of the American Medical Association “ revela que o consumo de álcool aumenta o risco de cancro da mama. Os investigadores defendem que as mulheres que consomem três a seis copos de vinho por semana têm mais 15% de hipóteses de vir a sofrer da doença. As que bebem uma média de dois copos por dia vêem esse risco aumentar para 51%. O risco é igualmente maior para as mulheres que bebam entre os 18 e os 40 anos. Não são apresentas razões para esta ligação entre o consumo de álcool e a doença, que poderá estar relacionada com os efeitos da bebida no nível de estrogénio.

DESCOBERTA NA CHINA A MAIS ANTIGA ESPÉCIE EXTINTA DE TIGRE

Um felino bem passadotigre conhecidos por até um milhão de ano e meio.

Isto representa o mais antigo crânio completo até então encon-trado de um gato panterino – a linhagem que inclui tigres e todos os outros grandes gatos. O nome científico desta espécie recém--descoberta é Panthera zdanskyi, em homenagem ao paleontólogo austríaco Otto Zdansky, que reve-lou muito sobre os antigos fósseis chineses.

Ela foi descoberta em 2004 na encosta oriental de Longdan, uma aldeia na província de Gansu, na China, o que lhe deu o nome informal de tigre Longdan. O gato só recente-mente foi analisado e descrito.

O crânio do animal tinha presas caninas superiores robustas e bem

EMISSÃO DE GASES ESTUFA CRESCEU 49% DESDE 1990

Muita conversa, pouca acção

Clima | Conferência da ONU na África do Sul entra na fase decisiva

Consenso com pontos divergentese lançar o fundo climático. Os países desenvolvidos respondem de forma negativa a estas exigências.

O representante chinês refor-çou, ainda, que o Governo ao qual pertence está disposto a colaborar com outras delegações para pro-mover o sucesso. A China aceitará discutir a redução das suas emis-sões depois de 2020, após analisar a execução da 1ª versão do Protocolo de Quioto.

Além disso, a Pequim come-çou já no passado domingo uma série de actividades para mostrar os esforços do país no sentido de alcançar um desenvolvimento sustentável, com baixas emissões de carbono, o financiamento climá-tico, através do desenvolvimento da capacidade de adaptação das

empresas, além de promoção de fóruns, colectivas de imprensa, seminários e exposições.

O objetivo da conferência é limi-tar o aquecimento global a menos de 2°C nas próximas décadas. O Proto-colo de Quioto, único acordo exis-tente e através do qual a maioria dos países desenvolvidos se compromete com metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, expira em 2012. Se não for prolongado, não haverá nada que obrigue os países a diminuírem os danos ao clima.

Para já e, ao final de uma semana de discussões e no momento em que os ministros do Meio Ambiente de 130 países chegam a Durban para redigir o acordo final, os europeus adoptaram a seguinte estratégia: a União Europeia se diz pronta a

renovar metas de redução de CO2 no âmbito do Protocolo de Quioto. Uma proposta que não agrada aos países em desenvolvimento, que cobram a responsabilidade histórica dos países industrializados no aque-cimento global.

REUNIÃO ESTRANHAEnquanto activistas pedem, nas ruas da cidade sul-africana o fim da energia nuclear, Alden Meyer, participante da conferência pelo grupo de reflexão americano Union for Concerned Scientists, reforçou estes dias que o desfecho da Con-ferência de Durban é imprevisível. Meyer esteve presente em 16 das 17 reuniões já realizadas sobre o clima e considera a reunião actual a mais estranha. Outro analista da

área, Emmanuel Guérin, que dirige o programa de energia climática do instituto francês Iddri afirma que é possível que a China decida fazer uma aliança com a Europa para dar um novo impulso às negociações.

Durante as últimas semanas, diversos estudos confirmaram a urgência de se encontrar uma so-lução. Novos recordes de emissões de dióxido de carbono foram regis-tadas e se constata uma distância cada vez maior entre as promessas dos países e o que pede a ciência para evitar os efeitos nefastos do aquecimento global. “Caminhamos para um aumento de ao menos três graus da temperatura da Terra se não mudarmos decididamente este rumo”, disse o especialista francês Jean Jouzel.

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3% DA ELECTRICIDADEDA CHINA SERÁ DE ENERGIA EÓLICA EM 2015Três por cento da electricidade anual da China em 2015 virá da energia eólica, o dobro em relação ao que acontece agora. Segundo dados da Comissão Estatal Reguladora da Electricidade, a energia produzida por geradores eólicos na China alcançará 190 bilhões de quilowatts/hora anuais em 2015. Entre Janeiro e Outubro de 2011, o incipiente mas rapidamente crescente sector eólico chinês já gerou 58,3 bilhões de quilowatts/hora, quase 1,5% da electricidade utilizada no país nesse período, assinalou o vice-presidente do organismo, Shi Yubo. O mercado eólico chinês multiplicou por dois sua capacidade de geração anual instalada entre 2005 e 2009, e só em 2010 acrescentou outros 18,9 gigavolts de capacidade, o que na actualidade representa um total de 44,7 gigavolts, de modo que a China já supera os Estados Unidos com maior capacidade eólica instalada do mundo.

ÁLCOOL AUMENTA RISCO DE CANCRO DA MAMAUm estudo publicado no “Journal of the American Medical Association “ revela que o consumo de álcool aumenta o risco de cancro da mama. Os investigadores defendem que as mulheres que consomem três a seis copos de vinho por semana têm mais 15% de hipóteses de vir a sofrer da doença. As que bebem uma média de dois copos por dia vêem esse risco aumentar para 51%. O risco é igualmente maior para as mulheres que bebam entre os 18 e os 40 anos. Não são apresentas razões para esta ligação entre o consumo de álcool e a doença, que poderá estar relacionada com os efeitos da bebida no nível de estrogénio.

Sabiaque...

A tábua de cozinha tem mais 200% de bactérias fecais que o assento da sanita, dizem estudos conhecidos no Dia Mundial de Lavar as Mãos, celebrado a 15 de Outubro

DESCOBERTA NA CHINA A MAIS ANTIGA ESPÉCIE EXTINTA DE TIGRE

Um felino bem passadodesenvolvidas e um nariz relati-vamente longo, detalhes típicos de tigres. Embora o tamanho do crânio seja comparável com o das menores fêmeas de subespécies de tigre, sua forma geral sugere que pertencia a um macho. De facto, apesar de cerca de 2 milhões de anos de separação, o crânio do tigre Longdan parece surpreendentemente semelhante ao dos tigres modernos.

Segundo os pesquisadores, pa-rece provável que a dieta deste tigre tenha sido semelhante a de hoje, e incluído veados e porcos.

No futuro, os cientistas querem ver se descobrem mais fósseis de grandes felinos na China e em outros lugares, para expandir o conheci-mento da distribuição desta espécie e preencher as lacunas na sua história.

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

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Maria João [email protected]

AINDA Marco Polo não tinha nascido e já Giovanni Di Piano Carpini ti-

nha chegado à Ásia. Vinte e seis anos antes da viagem da família dos Polos, o frade franciscano Giovanni Di Pia-no Carpini fazia um caminho em direcção à Mongólia na

Giovanni Di Piano Carpini, o frade franciscano que no século XIII chegou à Mongólia

Um italiano a caminho de Karakorum A primeira história do povo a quem nós chamamos Tártaros e que dominaram a China no século XIII.

mais longa viagem até ao reino do povo tártaro.

A “Historia Mongalo-rum”, um registo em latim sobre aqueles que tinham conquistado a Ásia em poucas décadas, foi o primeiro a con-tar quem eram os mongóis, “um povo onde as mulheres vestiam calças e cavalgavam tão bem como os homens”.

Vivia-se o século XIII e os guerreiros sanguinários

estavam à porta da Europa ocidental. O império mon-gol chegara à Hungria e o medo de que a conquista prosseguisse levou o Papa Inocêncio IV a enviar uma embaixada ao reino desco-nhecido. Seria a primeira da história da Europa medieval.

KARAKORUM À VISTAGiovanni Di Piano Carpini saiu de Lyon na Páscoa de

1245 com Bento da Polónia. Tinham um destino final – conhecer quem eram os tár-taros. Genghis Khan morrera há quase vinte anos mas os descendentes mantinham a conquista do mundo como um desejo a cumprir. Ao certo ninguém sabia o que esperar daqueles que eram mais temíveis que os Hunos.

O facto de não terem reli-gião dominante ou imporem fé nos territórios que con-quistavam, levou Inocêncio IV a pensar que Carpini ia oferecer o baptismo ao imperador Mongol. Guyuk, neto de Genghis Khan ia ser entronado quando Carpini chegou à Mongólia, um ano e meio depois de ter partido.

“Não há cidades ou vilas e apenas uma tem tamanho para ser chamada cidade e tem o nome de Karakorum” escrevia Carpini. Uma des-crição empírica de um impé-rio em expansão, a “Historia Mongalorum” abriu a litera-tura de viagens na Europa. Os únicos registos da Ásia vinham dos antigos gregos e na Europa pouco se sabia deste outro continente. Car-pini não tinha uma escrita para se inspirar e focou-se sobretudo em contar o que viu ou ouviu.

“Os tártaros têm os olhos e as bochechas mais afasta-dos que os outros homens”

lê-se. Para o franciscano com mais de 60 anos esta era a viagem da sua vida e nada o podia ter preparado para tão grande diferença cultural.

As tendas “inteligente-mente feitas” eram as casas de um povo onde os homens casavam com quantas mu-lheres quisessem. “Quando viajam seja para a guerra ou para outros sítios, levam a casa com eles” escreveu Carpini. Seria este o primeiro relato de um acampamento mongol.

PASSAR ENTRE DOIS FOGOSAcompanhados por cartas do Papa os frades atravessa-ram a Europa e foram envia-dos a um reino onde tinham que seguir os costumes. Sem reconhecer um poder exterior, os mongóis faziam os estrangeiros passar por provas. Carpini e Bento da Polónia tiveram que “pas-sar entre dois fogos” para assegurar que não traziam mal com eles.

Vendo um império or-ganizado, Carpini descre-ve os rituais animistas e chama os xamãs de “in-cantator”. Genghis Khan continuava a ser adorado pelos descendentes que lhe ofereciam cavalos que ninguém podia montar. Vi-viam sem noção de pecado mas puniam com a morte

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MOÇAMBICANO VENCE PRÉMIO “MÚSICOS CONDUTORES DA PAZ”O músico e compositor moçambicano Hélder Tsinine venceu a sexta edição do prémio “ Músicos Condutores da Paz”, com a canção cantada em dialeto ronga “Va Gumulelana”, noticiou a imprensa norte-americana. A música com a qual Hélder Tsinine venceu o prémio é entoada em dialeto ronga, do sulk de Moçambique, e apela a “parar com a guerra, crescer em paz”. Foi a primeira vez que uma música numa língua estrangeira ganhou o prémio “Músicos Condutores da Paz”. “Embora escrita numa língua estrangeira para a maioria, a melodia afro-pop da música traduz eficazmente o apelo universal para a paz”, disse o director da campanha “Condutores da Paz”, Anthony Stokes.

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Giovanni Di Piano Carpini, o frade franciscano que no século XIII chegou à Mongólia

Um italiano a caminho de Karakorum quem quebrasse algumas regras.

Não se podia tocar o fogo com uma faca, urinar dentro da tenda ou deitar comida ou leite para o chão, entre outros princípios de vida ou morte. Os dois europeus assimilaram os costumes para própria sobrevivência.

Com o entendimento dos hábitos locais feito à luz dos conceitos da Igreja, Carpini escrevia “praticam a adivinhação, a magia e o encantamento e sempre que o Demónio lhes responde, pensam que é Deus a falar com eles.”

O frade medieval olhava a vida mongol com espanto, fosse pelas mulheres que sabiam manejar o arco e flecha, fosse pelas crianças que aos três anos aprendiam a montar cavalos. A riqueza do texto iria inspirar outros viajantes missionários na Europa. Carpini descreve as virtudes dos mongóis que entre eles “não são invejosos, maldosos ou egoístas.” Dividindo tudo o que tinham, a hierarquia destinava-se apenas ao Khan, o imperador. Porém, para quem vinha de fora o frade achava os mongóis arrogantes e petulantes “sem respeitar ordem nenhuma que não fosse a sua.”

CONSELHOS DE GUERRAA missão de saber quem eram os guerreiros vestidos com peles foi ao detalhe de descrever técnicas de invasão e dar conselhos aos europeus. “Os tártaros são os mais espertos na guerra porque há quarenta anos

que andam em guerra com outros povos.”

Uma organização exce-lente e uma enorme força física tornava-os assusta-dores. Carpini aconselhava a Europa a unir-se como única forma de se protege-rem de futuros ataques que o frade estava certo de que aconteceriam. As estratégias mongóis ficaram descritas na “Historia” e dadas ideias que podiam ser adaptadas. A estas juntavam-se os truques usados pelos tártaros como emboscadas para inimigos que eram depois mortos ou, com sorte, transformados em escravos.

Giovanni Di Piano Car-pini não refere mapas mas procura dar a localização dos reinos que os tártaros já haviam conquistado. A cerimónia em que Guyuk se tornou o Khan da Mongólia foi testemunhada in loco com Carpini impressionado pelas centenas de visitantes dos outros domínios dos Khan. Da Pérsia à Rússia chegaram para a tomada de posse de Guyuk que acabaria por morrer poucos anos depois.

Carpini descreve os pre-sentes, a preparação das tendas e a atitude de sub-missão exigida a todos os que chegavam. Ao longo dos anos houve factos que não se provaram certos como as referências ao canibalismo dos tártaros.

A imagem de que a Mon-gólia se tornaria um reino cristão foi descrita por mon-ges nestorianos que viviam na Ásia. Uma presença que vinha desde o século VI e que levou o frade a considerar

o reino do “Kytai negro” como uma possibilidade de expansão do cristianismo, embora o Papado não reco-nhecesse os nestorianos por os considerar hereges.

O Kytai que Carpini via dividido em duas partes era o nome tártaro dado à China, um reino que o frade dizia ter “uma escrita própria” e que não tinha sido conquistado por Genghis Khan, apesar das tentativas. Passaram vin-te anos até que Kublai Khan conseguiu vencer o Kytai e tornar-se o imperador que Marco Polo viria a conhecer.

ENTRE CARPINI E MARCO POLO Entre a viagem do frade franciscano e a do mercador veneziano distam quase três décadas.

De volta à Europa, Car-pini escreveu o que seria o primeiro livro sobre os mongóis. “Historia Monga-lorum Quos Nos Tarataros Appellamus” ia ser uma re-ferência que o próprio frade fez passar de mão em mão quando lhe perguntavam como era o reino desconhe-cido. Acompanhado pelos tártaros desde a Mongólia até Kiev, os dois foram re-cebidos como se tivessem escapado da morte. Tinham passado mais de dois anos desde a partida.

O objectivo de baptizar o Imperador nunca foi alcan-çado, nem o de conseguir uma união entre mongóis e europeus contra os infiéis muçulmanos. A Igreja desen-ganou-se de pensar que teria nos mongóis um aliado. Mas a primeira descrição escrita ser-

viu o objectivo de descobrir o mais possível sobre o povo guerreiro. E a seguir a Carpini foram enviadas dezenas de embaixadas ao Oriente.

A “Historia” passou a saber enciclopédico e depois guardada no primeiro volu-me da “Sinica Franciscana”. A primeira viagem voluntá-ria até à Ásia nunca seria co-nhecida como a “Descrição do Mundo” de Marco Polo. Mas o manuscrito de Marco Polo nunca foi encontrado. Desapareceu totalmente e o que restou foram cópias manuscritas de que há pelo menos cento e cinquenta versões diferentes. Ainda que sejam detalhes, as có-pias chegaram para colocar em causa a veracidade do périplo ao Oriente.

Perante a dimensão da aventura de ir e voltar com vida, Carpini teve receio que o acusassem de mentir e deixou escrito o nome de todos os mongóis com quem se cruzou. “Não há dúvida de que estivemos com os tártaros”, escrevia quase no fim do livro. E a “Historia Mongalorum” de Carpini só tem uma versão final, aquela redigida depois de 1247 pelo frade franciscano quando vivia já de novo na segurança do que conhecia.

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12

MONTEPIO GERAL DE MACAU

ASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artº 34º, nº 1, al. b) dos Estatutos em vigor, convoco a Assembleia Geral Ordinária para reunir na sua sede, sita na Avenida Doutor Mário Soares, nº 25, 3º andar (4º piso) do Edifício “Montepio”, no próximo dia 28 de Dezembro de 2011, pelas 17H15, com a seguinte ordem de trabalhos:

1ª - Discussão e aprovação do Orçamento do Montepio Geral de Macaupara 2012; e

2ª - Outros assuntos de interesse da Associação.

No caso de não comparecer nesse dia e hora indicados, o número de associados mencionado no nº 1 do Artº 36º, considera-se desde já convocada nova reunião, que se realizará nos termos do seu nº 2 no mesmo local decorrida uma hora, com qualquer número de associados.

Montepio Geral de Macau, aos 25 de Novembro de 2011.

A Presidente da Assembleia Geral,

Rita Botelho dos Santos

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesTERÇA-FEIRA 6.12.2011www.hojemacau.com.mo

13

HORIZONTAIS: 1-Pôr em alarme. 2-Caudas. Aceita respeitosamente as ordens. 3-Chefes ou patrões (Pop.). 4-Prata (s.q.). Consigo mesmo. Cidade da Babilónia. Ataque de paralisia. 5-Caloria (abrev.). Bago, cacho. O caminho (Bras. Pop.). 6-Contrariedade. Borda, barra. 7-Poupada, que gasta o menos possível. 8-Substância gordurosa cuja composição é análoga ao éter. Cobre de lava. 9-Administrar. Oceano. Usa-se como condimento. 10-Artigo antigo Cantores ou poetas, na Antiga Grécia. Letra grega. 11-Rasoura, rasa.

VERTICAIS: 1-O m. q. araca. Rio europeu. 2-Relativo a gazeta. 3-Cartilha para aprender a ler. Revestir com laca. 4-Cantigas populares em honra dos santos. Tabela, relação. Vogais iguais. 5-Queimou. Duodécima parte do ano. 6-Cometido violação. 7-Branda ao tacto. Corta com os dentes. 8-Cachaças de mau gosto (Bras.). Antiga forma de oui. Estrôncio (s.q.). 9-Chefe etíope. Caixas com tampa plana. 10-Tornar plácido. 11-O m. q. palraria. Impulso.

[Tele]visãoTDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:55 Debate das Linhas de Acção Governativa para 2012 - Área dos Transportes e Obras Públicas (Directo)20:00 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Cougar Town22:00 Passione23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões00:00 Grande Entrevista com Eunice Muñoz00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO03:45 Liga dos Campeões: FC Porto - FC Zenit St. Petersburg ( Directo )

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Alta Pressão15:00 Magazine Canadá Contacto15:30 Mudar de Vida16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Elo Mais Fraco17:45 Resistirei18:30 A Alma e a Gente19:00 Escrever, Escrever, Viver20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Magazine Candá Contacto22:45 Portugal no Coração

ESPN 3012:30 Euro Asia Allstars Cup 2011 Day 1 15:30 X Games 17 16:30 US Open Championship 2011 2nd Round19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 The Football Review20:30 Stihl Timbersports Series 21:00 X Games 17

22:00 Sportscenter Asia 22:30 Rugby World Cup 2011 France vs. Tonga

STAR SPORTS 3113:00 New Zealand Open Day 4 16:00 Best Of Australian Open Tennis 201118:00 FEI Equestrian World 18:30 FIM S1 Supermoto World Championship 2011 19:30 FA Cup 2011/12 AFC Totton vs. Bristol Rovers21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 FA Cup 2011/12 Newport County vs. Shrewsbury Town22:30 FIA Wtcc 2011 - Inside Wtcc 23:00 Best Of Australian Open Tennis 2011

STAR MOVIES 4011:45 Death Warrior 13:20 Sorcerer’S Apprentice, The 15:15 Species Iii 17:05 Stealth 19:10 Knight & Day 21:05 The Walking Dead22:50 From Paris With Love 00:25 Species Iii

HBO 4112:00 From Russia, With Love14:00 Young Guns Ii16:00 One True Thing18:15 America’S Sweethearts20:25 Rocky Iv22:00 Goldfinger23:50 Blue Streak

CINEMAX 4212:30 Snatch14:15 Nightmares16:00 Son Of Frankenstein17:40 The Invisible Man19:00 Critters 320:25 Poltergeist Iii22:00 Quicksand: No Escape23:30 Kull The Conqueror

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-A. ALARMAR. P. 2-RABOS. ACATA. 3-R. CASACAS. L. 4-AG. SO. IS AR. 5-CAL. UVA. APE. 6-AZAR. I. ORLA. 7-ECONOMICA. 8-ETAL. L. LAVA. 9-DAR. MAR. SAL. 10-EL. AEDOS. RO. 11-R. RASOIRA. R.VERTICAIS: 1-ARRACA. EDER. 2-A. GAZETAL. 3-ABC. LACAR. R. 4-LOAS. ROL. AA. 5-ASSOU. N. MES. 6-R. A. VIOLADO. 7-MACIA. M. ROI. 8-ACAS. OIL. SR. 9-RAS. ARCAS. A. 10-T. APLACAR. 11-PALREA. ALOR.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SALA 1SEEDIQ BALE 2 WARRIORS OF THE RAINBOW [C](Falado em japanês & seediq)(Legendado em chinês)Um filme de: Te-Sheng WeiCom: Qing-tai Lin, Da-qing You, Zhixiang Ma14.30, 17.00, 21.30

YOU ARE THE APPLE OF MY EYE [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês e inglês)Um filme de: Giddens KoCom: Zhendong Ke, Yanxi Chen, Siu-Man Fok19.30

SALA 2THE ADVENTURES OF TINTIN 3D [B] (Falado em cantonense)Um filme de: Steven Spielberg14.15, 16.15, 18.00, 20.00

STARRY STARRY NIGHT [B](Falado em putonghua)(Legendado em chinês e inglês)Um filme de: Tom Lin Shu-YuCom: Josie Xu, René Liu, Harlem Yu22.00

SALA 3ARTHUR CHRISTMAS 3D [A](Falado em cantonense)Um filme de: Sarah Smith14.15, 16.00, 17.45, 19.30

SEEDIQ BALE [C](Falado em japanês & seediq)(Legendado em chinês)Um filme de: Te-Sheng WeiCom: Qing-tai Lin, Da-qing You, Zhixiang Ma21.15 Aqui há gato

A ÁGUIA DA NONA LEGIÃO • Rosemary Sutcliff Enviada para o norte da Britânia para reprimir uma insurreição entre as tribos nativas, a Nona Legião nunca mais foi vista. Quatro mil homens desapareceram sem deixar rasto, juntamente com o seu estandarte que ostentava uma Águia dourada. Um mistério aparentemente insolú-vel - até agora… A Águia da Nona Legião é justamente considerada uma das obras mais notáveis da literatura juvenil do século XX, tendo vendido mais de um milhão de exemplares em todo o mundo.

O TERCEIRO GÉMEO • Ken FollettA cientista Jeannie Ferrami, especialista em gémeos e nos componentes genéticos da agressão, faz uma descoberta espantosa. Recorrendo a um banco de dados do FBI, descobre dois homens que parecem ser gémeos verdadeiros: Steve, estudante de direito, e Dennis, assassino condenado. No entanto, nasceram em dias diferentes, de mães distintas, em hospitais separados por centenas de quilómetros.

LIFE • Keith Richards Já apelidada de Santo Graal das biografias de estrelas de rock, «Life» foi celebrado como um fenómeno incrível: mais de dois milhões de cópias vendidas em menos de um ano.

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A TERRAMAIS PERTODAS ESTRELASUma das partes boas de viver num território financeiramente desafogado como Macau é a disponibilidade local para trazer cá estrelas mundiais de várias áreas. No basquetebol, já aconteceu com a vinda do Kobe Bryant. Uma experiência óptima, por vir jogar com os mais miúdos, trazendo a sua “clínica de basquetebol” para estimular a prática do desporto entre as crianças. Só foi pena não ter havido um cursinho para gatos, porque com aquilo que eu salto tinha dado show na certa.Enfim, esta minha faceta desportiva vai ter novo bombom em breve, porque vêm cá mais vedetas do basquetebol da NBA. Não são os craques actuais, mas velhas glórias já retiradas, agora pelo mundo em jogos de exibição. “E vem o Michael Jordan?”, perguntamos todos. Não vem, é verdade (fica a esperança que isso ainda aconteça), mas entre vários nomes fortes surgem dois dos seus generais das grandes vitórias: o primeiro de todos, Scottie Pippen, e o terrível, Dennis “O Verme” Rodman, capaz de surpreender tanto fora como dentro do campo.Como se vê, quem gosta deste desporto - e eu gosto - anda de barriga cheia. O que me leva a pensar nos que têm menos razões de satisfação. É preciso dinheirinho para trazer estrelas à terra que todos os dias pisamos e isso, como já disse, temos cá. Haja ideias e vontade, tudo se concretiza. Imaginemos então que o nosso ilustre Executivo se lembrava de fazer o mesmo noutras áreas.A Medicina, por exemplo. Vou deixar aqui uma sugestão das boas, daquelas de miar por mais: peguem num maço dessas patacas que vos tombam dos bolsos enquanto caminham e mandem construir um centro de investigação de deixar Hong Kong verde de inveja. Ou até mais do que um, pois há tanto por onde mudar Macau para melhor. E o mundo beneficiar disso, já agora. Contratem o Cristiano Ronaldo da Oncologia, a Beyoncé da Robótica, a Gisele Bundchen da Exploração Espacial. Ou pelo menos a verdadeira Gisele Bundchen, só para passear pelas ruas enquanto eu a investigo. O dinheiro existe, a ideia está dada. Falta a vontade? Vá lá, façam-me ronronar.

Pu-Yi

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SEGUNDA, 28 O fado integra, a partir de hoje, a lista de património imaterial e cultu-ral da Humanidade. A decisão, tomada em Bali, encheu Portugal de orgulho. Mas esta sensação ultrapassa largamente o rectângulo português. O fado é um dos mais comoventes traços de união entre os portugueses espalha-dos pelos quatro cantos do globo: deixou há muito o perímetro de Lisboa, onde nasceu, e ramificou-se por todos os continentes. Não falo de cor. Falo do que testemunhei com emoção em diversos países e territórios. Em Goa, em Malaca, em Macau, na Califórnia, no Havai: lusodescendentes de segunda e terceira geração, às vezes mal já sabendo articular o idioma dos antepassados, conti-nuam a exprimir através do fado a voz mais profunda das suas raízes. Com isto podemos dizer - seguramente sem nos enganarmos - que o fado, mais do que uma manifestação musical ou poética, mais do que uma notável expressão de arte popular de matriz urbana, é uma das senhas de identidade de Portugal no mundo. Não do Portugal de ontem ou de hoje, mas do Portugal eterno. Que transcende quadrantes geográficos, classes sociais, ideo-logias, clubes, crenças e gerações. TERÇA, 29 Em França, um pai aparente-mente furioso por o filho de três anos se ter portado mal na creche decide enfiá-lo na máquina de lavar a roupa e ligar o aparelho. A morte trágica da criança indefesa às mãos de quem devia assegurar-lhe sustento, agasa-lho e segurança em nome do mais elementar traço de civilidade, já para não evocar aqui a voz do sangue, suscita por estes dias larga polémica na pátria de Descartes e Diderot. Andámos durante demasiados anos entre-tidos por vendedores de ilusões que nos prometiam livre acesso à “modernidade” e supostas engenharias sociais que permi-tiram forjar “novas famílias” subitamente despojadas do pecado original. Como se este estranho animal a que chamamos homem fosse moldado em plasticina.

Reparem bem no que se passa à nossa volta: por toda a parte irrompem sementes de violência, em tudo iguais às que assombram a espécie desde a primeira madrugada do mundo. Percebo bem esta perplexidade ge-neralizada na pátria do iluminismo: andam os arautos da virtude há quase trezentos anos a prometer-nos o homem novo e a todo o momento regressam afinal as sombras do passado, empurrando-nos para longe das luzes, num cíclico retorno às trevas.

Leio as edições digitais dos periódicos franceses, onde não faltam as habituais teses prontas a invalidar o livre arbítrio em função de “factores sociais” que permitem “compreender” senão mesmo justificar os mais repugnantes crimes. Nada de novo: também o extremista norueguês que as-sassinou 77 pessoas em Julho acaba de ser considerado inimputável por respeitáveis psiquiatras encarregados de o examinar. Crente na bondade natural do homem,

OPINIÃOTERÇA-FEIRA 6.12.2011

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caderno d iá r i oPedro Correia

esta amável legião de sábios dos nossos dias encara sempre o mal como algo alheio aos tortuosos labirintos da mente.

De novo me interrogo se a noção de pro-gresso é aplicável a qualquer horizonte sulca-do pelos descendentes de Caim. De novo me questiono, como Adorno, se é possível haver poesia depois de Auschwitz ter acontecido. De novo me pergunto, com aquela angústia existencial que vislumbramos nos melhores quadros de Munch, se haverá limites para a bestialidade humana. QUINTA, 1 Um livro: A Liderança se-gundo John F. Kennedy, de John A. Barnes.

A frase que mais contribuiu para imortali-zar John Fitzgerald Kennedy no decurso dos mil dias do seu mandato na Casa Branca não foi pronunciada em inglês, mas em alemão. Ao declarar-se cidadão de Berlim no local mais emblemático da Guerra Fria, por onde passava a última fronteira do mundo livre, o 35º presidente dos Estados Unidos atingia um patamar inédito de popularidade. Nin-guém imaginava, nesse dia 26 de Junho de 1963, que o seu mandato terminaria menos de cinco meses depois, ao fim de uma manhã de sol outonal em Dallas.

Muita gente ignora que essa frase não constava da versão original do seu discurso. Foi o próprio Kennedy que decidiu pronun-ciá-la enquanto a viatura que o conduzia nas avenidas de Berlim era saudada por multi-dões entusiásticas vitoriando o seu nome. Fora-lhe sugerida pelo principal conselheiro do presidente -- o seu irmão Robert Kennedy, na altura procurador-geral dos EUA.

“Há dois mil anos a afirmação mais orgulhosa era Civis Romanus suma. Hoje, no mundo da liberdade, a afirmação mais

orgulhosa é Ich bin ein Berliner”, declarou o líder norte-americano a poucos metros do Muro da Vergonha erigido apenas dois anos antes pelos soviéticos na cidade dividida.

A génese desta frase ilustra bem a forma de trabalhar de Kennedy, um homem que gostava de funcionar em equipa e absorvia com rara intuição as melhores sugestões da sua competentíssima equipa de conselheiros. Três deles, curiosamente, oriundos das filei-ras do Partido Republicano -- o secretário da Defesa, Robert McNamara, o secretário do Tesouro, C. Douglas Dillon, e o conselheiro da Segurança Nacional, McGeorge Bundy. O facto de serem simpatizantes do partido rival -- e um deles, Dillon, ter chegado a integrar a anterior administração Eisenho-wer e a contribuir com 26 mil dólares para a campanha presidencial de Richard Nixon -- não os impediu de atingir o primeiro plano no Executivo democrata, prova evidente do rasgo político de Kennedy. Ao ser convidado para liderar o Pentágono, McNamara reagiu com surpresa, dizendo que não tinha expe-riência governativa. “Também não há escola para presidentes. Aprenderemos juntos”, respondeu-lhe o inquilino da Casa Branca.

A Liderança segundo John F. Kennedy, um livro do jornalista e colunista John A. Barnes, conduz-nos aos bastidores da vida política do mais popular presidente dos EUA no século XX que atingiu uma extraordinária taxa de aprovação -- 83% -- e à data da sua morte, segundo a Gallup, era aplaudido por 70% dos americanos.

Oriundo de uma família milionária de Boston, herói da II Guerra Mundial, congres-sista e depois senador pelo Massachusetts, galardoado com o Prémio Pulitzer pelo seu livro Retratos de Coragem e o mais jovem

presidente eleito desde sempre pelo Partido Democrata, em Novembro de 1960, Kenne-dy tinha uma sólida cultura e um dos mais fascinantes percursos biográficos de que há memória entre os inquilinos da Casa Branca. Filho do embaixador americano em Londres, Joseph Patrick Kennedy, tinha 22 anos quando assistiu à declaração de guerra britânica à Alemanha, na manhã de 3 de Setembro de 1939, na galeria dos visitantes da Câmara dos Comuns. Um episódio que nunca mais esqueceu.

Barnes deixa bem claro nesta obra, impres-cindível para todos quantos se interessam pelo processo de formação das decisões políticas: Kennedy foi um precursor em vários domínios. Estava 20 anos à frente da maioria dos políticos do seu tempo. Foi ele que pela primeira vez compreendeu a importância da televisão -- ao ponto de se ter inscrito em 1959 num curso da CBS destinado a dominar as técnicas tele-visivas. Foi também o primeiro presidente a conceder conferências de imprensa regulares na Casa Branca e a responder em directo aos repórteres da TV. Deu um toque majestático à presidência com os banquetes de Estado aos visitantes, inspirado na recepção de que foi alvo no Palácio de Buckingham em Junho de 1961. Baptizou o avião presidencial -- um Boeing 707 -- com o nome Air Force One, “para que descesse dos céus como símbolo do próprio poder presidencial”. Transformou os assessores da Casa Branca em decisores políticos, instituindo o cargo de conselheiro da Segurança Nacional, mais importante do que muitos postos no Governo.

Onde outros viam problemas, ele via oportunidades. “Ele adorava ser presidente”, lembrou o historiador Arthur Schlesinger, que também integrou a administração Kennedy, como biógrafo oficial, apontando desta forma um dos ingredientes do sucesso deste mandato.

Ficaram para a história muitas frases que Kennedy proferiu nos seus discursos. Eis algumas: “Não perguntem ao vosso país o que poderá fazer por vós, perguntem a vós próprios o que podereis fazer pelo vosso país”; “Se uma sociedade livre não consegue ajudar os seus inúmeros pobres não conseguirá sal-var os seus raros ricos”; “Nunca negociemos por medo -- mas nunca tenhamos medo de negociar”; “A vitória tem muitos pais, mas a derrota é órfã”; “Decidimos ir à Lua nesta década não porque seja fácil mas porque é difícil”; “A corrida ao armamento deve ser extinta antes que nos extinga a nós”; “Apoia-mos qualquer amigo e enfrentamos qualquer inimigo para assegurar a sobrevivência e o êxito da liberdade”; “Não procuremos a res-posta republicana ou a resposta democrata, mas a resposta certa”.

Hoje olhamos para a presidência Kenne-dy e parece-nos, como acentua Barnes, “um período quase idílico” de paz e prosperida-de. É sempre assim: só a passagem do tempo presta verdadeira justiça aos políticos, sepa-rando os estadistas dos restantes. Kennedy foi um estadista: já ninguém duvida disso.

Kennedy tinha uma sólida cultura e um dos mais fascinantes percursos biográficos de que há memória entre os inquilinos da Casa Branca.

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I Com o riquíssimo orçamento regional pre-visivelmente a rebentar pelas costuras, este tipo de engenharias económicas adoptado pela RAEM dispara sem cessar. Assim sendo, todos os cuidados são poucos para não cairmos em múltiplos becos sem saída. Quando se sobe vertiginosamente, é enorme o risco de queda abrupta.

Muitos não apreciam - as razões são várias e quase todas serão válidas - mas a população de Macau irá não só crescer como aumentar o ritmo de crescimento. Francis Tam, o secretário para a Economia e Finanças, apresenta como solução, já para os próximos anos, o aumento de 10% de população activa. Vamos mesmo ser muitos mais dentro em pouco. Como caberemos aqui - apesar da multiplicação de aterros, isto ainda não é a Austrália -, que condições de vida terão as comunidades e como serão geridos os recursos humanos, isso serão outras histórias para os que estiverem cá irem contando.

A tacanhez como alguns observam a importação de mão de obra chega a ser inacreditável. Menciona-se com frequência, e é flagrante, a enormíssima falta de traba-lhadores especializados nos mais diversos sectores de actividade. Sabe-se bem as graves lacunas nesta matéria herdadas da administração portuguesa que, apesar das dificuldades antigas, podia ter feito muito mais no campo do desenvolvimento inte-lectual e profissional (e também político) da população local. Acontece que há 12 anos, nesta matéria, deixou o que se sabe. Não se justificam receios pela vinda de competências, desde que realmente sejam competentes e não aprendizes de feitiçarias e artimanhas.

Já agora, seria positivo que aparecesse alguém, com autoridade formal, a explicar muito bem a interpretação oficial da Lei de Contratação de não residentes. Ou a interpretação é conforme...

II Foi confortante saber que vários deputados defenderam, na AL, o ensino e a qualidade do ensino da língua portuguesa em Macau. O secretário para os Assuntos Sociais e

TERÇA-FEIRA 6.12.2011

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à f l o r da pe leHelder Fernando

Ciclone É sempre mais fácil cortaruma árvore do que fazê-la crescer!Por Fernando

Agora que não possui formais responsabilidades políticas, a antiga presidente da AL apresenta-se como uma crítica atenta às medidas governamentais. Quando eu for grande e deixar de exercer funções de relevo também quero ter um blog cheio de críticas aos que exercem funções de relevo.

Defesa Da língua

Cultura também. Um deputado até excla-mou que fazem falta debates realizados em língua portuguesa! Esta, registo com todo o carinho. Tal como a sugestão de outro deputado chinês no sentido de ser introduzido o ensino da língua portuguesa em mais estabelecimentos de ensino. O deputado luso-descendente Leonel Alves contextualizou esta questão do ensino da língua e do bilinguismo, interrogando sobre o grau de eficiência do ensino luso-chinês; confirmando a existência de um número razoável de escolas leccionando português, o deputado interroga se este andará a ser bem recebido, uma vez que, segundo ele, existem muitas desistências e falta de in-teresse dos alunos locais na aprendizagem das línguas oficiais da região, dado que a maioria dos frequentadores dos cursos de tradução e interpretação chinês-português são oriundos da China continental.

III Continuam a baralhar-se os dados sobre a classe média, qual é, o que é, e quantos são - os médios ou os medianos? O econo-mista Albano Martins bem tenta explicar publicamente, nomeadamente através dos

seus pedagógicos textos no JTM e em vá-rias entrevistas, mas as cabeças por vezes parecem duras.

Estupefacto parece estar um dirigente associativo local que, em entrevista ao JTM, chega a dizer que as Linhas de Acção do Governo para o próximo ano financeiro pouco dizem, daí a população ter ficado algo satisfeita apenas por ter visto confirmada a continuação dos subsídios.

Em 2013 haverá eleições para a Assem-bleia Legislativa (e no seguinte um colégio eleitoral dirá quem será o próximo Chefe do Executivo), por certo ainda sem as tais reformas políticas. Conclui o já menciona-do dirigente da Associação da Aliança de Povo de Instituição de Macau (?), Chan Tak Seng, que irão aparecer muitas caras novas. Espera-se que com novas ideias. Agora que não possui formais responsa-bilidades políticas, a antiga presidente da AL apresenta-se como uma crítica atenta às medidas governamentais. Desta vez foram as LAG 2012, em 2013 calcula-se que também. Falta de visão oficial a longo prazo, diz a senhora no seu blog. Quando eu for grande e deixar de exercer funções de relevo também quero ter um blog cheio

de críticas aos que exercem funções de relevo. Se alguém estranhar, desculpo-me com o fácil “mais vale tarde do que nunca”.

IVAtenção senhoras e senhores decisores da Festa da Lusofonia: A província de Shenzhen há uns tempos que está de atalaia! Fazem bem e sabem bem porquê. Caso venha a existir competição, o facto só beneficiará a Festa da Lusofonia em Macau, que bem precisa de ser repensada, como repetidamente tem sido afirmado. A concorrência pode ser muito salutar, pelo menos mais salutar do que as exclusividades monopolistas (não somente na organização de festas lusófonas, mas também em outras áreas), sem qualquer sentido nos dias de hoje e ainda menos nesta região erguida à custa de desafios, rivalidades, competições, interesses diferencia-dos em Macau e com regiões vizinhas.

V Quando se tem, a coisa mais fácil da vida é gastar dinheiro. Em cash ou por cartão. Um dia destes agoniei-me ao reparar na forma sôfrega como duas pessoas despachavam notas e car-tões de crédito, nitidamente sem perceberem a dimensão do que estavam fazendo, como se fosse pela última vez. Mas, no caso, devia ser a primeira, ainda estava tudo muito fresco... Foi quando me lembrei daquela antiga canção do Chico Buarque, “Construção”. Deixo ao meu leitor a parte final:

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir, Deus lhe pague Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair...

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Nuno G. Pereira; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros; Vanessa Amaro Colunistas Arnaldo Gonçalves; Carlos M. Cordeiro; Boi Luxo; Correia Marques; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

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TERÇA-FEIRA 6.12.2011www.hojemacau.com.mo

HONG KONG 22 DETIDOS POR FRAUDE NAS ELEIÇÕES A Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong (ICAC) deteve 22 pessoas por fraude eleitoral, no âmbito das eleições para os conselhos distritais, que decorreram em Novembro, anunciou o Governo em comunicado. Os suspeitos - 13 homens e 9 mulheres com idades compreendidas entre os 21 e os 57 anos -, todos eleitores registados, foram detidos na sequência de uma operação levada a cabo pelo organismo, indica o mesmo comunicado. Seis dos suspeitos - três homens e três mulheres entre 21 e 45 anos - foram acusados no domingo, devendo ter sido presentes a um tribunal ontem, enfrentando a acusação pela prática de corrupção nas eleições. De acordo com um comunicado divulgado pelo Governo, os suspeitos acusados prestaram falsas informações aos elementos da comissão eleitoral. Uma análise às cópias dos registos confirma que 20 dos 22 suspeitos votaram nas eleições para os conselhos distritais.

VIETNAME 42 MILMORTOS NO PÓS-GUERRAO primeiro-ministro vietnamita disse que mais de 42 mil pessoas morreram na sequência de bombas, minas e munições deixadas no país após a Guerra do Vietname e que continuam a registar-se mortes 36 anos depois do fim do conflito. Nguyen Tan Dung referiu numa conferência de doadores que outras 62 mil pessoas ficaram feridas em explosões acidentais. Por sua vez, o embaixador americano, David Shear, afirmou na mesma conferência que os EUA contribuíram com 62 milhões de dólares para ajudar o Vietname a lidar com este “legado doloroso”. O fundo americano dos veteranos do Vietname estima que mais de 350 mil toneladas de minas e explosivos permanecem enterrados um pouco por todo o país.

COREIAS SUL DÁ AJUDADE 41 MILHÕESA Coreia do Sul vai oferecer uma ajuda de cerca de 41 milhões de patacas à Coreia do Norte através da UNICEF, para comprar medicamentos para mulheres e crianças, anunciou o governo de Seul. Esta decisão está “de acordo com a nossa posição de que a ajuda humanitária para os mais vulneráveis deve ser mantida, independentemente do contexto político”, afirmou o ministério sul-coreano da Unificação, encarregado dos assuntos inter-coreanos. Esta será a primeira ajuda através da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) desde 2009.

MORREU JORNALISTAJOSÉ MENSURADOO antigo jornalista da RTP José Mensurado, de 80 anos, faleceu “de morte natural”, disse à Lusa um familiar. A data do funeral não está ainda marcada. José Mensurado trabalhou na RTP durante 39 anos, onde “fez de um todo o pouco”, segundo a estação pública. Ao longo de quase quarenta anos, Mensurado foi chefe de redacção, chefe do Telejornal, moderou inúmeros programas de informação, foi responsável pelo aparecimento do Cena Aberta e Riso e Ritmo e conduziu em directo a histórica emissão da chegada do homem à lua, numa maratona que durou 18 horas. A última entrevista de José Mensurado foi no programa “Há conversa” na RTP Memória.

JAPÃO ACIDENTECOM OITO FERRARISE UM LAMBORGHINIA polícia japonesa investiga um acidente de trânsito na zona oeste do país que envolveu 14 carros de luxo, entre eles oito Ferraris, um Lamborghini e três Mercedes e que provocou 10 feridos ligeiros. De acordo com a cadeia de televisão NHK, o acidente aconteceu no domingo, numa autoestrada da província de Yamaguchi quando o primeiro de um grupo de duas dezenas de carros de luxo que viajavam em “comboio” embateu no separador central. Os condutores que seguiam no veículo tentaram, sem êxito, evitar o choque pelo que os veículos acabaram por chocar em cadeia.

TAILÂNDIA GOVERNO AMNISTIA 26 MIL PRESOS Um total de 26 mil presos beneficiaram de uma amnistia aprovada pelo Governo da Tailândia, por ocasião das celebrações do aniversário do monarca, Bumibhol Adulyadej, que no domingo cumpriu 84 anos. Os primeiros 12 mil réus serão libertados na próxima quinta-feira, enquanto os restantes serão libertados gradualmente, indicou o director geral dos Departamento de Prisões, o coronel Suchart Wongananta-chai. No mês passado, o Executivo assegurou que o perdão não incluiria Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro no exílio a quem a amnistia beneficiava por não conter nenhuma excepção contra pessoas que não tinham iniciado o cumprimento da pena. O Governo, dirigido por Yingluck Shinawatra, irmã mais nova de Thaksin, continua a desenvolver esforços para conseguir o regresso do antigo governante à Tailândia.

Jornal chinês denuncia interesses Ocidentais

Democracia é “esquema” UM jornal chinês classifi-

cou a promoção mundial da democracia como “um esquema” dos países oci-

dentais para “expandirem os seus interesses ocultos” e reafirmou que as “necessárias” reformas políticas da China não visam “agradar ao Ocidente”.

“O Ocidente não quer, verdadei-ramente, promover a democracia no mundo. O esquema (do Ocidente) é expandir os seus interesses escondi-

dos por trás desse processo”, disse o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

Num editorial intitulado “A Democracia Russa suscita pouco aplauso”, o Global Times argumen-ta que “a não ser que abandone questões com que está fortemente comprometida, a China nunca será popular no Ocidente”. “A reforma democrática não nos trará o respeito

do Ocidente. Isso é uma lição que aprendemos com a Rússia”, diz o jornal.

O Global Times reafirma que a China “deve evitar seguir ce-gamente o caminho do Ocidente, mas também não deve rejeitar o seu conselho”. “A China também necessita de democracia, mas as nossas reformas são para resolver difíceis questões que perturbam o nosso país. Não estamos a fazer isso para agradar ao Ocidente”.

A VISITA DE HILLARY

Virginia [email protected]

OS agentes da Polícia Judiciária (PJ) são acusados de tratarem com má atitude as testemunhas ao

gravarem os seus depoimentos. A queixa apareceu na Internet, mais precisamente no CTM Forum (http://forum.cyberctm.com/forum/viewthread.php?tid=10325437&extra=page%3D1), num comentário de um utilizador identificado como Gipson.

Afirmando-se como testemunha de um processo, Gipson conta a sua experiência pessoal, em que terá sido tratado de forma rude por um agente da PJ, como se se tratasse de um suspeito. Outro inter-veniente no fórum – annie284851284 – comentou o “post” inicial de Gipson com uma corroborativa crítica em que apelida os agentes da PJ de “gan-gsters licenciados”.

No caso referido, Gipson conta ter-se queixado à PJ de que um homem da China Continental estava a tentar fazer uma compra com um cartão de crédito falso, avançando ainda que o suspeito teria inclusive sido detido. Gipson terá então sido chamado a prestar

declarações na qualidade de testemunha, para registo e posteriormente em tribunal. De forma “malcriada e com uma má atitude”, “como se fosse o suspeito”, foi como terá sido recebido por um agente da PJ. O internauta reclama que, estando a “colaborar na in-vestigação”, esperava ser tratado com mais respeito. Antes de tratarem da sua condição física, os agentes das forças de segurança deviam ter uma aulas de boa educação, sugeriu.

Por outro lado, nalgumas respostas à mensagem inicial, alguns outros utilizadores do fórum saíram em defesa dos agentes da PJ, alegando alguns terem sido bem tratados em semelhantes circunstâncias, com agentes a darem pacientemente conselhos de como evitar roubos.

“A PJ tem sempre dado importância à maneira como os seus agentes conduzem os casos”, afirmou Chiang, coordenadora de relações públicas e comunicação da PJ, em declarações ao Hoje Macau. “Se os residentes têm quaisquer reclamações em relação ao desempe-nho da PJ, convidamo-los a apresentarem-nos queixa pública através de email, por telefone ou carta, para tratar desses assuntos.”

por Steffcar toon

PJ ACUSADA DE MÁ ATITUDE DURANTE RECOLHA DE DEPOIMENTOS

Rol de queixas na internet