HOLISMO E EVOLUÇÃO de Jan Smuts
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![Page 1: HOLISMO E EVOLUÇÃO de Jan Smuts](https://reader035.fdocumentos.com/reader035/viewer/2022081719/557202b74979599169a3fa8d/html5/thumbnails/1.jpg)
HOLISMO E EVOLUÇÃO
Princípios básicos, segundo Jan Smuts (pai do termo holismo):
A continuidade evolutiva entre matéria,
vida e mente:
O paradigma mecanicista concebe matéria,
vida e mente como entidades
completamente separadas.
Smuts considera as três como séries mais ou
menos interligadas e progressivas do
mesmo grande processo.
A matéria detém o potencial da vida e da
mente, não sendo portanto a “velha”
matéria dos materialistas físicos.
Crítica do conceito tradicional de matéria
inerte:
A matéria não é inerte e passiva.
O espaço-tempo curvo e o perpétuo
movimento rotacional e gravitacional do
universo eliminam as velhas ideias que
atribuíam um caráter homogêneo (e
absoluto) ao espaço e ao tempo.
O caráter estrutural da matéria indica que
ela também é criativa de formas, arranjos e
padrões.
Holismo e vida:
O conjunto não é a mera soma de suas
partes. Existe um fator regulador central
que confere propósito ao funcionamento
efetivo das partes. Este fator é estruturante
tanto da matéria orgânica como inorgânica.
Holismo é o termo forjado para definir este
fator operativo fundamental.
A síntese afeta e determina as partes, de tal
modo que funcionam para o todo. O todo e
suas partes se influenciam e se determinam
reciprocamente.
Crítica do mecanicismo e sua integração no
holismo:
A explicação da natureza não pode ser pois
puramente mecânica; o processo de síntese
criativa constante leva a conjuntos ou
configurações altamente dinâmicos. O
universo não é uma coleção de acidentes
reunidos externamente, mas é sintético,
estrutural, ativo, vital e crescentemente
criativo.
O mecanicismo diminui à medida que se
desenvolve o holismo (a + b = x).
A integração holística da mente:
A mente subjetiva individual é apenas um
aspecto da mente, sendo o outro aspecto
universal. A mente é tão velha quanto a
própria vida.
Os aspectos individuais e universais da
mente se enriquecem e se frutificam
mutuamente, o que, no nível da
personalidade humana, resulta na criação
de um novo mundo de liberdade espiritual.
A mente é de natureza imaterial/espiritual.
A personalidade como ponto culminante
da evolução:
A personalidade é o ponto mais alto da
evolução. O holismo é o agente criador do
conjunto mente-corpo.
O holismo se manifesta sob forma de
individualidade. A qualidade de cada pessoa
humana é única e absolutamente individual.
O objetivo da personalidade é a auto-
realização, no sentido de uma ordem
holística universal.
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a) A continuidade entre matéria, vida e mente é confirmada pelas novas descobertas da
Ciência. O elo é o conceito de energia; a evolução é o fato da transformação da
energia.
b) Do ponto de vista de tradições espirituais, a descrição de Smuts é forçosamente
incompleta e só mostra uma parte do processo de transformação. Segundo a tradição
hinduísta, o processo cósmico se efetua através de ciclos, numa constante repetição
que vai da emanação do Absoluto Brahman (Brahma) à conservação (Vishnu) e por fim
à destruição ou reabsorção (Shiva) no Absoluto Brahman.
WEIL, Pierre. O novo paradigma holístico. In: BRANDÃO, CREMA (orgs). O Novo Paradigma
Holístico: ciência, filosofia, arte e mística. São Paulo: Summus, 1991. p. 14-38
Holismo universal como resposta à
questão teológica:
O motivo da vida é a própria vida.
O Todo não conhece outra finalidade além
ou fora dele mesmo. O objeto do
movimento holístico é simplesmente o
Todo.
O emergir e o auto-aperfeiçoamento de
totalidades na Totalidade é o processo lento
mas sem falhas e a finalidade deste
universo Holístico.
O holismo é “a atividade última do universo,
sintética, ordenadora, organizadora e
reguladora, que explica todos os
agrupamentos e sínteses naturais que nele
existem, desde o átomo e as estruturas
físico-químicas até a personalidade
humana, passando pela célula, pelos
organismos e pela mente dos animais”. O
caráter de unidade ou totalidade sintética
que tudo permeia leva a um conceito de
holismo como a atividade fundamental
subjacente e coordenando todas as outras,
num universo holístico.