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www.pucrs.br/pucinformacao Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIV – Nº 106 – Setembro-Outubro/2001 Hospital São Lucas: 25 anos de compromisso com a saúde e o conhecimento Hospital São Lucas: 25 anos de compromisso com a saúde e o conhecimento

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www.pucrs.br/pucinformacaoPublicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIV – Nº 106 – Setembro-Outubro/2001

Hospital São Lucas:25 anos de compromissocom a saúde e oconhecimento

Hospital São Lucas:25 anos de compromissocom a saúde e oconhecimento

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PUCRS Expe

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Giuseppe Pittau é Doutor Honoris Causa

O diretor do Instituto de Geriatria eGerontologia (IGG) da PUCRS, Yukio Mo-

riguchi, é afiliado do Instituto dosIrmãos Maristas, título outorgadopelo Superior-Geral, Ir. Benito Ar-

bués. A entrega do diploma ocorreráem data a ser definida. Reconhecido

pela contribuição médica a serviçoda longevidade, Moriguchi, de na-cionalidade japonesa, começou aatuar na Universidade como pro-

fessor titular da disciplina deGeriatria em 1971, um ano de-

O secretário da Sagrada Congregação paraa Educação Católica no Vaticano, arcebispojesuíta Dom Giuseppe Pittau, recebeu o títulode Doutor Honoris Causa pela PUCRS. A dis-tinção veio em reconhecimento de seus méri-tos pela contribuição no campo da educaçãosuperior católica no mundo e em manifesta-ção de apreço à Santa Sé. Em cerimônia ofici-al com a presença do Conselho Universitário,Dom Pittau foi saudado pelo Pró-Reitor dePesquisa e Pós-Graduação, Urbano Zilles.

Nascido em Cagliari, na Itália, Dom Pittauingressou na congregação jesuítica em 1945.Estudou no seu país, na Espanha e no Japão,onde foi reitor da Universidade de Sophia.Ocupou o mesmo cargo na Pontifícia Univer-sidade Gregoriana (Roma) e foi nomeado se-cretário da Sagrada Congregação para a Edu-cação Católica há três anos.

Na atual função, atende a 945 universidadese escolas superiores católicas em vários países.“No Brasil, essas instituições são fortes, criati-vas e respondem às necessidades do povo”, opi-nou Dom Pittau, pouco antes da homenagem.Ele ficou bem impressionado com a PUCRS: “Co-nheci programas fortes e abertos ao social. Co-movi-me com o Museu de Ciências e Tecnologia,

que leva o jovem a criar e a amar a ciência”.O arcebispo também destacou a importância

de as universidades católicas se preocuparemem manter, ao mesmo tempo, pesquisas avança-das e a identidade católica. Os discursos proferi-dos durante a concessão do título foram publi-cados em livreto pelaEdipucrs.

Moriguchi recebe título de Afiliadopois de inaugurada a Faculdade de Medicina.Desde o início, havia o projeto de criar o IGG.Concretizado em 1975, o Instituto formou maisde cem médicos especialistas que atuam emhospitais e centros universitários do Brasil e de20 países latino-americanos.

Moriguchi é descendente da mais antigalinhagem católica do Japão. Na época das per-seguições, depois da evangelização de SãoFrancisco Xavier e de outros missionários, pou-cos núcleos subsistiram. Os antepassados deMoriguchi formaram o grupo de resistência por250 anos. Homem de fé e caridade, comungadiariamente e, entre as suas ações de carida-de, atende pessoas carentes em consultas numasala da Igreja Nossa Senhora da Paz.

Arcebispojesuíta atuano Vaticano

Pelo

Cam

pus

Contribuição médica,fé e caridade

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Pelo Campus

De 3 a 6 de outubro, a PUCRS recepcionará perso-nalidades de todo o mundo para discutir a relaçãodas fundações com o governo e o mercado. Durante o4º Encontro Internacional de Fundações – Terceiro Se-tor, organizado pela Fundação Irmão José Otão (Fijo)ocorre paralelamente a 4ª Assembléia Geral Anual daConfederação Ibero-Americana de Fundações e a Reu-nião da Associação Nacional de Procuradores e Promo-tores de Justiça de Fundações e Entidades de Interes-se Social. Na ocasião também será lançado o progra-ma PUCRS Colméia Voluntária.

Entre os convidados para o evento, personalidadescomo o vice-presidente da República, Marco Maciel, os

A PUCRS inaugurou, em 27 de agosto, a nova sededa Faculdade de Administração, Contabilidade e Econo-mia (Face), durante cerimônia presidida pelo ReitorNorberto Rauch. O prédio 50 tem 23.400m² de infra-estrutura inovadora, sistemas inteligentes e ambientesclimatizados divididos em 12 andares acessíveis por es-cada rolante (até o terceiro andar) e por elevador. Ou-tros destaques são os recursos disponíveis para defici-entes físicos, como rampas e banheiros adaptados e oprojeto de economia de energia que, por meio de senso-res de presença nas 102 salas de aula, desliga as luzesautomaticamente.

A Face dispõe de cinco laboratórios de informática edois auditórios, além de serviços como bar e xerox. So-mam-se a isso recursos multimeios, que permitem criarnovas metodologias de ensino. Atualmente, a estrutura éutilizada somente pela Face e seus cursos de pós gradua-ção. O projeto prevê reserva de espaço para abrigar outrasfaculdades nos turnos da manhã e da tarde.

PUCRS sedia encontro internacional de fundaçõesministros Francisco Dornelles, do Trabalho, e Paulo Re-nato de Souza, da Educação, o coordenador do Progra-ma das Nações Unidas de Voluntariado para a AméricaLatina, Caribe e Países Árabes, Douglas Evangelista, eAdela Cortina, uma das maiores expoentes na área deética na Europa. A abordagem de diferentes temas,como comunicação, governabilidade, responsabilidadesocial e ética, permitirá a análise dos efeitos da intera-ção dos três setores da sociedade. A programação éformada por conferências, mesas-redondas e painéis.Interessados em participar devem se inscrever até o dia30 de setembro na Fijo, Av. Ipiranga, 6681, prédio 1,telefones (51) 3339-1692 e 3336-5857.

Nova sede da Faculdade de Administração,Contablilidade e Economia

No dia 5 de setembro, Dom Altamiro Rossa-to foi agraciado com o título de ChancelerEmérito da PUCRS. A distinção representaum reconhecimento à dedicação com queexerceu o cargo, de 1993 a fevereiro desteano. O retrato de Dom Altamiro foi des-cerrado na galeria de chanceleres da Rei-toria, junto aos quadros de Dom VicenteScherer e Dom Cláudio Colling.

Em 1971, ele começou a lecionar asdisciplinas de Antropologia Teológica, Esca-tologia e Mariologia no então Instituto de Teo-

Dom Altamiro recebe título de Chanceler Eméritologia e Ciências Religiosas da PUCRS. Perma-

neceu como professor até 1980, lecionan-do História da Teologia, Introdução à Teo-logia Patrística e Teologia dos Sacramen-tos. Natural de Santa Rosa, Dom Altami-ro integra a Congregação do SantíssimoRedentor. Bacharelou-se em Filosofia eTeologia pela Universidade de Santo To-más de Roma, na Itália. Fez mestrado

nas duas áreas na mesma instituição. Tam-bém especializou-se em Espiritualidade e

em Teologia Patrística.

Infra-estruturainovadora no prédio 50

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O Hospital São Lucas (HSL),inaugurado em 29 de outubrode 1976, representou o primei-ro empreendimento do Institu-to dos Irmãos Maristas na áreada saúde, no mundo. Criadopara ser hospital-escola da Fa-culdade de Medicina, constitui-se em campo de estágio paracursos de graduação e pós-gra-duação da PUCRS, mantendoatualmente a maior residência

médica privada do país, com 26 programas. A realiza-ção simultânea dos atos de cuidar, educar e pesquisarvem caracterizando o crescimento do Hospital SãoLucas nestes 25 anos.

Construído na gestão do Reitor Ir. José Otão, oprojeto envolveu pessoas que, um quarto de séculodepois, ainda testemunham sua evolução. Tudo co-meçou em 1971, quando o engenheiro Vitor Führ-meister e o arquiteto Alfredo Porto Alegre iniciaram oestudo do programa de necessidades e da composiçãodo plano diretor. Os dois fizeram parte da comissãoinstituída mais tarde, incluindo os médicos João Satt,João Pedro Marques Pereira, José João Menezes Mar-tins, Henrique Sarmento Barata, Jorge Pereira Lima eos religiosos Irmão Valério e Irmã Neli. O atual Rei-tor, Ir. Norberto Rauch, então diretor do Instituto deFísica, participou ativamente, buscando no Brasil eno exterior equipamentos mais modernos para com-por os recursos tecnológicos do HSL.

“Tínhamos o objetivo de montar um hospital queacompanhasse a evolução da Medicina. Foi fácil adap-tá-lo e transformá-lo no que é hoje”, contaMenezes, 68 anos. “Com economia e flexi-bilidade, foram construídos os primeiros 40mil m², que atendiam a qualquer programade necessidades”, lembra o arquiteto Hen-rique Rocha, 48, desenhista da obra quan-do estudante e hoje supervisor da Divisãode Obras da Universidade.

Entre os 50 funcionários contratados nafase inicial está Adão Guedes, 56, um dosencarregados da manutenção. “Naquele tem-po, a gente fazia de tudo, da limpeza àrecepção”, recorda. Ele acompanhou a con-clusão da primeira etapa, quando foramconstruídos os ambulatórios, em 1973, logodisponibilizados para a assistência e o en-sino. Esse espaço foi recentemente remo-

Missão do HSL: cuidar,educar e pesquisar

delado, possibilitando a integração física e funcionalde recursos diagnósticos e serviços assistenciais natentativa de abreviar ou evitar a internação.

Em 1977, foi antecipada a inauguração da unida-de de internação, por solicitação do secretário daSaúde, Jair Soares, devido ao aumento de casos dedesidratação infantil em Porto Alegre. Recém-formadaem Enfermagem, Neida dos Santos, 51, integrou onovo grupo de trabalho. “Éramos idealistas e dedica-dos. O Ir. Otão passava a idéia de que fazíamos algoimportante”, relembra. Na posição de supervisora-ge-ral de Enfermagem, Neida acredita que a valorizaçãodo funcionário é essencial para a qualificação da as-sistência: “Se ele recebe, consegue dar carinho e aten-ção. Incentivamos que a equipe de Enfermagem nãose restrinja a cumprir a prescrição”.

Buscando potencializar a dimensão humana pre-sente em todo o ato de assistência à saúde, o HSLdesenvolve o Programa de Humanização, recentemen-te inserido no Programa Nacional de Humanização daAssistência Hospitalar do Ministério da Saúde. No pro-grama estão engajadas as várias iniciativas voltadas aesse propósito: Serviço de Pastoral, Associação dasVoluntárias da Mama da Fundação Irmão José Otão/HSL, Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e doAdolescente e Cuidados Hospitalares, Serviço Social eGerenciamento da Qualidade de Vida no Trabalho, quepromove ações voltadas aos colaboradores do HSL.

O desenvolvimento de pesquisas se iniciou a par-tir da criação do Instituto de Geriatria e Gerontologia(IGG), em 1973, por intercâmbio entre os governosdo Japão e do Brasil. A disciplina de Geriatria foiintroduzida de forma pioneira no país em currículos

por ANA PAULA ACAUANCa

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O prédio do HSL, sendo finalizado, em 1976

Foto: Arquivo HSL

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de Medicina. O Instituto se dedica à formação e aoestudo de doenças crônico-degenerativas ligadas aoenvelhecimento. Localizado também no HSL, em 1997foi criado o Instituto de Pesquisas Biomédicas, medi-ante convênio da Universidade com o governo doEstado, empreendendo um trabalho de ponta ao agre-gar laboratórios especializados.

Em abril de 1977, começou o pronto-atendimen-to. E no início da década de 90 entrou em funciona-mento o PRONTOPUC, com atendimento ininterruptoa pacientes nas mais diferentes situações de gravida-de. Apoiado pelas Unidades de Cuidados Especiais,recebe 11 mil pacientes por mês. Tais unidades dis-põem de recursos tecnológicos e humanos para oatendimento de urgência/emergência dificilmente en-contrados em hospitais brasileiros.

No dia 29 de março de 1978, às 8h25min, nasceu aprimeira criança no HSL, inaugurando o Centro Obstétri-co. Cirurgias como transplante de rim, em 1978, e inter-venção cardíaca, em 1980, estabeleceram as bases parao atual Centro Cirúrgico, estruturado para a realizaçãode qualquer tipo de operação. Além de acompanhar osavanços em termos de equipamentos e especializaçãode profissionais, a área de anestesia conta com modernatecnologia, proporcionando maior segurança no acom-panhamento dos pacientes durante a cirurgia.

A GRANDIOSIDADE EM NÚMEROS

Trabalho contínuo: humanizar a assistência

CDI realiza cerca de 30 mil exames por mês

Pacientes do SUS representam70% dos atendimentos

Área: 55 mil metros quadrados

Leitos: 539

Funcionários: 2.337

Residentes em treinamento com bolsasoferecidas pelo HSL: 170 (2000)

Projetos de pesquisa encaminhados: 182 (2000)

Alunos em estágio: 869

Especialidades: 64

Consultas: 287 mil por ano (2000)

Internações: 27.474 por ano (2000)

Cirurgias: 18.663 por ano (2000)

Partos: 3.566 por ano (2000)

CDI: 5,5 mil metros quadrados, 246 profissionais,27.941 mil exames por mês

Vagas: 70% SUS e 30% particular e convênios

Foto: Henrique Amaral

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No dia 29 de outubro de 1976 foi inaugurado oHospital Universitário da PUCRS, com a presença dopresidente da República, Ernesto Geisel, ministro da

LEMBRANÇAS DA INAUGURAÇÃOSaúde, governador do Estado e secretário da Saúde,entre outras autoridades. O cardeal Vicente Scherer,Chanceler da Universidade, e o Reitor Ir. José Otãorecepcionaram os convidados. O funcionário AdãoGuedes, um dos encarregados da manutenção, guardaainda hoje a credencial distribuída para estar nomesmo ambiente do presidente. “Impressionei-me como grande número de agentes de segurança que oacompanhavam”, recorda. No ano da inauguração, oHospital contava com 120 médicos e realizou 11.594consultas, 20.161 reconsultas e 3.858 exames.

“Nos anos seguintes nos tornamos um hospitalauto-suficiente, com todas as especialidades médicas,serviços de diagnóstico e tratamento existentes naépoca”, enfatiza o médico José João Menezes Martins.Em 1982, por razões jurídicas e caracterizando, alémda missão de ensino, a de assistência voltada àcomunidade, houve a alteração da razão social deHospital Universitário para Hospital São Lucas daPUCRS. A denominação homenageia o apóstolo,evangelista e padroeiro da classe médica, que exerceua profissão e foi artista plástico.

O tomógrafo computadorizado e a ultra-sonogra-fia são equipamentos de ponta utilizados a partir de1979. O ano em que Carmen Ferrari, 56 anos, coor-denadora da Assessoria de Custos e Informações Ge-renciais, ingressou no HSL. “Surpreendi-me ao en-contrar um hospital novo, organizado e com recur-sos de última geração”, conta. Hoje a tecnologia setornou mais sofisticada, auxiliando o especialista aencontrar alternativas para a escolha do tratamentocorreto. O Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI)tem uma infra-estrutura que traz maior conforto,rapidez e segurança na realização de 30 mil examespor mês. O CDI conta com aparelhos de última gera-ção, entre os quais o de ressonância magnética, quefornece imagens de altíssima precisão, permitindo aavaliação dinâmica de algumas estruturas como aor-ta, coração e vasos cranianos.

Desde a inauguração, havia o projeto de construirno HSL consultórios para que os médicos pudessemexercer as suas atividades de assistência e ensinonum mesmo espaço. A expectativa tornou-se realiddeem 1988, com a conclusão das obras do prédio ane-xo, destinado ao Centro Clínico.

O Hospital São Lucas, criado devido à Faculdade deMedicina, nos últimos anos é também importante cam-po de estágio das Faculdades de Administração/Conta-bilidade/Economia, Comunicação Social, Educação, Edu-cação Física, Enfermagem/Fisioterapia, Engenharia, Far-mácia, Física, Letras, Odontologia, Psicologia e ServiçoSocial. “O atual modelo de gestão vem priorizando a

viabilização de condições adequadas para que o ensinoe a pesquisa possam beneficiar-se da organização daassistência e, simultaneamente, qualificá-la”, salientaLeomar Bammann, diretor-geral do HSL.

A metodologia utilizada serve de modelo a institui-ções de saúde do Rio Grande do Sul e do país, sendo abase do curso de especialização a distância de Gestãoem Saúde – Ênfase Hospitalar. Neste ano, medianteparceria com a Secretaria Estadual da Saúde, as aulassão oferecidas, via PUCRS Virtual, a mais de 70 gesto-res em 35 municípios do Estado. Também o HSL, comoum dos centros colaboradores do Ministério da Saúde,orienta dois hospitais de Manaus, no Amazonas.

Ao comemorar 25 anos, o Hospital São Lucas daPUCRS consolida as suas três linhas de atuação. In-veste no desenvolvimento da assistência, do ensinoe da pesquisa mediante a adoção de estratégias defortalecimento interativo que apóiam a atuação dasunidades da Universidade e de outros setores noâmbito do HSL.

Centro Clínico: assistência e ensino no mesmo local

Capa

Ir. Otão (ao microfone) e autoridades na solenidade

Foto: Arquivo HSL

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Universidade Aberta

Cursar disciplinas isoladas de graduação para com-plementar os conhecimentos é a proposta do PUCRS-plus. Criado em agosto de 2000, o programa apresentanovas oportunidades na sua terceira edição. De acordocom a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a Univer-sidade passa a oferecer cursos de extensão e cursosseqüenciais de complementação de estudos com desti-nação individual. Nas duas modalidades o aluno matri-cula-se e freqüenta as aulas com os outros acadêmicosdo currículo convencional, respeitando os mesmos ho-rários e cronograma.

A diferença entre as duas opções está na possibili-dade de aproveitamento das disciplinas em cursos denível superior. Na opção seqüencial com destinaçãoindividual, o estudante realiza provas e trabalhos e, aofinal, recebe uma nota. Este grau permite que a cadeiracursada seja aproveitada posteriormente. A modalidadeé aplicada somente à graduação, para quem está nafaculdade ou já a concluiu.

No PUCRSplus Extensão, o estudante recebe certifi-cado de extensão universitária e comprovante de fre-qüência, mas não há avaliação. Da mesma forma queno seqüencial, pode ser feito por universitários ouformados. Para a modalidade de extensão, são ofereci-das disciplinas de pós-graduação, que têm como pré-requisito diploma de formação superior.

A seleção dos candidatos ocorre de acordo com aordem de inscrição e o limite de disciplinas é definidopelos departamentos. Os interessados com mais de 60anos integram a categoria Sênior e recebem descontode 20% no valor. No ato da matrícula, as unidadesacadêmicas orientam e avaliam as condições quanto àcoerência do pedido e às vagas existentes. Os graduan-dos têm a restrição de não poderem fazer disciplinasdo seu curso.

Pesquisadores da PUCRS e de outras universidades esta-rão expondo seus trabalhos durante o II Salão de IniciaçãoCientífica, em 24 e 25 de setembro, no Centro de Eventos,prédio 41. Promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, o evento busca promover a iniciação científicaentre os estudantes e incentivar futuros mestrandos e dou-torandos. Os projetos estarão à mostra em forma de pôster

Salão de iniciação científica reúne pesquisadorese os universitários ficarão à disposição para o esclareci-mento de dúvidas. A comissão julgadora, formada por doisprofessores de cada área, escolherá as pesquisas de desta-que do salão para serem apresentadas oralmente. Resumosdos trabalhos inscritos serão editados em CD-Rom e entre-gues aos participantes. Detalhes da programação podem serconferidos no site www.pucrs.br/prppg.

CURSOS DO PUCRSplus INFORMAÇÕESCampus Central: Pró-Reitoria de ExtensãoUniversitária, prédio 40, sala 201, telefone(51) 3320-3905, site www.pucrs.br e [email protected].

Campus II: Secretaria-Geral de Ingressoe Registro, BR 472 – Km 7, telefone(55) 413-1515 ou [email protected].

Campus CentralAdministração, Biociências, Ciências Aeronáuticas, CiênciasSociais, Contabilidade, Direito, Economia, Educação,Engenharia, Filosofia, Física, Geografia, História, Informática,Letras, Matemática, Química, Serviço Social e Teologia.

Campus II - UruguaianaAdministração, Ciências, Contabilidade, Direito, Filosofia,Informática e Letras.

Disciplinas para universitários ou formados

Cursos complementares sãoaproveitados na graduação

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HAMILTON PETRY DE SOUZAProfessor da Faculdade de Medicina

Os antibióticos estão entre os trêsmedicamentos mais prescritos em hospitaisde todo o mundo. Depois de um período deliberdade na utilização, pesquisas mostraramque o uso desenfreado não traz benefícios,pelo contrário, causa sérios riscos à saúde dapopulação. A sua aplicação em cirurgia foi otema da tese de doutorado Antibioticoterapiano trauma abdominal penetrante com lesãogastrintestinal: estudo comparativo entre doisesquemas terapêuticos, defendida porHamilton Petry de Souza na UniversidadeEstadual de Campinas. O autor, coordenadordo Departamento de Cirurgia da Faculdade deMedicina da PUCRS, concluiu que osantibióticos devem ser usados racionalmentee por pouco tempo.

Nos últimos 16 anos, Petry se dedica aoestudo do assunto. No doutorado realizouensaio clínico por amostragem com 80pacientes do Hospital de Pronto Socorro dePorto Alegre, vítimas de traumatismo (tiroou facada) no abdome com lesão do tratodigestivo, divididos em dois grupos de 40pessoas. No primeiro, administrou-se um sóantibiótico restrito à cirurgia e, nosegundo, uma associação de doisantibióticos por cinco dias.

A incidência de complicações infecciosasforam idênticas em ambos os casos,chegando-se à constatação de que o uso porcurto período é adequado. O esquema comum só antibiótico é defendido pelo professor.“Isso determina diminuição de custos, deefeitos colaterais e de desenvolvimentode resistência bacteriana”, explica Petry.

A obesidade pode ser considerada umproblema de saúde pública, atingindo cercade 40% da população brasileira de todas asfaixas etárias e classes sociais. O tema foiestudado por Flávia Felippe, autora daprimeira tese de doutorado do Programa dePós-Graduação em Serviço Social da PUCRS. Apesquisa O peso social da obesidade traz oolhar do assistente social, que tem comopapel propor estratégias políticas e sociais deproteção aos excluídos. “Sofre não apenasquem passa fome, mas também quem não saide casa ou é estigmatizado pelos outros. Aobesidade é uma doença e não é vista comotal”, avalia Flávia.

Para realizar o trabalho, a professoraentrevistou obesos em tratamento, ex-pacientes do Centro de Recuperação e Estudosda Obesidade, onde atua, e obesos de classepopular. Ao buscar o significado atribuído àrelação com o comer e a manutenção de umpeso saudável, Flávia percebeu aspectoscontraditórios, como prazer (qualidade devida, família, união à mesa, diversão, cultura)e sofrimento (compulsão, descontrole,consumo, medicamentos, fracasso).

A tese apresenta ainda uma análise dotratamento do assunto na mídia. O materialinterpretado mostra o “comércio” em torno dotema – com a propagação de fórmulas mágicaspara solucionar o problema – e veicula-se umpadrão de beleza estereotipado. As pessoasque conseguiram emagrecer apresentaram umaruptura em relação ao modelo estabelecido. “Épossível redirecionar o agir para si mesmo nabusca da liberdade de escolha e dapossibilidade de transformar o seu cotidiano”,conclui Flávia.

Antibióticosdevem ser usadoscom precaução

A obesidadecomo fatorde exclusão

FLÁVIAFELIPPE

Professora daFaculdade de

Serviço Social

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A dissertação Privatização dos serviços públicos,defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito daPUCRS, aborda o tema das privatizações, relacionando-o não apenas à transferência de patrimônios e serviçospúblicos, mas também como instrumento à satisfaçãodos anseios da coletividade. “O principal objetivo dasprivatizações não é a arrecadação de receitas, mas amelhoria dos serviços oferecidos”, acredita o autor dotrabalho, Luiz Paulo Germano.

Na época em que escolheu o tema, entre 1997 e1998, o professor atuava como assessor técnico doConselho Diretor do Programa de Reforma do Estado doRio Grande do Sul, desenvolvendo atividadesvinculadas à alienação da Companhia Riograndense deTelecomunicações e à divisão societária e àprivatização de empresas resultantes da CompanhiaEstadual de Energia Elétrica.

Segundo Germano, os processos de privatização nãopodem ser deflagrados sem um reposicionamento doEstado, pois implicam a transferência de determinadasresponsabilidades à iniciativa privada, vinculadas àprestação de serviços públicos, como telecomunicaçõese energia elétrica. “O sucesso dos empreendimentosestá vinculado à capacidade do poder público defiscalizar a iniciativa privada”, explica.

Uma das formas de cumprir essa função é oinvestimento em agências de regulação, definidas porele como entidades capazes, se bem estruturadas, deassegurar os direitos dos usuários. Como o processoé recente em alguns serviços no Brasil, Luiz PauloGermano acredita que apenas a médio prazo poderãoser alcançados resultados satisfatórios, embora hajaexemplos constatados de melhoria.

A coordenadora do Departamento de Turismo daPUCRS, Berenice Mércio Pereira, estudou nove ediçõesdo carnaval de Porto Alegre, entre 1974 e 1991,pensando o evento como um fenômeno semiológico. Adissertação Um olhar semiológico sobre o poder e omito nas relações invariantes entre o carnaval e oturismo analisa categorias como poder, mito,estereótipo, imaginário e cultura e identifica osfatores que produzem o sentido do carnaval noimaginário popular.

Na época que compreende a pesquisa, a EmpresaPorto-Alegrense de Turismo (Epatur) responsabilizava-se pelo evento e Berenice era a coordenadora. Elaavaliou os cartazes utilizados na divulgação e ossambas-enredo das escolas campeãs. As peças gráficastêm a sua força em imagens, desenhos e cores. Entreos elementos presentes, parte de processosinconscientes do emissor, notou-se a ênfase na figurado feminino e em âmbitos opostos (bem e mal, claro eescuro, feminino e masculino) e a presença da origemafro-brasileira.

“O carnaval aparece como salvação, um períodoem que o ser social encontra soluções para suasindagações”, afirma. As cores que representam cadaescola de samba, segundo Berenice, relacionam-se àsimbologia das religiões afro-brasileiras e traduzem-se nas letras das músicas. A ligação entre carnaval eturismo também é contemplada na dissertaçãodefendida no Programa de Pós-Graduação emComunicação Social da PUCRS. “O turismo só seimplantou e se desenvolveu no mundo a partir darealização de eventos”, acredita a autora.

LUIZ PAULO GERMANOProfessor da Faculdade de Direito

Privatização requerEstado regulador

Pesquisa avaliasemiologia docarnaval

BERENICE MÉRCIO PEREIRAProfessora da Faculdadede Comunicação Social

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Pesquisa em Foco

NOVOS MESTRESE DOUTORES

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Autor: Renato Zugno – Faculdade de DireitoDissertação: Espaços públicos compartilhadosentre a administração pública e a sociedadeLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação em Direitoda PUCRS

Autora: Susana Azevedo – Faculdade de ComunicaçãoSocialDissertação: A propaganda institucional como formadorade atitudeLocal da defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Comunicação Social da PUCRS

Autor: Marcos Diligenti – Faculdade de Arquiteturae UrbanismoDissertação: Avaliação participativa: um estudo sobrea avaliação da aprendizagem da geometria nos cursosde EngenhariaLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emEducação da UFRGS

Autor: Irineu Rabuske – Faculdade de TeologiaTese: Jesus exorcista: estudo exegético e hermenêuticode Mc 3, 20-30Local da defesa: Instituto Ecumênico de Pós-Graduaçãoem Teologia, São Leopoldo

Autor: Celso Lacroix – Faculdade de OdontologiaDissertação: Exatidão da tomografia computadorizadana localização do canal mandibularLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emOdontologia da PUCRS – Prótese Dentária

Autora: Vera Lupinacci – Faculdade de MatemáticaDissertação: Acoplamento e teoremas de convergência:cadeias de Markov e passeios aleatórios operadoresLocal da defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Matemática da UFRGS

Autor: Ricardo Garcia – Faculdade de DireitoDissertação: Os limites da aplicação da cláusula rébusaos contratos comerciaisLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação em Direitoda PUCRS

Claudia Musa Fay começou a se interessar pelaaviação quase ao acaso. Na dissertação de mestradosobre a aviação comercial na Segunda GuerraMundial, buscou dados sobre a espionagem nasempresas aéreas. Lançou-se a recolher material e a seaprofundar no assunto e, desde o início da Faculdadede Ciências Aeronáuticas, em 1994, leciona adisciplina de História da Aviação. Recentemente,Claudia defendeu a tese de doutorado Crise nasalturas: a questão da aviação civil (1927 a 1975)para investigar a origem do projeto dedesenvolvimento da aviação civil no Brasil.

A pesquisa, realizada no Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS, procura a razãodas sucessivas crises que afetaram o setor,analisando a política governamental e a conjunturainternacional. O período estudado corresponde àimplantação das empresas de transporte aéreo e àformação da indústria aeronáutica. “Apesar dosavanços e recuos, havia um projeto dedesenvolvimento da aviação nacional, sonhoconquistado em 1969, com a fundação da Embraer”,constata Claudia.

As intervenções governamentais, segundo atese, serviam apenas para resolver os problemasimediatos, levando o setor a se concentrar ao longodos anos e fortalecendo uma única empresa. Nocontexto externo, Claudia aborda a “ordem no ar”,vigente a partir da Conferência de Chicago de 1944,em que prevalecem os acordos bilaterais entre ospaíses. A determinação foi contrária ao interessedos EUA que, já nessa época, defendiam a idéia de“céus abertos”, mas a hegemonia norte-americanano ar foi se consolidando pela indústria.

CLAUDIA MUSA FAYProfessora da Faculdade de Filosofiae Ciências Humanas

Tese resgatahistória da aviaçãocivil no Brasil

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As mais de 200 pessoas que lotaram o prédio 11atraídas pelo tema Formação de Competências para oséculo XXI: práticas em rede devem ter se surpreendido.Em vez de um dia de palestras, assistiu-se a uma jorna-da interativa que mostrou, na prática, pistas para setornar competente como pesquisador, profissional e serhumano. O evento apresentou a trajetória da rede depesquisa Formação, Trabalho e Organização (FTO), liga-da ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e à

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS.A começar pelo depoimento dos integrantes da rede,

a jornada foi construída em torno de dinâmicas envol-vendo a platéia: exposição, entrega de brindes por com-petências (sensoriais, cognitivas, relacionais, emocionais,digitais) e lançamento de livros. De pano de fundo, valo-res como liderança, flexibilidade, interesse em aprender ebusca de múltiplos saberes que instrumentalizam ao mer-cado de trabalho e ao direcionamento da vida.

Constituída na Universidade há dez anos, a FTO éintegrada por pessoas em diferentes estágios – algunssão profissionais, outros concluíram o doutorado ouestão na graduação. “Se o saber fica estocado em cadaum, perde o seu valor por estar desconectado do todo”,acredita a professora Julieta Desaulniers, coordenadorada rede. O grupo se reúne semanalmente interessadona pertinência das pesquisas (aproximando-as de suautilidade social) e na forma de potencializar a investi-gação social usando recursos tecnológicos.

A trajetória da FTO é orientada pelo conceito de“ciência que se faz”, não aquela pronta e fechada. Aequipe considera que a construção de projetos pesso-ais também requer esses instrumentos, pois eles nãosão privilégio de quem está numa universidade.

Paticipantes da primeira turma na PUCRS

No momento em que o mundo preocupa-se com apossibilidade de clonagem do primeiro ser humano,profissionais de diversas áreas do conhecimento reuni-ram-se na Universidade para o 1º Curso de Inverno deBioética, promovido pela PUCRS. Palestras, painéis dedebate e discussões em grupos abordaram Ética e Bioé-tica, Bioética e Pesquisa e Bioética Clínica. O eventofoi coordenado pelo professor Joaquim Clotet, da Fa-culdade de Medicina, recentemente nomeado membrotitular da Comissão sobre Acesso e Uso do GenomaHumano, vinculada ao Ministério da Saúde.

Na sessão de abertura, Clotet falou sobre a confia-bilidade das informações genéticas. Durante o painel,uma das preocupações dos participantes era a privaci-dade da pessoa diante de instituições como emprega-dores, seguradoras, escolas, entidades comerciais e ór-gãos governamentais.

Assuntos atuais e polêmicos, como o controle daspesquisas com seres humanos e a importância da cria-ção dos comitês de Bioética e Ética Médica estiveramem pauta. Na opinião de José Roberto Goldim, membrodo Comitê de Bioética da PUCRS, a avaliação ética deum projeto na área da saúde baseia-se, pelo menos, emquatro pontos fundamentais: qualificação da equipe depesquisadores e do próprio projeto, avaliação da rela-

ção risco-benefício, consentimento informado e avalia-ção prévia por um comitê de Ética.

Os cursos de inverno serão realizados anualmentena Universidade. No próximo ano, a programação con-tará com encontros, seminários temáticos e um CursoAvançado de Bioética.

Jornada interativa: práticas em rede

Bioética em curso de inverno

Como formar competênciasDebates

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O Laboratório de Ictiolo-gia do Museu de Ciências e

Tecnologia recebeu a doa-ção de 3.079 exem-plares de peixes querepresentam cerca de400 espécies. O acer-

vo é parte dos resulta-dos das pesquisas desenvol-

vidas pelo ictiólogo britânicoWillian Crampton, desde 1996,na reserva de Desenvolvimen-to Sustentável Mamirauá, lo-calizada na região de Tefé, no

coração do Amazonas. O localcompõe a maior área de flo-

resta tropical protegida doplaneta. É um imensocorredor de selva com57.400 quilômetros qua-drados, repleto de rios

e lagos ainda inexplora-dos. Crampton doou o mate-

rial em reconhecimento às pesquisas desenvolvidasna Universidade.

de Paula. Os pesquisadores prevêem que daqui a doisanos o animal atinja um comprimento total de dezcentímetros, superior ao exigido pela legislação euro-péia para a comercialiação de lagostins.

Laboratório natural mantido pela PUCRSem São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul

Nova espécie de crustáceo no Pró-Mata

Lagostin de água doce cultivado no Pró-Mata

Museu de Ciências recebedoação de peixes rarosCi

ênci

a

Um novo crustáceo, conhecido popularmente pelonome de lagostin de água doce, está sendo cultivado,de forma experimental, no Centro de Pesquisas eConservação da Natureza Pró-Mata . A espécie, dogênero Parastacus, foi descoberta naquela região pelaprofessora Maria Conter, da Faculdade de Biociências.

A exploração do lagostin de água doce é economi-camente importante em vários países da Europa, Esta-dos Unidos e Austrália. Na culinária chilena, os crustá-ceos são muito apreciados e procurados no mercadopor serem uma fonte de alimento rica em proteína.

As fêmeas do lagostin são capturadas e atraídas pormeio de iscas feitas de carne. Os ovos são contados nopróprio abdome. Cada crustáceo chega a produzir cercade 100 ovos. Eles são colocados em tanques construídosde acordo com as condições naturais do ambiente ondevivem. A alimentação é a cada dois dias.

O crustáceo poderá ser uma opção de ganho fi-nanceiro adicional para a população de São Francisco

“Em breve, a coleção estará disponível na internetà comunidade científica brasileira e internacional”,anuncia o ictiólogo Carlos Lucena. O acervo reúneespécies raras do gênero Microcharacidium e outrasconhecidas popularmente como peixe elétrico , pi-ranhas, cascudos , piavas, corvinas de rio e arraias deágua doce. O material servirá de base para futurosestudos relacionados à descrição de novas espécies ea biogeografia da região amazônica.

Outra aquisição do Laboratório de Ictiologia fo-ram diversas espécies marinhas também doadas peloNational Museum of Natural History, de Washington.Essa fauna somente pode ser encontrada em gran-des profundidades no Oceano Atlântico. A ausênciade luz, a baixa temperatura e a escassez de alimentofazem com que os peixes que ali vivem desenvolvamadaptações em sua forma, como boca ampla, dentesgrandes e órgãos luminosos.

De acordo com Lucena, as doações irão enriquecerainda mais o acervo de peixes do Museu de Ciências eTecnologia da PUCRS, hoje reconhecido internacional-mente. “As coleções científicas são o registro perma-nente da biodiversidade de uma região, com suasparticularidades e características”, conclui o ictiólo-go Luiz Roberto Malabarba.

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Ecologia

Sobras de experimentos químicos transfor-mam-se em material didático no Laboratóriode Organometálicos e Resinas da Faculdade deQuímica da PUCRS. Restos de resinas utiliza-das nas pesquisas com tintas, que precisariamde um tratamento diferenciado antes de seremdescartadas, são utilizadas para produzir jogospedagógicos, números e letras de alfabeto. Omaterial pode ser usado em sala de aula auxi-liando no ensino de conteúdos teóricos. Aspeças são fabricadas pela bolsista Lisandra doAmaral, orientada pelos professores MaurivanRamos e Concetta Ferraro.

Desde o ano passado, quando iniciou, oprojeto atrai cada vez mais o interesse dasescolas. Por intermédio do Naecim , docen-tes conhecem o estudo, visitam o laboratórioe participam de oficinas. Durante os cursos,aprendem como fabricar seus próprios obje-tos e se comprometem a levar os ensinamen-tos à sala de aula. Nos colégios, é precisocomprar matéria-prima para reproduzir a ex-periência. As peças são desenvolvidas a par-tir de um molde de silicone, onde é colocada

a resina reaproveitada e a resina cristal, res-ponsável pelo acabamento. Os corantes dão acor desejada aos jogos.

O trabalho foi apresentado em salões deiniciação científica e integrou a programaçãoda Semana da Química, encerrada no iníciodo mês, quando Lisandra ministrou um mini-curso sobre o tema. O estudo também serádivulgado no Congresso Brasileiro de Química,de 24 a 27 setembro, em Porto Alegre, e noEncontro de Debates sobre o Ensino de Quími-ca, marcado para outubro, em Santa Maria.

Outra pesquisa do laboratório analisa a reci-clagem química do PET, plástico utilizado emgarrafas de refrigerante e que dificilmente sedecompõe na natureza. Desenvolvido em con-vênio com a universidade francesa Pierre et Ma-rie Curie, o projeto defende a possibilidade de“criar” um polímero biodegradável a partir dafundição de uma garrafa PET usada e da misturacom outro tipo de polímero. A proposta é de-senvolver uma possibilidade de reciclagem eoferecer uma nova aplicação ao plástico.

Inicialmente, o polímero produzido será uti-lizado para embalar mudas de plantas, permi-tindo que ele seja enterrado junto e se decom-ponha naturalmente. No laboratório, os bolsis-tas Alessandra Baldissera e Jonas Fernandes,sob orientação das professoras Sandra Einloft eNara Basso, produzem o novo material. A próxi-ma etapa é enviá-lo à universidade francesa,onde é feita a caracterização do produto. Ouseja, o reconhecimento da composição quími-ca, da massa molecular e se realmente atingiuos objetivos propostos. O trabalho conta aindacom o apoio do docente Assis Piccini, que es-tuda a biodegradabilidade.

Núcleo de Apoioà Educação emCiências eMatemática.Ofereceatividades comocursos e palestraspara professoresdo ensinofundamental,médio e superior.O objetivo émelhorar o ensinode Ciências eMatemática

Seqüência demoléculas ligadasumas às outrasformando umamacromolécula,como o plástico

Garrafas PET são picadas e fundidas

Sobras transformam-se em jogos pedagógicos

Química ajuda o ensinoe o meio ambiente

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Saúd

e

Psicopedagogia auxilia amelhorar aprendizagem

Atende crianças eadolescentes, por

convênios eparticular.

Informações pelotelefone (51)

3320-3408

liar é decisivo para uma mudança de postu-ra”, afirma Simone.

A consulta tem duração de 50 minutos.Com dois encontros semanais, os profissio-nais costumam detectar e investigar as prin-cipais deficiências. Durante as sessões, os mo-mentos de reflexão oportunizam ao jovem des-cobrir suas potencialidades sem as usuais co-branças e pressões. “Apenas removemos obs-táculos para que ele desenvolva seus aspec-tos cognitivos, afetivos e sociais”, destacaSimone. O envolvimento da família nesse mo-mento é fundamental no avanço do trata-mento. “Os pais precisam estar alertas a mu-danças no comportamento e súbitas baixasno aprendizado escolar”.

A criança, de acordo com a sua faixa etá-ria, é estimulada a realizar atividades que des-pertem suas habilidades por meio de jogos,músicas e exercícios lúdicos. “O conhecimen-to é algo a ser conquistado e construído, enão apenas dado ou transmitido”, afirma apsicopedagoga Adriana Fischer. Ela está de-senvolvendo em sua dissertação de mestradoum estudo com crianças que apresentam trans-torno de déficit de atenção e hiperatividade.

Em recente pesquisa realizada pelo SEPpcom adolescentes na faixa etária dos dez aos20 anos, no Hospital São Lucas da PUCRS, osespecialistas detectaram a falta de atenção,a dificuldade com a escrita e a leitura, abaixa auto-estima e os problemas emocionaiscomo os principais obstáculos.

A passagem da infância para a adolescên-cia é uma fase de grandes mudanças. Umperíodo no qual cada pessoa busca a própriaidentidade, passa a se descobrir e a ser co-brada pela sociedade. Nesses momentos, oauxílio de um psicopedagogo pode facilitar oprocesso de transição. O Serviço de Pediatriado Hospital São Lucas da PUCRS conta com oSetor Especializado em Psicopedagogia(SEPp) , responsável pela avaliação e trata-mento psicopedagógico.

A coordenadora do SEPp, Simone Lopes,explica que, na maioria das vezes, os paissão alertados pela escola e buscam atendi-mento porque não conseguem mais lidar comas dificuldades de aprendizado e o baixo ren-dimento escolar do filho. “O ambiente fami-

SINAIS DE ALERTAA que os pais devem estar atentos:• Se a criança fica muito ansiosa para realizar as tarefas da escola

• Problemas de relacionamento com os colegas e professores

• Déficit de atenção

• Repetência de ano

• Dificuldades com a leitura, escrita e interpretação de texto

• Desânimo para participar de brincadeiras com os amigos

• Agitação e falta de concentração

Fonte: Simone Doval – Psicopedagoga do SEPp

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FORÇA DE VONTADE PARA VENCER DESAFIOSA felicidade estampada no rosto de Vânia Soares, 17

anos, revela o sucesso dos encontros no SEPp com apsicopedagoga Simone Lopes. Desde os nove anos, ela vaisemanalmente ao HSL descobrir suas potencialidades.Depois de várias mudanças de escola e com dificuldadepara se alfabetizar, a mãe Noeli da Silva lembra que afilha, aos nove anos, não conhecia nem as letras. “Otratamento foi excelente. Devemos o progresso de Vâniaao trabalho desenvolvido no SEPp”, reconhece Noeli. Osresultados foram tão bons que hoje a adolescente fre-qüenta a 7ª série e se desenvolve com mais segurança enaturalidade no momento de transição. “Vejo na minhafilha uma outra pessoa”, diz orgulhosa a mãe.Simone (esq.) e Vânia alcançaram bons resultados

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Saúd

e

O Instituto de Geriatria e Gerontologia daPUCRS, em parceria com a Prefeitura de Gra-vataí, lançou um cartão que permite acompa-nhar a evolução da saúde dos idosos daquelacidade a partir de avaliações sistemáticas. Oinstrumento destinado aos usuários do Siste-ma Único de Saúde (SUS) possibilitará a apli-cação de programas de prevenção, a elabora-ção de estratégias públicas e o acompanha-mento de doenças. Os resultados da triageminicial foram apresentados pelos pesquisado-res da Universidade e pelo prefeito de Grava-taí, Daniel Bordignon, no 17º Congresso In-ternacional de Gerontologia, no Canadá.

O grupo, formado por 345 idosos que par-ticiparam de encontros de terceira idade em

REANIMAÇÃO PEDIÁTRICAO Serviço de Emergência e UTI Pediátrica do HSL, a

Faculdade de Medicina da PUCRS e a Sociedade dePediatria do Rio Grande do Sul realizaram o XIII CursoSuporte Avançado de Vida em Pediatria. Residentes,médicos e enfermeiros foram instruídos a reconhecercrianças em risco de desenvolver paradacardiorrespiratória, as formas de preveni-la e ashabilidades cognitivas e psicomotoras na ressuscitação eestabilização iniciais em casos de falência respiratória,choque ou parada cardiorrespiratória. O curso segue asnormas técnicas de ressuscitação da American HeartAssociation e o Brasil é o único país a realizá-lo fora dosEstados Unidos.

Desenvolvidopelo Institutode Geriatria eGerontologia daPUCRS, estudao impacto daindustrializaçãona qualidade devida e na saúdeda populaçãodo Estado

Espa

ço V

ital ASSISTÊNCIA DOMICILIAR

A Faculdade de Enfermagem e Fisioterapiaoferece uma nova opção de estágiocurricular: atendimento domiciliar, ou homecare. A possibilidade é fruto de convênioentre a faculdade e a empresa paulista Med-Lar, especializada no tratamento de pacientesinternados que saem do hospital, masprecisam de cuidados. Os estagiáriosacompanharão as equipes, caracterizadas por“levar o hospital para dentro de casa”. Ométodo ainda é pouco divulgado no RioGrande do Sul, mas bastante utilizado empaíses desenvolvidos.

Canadá: Equipe da PUCRSe o prefeito de Gravataí

Avaliação:física, clínicae nutricional

Cartão monitorasaúde de idosos

igrejas e associações, passoupor exames clínicos e respon-deu a um questionário sobreavaliação nutricional e física.Mais de 40% apresentaram hi-pertensão, sofrem de depressãoe poucos realizam atividades fí-sicas regulares.

A coordenadora do programa,Ivana da Cruz, diz que o cartãofacilitará ações de prevenção desaúde. Hoje Gravataí tem cercade 15 mil pessoas com mais de60 anos. “O documento é umretrato da saúde geral desses idosos, com re-gistro de medicamentos, exames, cirurgias eoutras informações”, explica Ivana. Outra van-tagem do cartão será evitar a repetição desne-cessária de exames.

Depois de estudar a população de Veranó-polis, o Instituto de Geriatria e Gerontologiaescolheu Gravataí para desenvolver essa pes-quisa visando analisar o impacto da industria-lização na qualidade de vida e na saúde desua população. A migração de pessoas de ou-tros municípios do Rio Grande do Sul em bus-ca de oportunidades contribuiu para que oestudo fosse realizado na região. “A cidaderepresenta o perfil médio do povo gaúcho”,afirma Ivana.

Nos últimos dois anos, 400 homens e mu-lheres acima dos 60 anos passaram peloProjeto Gênesis . A intenção é implantar osistema em conjunto com as prefeituras e inicia-tiva privada nas demais cidades gaúchas.

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Stheffany (no colo da mãe) e a equipeda UTI Neonatal

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Saúd

e

Stheffany Flores Rodrigues nasceu no dia 27de março no Hospital São Lucas (HSL) daPUCRS, pesando apenas 450 gramas. O bebê é ode menor peso sobrevivente no Rio Grande doSul e um caso raro no Brasil. No final de julho,

Estudo sobre câncer depulmão recebe prêmio

ao receber alta, com 1,805 quilo, o exame neu-rológico e de visão e o teste de audição estavamnormais. Hoje a menina está saudável e vem aoAmbulatório de Pediatria do HSL para revisõesde rotina. Na primeira consulta depois da alta,já pesava 1,970 quilo.

Filha de Elza Maciel Flores, 36 anos, e dePaulo Rodrigues, 39, Stheffany nasceu por cesa-riana, aos seis meses, devido a complicações nagravidez. O bebê ficou internado na UTI Neona-tal do Hospital São Lucas por três meses, foialimentado com leite materno, por meio de son-da, durante longo período e chegou a pesar 380gramas. “Se não fosse Deus, os médicos e osrecursos do Hospital, ela não estaria conoscoagora”, diz Elza.

O chefe da UTI Neonatal, Renato Fiori, dizque a recuperação da menina pode ser conside-rada um milagre e se explica pelo avanço daMedicina e o preparo dos profissionais. “Sthef-fany necessitou de recursos tecnológicos moder-nos, tratamento intensivo e uma equipe experi-ente, durante 24 horas por dia. A evolução docaso foi surpreendente”, afirma Fiori.

Na maioriados países, o

câncer depulmão, entreos tumores, é

a principalcausa demorte de

homens e asegunda de

mulheres,depois do de

mama

tou-se que as mulheres tinham cinco vezes maischance, no caso de a operação ser realizada pre-cocemente.

O trabalho abre uma nova linha de investiga-ção sobre o funcionamento da biologia do tu-mor. “É possível que os hormônios femininosofereçam proteção à paciente numa fase inicialda doença”, afirma o coordenador da pesquisa,pneumologista José Miguel Chatkin. O mesmofoi registrado na literatura médica em tumoresde intestino e formas de câncer de pele.

O estudo, que integra a linha de pesquisasobre tabagismo e doenças tabaco-relacionadas,contou com a participação dos professores Car-los Cezar Fritscher e José Antonio de FigueiredoPinto, de residentes em Pneumologia e acadêmi-cos da Faculdade de Medicina.

Neste mês de setembro, estudo realizado pe-los Serviços de Pneumologia e Cirurgia Torácicado Hospital São Lucas receberá o Bronze Award,durante o 11th Annual European Respiratory So-ciety Congress, em Berlim, na Alemanha. O tra-balho, que competiu com outros 6 mil de todoo mundo, avaliou a sobrevida de pacientes por-tadores de câncer de pulmão em fase inicialsubmetidos à cirurgia e identificou o gênero fe-minino como uma possível influência nas chan-ces de prolongamento da vida.

Os dados foram colhidos com pessoas opera-das no Hospital São Lucas em 1993 e 1994.Verificou-se que 70% dos pacientes eram do sexomasculino, atribuindo-se a isso o fato de oshomens terem começado a fumar mais cedo.Quando foi avaliado o percentual de cura, no-

Nasce no HSL bebê demenor peso no Estado

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Cuida daprevenção dedoenças comoo câncer deboca, a cáriede raiz,problemas nagengiva einfecções

ção Brasileira de Odontogeriatria com objetivode traçar estratégias de atenção para preservar asaúde bucal dessa camada da população. Axéllconsidera a iniciativa inovadora em países daAmérica Latina.

Na Noruega, os centros de atendimento cres-cem a cada ano. Com uma expectativa de vidasuperior à de outros países – as mulheres vi-vem, em média, 80 anos, e os homens, 78 – agarantia dos serviços dentários é responsabili-dade do governo.

As cáries e a falta de salivação são osprincipais problemas das pessoas com idadeavançada. Nas duas últimas décadas algunsestudos relacionados com idosos têm se fixa-do nas questões relacionadas à saliva, por seacreditar cada vez mais que ela seja indispen-sável à integridade dos dentes e dos tecidosbucais. Ou seja, as alterações no fluxo salivarnos adultos de meia-idade e idosos pode terum papel relevante na maior suscetibilidade àcárie, assim como em outras doenças ou dis-túrbios na boca. Além disso, o uso de medica-mentos em excesso tem potencial para afetara função da glândula salivar.

De acordo com Axéll, a mudança de posturada nova escola médica e odontológica, baseadaem programas geriátricos para médicos e dentis-tas, será apenas o primeiro passo. “O aprendizadovirá junto com o esperado aumento da populaçãoda terceira idade”, conclui.

Dentição natural pode ser preservada

Palestra: Axéll é especialista em odontogeriatria

Atuam comoagentes desaúde,ensinando acomunidadesobre oscuidadoscom adentiçãodaquelesque não têmcondição defazê-lo

Cuidados bucais devemaumentar na terceira idade

Saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevêque até o ano de 2025 o Brasil ocupará o sextolugar no mundo em número de idosos, com umaestimativa de 32 milhões de pessoas com maisde 60 anos. Em Porto Alegre, o censo registrou150 mil habitantes nesta faixa etária, o que re-presenta 1% de toda a população do Estado.Além de viver mais, eles estão mantendo suadentição preservada, ao contrário de épocas pas-sadas. Segundo o dentista norueguês Tony Axéll,o principal critério para identificar um idoso bem-sucedido é pela sua dentição natural, saudável efuncional. Considerado uma autoridade mundialem odontogeriatria , Axéll esteve na PUCRS mi-nistrando cursos e seminários sobre as principaisdoenças orais da terceira idade.

Integrante do seleto grupo de especialistasem Saúde Oral da OMS, Axéll lembra que os cui-dados com a dentição são importantes em todasas fases da vida, mas na velhice, assim como nainfância, a atenção deve ser maior. Para o especia-lista, a formação de higienistas dentais é fun-damental. “Na Escandinávia, por exemplo, issoestá consolidado. No começo houve um pouco deresistência porque muitos achavam que esses pro-fissionais iriam competir com os dentistas. Masocorreu o contrário. Eles apenas reforçam nossotrabalho e auxiliam na prevenção”, explica.

A conscientização em torno da saúde bucalna terceira idade também está mobilizando oBrasil. Em julho, odontólogos de todo o paísreunidos na 8ª Jornada Odontológica Sul-rio-gran-dense, sediada na PUCRS, fundaram a Associa-

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Especialista debatelegalização de entorpecentes

Social

Como está a situação das drogas em Lisboa?É pública e notória a facilidade de acesso a subs-

tâncias ilícitas, como a heroína, cocaína e haxixe. Al-guns medicamentos tambémsão facilmente desviados evendidos como droga.

De que forma o governoinveste em prevenção e in-tervenção no consumo?

Os atuais investimentossão em prevenção do uso, naredução dos riscos, diminui-ção dos danos e na reintegra-ção dos dependentes químicosno ambiente familiar e social.

Como são as leis em re-lação aos consumidores dedrogas?

Uma lei recentemente apro-vada liberou o consumo dequalquer tipo de entorpecen-te. Isto significa que, se umcidadão for encontrado consu-mindo drogas, somente seráapreendida a substância. Asprisões foram suspensas. No

O II Congresso Internacional Multidisciplinar de Dro-godependência realizado na PUCRS, em agosto, reuniuespecialistas da Europa e da América Latina em buscade novos caminhos para mudar a realidade do uso dasdrogas no mundo. O debate abordou temas polêmicos,entre os quais, prevenção de drogas nas universidades,combate ao narcotráfico e sistemas de saúde para adependência química. Um dos pontos altos foi a confe-rência do psiquiatra e diretor do Centro de Atendimento

máximo os usuários recebem uma multa e são encami-nhados para tratamento psicológico.

Os meios de comunicação in-fluenciam e incentivam o con-sumo de drogas? Alguns sim,quando promovem direta ou indi-retamente o seu uso. Mas a maio-ria não assume essa atitude. Háos que divulgam as verbas envol-vidas na venda de drogas. Tal ati-tude pode ser um estímulo paraquem deseja arriscar-se no mundodo tráfico.

Como a universidade podeatuar na prevenção das drogas?

Trata-se da escola mais dife-renciada que a sociedade nos ofe-rece. De lá saem as cabeças queorientam o mundo. Algumas ins-tituições se contaminam peloconsumismo e a falta de rigor. Aexigência tem que ser mantida ea qualidade defendida. O papelda universidade é o de informar asociedade sobre os riscos e darvoz aos alunos.

a Toxidependentes das Taipas, em Lisboa (Portugal),Luis Patrício. Ele contou os esforços da sociedade e dogoverno de seu país para conter o consumo de drogas,depois da liberação de qualquer tipo de entorpecente.Essa é uma tendência estudada também em outros paí-ses europeus. A Holanda foi a primeira a permitir o usoda maconha, em 1976, e a Suíça transformou-se emterritório livre para usuários de drogas injetáveis. Patrí-cio concedeu entrevista a PUCRS Informação.

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Várias iniciativas e programas são realizados no Estado para tentar diminuir a presença de drogas e violência nasescolas e instituições. Mobilizado em alertar a comunidade acadêmica, um grupo de professores da PUCRS realiza umtrabalho de conscientização sobre as drogas. O Programa Vida com Qualidade, promovido pela Pró-Reitoria de AssuntosComunitários, orienta e encaminha centenas de alunos para atendimento especializado e centros de reabilitação.

Seguindo a mesma linha de combate, a Secretaria de Educação de Porto Alegre, em parceria com a UFRGS, começará,em breve, a implementar um programa piloto inédito em seis escolas municipais da Região Norte da Capital. O trabalhopropõe dez pontos de prevenção à violência por meio de palestras, espaços para discussão e reflexão em sala de aula.

PROGRAMAS COMBATEM VIOLÊNCIA E DROGAS NA CAPITAL

Folheto do Museu do Cânhamo de Amsterdam

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Medo da morte iminente foi um dos sentimentosidentificados num grupo de crianças portadoras do vírusda Aids pela professora da Faculdade de Enfermagem eFisioterapia da PUCRS Eva Rubim Pedro. O contexto devida desses pequenos, com idade entre cinco e 13 anos,e a sua relação com a família fizeram parte da tese dedoutorado de Eva, defendida no Programa de Pós-Gradua-ção em Educação da Universidade.

Para o estudo, a professora se-lecionou sete famílias, todas mora-doras de Porto Alegre, usuárias doSistema Único de Saúde e atendi-das no Posto da Vila Cruzeiro. Cadauma recebeu, no trabalho, o nomede um dos personagens da Turmada Mônica para resguardar sua iden-tidade. Eva observou-as por dois me-ses no local e depois recebeu auto-rização para visitá-las em casa.

Em média, comparecia às resi-dências duas vezes por semana. Du-rante dez meses, coletou depoimen-tos e desenhos dos meninos e me-ninas que expressassem as suas per-cepções acerca da situação de so-ropositivos da família. As ilustra-ções foram analisadas por uma psi-cóloga, que identificou depressão,medo, agressividade, timidez e es-perança. Eva tomou o cuidado denão mencionar a palavra Aids e não induzir as reações.

As crianças pesquisadas tomam medicamentos e so-frem com os efeitos colaterais. Das sete, seis adquiri-ram o vírus por transmissão vertical (a mãe passou nagestação). Apenas o mais velho, de 13 anos, sabe queestá doente. Os demais sentem que há algo diferente

consigo e com a família, mas não exatamente. “Nem acomunidade nem a escola têm conhecimento. As mãesmantêm segredo”, destaca.

A criança mais deprimida com a qual Eva entrou emcontato exemplifica a dimensão do problema. Os pais edois tios da menina faleceram vítimas de Aids. A avócuida dela e de mais três netos também portadores do

vírus. “Essa rede de transmissãoprecisa ser controlada”, alerta Eva.

Apesar de buscar o distancia-mento como pesquisadora, Evanão esconde o vínculo com aspessoas investigadas. “Foi umalição de vida”, afirma. A tese le-vou-a a integrar o grupo de apoioà criança soropositiva Mais Crian-ça, com atuação envolvendo edu-cação para saúde e prevenção daAids por transmissão vertical.

Na conclusão do trabalho sãoapresentadas implicações educa-cionais, ligadas à formação aca-dêmica de Enfermagem e de Edu-cação. Conforme a professora, oscurrículos desses cursos devemcompreender conteúdos que pre-parem os futuros profissionaispara o enfrentamento de situa-ções como a soropositividade, aprópria doença e as situações

que a circundam. “Os profissionais dos postos de saú-de também precisam de apoio. Muitas vezes se sentemimpotentes frente aos fatos e necessitam de suporte”,constata. Para ela, a atuação contra o problema deveabranger também as escolas, as associações de bairroe a comunidade.

O isolamentoestá presenteneste desenho.Quando foifeito, a criançaestavainiciando otratamento etinha recémperdido o paivítima dadoença.

A ilustraçãomostra traço firmee regular. Acriança expressaalegria, talvezexplicada pelofato de nãoter vivenciadonenhumaperda ou situaçãograve devido àdoença.

Crianças com vírus da Aidssentem medo e esperança

A criança demonstra certaagressividade ao colocar dentesnas figuras representando aspessoas. Chamam atenção o traçoforte e irregular e as coresutilizadas. Aparece tambémsentimento de perda iminente,simbolizado pelas asas colocadasna mãe e no pai, que apresentamsinais clínicos graves da Aids.

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2020

Tecnologia

A PUCRS é a única instituição no Rio Grandedo Sul que desenvolve projetos na área de bio-informática estrutural e biofísica molecular com-putacional. A aplicação de técnicas de informá-tica resolve problemas na área de biologia, numaépoca em que a investigação científica chegouao estágio de não necessitar de laboratóriospara algumas experiências. Os estudos são reali-zados no Programa de Pós-graduação em Ciênciada Computação e coordenados pelo pesquisadorda Fapergs Osmar Souza, físico e doutor em Bio-física Molecular Computacional pela Universida-de de Londres. Um dos exemplos da finalidadedas pesquisas é o teste da ação de novos medi-camentos no organismo.

Depois do seqüenciamento completo do ge-noma humano e de outros organismos, começamas investigações para determinar a função das pro-teínas pelo conhecimento da sua estrutura tridi-mensional (3D). Isso pode ser feito através detécnicas experimentais como difração por raios-x eressonância magnética nuclear e por técnicas com-putacionais. Pela bioinformática estrutural, ban-cos de dados com estrutura 3D de proteínas deter-minadas experimentalmente são acessados com oobjetivo de localizar moldes com alta similaridadeà proteína cuja estrutura 3D é desconhecida.

A primeira estrutura feita na PUCRS neste anodestinou-se a uma dissertação de mestrado sobretuberculose. “Para destruir o parasita, é necessárioconhecer a estrutura 3D de proteínas-chave para asua sobrevivência e então desenhar um inibidorcapaz de neutralizá-la”, explica Souza.

Sem utilizar bancos de dados, na área de biofí-sica molecular computacional está sendo implan-tada uma metodologia para predizer a estrutura 3Ddas proteínas partindo apenas da seqüência deaminoácidos (compostos orgânicos constituídos deCarbono, Hidrogênio e Oxigênio, podendo apre-sentar, em alguns casos, átomos de Enxofre. Re-presentam as unidades formadoras das proteínas)e do seu campo de força (cálculo de como umaminoácido interage com outros na sua vizinhan-ça). Parte-se de um estrutura totalmente estendi-da e se chega à estrutura 3D da proteína.

As experimentações demonstram as interaçõescomo vibrações provocadas pelas ligações entre osátomos da molécula de proteína. As diferentes co-res utilizadas seguem as características do que sequer representar.

Pesquisas aplicaminformática à biologia

Determinaçãoda ordemexata de

distribuiçãodas basesquímicas(adenina,citosina,

guanina etimina) ou

nucleotídeosdo DNA

Parte-se de um estrutura totalmenteestendida e se chega à estrutura 3D daproteína (em vermelho). Para comparaçãofoi incluída, em azul, a estruturadeterminada experimentalmente porressonância magnética nuclear.

Esquema para estabelecer um modelocomparativo de estrutura tridimensional deproteínas que exemplifica a aplicação dabioinformática estrutural. O alvo foidesenvolvido com o objetivo de testarnovos fármacos antituberculose. O modelomais similar se baseia na estruturatridimensional da proteína de uma planta.As letras em vermelho demonstram asestruturas idênticas nas duas seqüências.Estão circuladas as diferenças.

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Física desenvolve célula solarmais eficiente do Brasil

A existência de vida na Terra se deve, em grandeparte, à energia fornecida pelo sol. O Grupo de Ener-gia Solar da PUCRS desenvolveu uma tecnologia quepermite a conversão direta de energia solar em elétri-ca, com a eficiência de 17% – a maior alcançada noBrasil até hoje. Industrialmente, as fábricas que pro-duzem as células solares obtêm 15% de eficiência.

Em todo o mundo, a Austrália detém a melhormarca (24,7%), mas seu dispositivo foi produzido me-diante processo elaborado, que encarece e dificulta aprodução em série. A diferença de 2% obtida pelanova tecnologia criada na Universidade significaria,em Porto Alegre, uma redução de 10% do custo totaldo projeto, segundo cálculos dos pesquisadores.

A energia elétrica pode ser gerada a partir da solarpor meio de dispositivos semicondutores, denomina-dos células solares. O princípio do funcionamento é oefeito fotovoltaico. Ao incidir a luz (fótons) nessesdispositivos, obtém-se energia elétrica. As células so-lares são fabricadas geralmente em lâminas de silício,através de um processo semelhante ao utilizado nafabricação de microchips de computadores.

O sistema fotovoltaico permite que, durante odia, luz solar seja convertida em eletricidade. Umequipamento de 1000 watts produz, em média, 126kW-h por mês, em Porto Alegre. Quanto maior omódulo, maior a conversão. O melhor da tecnologiaé que não precisa de manutenção, apenas água esabão para a limpeza periódica do vidro.

Se os sistemas fotovoltaicos fossem instaladosem telhados de casas ou fachadas de edifícios, aenergia elétrica produzida poderia ser aproveitadapelo usuário ou injetada na rede, isto é, comercia-lizada para a companhia elétrica. No Brasil, tais sis-temas reduziriam a necessidade de as centrais hidre-létricas funcionarem com potência máxima, permi-

tindo que os reservatórios aumentassem seus níveisdurante o dia.

O projeto das células solares, financiado pela Fa-pergs e pelo CNPq, foi realizado ao longo de trêsanos, sob a coordenação dos professores da Faculda-de de Física da PUCRS Adriano Moehlecke e IzeteZanesco, em parceria com o Laboratório de Microele-trônica do Instituto de Física da UFRGS. A eficiênciafoi medida pelo Instituto de Energia Solar da Univer-sidade Politécnica de Madri, considerado um dos me-lhores da Europa no ramo.

Os pesquisadores também estão envolvidos empesquisas de desenvolvimento e análise de célulassolares para uso terrestre e espacial, em cooperaçãocom o Instituto de Energia Solar da UniversidadePolitécnica de Madri, o Grupo de Energia Solar daComissão Nacional de Energia Atômica da Argentinae o Laboratório de Microeletrônica do Instituto deFísica da UFRGS.

Telhado abriga células fotovoltaicas

Manutenção simples: água e sabão

Imagem da célula solar no microscópio digital

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por PAULA OLIVEIRA DE SÁEntrevista

O que é competência?Competência é a faculdade de mobilizar um con-

junto de recursos cognitivos (saberes, capacidades,informações) para solucionar com pertinência e eficá-cia uma série de situações. As competências estãoligadas a contextos culturais, profissionais e condi-ções sociais. Os seres humanos não vivem todos asmesmas situações. Eles desenvolvem competênciasadaptadas a seu mundo. Algumas competências sedesenvolvem em grande parte na escola. Outras não.

Quais competências os alunos devem ter con-quistado ao terminar a escola?

Primeiro as competências clássicas, como ler, es-crever e contar. Dentro das mais modernas, saber racio-cinar, comunicar, cooperar, além de adaptar-se às mu-danças rapidamente. Isto significa viver num mundointercultural. Ser capaz de julgar e ser autônomo. Alémdas competências específicas de cada disciplina.

O que o professor pode fazer para contribuir?Ele não pode fazer isso sozinho. É o conjunto do

sistema que deve mudar. Para desenvolver competên-cias é preciso, antes de tudo, trabalhar por problemase por projetos, propor tarefas complexas e desafiosque incitem os alunos a mobilizar seus conhecimen-tos e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõeuma pedagogia ativa, cooperativa e aberta. Os pro-fessores devem parar de pensar que dar o curso é ocerne da profissão.

Então a prática de ensino precisa mudar?Ensinar, hoje, deveria consistir em conceber, encai-

xar e regular situações de aprendizagem seguindo osprincípios pedagógicos ativos construtivistas. É umerro entender que o trabalho do professor se resume àshoras em que está com aluno. Há outras atividadesque precisam ser feitas, como a preparação das aulas eas inter-relações com os colegas. Um professor deveter capacidade de refletir sobre as experiências, sair doindividualismo e construir pedagogias mais eficazes.

Uma reforma baseada nas competências bene-ficiaria o ensino no Brasil?

É difícil saber se é bom implantar esse sistemaaqui no Brasil. Mas se houver uma boa resposta, osalunos vão estar preparados para as competênciasmais modernas. A escola deve preparar o aluno para

Referência no meio educacionalinternacional, o sociólogo suíço PhilippePerrenoud esteve na PUCRS, em agosto, comoconvidado do seminário internacional Ascompetências para ensinar no século 21: aformação dos professores e o desafio daavaliação, promovido pelo Curso de Pós-graduação em Educação. As idéias devanguarda do professor da Universidade deGenebra inspiram o trabalho do Ministério daEducação no Brasil quanto à formação dosprofessores e alterações no currículo visandoà competência. Reconhecido por suas obras eidéias pioneiras sobre a avaliação em sala deaula e a profissionalização do professor, oautor do best-seller Dez novas competênciaspara ensinar baseia seu modelo educacionalem ciclos de avaliação, no qual o aluno devedesenvolver competências estabelecidas paraa sua faixa etária. Perrenoud defende que aescola precisa ser interessante ao estudante,fazendo com que, além de ler, escrever econtar, ele aprenda a raciocinar, comunicar,cooperar, imaginar, criar, ser capaz de julgare ser autônomo. “O professor não pode fazertudo isso sozinho”, afirma. “O conjunto dosistema deve mudar: currículo, avaliação eformação inicial e contínua dos professores”.A seguir, algumas idéias de Perrenoud ementrevista concedida na Universidade.

PHILIPPE PERRENOUD

O aprendizado pela ópticadas competências

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diversas experiências e situações de vida. A aborda-gem por competências não vai resolver magicamenteos problemas. Por isso, é sensato integrar desde já asabordagens por competências à formação – inicial econtínua – e à identidade profissional dos professo-res. Não nos esqueçamos que, no final das contas, oobjetivo principal é democratizar o acesso ao saber eàs competências. Todo o resto não é senão um meiode atingir esse objetivo.

Como funciona o ensino ciclado nas escolas?Trabalho num modelo educacional baseado em ci-

clos de avaliação, no qual o aluno deve desenvolvercompetências estabelecidas para sua faixa etária. As-sim ele tem mais chances de não ser reprovado seadquirir determinadas habilidades em mais de umano letivo, já que há tempo para aprofundar os co-nhecimentos. Não podemos deixar que uma criançarepita um ciclo de três anos. Para isso é necessárioum modelo de avaliação capaz de identificar as difi-culdades do aprendizado. Mais tempo para agir ecorrigir é outro benefício do método. No ciclo sãoquatro professores para 120 alunos. E não um profes-sor para cada 30. O ciclo é um quadro de informaçãomais complexo e mais flexível. Ele pode ser modifica-do e adaptado conforme as necessidades do grupo.

O que o professor precisa fazer para ajudar osalunos a desenvolver competências?

Um bom profissional deve ter dedicação exclusivae disponibilidade para buscar o seu aperfeiçoamento.Antes de ter competências técnicas, ele deveria sercapaz de identificar e de valorizar suas próprias com-petências, dentro de sua profissão e dentro de outraspráticas sociais. Isso exige um trabalho sobre suaprópria relação com o saber. A escola se democrati-zou. Está atingindo classes sociais que antes nãoestudavam. O principal recurso do professor é a pos-tura reflexiva, sua capacidade de observar, de regular,de inovar, de aprender com os outros, com os alunos,com a experiência.

Qual a sua opinião sobre a forma de ministrardisciplinas no ensino primário?

No ensino primário é preciso preservar a polivalên-cia dos professores, não “secundarizar” a escola primá-ria. É uma idéia ruim transportar o que se faz nosecundário para o primário. O ideal é a interdisciplina-ridade. No secundário é muito difícil organizar ciclospor causa do número de especialistas. Uma das forçasdo primário é justamente a flexibilidade dos professo-res. Nas escolas mais avançadas da Suíça eles sãosolicitados a lecionar mais de uma disciplina. Esse fatoreduziu problemas de aprendizagem e de comporta-mento. Quando vários professores ensinam a mesmadisciplina, como matemática, por exemplo, isso repre-senta para o aluno vários enfoques e olhares sobre amesma. Se um estudante não consegue aprender amatéria com um professor, tem chance com os outros,a partir de uma outra visão, relação e compreensão.

Como fazer para conquistar competências?Eu tentei um exercício para identificar as compe-

tências fundamentais para a autonomia das pessoas.Cheguei a oito grandes categorias: saber identificar,avaliar e valorizar suas possibilidades, seus direitos,seus limites e suas necessidades. Saber formar e con-duzir projetos e desenvolver estratégias, individual-mente ou em grupo. Saber analisar situações, rela-ções e campos de força de forma sistêmica. Sabercooperar, agir em sinergia, participar de uma ativida-de coletiva e partilhar liderança. Saber construir eestimular organizações e sistemas de ação coletivado tipo democrático. Saber gerenciar e superar con-flitos. Saber conviver com regras, servir-se delas eelaborá-las. Saber construir normas negociadas de con-vivência que superem diferenças culturais.

“Os seres humanosdesenvolvemcompetências adaptadasa seu mundo, muitasdelas são desenvolvidasna escola. Outras não”.

“Um professor, para serbom profissional, deveter dedicação exclusiva edisponibilidade para buscaro seu aperfeiçoamentocontínuo”.

“Ensinar, hoje, deveriaconsistir em conceber,encaixar e regular situaçõesde aprendizagem seguindoos princípios pedagógicosconstrutivistas”.

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As diversas formas demanifestar a linguagem

Educação Aplicada

Informaçõesno 2º andardo prédio 8

ou pelotelefone (51)

3320-3500ramal 4615

nas suas diversas formas de manifestação. Ideali-zado pela Pró-Reitora de Graduação, Solange Ket-zer – na época diretora da Faculdade de Letras –,o local reúne uma biblioteca infanto-juvenil, sa-las de estudo e uma arena para as sessões decontação de história.

O público-alvo são professores e alunos daUniversidade e de escolas públicas e privadas.Cada projeto prevê a realização de oficinas nasáreas da Lingüística Aplicada e Teoria da Lite-ratura. Estudantes de graduação e pós-gradua-ção em Letras desenvolvem as linhas de pes-quisa sob a orientação das professoras VeraPereira, Maria Tereza Amodeo e Sissa Jacoby.

Com um amplo alcance dentro da comuni-dade, os universitários desempenham ativida-des voltadas para jovens do ensino médio efundamental. Um exemplo são as oficinas deinformática, no Campus Aproximado da Vila Fá-tima, onde as crianças aprendem a ler e a es-crever por meio do computador.

Entre as atividades realizadas no último se-mestre está o Curso de Capacitação de Contado-res de Histórias, dividido em cinco módulos.Momentos de emoção e de criatividade foramvividos pelos alunos que buscam aprender aarte de contar histórias. O programa tambéminclui noções de dicção, entonação e imposta-ção de voz. “Não existe fórmula. Cada pessoatem que descobrir a sua forma de encantar osoutros”, ensina Sissa Jacoby, uma das coorde-nadoras do curso.

Ainda em fase de elaboração, um Banco deAutores da Literatura Infanto-Juvenil ficará àdisposição de professores, alunos e comunida-de. Interligado à Biblioteca Central da Univer-sidade, o acervo reunirá os principais autoresinfantis brasileiros.

Cerca de 40 crianças da 1ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Lauro Rodriguesparticiparam do encerramento das atividades do Curso de Capacitação de Contadores de Histórias.Com muita curiosidade, os pequenos assistiram atentos às histórias contadas e interpretadas pelaprimeira turma do curso. O estudante Arno Souza, 26 anos, do último semestre da Faculdade deHistória, diz que freqüentar as aulas foi como concretizar um sonho. “Sempre quis desenvolveratividades com crianças hospitalizadas e agora estou pronto para repassar o que aprendi”. VanessaJohnson, 29 anos, estudante do 6º semestre de Secretariado Executivo, reviveu momentos de suainfância. “Despertei um talento que não conhecia”, afirma.

CRIANÇAS DESCOBREM O MUNDO DA LEITURA

PESQUISAS DO CELIN

Contos de fadas, histórias em quadrinhos, poe-mas, crônicas, música e brincadeiras fazem partedo recém-criado Centro de Referência para oDesenvolvimento da Linguagem (Celin) , vin-culado ao Pós-Graduação em Letras da PUCRS.No espaço estuda-se e pesquisa-se a linguagem

Curso capacita contadores de histórias

Algumas das linhas de pesquisa desenvolvidas no Centrode Referência para o Desenvolvimento da Linguagem:

• Lingüística Aplicada• Aperfeiçoamento da leitura e da escrita por meio do computador• Preditibilidade: desenvolvimento de estratégias de leitura• nas séries iniciais• A história da alfabetização – a leitura no fio da história• Teoria da Literatura• Produção cultural para as crianças• Literatura infantil e medicina pediátrica

• Banco de autores da literatura infanto-juvenil brasileira

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Arquipélago situado nogolfo da Guiné, na costaoeste da África. É osegundo menor país docontinente, atrás das ilhasSeicheles. O índice deanalfabetismo é de 50%.Ex-colônia de Portugal,importa a maior parte dosalimentos que consomee depende de ajuda vindada antiga metrópole

mero de participantes do treinamento, queserá feito em parceria com outras institui-ções de ensino superior. Os educadores daPUCRS são coordenados pela professora Ma-ria da Conceição Cristófoli, da Faculdadede Educação. As despesas do projeto sãofinanciadas pelo Alfabetização Solidária.

Em julho, no Campus da PUCRS, o Nejarecebeu 73 educadores das cidades de RioReal, Araci, Crisópolis (Bahia), Cacimbade Areia e Areia de Baraúnas (Paraíba),que participaram do curso de formaçãode alfabetizadores. Eles vieram de comu-

nidades muito pobres e com altos índices deanalfabetismo. A cada semestre é escolhido umnovo grupo para receber a capacitação. Por meiode palestras e oficinas, o programa aborda te-mas como história da educação, alfabetização,política, cultura popular e lingüística. Durantea estada em Porto Alegre, os alfabetizadorestambém realizaram visitas e participaram de ati-vidades culturais.

O ensino de Engenharia estará em discussão na PUCRS entre os dias 19 e 22 de setembro quando educadores detodo o Brasil participarão do 29º Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia – Cobenge 2001. O evento épromovido anualmente pela Associação Brasileira de Ensino de Engenharia e pela primeira vez será sediado naUniversidade. Na programação, palestras com convidados estrangeiros, minicursos e apresentação de 400 trabalhos.

A atividade será antecedida por um pré-evento, nos dias 18 e 19, com coordenadores de cursos e diretores defaculdades. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação promoverá dois fórunsdas áreas de Engenharia Elétrica e Mecânica e o seminário do provão da Engenharia Civil. No dia 22, no pós-evento, naSerra, será debatido o planejamento estratégico da área. As conclusões serão enviadas para avaliação do MEC.

Alfabetização Solidáriarealiza curso na África

ENSINO DE ENGENHARIA EM PAUTA

Cooperaçãoentre oConselho daComunidadeSolidária, dogovernofederal,universidades,prefeiturase empresas

Duas ilhas africanas, São Tomé e Príncipe ,recebem, em setembro, os integrantes do Núcleode Educação de Jovens e Adultos (Neja), da Fa-culdade de Educação. O grupo ministrará o próxi-mo curso de capacitação de alfabetizadores dapopulação jovem e adulta. O Neja participa des-de 1997 do Programa Alfabetização Solidáriae, a cada semestre, acolhe educadores de diver-sas cidades do Brasil para oferecer treinamento.O trabalho na África inova porque é desenvolvidoem parceria com docentes da Universidade deBrás Cubas, de São Paulo. Representantes dasduas universidades viajaram até o arquipélagoonde conheceram a realidade local e seleciona-ram os participantes do curso.

A República Democrática de São Tomé e Prín-cipe tem 135 mil habitantes, metade deles anal-fabetos, e 95% falam português. Grande parte dapopulação é de baixa renda. O curso terá comoalunos dez professores africanos que, depois detrês semanas de treinamento, começam a minis-trar aulas. A cada dois meses, eles receberão avisita de supervisores das duas universidades.

Para janeiro e fevereiro, os organizadores doprojeto esperam ampliar de dez para 100 o nú-

Educadoresda Bahiae Paraíbana PUCRS

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Um baú de alumínioacoplado a uma bicicleta foidesenvolvido pelo estudantede Engenharia MecatrônicaFernando Thiesen, comorientação do professorJoão Carlos Beck. A idéiasurgiu durante suas viagensde bicicleta pelanecessidade de levar maisbagagem. O projeto foitestado no Rio Grande doSul, onde ele pedalou cerca1000 km. Mas o grandedesafio ainda está por vir.Thiesen busca patrocíniopara percorrer em 19 dias otrajeto Porto Alegre–SãoMateus (Espírito Santo). Obaú ciclístico é totalmente original e poderáser patenteado. Com capacidade para 100litros de carga, a invenção facilita otransporte de bagagens em bicicletasprotegidas contra intempéries, aumenta adurabilidade dos pneus, melhora a

TRABALHO VOLUNTÁRIO É AGRACIADO

Thiesen viajará pelo país com a invenção

Alunos da PUCRS

distribuição da carga e surge comoalternativa de qualidade para substituirmochilas laterais. Durante os testes comcarga máxima, o baú teve excelenteperformance, com vibração e instabilidaderegistradas somente a partir dos 65km/h.

FORMANDA VENCE CONCURSO DE MONOGRAFIASA pesquisa A inversão do ônus da prova na

responsabilidade civil rendeu à formanda de DireitoPriscila Sansone o primeiro lugar da categoriaestudante no I Concurso Brasilcon de Monografias. Elafoi orientada pelo professor Adalberto Pasqualotto.

Baú

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Promovida pelo Instituto Brasileiro de Política eDireito do Consumidor (Brasilcon), a premiação ofereceaos vencedores um diploma e uma coleção de livros daRevista dos Tribunais. Os trabalhos vencedores tambémserão publicados na Revista de Direito do Consumidor.

O bom gerenciamento do trabalho no Albergue JoãoPaulo II rendeu ao abrigo o Prêmio ParceirosVoluntários Ano 1. Coordenados pelo Ir. Robério Lima,estudante da Faculdade de Teologia, os 85 voluntáriosda instituição atuam em todas as áreas, como captaçãode recursos, atendimento médico, odontológico epsicológico, apoio administrativo e apoio

socioeducacional. Para conceder a premiação, aParceiros Voluntários valoriza a entidade que contribuipara a cultura do voluntariado e tem umaadministração eficiente na manutenção do interessedos que prestam serviços gratuitos. O albergue foi aúnica organização de Porto Alegre a receber adistinção, válida para todo o Rio Grande do Sul.

Ir. Robério iniciou o trabalho em 1998, atendendoao pedido da congregação religiosa Pobres Servos daDivina Providência, da qual faz parte. Aos poucos, onúmero de voluntários aumentou e ele ficouresponsável por coordená-los. A instituição abrigameninos e jovens de sete a 18 anos em situação derisco encaminhados por conselhos tutelares e peloJuizado da Infância e da Juventude. Lá recebemeducação, moradia, alimentação e carinho. Durante odia, eles ficam numa sede em Viamão, onde estudam,fazem esportes e plantam alimentos. À noite, voltampara a Capital para dormir.

Lima (em pé) coordena voluntários

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Ir. Solimar Amaro, vice-diretor do Centro de Pastoral ealuno da Especialização em Supervisão Escolar, reforçousua escolha pela Congregação Marista durante celebraçãoda profissão perpétua, no dia 11 de agosto. Pela primeiravez a PUCRS realizou, na Igreja Universitária CristoMestre, uma cerimônia de votos perpétuos. Na mesmaocasião, Ir. Genuir Faqui também confirmou sua opçãovocacional. A celebração foi acompanhada por familiares,amigos e irmãos.

Formado em Teologia e Pedagogia pela Universidade,para Ir. Solimar o fato de sempre ter estudado emcolégios maristas e acompanhado as atividades dosirmãos foi determinante na sua escolha. “Conheci adiversidade de trabalhos, o carisma dos irmãos e o amordeles à educação”, diz.

Ele ingressou na Congregação durante o ensino médioe, desde então, seguiu todas as etapas da formação como

Estudo realizado por universitárias daFaculdade de Serviço Social revelou a violênciadoméstica como o principal problema enfrentadopor alunos da Escola Municipal de 1º Grau NossaSenhora de Fátima. Na segunda fase do trabalho,foi analisada a relação de um grupo deestudantes com a escola e o ambiente familiar. Apesquisa faz parte da disciplina Desenvolvimentode Comunidade, desenvolvida pelas turmas dosprimeiros semestres de 2000 e 2001 em parceriacom o Campus Aproximado Vila Fátima e ainstituição municipal. A orientação foi dasprofessoras Alzira Maria Lewgoy, Ana MariaFerlauto, Maria Lúcia Scavoni e Miriam Guindani.

Uma dinâmica de grupo com 40 alunos daescola entre 11 e 17 anos foi o ponto de partida.Nesse primeiro contato, as universitáriasestabeleceram um relacionamento com os jovens,que facilitou as visitas domiciliares, nas quaisanalisaram o ambiente familiar. Nos encontrosforam identificados sinais de agressões físicas eemocionais. O resultado da investigação foientregue à direção da escola e apresentado noseminário Construindo uma teia de relações naperspectiva da paz: universidade e comunidade.A convite da Secretaria Municipal de Educação,a pesquisa também foi apresentada no 1º

Simpósio sobre Prevenção de Violência nasEscolas, promovido pela secretaria.

SERVIÇO SOCIALPESQUISA VIOLÊNCIADOMÉSTICA

IRMÃO FAZ VOTOS PERPÉTUOS

As estudantes Janaína Zechin e Elisa Oderich, da Faculdadede Odontologia, conquistaram o primeiro lugar entre aspremiações para acadêmicos da 8ª Jornada Sul-rio-grandense deOdontologia, realizada na PUCRS. Janaína apresentou o pôsterLíquen Plano em Paciente com Hepatite C, produzido com oaluno de pós-graduação Marcelo Bortoluzzi e orientado pelasprofessoras Liliane Yurgel e Karen Cherubini. Angina BolhosaHemorrágica foi o tema livre de Elisa, do qual participou Rubendos Santos, da pós-graduação. A orientação foi da docenteMaria Antonia de Figueiredo.

JORNADA ODONTOLÓGICAPREMIA ACADÊMICAS

Vencedoras: Janaína(dir.) e Elisa (centro)

postulado, noviciado e escolasticado. Depois de seisanos de votos temporários (pobreza, castidade eobediência), realizou sua profissão perpétua. Há trêsanos na PUCRS, Ir. Solimar pretende continuar o trabalhona Pastoral e aprofundar conhecimentos em Pedagogia,fazendo mestrado e doutorado.

Amaro (dir.) e Faqui durante a cerimônia

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Pesquisa desenvolvida por alunos da EngenhariaMecatrônica, Cesar Alba e Cesar Sarmento, permitemedir a textura de qualquer tipo de superfícieutilizando raio laser, ou interferometria óptica, como ométodo é conhecido. Por não necessitar de contatocom o material para realizar a medição, a técnicaautomatiza o processo e facilita a verificação dedefeitos em tubulações de petróleo, por exemplo. Nolaboratório de Metrologia, a experiência baseia-se na

análise da topografia detexturas em placas de

Silício, desenvolvidasna Faculdade deFísica parasistemas de

RAIO LASER VERIFICA DEFEITOS EM MATERIAIS

Durante o I Seminário Internacional deEducação do Mercosul, realizado na UniversidadeCatólica de Pelotas, alunas do curso dePedagogia representaram a PUCRS com seustrabalhos. As estudantes Ana Cristina Cardoso,Ana Carolina Souza, Eliane Balduino, LetíciaFerreira, Fabiane Carlotto, Janaína da Rosa,Izabel Cezar e Márcia Castilho, do 7º nível,participaram com a pesquisa As conseqüênciasda internet na aprendizagem, produzida durantea disciplina Ensino e Aprendizagem Virtuais. Do6º nível, as universitárias Patrícia de Macedo ePatrícia Leal apresentaram as oficinas deaprendizagem desenvolvidas durante o semestreno Laboratório de Multimeios e Informática daFaculdade de Educação. A coordenação foi daprofessora Marilene Cardoso.

ALUNAS DA PEDAGOGIA EM SEMINÁRIO INTERNACIONAL

Maurício Bernardes, recém-formado em Letras pelaPUCRS, foi um dos 31 aprovados para o Concurso deAdmissão à Carreira Diplomática, promovido peloInstituto Rio Branco. A seleção, uma das maisrigorosas do país, com 5 mil candidatos, escolhe osinteressados em realizar os cursos de capacitação de

RECÉM-FORMADO INGRESSA NO INSTITUTO RIO BRANCOdiplomatas brasileiros oferecidos pelo Instituto. NoRio Grande do Sul, apenas dois se classificaram.Bernardes sempre se destacou nos estudos. Na disputaficou em 20º lugar. Ele foi aluno do Colégio Rosáriodurante o ensino fundamental e médio e também éformado em Direito.

energia solar. A capacidade de absorção de energiasolar das lâminas varia de acordo com a profundidade ea uniformidade da superfície, por isso o controletopográfico é tão importante.

No sistema estudado pelos universitários, o laserincide na peça e a luz refletida, com diferentesintensidades, conforme a textura do material, é captadapor uma câmera óptica. Este sistema de aquisição deimagem transfere os dados para o computador, onde umsoftware especial decodifica a mensagem e a transformaem tridimensional. As vantagens do sistema são aautomatização do processo, antes feito manualmentecom microscópio e sem a garantia de dados precisos, e aobtenção imediata dos resultados da análise. Atualmentenão existe sistema comercial capaz de medir, em temporeal, a textura média de uma grande área.

Outro exemplo de utilização do processo é em linhasde montagem, para identificar peças defeituosas antes queelas completem todo o processo de fabricação. O projeto écoordenado pela professora Berenice Dedavid e deveráencerrar no final do ano. A verba necessária para aexecução foi obtida pelo Programa de Apoio aoDesenvolvimento Científico e Tecnológico do CNPQ-FINEP.

Alba (esq.)e Sarmentono laboratóriode Metrologia

As estudantes representaram a PUCRS em Pelotas

Alunos da PUCRS

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Nos dias 14 e 15 de setembro, o curso de Fisioterapiapromove a sua primeira semana acadêmica. A programaçãocomposta por palestras abordará, entre outros temas,Perspectivas da Fisioterapia para o século 21, FisioterapiaAquática, Equoterapia e Fisioterapia em Transplantes. Aabertura da semana será com a aula magna do fisioterapeutaAfonso Salgado, pós-graduado pela Confederação Francesa deFisioterapia Desportiva, mestrando na Unesp e autor de trêslivros da área. As atividades serão realizadas no auditório doprédio 12, bloco C, sala 141. Informações pelo telefone (51)3320-3646.

Ganhar o Leão de Ouro no Festival Internacional de Cannes(França), o oscar da publicidade mundial, é um divisor de águas nacarreira de um profissional. O jovem José Augusto Ketzer, 26 anos,ex-aluno de Jornalismo da PUCRS, foi um dos vencedores do triopremiado na categoria Press & Poster (material impresso) do YoungCreatives 2001. Formado em dezembro de 1996, Guga trabalha em SãoPaulo, na agência Loducca. Bem-humorado e apaixonado pelo que faz,ele contou à revista PUCRS Informação como chegou a essa conquista:

– Eu não consigo ver TV mais de 30 segundossem ficar “zapeando”. A única maneira deconseguir, sem trocar de canal,é quando passa um comercial de um minuto.Eu adoro escrever e trabalhar. Consigotrabalhar mais de 12 horas por dia,inclusive nos finais de semana. Alémdisso, sou bom em resolver os problemasdos outros. E criatividade nada mais é doque resolver problemas de uma maneiradiferente, inovadora.

O Caderno Conversas e Controvérsias, livro que reúne textosde alunos da PUCRS, terá a sua quarta edição lançada em novembro.Organizada pelo Departamento de Ciências Sociais, a obra permite queestudantes de outros cursos participem com trabalhos e pesquisas,desde que abordem assuntos das áreas humanista e social. A seleçãodos textos é feita pelo conselho editorial do caderno, composto porprofessores das Ciências Sociais. Para participar, o universitário deveapresentar o texto a um professor do seu curso, que ficará responsávelpor encaminhá-lo ao conselho editorial.

A edição da obra é feita pelos alunos participantes submetidos aum treinamento específico, o que garante um certificado de extensão.Os trabalhos devem ser enviados para o Departamento de CiênciasSociais, prédio 5, sala 105. Informações pelo telefone (51) 3320-3555.

FISIOTERAPIA PROMOVEPRIMEIRA SEMANA ACADÊMICA

COMO VENCER EM CANNES

CIÊNCIAS SOCIAIS LANÇALIVRO DE ALUNOS

A rotina dos bombeiros e os trotesque eles recebem diariamente foi otema da peça publicitária Trote,produzida por alunos do curso dePublicidade e Propaganda da PUCRS evencedora de dois troféus no 9ºGramado Cine Vídeo. A mostra ocorreparalelamente ao Festival de Cinemade Gramado e dela participam vídeosbrasileiros independentes,universitários e gaúchos. Na categoriaGaúchos, ganhou o prêmio de MelhorVídeo Publicitário a propaganda de umminuto dos alunos AlexandreBergmann, Ana Paula Bandeira, BrunoSório, Daniel Korol, Daniel Sterzi,Francisco Spiandorelo, JanuárioMenegotto, Laura Kcoeff, LeonardoMachado, Luciane Valles, Mauro Silva,Pedro Perucena e Roger Camargo. Otítulo de Melhor Direção foi para RogerCamargo. O professor João GuilhermeBarone (coordenador do trabalho)recebeu os troféus representando osalunos. Os ganhadores pensam emformar uma equipe para fazer suasproduções independentes.

PROPAGANDA DEUNIVERSITÁRIOSVENCE EM GRAMADO

Programação é voltada aos acadêmicos

Foto: Divulgação

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Lançamentos da EDIPUCRSCinco novos títulos

SER PROFESSORDélcia Enricone (org.)141p.

O livro reúne textos de um grupode professores da Faculdade deEducação da PUCRS que sepropõe a refletir sobre asdimensões da complexidade deser professor. Foramselecionadas dimensõespedagógicas e culturais,algumas mais novas, outrashá muito presentes, quemarcam a formação dosprofissionais da educação.

CASA GRANDE E SENZALACOM ANTENA PARABÓLICA:TELECOMUNICAÇÃO E OBRASILJacques A. Wainberg265p. – Coleção Comunicação 15

Examina o desenvolvimento dastelecomunicações brasileiras desdeseu alvorecer e avalia criticamenteas implicações teóricas do papel quetais aparatos têm e tiveram aolongo da história nacional.

DICIONÁRIO DE HISTÓRIADO BRASILMoacyr Flores637p. – Coleção História 8(2ª edição revista e ampliada)

O Dicionário de História do Brasilreúne verbetes sobre acontecimentos,personagens, conceitos e definiçõesque envolvem o processo históricobrasileiro, desde o período colonialaté à atualidade.

PIERRE TEILHARD DECHARDIN: CIÊNCIA E FÉUrbano Zilles230p.

Apresenta a necessidade de conhecero pensamento de Pierre Theilhard deChardin considerado um dos maioresintelectuais do catolicismocontemporâneo. A obra do jesuítafrancês (1881-1955) caracteriza-sepela idéia da evolução universaldentro de uma vasta síntese entreCristianismo e conhecimentocientífico; pela espiritualidade deengajamento que dá sentido àciência e à técnica e ao universo;pela oposição do homem como eixoe flexa da evolução.

AS DUAS GLOBALIZAÇÕES :COMPLEXIDADE ECOMUNICAÇÃO, UMAPEDAGOGIA DO PRESENTEEdgar MorinJuremir Machado da Silva (org.)Joaquim Clotet88p. – Coleção Comunicação 13(co-edição Editora Sulina)

A concessão do título de DoutorHonoris Causa pela PUCRS a EdgarMorin deu origem a essa obra quereúne um conjunto de textos ediálogos. Entre eles, um artigopublicado no jornal Zero Hora,saudando o homenageado, deJoaquim Clotet; a conferência deMorin e o discurso proferido em suahomenagem durante a cerimônia.

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Participação em rede nacionalmarca aniversário da UNITV

Comunicação

EVENTOS DA COMEMORAÇÃODE ANIVERSÁRIO• Espetáculo de dança com o Ballet Vera Bublitz• Programa com a Banda Hard Working• Especiais telejornalísticos• Programa comemorativo ao 3º aniversário• Confraternização de aniversário

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIORINTEGRANTES DA UNITV• Pontifícia Universidade Católica do RS• Universidade Federal do RS• Faculdades Porto-Alegrenses• Faculdades Ritter dos Reis• Faculdade São Judas Tadeu• Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas• de Porto Alegre• Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto• de Cardiologia

Carvalho (esq.) e Zarur firmaram convênio

As comemorações do terceiro aniversário da UNITV, nestemês de setembro, além de programações especiais ofereci-das aos telespectadores, marcam o início de uma nova fasepara o canal das Instituições de Ensino Superior da Capitalgaúcha. Juntamente com as produções locais e o intercâm-bio de programas com emissoras universitárias de SãoPaulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a UNITV anuncia aampliação do convênio pioneiro que mantém com a Radio-brás desde dezembro passado. Os detalhes finais do acordoforam acertados em Brasília, durante reunião entre o presi-dente da Radiobrás, Carlos Zarur, e o presidente do Conse-lho Gestor da UNITV, Carlos Alberto Carvalho.

Carvalho informa que repórteres do Canal 15 de PortoAlegre terão participações nos telejornais nacionais daNBR-TV, levando ao conhecimento de todo o país aconteci-mentos importantes ocorridos no Rio Grande do Sul, princi-palmente nas áreas da educação, do ensino e da cultura.Outra novidade é a produção de matérias especiais sobrepeculiaridades regionais do extremo sul brasileiro, para apre-sentação no espaço O Brasil é Assim, veiculado também emrede nacional. “É uma excelente oportunidade para mostraraspectos típicos e atividades expressivas desenvolvidas emnosso Estado”, destaca o presidente da UNITV.

Zarur manifesta sua grande satisfação com a amplia-ção do convênio firmado há quase um ano com a emisso-ra universitária porto-alegrense, que transmite em temporeal, dentro de sua programação, documentários, eventos,telejornais e informativos de utilidade pública, gerados

Curso de Jornalismo faz convênio com RBSA RBS lança o projeto RBS na Universidade e o pri-

meiro resultado é o convênio assinado com o curso deJornalismo da Faculdade de Comunicação Social (Fame-cos). A iniciativa estreita o relacionamento das mídias dogrupo jornalístico (jornal, rádio, TV e internet) com alu-nos e professores. O projeto consiste na realização de

visitas ao ambiente de trabalho dos profissionais da RBS ea participação em outros projetos da empresa, como Ban-co de Talentos e Caras Novas. Interessados devem preen-cher as fichas de inscrição disponibilizadas na secretariada Famecos, 2º andar, e no Departamento de Jornalismo,sala 216, ambos no prédio 7. Informações: 3320-3569.

diretamente de Brasília. As programações são recebidaspor intermédio da parabólica instalada no Campus daPUCRS, onde estão localizados os estúdios e a bem-equi-pada central geradora da UNITV.

UNITV produziráprogramas paraO Brasil é Assim

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Bast

idor

espor ANA PAULA ACAUAN

Quem se dirige ao Campus Central pelas avenidasIpiranga ou Bento Gonçalves, avista de longe umaestrutura imponente. Logo ao ultrapassar os portõesde entrada, os “habitantes” e “visitantes” da CidadeUniversitária encontram tudo funcionando para seuconforto e sua segurança. “Como numa cidade, énecessário planejamento, execução e manutençãoconstantes”, diz o arquiteto Henrique Rocha, super-visor da Divisão de Obras da PUCRS. Esse trabalho

A infra-estrutura ocultada Cidade Universitária

realizado nos bastidores compreende desde tarefassimples até complexos sistemas. Um subterrâneo or-ganizado é o exemplo mais oculto, de onde “brotam”fios que interligam os computadores, tubulações parao ar condicionado e pilares das construções. Só noprédio 50, inaugurado em 27 de agosto último, são250 quilômetros de cabos e condutores e 1.500 qui-lowatts de potência instalada.

A Divisão de Obras, setor ligado à Pró-Reitoria deAdministração, atualiza com freqüência o mapeamen-to completo do subsolo do Campus. A alguns metrosou a apenas centímetros do chão, depois do concre-to e da terra, existem canos que dão passagem àágua, aos esgotos cloacal e pluvial e à telefonia.Condutores de alta tensão, a 13,8 mil volts, alimen-tam o prédio 15. A partir desse centro, a energia émedida e posteriormente distribuída pelos demais.Cada edifício tem um transformador próprio com afunção de rebaixar a tensão para 127 volts. Como hádois alimentadores de alta tensão – na Ipiranga e naBento Gonçalves – quando falta luz num dos pontos,chaves reversoras fazem a conversão automática.

A rede de dados da PUCRS (PUCRSNet) parte desua espinha dorsal (backbone), formada pelos pré-dios 16, 30 e 40, e conecta todo o Campus porfibras subterrâneas. Isso permite a ligação entremais de 3 mil computadores. A tecnologia ATM (As-syncronous Transfer Mode) é utilizada para o trans-porte de imagem, voz e dados por anéis de fibraóptica. O controle de entrada de veículos pelos es-tacionamentos é outro exemplo desse tipo de co-municação via subsolo.

Na PUCRS, as tubulações não estão apenas em-baixo da terra. A construção do primeiro estaciona-mento da Universidade, junto aos atuais prédios 40 e41, exigiu a canalização do Arroio Moinho, em 1972.O subsolo do Museu de Ciências e Tecnologia, ondesão guardadas as coleções científicas e o materialarqueológico, pode ser comparado a um navio. Porestar ao lado do arroio, exerce-se pressão negativade baixo para cima, como se o chão fosse mais pesa-do, exigindo um sistema no qual a estrutura é fixadapor âncoras na rocha.

A construção dos edifícios que atendem às neces-sidades da Universidade, segue uma tradição: o lan-çamento da pedra fundamental. Uma caixa metálica,símbolo do empreendimento, é colocada na nova es-trutura como tijolo inaugural. Dentro dela há o jor-nal do dia, a ata oficial e as moedas da época. Essacerimônia é repetida desde 1957, quando começou a

Sistema hidráulico: manutenção de canos

Ar condicionado: dutos conduzem água gelada

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ser erguido o prédio 6, da Faculdade de Odontologia,o primeiro de uma série que formaria a Cidade Uni-versitária. Naquele período, em algumas áreas foramplantados eucaliptos para secar o solo. “O terreno éúmido. Fazemos fundações de oito a dez metros atéencontrar base firme”, explica Rocha. Um sistemasemelhante ao saca-rolhas retira a terra e insere oconcreto, estabelecendo os alicerces.

Durante as construções, nunca se achou vestígiospré-históricos. Segundo o arqueólogo Klaus Hilbert,coordenador do Departamento de História da PUCRS,provavelmente não houve ocupação humana nessaárea de Porto Alegre. “A única possibilidade seriaencontrar alimentação ou objetos como louças por-que havia fazendas no local”, cogita Hilbert.

Nos subterrâneos existem ainda galerias queintegram o mecanismo de funcionamento de arcondicionado. Entre os prédios 8 e 9, um bancoarmazena gelo em períodos sem utilização, comode madrugada. O objetivo é usá-lo, nos momentosde pico de consumo de energia elétrica, das 18hàs 21h, como forma de economizar. Os prédios 11,40 e 41 são abastecidos pela Central Térmica deAr Condicionado. A água gelada produzida chegaàs unidades terminais por dutos de até 150 me-tros de extensão, onde os condicionadores (venti-ladores e serpentinas) insuflam ar frio para osambientes. “A vantagem de uma central atender adiferentes prédios é que há maior diversidade e

melhor aproveitamento das variações de deman-da”, salienta Rocha. Em cima dos prédios 8 e 40,outro circuito de tubulações arrefece o sistema(faz perder calor) por meio de torres com ventila-dores que trocam calor com o meio ambiente. Noprédio 50, mais moderno, o arrefecimento é a ar,barateando a execução.

Na área de proteção contra incêndio, além dosaparentes extintores e hidrantes espalhados pelo Cam-pus, há alarmes para detecção de fumaça, escadasprotegidas do fogo por algumas horas e portas eportões corta-fogo. Os sprinklers – rede de chuveiri-nhos – existentes em alguns prédios são acionadoscom o calor. Vários funcionários estão capacitados aatuar em situações de emergência. Treinados peloServiço Especializado em Segurança e Medicina doTrabalho, vinculado à Gerência de Recursos Huma-nos, fazem parte das brigadas de incêndio.

As cordoalhas (conjunto de cordas) que são vis-tas, por exemplo, ao longo da estrutura lateral doprédio 5, protegem contra descargas atmosféricas(raios e trovões). No prédio 50 os pára-raios sãoligados à própria estrutura, que descarrega direta-mente para o solo.

Quanto melhor funciona essa infra-estrutura, me-nos ela é aparente. O que está oculto envolve muitaspessoas e equipamentos e o resultado de tudo semede pela satisfação de se ter um lugar adequadopara estudar, trabalhar, pesquisar e fazer amigos.

Rede elétrica: Centro dedistribuição de energia

Arroio Moinho: foz passaao lado do subsolo do Museu

PUCRSNet: cabos transmitemimagem, voz e dados

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Sino

pse FAPERGS

Programas da Fapergs de apoio à pesquisa foi otema da palestra ministrada na PUCRS pelo diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa doRio Grande do Sul (Fapergs), Sérgio Bampi (foto),no final de agosto. Ele apresentou os novos progra-mas e planos para o incentivo da ciência e da tec-nologia e o que a fundação pode oferecer à Univer-sidade como apoio financeiro e outros recursos. Du-rante debate, o diretor conheceu em detalhes asprioridades e as linhas estratégicas da PUCRS, vi-sando a identificar possibilidades de intercâmbioentre as duas instituições. Estavam presentes dire-tores de unidades, coordenadores de programas depós-graduação, professores, pesquisadores e alunos.

CENTRO DE EXCELÊNCIAA PUCRS e a Motorola, em conjunto com universidades, insti-

tuições e governo estadual, criaram o Centro de Excelência Ibero-Americano em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). A propos-ta é montar o centro tecnológico mais avançado do mundo para odesenvolvimento de projetos de circuitos integrados (chips) ecapacitar recursos humanos. Os chips são utilizados em telefonescelulares, computadores, relógios, dispositivos implantáveis (mar-ca-passos) e computadores de bordo (automóveis e aviões). Tra-balharão no centro pesquisadores e alunos das universidades en-volvidas nas áreas de Engenharia, Física, Informática e Química.O início das operações está previsto para junho de 2003.

ZOOTECNIAO Zootecnista do Ano 2000 do Bra-

sil é o professor Wilson Dutra Júnior,da Faculdade de Zootecnia, Veterináriae Agronomia do Campus de Uruguaia-na. O prêmio foi entregue durante o11º Congresso Brasileiro de Zootecnia –ZOOTEC’2001, em Goiânia. Dutra Júniorfoi distinguido por seu trabalho cientí-fico e por sua atuação profissional.

MATEMÁTICAA Faculdade de Matemática foi representada

por seus professores em conferências, workshop,simpósio, congresso e encontros realizados nosEstados do Rio de Janeiro e da Bahia e emdiversos países. Apresentaram trabalhos os do-centes Brasilio Ricardo da Silva, Carlos EduardoPinent, Cármen Regina Azambuja, Helena Cury,Lorí Viali, Monica dos Santos e Rubén EdgardoPazos.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICAEficiência Energética é o novo curso de especializa-

ção disponibilizado pela Unidade de Educação a Distân-cia da PUCRS. Voltado para executivos, consultores egestores empresariais, o curso busca combater o desper-dício de energia elétrica nas empresas. As aulas sãoministradas por meio de tele e videoconferência nas ci-dades onde há sala de recepção. O conteúdo também édisponibilizado em CD-ROM. Informações pelo telefone(51) 3320-3651 e pelo site www.ead.pucrs.br.

TOXICOLOGIA ANIMALProfissionais das áreas de Agronomia, Biologia, Farmácia,

Medicina, Medicina Veterinária e Zootecnia reuniram-se naPUCRS durante o 1º Encontro Nacional do Curso de Especiali-zação em Toxicologia Animal por Tutoria a Distância. A abertu-ra do evento foi presidida pelo Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Urbano Zilles. Alunos e professores discutiram oconteúdo dos módulos do curso e realizaram as provas finais.

TROTE SOCIALO Diretório Acadêmico da Psicologia, com o apoio da Facul-

dade de Psicologia e da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários,promoveu o trote social entre os alunos do curso. Desde oinício das aulas, realizaram-se atividades de integração entrebixos e veteranos e, paralelamente, foram arrecadados 70 litrosde leite. As beneficiadas com as doações foram as criançassoropositivas atendidas pela organização não-governamental MaisCriança. No encerramento do trote, os calouros levaram os pe-quenos para visitar o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS.

NEUROIMAGEMO médico Marcio Menna Barreto, do Serviço de Neu-

rologia do Hospital São Lucas (HSL), falou sobre Espec-troscopia na Infecção por HTLV na X Conferência Inter-nacional de Retroviroses Humanas, em Dublin (Irlanda).Fez um relato preliminar do trabalho observacional queestá sendo conduzido pelo Serviço e pelo Centro deDiagnóstico por Imagem do HSL.

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PUCRS NOTÍCIASNo dia 8 de agosto, começou a

circular no Campus Central o PUCRSNotícias, boletim semanal dirigido es-pecialmente à comunidade acadêmi-ca. A publicação, editada pela Asses-soria de Comunicação Social da Univer-sidade, é distribuída às quartas-feiras edivulga notícias sobre atividades do in-teresse de professores, alunos e funcio-nários. Todos estão convidados a colabo-rar com o novo boletim, enviando informa-ções sobre fatos e eventos que precisamchegar ao conhecimento do público internoda PUCRS. Contatos podem ser feitos pelofone 3320-3500, ramais 4446 e 4338, fax3320-3603 e e-mail [email protected].

ESPAÇO E LINGUAGEMAs faculdades de Letras e de Ar-

quitetura e Urbanismo promoveramo 1º Encontro sobre Espaço e Lingua-gem – Modernidade e Modernismo noBrasil. A abertura do evento contoucom a presença de Marshall Berman(foto), professor da Universidade deNova York e autor do livro Tudo queé sólido desmancha no ar, obra quebusca compreender a modernidade.Além das exposições, palestras e me-sas-redondas foram apresentadas pe-los doutores em Arquitetura Hugo Se-gawa, Júlio Katinski e Murillo Marx,da USP, entre outros convidados. Naárea de Letras, os destaques foramWander Miranda, da UFMG, e ReginaZilberman, da PUCRS.

APOIO À PESQUISADois projetos de pesquisa da PUCRS foram escolhidos

para receber financiamento do acordo assinado entre o CNPqe a Fapergs: Uso de proteínas de estresse para diagnóstico etratamento de artrite, coordenado pela professora CristinaBonorino, da Faculdade de Biociências, e Dosímetro pessoalde radiação, da docente Mara Regina Rizzatti, da Faculdadede Física. O convênio, no valor de R$ 2,5 milhões, faz parteda terceira fase do Programa de Apoio ao DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico, que beneficiará 12 trabalhos.

EDIPUCRSA Editora Universitária da PUCRS, em parceria com o

Jornal Mundo Jovem, participou da Feira de ProdutosDidáticos e Pedagógicos e Inovações Educacionais, emFlorianópolis, e da 6ª Expoeducação – Feira de Produtose Serviços para a Escola, que ocorreu com o 6º Congressoda Escola Particular Gaúcha, na PUCRS. Cerca de 100títulos foram expostos. A editora também distribuiu ca-tálogos de suas publicações para escolas.

FÓRUM DA ÁGUAO consultor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS,

engenheiro químico Gilson Spanemberg, representou o Bra-sil no primeiro Fórum Mundial da Água para a Juventude,em Vlissingem (Holanda). Ele apresentou o trabalho Fluxosde metais pesados em águas fluviais: o caso do Rio dosSinos, Brasil. O evento é preparatório para o terceiro FórumMundial da Água, marcado para março de 2003, no Japão.

GESTÃO EMPRESARIAL DO VAREJOConvênio entre a Associação Gaúcha de Supermerca-

dos e a PUCRS resultou no curso de especialização adistância Gestão empresarial com ênfase em varejo. Vol-tado para profissionais de nível superior que atuam emvarejo e supermercado, o pós-graduação oferece umavisão estratégica do setor. A primeira turma começa nodia 6 de setembro. As aulas são ministradas via internete por teleconferência. Ao final do curso, os alunos de-vem apresentar uma monografia. Informações pelo tele-fone (51) 3320-3651 ou no site www.ead.pucrs/varejo.

ACERVOS LITERÁRIOSA PUCRS sediou o 5º Encon-

tro Nacional de Acervos LiteráriosBrasileiros, do qual participaramrepresentantes de universidadesde todo o país. Os convidadosdiscutiram como os acervos fun-damentam o trabalho literário,tanto no aspecto histórico, quan-to na possibilidade de realiza-ção de críticas textuais. O en-contro permitiu também a trocade experiências e a apresenta-ção das possibilidades de traba-lho na área, assim como cami-nhos de exploração do materialconservado.

MORTE EM QUESTÃODebater a morte sob uma perspectiva psicossócio-religiosa.

Com esse objetivo, o Centro de Pastoral organiza o curso deextensão A morte em questão e o novos movimentos religiosos,de 8 a 11 de outubro. Para falar sobre o assunto, foram convi-dados o doutor em Filosofia e Teologia Dogmática Renold Blanke a mestre em Teologia Dogmática Christiane Blank. Inscriçõesna Pró-Reitoria de Extensão Universitária, sala 201 do prédio40. Informações pelos telefones (51) 3320-3506 e 3320-3500,ramal 4027, ou pelos e-mails [email protected] e [email protected].

ARQUEOLOGIAO Programa de Pós-Graduação em História lançou neste semestre

o Doutorado Internacional em Arqueologia, o único na área no Brasilaprovado e apoiado pelo CNPq. Como resultado, foram disponibiliza-das nove bolsas de doutorado. As aulas da primeira turma iniciaramem agosto e o projeto vai até 2005. A linha de pesquisa defendida ésobre Cultura material, sociedade e povoamento, que enfatiza a recu-peração e a reconstrução dos processos históricos por meio do estu-do das evidências documentais materiais, perspectivas arqueológicase etno-históricas. Informações pelo telefone (51) 3320-3534, sitewww.pucrs.br/pghistoria e e-mail [email protected].

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PALEONTOLOGIAOs professores Maria Claudia Malabarba e Fernando Abdala, do

Museu de Ciências e Tecnologia, foram eleitos para os cargos de vice-presidente e diretor de publicações da Sociedade Brasileira de Pa-leontologia, durante assembléia ordinária realizada no Acre. Paralela-mente a essa atividade, ocorreu o 17º Congresso Brasileiro de Paleon-tologia. Maria Claudia e Abdala apresentaram trabalhos sobre peixese répteis fósseis brasileiros.

MASTOZOOLOGIAA Sociedade Brasileira de Mastozoologia, o Museu de Ci-

ências e Tecnologia (MCT) e o Departamento de Genética daUFRGS promovem o 1º Congresso Brasileiro de Mastozoologia,de 6 a 9 de setembro, no Centro de Eventos da PUCRS. Oencontro terá a participação de pesquisadores de instituiçõesbrasileiras, americanas, chilenas, argentinas e uruguaias queabordarão a fauna de mamíferos neotropicais. Uma das mesas-redondas da programação será sobre a nova espécie de tuco-tuco (foto) descoberta em Alegrete. Informações no Laborató-rio de Mastozoologia do MCT, sala 164 do prédio 40, pelostelefones (51) 3320-3521, ramal 4422, e 3316-6733.

CRÉDITO EDUCATIVOIntegrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) foram nomeados pelo governo

estadual para compor o Conselho Diretor do Fundo Rotativo de Crédito Educativo.Francisco Cezar Lenuzza e Rafael Fleck, titular e suplente, respectivamente, representamas entidades estudantis e ocuparão o cargo por quatro anos. O conselho, tambémformado por participantes do governo e de universidades, é responsável por definir ondea verba do fundo será investida e quantas vagas serão disponibilizadas.

PUCRS VIRTUALA unidade de Ensino a Distância da PUCRS apresentou sua proposta

pedagógica em eventos no país e exterior. No Encontro das UniversidadesCatólicas, em Recife, participou a professora Maria Bernadette Herrlein. Elatambém acompanhou os docentes Ruben Vargas e Joyce Pernigotti a Portu-gal, onde se realizou a Conferência Internacional de Novas Tecnologias emCiências. Os três apresentaram trabalhos sobre a PUCRS Virtual. No 8ºCongresso Internacional de Educação a Distância, em Brasília, os professoresMarilú Medeiros e Gilberto Medeiros apresentaram o trabalho A produção deum ambiente de aprendizagem em educação a distância com o uso de mídiasintegradas: PUCRS Virtual, um dos poucos selecionados em todo o mundo.

RELAÇÕES INTERNACIONAISO assessor de Assuntos Internacionais e Inte-

rinstitucionais da PUCRS, Francisco Massa, repre-sentou a Universidade no seminário Expansão deOportunidades Educacionais entre Instituições de En-sino Superior, na PUC-Rio. O evento, realizado pelaComissão Fulbright e pela Embaixada dos EstadosUnidos no Brasil, reuniu 80 participantes de 24 uni-versidades brasileiras e 15 de instituições america-nas. A comissão trabalha com o intercâmbio educa-cional e cultural entre os Estados Unidos e o Brasil.

FÍSICADurante o 15º Simpósio Nacional de Ensino de Física, em Natal, os professores Maria Emília Bernasiuk, Luiz Marcos Scolari e

Mara Regina Rizzatti, da Faculdade de Física, apresentaram trabalhos. Maria Emília expôs o projeto Iniciação à pesquisa nadisciplina de Física aplicada à Biologia e aspectos sobre as pesquisas realizadas por professores de Física do Ensino Médio. Scolari eMaria Regina apresentaram, respectivamente, os trabalhos Criação e desenvolvimento de multimídia da área de exposição de Físicainterativa do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS e Dificuldades com analogias de modelos atômicos.

ENERGIA ELÉTRICAA Faculdade de Engenharia Elétri-

ca e a AES-Sul disponibilizaram bol-sas para engenheiros, físicos, bacha-réis em informática e analistas de sis-tema interessados em trabalhar comdedicação exclusiva por dois anos emprojeto de pesquisa e desenvolvimen-to, com oportunidade de cursar o mes-trado em Engenharia Elétrica daPUCRS. As pesquisas se desenvolve-rão em campos como eficiência ener-gética, distribuição de energia, siste-mas integrados de oferta – demandade energia elétrica e sistemas de apoioà decisão e de gestão de ações nosegmento de energia elétrica.

INFORMÁTICAA Faculdade de Informática assinou um termo aditivo ao contrato com a empresa

Parks S/A Comunicações Digitais. O termo visa ao desenvolvimento de protótipos desistemas digitais de alto desempenho utilizados em produtos de telecomunicações,agilizando a transmissão digital de dados e voz em centrais telefônicas institucionais,por exemplo. Para a realização do estudo, a empresa financia bolsas de mestrado. Aparceria tem capacitado profissionais da Parks, por meio de cursos específicos, e bolsis-tas de cursos de pós-graduação para trabalhar com aplicações de alta tecnologia.

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ARQUITETURANo dia 28 de julho, a Facul-

dade de Arquitetura e Urbanis-mo formou a primeira turma debacharéis. Para receber o grau,os oito alunos submeteram seustrabalhos de conclusão a umabanca examinadora composta pe-los convidados externos Ubyra-jara Gillioli, da USP, Cláudio LuizAraújo, da Ritter dos Reis, e Ed-son Krebs, da UFRGS. Depois daavaliação, os trabalhos foram ex-postos no saguão da Faculdade,no prédio 9.

GERONTOLOGIA SOCIALO Programa de Pós-Graduação em Serviço Social come-

morou 10 anos do Curso de Especialização em GerontologiaSocial. Criado e coordenado pelo professor Silvio Lafin, ocurso formou seis turmas, totalizando 173 alunos. A espe-cialização oferece conhecimentos sobre o processo de enve-lhecimento, permitindo o aprimoramento da atuação profis-sional e o desenvolvimento de novas atividades na área.

LIVRO VERMELHOO Museu de Ciências e Tecnologia (MCT), a Secretaria do

Meio Ambiente (Sema) e a Fundação Zoobotânica do Rio Grandedo Sul assinaram convênio visando à cooperação mútua paraelaborar a lista oficial da fauna em extinção no Estado. A inicia-tiva integra o projeto Livro Vermelho, desenvolvido por pesqui-sadores do MCT. A elaboração do relatório com a lista final dasespécies que necessitem de cuidados especiais ou tenham suasobrevivência ameaçada é de responsabilidade do museu. A Semaoferecerá os trâmites administrativos necessários para a homolo-gação da listagem por meio de decreto do governador.

MAL DE ALZHEIMERA professora Leonia Bulla, da Faculdade de Serviço Soci-

al, recebeu subsídios do convênio entre a CNPq e a Fapergspara a pesquisa Qualidade de vida nos núcleos familiares comidosos portadores de Mal de Alzheimer. A verba e as bolsas deiniciação científica concedidas dão agilidade ao projeto epermitem a participação da psicóloga e especialista em Ge-rontologia Social, Geraldine dos Santos. O trabalho integra arede de pesquisa Avaliação multidimensional da saúde dapopulação da região Sul. O estresse que sofrem os cuidadoresde idosos com Mal de Alzheimer será o objeto de estudo.

SOFTWARERealizou-se na PUCRS o evento

itinerante Encontro de Qualidade e Pro-dutividade de Software. Organizadopela Faculdade de Informática e pelaSoftsul, integra as iniciativas do Sub-programa de Informática do Ministé-rio de Ciência e Tecnologia. O órgãofederal visa a consolidar o Brasil comoprodutor mundial de software e in-centivar a produtividade e a qualida-de dos desenvolvidos no país. O en-contro prepara para o Simpósio Brasi-leiro de Engenharia de Software, o maisimportante do setor.

PUCRS E SANTANDERComo parte do Programa Universidades Santander, a PUCRS e o Ban-

co Santander Meridional assinaram no dia 20 de agosto um convênio decooperação acadêmica, tecnológica e financeira. Segundo o acordo, ainstituição financeira destinará recursos para programas acadêmicos ebolsas de estudos e apoiará o Projeto Novas Fronteiras: O Museu vai àComunidade, do Museu de Ciências e Tecnologia. Outros planos do convê-nio são substituir o atual cartão de identificação da PUCRS pelo CartãoUniversitário Inteligente, que poderá ser utilizado em pequenos paga-mentos, facilitar a abertura de contas dos alunos e permitir que funcio-nários e professores recebam o salário pelo Santander. Na foto, o ReitorNorberto Rauch (dir.) e o presidente do Banco, Evaristo do Amaral.

ODONTOLOGIARaphael Loro, diretor da Faculdade de Odontologia e secretário executivo da Asociación Latinoamericana de Faculdades

de Odontologia (Alafo), participou da reunião do corpo diretivo da associação realizada na Guatemala. Loro fez palestrasobre Educación Odontológica para el nuevo milenio e ministrou o curso Cirurgia Bucomaxilofacial. Acadêmicos e profissio-nais de diversos estados brasileiros e do exterior participaram da 8ª Jornada Odontológica Sul-rio-grandense, realizada naPUCRS. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Odontologia do Rio Grande do Sul, cujo presidente é oprofessor Marcos Túlio Carvalho. Na programação, seminários, cursos práticos, cursos teóricos e colóquios contaram com aparticipação de professores da Universidade.

PRÊMIO EM COMUNICAÇÃOJuremir Machado da Silva, professor da Faculdade de Comuni-

cação Social, foi o escolhido para receber o prêmio Luiz Beltrão nacategoria Liderança Emergente na pesquisa em comunicação. Aentrega da honraria, que homenageia os destaques na SociedadeNacional de Pesquisadores e Professores de Comunicação, ocorredurante o Intercom, de 1º a 7 de setembro, em Campo Grande. Odocente foi o único indicado pelo Estado para a categoria.

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ENGENHARIAA Faculdade de Engenharia Elétrica

iniciou o semestre com novas instalaçõesnos laboratórios situados no bloco 5 doprédio 30. As salas foram informatizadase estão sendo usadas para aulas aplica-das a situação específica e de pesquisa.Participaram da solenidade de inaugura-ção o reitor da PUCRS, Norberto Rauch,o diretor da Faculdade de Engenharia,Eduardo Giugliani, o coordenador do De-partamento, Sérgio Luís Haffner, o diretorda Fapergs, Sérgio Bampi, e o diretor daAES Sul, Pedro Paulo Schmitt.

MEDALHA SIMÕES LOPES NETOO professor Ir. Elvo Clemente, assessor da Reitoria da

PUCRS, presidente da Academia Rio-grandense de Letras emembro do Conselho Estadual de Cultura, foi indicado peloGoverno do Estado para receber a Medalha Simões LopesNeto. A honraria destaca a sua excepcional atuação noscampos da cultura, das letras, da educação e do magistério.No dia 27 de outubro, Ir. Elvo será homenageado pelo trans-curso de seu 80º aniversário, durante almoço de confrater-nização promovido por entidades literárias e culturais. Re-centemente, o docente foi empossado na cadeira 10 daAcademia Sul-Brasileira de Letras, cujo paraninfo é o poetapelotense Francisco Lobo da Costa.

APRENDER E MUDARAndrew Hargreaves é o convidado especial do Seminário

Internacional Aprender para a Mudança: Por uma Educação deProfessores, realizado pela Faculdade de Educação nos dias 10e 11 de outubro. O professor do Ontario Institute for Studiesin Education, do Canadá, é conhecido por seus livros sobreprocessos de mudança educacional. Hargreaves fará a pales-tra de abertura, seguida de debate sobre o tema Educaçãopara a Mudança. Informações pelo telefone (51) 3320-3527.

ENFERMAGEMO Hospital São Lucas e

a Faculdade de Enfermageme Fisioterapia realizaram o1º Encontro de Enfermagemem Neonatologia – Procedi-mentos e técnicas: umaabordagem do cuidado emneonatologia. O evento,iniciativa do grupo de en-fermeiros da UTI Neonatal,reuniu 247 participantesentre profissionais das áre-as de Enfermagem, Medici-na e Nutrição de todo oEstado. A neonatologia éconsiderada um campo vas-to de atuação para o en-fermeiro, pois o cuidadodispensado por esse pro-fissional é fundamental.

EMIGRAÇÃO ITALIANAA emigração italiana para o Brasil é o tema do pós-doutorado da professora Núncia de

Constantino, do Programa de Pós-Graduação em História. A pesquisa é vinculada à Universitàdegli Studi di Torino e tem o apoio da Capes/Ministério da Educação do Brasil. Por ser interdisci-plinar, o estudo envolve também pesquisadores de universidades italianas. Na primeira parte doprojeto, serão coletados relatos de viajantes italianos sobre cidades brasileiras. Das atividadesdesenvolvidas pela docente na Itália, resultarão publicações nos dois países envolvidos.

MONOGRAFIASO Projeto Solidariedade da PUCRS organizou o Concur-

so de Monografias 2001, sobre o tema Vidas sim, drogasnão. Em primeiro lugar ficou Marcelo Nunes, mestrando emFilosofia. Ele ganhou uma viagem para Madrid (Espanha),onde participará de um curso sobre prevenção ao uso eabuso de drogas. As melhores monografias serão publica-das no volume quatro da edição Da inteligência ao coraçãoe à ação, livro produzido pelo Projeto Solidariedade.

NEUROLOGIANos dias 28 e 29 de setembro, realiza-

se a Reunião Sulbrasileira de Neurologia,promovida pelo Serviço de Neurologia doHospital São Lucas, a Faculdade de Medici-na da PUCRS, o Instituto de Pesquisas Bio-médicas e a Fundação Universidade de Ca-xias do Sul. A programação é dividida emquatro módulos. O encontro será no Centrode Eventos do Norton Service Bureau, emCaxias do Sul. Informações pelo fone/fax(51) 3339-4936 e e-mail [email protected].

EDUCAÇÃO FÍSICAAdministração esportiva, atividade física

na empresa e dança são as três opções deespecialização oferecidas pela Faculdade deEducação Física e Ciências do Desporto daPUCRS. Os cursos de administração esportivae dança são únicos no Rio Grande do Sul. Asaulas iniciaram em setembro e vão até agos-to de 2002, totalizando 360 horas/aula. Ou-tras informações na secretaria do departa-mento, telefone (51) 3320-3622 ou [email protected].

PÓS EM DIREITOO Estatuto da Cidade foi tema de

reunião aberta promovida pelo Progra-ma de Pós-Graduação – Mestrado emDireito. A lei foi recentemente sancio-nada pelo presidente da República Fer-nando Henrique Cardoso e permitiráaos municípios o gerenciamento daocupação do solo urbano e a oficiali-zação das favelas. A nova legislaçãobeneficiará, principalmente, os ocupan-tes irregulares de áreas urbanas priva-das. A próxima reunião será em se-tembro. Informações: (51) 3320-3537.

CORREÇÃOAo contrário

do que foi publi-cado na edição105 da PUCRS In-formação, o tra-balho de recupe-ração e de res-tauro dos livrosda Biblioteca Pú-blica do Estadonão é feito poralunos da PUCRS.

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Sociólogos,cientistas políticose antropólogos têmnos cidadãos seusobjetos de trabalho.É a partir deles queestudam o homemem sociedade, asrelações de podere a cultura.

AS RELAÇÕES SOCIAIS SOBA ÓPTICA DE ESPECIALISTAS

ONDE CURSAR

Mer

cado

de

Trab

alho

Na Faculdade de Filosofia e CiênciasHumanas, no Campus Central.Informações na Av. Ipiranga, 6681,prédio 5, sala 105, telefone(51) 3320-3555, fax (51) 3320-3602e site www.pucrs.br/ffch.

A compreensão da sociedade, das organi-zações, das relações de poder e dos univer-sos culturais são os temas de estudo dasCiências Sociais. Para tratar de assuntos tãodiversificados, a área foi dividida em Antro-pologia, Ciência Política e Sociologia. O es-tudante forma-se Bacharel em Ciências Soci-ais e, posteriormente, num curso de especia-lização, poderá obter o título de antropólo-go, cientista político ou sociólogo. Quemopta somente pela licenciatura, qualifica-separa lecionar Sociologia no ensino médio.

O curso de Ciências Sociais forma profis-sionais capazes de coletar e analisar dadose interpretar o significado de fenômenossociais, políticos e culturais. A interdisci-plinaridade e o trabalho em equipe são ca-racterísticas da rotina da profissão. Tambémcompõem o perfil do cientista social a curio-sidade e a cultura humanista.

As oportunidades de trabalho do soció-logo estão em instituições de ensino supe-rior, agências de publicidade, organizaçõesdo terceiro setor, sindicatos, empresas pri-vadas e do setor público. Como autônomo,pode oferecer consultoria ou ser empresáriode pesquisas socioeconômicas.

Voltados para as relações de poder e po-líticas públicas estão os cientistas políti-cos. As vagas em partidos e no governo sãoas de maior destaque, onde são assessores efazem análise de pesquisas eleitorais e ce-nários políticos. Há oportunidades ainda nacarreira acadêmica e empresas de pesquisa.

Os antropólogos preocupam-se com osfenômenos culturais das sociedades. Na ques-tão da terra dos índios, por exemplo, sãoeles que realizam laudos etnográficos. A pes-quisa de campo é outra ocupação desse pro-fissional, assim como prestar assessoria, tra-

balhar em museus antropológicos e univer-sidades. Junto a ONGs e sindicatos, ajudamna defesa dos direitos civis.

A PUCRS oferece o curso de Ciências So-ciais no turno da tarde somente no vestibu-lar de verão. Modificações no currículo ain-da estão em análise no Ministério da Educa-ção. A proposta é que na graduação o uni-versitário estude disciplinas específicas dasua área. Como opção de pós-graduação, aUniversidade lançou neste ano o primeiromestrado profissionalizante da área no Bra-sil. Com ênfase em organizações e socieda-de, o curso é recomendado pela Capes. Osalunos de graduação têm a oportunidade detrabalhar como bolsistas nos núcleos de pes-quisa da faculdade ou como estagiários emórgãos públicos e institutos de pesquisa.

Um projeto de lei prevê tornar obrigató-rio o ensino de Sociologia e Filosofia no en-sino médio. A lei ainda não foi aprovada,mas, caso seja, ampliará as oportunidadespara esses profissionais. O mercado de traba-lho de Sociologia e de Ciência Política é con-siderado em expansão, com expressiva ofertade vagas. Na Antropologia, se o objetivo nãofor o meio acadêmico, existem outros tiposde oportunidades. Uma delas é propor proje-tos de pesquisa e buscar financiamentos deempresas ou órgãos públicos.Ci

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O surgimento da Hard Working se confunde comos tempos de faculdade de Nelson Elbet, JônatasPrates, Daniel Galant e Letícia de Oliveira. Em 1995,cursando Publicidade e Propaganda na PUCRS, essesquatro membros da famosa banda, formada por 12integrantes, nem se conheciam. Mas, como nos so-nhos de adolescente, ambicionavam um sucesso quecomeçou a se tornar realidade no prédio da Faculda-de de Comunicação Social. Hoje, reconhecidos nacio-nalmente, trazem na bagagem dois CDs e a conquistado prêmio Açorianos como melhor banda do Estado.

O primeiro palco foram os corredores da Fame-cos. Inspirados no conjunto norte-americano Thehardest workest man in show business, de JamesBrown, o grupo iniciou com nove pessoas, algu-mas delas estudantes de outras instituições. Em1995, quatro dos integrantes eram colegas de aulana Universidade. “Sempre que podíamos, marcáva-mos presença em festivais como Novos Talentos eSet Universitário”, lembra Letícia.

Foi por meio de um evento promovido pelaPUCRS que a Hard Working apareceu para mídia epúblico. O grupo fez a abertura do show dos Parala-mas do Sucesso, no Gigantinho, assistidopor 12 mil pessoas. “Foi muito emocio-nante, jamais esquecerei nossa estréia”,lembra Letícia. “Nunca imaginei estu-dar numa faculdade onde pudesse aliarduas paixões: a música e a comunica-ção”. O vocal Jônatas acredita que aapresentação funcionou como umtrampolim para atingir o público.

Embora estejam acostumadoscom grandes platéias, os jovensvalorizam até hoje aquele momen-

to. “A Universidade abriu um espaço para mostrarmoso nosso talento”, diz Letícia, a mais falante da trupe.Na opinião de Jônatas, a música é um meio de esti-mular a disciplina, o trabalho em equipe, a paciênciae o raciocínio. “Associar um trabalho artístico com ocotidiano acadêmico é fundamental para o desenvol-vimento intelectual das pessoas”, afirma.

Com média de idade entre 20 e 30 anos, o gostopela música começou cedo na vida de cada um dosintegrantes da Hard Working. Inicialmente, o repertó-rio era baseado em clássicos da soul music das déca-das de 50 e 60, como Aretha Franklin, Etta James eRay Charles. O novo trabalho, intitulado Todas asSalas do Mundo, traz composições próprias e releitu-ras dos clássicos da soul music em português. Comfigurino mais contemporâneo, ao contrário dos ve-lhos tempos, mostra menos vestidos longos e grava-tas. “Vale a pena conferir. O visual está arrojado, asmúsicas são inéditas e as coreografias exploram opotencial artístico”, promete Letícia.

Quando se fala em sucesso e mudanças, todosos ex-alunos da Publicidade e Propaganda concor-dam que a formação acadêmica foi fundamental.“Sem contar o conhecimento que adquirimos paraproduzir e divulgar o nosso trabalho”, observa El-bet. “O curso também nos deu noção de mercado emarketing pessoal”, concorda Jônatas. No dia 15de agosto, a Hard Working cantou o hino nacionalantes do jogo da seleção brasileira de futebol, noEstádio Olímpico, em Porto Alegre.

Bar da Famecos: Jônatas (esq.), Letícia e Nelson

Hard Working gravou dois CDs

Dos bancos da Universidadepara os palcos do país

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CRS

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

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Um ideal motiva a trajetóriade Antônio Frasson

É sempre fascinante conhecerquem tem como profissão um ide-al de vida. Antônio Frasson, 42anos, mastologista, professor daFaculdade de Medicina e coorde-nador do Centro de Mama da PU-CRS, é uma dessas pessoas. Com oapoio da família, realizou o so-nho de infância de ser médico.Tarefa nada fácil para seus paisque, com cinco filhos, enfrenta-vam dificuldades em Nova Araçá,a 200 Km de Porto Alegre. Mas aobstinação e a dedicação de Fras-son aos pacientes impulsionaramsua carreira. Hoje ele preside aSociedade Brasileira de Mastolo-gia-RS e é pesquisador do Depar-tamento de Mastologia do Insti-tuto Europeu de Oncologia.

Frasson decidiu vir para a Ca-pital aos sete anos, motivado porum comentário de uma professo-ra da 2ª série. “Ela disse em aulaque, algum dia, nós seríamos médicos, advogadosou engenheiros. Aquilo ficou martelando na minhacabeça e pensei: se ficar aqui na colônia, jamaisvou conseguir”, lembra. Chegando a Porto Alegre,foi morar com os avós, donos de uma pequenapensão próxima ao Colégio Rosário.

Naquela época, duas tias de Frasson trabalha-vam na Província Marista e o ajudaram a conseguiruma bolsa de estudo no Rosário. Na 3ª série ginasial,ele começou a trabalhar como recepcionista da casaprovincial. Aos 17 anos, estudando à noite, eraoffice-boy. Cursou Medicina em Caxias. Nas férias,vinha a Porto Alegre e fazia estágios na PUCRS e naSanta Casa. “Aos poucos me transformei em ‘rato’ dehospital e passei a conhecer os professores da Uni-versidade”, conta.

A opção pela Ginecologia e Obstetrícia ocorreuno segundo ano da faculdade, por se tratar de umaespecialidade com grande campo de atuação. A de-cisão pela Mastologia veio mais tarde, depois deseis meses de experiência numa importante clínicaem Barcelona. “Meu interesse pelos estudos desen-volvidos no exterior surgiu da necessidade de ofere-cer às pacientes o melhor tratamento”, ressalta. Arotina de Frasson hoje resume-se a viagens constan-tes, congressos e à experiência de trabalhar simul-

taneamente na PUCRS e num dos melhores centrosde mama do mundo, no Instituto Europeu de Onco-logia, na Itália. “Divido meu tempo entre Milão e aUniversidade”.

Frasson tem compulsão pelo trabalho, entusias-mo, grandes objetivos e muita disciplina. “O segredodo sucesso na minha profissão é colocar o outro emprimeiro lugar”, revela. A vontade de ajudar as paci-entes com câncer de mama faz ainda com que ele seenvolva inteiramente em campanhas de prevenção.“Com educação e orientação podemos mudar comple-tamente o momento do diagnóstico”, afirma.

Atualmente Frasson desenvolve dois projetosde pesquisa com a Escola Européia de Oncologia.O primeiro avalia quais pacientes com câncer demama, submetidas à cirurgia, não necessitam deradioterapia. O outro estudo é de caráter educati-vo. “Queremos saber se o auto-exame e a busca derecursos no momento do diagnóstico de um tumor,feito pela própria paciente, são úteis para dimi-nuir a mortalidade”, explica. No Brasil, mais de50% das mulheres são tratadas com tumores maio-res do que cinco centímetros. “O objetivo é ver se,com educação, conseguimos motivar as gaúchas aprocurar ajuda rapidamente e melhorar suas chan-ces de cura”, conclui.

Perfil

Especialista em Mastologia, Frasson desenvolve projetos em Milão

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Ação Comunitária

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Voluntários da Enfermagematendem idosos necessitados

Desde maio, quando começou a se reunir, o GrupoUniversitário Marista tem como projeto ajudar a comuni-dade da Ilha Grande dos Marinheiros, no Lago Guaíba. Otrabalho é intermediado pelos irmãos maristas que resi-dem no local e realizam atividades de apoio à população.Organizados pelo Centro de Pastoral, alunos de graduaçãoe pós-graduação desenvolveram um projeto de evangeliza-ção e educação integrada segundo os ideais maristas.Vindos de diversas áreas, os voluntários organizam ativi-

A situação dos idososque vivem na SociedadePorto-Alegrense de Ampa-ro aos Necessitados (Spa-an) sensibilizou um gru-po de estudantes daPUCRS. Mobilizados, elesforam prestar trabalho vo-luntário na instituição.Cerca de 15 alunos da Fa-culdade de Enfermagem eFisioterapia conheceram olocal por intermédio dasaulas práticas lá minis-tradas, mas passaram afreqüentar a entidadetambém em horários ex-traclasse. Além de ajudarnos exercícios fisiotera-pêuticos e na medicação

dos pacientes, oferecem atenção e carinho. “Não é só ojovem que é alegre, o idoso precisa de um pouco deatenção para despertar”, constata Aline Nunes, uma es-tudante voluntária.

Desde a criação do curso de Fisioterapia, há um ano, aprofessora Mara Knorst dá aulas na Spaan e orienta osatendimentos. A fisioterapeuta iniciou o trabalho a convi-te do médico Ângelo Bós, docente do Instituto de Geria-tria e Gerontologia da PUCRS e coordenador dos residentesque atuam na instituição. O serviço fisioterapêutico épioneiro no local e foi aprimorado com o recente repassede R$ 9 mil da Prefeitura de Porto Alegre. O investimentopermitiu a compra de equipamentos e a instalação de umaclínica, beneficiando maior número de pacientes.

Os idosos dividem-se entre dependentes – que neces-sitam de ajuda para exercer atividades básicas como ca-

minhar – e os independentes. Como eles têm uma vidamuito sedentária, o trabalho tenta evitar seqüelas e re-cuperar perdas. Giseli Messa, uma das voluntárias, lembraum caso de sucesso em que a fisioterapia auxiliou areabilitar uma idosa vítima de acidente vascular cerebral.“Ela voltou a caminhar e é um exemplo que vou levaraté o final da faculdade”, diz. Para a aluna, além de aexperiência ser gratificante, ajuda o acadêmico a tercerteza da escolha feita e facilita a compreensão dosconteúdos ensinados em aula.

Desde março, a disciplina Enfermagem na Saúde doAdulto é ministrada na Spaan e acadêmicos em estágiocurricular ou voluntário prestam atendimento sob su-pervisão da professora Marion Creutzberg. A Faculdadepretende estender essas atividades para outras discipli-nas, envolvendo mais universitários. Os 150 internosda instituição recebem ainda orientações sobre saúde erealizam atividades de lazer.

Pobres da Ilha Grande recebem auxíliodades de orientação sobre saúde, drogas e ecologia, alémde promover o lazer e o esporte entre os jovens. O grupoatua junto a pastorais e associações conseguindo apoiode hospitais de Porto Alegre para atender os moradores. Apopulação de baixa renda – muitos são papeleiros –sustenta-se da reciclagem do lixo. Interessados em parti-cipar devem procurar o Centro de Pastoral, prédio 17, sala101, telefone (51) 3320-3500, ramal 4027 [email protected].

Experiência gratificante para alunos e idosos

Fisioterapia contrasedentarismo

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Opin

ião

A missão social do Museu

JETER JORGEBERTOLETTIDiretor do Museu

de Ciências eTecnologia da

PUCRS

A leitura, a revisão da literatura, oestudo da viabilidade e a fixação de idéi-as, rumos concretos e análise minuciosados efeitos, determinaram todas as mi-nhas iniciativas voltadas para o social,muitas delas obtidas com persistência e

até um grau elevado deteimosia. Hoje, ape-

sar das contínuasmudanças epromessas depolíticos eadministra-dores, osp ro b l e ma ssociais sea g r a v a m .

Como profissio-nal da PUCRS,

aproveito parapensar, interagir e

tentar contribuir cominovações construtivas que re-

sultem numa relação social mais digna ehumana, através do fortalecimento edu-cacional das crianças e jovens que têmo direito de merecer um futuro mais sau-dável e feliz.

A preocupação com os necessitadose humildes sempre me sensibilizou nes-ses mais de 40 anos de vínculo com aUniversidade, motivo pelo qual criei vá-rios projetos que, sem a aprovação doIr. Norberto Rauch, jamais se tornariamrealidade. O Projeto Novas Fronteiras: OMuseu vai à Comunidade beneficiará cri-anças e adultos que não têm a oportu-nidade de conhecer esta proposta dinâ-mica e interativa do ensino de ciênciase tecnologia. Face aos objetivos e meto-dologia, foi desmembrado em Projeto Es-cola-Ciência (Proesc) e Projeto Museu Iti-nerante (Promusit). Este último, inéditoem âmbito internacional.

A inauguração dos dois projetos estáprevista para setembro. Uma solenidadereunirá a comunidade universitária, pro-motores e apoiadores. Proesc e Promusitcontaram com a colaboração da Ubea/PUCRS, da Vitae – Apoio à Cultura, Edu-cação e Promoção Social e do Santander,

além de Mercedes-Benz, Marcopolo, Guer-ra, Rodabem e Tintas Renner. Ainda aguar-damos o pronunciamento do Ministériode Ciência e Tecnologia e da Fapergs.

No Proesc, um ônibus devidamenteequipado possibilitará a vinda de alunoscarentes das mais diversas associações,escolas e centros do Rio Grande do Sulpara o Museu de Ciências e Tecnologia(MCT). Na área de exposições do Museu,receberão ensinamentos diferenciados emmodernos experimentos interativos, nasáreas da Física, Geografia, História, Quí-mica, Biologia, Geologia e Paleontolo-gia, entre outras. As crianças terão ali-mentação gratuita, e as provenientes deregiões distantes poderão ter outras fa-cilidades, incluindo alojamento. Mais de200 pedidos encontram-se nos arquivosdo MCT e serão atendidos, obedecendocritérios de avaliação e prioridades, di-vulgados aos interessados.

No Promusit, um caminhão extrape-sado LS-1632 e um semi-reboque de 14metros de comprimento transportarãopara diversos municípios do Estado cer-ca de 30 experimentos interativos, fa-bricados na mecânica, oficina e marce-naria do Museu, além de centenas dekits pedagógicos e materiais para o de-senvolvimento de oficinas e minicursos.

Quando vazio, o semi-reboque se trans-forma num moderno auditório, com ar con-dicionado e equipamentos de multimídia,internet, microscopia, entre outros, parapalestras e divulgação, principalmente aosprofessores do ensino fundamental e mé-dio dos municípios visitados. Atenderágratuitamente prefeituras, escolas e even-tos como feiras e congressos. Entretanto,haverá requisitos para essa participação.Eles serão divulgados especialmente àscomunidades que já solicitaram a presen-ça do Museu Itinerante do MCT.

Os dois projetos tiveram a colabora-ção do Ir. Norberto Rauch e de uma equi-pe do Museu formada pelos professoresRoque Moraes, Ana Clair Bertoletti, PlínioFasolo, Luiz Marcos Scolari, Gustavo Araú-jo, Lucas Scorla de Almeida, José EduardoGarcia Trintin e Peterson Colares.

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No momento, o Setor de Obras Raras e Coleções Especiais da Biblioteca está avaliando seus exemplares. Não há critériosrígidos para identificar uma obra como rara. A antigüidade é um dos fatores relevantes, mas também são analisados o conteúdo,a importância do autor e a dificuldade em encontrá-la. “Sou uma detetive procurando por raridades, inclusive verificando se noacervo geral há material com essas características”, diz a coordenadora Neiva Vieira.

Uma sala fechada e escura guarda tesou-ros. É visitada por pesquisadores, professores,colecionadores e admiradores de livros poucoencontrados, alguns equiparados a obras dearte, valorizados como objetos e por seu con-teúdo histórico. O Setor de Obras Raras e Co-leções Especiais da Biblioteca Central IrmãoJosé Otão é constituído por mais de 2.800exemplares. Verdadeiras relíquias, separadas doacervo geral, desde exemplares de edições li-mitadas até obras do século 17.

A única coleção completa da Patrologiae noRio Grande do Sul, com 161 volumes, sobre filó-

sofos e teólogos latinose gregos, publicada apartir de 1848, é um dosatrativos. Nem tão pro-curado, mas curioso, olivro mais antigo do acer-vo foi escrito pelo itali-ano Giambattista dellaPorta, em 1662. Traz oestudo da fisionomia hu-mana comparada à dosanimais.

As Resoluções Fo-renses, de 1836, sãovalorizadas na área doDireito e chamam aatenção dos leigos pelaencadernação de luxo.Os pesquisadores de Li-teratura se interessampor exemplares de pri-meira edição para pes-quisas comparativas.Um deles é O Arquipé-lago, de Erico Verissi-mo, também considera-do especial por ter sidoautografado ao Ir. ElvoClemente, assessor da

O QUE É UMA OBRA RARA

Método dereprodução em

que obrasrelevantes são

fotografadas. É omais indicado

para manter ascaracterísticas

originais

A riqueza dos livrosé preservadaCu

ltur

a

Resoluções Forenses são de 1836

Biblioteca reúne 2.800 obras raras

Reitoria, em outubro de 1962. Quem leu Cecí-lia Meirelles e quer ver seus desenhos de 1926a 1934, encontra-os no Setor de Obras Raras.Gramáticas do Rio Grande do Sul no século 19oferecem pistas sobre como era o ensino na-quela época.

O Setor conta com várias edições limita-das em fac-símile , dirigidas a um públicorestrito. Aquarelas retratando o país e o Es-tado encantam pela riqueza de detalhes comque o ambiente passado foi captado. EmO Rio Grande do Sul em 1852 , o alemãoHerrmann Wendroth viajou por toda a pro-víncia observando os costumes do campo eas cenas da cidade. Entre os periódicos, des-taca-se o Jornal do Commercio, do Rio deJaneiro. A edição de 7 de setembro de 1922comemorou o centenário da independênciadizendo que o Brasil estava predestinado adesempenhar um grande papel, a ser umaformidável força no futuro.

A coordenadora do Setor, Neiva Vieira, acre-dita que as novas tecnologias não diminuem aimportância dos livros raros, mas ajudam a di-vulgá-los. O maior acesso à comunidade, no en-tanto, depende da preservação. O empréstimodomiciliar não é permitido e a maioria dos ma-teriais não pode ser copiada. Há cuidado especi-al até mesmo na acomodação das obras nasestantes. O Laboratório de Recuperação e Pre-servação do Acervo trata dos exemplares procu-rando manter as suas características originais.Além de restauradas, as peças raras são higieni-zadas para a retirada de micróbios e traças.