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    12. Ano Portugus

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    www.edusurfa.pt copyright 2004 Porto Editora

    Lus de Sttau Monteiro

    Lus de Sttau Monteiro ficcionista, formado em Direito, foi autor dramtico, encenador ejornalista. Inicia a sua carreira literria com a narrativa Um Homem No Chora, a que se

    seguiu o romanceAngstia para o Jantar. sobretudo pela sua obra dramtica que vir a

    ser consagrado, recebendo com Felizmente H Luar!, em 1962, o Grande Prmio de

    Teatro.

    Contextualizao

    Felizmente H Luar!tem como cenrio o ambiente poltico dos incios do sculo XIX: em

    1817, uma conspirao, encabeada por Gomes Freire de Andrade, que pretendia o

    regresso do Brasil do rei D. Joo VI e que se manifestava contrria presena inglesa, foi

    descoberta e reprimida com muita severidade: os conspiradores, acusados de traio

    ptria, foram queimados publicamente e Lisboa foi convidada a assistir...

    Sttau Monteiro marca uma posio, pelo contedo fortemente ideolgico, e denuncia a

    opresso vivida na poca em que escreveu a obra (1961), sob a ditadura de Salazar.

    O recurso distanciao histrica e descrio das injustias praticadas no incio do

    sculo XIX em que decorre a aco permitiu-lhe, assim, colocar tambm em destaque as

    injustias do seu tempo e a necessidade de lutar pela liberdade.

    Ttulo

    Matilde, na tentativa desesperada e derradeira de salvar o seu homem, assume uma voz de

    conscincia sobre a injustia humana. Daqui nasce a duplicidade do ttulo: ironia e

    crueldade, nas palavras de D. Miguel, para quem, porque "felizmente h luar", a imagem da

    execuo ficaria na memria dos lisboetas durante muito tempo, como exemplo do que

    espera os que tentam lutar pela liberdade, contraposta ao "Felizmente h luar" gritado por

    Matilde no final da pea, para quem a imagem da fogueira onde arde o general ser o

    claro que "h-de incendiar a terra e abrir as almas".

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    Personagens

    Na obra Felizmente H Luar! possvel aglutinar as personagens em grupos, de acordocom a funo que desempenham ao longo da aco. Assim temos o Povo, os Traidores do

    Povo e os Governantes. Os dois polcias que contribuem para sustentar o regime inserem-

    se no segundo, assim como o Vicente, o Andrade Corvo e o Morais Sarmento, um popular.

    Principal Sousa, representante da Igreja, e da interferncia desta no Estado, o marechal

    Beresford e D. Miguel Forjaz inserem-se no terceiro grupo.

    Estrutura Ao nvel da estrutura externa, a pea divide-se em dois actos. No interior de cada acto no

    existe diviso em cenas.

    Ao nvel da estrutura interna, apresentamos uma sntese dos momentos/episdios que

    ocorrem no primeiro acto:

    - o povo, face misria e opresso em que vive, manifesta o seu descontentamento e

    sonha com a sua salvao, movido pela esperana que lhe inspira o general Gomes de

    Andrade, um homem generoso e amigo do povo;

    - Vicente, um elemento do povo, tece comentrios desfavorveis acerca do

    general (estrangeirado e no aliado do povo);

    - levado por dois polcias presena D. Miguel de Forjaz, manifestando-se como

    traidor;

    - os governadores tentam encontrar o nome de um responsvel pela conspirao que se

    prepara segundo Beresford, responsabilidade essa que vai recair sobre Gomes Freire;

    - Morais Sarmento e Andrade Corvo dispem-se a denunciar o chefe da conspirao;

    - Vicente informa os governadores das pessoas que entram em casa de Gomes Freire;

    - D. Miguel ordena que se prendam os conspiradores e tenta que a sua atitude surja de

    forma justificada.

    Apresentamos um breve resumo da aco que ocorre no segundo acto:

    O general, juntamente com outros conspiradores, executado na praa pblica, em S. Julio

    da Barra.

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    A esposa do general, Matilde, e o seu grande amigo, Sousa Falco, tentam por todos os meios

    ao seu alcance salvar Gomes Freire, pedindo ajuda a Beresford, aos populares, a D. Miguel e,

    por fim, a Principal Sousa, mas a morte de Gomes Freire de Andrade era um mal necessrio srazes de Estado.

    Funo das didasclias

    Nesta obra, as didasclias assumem especial relevncia, pois constituem a explicitao

    ideolgica da pea. A par das palavras proferidas pelas personagens, surgem como

    explicao, denncia e explicitao da linguagem destas.

    Assim, as didasclias funcionam na obra como: explicaes do autor, referncias posio

    das personagens em cena, indicaes aos actores, caracterizao das personagens, do

    tom de voz das personagens, indicao das pausas, sada ou entrada de personagens,

    apresentao da dimenso interior das personagens, indicaes sonoras ou ausncia de

    som, ilaes que funcionam como informaes e como forma de caracterizao das

    personagens, sugestes do aspecto exterior das personagens, movimentao cnica das

    personagens, expresso fisionmica dos actores, linguagem gestual a que, por vezes, seacrescenta a viso do autor, expresso do estado de esprito das personagens.