HUMANA DAY Por uma educação de qualidade · O nosso objetivo é promover a forma-ção, a...

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1 - DE 2010 A 2015, SEIS EDIÇÕES DO HUMANA DAY PARA RECORDAR P. 6 E 7 - DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A AULAS DE ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS P.4 E 5 - O PROGRESSO DAS COMUNIDADES: O GRANDE OBJETIVO DOS NOSSOS PROJETOS DE COOPERAÇÃO P. 8 E 9 HUMANA DAY Por uma educação de qualidade Edição Especial Humana Day

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-DE 2010 A 2015, SEIS EDIÇÕES

DO HUMANA DAY PARA RECORDAR

P. 6 E 7

-DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A AULAS DE ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS

P.4 E 5

-O PROGRESSO DAS COMUNIDADES: O GRANDE OBJETIVO DOS NOSSOS

PROJETOS DE COOPERAÇÃOP. 8 E 9

HUMANA DAY

Por umaeducação de qualidade

Edição Especial Humana Day

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Todos os anos, os programas de cooperação da Associação Hu-mana envolvem cerca de 5.000

pessoas, sobretudo em áreas rurais com elevados índices de pobreza. To-dos os recursos gerados a partir da atividade de recolha e valorização da roupa em Portugal são dedicados à fi-nalidade social da organização; gra-ças a isto, entre 2013 e 2015 foram atribuídos 1,4 milhões de euros a projetos nas áreas da educação e da agricultura em África, mais concreta-mente na Guiné-Bissau e Moçambique.

A partir destes dados conclui-se que a educação é um dos pilares do nosso trabalho nos países do hemisfério Sul. O nosso objetivo é promover a forma-ção, a educação, a capacitação e o de-senvolvimento das comunidades nos países em vias de desenvolvimento. A educação é uma peça fundamental para consegui-lo e essencial para o de-senvolvimento sustentável. É uma das ferramentas mais importantes para construir uma sociedade mais justa, pacífica e inclusiva, bem como para contribuir para que se quebrem os ci-clos geracionais de pobreza.

Deste modo, a Associação Humana dedica o Humana Day, o nosso even-to anual de sensibilização, à educa-ção. Será a segunda vez em sete edi-ções que mostraremos à sociedade o nosso trabalho nesta área; desde há alguns meses que preparamos um conjunto de atividades agrupadas sob o tema “Educação de qualidade para o desenvolvimento”.

Desde a sua criação, os programas e iniciativas da Humana People to Peo-ple centraram-se na educação: tan-to a nível das escolas de formação de professores como a aulas de alfabeti-zação para adultos e de matemática nos projetos agrícolas; as organiza-ções congéneres da Humana traba-lham, não só, com vista a melhorar

o acesso a una educação equitativa e de qualidade, como também com vista a conseguir uma educação para a inclusão e para o desenvolvimen-to. Parece óbvio que não é suficien-te promover a educação, é igualmen-te necessário promover um modelo qualitativo, equitativo e inclusivo.

A educação desempenha um papel crucial na promoção do conhecimen-to de que necessitamos para alcançar

um desenvolvimento sus-tentável. Por outro lado, um sentimento de objeti-vo comum é fundamental para as comunidades lo-cais, nacionais e globais, bem como uma conscien-cialização face aos desa-fios que temos de superar. É igualmente necessá-rio haver um compromis-so de cidadania participa-tiva que implique a ação cívica e social com base num sentido de interli-gação com os outros. Por isso, boa parte das organi-zações da Humana People to People na Europa reali-zam programas de sensi-bilização em agrupamen-

tos escolares, abordando questões ambientais e sociais, promovendo o diálogo sobre estas matérias.

Assim, “uma educação que capaci-ta é aquela que desenvolve os recur-sos humanos necessários para ser-mos produtivos, para continuarmos a aprender, para resolvermos proble-mas, sermos criativos e para viver-mos juntos, em paz e harmonia com a natureza. Quando as nações garan-tirem que este tipo de educação é acessível a todos, entrará em anda-mento uma revolução silenciosa: a educação tornar-se-á o motor do de-senvolvimento sustentável e a cha-ve para um mundo melhor”. Power, C. (2015) The Power of Education: Educa-tion for All, Development, Globalization and UNESCO.

A educação de qualidade constitui um dos pilares do nosso trabalho no hemisfério Sul

O papel do professor é essencial para alcançar uma educação de qualidade.

A HUMANA Portugal é uma associação sem fins lucrativos, que desde 1998 promove a proteção do meio ambiente através da reu-tilização têxtil e implementa programas de cooperação em África, bem como de ajuda social em Portugal. Atualmente contamos com cerca de 1.500 contentores para a re-colha de roupa usada à disposição dos cida-dãos, distribuídos pelo território nacional, onde poderão colocar as suas doações. De igual modo, o poderão fazer diretamente numa das sete lojas secondhand da associa-ção. A Humana faz uma gestão eficaz das doações de roupa usada e incentiva a reu-tilização e o consumo responsável. Um ob-

jetivo partilhado pela Diretiva Quadro de Resíduos e o Ministério do Ambiente, Or-denamento do Território e Energia (MAO-TE), cuja prioridade é reduzir a produção de resíduos desde a sua origem e aumentar a preparação para reutilização e reciclagem de resíduos domésticos e similares.

A reutilização e a reciclagem têxtil contri-buem para a proteção do meio ambiente: cada quilo de roupa que se reutiliza e não é incinerada evita a emissão de 3.169 kg de CO2 segundo dados da Comissão Europeia. A recolha de roupa é um serviço gratuito para os municípios e representa uma pou-

pança significativa nos custos de recolha e eliminação de resíduos urbanos.

Além da sua componente ambiental, a ges-tão de têxtil usado é um importante motor de desenvolvimento. Por um lado, na cria-ção de emprego em Portugal: a Associação tem atualmente 70 funcionários (gerando um posto de trabalho permanente a tem-po inteiro por cada 75.000 quilogramas de roupa recolhida); e por outro, porque os re-cursos obtidos com a gestão de têxtil usado viabilizam os programas de ajuda social e de sensibilização em Portugal e de coopera-ção para o desenvolvimento em África.

Quemsomos

Ondeestamos

Edição: Humana PortugalFotografías: Arquivo Humana

T. 212 801 587 [email protected] youtube.com/user/humanaportugal

www.humana-portugal.org

É uma ferramenta essencial para construir uma

sociedade mais justa, pacífica e inclusiva

Pela segunda vez em sete edições, a educação é o tema do Humana Day

foi o montante destinado entre 2013 e 2015 a

projetos de educação e agricultura em

Moçambique e naGuiné-Bissau

· 1,4M €·

facebook.com/humana.portugal flickr.com/photos/humanaportugal

SEDE:Rua B, nº 104, Armazém AUrbanização do Passil2890-171 AlcocheteT. +351 21 280 15 87F. +351 21 280 15 86

SulAv. Vilamoura XXI, Edif. Portalde Vilamoura, Loja C-1 Bloco B8125-017 Quarteira

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A Humana Portugal organi- za no próximo mês de outu- bro o Humana Day, um even-

to anual partilhado por cerca de dez organizações da Federação Humana People to People na Europa. A edi-ção de 2016, será dedicada à Educa-ção sob o tema Quality Education for Development.

O grande objetivo deste evento de sensibilização, que se celebra na quinta-feira dia 13 de outubro em Lisboa, é dar a conhecer a atividade da Associação e o seu modo de ação nos diferentes países em que está presente, demonstrando a importân-cia do trabalho realizado nos proje-tos de cooperação da Humana People to People no âmbito da educação.

À semelhança de edições anteriores, além da cerimónia de entrega dos Prémios Humana de Reutilização

Têxtil - que visa homenagear as enti-dades que mais se distinguiram em benefício da comunidade, baseados num modelo de economia circular com um objetivo social e solidário - o evento incluirá a Exposição sobre Cooperação para o Desenvolvimen-to, onde se mostra como através dos programas implementados se criam condições para promover uma edu-cação de qualidade em países do he-misfério Sul.

O programa de atividades terá ainda outras ações previstas, e que contam com a participação das Lojas Huma-na: os clientes que se dirigirem aos nossos estabelecimentos de Lisboa e Porto irão receber informações so-bre o evento, tanto através das mon-tras decoradas para a ocasião e res-petivo material impresso, como de vídeos que serão exibidos nos ecrãs das televisões.

Embora tenhamos assistido a um progresso incrível nos úl-timos 15 anos, ainda resta um

longo caminho por percorrer no que diz respeito à educação. Os números demonstram o seguinte panorama: atualmente existem mais 83 milhões de crianças na escola do que em 1999; e mais de 20 milhões de crian-ças que não o conseguiriam ter fei-to no cenário anterior ao ano 2000, concluíram o ensino básico nos paí-ses de baixo e médio rendimento. O número de crianças fora da esco-la teve uma redução de 102 milhões em 2000 e para 58 milhões em 2012. São dados encorajadores.

Contudo, apesar deste êxito, nos países em desenvolvimento um em cada seis alunos continuam a não concluir o ensino básico, e um em cada três adolescentes não chega ao ensino superior. Por outro lado, aproximadamente 250 milhões de crianças não atingem os níveis mí-nimos de aprendizagem após quatro anos de formação, apesar de a maio-ria ter frequentado ou estar a fre-quentar a escola.

A educação é, sem dúvida, uma das mais poderosas ferramentas para al-cançar uma mudança positiva na vida das pessoas. Nos mais peque-nos, isto significa fomentar os valo-res que queremos ver espelhados na sociedade do presente e do futuro.

Ao nível dos que concluem o ensino secundário, traduz-se no desenvolvi-mento de competências profissionais que posteriormente contribuem para a sua independência económica. No caso dos adultos, isto pode significar que uma mãe saiba medicar o seu fi-lho doente seguindo as instruções re-

cebidas. Ou, simplesmente para sa-tisfazer uma mera curiosidade, visto que é uma forma de saber mais so-bre o mundo que nos rodeia.

Apesar de na grande maioria dos países o ensino básico ser atualmen-te gratuito, ainda existem barreiras significativas que impedem que mi-lhões de crianças frequentem a es-cola devido às dificuldades relacio-nadas com a pobreza, o género, a localização, a etnia e a capacidade fí-sica. Além disso, uma experiência educativa de alta qualidade é essen-cial para garantir que estejam pre-

parados para enfrentar a vida para além da escola com êxito.

Ao mesmo tempo, os jovens têm di-ficuldade em encontrar emprego. As crises económicas, um setor privado frágil e outros fatores, não se coadu-nam com a criação de empregos su-ficientes que absorva a oferta de no-vos profissionais que entram todos os anos no mercado de trabalho. A lon-go prazo, os efeitos positivos da edu-cação de qualidade estão claramente identificados, aos níveis micro e ma-cro. O seu papel vai mais além da ca-pacidade produtiva e económica, que é obviamente importante já que tem um impacto direto em questões cul-turais, sociais e éticas. A educação que uma pessoa recebe ao longo da sua vida não só influencia em gran-de medida a sua capacidade profissio-nal, como também molda a sua ca-pacidade de resposta aos desafios de vida que enfrenta.

O caminho para o desenvolvimento sustentável

Ponte entre Portugal e os países do hemisfério Sul

Atualmente existem mais 83 milhões de crianças na escola do que em 1999.

Hoje em dia ainda existem todos os

tipos de barreiras que impedem milhões de

crianças de frequentar a escola

A educação influencia a nossa formação

profissional e a forma como enfrentamos os

desafios da vida

O progresso no acesso a uma educação gratuita é notório, mas ainda há um longo caminho que percorrer

VII Prémios de Reutilização Têxtil entre as atividades programadas para o Humana Day

É o número de crianças fora da escola em todo

o mundo. Em 2000, este número ascendia a 102

milhões

· 58· milhões

Celebração do Humana Day 2013 no Auditório Mar da Palha do Oceanário de Lisboa.

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Comprometidos com a A Humana People to People

contribui para o cumprimento do Quadro de Ação de

Educação 2030, impulsionado pelas Nações Unidas

Em maio de 2015 celebrou-se o Fórum Mundial de Educa-ção onde foi aprovada a Decla-

ração de Incheon, que exorta a ado-ção de uma nova visão de educação, reconhecida como uma componen-te fundamental do desenvolvimento sustentável. Posteriormente, as Na-ções Unidas criaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável que inclui 17 Objetivos de Desenvol-vimento Sustentável (ODS) de âmbi-to mundial.

O ODS4 é dedicado à educação e seu principal objetivo é “assegurar a edu-cação inclusiva e de qualidade, pro-movendo oportunidades de aprendi-zagem ao longo da vida para todos”.

Nestas páginas mostramos como a Humana People to People contribui para o cumprimento do ODS4, e de que forma o fazemos, através das Es-colas de Professores do Futuro e das aulas de alfabetização e aritmética para adultos.

O Objetivo de Desenvolvimen-to do Milénio (ODS) dedica-do à educação determina que

um dos desafios a nível mundial é o aumento do número de professores qualificados. Este é, precisamente um dos nossos objetivos há 23 anos e, por isso, a Humana People to Peo-ple aposta na Escolas de Professores do Futuro (EPF). Em 1993 foi criada a primeira em Maputo, Moçambique, e atualmente as organizações que constituem a Federação dão apoio a 56 centros de formação de professo-res do ensino básico na Zâmbia, Ma-lawi, Angola, Moçambique, Guiné--Bissau, República Democrática do Congo e Índia. No final de 2015, as 56 EFPs destes 7 países formaram mais de 25.000 professores, 9.000 dos quais mulheres.

A formação incide nos futuros pro-fessores, promovendo o pensamento crítico e a sua capacidade de adapta-ção às condições muitas vezes difí-ceis da maioria das escolas, situadas em zonas rurais, carentes de recur-sos e com um rácio de 50 alunos por cada professor.

As EPF são credenciadas a nível na-cional e contam com um programa de formação concebido em colabo-ração com os respetivos ministé-rios da educação. Este programa in-clui uma extensa formação prática para que os alunos apliquem a teo-ria no terreno, acumulando expe-riências muito úteis para o seu de-sempenho profissional. Além disso, promove o papel ativo dos futuros professores na comunidade, levando a cabo a realização de iniciativas de desenvolvimento de pequena esca-la nas comunidades e nas escolas lo-cais onde realizam estas práticas. A

manutenção da escola é também da sua responsabilidade, a qual, é equi-tativamente repartida entre homens e mulheres.

A abordagem e a filosofia da Huma-na baseiam-se no conceito de que os professores são um dos fatores mais importantes na experiência de aprendizagem das crianças. Para além de reforçar a importância dos docentes bem formados e capacita-dos para iniciar as crianças no mun-do da aprendizagem contínua, são modelos a seguir nas suas comunida-des e têm um papel importante na promoção de normas culturais mais inclusivas e justas.

Em todas as EPF, a formação prática que os professores recebem inclui aspetos relacionados com a igualda-

de e inclusão; tanto eles como elas promovem a formação de clubes de mulheres para favorecer o seu de-senvolvimento.

No Malawi, o nosso parceiro local fo-cou-se sobretudo no aumento do nú-mero de professoras qualificadas nas zonas rurais; isto permite que, atual-mente, se formem mais estudan-tes mulheres do que homens. Na Re-pública Democrática do Congo, 40% dos novos alunos da Escola Mbanka-na são raparigas, apenas quatro anos após a sua abertura. E, em Angola, a percentagem de inscrição de mulhe-res atingiu 43% dos alunos em 2014.

O nosso parceiro em Moçambique conseguiu que 40 alunos com defi-ciência visual frequentassem o en-sino em três escolas, contando para isso com o apoio das organizações locais. Apesar das dificuldades evi-dentes, receberam uma resposta muito positiva e conseguem, todos os dias, desafiar as convenções esta-belecidas e continuar a crescer como pessoas e como profissionais.

As instalações e a localização das es-colas são outro fator essencial para a formação. Se as escolas não estive-rem a uma distância que os pais con-siderem segura, estes poderão estar relutantes em enviar os seus filhos para a escola, sobretudo as filhas. Além disso, se não existir água cor-rente ou instalações sanitárias ade-quadas, frequentar a escola durante a menstruação é desconfortável para as meninas. Se as salas de aula não contarem com condições mínimas ou nem sequer existam, como acon-tece em muitos casos, a estação das chuvas significa muitas vezes a in-terrupção das aulas.

As EPF, cuja origem remonta a 1993, estão localizadas em áreas rurais de sete países

A formação dos professores incluiu

a igualdade de género, a melhoria

das condições higiénico-sanitárias e o empreendedorismo, entre outros fatores

Os professores tornam-se modelos

a seguir nas suas comunidades

É o número de Escolas de Professores do

Futuro (EPF) geridas pela Humana People to People

· 56 ·No final de 2015, já se tinham formado mais de 25.000 professores nos 56 centros de formação apoiados pela Humana People to People.

Formando os futuros professores

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educaçãoAprender a ler, a escrever, e ter

noções de matemática é fun- damental para proporcio-

nar aos indivíduos e comunidades oportunidades para o seu desenvol-vimento económico. Para um peque-no agricultor isto significa ser capaz de planear e realizar um controlo efi-caz da sua produção agrícola. Tam-bém pode significar a diferença entre ter ou não ter a capacidade para criar um orçamento familiar e, através

dele, poupar. Ou adquirir os conheci-mentos necessários para lidar melhor com os mercados locais e pagar me-nos para obter os mesmos produtos.

Por isso, os projetos de desenvolvi-mento agrícola e rural da Humana incluem aulas para adultos em zo-nas com baixos índices de alfabeti-zação. Em Gemena (República De-mocrática do Congo), no âmbito do programa Farmers Club cofinanciado pela Agencia Espanhola de Coopera-ção Internacional para o Desenvolvi-mento (AECID), os colaboradores do projeto deram formação entre 2011 e 2014 a 203 pessoas (163 delas eram mulheres). Em Oio (Guiné-Bissau), o projeto de energia solar cofinancia-do pela União Europeia permitiu às escolas locais começar a ministrar cursos noturnos de literacia para adultos.

Dados referentes ao primeiro semes-tre de 2016, indicam que 710 agri-cultores estavam matriculados em aulas noturnas de alfabetização para adultos, tendo já adquirido as com-petências básicas nos domínios da leitura e da escrita.

As aulas de alfabetização para adultos são essenciais para o desenvolvimento das pessoas e das comunidades no seu conjunto.

Estas competências básicas abrem um vasto leque de possibilidades para os pequenos agricultores

Os projetos são dirigidos a adultos

e realizados em zonais rurais com elevadas taxas de

analfabetismo

Asseguramos que todos sabem ler, escrever, somar e subtrair

Os jovens de hoje são os ho-mens e mulheres de amanhã entre os quais figuram os pen-

sadores e líderes da próxima geração. Uma sociedade sustentável e justa só depende da sua visão, valores e ca-pacidades. Contudo, existem muitos países do hemisfério Sul, e também do Norte, nos quais o sistema educa-tivo não prepara os jovens para a sua transição para o mercado de trabalho.

Em Moçambique, Angola, Guiné-Bis-sau e Namíbia, a Humana impulsio-na escolas profissionais que oferecem cursos na área do comércio com o ob-jetivo de reforçar as capacidades dos jovens. Em Angola, estes cursos são conjugados com o certificado escolar nacional, o que significa que, no fi-nal da formação, os alunos recebem o seu diploma do ensino secundário

para além de um grau académico em comércio.

Na Guiné-Bissau, os programas de formação foram concebidos de modo a satisfazer as necessidades da comunidade a longo prazo. Os alu-nos têm acesso a formação sobre energia e gestão de água, semelhan-te à administrada nos projetos pro-movidos pela Humana no âmbito do desenvolvimento agrícola.

Em Moçambique, o nosso parceiro lo-cal assinou recentemente um memo-rando de entendimento com uma das maiores empresas de construção do país na qualidade de entidade forma-dora preferencial. Por outro lado, os alunos que se formarem contam com apoio na procura de emprego ou para iniciarem os seus próprios negócios.

A formação profissional prepara os jovens para a sua transição para o mercado de trabalho

Nos centros de formação profissional capacitam-se os jovens em áreas como energia e eletricidade.

Aprender um ofício para conseguir um emprego

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Uma das atividades mais aguar-dadas em cada edição do Hu-mana Day é a entrega dos

Prémios de Reutilização Têxtil (an-teriormente denominados Prémios de Reciclagem Têxtil). É um prémio com o qual a Associação reconhece o apoio e agradece a colaboração dos cidadãos, municípios e entidades privadas no âmbito da reutilização e da reciclagem de roupa usada e co- operação para o desenvolvimento.

Desde a primeira edição em 2010, dezenas de municípios, entidades e empresas receberam este prémio simbólico: inicialmente foi uma es-cultura em pedra e durante vários anos e até à data consiste num batik realizado em países africanos onde estejamos a desenvolver programas de cooperação. O ano passado incluí-mos ainda, fotografias dos nossos

projetos, tiradas pelo multipremiado fotojornalista Samuel Aranda.

A Humana conta com a colaboração de cerca de 135 entidades públicas e 140 privadas que confiam na gestão

eficaz e profissional que fazemos da roupa usada doada pelos cidadãos. Os prémios estão divididos em várias ca-tegorias: desde a maior quantidade de quilos recolhidos anualmente, até à entidade com melhor proporção de

quilos por habitante, passando pelo melhor rácio entre quilos por conten-tor ou entidades que se distinguiram em áreas como a Responsabilidade Socioambiental e Apoio Social.

Após serem homenageados, os pre-miados coincidem essencialmente em três aspetos nos seus discursos: indi-cam os cidadãos como destinatários fi-nais do reconhecimento; confessam que ainda há um longo caminho a percorrer no que toca à sensibilização para a importância da reutilização têx-til e destacam os benefícios da recolha seletiva na prevenção de resíduos.

Na próxima edição do Humana Day, a 13 de outubro em Lisboa, serão pre-miadas as entidades públicas e priva-das que mais se destacaram nas di-ferentes categorias a nível nacional. Desde já, os nossos parabéns a todos!

A origem do nosso evento anual de sensibilização remonta a 2010.

Após um processo de reflexão e ma-turidade, nesse ano teve lugar a pri-meira edição do Humana People to People Day, um evento celebrado em setembro e que contou com a parti-cipação de 17 organizações da Fede-

ração Humana People to People na Europa.

Foi criado com um objetivo que ain-da hoje se mantém: dar a conhecer os projetos de cooperação desenvol-vidos nos países do hemisfério Sul, no âmbito de uma celebração que en-volve toda a equipa da Humana, bem

como as nossas entidades colaborado-ras, amigos e a sociedade em geral.

O tema da primeira edição foi Edu-cation for All e a tónica foi dada a um dos principais Objetivos de Desen-volvimento do Milénio (agora os Ob-jetivos de Desenvolvimento Susten-tável) das Nações Unidas. Seis anos

depois recuperamos o espírito des-sa cerimónia e voltamos a dedicar o nosso evento por excelência à edu-cação.

Em 2011, a segurança alimentar foi o tema principal desta segunda edi-ção. Sob o slogan Food for All, foi rea-lizado um conjunto de atividades na

Um prémio que reconhece o apoio da cidadania à recolha seletiva com um fim socialOs Prémios de Reutilização Têxtil são uma demonstração de agradecimento aos nossos parceiros

A segurança alimentar, o papel da mulher nos projetos de desenvolvimento, a educação e as alterações climáticas foram os temas escolhidos no Humana Day em anos anteriores.

Premiados da edição de 2014 do Humana Day na sede da Associação, em Alcochete.

edições para reter na memória

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Em junho, a Huma-na participou em Bruxelas, no se-

gundo seminário da Eu-ropean Education Practi-tioners Network (EPN) da qual a Humana People to People faz parte. O evento teve lugar no âm-bito dos European Deve-lopment Days (EDD), um dos encontros sobre coo-peração mais importan-te do continente.

Durante a sua interven-ção enquanto oradora no seminário, intitulado Quality Education for Inclusi-ve Societies, Olga Guerrero da Humana apresentou soluções para a educação e formação profissional para jovens desemprega-dos ou não escolarizados

em Moçambique, bem como o traba-lho desenvolvido pela Humana nes-ta área.

A educação de qualidade está no topo da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável. Tanto assim, que o Obje-tivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 4 enfatiza o ensino bá-sico e secundário gratuito, equitati-vo e de qualidade. O ODS4 insiste, ao mesmo tempo, na eliminação das de-sigualdades em termos de exclusão de crianças e jovens vulneráveis.

Durante o seminário, os membros da EPN e da UNESCO Teachers Task For-ce impulsionaram o debate sobre a educação de qualidade partilhando os seus conhecimentos e boas práti-cas no sentido de alcançar a inclusão através da educação, em linha com o ODS4. Entre outros, foram abordados os seguintes temas: um melhor aces-so a educação de qualidade no Burun-

di e República Democrática do Con-go; o apoio a escolas comunitárias na Zâmbia; a formação profissional de jovens em Moçambique e o papel do professor no fortalecimento dos siste-mas educativos.

Olga Guerrero explicou aos presentes que, apesar de ter uma das economias mais dinâmicas de África, os níveis de educação de Moçambique continuam entre os mais baixos do mundo, o que provoca um grave défice de forma-ção, assim como uma crescente popu-lação jovem que se vê privada de al-guns dos seus direitos.

A sua apresentação baseou-se num projeto financiado pela UE e imple-mentado pelo nosso parceiro local ADPP-Moçambique centrado na capa-citação juvenil e na inclusão socioeco-nómica através da educação e da for-mação profissional para uma melhor integração no mundo laboral.

Humana nos “European Development Days 2016”Elucidando sobre o projeto de educação e formação que desenvolvemos em Moçambique

Olga Guerrero durante a sua intervenção nos EDD sobre educação em Moçambique.

loja da Avenida Almirante Reis, 26, num dia de “portas abertas” que fo-ram complementadas pela entrega dos Prémios de Reutilização Têxtil. As atividades compreenderam uma exposição fotográfica sobre seguran-ça alimentar e um sorteio entre os clientes das lojas Humana. Os pré-mios atribuídos nesta edição foram esculturas em pedra da Friends Fore-ver executadas por artistas do Zimba-bwe. Um evento no qual estiveram presentes representantes dos muni-cípios e empresas colaboradoras ho-

menageadas, clientes, amigos e cida-dãos em geral.

Em 2012, o Humana Day foi dedica-do ao papel ativo da mulher no de-senvolvimento das comunidades. Foi um evento que adquiriu um carácter especial porque coincidiu com o 14º aniversário da Associação em Portu-gal e pela primeira vez, foi celebra-do fora das nossas instalações, en-volvendo a participação de cerca de 100 pessoas. O objetivo foi explicar que um melhor aproveitamento das competências e capacidades das mu-lheres contribui para uma melhoria das sociedades.

Sob o tema Women in Action, esta ter-ceira edição, foi celebrada no Cen-tro Cultural de Belém e contou igual-mente com a entrega dos Prémios de Reutilização Têxtil. Nesta cerimónia foram distinguidas 31 entidades pú-blicas e privadas, entre diversas ca-tegorias, com especial destaque para o prémio Contentor nº 1000 em Por-tugal atribuído à Câmara Municipal de Loulé, e que constituiu um marco na atividade da Humana a nível na-cional. Outra novidade foi a partici-pação de dois convidados especiais enquanto oradores: Paulo Silva, Em-baixador da Guiné-Bissau em Madrid e Mónica Ferro, a então deputada do Grupo Parlamentar do PSD e à data docente do ISCSP; que destacaram o contributo da Humana no trabalho desenvolvido ao nível da coopera-ção salientando o papel essencial das

mulheres no progresso das comu-nidades. As edições de 2013 a 2015 centraram-se nas alterações climáti-cas e nas suas consequências sob o tema Our Climate, Our Challenge.

Em 2013 e tal como na edição an-terior, o Humana Day foi celebra-do fora das nossas instalações, des-ta vez, no auditório Mar da Palha do Oceanário de Lisboa, alcançando uma participação global de 150 pes-soas. Para além de outras atividades que compunham o evento foi reali-zada uma exposição com stands de-dicados, constituída por elementos dos projetos de cooperação, como: filtros de água, painéis solares, po-ços com bombas de corda, cozinhas melhoradas, infografia Farmers Clubs, entre outros. Nesta cerimónia, pude-mos ainda contar com a intervenção do especialista Pedro Teiga, Doutor em Engenharia do Ambiente pela Fa-culdade de Engenharia da Universi-dade do Porto e Coordenador Nacio-nal do Projecto Rios. No seu discurso enfatizou a importância da luta con-tra as alterações climáticas em ter-mos de sustentabilidade global, bem como o trabalho desenvolvido pela Humana nesta matéria.

Nesse ano e no âmbito da entrega dos prémios Humana de Reutilização Têxtil, foram distinguidas 28 entida-des públicas e privadas. Os prémios foram batiks artesanais elaborados no programa Humana Youth in Action por jovens artistas sul-africanos.

Em 2014 continuámos o debate esta-belecido no ano anterior e voltámos a celebrar o Humana Day nas nossas instalações em dois momentos dis-tintos, dotando os eventos de um ca-racter mais local. Deste modo, o pal-co da celebração do primeiro evento

foi a sede da Humana em Alcochete, e o segundo teve lugar na nossa de-legação do Porto. Ambos os eventos incluíram a respetiva entrega dos Prémios de Reutilização Têxtil, uma exposição sobre o trabalho realizado pela Humana em programas apoia-dos (como os Clubes de Agricultores) e sobre o seu contributo para a redu-ção do aquecimento global.

No ano passado e pelo terceiro con-secutivo com o tema Our Climate, Our Chalenge o Humana Day foi celebra-do numa das nossas lojas, a da Aveni-da Almirante Reis, 94, em Lisboa. Com uma adesão muito significativa, este evento de sensibilização, foi palco da participação entusiasta de 250 pes-soas, entre clientes, parceiros, equipa da Humana e cidadãos que se foram juntando, interagindo nas várias ativi-dades que estavam a decorrer (DJ, pre-ços especiais, photocall) em ambiente de festa e animação constante.

Um dos pontos fortes deste even-to foi o desfile de moda secondhand, onde um grupo de modelos amado-res pertencentes à equipa da Huma-na desfilou e encantou com roupa dos nossos estabelecimentos, de-monstrando que a moda mais sus-tentável é aquela que já foi produ-zida. Uma celebração que permitiu sensibilizar os cidadãos para a im-portância da reutilização têxtil e de-monstrar que gestos simples e diá-rios poderão ter um efeito positivo na luta contra o aquecimento global.

As alterações climáticas foram o

tema do nosso evento de sensibilização durante três anos

As nossas instalações e lojas acolheram

todas as celebrações, exceto nas edições de

2012 e 2013

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Parceiro Local: HPP-CongoPopulação: 69,3 milhões

Capital: KinshasaRendimento per capita: 453 $

Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 1

Parceiro Local: ADPP-Guiné-BissauPopulação: 1,6 milhõesCapital: BissauRendimento per capita: 550 $Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 1

Parceiro Local: ADPP-AngolaPopulação: 17,7 milhões

Capital: LuandaRendimento per capita: 5.729 $

Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 14

Parceiro Local: DAPP-ZâmbiaPopulação: 15 milhões

Capital: LusakaRendimento per capita: 4.171 $

Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 1

Guiné-Bissau

Angola

Zâmbia

República Democrática

do Congo

Os nossos projetos de formação de professores

Promover a formação, a edu-cação, a capacitação e o progresso das comunidades envolvidas ão o objetivo prin-cipal dos programas de co-

operação da Humana People to Peo-ple. Estes são os pilares para melho-rar as condições de vida da população e aumentar a sua força social, econó-mica e política, assim como a confian-ça nas suas capacidades.

Neste contexto, a educação é uma peça chave na luta contra a pobreza e no desenvolvimento das comunida-des e das pessoas. A Humana traba-lha em estreita colaboração com os ministérios da educação dos países em que desenvolve os seus projetos, para poder adaptá-los às diferentes realidades. Estes programas são rea-lizados principalmente em duas áreas: a formação de professores do ensino básico e a formação profissional para jovens.

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Parceiro Local: DAPP-MalawiPopulação: 16,8 milhõesCapital: LilongweRendimento per capita: 320 $Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 4

Parceiro Local: HPP-IndiaPopulação: 1.236 bilhõesCapital: Nova DeliRendimento per capita: 1.460 $Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 24

Parceiro Local: ADPP-MoçambiquePopulação: 25,3 milhõesCapital: MaputoRendimento per capita: 635 $Escolas de Professores do Futuro (EPF) da HPP: 11

Malawi

Índia

Moçambique

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A Humana recolheu no pri- meiro semestre deste ano 2.127.463 kg de roupa e cal-

çado usados em Portugal através dos contentores distribuídos por todo o território nacional; um valor homó-logo ao recolhido no mesmo perío-do do ano anterior, para lhes dar um fim social a nível de programas de cooperação e ajuda social.

Um número alcançado, graças à co-laboração de mais de 700.000 doado-res que depositaram com confiança a sua roupa usada numa rede de 1.500 contentores e 7 lojas secondhand, e ao apoio de 275 entidades públicas e privadas com quem estabelecemos parcerias.

A reutilização e a reciclagem têxtil contribuem para a proteção do meio ambiente ao reduzir em parte os re-síduos gerados pelos cidadãos, dan-do uma segunda vida à roupa que de outra forma iria parar ao aterro para incineração. Cada quilo de rou-pa que se reutiliza e não é incine-rada evita a emissão de 3.169 kg de CO

2 segundo dados da Comissão Eu-ropeia. As 2.127 toneladas recolhidas no primeiro semestre representaram a não emissão de 6.740 toneladas de CO2 para a atmosfera.

A Humana faz uma gestão eficaz das doações de têxtil incentivando a reu-tilização e a consciencialização para um desenvolvimento sustentável em termos ambientais, sociais e econó-micos. Devido à natureza dos ma-teriais que usamos diariamente, a grande percentagem dos resíduos é

passível de ser valorizada. No caso do resíduo têxtil, este tem um alto potencial de reutilização sem neces-sidade de tratamento. A colocação de roupa usada em contentores destina-dos para o efeito inicia o ciclo de reu-tilização e valoriza adequadamente este recurso tanto em termos de mate-riais como de energia, aumentando o seu tempo de vida no circuito de con-sumo. Num contexto em que a prepa-ração para reutilização e a prevenção são entendidos como fatores decisi-vos na hierarquia de resíduos, a ativi-dade da Humana Portugal tem um pa-pel essencial.

Neste sentido e à semelhança de anos anteriores, a Humana irá par-ticipar na Semana Europeia da Pre-venção de Resíduos (EWWR), que de-corre de 19 a 27 de novembro, com o objetivo de promover ações de sen-sibilização para a importância da

reutilização têxtil; dado que ao es-tender a vida útil de um produto, preparando-o para reutilização es-tamos a reduzir a quantidade de re-síduos produzidos. Várias entida-des participam nesta iniciativa que visa incentivar mudança de compor-tamentos ao nível do consumo e da consequente produção de resíduos, sensibilizando para a importância da prevenção como um fator deter-minante na aplicação da hierarquia de gestão dos mesmos. Na edição de 2015, mais de 12.035 ações foram efetuadas em toda a Europa.

2.127 toneladas de têxtil recolhidas no 1º semestreA roupa usada recolhida neste período evitou a emissão de 6.740 t de CO2 para a atmosfera

Incentivamos a reutilização têxtil e

a consciencialização para um

desenvolvimento sustentável

A gestão têxtil de roupa usada com um objetivo social impulsiona a melhoria das condições de vida das comunidades e o crescimento sustentável.

De 1 a 4 de junho, a Huma-na Portugal esteve presente na XV Feira Pedagógica sob o

tema “Crescer Saudável”, que decor-reu no Parque da Cidade do Barreiro. Um evento organizado pelo Municí-pio e respetiva comunidade educati-va que contou com diversas ativida-des e animação do espaço a cargo de várias entidades, entre as quais a Hu-mana; que visaram a promoção do desenvolvimento integral das crian-ças, a cooperação, a autonomia, o res-peito pelo ambiente e a solidariedade.

As atividades de sensibilização pro-movidas pela Humana tiveram início dia 1 de junho, no âmbito das cele-brações do Dia Mundial da Criança, com uma série de iniciativas lúdicas e educacionais, nas quais os mais no-vos adquiriram práticas mais ami-gas do ambiente associadas ao tema do evento e à importância da reuti-

lização têxtil. Estas ações contaram com a participação de diversos agru-pamentos escolares do concelho en-volvendo cerca de três centenas de crianças, ao longo do primeiro dia.

Os ateliers temáticos começaram no dia 3 de junho com diversas iniciati-

vas de carácter pedagógico, com ani-mação desportiva, jogos tradicionais e a atividade “Reciclar a Brincar”, di-rigidas essencialmente ao público es-colar, onde aprenderam que um resí-duo como o têxtil se pode converter em recurso se for colocado no con-tentor apropriado, e que dando uma

segunda vida à roupa estamos a pro-teger o meio ambiente.

Durante quatro dias, 7.000 crianças e a restante comunidade educativa participaram em ações e workshops sob tema “Crescer Saudável”, em ex-posições dos trabalhos desenvolvi-dos durante o ano letivo, apresenta-ções de teatro, música e dança em dois palcos (Exterior- Tenda do Par-que e Interior – Auditório Municipal Augusto Cabrita) e desenvolveram aptidões para construir um futuro mais saudável, ecológico e sustentá-vel para todos.

A abertura oficial da XV Feira Peda-gógica, que coincidiu com a come-moração do Dia da Criança, contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara, Carlos Humberto de Carva-lho e a Vereadora da Educação, Regi-na Janeiro.

Aprendendo a “Crescer Saudável” em Feira Pedagógica Dia Mundial da Criança comemorado com diversas atividades lúdicas de carácter educacional

Atividades desenvolvidas no Parque da Cidade do Barreiro durante a XV Feira Pedagógica.

Semana Europeia da Prevenção de Resíduos Iniciativa europeia que promove a implementação de atividades, ações e eventos de sensibilização sobre recursos sustentáveis na área da prevenção de resíduos.

para marcar na agenda

· novembro ·

19sábado

· novembro ·

27domingo

até

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Depois de esgotadas todas as apresentações no Teatro D. Maria II, onde estreou a 12 de

maio, a terceira parte da trilogia da Companhia Limitada – Estação Ter-minal – de Madalena Victorino e Pe-dro Salvador, esteve novamente em cena nos dias 7 e 8 de julho, no Lar-go do Intendente, inserido no Festi-val Bairro Intendente em Festa.

Tal como nas edições anteriores, este projeto propôs-se reinventar a solidão urbana. Nos dois primeiros momen-

tos, levou o espetáculo à casa de pes-soas que vivem isoladas e vários públi-cos a recantos abandonados da cidade. Num terceiro momento, começou na rua e trouxe para dentro do Teatro Na-cional os ambientes envolventes; pos-teriormente no Largo do Intenden-te, experimentaram-se vários palcos dentro e fora do Largo. Um espetácu-lo composto por nove atos, em locais diferentes, onde um enorme e variado elenco de 65 participantes reinventou esta temática no universo da margem, do excesso, da noite e da festa.

“Quando se trabalha em continuida-de um tema como este, é preciso sa-ber reinventá-lo, olhá-lo de fora, vi-rá-lo do avesso”, explicam os autores deste trabalho que orbita em torno de interlocutores específicos, convi-dados especiais nos quais se baseiam

as narrativas. Uma produção do nos-so parceiro Largo Intendente, o qual a Humana apoiou através da cedên-cia de roupa usada, que imprimindo credibilidade ao espetáculo consti-tuiu-se como mais um exemplo pos-sível de reutilização.

Odesafio da nossa rede de lojas secondhand é chegar a cada vez mais pessoas, convencidos

de que a oferta de roupa de qualida-de a preços acessíveis é uma magní-fica opção de compra. Graças a isto, atingimos recentemente os 200.000 clientes, o que revela que esta opção de consumo conquista cada vez mais adeptos no nosso país.

A compra de roupa em segunda mão é uma opção que, embora recente em Portugal, depressa se popularizou como uma alternativa à oferta con-vencional, à imagem do que ocorreu noutros países europeus. Hoje em dia, a oferta de compra ou de troca de artigos tem-se multiplicado. Isto é explicado por diversos motivos: os preços acessíveis, o auge do vintage e da moda sustentável e a consolidação de valores como o consumo respon-sável ou a consciência social.

Assim, devido à consolidação des-tes valores ou como consequência da crise, a sustentabilidade ganhou im-portância na indústria da moda e al-terou os hábitos de consumo da po-

pulação que agora pondera mais as suas decisões de compra. Ao bene-fício ambiental junta-se o benefício social de comprar em lojas geridas por organizações como a Associação Humana: os recursos obtidos com a nossa atividade tornam possíveis os programas de ajuda social e de sen-sibilização em Portugal e de coope-ração para o desenvolvimento em

países como a Guiné-Bissau e Mo-çambique.

Atualmente a rede de lojas Humana é composta por 7 estabelecimentos: 6 em Lisboa e 1 no Porto, sendo que a intenção da Associação é ampliar esta oferta para facilitar o acesso dos cidadãos a uma moda sustentável e com objetivo social.

O perfil dos clientes é variado: des-de os que visitam as lojas quase dia-riamente para dar uma vista de olhos e “ficarem a namorar” uma peça de roupa, até aos clientes oca-sionais que moram longe dessas ci-dades e quando as visitam, não per-dem a oportunidade de entrar numa loja para aproveitarem os preços bai-xos. Também encontramos os que querem contribuir para a proteção do ambiente sem renunciar à quali-dade; os que se identificam e querem colaborar com o objetivo social da Associação; as produtoras de televi-são, cinema e teatro que necessitam de tipo de vestuário que dificilmen-te encontrarão noutro tipo de lojas; entre outros. A variedade de motivos e idades é tão grande que é precisa-mente isso que enriquece o dia a dia dos nossos estabelecimentos.

Este ano já tivemos algumas novida-des: em março abrimos uma nova loja na Rua Morais Soares, 70, em Lisboa; e em abril encerrámos a loja da Avenida Columbano Bordalo Pi-nheiro, 7 E, estando prevista a sua reabertura em novas instalações.

Moda sustentável: de tendência a comportamentoA oferta secondhand seduz cada vez mais pessoas todos os anos

Estreia de “Estação Terminal” no Largo do Intendente, a 7 de julho. Foto © Ivo Rodrigues/ Marco Gaspar.

Desde março que Lisboa conta com uma nova loja, localizada na Rua Morais Soares nº 70.

Um espetáculo que contou com o apoio das Lojas Humana através do empréstimo de roupa para os figurinos

No que diz respeito a ações de sen-sibilização e mais concretamente, à celebração do nosso acontecimento anual por excelência, o Humana Day, a nossa rede de lojas terá como é ha-bitual um papel participativo e pre-ponderante na sua divulgação. Este ano, dedicado à educação, com o tema Quality Education for Development, este evento de sensibilização será co-memorado a 13 de outubro no Cen-tro Cultural de Belém, em Lisboa.

Assim, já a partir de 5 de setembro coincidindo com a entrada da nova

coleção, as montras das lojas Hu-mana estarão decoradas para a oca-sião e os clientes que se dirigirem aos nossos estabelecimentos de Lis-boa e Porto irão receber informações sobre o evento, tanto através do res-petivo material impresso, como de conteúdos multimédia que serão exi-bidos no interior das lojas. Uma ini-ciativa associada às atividades pro-gramadas para o Humana Day e onde se pretende que todos tenha-mos um papel a desempenhar e uma responsabilidade na formação e no exercício da cidadania.

Nova coleção chega às lojas a 5 de setembro com montras dedicadas ao Humana Day

“Estação Terminal” brilha com roupa usada

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E TU,porque compras na Humana

? Qualidade, preços baixos, apoio a projetos solidários, moda sustentável…muitos são os motivos para preferir as lojas secondhand.

Humana Day 2016: Data e atividades previstasTema: Quality Education for Development

“Compro na Humana porque acho uma excelen-te ideia a reutilização de roupas, na medida em que todos devemos contribuir para a redução do desperdício. Por isso, sempre que posso, opto por comprar roupa em segunda mão. Os recursos se-rem destinados a um objetivo social é algo de va-lorizar e que me agrada bastante. É tudo bom!...daí a minha preferência pelas lojas Humana.”

“Desde longa data que sou cliente das lojas e co-nheço o trabalho da Humana, nomeadamente, o encaminhamento dos recursos obtidos para proje-tos em África. Faço bastantes compras nas vossas lojas, porque tenho uma família alargada e a oferta disponível permite-me adquirir peças com qualida-de a preços muito interessantes. Além disso, ques-tões associadas à reutilização e ao ciclo virtuoso da roupa faz-me todo o sentido enquanto consumidor.”

“Essencialmente porque só compro roupa em se-gunda mão. Como tal, aqui encontro peças com qualidade a preços muito bons. Conheço a vossa fi-nalidade social e dado que a oferta disponível se enquadra nas minhas opções de compra, faz todo o sentido a minha preferência pelas lojas Humana. Gosto bastante da forma como a roupa está orga-nizada e facilmente encontro o que procuro.”

“É a primeira vez que venho, entrei, porque gos-tei da roupa da montra e efetivamente as peças têm muita qualidade e os preços são acessíveis. Não tenho qualquer preconceito relativamente à roupa em segunda mão, e pelo o que vejo, nem consigo distinguir a diferença. Se além disso, te-mos a possibilidade de com as nossas compras contribuir para projetos de ajuda, melhor ainda!...com certeza vou regressar mais vezes.”

“Sou cliente habitual há muito tempo e conhe-ço todas as lojas. Venho bastantes vezes e mesmo que não tenha algo específico em mente, acabo sempre por comprar alguma peça, seja para mim ou para a minha família. Identifico-me com o vos-so conceito e vou acompanhando o trabalho da Humana. Já conheço as funcionárias e sou sempre muito bem atendida nas vossas lojas.”

“Comecei a vir às lojas Humana por indicação de uma amiga. Agora sou cliente habitual porque en-tendo que as roupas têm muita qualidade e me re-vejo no conceito de moda sustentável, especial-mente no que diz respeito a comprar roupa em segunda mão. É muito válido! Reutilizamos e con-seguimos ter sempre peças novas a preços muito acessíveis. A finalidade social foi também um dos motivos que me fez tornar cliente.”

Nadiana Zambone28 anos

Filomena Martins 56 anos

João Costa62 anos

Deolinda Blanco 67 anos

Maria Carvalho 50 anos

AmjadPervez50 anos

Atividades Principais:

• Entrega dos VII Prémios Humana de Reutilização Têxtil.

• Exposição de cooperação e mos-tra de materiais relativos ao tra-balho desenvolvido pela Humana no âmbito da promoção da educa-ção de qualidade em países do he-misfério Sul.

Os programas e iniciativas im-plementados pela Huma-na People to People nos paí-

ses do hemisfério Sul estão ligados à educação desde o seu início. A educação é essencial para o desen-volvimento sustentável e uma das ferramentas mais importantes na construção de uma sociedade mais justa, pacífica e inclusiva.

Desde Escolas de Formação de Pro-fessores a aulas de alfabetização e aritmética para adultos, as organi-zações que formam a HPP traba-lham na promoção de um modelo educativo de qualidade, equitativo e inclusivo. O qual, é imprescindível para alcançar os Objetivos de De-senvolvimento Sustentável.

13 de outubro Centro Cultural de

Belém | Lisboa

Data