I Curso de Capacitação Ministerial

22
TEMA: O MINISTÉRIO DOS PRESBÍTEROS Pr. Alberto Simonton

Transcript of I Curso de Capacitação Ministerial

TEMA:

O MINISTÉRIO DOS PRESBÍTEROS

Pr. Alberto Simonton

2

Introdução 03

CAPÍTULO I

O Significado do termo Presbítero

04

CAPÍTULO II

A Vocação de Presbítero

07

CAPÍTULO III

Os Deveres Pastorais

09

Base Bíblica 09

Base Confessional 11

Base Administrativa 12

CAPÍTULO IV

Questões Práticas do Ministério

15

Planos Eclesiásticos 15

Descoberta e desenvolvimento dos Dons 15

Ética na Política Eclesiástica 16

O trato igual aos membros da Igreja 17

O Presbítero (presbítero regente) como

“auxiliar” do Pastor (presbítero docente)

17

A Ética do Presbítero 17

O Presbítero como “ouvinte amigo” do

Pastor

18

O Controle da Língua 18

O Presbítero e sua relação com os

Diáconos

19

O Aprendizado da Doutrina 19

A Disposição para os Trabalhos

Eclesiásticos

20

A Família do Presbítero 20

O Presbítero e sua Condição Pessoal

para o ofício

20

O Presbítero em Disponibilidade 20

Conclusão 22

Bibliografia 23

3

INTRODUÇÃO

Diante da necessidade que temos visto nos dias de hoje de haver uma melhor

capacitação ministerial a muitos que trabalham na área eclesiástica, resolvemos tentar auxiliar

os irmãos por meio de pequenos cursos que tratam de assuntos ao mesmo tempo teológicos e

práticos, a fim de desenvolverem melhor os seus ministérios.

O curso não pretende ser a última palavra sobre o tema abordado, não pretende ser

extenso ou profundo. Vamos estudar o assunto de forma a tirar dúvidas comuns, e tentando

trazer alvos práticos ao ministério pessoal do indivíduo.

Para iniciar nossa proposta de capacitação ministerial escolhemos como tema:

“O Ministério dos Presbíteros”, entendendo ser este o ministério mais importante na igreja,

concordando assim com o apóstolo Paulo que diz que os pastores foram dados à igreja a fim

de aperfeiçoar os santos (Ef 4:7-16).

Nosso desejo e alvo é que os participantes saiam daqui com uma maior bagagem

teológica, e profundamente impactados, a fim de que possam modificar seu ministério. E rogo

aos irmãos que não deixem permanecer nenhuma dúvida na mente sobre o assunto, mas

procurem conhecer todas as questões envolvidas no tema.

4

CAPÍTULO I

O SIGNIFICADO DO TERMO PRESBÍTERO

Antes de aprender sobre os vários aspectos que correspondem o ofício de presbítero,

faz-se necessário compreender o significado bíblico do termo. Hoje o termo presbítero pode

ter mais de um significado devido ao grande número de denominações e interpretações da

Bíblia existentes em nosso tempo. Contudo, apesar desta variedade de significados, nos

deteremos em estudar o significado do termo presbítero como ele se encontra nas Escrituras, e

como a teologia reformada concebe o termo.

Primeiramente vamos compreender o sentido que a palavra presbítero tem nas

Escrituras. A palavra grega correspondente ao termo “presbíteros” utilizada por nós é a

palavra (presbyteroi). Ela significa “anciãos” ou “mais velhos”. “O termo presbyteroi é

empregado na Escritura para denotar homens idosos, e para designar uma classe de oficiais.”1

Entretanto, quando utilizamos o termo presbíteros hoje em dia (pelo menos aqui no Brasil), o

que ocorre é que ninguém pensa que estamos falando de “anciãos”, mas deduz que estamos

falando dos oficiais da igreja. Assim, nós só utilizamos “um dos dois significados possíveis

da palavra no grego”.

Outra diferença que há em relação ao termo presbítero como utilizado hoje é que em

muitas igrejas, o presbítero não é o mesmo que „pastor‟ ou „bispo‟. Mas será que é isto que

vemos nas Escrituras? Na verdade, o Novo Testamento ao falar de Presbíteros, Bispos ou

Pastores, não faz com isto distinção de ofícios. Vejamos a seguinte explicação:

[...] As Escrituras Sagradas apresentam três nomes: ANCIÃO, PRESBÍTERO

E BISPO. Todavia estes três nomes são sinônimos perfeitos, isto é, têm o

mesmíssimo significado!!! Cotejando a mesma Bíblia especialmente o Novo

Testamento, sem nenhum outro auxílio, comprova-se esta asserção. (…) Logo,

no conceito neotestamentário, as três palavras: bispo, presbítero, e ancião são

sinônimos!!! (…) Só há mudança de nomes, mas o sentido é sempre o

mesmo!2

Um texto onde podemos explicitar esta questão é (At 20: 17, 28). Nestes dois

versículos vemos os termos no grego iguais aos termos traduzidos para o português.

(v.17)- απο δε της μιλητου πεμψας εις εφεσομ μετεκαλεσατο τους πρεσβυτερους της εκκλησιας De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja. (v.28)- προσεχετε εαυτοις και παμτι τω ποιμμιω εμ ω υμας το πμευμα το αγιομ εθετο επισκοπους ποιμαινειν τημ εκκλησιαμ του θεου ημ περιεποιησατο δια του αιματος του ιδιου

Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.

1 Louis Berkhof, Teologia Sistemática. Campinas, Luz Para o Caminho, 1990, p 590.

2 Túlio Cesar Costa Leite, Sistema de Governo Presbiteriano. www.monergismo.com

5

O texto relata que Paulo manda chamar os “presbíteros” da igreja de Mileto, e ao

conversar com eles Paulo afirma que estes mesmos presbíteros, foram constituídos “bispos” a

fim de “pastorear” a igreja de Deus. Ou seja, às mesmas pessoas Paulo aplica os termos

presbíteros, bispos e pastores. Na mente e prática de Paulo, os três termos são apenas

aspectos de um mesmo ofício. Resumindo, “em virtude de seu papel, os presbíteros são

também chamados de “pastores” (Ef 4:11) e “bispos” (“supervisores”) (At 20:28; cf. v.17;

Tt 1:7; cf. v.5; 1Pe 5:1-2).”3

Ora, mas se todos estes termos fazem referência a uma mesma função, por que então

somente o presbítero docente (“pastor” ou “ministro”) recebe salário? E se no Novo

Testamento todos eles exercem o mesmo ofício, por que somente os „presbíteros docentes‟

ministram os sacramentos? Vamos ver qual a explicação da teologia reformada para estas

questões.

Com respeito à primeira questão, devemos olhar para o texto de (1Tm 5:17), nele se

fala sobre a remuneração dos presbíteros. Observemos a explicação do texto conforme o

comentário do teólogo reformado William Hendriksen:

O presbítero merece ser honrado; particularmente, se seu labor se destaca por

sua qualidade. Esta honra se deve especialmente aos que trabalham na

pregação e no ensino. E isto implica, naturalmente, que, onde se faz necessário

(e seria necessário especialmente no caso do “ministro”), seu trabalho deveria

também ser remunerado de uma maneira material. O homem que dedica todo

seu tempo e esforço na obra do reino (o “ministro”) certamente merece “um

bom salário”. Não significa que a palavra “honra”, em si e por si, tenha aqui o

sentido de honorário. Significa honra. Mas seria evidência de falta de honra

se a igreja exigisse de um homem a total dedicação à obra espiritual e que o

fizesse gratuitamente.

A explicação que eu tenho dado não significa simplesmente que todo

presbítero, ou ainda que todo presbítero que governa excelentemente, receba

salário. Todos os que governam bem merecem duplicada honra, e no caso dos

que se dedicam inteiramente à obra da igreja isto implica o direito à

remuneração.4

Como podemos concluir, a teologia reformada entende que biblicamente é correto, e

necessário, remunerar os presbíteros que se afadigam na palavra, e se dedicam muito a este

trabalho. No caso das igrejas de hoje, quem faz este trabalho é o “presbítero docente” ou

“pastor”. Talvez você pergunte: Todos os presbíteros no Novo Testamento ensinavam, com

que permissão, pois, podemos separá-los em docente e regente nos dias de hoje? Na verdade

já na época do Novo Testamento havia uma certa distinção entre eles quanto à questão da

dedicação ao ensino:

As palavras “especialmente os que labutam na pregação (literalmente em

palavra) e no ensino” mostram que já no tempo de Paulo começava a fazer-se

distinção entre os que hoje chamamos “ministros”, ou “pastores”, e os que

ainda chamamos “presbíteros”. Todos governam, e em certo grau todos

ensinam, mas alguns (além de governarem) labutam na pregação (expondo a

Palavra na congregação reunida) e no ensino (ministrando instrução à

juventude, aos que a buscam, e a todos os que têm necessidade dela). Eles se

3 Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, p 1501.

4 William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento, 1Timóteo, 2Timóteo e Tito. São Paulo, Cultura Cristã, 2001, p 226,

227.

6

especializam e labutam arduamente nisso. A tarefa lhes exige a dedicação de

muito tempo e esforço: pregar, ensinar e preparar-se para isso.5

E ainda:

Gradativamente, porém, a didaskalia (o ensino, a docência) ligou-se mais e

mais estreitamente ao ofício episcopal; mas, mesmo então, os mestres não

constituíram uma classe separada de oficiais. A declaração de Paulo em Ef

4:11, de que o Cristo assunto também dera à igreja “pastores e mestres”,

mencionados como uma única classe, mostra claramente que estes dois não

constituem duas diferentes classes de oficiais, mas uma só classe com duas

funções interrelacionadas. 1Tm 5:17 fala de presbíteros que trabalham na

palavra e no ensino, e, conforme Hb 13:7, os hegoumenoi eram igualmente

mestres. Além disso, em 2Tm 2:2 Paulo insta com Timóteo sobre a

necessidade de nomear para o ofício homens fiéis e também capazes de

instruir a outros. Com o transcorrer do tempo, duas circunstâncias levaram a

uma distinção entre os presbíteros ou superintendentes encarregados somente

do governo da igreja, e os que também eram chamados para ensinar: (1)

quando os apóstolos faleceram e as heresias surgiam e aumentavam, a tarefa

dos que eram chamados para ensinar tornou-se mais exigente, requerendo

preparação especial, 2Tm 2:2; Tt 1;9; e (2) em vista do fato de que o

trabalhador é digno do seu salário, os que estão engajados no ministério da

Palavra, tarefa amplamente abrangente que requer todo o seu tempo, foram

liberados doutros trabalhos para poderem devotar-se mais exclusivamente ao

trabalho de ensinar. Com toda a probabilidade, os aggeloi (anjos) aos quais

foram dirigidas as cartas enviadas às sete igrejas da Ásia Menor, eram os

mestres ou ministros daquelas igrejas, Ap 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 7, 14. Nos

círculos reformados (calvinistas), os ministros agora governam as igrejas junto

com os presbíteros, mas em acréscimo a isso, ministram a Palavra e os

sacramentos. Juntos eles formulam os regulamentos necessários para o

governo da igreja.6

Concluindo a resposta ao primeiro questionamento sobre o salário somente aos

presbíteros docentes, só eles recebem remuneração devido ao fato de que eles “se afadigam

no ensino”, e estão dedicados muito a este aspecto da obra. E como vimos, na época do

apóstolo Paulo já havia uma certa distinção entre uns e outros (os que governavam, e os que

além de governar, se afadigavam no ensino).

Quanto à questão de somente os presbíteros docentes terem o direito de ministrarem os

sacramentos, os calvinistas dão a seguinte explicação teológica:

As igrejas reformadas (calvinistas) sempre agiram com base no princípio de

que a ministração da Palavra e a dos sacramentos são entrelaçadamente unidas

e que, portanto, o presbítero docente ou ministro é o único legítimo

administrador... A Palavra e o sacramento estão conjuntamente unidos nas

palavras da instituição...7

E a Confissão de Fé de Westminster falando a respeito dos sacramentos declara em seu

Capítulo XXVII Seção IV: “... nenhum dos quais pode ser administrado senão por um ministro da

Palavra, legalmente ordenado.”8

5 William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento, 1Timóteo, 2Timóteo e Tito. São Paulo, Cultura Cristã, 2001, p 225.

6 Louis Berkhof, Teologia Sistemática. Campinas, Luz Para o Caminho, 1990, p 590, 591.

7 Berkhof, Teologia Sistemática, p 637.

8 Marra; editor, A Confissão de Fé de Westminster, p 140.

7

CAPÍTULO II

A VOCAÇÃO DE PRESBÍTERO

Ao falar do ofício de presbítero não podemos deixar de nos referir à vocação que este

ofício requer. Ora, o texto orientador de Paulo em (1Tm 3:1) é claro quando diz (“Se alguém

aspira ao episcopado...”). Então, se temos que eleger oficiais, que sejam aqueles homens que

“aspiram” e não aqueles que nada querem com o ofício. Ninguém deve ser constrangido ou

forçado a ser oficial da igreja. Principalmente quando se trata de oficial presbítero, que está

responsável pelo ensino e governo do povo de Deus. Já imaginou o estrago de ter homens

errados à frente da igreja de Deus?!!

Desta forma precisamos procurar homens que estejam vocacionados para este serviço.

Contudo, como saber quem tem a vocação? A Teologia Reformada distingue a vocação

ministerial dos presbíteros em dois aspectos distintos e interligados. São eles a Vocação

Interna e a Vocação Externa. A Vocação Interna diz respeito ao chamado que Deus faz no

interior do vocacionado. A Vocação Externa diz respeito à aprovação do Povo de Deus

quanto ao chamado do indivíduo. Ou seja, a vocação para o ministério pastoral tem duas

características: a confirmação subjetiva no interior do servo de Deus, e a confirmação

objetiva por meio da aprovação e eleição da igreja de Deus. Para esclarecer melhor vamos

conceituar as duas vocações referidas acima:

(1) Vocação interna. “Às vezes se pensa que a vocação interna para um ofício na igreja

consiste numa indicação extraordinária de Deus do fim para o qual o indivíduo é chamado --

uma espécie de revelação especial. Mas não está certo. Consiste, antes, em certas indicações

providenciais ordinárias dadas por Deus, e inclui principalmente três coisas: (a) a consciência

de estar sendo impelido a alguma tarefa especial no reino de Deus, por amor a Deus e Sua

causa; (b) a convicção que o indivíduo tem de que está, pelo menos em certa medida,

intelectual e espiritualmente qualificado para o ofício em vista; e (c) a experiência de que,

evidentemente, Deus está pavimentando o caminho que leva à meta.”9

(2) Vocação externa. “Esta é a vocação que chega à pessoa pela instrumentalidade da igreja.

Não é emitida pelo papa (conceito católico romano), nem por um bispo ou colégio de bispos

(episcopal), mas, sim, pela igreja local. Tanto os oficiais como os membros comuns da igreja

tomam parte nela. Que os oficiais têm parte em sua direção, não, porém, com a exclusão do

povo, é evidenciado por passagens como At 1:15-26; 6:2-6; 14:23. O povo foi admitido,

mesmo à escolha de um apóstolo, segundo At 1:15-26. O que se vê é que, na era apostólica,

os oficiais guiavam a escolha que o povo fazia, chamando a atenção para as qualificações

necessárias que se exigiam para o ofício, mas deixavam o povo tomar parte na escolha

propriamente dita, At 1:15-26; 6:1-6; lTm 3:2-13.”10

Com estes dois aspectos da vocação pastoral nós podemos evitar dois erros: a) o de

eleger pessoas que não são chamadas interiormente por Deus (vocação interna); b) o de eleger

homens que dizem ser chamados interiormente, mas que não são aprovados e reconhecidos

em sua vocação pelo povo de Deus (vocação externa).

Por mais que existam aqueles que desprezam o serviço de liderança dos presbíteros,

nós devemos entender que este ministério constitui uma parte importantíssima da igreja. E é

por isto também que o presbítero precisa compreender de uma vez por todas que ele deve

estar ocupando o ofício não por vontade própria, mas por vontade divina:

9 Louis Berkhof, Teologia Sistemática. Campinas, Luz Para o Caminho, 1990, p 591.

10 Louis Berkhof, Teologia Sistemática. Campinas, Luz Para o Caminho, 1990, p 592.

8

Efésios 4 diz que estes oficiais foram estabelecidos por Cristo, para que nós

(os santos) não sejamos mais crianças levadas de um lado para o outro por

todo vento de doutrina. Cristo sabia que necessitamos de presbíteros. Observe

em Atos 20:28: “... O rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu

bispos”. O presbítero bíblico não é presbítero apenas porque ele escolheu esta

função como sua carreira; o presbítero bíblico é alguém colocado por Cristo

neste ofício. O Espírito Santo o constituiu um supervisor do rebanho de

Cristo.11

Por denotar um cargo de importância na igreja, o indivíduo pode achar que deve

aceitar a indicação para o ofício, esquecendo-se de que é preciso também ser interiormente

chamado por Deus. O ofício deve ser muito bem respeitado, tanto pelos membros da igreja

quanto pelos que se candidatam para exercê-lo.

11 Dean Allen, A Importância dos Presbíteros em Revista Fé Para Hoje. São José dos Campos, Editora FIEL, Nº 22, ano

2004, p 6.

9

CAPÍTULO III

OS DEVERES PASTORAIS

Base Bíblica

Ao estudarmos os deveres dos presbíteros, devemos nos fundamentar nas Escrituras, e

não na tradição da igreja ou na opinião de alguém sobre o assunto. Às vezes até mesmo os

presbíteros querem fazer seu ministério à sua maneira, desprezando as ordens bíblicas para o

seu serviço. Não podemos deixar que isto aconteça na Igreja de Cristo.

Quando pensamos em presbíteros, estamos pensando em oficiais designados por Deus

para o bem do rebanho. E como tais eles devem cumprir rigorosamente seu serviço ministerial

diante de Deus. Este serviço constitui três aspectos:

1- Ser modelo do rebanho (Tt 1:6, 7; 1Tm 3:2; Hb 13:7; 1Pe 5:3)

2- Dar instrução ao rebanho (Ef 4:11; 1Ts 5:12; 1Tm 3:2; Hb 13:7;1Tm 5:17; At 20:28-

31)

3- Governar o rebanho (1Ts 5:12; 1Tm 3:5; Tt 1:9; Hb 13:17; 1Tm 5:17)

Por haver erros na escolha dos presbíteros e também por haver aqueles que querem o

ofício sem possuir o chamado do Senhor, nós vemos muitos presbíteros que não executam os

deveres bíblicos requeridos deles. Muitos se tornam “administradores de igreja”, e não

pastores do rebanho. Confundem o serviço eclesiástico com os serviços que vemos na vida

“secular”. Vejamos o seguinte comentário do assunto:

[...] o que vemos em nossas igrejas hoje em dia são administradores. O pastor

principal aparece como um alto executivo (Presidente) que vende a “visão”; os

diáconos exercem (normalmente por meio de uma comissão) a função da GAF

(Gerencia Administrativa Financeira); e dentro desse modelo moderno de uma

igreja corporativa ou empresarial, os presbíteros se transformam no Conselho

Diretivo. Cabe a eles a responsabilidade administrativa de dar um rumo para a

vida da corporação.12

E ainda:

Presbíteros são pastores, não administradores. Sua função é cuidar do

rebanho do Bom Pastor, não simplesmente “administrar os negócios” de uma

instituição corporativa. Vejamos o que dizem as Escrituras em Atos 20.17-38...

Nesse texto importante, Paulo emprega diversas palavras para descrever os

homens aos quais ele se dirige: - No versículo 17 refere-se a eles como

“presbíteros” (usando a palavra grega “presbyteros”, de onde vem a palavra

em português “presbítero” e “presbiteriano”). - No versículo 28 ele os chama

de “bispos” (da palavra grega “episcopos”; radical do termo “episcopal”, em

português, “bispo”). - Ainda no versículo 28 ele os chama de “pastores” (a

palavra grega e “poimein”, termo usado para o “pastor de ovelhas” ou “quem

cuida do rebanho”).13

12 http://www.teuministerio.com.br/BRSPORNDESAGSA/vsItemDisplay.dsp&objectID=33D33B49-5928-44A1-

926B7CF3F80888E0&method=display. Acessado em 14 07 2008.

13 http://www.teuministerio.com.br/BRSPORNDESAGSA/vsItemDisplay.dsp&objectID=33D33B49-5928-44A1-

926B7CF3F80888E0&method=display. Acessado em 14 07 2008.

10

Como podemos observar, um presbítero que se torna um “administrador de igreja”

corre o perigo de talvez nunca cumprir o serviço para o qual Deus o chamou a realizar –

pastorear o rebanho. Por quê? Porque simplesmente ele se acostuma e se contenta em

“administrar a igreja”. O trabalho pastoral ele acaba deixando para o “pastor” (presbítero

docente). Muitos fazem isto porque acham que o presbítero docente é que deve fazer o serviço

pastoral por ser sustentado pela igreja, ou porque o presbítero acha que seu serviço é governar

e não pastorear, ou porque acha que governar é mais fácil que ensinar... E por aí vão as

supostas “justificativas” para não exercer na prática o ministério pastoral. Contudo, eles se

esquecem que nas Escrituras não vemos o serviço pastoral nas mãos de um só presbítero

(presbítero docente), mas nas mãos de uma pluralidade de presbíteros (At 20:17; 14:23; 15:2;

Tt 1:5; Fp 1:1; 1Ts 5:12; Hb 13:7, 17). Para que os presbíteros possam refletir em seu

ministério na igreja, vejamos o texto abaixo:

Se, atualmente, você é um presbítero, o que ocupa a maior parte do seu tempo

ao desempenhar as funções desse cargo: administração (reuniões, comissões,

detalhes organizacionais) ou pastoreio (reunir-se com o povo de Deus, orar

com e por eles, admoestá-los, instruí-los, etc.)? Discuta com outros como esse

uso do tempo pode ser adaptado de modo a refletir uma visão mais bíblica do

cargo. Se você não é um presbítero em sua igreja local, pense sobre as

atividades mais visíveis daqueles que ocupam esse cargo. Há um

envolvimento no cuidado pastoral, ou o que se vê é apenas a participação em

reuniões e comissões?14

Devido à sua importância como uma “excelente obra” (1Tm 3:1), o serviço pastoral

requer do candidato a presbítero algumas qualificações que o próprio Deus determinou em sua

Palavra (1Tm 3:1-7). Há membros de igreja que não dão muita importância a estes requisitos,

e terminam escolhendo um irmão que não preenche estas orientações. Acaba ocorrendo que,

depois, a própria igreja que escolheu sofre por ter como líder alguém que não deveria estar à

sua frente. A igreja deve levar muito a sério as orientações de Deus. Já vivemos num período

muito difícil entre os ímpios e hereges, não precisamos aumentar nossas dificuldades

elegendo alguém abaixo do padrão divino. Para quem quer seguir à risca as orientações

bíblicas, mostraremos um quadro que detalha os requisitos bíblicos, tanto com respeito aos

presbíteros, quanto a respeito dos diáconos:15

Qualificações Funcionais dos Presbíteros e Diáconos16

(Autor: H. Wayne House)

Em relação a Deus

Em relação do

Outros

Em relação a Si

Mesmo

Em relação à Família

Apegados à palavra fiel

1Tm 3:9; Tt 1:9

De uma só palavra

1Tm 3:8

Que tenham

domínio de Si

Tt 1:8

Esposo de uma só

mulher

1Tm 3:2,12; Tt 1:6

14 http://www.teuministerio.com.br/BRSPORNDESAGSA/vsItemDisplay.dsp&objectID=33D33B49-5928-44A1-

926B7CF3F80888E0&method=display. Acessado em 14 07 2008.

15 Certamente que nosso estudo é somente voltado para os presbíteros e não para os oficiais diáconos. Entretanto, o que é

dever dos diáconos não deve ser dispensado pelos presbíteros, os quais devem ser “irrepreensíveis”.

16 http://www.teuministerio.com.br/BRSPORNDESAGSA/vsItemDisplay.dsp&objectID=E3E381B9-52DC-40E6-

81BE1FFDEFE6F54F&method=display. Acessado em 14 07 2008.

11

Justos e piedosos

Tt 1:8

Respeitáveis

1Tm 3:2,8

Temperantes

1Tm 3:2,8 ;

Tt 1:7

Que governem bem a

própria casa

1Tm 3:4, 12; Tt 1:6

Aptos para ensinar

1Tm 3:2; 5:17; Tt 1:9

Hospitaleiros

1Tm 3:2; Tt 1.8

Não avarentos

1Tm 3:3

Que tenham filhos

obedientes

1Tm 3:4-5,12; Tt 1:6

Irrepreensíveis

1Tm 3:2,9; Tt 1:6

Inimigos de contendas

1Tm 3:3

Sóbrios

1Tm 3:2; Tt 1:8

---

Não sejam neófito

[novo crente; recém-

convertidos]

1Tm 3:6

Não violentos, porém

cordatos

1Tm 3:3; Tt 1:7

Não irascíveis

Tt 1:7

---

Amigo do bem

Tt 1:8

Tenham bom

testemunho dos de

Fora

1Tm 3:7

Não dados ao

Vinho

1Tm 3:3, 8;

Tt 1:7

---

Experimentados

1Tm 3:10

Não arrogantes

Tt 1:7

---

---

---

Não cobiçosos de

sórdida Ganância

1Tm 3:8; Tt 1:7

---

---

Base Confessional

Visto que nós somos uma igreja confessional, não podemos deixar de pesquisar nossa

Confissão de Fé de Westminster a fim de verificar o que ela fala a respeito do serviço dos

presbíteros e pastores. Nela nós encontramos pelo menos três ocasiões em que é abordado o

trabalho dos oficiais da Igreja, e como não poderia ser diferente, as declarações são

condizentes com o ensino das Escrituras Sagradas - Os presbíteros são responsáveis pelo

governo e pela instrução do povo de Deus. Vejamos as declarações:

1- Governo por Presbíteros (Confissão de Fé de Westminster Capítulo XXX Seção I –

Das Censuras Eclesiásticas; e Capítulo XXXI Seção I – Dos Sínodos e Concílios):

“O Senhor Jesus, como Rei e Cabeça de sua Igreja, nela instituiu um governo nas mãos dos

oficiais dela; governo distinto da magistratura civil.”17

(Is 9:6,7; 1Tm 5:17; 1Ts 5:12; At

20:17,28; 1 Co 12:28)

“Para melhor governo e maior edificação da Igreja, deverá haver as assembléias chamadas

sínodos ou concílios. Em virtude do seu cargo e do poder que Cristo lhes deu para edificação e

17 Cláudio Antônio Batista Marra, editor, A Confissão de Fé de Westminter. São Paulo, Cultura Cristã, p 152.

12

não para destruição, pertence aos pastores e aos outros presbíteros das igrejas particulares criar

tais assembléias e reunir-se nelas quantas vezes julgarem útil para o bem da Igreja.”18

(At15:2,4,6;20:17,28; Ap 2:1-6)

2- Instrução por Presbíteros (Confissão de Fé de Westminster Capítulo XXXI Seção II –

Dos Sínodos e Concílios):

Aos sínodos e concílios compete decidir, ministerialmente, controvérsias

quanto à fé e casos de consciência; determinar regras e disposições para a

melhor direção do culto público de Deus e governo de sua Igreja; receber

queixas em caso de má administração e com autoridade decidi-las. Os seus

decretos e decisões, sendo consoantes com a Palavra de Deus, devem ser

recebidos com reverência e submissão, não só pela sintonia com a Palavra,

mas também pela autoridade através da qual são feitos, visto que essa

autoridade é uma ordenação de Deus, designada para isso em sua Palavra.19

(At 16:4;15:27-31)

Base Administrativa (Manual Presbiteriano)

Os presbíteros da Igreja Presbiteriana do Brasil não somente tem que conhecer as

obrigações de seu ofício através da Bíblia Sagrada e da Confissão de Fé de Westminster, mas

devem igualmente conhecer suas obrigações conforme declarado no Manual Presbiteriano.

Não que a Bíblia seja insuficiente, ou que no Manual tenha obrigações diferentes da

Confissão de Fé, mas a questão é que no Manual Presbiteriano estão as orientações

administrativas da Igreja Presbiteriana do Brasil, e como tal devem ser observadas. Observar

as orientações ali presentes não vão contradizer em nada o que a Bíblia já diz aos presbíteros.

Entretanto, deixar de observar as orientações do Manual Presbiteriano não somente é

negligenciar alguns preceitos bíblicos (pois o Manual não contradiz a Bíblia!), como também

é desonrar a Igreja Presbiteriana do Brasil como instituição que ela é.

Um fato que a maioria dos presbiterianos não pode negar é que existe um número

enorme de presbíteros que desconhecem o Manual Presbiteriano. Isto pode causar um prejuízo

enorme ao bom andamento administrativo da igreja. É preciso que os presbíteros tenham

conhecimento dos seus deveres como oficiais da igreja. E mesmo que haja aqueles que dizem:

“O importante é seguir a Bíblia!” Isto só demonstra ignorância, pois o Manual é para o bem

da igreja e não para o mal. Ignorar as orientações e ordens do Manual Presbiteriano é

desconhecer sua utilidade para a igreja.

Antes de tudo devo esclarecer que para a IPB20

, os presbíteros são divididos em duas

classes: Presbítero Regente e Presbítero Docente (ou pastor). Portanto, quando nos

referirmos aqui em presbítero, estamos nos referindo ao presbítero regente.

É necessário entender agora que, para se tornar um presbítero, a IPB diz que os

candidatos devem preencher dois requisitos (Art. 28 CI/IPB: a) da vocação do Espírito Santo,

reconhecida pela aprovação do povo de Deus; b) da ordenação e investidura solenes,

conforme a liturgia.21

Uma vez que ele tenha sido ordenado para o ofício, ele será sempre um

presbítero, apesar de o exercício do presbiterato ser temporário.22

18 Cláudio Antônio Batista Marra, editor, A Confissão de Fé de Westminter. São Paulo, Cultura Cristã, p 154.

19 Cláudio Antônio Batista Marra, editor, A Confissão de Fé de Westminter. São Paulo, Cultura Cristã, p 155.

20 IPB é a sigla referente à Igreja Presbiteriana do Brasil.

21 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 22.

22 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 21.

13

A esta altura vale ressaltar que o ofício de presbítero na IPB (como é próprio das

igrejas reformadas) só pode ser concedido aos homens. As mulheres não podem ser ordenadas

“presbíteras” (Art. 25 § 2º23

).

Uma vez que o indivíduo já demonstrou sua vocação, foi eleito e ordenado, ele deve

conhecer o serviço para o qual ele foi chamado a realizar. Observemos o que diz o Manual

sobre o serviço do presbítero (Art. 50 CI/IPB):

O Presbítero regente é o representante imediato do povo, por este eleito e

ordenado pelo Conselho, para, juntamente com o pastor, exercer o governo e

a disciplina, e zelar pelos interesses da Igreja a que pertencer, bem como

pelos de toda a comunidade, quando para isso eleito ou designado.24

E ainda (Art. 51 CI/IPB):

Compete ao Presbítero: a) levar ao conhecimento do Conselho as faltas que

não puder corrigir por meio de admoestações particulares; b) auxiliar o

pastor no trabalho de vistas; c) instruir os neófitos, consolar os aflitos e

cuidar da infância e da juventude; d) orar com os crentes e por eles; e)

informar o pastor dos casos de doenças e aflições; f) distribuir os elementos

da Santa Ceia; g) tomar parte na ordenação de ministros e oficiais; h)

representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo

Concílio.25

O presbítero exerce seu ofício no Conselho da Igreja local como líder que é, mas

também pode exercer cargo em outros concílios da IPB (Presbitério, Sínodo e Supremo

Concílio). Neste caso, em qualquer concílio em que esteja como membro, seu voto é de igual

valor ao dos pastores do concílio (Art. 52 CI/IPB).26

Uma vez que ele seja eleito e ordenado para o ofício, ele ficará exercendo todas as

suas funções durante um período de cinco anos (Art. 54 CI/IPB)27

, ao final dos quais se não

for reeleito, ficará em disponibilidade (Art. 54 § 2º CI/IPB)28

, ou seja, ainda será um

presbítero, mas não poderá exercer todas as funções como aqueles que estão exercendo o

ofício.

Devido à importância do seu ofício, a IPB orienta que a vida dos presbíteros seja

irrepreensível, combinando deste modo com o ensino escriturístico (1Tm 3:1). Assim diz o

(Art. 55 CI/IPB): “O presbítero e o diácono devem ser assíduos e pontuais no cumprimento

de seus deveres, irrepreensíveis na moral, sãos na fé, prudentes no agir, discretos no falar e

exemplos de santidade na vida.”29

23 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 21.

24 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 32.

25 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 32, 33.

26 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 33.

27 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 33.

28 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 33, 34.

29 Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas, jurisprudência e resolução do SC-IPB.

São Paulo, Cultura Cristã, 2006, p 34.

14

CAPÍTULO IV

QUESTÕES PRÁTICAS DO MINISTÉRIO

Após estudar a base bíblia, confessional e administrativa do ofício de presbítero,

passemos agora a abordar questões práticas que ajudarão os presbíteros a desenvolverem seu

ministério com maior eficiência, e com maior fidelidade ao serviço confiado a eles por Deus.

Planos Eclesiásticos

Ao se pensar em convidar um pastor para a igreja local o que ocorre é que muitos dos

membros pensam em chamar um pastor que seja dinâmico, criativo, e esteja interessado em

planejar as atividades da igreja de forma a resultar em crescimento em todos os aspectos. Ora,

diante disto nos perguntamos: Por que os pastores devem agir desta forma e ser exigido

quanto a estes aspectos do ministério, enquanto que os presbíteros não são cobrados da

mesma maneira? Acaso os presbíteros não têm capacidade de planejar? É claro que eles têm!

O problema é que muitos não querem planejar, ou se querem, não se dão ao trabalho de parar

para pensar sobre o assunto – “estão muito ocupados”!

Você que é presbítero, pense consigo mesmo: Você é responsável pelo crescimento

espiritual e numérico de sua igreja, e o que tem feito para que isto ocorra natural e

continuamente? Será que você é daqueles presbíteros que só esperam o pastor planejar para

que você possa aprovar ou não seus projetos? Ou é daqueles que têm capacidade para planejar,

mas diz “isto é trabalho do pastor... Ele é que está sendo pago para isto!” Quer dizer que o

trabalho do Senhor só deve ser feito se formos pagos?!!

Não há nada na Bíblia, nem no Manual Presbiteriano, nem nos Símbolos de Fé de

nossa igreja, que impeçam os presbíteros de planejar para o melhor de sua igreja! Isto é

somente uma questão de conscientização e atitude. Cabe ao presbítero olhar para si, e

entender suas obrigações para com Deus, bem como olhar para a determinação da Igreja

Presbiteriana do Brasil quanto aos serviços que cabem aos presbíteros executarem (Art. 50,

51 CI/IPB).

Talvez surja na cabeça de alguns presbíteros: Mas eu nunca fiz projeto na minha

vida!... Ou então: Eu não sou criativo!... Ou ainda: Não fiz curso de teologia como o pastor,

não sei fazer estas coisas! Meu querido irmão, as Escrituras estão cheias de pessoas que foram

usadas por Deus independente do que elas tinham por si mesmas. E ainda que você não saiba

projetar completamente determinada idéia, você pode procurar outra pessoa (pastor,

presbítero, irmão da igreja) a fim de lhe ajudar a desenvolver mais seu plano de ação. E

mesmo que você não tenha criatividade para planejar nada, você pode relatar ao pastor ou a

um presbítero aquilo em que você vê deficiente na igreja, a fim de que eles possam criar um

plano de ação. Não é vergonha pedir ajuda para planejar, vergonha é não querer planejar para

ajudar. E mais vergonhoso ainda é não perceber as deficiências da sua igreja, visto que você é

o líder que foi “supostamente capacitado por Deus para pastorear”.

Descoberta e Desenvolvimento dos Dons Espirituais

Cada presbítero tem um ou mais dons para exercer na igreja. Cabe a todos procurar

individualmente saber quais dons possui além do dom ministerial de pastor, a fim de que

possa desenvolver também entre os irmãos. E se por acaso não possuir mais nenhum outro

dom, não deve se preocupar, Deus distribui os dons com Sabedoria, Ele sabe se você devia ou

não ter mais dons.

15

Muitas vezes o que acontece é que os presbíteros descansam na verdade que eles já

sabem, ou seja, que tem o dom de ensino (pastor). Entretanto, eles podem ter outros dons que

estão negligenciando (sem saber), e que poderia abençoar grandemente a igreja. É de

responsabilidade dos presbíteros procurar diligentemente conhecer a si mesmo a fim de saber

se não tem ainda outro dom com o qual possa trabalhar na igreja.

Tendo descoberto seus dons, a próxima tarefa é desenvolver ao máximo estas

capacidades dadas por Deus. Ora, o presbítero deve ser modelo de vida e serviço aos

membros da igreja. Se ele não amadurece no serviço de seus dons, como poderá cobrar o

amadurecimento dos dons de seus membros?! Além disto, é seu dever desenvolver seus dons

para servir melhor a igreja. Mas como desenvolver os dons? Há pelo menos duas atitudes que

ajudam no desenvolvimento dos dons espirituais:

1. Procurar conhecer mais sobre os dons que você possui através do ensino alheio e da

Bíblia. Quem lê a Bíblia vê o que Deus fala a respeito do uso dos dons. Aprendendo

assim o que Deus quer que ele faça. E a leitura de livros teológicos ou devocionais a

respeito de assuntos ligados a seus dons, certamente lhe ajudará a entender o que Deus

revelou sobre eles em sua Palavra (ex: para quem tem o dom de aconselhamento, ler

livros de aconselhamento e ética cristã; quem tem o dom de ensino, ler livros de

teologia, didática, hermenêutica, pregação...; quem tem o dom de intercessão, ler

livros sobre oração...);

2. Procurar exercer seus dons sempre que tiver oportunidades. Quanto mais experiência

você tiver com seus dons, mais conhecerá sua própria deficiência ao exercê-los, além

disso, também terá várias oportunidades de, pela prática constante, exercê-lo cada vez

melhor.

Lembremos que este assunto dos dons é de muita importância, pois deles dependem

seu ministério na igreja. Aquele que desenvolve bem os seus dons, e principalmente o dom de

ensino (pastor), conseqüentemente será um presbítero melhor.

Ética na Política Eclesiástica

É bem conhecido entre os presbíteros o fato de que até mesmo na igreja existe as “más

atitudes políticas”. Ou seja, existe a politicagem que denigrem o ministério pastoral. Todavia,

pelo fato de existir “politicagem” não significa necessariamente que devo tomar parte nela.

É dever cristão ser santo onde ele estiver, mesmo que seja no meio da igreja!

Contudo, ser santo não implica em que tenhamos que nos afastar de todos os pastores

e presbíteros “políticos” a fim de não se misturar a eles, ou que sejamos indiferentes quanto às

questões administrativas e espirituais da igreja para que não tomemos parte destas más

atitudes. Como alguém já disse certa vez: “Para colaborar com o mal, basta não lutar pelo o

bem”. Devemos nos envolver com as questões que se nos apresentam diante de nós.

A diferença está nos propósitos e motivações que temos no coração. Por exemplo, se

tomo uma decisão eclesiástica buscando vantagem para minha igreja ou para mim, isto é má

política. Se tomo determinadas decisões por ter algo contra alguém ou por vanglória, rebeldia

ou outro motivo pecaminoso, isto é mal. Agora se tomo minhas decisões baseado no propósito

de glorificar o reino de Deus, fazer crescer a igreja e mantê-la em saúde, ou com o fim de

ajudar ou edificar alguém... Estas são atitudes louváveis que desembocam em uma boa

política. Devemos estar fora de conchavos e acordos sujos. Ainda que você se prejudique por

tomar uma decisão “contrária” aos políticos eclesiásticos, não tema. Deus está com você, e

certamente é melhor estar com Deus do que buscar glória dos homens. Lembre-se que o „bom

nome‟ é difícil de conquistar, como igualmente uma vez manchado, é difícil de limpar.

16

O Trato Igual aos Membros da Igreja

Muitas vezes ouvimos falar de pastores que tratam os membros mais “abastados” de

uma forma diferenciada (melhor) do que aqueles irmãos de condição humilde. Este tipo de

atitude por parte de alguns (talvez muitos!) pastores não é exclusivo aos pastores. Os

presbíteros estão igualmente debaixo da possibilidade de agir da mesma forma.

Por exemplo, quando um irmão humilde dá sua opinião sobre alguma coisa na igreja, é

desprezado pelos presbíteros, que o qualificam logo de “intrometido”. Entretanto, quando a

opinião vem de um irmão de curso superior, ou com condição abastada, os presbíteros acatam

as idéias, ou pelo menos ouvem com atenção, ou se dão ao trabalho de meditar sobre o

assunto. Ora, se isto não for acepção de pessoas, então o que é?

É preciso estar se vigiando sempre quanto a este aspecto do ministério. O escritor

sacro Tiago nos diz que isto é quebrar o mandamento de Deus. O presbítero deve ter uma

atitude respeitosa para com todos. Não se pode classificar as ovelhas entre “as que posso

ouvir”, as que “não gosto de ouvir”, e as que “desejo ouvir”. Todas devem ser iguais em valor

diante dos olhos dos presbíteros. Como disse o apóstolo Pedro: “pastoreai o rebanho, não por

constrangimento...”

O único trato diferencial que a Bíblia permite é quanto à maneira de lidar com os

problemas delas (1Ts 5:14). Cada uma deve receber dos presbíteros aquilo de que precisa no

momento. E isto, não por causa de diferença de valores pessoais, mas por causa da situação

espiritual em que cada ovelha se encontra.

O Presbítero (Presbítero Regente) como “Auxiliar” do Pastor (Presbítero Docente)

Muitos presbíteros têm ainda em mente que o pastor é responsável por tudo o que

acontece na igreja. É como se eles não fizessem parte das decisões que ocorrem no Conselho!

Muitos deles pensam igualmente que nenhum serviço (ou quase nenhum) é de

responsabilidade deles. O pastor é pago para fazer estes serviços eclesiásticos, pois faça!

Como já explicamos anteriormente, nas Escrituras o presbítero é o mesmo que pastor.

Portanto, biblicamente não existe diferença essencial entre os presbíteros e pastores. Dizer

que o pastor é o responsável por todos os assuntos espirituais é ignorar o dom que Deus lhe

concedeu como presbítero. O mesmo serviço do pastor é o seu! Você deve auxiliá-lo o mais

que puder, pois é seu companheiro de trabalho eclesiástico.

É claro que não desprezamos a diferença existente entre os serviços exclusivos do

pastor docente no Manual Presbiteriano (Art. 31, 36 CI/IPB) e o serviço dos presbíteros

(Art. 51 CI/IPB). Contudo, o dom do pastor e dom do presbítero na Bíblia é o mesmo. Nas

Escrituras nem mesmo existe esta diferença de nomes, presbítero e pastor é a mesma função

ministerial.

Por não auxiliar nos serviços da igreja é que vemos muitos pastores sobrecarregados

de trabalho e com o nível de stress e fadiga elevado. Não há razão alguma que justifique o

presbítero se esquivar de auxiliar o pastor no serviço eclesiástico.

Agora que tipo de auxílio devo exercer? Qualquer auxílio de que precisar.

Principalmente nas áreas em que o presbítero tenha o dom (aconselhamento, evangelismo,

intercessão...). Uma coisa é certa, um presbítero ficar sem “fazer nada” não é por falta de

serviço na igreja.

A Ética do Presbítero

Um fato que pode ocorrer numa igreja local é um presbítero discordar da „filosofia de

ministério‟ do pastor da igreja, ou discordar de projetos que o mesmo intente realizar. O que

17

fazer numa situação como esta? O presbítero também é um “pastor” da igreja! Será que ele

deve acatar as idéias do presbítero docente forçadamente?

Devemos nos lembrar a esta altura que mesmo o pastor tendo planos para a igreja,

alguns deles terão que ser aprovados pelo Conselho da igreja local, pois o sistema da igreja é

conciliar e não episcopal. Portanto, quando um presbítero se vê diante de um plano do pastor

com o qual discorde, ele pode votar contra na reunião do Conselho, mas ele nunca deverá

rebelar-se contra o plano, caso este seja aprovado pelos demais. Rebelar-se contra um plano

aprovado pelo Conselho é deliberadamente revoltar-se contra a resposta divina do caso em

questão. Ora, se cremos que Demos dirigiu a reunião, então cremos que Ele estava agindo

nela do começo ao fim. Caso contrário seria uma contradição orar pedindo pela reunião do

Conselho. Além do mais, a decisão aprovada no Conselho deve ser obedecida por todos,

independente se o presbítero era contra o projeto apresentado.

O que acontece algumas vezes é que quando o presbítero discorda do pastor ou da

decisão tomada pelo Conselho, sai dizendo para um e para outro: “eu era contra esta

decisão!” Isto é falta de ética. Se você não tem nada de bom a dizer, não diga nada. Não gaste

sua saliva falando mal de ninguém. Não difame o pastor ou o Conselho por sua visão

diferente. Esta atitude além de pecaminosa, demonstra traição por parte do presbítero em

relação ao Conselho (ou pastor) que é a vítima da difamação. Se quiser mudar a posição do

Conselho sobre algum ponto aprovado na reunião por achar que a decisão não foi a melhor,

ore pedindo a Deus que ilumine os presbíteros. Mas enquanto Deus não agir, seja submisso e

fiel ao pastor e ao Conselho.

O Presbítero como “Ouvinte Amigo” do Pastor

O ministério pastoral é desafiador e motivo de stress. O pastor é vítima muitas vezes

da sua própria preocupação pelo rebanho. Em meio a este sofrimento ele não pode desabafar

com a esposa, nem com os membros da igreja. Sendo assim, os presbíteros, líderes com ele,

são as pessoas que ele pode confiar para desabafar algum assunto, como também para solicitar

algum auxílio.

O presbítero não é só o líder que aparece na reunião do Conselho e nada mais. Ele é o

companheiro de trabalho do pastor. E como tal pode muito bem apoiá-lo em seus momentos

de dor e sofrimento pelo rebanho. Se um presbítero não sabe ouvir pacientemente o que o

pastor tem a dizer, como ouvirá o que vários membros necessitam lhe falar?! Os cristãos

precisam de um ombro amigo para lhes auxiliar, e com o pastor não podia ser diferente, pois,

ele não é super-humano. Ele é carne como todos, e tem suas limitações e momentos de

fraqueza e desânimo.

O Controle da Língua

Uma atitude bastante reprovável que às vezes ocorre no ministério dos presbíteros é

quando eles ouvem alguém que vem a eles para serem aconselhadas, e após isto o presbítero

conta à sua esposa, ou espalha aos outros membros da igreja o conteúdo da conversa de

aconselhamento. Fazendo isto, o presbítero não somente perde a confiança do aconselhado,

como também causa desconfiança em todos os membros da igreja, pois pensarão: “não

procurarei a ajuda de presbíteros, pois eles não sabem guardar segredo!” É importantíssimo

que o líder saiba guardar segredo. Isto é prova de que ele consegue dominar sua língua

(Tg 3:1-12).

Outra ocasião em que o presbítero deve controlar a sua língua é quanto aos

acontecimentos da reunião do Conselho. Ocorre, às vezes, de o presbítero dizer (ou à esposa,

ou a outras pessoas) o que aconteceu no Conselho – por exemplo, „quem votou a favor ou

18

contra tal assunto‟, „quem disse isto ou aquilo‟, „a atitude errada de fulano na reunião‟... Da

boca dos presbíteros não deve sair este tipo de informação difamadora e desnecessária. Pense

bem: “Se fosse para todo mundo saber o que acontece na reunião do Conselho, não seria o

caso de IPB ter determinado que a reunião do Conselho fosse pública? Mas ela não é... E só

os presbíteros devem ter conhecimento do que acontece nela.

O Presbítero e sua Relação com os Diáconos

É mister entender que na IPB existem dois ofícios na igreja: O ofício de Presbítero e o

ofício de Diácono. Cada um destes ofícios tem suas funções definidas. São áreas diferentes,

porém, complementares. Em sua relação com os diáconos, os presbíteros não devem se

mostrar “superiores” e “mandões”. Lembrem-se de que a liderança (que cabe aos presbíteros)

não está à frente para humilhar os liderados, mas para servi-los. Além do mais, por serem os

dois, presbíteros e diáconos, oficiais, devem estar trabalhando em harmonia, não em

contendas. O diácono deve saber o seu lugar e sua função, e o presbítero muito mais (por se

tratar de liderança e modelo ao rebanho) deve saber como tratar os diáconos.

Dois assuntos não podem deixar de se falar aqui neste estudo. Primeiro, que no

(Modelo de Estatuto para uma Igreja local – Cap II, Art. 2º) vemos que os diáconos podem

ser chamados no Conselho a fim de darem sua opinião sobre assuntos administrativos da

igreja. Talvez o Conselho não utilize este artigo por razões inúmeras, mas penso que seria

interessante buscar a opinião destes servos do Senhor em assuntos de complicada decisão. Ora,

não são eles homens de Deus? Não foram eleitos pelo povo como homens capazes ao ofício?

Não mostrou Deus Sua aprovação quando foram eleitos? A opinião deles não precisa ser a

decisão final do Conselho, mas pode ajudar na tomada de decisão. O segundo assunto é sobre

o fardo que se deve colocar nas costas dos diáconos. Não é sadio, nem prudente, que os

presbíteros coloquem ou cobrem de seus diáconos muito serviço eclesiástico. Não

esqueçamos que eles têm seus trabalhos seculares, e não dispõem de tanto tempo quanto

gostariam, ou precisariam.

O Aprendizado da Doutrina

Uma obrigação que é geralmente esquecida pelos presbíteros é o dever de aprender as

doutrinas cristãs com mais profundidade que os membros da igreja. Ora, quando de sua

ordenação ele assume que concorda com os Símbolos de Fé da IPB30

(Art. 28 PL/ IPB), e lá

em (Tt 1:9) diz que o presbítero deve ser fiel à doutrina. Mas como ele pode ser fiel à doutrina,

ou mesmo ensiná-la (Tt 1:9; 1Tm 3:2), se não a conhecer?! É preciso que os presbíteros

tenham consciência de sua obrigação em crescer no conhecimento da doutrina. Isto não só por

consciência diante dos homens, mas como dever diante de Deus. É a Deus que ele serve, e é a

Ele que dará contas! Já imaginou que muitas decisões suas no Conselho podem ter sido

erradas por você não conhecer a doutrina bíblica! Isto é grave e vergonhoso. Como os líderes

da Igreja, aqueles que são responsáveis por pastoreá-las, não são capazes de alimentá-las com

a Palavra de Deus?

Penso que é o mínimo, entre os deveres dos presbíteros, eles possuírem os Símbolos de

Fé, conhecer as doutrinas principais que estes Símbolos de Fé esboçam, e aproveitar todas as

oportunidades que tiverem de aprender teologia ou outra matéria que colabore no exercício

de seu ofício.

30 Os Símbolos de Fé da IPB são: A Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior de Westminster e o Breve

Catecismo de Westminster.

19

A Disposição para os Trabalhos Eclesiásticos

Há um fenômeno que ocorre entre alguns presbíteros que é a falta de disposição para o

trabalho eclesiástico. Uns dizem: “não sei fazer este serviço”... Outros dizem “não ter

tempo”... Outros “não participam e nem dão satisfação”... Muitas podem ter as “justificativas”,

mas será que elas são convincentes e verdadeiras?! É preciso entender que os presbíteros

foram chamados para servir à igreja, e como tal deve disponibilizar algum tempo para fazer

isto.

É vergonhoso dizer, mas às vezes encontramos presbíteros que dão um péssimo

exemplo às suas ovelhas, pois são irresponsáveis. Se um presbítero não quer trabalhar, o que

ele quer?... Somente decidir na reunião do Conselho? Estaria sendo presbítero somente para

obter o poder nas mãos? O líder não deve somente organizar, decidir, providenciar, mas deve

também participar dos serviços da igreja.

A Família do Presbítero

Uma questão que talvez tenha passado despercebido entre muitas igrejas é o fato de

que a família do presbítero deve ser modelo para a igreja. Ou dizendo nas palavras do

apóstolo Paulo, o presbítero deve “governar bem a sua própria casa” (1Tm 3:4-5). Um

presbítero que tenha filhos rebeldes e longe dos padrões bíblicos deveria ser eleito neste ofício?

E um presbítero que vive em pé de guerra com a esposa? Poderia aconselhar, exortar e

corrigir as outras famílias? Portanto, é de suma importância que os presbíteros zelem por ter

uma família “impecável” diante de Deus e dos homens. Pois como poderia corrigir os filhos

dos outros se os seus próprios filhos são repreensíveis? Como admoestar um irmão sobre seu

comportamento no casamento, se ele mesmo não tem um casamento ajustado?

O Presbítero e sua Condição Pessoal para o Ofício

Uma questão muito séria deve ser levantada neste momento: “Um presbítero que olha

para os requisitos de (1Tm 3; Tt 1) e acha que não está andando de acordo com tais requisitos,

deveria aceitar uma reeleição ou não?” Temos que lembrar que, ser eleito presbítero traz em

seu bojo todas aquelas exigências que estudamos anteriormente. Não são somente alguns dos

requisitos que devem ser cumpridos, mas todos eles. A igreja deve baixar o nível moral e

ministerial que a Bíblia recomenda a favor de alguns irmãos que não atingem o padrão bíblico,

ou só deve eleger de acordo com as exigências estritas da Bíblia? Creio eu que baixar o nível

das exigências da Bíblia para com a liderança, é baixar o nível moral que a igreja intenciona

para si. Não seria o caso de o presbítero que se vê aquém das exigências bíblicas, não aceitar a

proposta de reeleição até que esteja pronto e apto para tal ofício? Esta atitude não seria mais

correta e honesta diante de Deus e dos homens?

O que ocorre muitas vezes é que os presbíteros não querem ficar em “disponibilidade”

de forma alguma! Não sei se é ânsia pelo poder (não suporta ser liderado, mas quer sempre

estar liderando), ou se é por não querer assumir que não está apto para o ofício naquele

momento, ou por não reconhecer que não está apto... O fato é que muitos dos que são

colocados no ofício, nunca deveriam ter entrado nele, ou permanecido nele.

O Presbítero em “Disponibilidade”

Quando o presbítero não é reeleito ele fica em “disponibilidade” (Art. 54 § 2º CI/IPB).

Ou seja, continua sendo um oficial da igreja, mas não exercendo os deveres “oficialmente”.

Mas neste caso, o que estes presbíteros devem fazer durante o tempo em que não forem

20

reeleitos? Esta pergunta é intrigante, pois parece requerer que não façam o trabalho de

presbítero – pois estão em disponibilidade! Entretanto, o correto é exercer todos os deveres de

presbítero que lhe forem cabíveis e permitidos fazer (de acordo com o Manual Presbiteriano).

Ele não está “exercendo oficialmente” o ofício, mas continua possuindo o dom e o ministério

a ele confiado por Deus. Não é porque não foi reeleito que não vai agir agora com suas

capacitações vindas do Espírito Santo. O presbítero está em “disponibilidade” no sentido

administrativo da igreja, mas ele não está “em disponibilidade” para Deus. Para Deus ele deve

exercer seus dons como sempre fez. Seria uma atitude errada por parte do presbítero dizer:

“não fui reeleito, portanto não farei isto, ou aquilo!” Isto demonstra imaturidade da parte dele.

Ele deve continuar a fazer tudo quanto lhe é permitido fazer!

21

CONCLUSÃO

Esperamos ter superado as expectativas dos irmãos quanto ao tema proposto,

entendendo que outros aspectos ainda podem ser abordados futuramente. Por enquanto, nos

contentamos em saber que o assunto proposto foi explanado, e que pelo menos algumas

dúvidas foram retiradas.

Meu desejo é que os presbíteros continuem a se aperfeiçoar cada vez mais no seu

ministério pastoral, desenvolvendo o serviço entregue por Deus a eles. Sei que uma

capacitação ministerial como esta não poderá resolver definitivamente os problemas

ministeriais de cada presbítero, mas ao menos abre a porta para uma maior busca por

aprimoramento.

Nosso alvo é continuar a realizar outras capacitações envolvendo outros temas.

E assim faremos se Deus permitir!

Paz seja convosco!

22

BIBLIOGRAFIA

Louis Berkhof, Teologia Sistemática. Campinas, Luz Para o Caminho, 1990.

Túlio Cesar Costa Leite, Sistema de Governo Presbiteriano. www.monergismo.com

Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica

do Brasil, 1999.

William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento, 1Timóteo, 2Timóteo e Tito.

São Paulo, Cultura Cristã, 2001.

Dean Allen, Revista Fé Para Hoje. São José dos Campos, Editora FIEL, Nº 22, ano

2004.

http://www.teuministerio.com.br/BRSPORNDESAGSA/vsItemDisplay.dsp&objectID

=33D33B49-5928-44A1-926B7CF3F80888E0&method=display. Acessado em 14 07

2008.

Cláudio Antônio Batista Marra, editor, A Confissão de Fé de Westminter. São Paulo,

Cultura Cristã.

Silas de Campos, organizador, Manual Presbiteriano edição especial com notas,

jurisprudência e resolução do SC-IPB. São Paulo, Cultura Cristã, 2006.