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I MOSTRA DA ATC-PAULISTA
I JORNADA DE PSICOLOGIA CLÍNICA E NEUROPSICOLOGIA DO
IPECS
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO- BRASIL
29 DE SETEMBRO DE 2018
ACIRP
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COMISSÕES
COMISSÃO ORGANIZADORA
Neide Aparecida Micelli Domingos
Alessandra Monteiro Marquez
Ana Paula Justo
Juliano Rodrigues Afonso
Kelly Renata Risso Grecca
Karina Kelly Borges
Roseli Lage de Oliveira
Vivian Mascella
EQUIPE DE APOIO
José Carlos Vasconcelos Domingos
Ana Carolina Bolsoni Andrade
Athos Deantoni
Izabella Barufaldi Prette
Juliane Mayara Matos
Loreynne Valdissera Arantes
Lucas da Costa Gazzola
Nicole Cristina de Almeida Gonçalves
COMISSÃO CIENTÍFICA DA ATC-PAULISTA
Carmen Beatriz Neufeld
Maria Cristina de O. S. Miyazaki
Mariângela Gentil Savoia
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DIRETORIA ATC-PAULISTA 2018-2021
Diretoria Executiva
Neide Aparecida Micelli Domingos – Presidente
Roseli Lage de Oliveira – Vice-Presidente
Juliano Rodrigues Afonso – Primeiro Secretário
Alessandra Monteiro Marquez – Segunda Secretária
Ana Paula Justo – Primeira Tesoureira
Vivian Mascella – Segunda Tesoureira
Conselho Fiscal
Armando Resende (efetivo)
Célia F. Pravatta Pivetta (efetivo)
Maria Angélica Sadir (efetivo)
Cristiane Maluhy Gebara (suplente)
Kelly Renata Risso Gecca (suplente)
Randolfo Santos Junior (suplente)
Comissão Científica
Carmen Beatriz Neufeld
Maria Cristina Miyazaki
Mariângela Gentil Savoia
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Mensagem Presidente da ATC-Paulista e Diretora Executiva do IPECS
É com grande satisfação que dou as boas-vindas a todos os profissionais
e estudantes que estão participando da I Jornada de Psicologia Clínica e
Neuropsicologia do IPECS e a I Mostra da ATC-Paulista.
Agradeço imensamente a todos que colaboraram para a realização deste
evento.
Desejo que esta Jornada contribua para o aprimoramento de todos e que
também desperte o interesse pela pesquisa em prol dos avanços da Psicologia
no Brasil.
Neide Aparecida Micelli Domingos
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PROGRAMAÇÃO
MANHÃ
HORÁRIO LOCAL - ACIRP
7:30-8:00 Credenciamento
8:00-8:30 Abertura – Dra. Neide Micelli Domingues
8:30-9:30 Conferência: A história da Terapia Cognitivo-Comportamental no Brasil:
percorrendo as três ondas – Dra. Mariangela Gentil Savoia
9:30-10:00 Coffee-break (Pôster)
10:00-12:00
Mesa Redonda: Um olhar integrado no tratamento do TDAH na infância
Moderador: Dra. Kelly Renata Risso Grecca
- Avaliação Diagnóstica e tratamento farmacológico – Dr. Armênio Cantara
- Avaliação Neuropsicológica – Ms. Mariana Maniglia
- Intervenção Cognitivo-Comportamental em TDAH na infância – Ms. Isabela
Scotom
- Intervenção em sala de aula – Dra. Andrea Carla Machado
12:00-13:30 Almoço
TARDE
13:30-15:30
Mesa Redonda: Abordagem multidisciplinar no tratamento da Demência de
Alzheimer
Moderador: Dra. Karina Kelly Borges
- Desafio no diagnóstico e intervenção farmacológica – Dra. Ana Carolina
Garcia e Garcia
- Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica – Dra. Laiss Bertola
- Abordagem cognitivo-comportamental no tratamento das alterações de
comportamento e nos quadros de ansiedade e depressão comórbidos – Dra.
Roseli Lage de Oliveira
15:30-16:00 Coffee-break (pôster e lançamento de livro)
16:00-17:50
Apresentação de casos clínicos
1. Tratamento Cognitivo-Comportamental para o TOC: um estudo de caso
único, considerando uma perspectiva desenvolvimentista – Dra. Ana Paula
Justo
2. Terapia Cognitivo-Comportamental de um caso de Transtorno Borderline –
Psicóloga Thaysa Molina
17:50-18:00 Encerramento
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ABERTURA
Dra. Neide Aparecida Micelli Domingos
Bom dia a todos! É um prazer imenso estar aqui e fazer a abertura da I
Mostra da ATC Paulista e I Jornada do IPECS.
Cumprimento a todos da mesa, todos os palestrantes de hoje, a equipe
de apoio e todos os nossos colaboradores que não mediram esforços para que
esse evento pudesse ser realizado. Porque nada se faz sozinho! E, também, a
todos vocês aqui presentes.
Discutiremos temas atuais, desde o diagnóstico até a intervenção, com
enfoque interdisciplinar, com o objetivo de oferecer sempre o melhor tratamento
para o paciente para que este possa ter uma melhor qualidade de vida.
A ATC Paulista é uma associação que visa o desenvolvimento das
Terapias Cognitivas, nos seus aspectos científicos, práticas clínicas e princípios
éticos; aperfeiçoamento profissional na área de Terapias Cognitivas e incentivo
à pesquisa e ao desenvolvimento de novos métodos relacionados às Terapias
Cognitivas. Associem-se.
O IPECS é um instituto que tem o objetivo de promover cursos para que
profissionais se especializem e assim possam fazer o melhor dentro de sua área
de atuação. Além disso, tem um espaço clínico com vários profissionais atuando
em Terapia Cognitivo-Comportamental adulto e infantil, em análise do
comportamento e em neuropsicologia.
Tanto a Terapia Cognitivo-Comportamental como a neuropsicologia,
enfoques das palestras de hoje, tem suas práticas alicerçadas em
conhecimentos científicos baseados em evidências. O que é melhor para o
nosso paciente? Qual a melhor intervenção para qual transtorno ou problema?
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Buscamos respostas a partir da produção do conhecimento e assim podemos
proporcionar ao paciente bem-estar físico e emocional.
Hoje é um marco para nós. Estou imensamente feliz e espero que todos
tenham um excelente dia e que este evento seja o primeiro de muitos outros.
Muito obrigada pela presença de todos. E tenho a grata satisfação de
compartilhar com todos vocês as palavras da Prof. Dra. Marilda Lipp, presidente
da FBTC.
Agradeço a todos da mesa e solicito que tomem assento na plateia para
que possamos dar início as palestras.
Bem, agora então, daremos início a primeira palestra e quero convidar a
Profa. Dra. Mariangela Gentil Savoia para falar sobre o movimento da Terapia
Cognitivo-Comportamental.
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CONFERÊNCIA
A História da TCC no Brasil: percorrendo as três ondas
Um pouco de história e estórias
Dra. Mariângela Gentil Savoia (AMBAN-IPq-HC e Conscientia-SP)
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), no mundo e no Brasil, teve uma
trajetória de movimentos de construção teórica, chamados por alguns autores de
“ondas” e por outros de “gerações”. O que pretendemos abordar nesta
conferência são como esses movimentos aconteceram, analisar algumas
variáveis desses movimentos e apresentar como se desenvolveram no Brasil
contando um pouco de estórias. Dentre essas o surgimento das Associações de
Profissionais, como a ATC – Paulista. A primeira onda de terapia
comportamental se inicia na década de 50, quando veio trazer uma nova época
a psicologia clínica até então dominada pela psicanálise. Trouxe a instauração
de uma terapia psicológica baseada e sustentada em princípios científicos, da
psicologia da aprendizagem. Na década de 50, Wolpe desenvolveu um
experimento com animais que contribuiu para o primeiro procedimento
terapêutico conhecido como Dessensibilização Sistemática, exercendo grande
influência para o desenvolvimento da Terapia Comportamental. A Segunda onda
é caracterizada pelas Terapias Cognitivas. A primeira forma de psicoterapia
cognitiva foi a Terapia Racional-Emotiva- (RET) de Albert Ellis na década de 60,
posteriormente denominada de Terapia Racional Emotiva Comportamental
sendo considerada a primeira atuação clínica de base Comportamental-
Cognitiva. Embora esta tenha sido a base da Terapia Cognitiva, foi Aron Beck
que lhe deu os contornos atuais. Eram terapias dissidentes da psicanálise. Estas
terapias começaram a ganhar prestígio ao avaliar seus resultados como a terapia
comportamental. De forma geral, a TCC está preocupada em ajudar o cliente a
avaliar e modificar tanto seus pensamentos quanto seus comportamentos
disfuncionais. Estas terapias influenciaram a terapia comportamental,
legitimando sua própria mudança cognitiva. A ciência psicológica básica já não
seria só a psicologia da aprendizagem, mas também do processamento de
informação. A terceira onda da terapia cognitivo-comportamental está situada a
partir da década de 90. Estas terapias passaram a estabelecer um ponto de vista
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contextual, como a Psicoterapia analítico funcional (FAP), a Terapia de
Aceitação e compromisso (ACT) e a Dialética (DBT) e pontos de vista
integrativos, como a Terapia de Esquemas, a Processual e a Terapia da
compaixão. Os pesquisadores e clínicos brasileiros contribuíram para o
desenvolvimento desta abordagem e é um pouco dessa história que
pretendemos contar.
Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; História de Psicologia;
Terceira Onda das Terapias Cognitivo-Comportamentais.
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MESA REDONDA
UM OLHAR INTEGRADO NO TRATAMENTO DO TDAH NA INFÂNCIA
Avaliação diagnóstica e tratamento farmacológico do TDAH na infância
Dr. Armênio Alcântara Ribeiro (UNOESTE – SP)
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é a síndrome
neurocomportamental mais prevalente na idade escolar, estando presente ao
redor de 5% da população nesta faixa etária. O diagnóstico é eminentemente
clínico, o que se faz ter a necessidade de um olhar crítico e holístico para
evitarmos a omissão ou o exagero. O tratamento é multimodal, e não em
indicação absoluta dos casos, mas comumente se faz a opção farmacológica,
que parece contribuir com uma resolutividade mais precoce na minimização dos
sintomas a prejudicar a criança, tanto no ambiente familiar quanto escolar. O
tratamento baseado unicamente na modalidade medicamentosa estará fadado
a resultados parcialmente satisfatórios, nos fazendo evidenciar a importância do
acompanhamento multidisciplinar e a disponibilização de informações aos
familiares, cuidadores e professores. O primeiro passo para termos um melhor
prognóstico destas crianças, seria não interpretarmos tal cenário clínico como
uma morbidade, e sim como um padrão neurocomportamental que naquele
momento está prejudicando a criança frente ao meio que a mesma está inserida.
Palavras-chave: TDAH; Infância; Tratamento Farmacológico.
Avaliação Neuropsicológica
Ms. Mariana Ribeiro Maniglia (HC-FAMERP e IPECS)
A avalição neuropsicológica requer um processo multidisciplinar que se atende
para atividades cognitivas, observações e entrevistas que investigam sintomas
e comportamentos da criança, interação social, relacionamento familiar,
ambientes escolares e domésticos, avaliações sociais e comunitárias funcionais
e comportamentais realizadas pela escola. Com isso a avaliação se caracteriza
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como uma ferramenta singular para a intervenção precoce, posicionando-se nos
dias atuais, como uma demanda emergente de investigação, principalmente,
quando aparecem as primeiras queixas, que em maioria estão vinculadas ao
processo educacional e demandas cognitivas.
Palavras-chave: TDAH; Avaliação Neuropsicológica; Intervenção Precoce.
Intervenção Cognitivo-Comportamental em TDAH na infância
Ms. Isabela Maria Freitas Ferreira (LaPICC-USP)
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) faz parte do
conjunto dos Transtornos do Neurodesenvolvimento. Ele é caracterizado por um
padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, causando
prejuízos em diversos âmbitos da vida. É um transtorno que tem incidência alta
em crianças e adolescentes, podendo perdurar para a vida adulta. O TDAH pode
estar associado a risco aumentado de mau desempenho escolar, reprovações,
relações difíceis com familiares e colegas e baixa autoestima, além disso, são
comuns as comorbidades como ansiedade, depressão e comportamentos de
oposição. Por ser um transtorno com etiologia multifatorial, envolvendo fatores
neurobiológicos e ambientais e por ter prejuízos funcionais em diversas áreas da
vida, o tratamento do TDAH deve abarcar um conjunto de intervenções, como a
farmacoterapia, acompanhamento psicoterapêutico, orientações de pais e
intervenções na escola. No que se refere à psicoterapia, estudos vem indicando
a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental, considerada a principal
modalidade de intervenção não medicamentosa. O presente trabalho tem o
objetivo apresentar possíveis intervenções para o TDAH na infância baseadas
na abordagem Cognitivo-Comportamental abrangendo as esferas emocionais,
cognitivas e comportamentais, como também direcionar o papel da família como
um aliado ao tratamento. Crianças com sintomas de TDAH tem dificuldade no
manejo de emoções, podendo emitir respostas emocionais condizentes com
uma faixa etária mais nova, por isso a intervenção deve focar no reconhecimento
e validação emocional e manejo de emoções agradáveis e desagradáveis,
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juntamente com a psicoeducação e treino da empatia. Também há um déficit no
automonitoramento e nas habilidades de resolução de problemas, que por sua
vez é necessário a ampliação do repertório dessas habilidades desde situações
simples de organização de rotina até problemas mais complexos relacionados
ao desempenho escolar. Nessa fase também podem ser trabalhados os
pensamentos distorcidos e crenças associadas à baixa autoestima. No que
concerne aos aspectos comportamentais, os déficits são relacionados às
interações sociais e comportamentos opositivos. Em relação ao primeiro, como
muitas vezes a criança com TDAH tem comportamentos impulsivos em
brincadeiras e conversas ou desatentos perante o outro, há necessidade da
psicoeducação e treino das habilidades sociais. Quanto aos comportamentos
opositivos, a economia de fichas é uma importante ferramenta tanto para emitir
comportamentos adequados, como reforço para o empenho e motivação para
realização de atividades. Aliada a essas intervenções é necessário a orientação
de pais para psicoeducá-los sobre o transtorno, a aceitação familiar, o
reconhecimento dos limites, e a cooperação dos membros da família.
Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; Infância;
Terapia Cognitivo-Comportamental.
Intervenção em sala de aula
Dra. Andréa Carla Machado (UFSCar e UNESP – Marília)
A apresentação terá o objetivo de apresentar manejos em relação ao aluno com
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – TDAH no contexto escolar. A
importância dos métodos baseados em evidência para o tratamento
psicopedagógico das crianças com TDAH, ou seja, discorrer sobre seus
apontamentos para necessidade da escola e para o comprometimento dos
professores atuarem envolvendo metodologias com resultados de eficácia já
experienciados e comprovados na literatura. Apresentar os principais manejos
para função executiva do TDAH e as dez regras específicas para a abordagem
das crianças com esse transtorno em sala de aula. Por fim, salientar a
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importância dos acompanhamentos do desempenho dos alunos com TDAH por
meio de monitoramento e fornecer um exemplo de questionário com situações
escolares que podem ser controladas em sala pelo professor.
Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; Infância;
Sala de aula.
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MESA REDONDA
ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO TRATAMENTO DA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Desafio no diagnóstico e intervenção farmacológica
Dra. Ana Carolina Garcia e Garcia (FAMERP)
Durante a apresentação será exposto os aspectos ainda primordialmente clínicos para
a realização de rastreio e diagnóstico nos casos suspeitos para Doença de Alzheimer,
além das novidades de neuroimagem e genotipagem hoje disponíveis, ainda
reservados na maioria das vezes, para efeitos de pesquisas na área. Será reforçado
sobre o tratamento medicamentoso disponível no mercado farmacêutico, assim como
seus adjuvantes e citado sobre expectativas de terapêuticas em fase de pesquisa
atual.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer; Diagnóstico; Tratamento Farmacológico.
Neuropsicologia na Demência de Alzheimer: do auxílio diagnóstico ao tratamento
Dra. Laiss Bertola
A Neuropsicologia tem há anos demostrado sua importância na área de
envelhecimento patológico. A prática da avaliação atua como um auxílio
diagnóstico diferenciando os quadros demenciais existentes, e em especial,
possibilitando a promoção de tratamentos e condutas que considerem o perfil
cognitivo e comportamental de cada paciente. Através da reabilitação cognitiva
é possível propor técnicas que visem a estimulação do idoso, sua adaptação e
independência funcional, e a psicoeducação por parte de seus cuidadores e
familiares. Estudos recentes têm reforçado o papel de um diagnóstico precoce
para redução dos prejuízos provocados por esse quadro. Reforçam também a
importância do acompanhamento longitudinal desses idosos visando analisar
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suas individualidades no processo de envelhecimento cognitivo. Dessa forma, a
presente palestra terá como foco apresentar o papel da Neuropsicologia, através
das práticas de avaliação e reabilitação, no tratamento multidisciplinar do idoso
acometido pela Demência por doença de Alzheimer. Terá como objetivo
apresentar também as práticas da Neuropsicologia que mais possuem
evidências científicas de impactos positivos na vida dos profissionais que
trabalham com esses pacientes e dos próprios idosos. Apresentará também de
que forma os profissionais da Neuropsicologia podem usar e expor seus
conhecimentos acerca dos idosos para que os demais profissionais envolvidos
se beneficiem dessas informações em suas práticas, levando em consideração
não apenas o que sabemos sobre essa demência, mas como ela se manifesta
em um indivíduo que possui suas particularidades biopsicossociais.
Palavras-chave: Neuropsicologia; Envelhecimento; Alzheimer.
Abordagem cognitivo-comportamental no tratamento das alterações de comportamento e nos quadros de ansiedade e depressão comórbidos
Dra. Roseli Lage de Oliveira (Conscientia-SP; ATC-Paulista)
A prevalência de sintomas comportamentais e psicológicos é relativamente alta
em idosos com demência, podendo variar de 35% a 85%. Este cenário ressalta
a importância de se observar as necessidades dos pacientes que, tendo em vista
seu déficit cognitivo, muitas vezes não conseguem comunicar o que pensam ou
sentem. Esses sintomas podem deflagrar a presença de transtornos comórbidos,
como ansiedade e depressão, aumentando o prejuízo em seu funcionamento.
Em termos de intervenções psicológicas, a Terapia Cognitivo-Comportamental
[TCC] tem demonstrado bons resultados com pessoas idosas. Estudos mais
recentes com o uso da TCC em idosos com Transtorno Cognitivo Maior [TCM]
vem sendo realizados. O objetivo do presente trabalho é apresentar as principais
intervenções cognitivo comportamentais que vêm sendo realizadas em idosos
com TCM, para o tratamento da ansiedade e/ou depressão comórbidos, bem
como discutir os resultados das pesquisas até o momento. O uso da TCC em
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quadros de TCM revela a necessidade de algumas adaptações para o
tratamento de transtornos de ansiedade e de depressão. No tratamento da
ansiedade são utilizadas técnicas de respiração, reestruturação cognitiva com
cartão lembretes de pensamentos calmantes, ativação comportamental e
estratégias comportamentais para a melhoria do padrão de sono. Para o
tratamento da depressão o foco está no planejamento de atividades
comportamentais, mais especificamente de eventos agradáveis e de solução de
problemas. Ambos os tratamentos recomendam a presença ativa do cuidador
principal, pois este será responsável por incentivar e/ou lembrar o idoso para a
implementação e prática dos exercícios em casa. Estudos de revisão têm
demonstrado resultados promissores na redução da depressão. Um aspecto
fundamental na adaptação da TCC com pessoas com TCM é a identificação de
habilidades preservadas e o uso de estratégias compensatórias diante das
habilidades comprometidas. Apesar do foco da TCC, muitas vezes, ser a
modificação cognitiva, o fato do indivíduo ter um prejuízo cognitivo não deve ser
impeditivo para que ele se beneficie de estratégias terapêuticas eficazes. Isto
remete a necessidade dos profissionais que trabalham com este tipo de paciente
estarem sensíveis para discriminar alguns dos comportamentos manifestos de
agitação ou agressividade, típicos nos quadros demenciais, de um possível
sofrimento psicológico comórbido, como os quadros de ansiedade ou de
depressão. Apesar da dificuldade em realizar estudos com pessoas idosos,
principalmente de acompanhamento longitudinal, reconhece-se a necessidade
de mais estudos para identificar o papel da TCC no tratamento da ansiedade e
da depressão em idosos com TCM.
Palavras-chave: Transtorno Cognitivo Maior; Ansiedade; Depressão e Terapia
Cognitivo- Comportamental.
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APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS
Tratamento Cognitivo-Comportamental para o TOC: um estudo de caso
único, considerando uma perspectiva desenvolvimentista
Dra. Ana Paula Justo (PUC-Campinas; ATC-Paulista)
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é considerado uma doença mental
crônica, com oscilações em sua gravidade, em decorrência do sofrimento e da
incapacitação que proporciona a vida de seu portador e de seus familiares. A
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) apresenta o melhor modelo para a
compreensão desse transtorno e oferece o tratamento mais eficaz. O presente
estudo de caso único teve por objetivo descrever e analisar o processo de
intervenção, no tratamento do TOC, embasado na TCC e na Teoria Motivacional
do Coping (Motivathional Theory of Coping – MTC). A MTC é uma proposta
desenvolvimentista de análise do coping do estresse, vinculada ao conceito de
autorregulação, que permite explicar o processo de coping, indicando seus
preditores (contexto social e sistemas autorreferenciados) e seus desfechos em
curto prazo (resolução de problema) e em longo prazo (desenvolvimento). O
caso selecionado refere-se a uma mulher, de 35 anos, com diagnóstico de TOC.
Ela iniciou tratamento psicológico por indicação do psiquiatra e apresentava
sintomas severos, com significativo prejuízo no seu funcionamento social,
ocupacional e na sua saúde. Suas obsessões eram associadas à ideia de
contaminação e doença, e suas compulsões eram de limpeza e higiene.
Apresentava também comportamentos de esquiva associados às obsessões e
reduzido repertório social. A história de vida e a avaliação psicológica da cliente
permitiram compreender a evolução de seu quadro sintomatológico e a
identificação dos aspectos predisponentes, precipitantes e mantenedores. Ao
analisar os processos de coping do estresse à luz da MTC, pode-se inferir que a
cliente desenvolveu um comprometimento na percepção de seus próprios
recursos e potencializou sua percepção de ameaça em relação ao ambiente. As
metas terapêuticas estabelecidas foram: reduzir a frequência dos
comportamentos compulsivos de limpeza e higiene, reduzir os pensamentos
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obsessivos associados à contaminação e a doença, reduzir o medo de sair
sozinha de casa e de passar mal, enfraquecer as crenças de vulnerabilidade,
incapacidade e desvalorização, e favorecer o desenvolvimento de habilidades
sociais. Para o processo de intervenção foi utilizado: psicoeducação, treino de
respiração e relaxamento, exposição e prevenção de resposta, treino de
habilidades sociais, modelagem, modelação e reestruturação cognitiva. Baseado
no registro realizado, na autoavaliação da cliente e na observação clínica,
verificou-se uma redução na frequência dos sintomas, uma melhora no
funcionamento social e na sua condição física. A MTC contribui com a
formulação do caso, permiti um raciocínio clínico mais acurado e uma
intervenção cognitivo-comportamental mais efetiva.
Palavras-chave: Transtorno Obsessivo-Compulsivo; Terapia Cognitivo-
Comportamental; Teoria Motivacional do Coping.
Terapia cognitivo-comportamental de um caso de Transtorno de
Personalidade Borderline
Thaysa Castro Molina – Instituto de Psicologia (IPECS)
Wilson Vieira Melo (ITCRS)
O Transtorno de Personalidade Borderline acarreta muitos problemas ao
indivíduo e ao meio que está inserido. A presença de outras comorbidades tais
como outros transtornos de personalidade, alimentares, TDAH, transtornos
relacionados ao uso de substância e de humor e ansiedade são bastante
frequentes. O presente relato de caso tem como objetivo apresentar o tratamento
da Terapia Cognitivo-Comportamental, suas limitações e novos modelos de
tratamento. Paciente de 28 anos, sexo feminino, solteira, ensino superior
completo, atualmente não trabalha e mora com seus pais. Apresenta diagnóstico
de Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno Obsessivo-Compulsivo
(TOC) e Transtorno Depressivo Maior. Dentre os principais sintomas destacam-
se a distorção da autoimagem, comportamentos autolesivos e tentativas de
suicídio. Encontra-se em acompanhamento psicológico e psiquiátrico regular há
seis meses. Na avaliação inicial foi incluído uma Entrevista semi-estruturada, o
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Inventário de Depressão de Beck II, Escala de sintomas obsessivo-compulsivos
de Yale-Brown (Y-Bocs) e o Inventário Fatorial de Personalidade (IFP). A
paciente apresenta perda da funcionalidade na vida profissional, intensos e
frequentes conflitos nos relacionamentos interpessoais com manifestações de
impulsividade e agressividade. Após a hierarquia de metas e estabelecimento do
vínculo terapêutico, foram utilizadas estratégias para autocontrole e regulação
emocional, Terapia Cognitivo-Comportamental para o TOC, treino de habilidades
sociais e orientações familiares. No momento observa-se uma diminuição dos
comportamentos autolesivos e tentativas de suicídio e um aumento das
atividades prazerosas. Persistem os rituais do TOC, humor deprimido,
comportamentos autolesivos e sentimento de vazio. O sentimento de raiva
intensa e de frustração eleva o comportamento de automutilação, o qual parece
não se beneficiar apenas de reestruturação cognitiva. A necessidade do
desenvolvimento de habilidades e técnicas comportamentais da Terapia
Comportamental Dialética (DBT) poderá ser promissora neste momento, tais
como as estratégias TIP (Temperature; Intense Phsycal Activation; Paced
Breathing; Progressive/ Paired Muscle Relaxation). A elevada incidência de
comorbidade entre alguns grupos de transtornos psiquiátricos contribuiu com a
necessidade de uma perspectiva transdiagnóstica, a qual se foca nas
semelhanças entre os transtornos, mas principalmente na necessidade de se
enfatizar a regulação emocional. Entre os tratamentos transdiagnósticos
encontra-se: a DBT, a Terapia Cognitivo-Comportamental, com tratamento
ampliado para transtornos alimentares, e o protocolo unificado. O presente caso,
nas últimas sessões, contou com a supervisão de um profissional com
experiência na DBT para aumentar a efetividade do tratamento.
Palavras-chave: Transtorno de Personalidade Borderline; Terapia Cognitivo-
Comportamental; Tratamentos Transdiagnósticos.
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PÔSTER
Programa reduzido de Mindfulness: impacto sobre estresse e atenção
concentrada
Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada **
Maria Cristina de O.S. Miyazaki*
Thaysa Castro Molina*
Felipe Colombelli Pacca**
* (Departamento de Psicologia, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/S.P.)
**(Núcleo de Apoio Educacional e Psicológico, Naep, Faculdade de Medicina FACERES, São José do Rio Preto/S.P.)
Diversos fatores presentes na vida do estudante de medicina aumentam sua
vulnerabilidade para o estresse. Estes incluem, por exemplo, vestibular,
metodologia de ensino e duração do curso. Somado a isso, a distância da família,
o período integral do curso, e a dificuldade para conciliar a vida acadêmica com
a social podem afetar a saúde física e mental, gerando desânimo, cansaço e
falta de atenção. A utilização de intervenção que envolva Mindfulness tem sido
uma estratégia para o manejo do estresse e da atenção. O objetivo deste estudo
foi avaliar o efeito de um programa de treinamento reduzido em Mindfulness
sobre o estresse e a atenção concentrada em estudantes de medicina.
Participaram 22 estudantes, com média de idade de 23 anos, de uma faculdade
de medicina particular do interior de São Paulo. Os convites para participar do
grupo ocorreram via whatsapp e aqueles que relataram diagnóstico de transtorno
mental grave foram encaminhados para outro tipo de intervenção. O programa
ocorreu na própria faculdade e incluiu cinco encontros, com duração de uma
hora cada um. Até o momento foram concluídos três grupos, com cinco, 11 e
seis participantes respectivamente. No início e ao final do programa os alunos
responderam um questionário sociodemográfico, o Teste de Atenção
Concentrada (TEACO) e o Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp
(ISSL). Houve predominância do sexo feminino (73%). Na avaliação inicial 82%
dos estudantes apresentaram sintomas de estresse (fase de alerta 9%,
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resistência 64%, quase exaustão 9%); após a intervenção houve uma diminuição
do número de indivíduos com sintomas de estresse para 55% (fase de alerta 5%,
resistência 50% e nenhum na fase de quase exaustão). No teste de atenção
concentrada 86% dos alunos melhoraram sua porcentagem de acertos, 9%
mantiveram e 5% pioraram. A pesquisa encontra-se em andamento, pode-se
afirmar que o programa de treinamento reduzido de Mindfulness pode configurar
uma alternativa promissora no manejo do estresse e na melhora da atenção
concentrada nos universitários.
Palavras-chave: Mindfulness; Estresse; Atenção; Estudantes de Medicina.
A construção do vínculo conjugal sob a ótica da Terapia do Esquema:
uma revisão da literatura
Solange Moreira dos Santos*
Thamires Monteiro do Carmo
(União das Faculdades dos Grandes Lagos-UNILAGO, São José do Rio Preto, SP).
Introdução: Em terapias cognitivas e comportamentais, fala-se sobre três ondas
teóricas em sua evolução. A “primeira onda” focava as terapias comportamentais
e na “segunda onda” destacaram-se as teorias cognitivistas argumentativas
clássicas. Por fim, a “terceira onda” enfoca modelos mais integrativos e
conceituais, destacando-se a Terapia do Esquema (TE) postulada por Jeffrey
Young e embasada pela teoria do apego de John Bowlby. A TE é focada nas
vivências primárias do indivíduo, mostrando-se benéfica para a compreensão e
tratamento de problemas conjugais. De fato, observa-se que casais vivenciam
diariamente diversas topografias de conflitos, até o extremo da violência
doméstica. Objetivo: Este estudo teve por objetivo avaliar a influência dos
esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) sobre a construção dos vínculos
conjugais. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura de forma não
sistemática, valendo-se das bases de dados Google Acadêmico, Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Portal de
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Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) e a Biblioteca Virtual em Saúde –
Psicologia Brasil (BVS-Psi). Como critérios de elegibilidade do material,
consideraram-se artigos científicos, monografias (teses e dissertações) e
publicações impressas, em português, publicados e veiculados entre o período
de 2007 a 2017, que atendiam a problemática abordada. Resultados:
Inicialmente encontrou- se 301 produções por meio da busca nas bases de
dados eletrônicas, e após serem aplicados os critérios de inclusão e exclusão
foram utilizadas 12 publicações na revisão. Dentre os assuntos encontrados
apareceram as diferenças nos EIDs de homens e mulheres e suas interposições
nas relações conjugais, além da correlação dos esquemas remotos e vínculos
afetivos disfuncionais de casais, presença de esquemas precoces nas vítimas e
nos agressores conjugais, e, por fim, a atuação dos esquemas em
relacionamentos patológicos vivenciados por mulheres. Conclusões: Por meio
desse trabalho constatou-se a veracidade da influência dos esquemas iniciais
desadaptativos na construção do vínculo conjugal, sendo que a maioria dos
estudos identificaram interferências dos EIDs presentes no Domínio I –
Desconexão e Rejeição, os quais são formados por falta de inexperiência de
vínculos seguros na primeira infância, de modo que na vida adulta tendem a
evitar relações íntimas ou manter relacionamentos autodestrutivos.
Palavras-chave: Terapia do Esquema; Esquemas Desadaptativos; Vínculo
Conjugal.
Eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento da
obesidade em adultos: revisão bibliográfica
Camila Borge de Freitas**
Leda Maria Branco
(Laboratório de Psicologia e Saúde - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. São José do Rio Preto – SP)
Introdução: A obesidade é apontada pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, com
projeção de crescimento significativo nos próximos anos. Apesar da
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I MOSTRA DA ATC-PAULISTA I JORNADA DE PSICOLOGIA CLÍNICA E NEUROPSICOLOGIA DO IPECS
complexidade da patologia (de etiologia multifatorial), ainda são empregados
tratamentos isolados, como a cirurgia bariátrica ou uso de fármacos, reduzindo
a importância da existência de outros transtornos psicológicos como o
Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), Ansiedade e Depressão,
que podem ser intervenientes na adesão e sucesso no tratamento da obesidade.
O uso da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode fornecer ferramentas
importantes na compreensão dos processos envolvidos na perda e ganho de
peso, e também para prevenção de recaídas após o emagrecimento. Objetivo:
O objetivo deste estudo foi revisar a produção científica à cerca da utilização de
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no tratamento da obesidade em
adultos. Método: Foi realizada pesquisa no Portal Capes, usando as palavras-
chave "Obesidade" e "Terapia Cognitivo-Comportamental", considerando o
período de 2010 à 2018. Resultados: A seleção inicial resultou em um total de
38 artigos, sendo 24 excluídos por serem repetidos, voltados ao atendimento de
crianças ou adolescentes, cirurgia bariátrica ou intervenção de outros
profissionais de saúde, resultando em 14 artigos que faziam referência ao
emprego da TCC na obesidade em adultos, descrevendo características de
programas de intervenção e caracterização de pacientes obesos em
acompanhamento em serviços de saúde. Discussão: Os resultados apontam
para a eficiência da intervenção Cognitivo-Comportamental no tratamento da
obesidade, redução de sintomas do TCAP, apresentando resultados no aumento
a adesão nutricional, diminuição dos níveis de ansiedade, maior ajuste
emocional e social as situações relacionadas a alimentação, além de mudança
no comportamento alimentar, sendo importante nos resultados do
acompanhamento multidisciplinar. Apresentou ainda um resultado positivo
quanto ao trabalho em grupo, considerando o suporte social dos pares como
agregador ao tratamento. Conclusão: As técnicas de TCC são eficazes no
tratamento da obesidade e de transtornos psicológicos a ela associados,
auxiliando no ajustamento as mudanças necessárias na adesão ao tratamento,
e podem ser também empregadas para prevenção da obesidade em casos de
sobrepeso ou de comportamento alimentar inadequado, e por sua aplicabilidade
em grupos, pode auxiliar no atendimento das demandas em serviços de saúde.
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Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; Obesidade; Transtorno de
Compulsão Alimentar Periódica.
A confecção e o emprego de jogos terapêuticos no processo
psicoterápico infanto-juvenil de orientação cognitivo-comportamental:
relato de experiências clínicas
Katilaine Cristina Horácio da Silva Erbetta
(Clínica Katilaine Erbetta Psicologia, Jundiaí/SP)
Este trabalho objetiva apresentar um relato de três experiências clínicas de
atuação da autora com a confecção e o emprego de jogos de tabuleiro
terapêuticos em processo psicoterápico infanto-juvenil de orientação cognitivo-
comportamental. Como método, para todos os casos atendidos, foram
realizadas as etapas clínicas de avaliação e formulação do caso, planejamento
interventivo e sua aplicação junto ao cliente (criança/adolescente) e seus
familiares. A confecção dos jogos terapêuticos em conjunto com o cliente, em
espaço e momento de sessão, surgiu como parte do planejamento interventivo
proposto. CASO 1) L., menino, 10 anos, apresentava fobia de avião; houve a
confecção do jogo terapêutico “minha viagem de avião”, no qual o cliente
percorria situações prováveis em uma suposta viagem de avião e, a cada
situação-problema, empregava estratégias de enfrentamento aprendidas em
sessão (estratégias de distração, técnicas de respiração e relaxamento,
identificação, avaliação e reestruturação dos pensamentos automáticos
disfuncionais). Para este caso também foi utilizada a realidade virtual como etapa
final do jogo. CASO 2) I., menina, 8 anos, com timidez acentuada, sintomas de
ansiedade e baixo repertório de habilidades sociais; confeccionado o jogo
“resolvendo problemas numa aventura LOL”, que previa situações do cotidiano
em que a boneca LOL passaria, algumas das quais precisaria aplicar estratégias
de enfrentamento para diminuir a ansiedade e/ou controlar suas emoções (com
o uso de cartões de enfrentamento, técnicas de respiração, estratégias de
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distração e de resolução de problemas). CASO 3) A., menina, 13 anos, com
sintomas depressivos; confeccionado um jogo em que as caselas do tabuleiro
indicavam pensamentos distorcidos e disfuncionais, que exigiam discriminação
precisa e aplicação de estratégias para avaliação e reestruturação destes
pensamentos: o jogo das “distorções cognitivas”. Observa-se, como resultado
destas experiências clínicas, que os clientes foram engajados em seu processo
psicoterápico a partir da participação na confecção dos jogos inéditos e
personalizados, que são considerados terapêuticos por permitir-lhes dominar
alguns conceitos e aprender estratégias treinadas no momento do jogo e
generalizadas posteriormente para outras situações do seu cotidiano. O jogo
pôde ser compartilhado com os responsáveis e/ou cuidadores dos clientes,
disseminando informações e dicas de manejo de enfrentamento entre os
membros da família. Como discussão principal, salienta-se que o caráter diretivo
e psicoeducativo da abordagem cognitivo-comportamental permite o emprego
de jogos terapêuticos no processo psicoterápico infanto-juvenil como uma
interessante estratégia interventiva que, além de fortalecer a aliança terapêutica,
possibilita generalizações e construção de repertório adaptativo para além do
setting terapêutico.
Palavras-chave: Jogos Terapêuticos; Psicoterapia Infantil; Terapia Cognitivo-
Comportamental.