Implementação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal: a … · 2014-07-03 · Marília...
Transcript of Implementação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal: a … · 2014-07-03 · Marília...
Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação – FACE Departamento de Ciência da Informação e Documentação – CID Curso de Bacharelado em Biblioteconomia
Marília Augusta de Freitas Patrícia de Morais Marcelo
Renata Guedes Ribeiro Renata Lima Guedes Peixoto
Implementação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal: a informação como mecanismo de transformação
Brasília – DF 2006
Marília Augusta de Freitas Patrícia de Morais Marcelo
Renata Guedes Ribeiro Renata Lima Guedes Peixoto
Implementação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal: a informação como mecanismo de transformação
Brasília – DF
2006
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Biblioteconomia, do Departamento de Ciência da Informação e Documentação – CID da Universidade de Brasília – UnB, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel, sob orientação da Profa. Dra. Walda de Andrade Antunes.
Marília Augusta de Freitas Patrícia de Morais Marcelo
Renata Guedes Ribeiro Renata Lima Guedes Peixoto
Implementação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal: a informação como mecanismo de transformação
Monografia de conclusão de curso apresentada ao Departamento de Ciência da Informação e Documentação para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.
Brasília, 15 de dezembro de 2006
Aprovada por:
____________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Walda de Andrade Antunes – Orientadora
____________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Sofia Galvão Baptista – Membro
____________________________________________________________________ Dr.ª Andrea – Membro
Agradecimentos
Primeiramente a Deus porque sem Ele nada faria sentido; Aos nossos pais que sempre
foram nosso maior exemplo de vida, coragem e determinação, que sempre nos mostrou que a
felicidade se alcança com a simplicidade; Aos nossos irmãos, irmãs e namorados que nos
apoiaram em todos os momentos dessa longa jornada; Aos nossos amigos e amigas que fizemos
ao longo destes quatros anos.
RESUMO O objetivo desse trabalho é apresentar o processo de criação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal, que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica. A biblioteca tem como objetivo desenvolver o hábito de leitura como meio de amenizar o sofrimento gerado pela violência, sendo assim, um mecanismo de alcance social, quebra do ciclo e combate à violência. Foi realizado estudo de usuários, levantamento prévio do material existente na instituição e foram relacionados os equipamentos necessários para o funcionamento da biblioteca. A biblioteca funcionará em um contêiner adaptado, doado pela empresa EMPREMON, e utiliza o software para controle de bibliotecas ARCHES LIB.
ABSTRACT
The intent of this monograph is show the process of the creation of Casa Abrigo do Distrito Federal Library that receive women victims of violence. The library has an intent in developing the custom to read and with this custom to soften the suffering generated by the violence. It was done an user study and a study about the existent material and equipments important to the library. The library will work in a container that was donated by the EMPREMON and will use a software ARCHES LIB.
11
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO DO TEMA ...................................................................................... 13 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA .................................................................................................. 13 1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 13 1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14
1.4.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 14 1.4.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 14
1.5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 15
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 16 2.1 DEFINIÇÃO E MISSÃO DE BIBLIOTECA ............................................................................... 16 2.2 FUNÇÃO SOCIAL DA BIBLIOTECA ...................................................................................... 16 2.3 DEFINIÇÃO E MISSÃO DE BIBLIOTECA ESPECIAL ............................................................... 17 2.4 IMPORTÂNCIA DA LEITURA .............................................................................................. 17 2.5 ACESSO À INFORMAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL ................................................................... 18 2.6 ACESSO À INFORMAÇÃO E SEU PODER DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL ............................... 19 2.7 O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO ............................................................................................. 20 2.9 ESPAÇO FÍSICO DE BIBLIOTECAS ...................................................................................... 23 2.10 FORMAÇÃO DE ACERVO ................................................................................................. 24
3. ESTUDO DE CASO: O PROJETO DA BIBLIOTECA NA CASA ABRIGO DE MULHERES DO DISTRITO FEDERAL .................................................................... 29 4. METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................................... 30 5. METAS .................................................................................................................. 32
5.1 PERFIL DO USUÁRIO ........................................................................................................ 32 5.1.1 Resultados dos questionários aplicados junto às mulheres .................................... 32
5.1.1.1 Faixa Etária ...................................................................................................... 32 .1.1.2 Nível de Instrução ............................................................................................... 33 5.1.1.3 Freqüência de Leitura ...................................................................................... 33 5.1.1.4 Hábito e Freqüência que se vai a Biblioteca ................................................... 34 5.1.1.5 Assuntos de Maior Interesse ............................................................................. 35 5.1.1.6 Importância de um Serviço de Biblioteca na Casa Abrigo .............................. 36 5.1.1.7 Uso da Biblioteca da Casa Abrigo ................................................................... 36
5.1.2 Resultados dos questionários aplicados junto aos funcionários ............................. 37 5.1.2.1 Faixa Etária ...................................................................................................... 37 5.1.2.2 Nível de Instrução ............................................................................................. 37 5.1.2.3 Freqüência de Leitura ...................................................................................... 38 5.1.2.4 Hábito e Freqüência que se vai a Biblioteca ................................................... 38 5.1.2.5 Assuntos de Maior Interesse ............................................................................. 39 5.1.2.6 Importância de um Serviço de Biblioteca na Casa Abrigo .............................. 40 5.1.2.7 Uso da Biblioteca da Casa Abrigo ................................................................... 40
5.2 SELEÇÃO E TRATAMENTO DO ACERVO ............................................................................ 41 5.2.1 Política de Seleção .................................................................................................. 41
5.3 PLANEJAMENTO DO ESPAÇO FÍSICO ................................................................................. 42 5.4 RECURSOS ....................................................................................................................... 43 5.5 DEFINIÇÃO DOS SERVIÇOS ............................................................................................... 44
12
5.6 REGULAMENTO DA BIBLIOTECA ...................................................................................... 45 5.6.1 Introdução ............................................................................................................... 45 5.6.2 Inscrição .................................................................................................................. 46
5.6.2.1 Antigos Usuários .............................................................................................. 46 5.6.2.2 Usuários externos ............................................................................................. 46 5.6.2.3 Condições de cancelamento de inscrição ......................................................... 46
5.6.3 Empréstimo .............................................................................................................. 46 5.6.3.3 Condições de Empréstimo: ............................................................................... 47 5.6.3.4 Atraso na devolução de materiais emprestados ............................................... 47 5.6.3.5 Renovação de Empréstimo ............................................................................... 48 5.6.3.6 Reserva de materiais ........................................................................................ 48
5.6.4 Devolução ................................................................................................................ 48 5.6.5 Responsabilidade do usuário .................................................................................. 48 5.6.7 Espaço para estudo ................................................................................................. 49
5.7 ESCOLHA DOS PROFISSIONAIS .......................................................................................... 50 5.8 ACOMPANHAMENTO, CONTROLE E AVALIAÇÃO .............................................................. 50
6. RESULTADOS ALCANÇADOS ........................................................................... 53 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 55 ANEXOS ................................................................................................................... 58
13
1. INTRODUÇÃO
A biblioteca é um centro de difusão cultural e informacional indispensável na
formação de cidadãos conscientes, sendo imprescindível sua existência e funcionalidade em
instituições, que tenham como finalidade reestruturar e conscientizar pessoas servindo como
fonte de absorção de conhecimento.
A literatura é uma arma poderosa e com ela o indivíduo adquire saber, amplia sua
visão de mundo, enriquece o vocabulário, desperta sua sensibilidade, criatividade e facilita o
processo de escrita, além de possibilitar o ingresso no mundo do imaginário. Permite ainda à
criança, ao jovem e ao adulto estabelecer trocas de experiências, auxiliando na sua formação
pessoal e social, ampliando seu conhecimento de mundo. Portanto trata-se de uma alternativa
realista que promove a inclusão social.
1.1 Tema e delimitação do tema
O tema “Implementação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal: a
informação como mecanismo de transformação” tem por finalidade demonstrar, através da
implementação de uma Biblioteca na Casa Abrigo do Distrito Federal, a influência que a
informação exerce no comportamento social e as contribuições que o acesso a esta pode trazer
para a vida de uma sociedade.
1.2 Problema de pesquisa
Averiguar se o acesso à informação é um meio de transformação social e mostrar
como uma unidade de informação dentro da Casa Abrigo do Distrito Federal servirá como um
espaço para promover a formação de leitores, o desenvolvimento da aprendizagem e a auto-
formação contínua dos abrigados, procurando incrementar a cultura e a prática de leitura, a
expansão do acesso à informação e a sua inclusão social.
1.3 Justificativa
A finalidade deste trabalho é demonstrar a influência que a informação exerce no
comportamento social. A implantação da Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal, foi
14
escolhida como tema base dessa monografia, pois a criação de um centro de informação, num
local que acolhe mulheres e seus filhos vítimas de violência doméstica, será um suporte para
inclusão social, informacional e digital. A biblioteca é um centro de difusão cultural e
informacional indispensável na formação de cidadãos conscientes, sendo imprescindível sua
existência e funcionalidade em instituições, que tenham como finalidade reestruturar e
conscientizar pessoas.
Para transformar cidadãos críticos, a partir do hábito de leitura e ao cumprir suas
funções básicas - educacional, cultural, recreativa e informacional - a biblioteca passa a
desempenhar seu papel público. Haja vista que visará atender às demandas coletivas,
colocando-se como um espaço para contestação e desnudamento dos interesses ideológicos. É
um local adequado para fortalecer dinamicamente as transformações sociais, sendo capaz de
contribuir para as alterações no âmbito das sociedades que, através do conhecimento,
desvelam o mundo e buscam a qualidade de vida para todos os que nelas vivem.
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo Geral
• Investigar a contribuição que uma unidade de informação – biblioteca – pode
oferecer para a inclusão e transformação social.
1.4.2 Objetivos Específicos
• Analisar a literatura técnico - cientifica atualizada, relacionada ao tema;
• Proceder à análise de viabilidade de implantação do projeto;
• Realizar estudo de usuário na Casa Abrigo do Distrito Federal;
• Implementar o projeto de criação da Biblioteca da Casa Abrigo de
Mulheres.
• Proporcionar leitura e lazer aos usuários;
• Relatar a experiência realizada na Casa Abrigo do Distrito Federal;
• Identificar e analisar os resultados já obtidos com a criação da Biblioteca da
Casa Abrigo de Mulheres do Distrito Federal para demonstrar a influência
positiva que a informação exerce no comportamento social;
• Ser uma referência para projetos semelhantes.
15
1.5 Metodologia
• Revisão básica de literatura aplicada aos seguintes temas:
1. Definição e missão de biblioteca;
2. Função social da biblioteca;
3. Definição e missão de biblioteca (tipo de biblioteca);
4. Importância da leitura;
5. Acesso à informação e inclusão social;
6. Acesso à informação e seu poder de transformação social;
7. O papel do profissional da informação;
8. Leitura como lazer;
9. Espaço físico de bibliotecas;
10. Formação de acervo;
11. Serviços de biblioteca.
• Levantar recursos para a implantação do projeto;
• Aplicar questionários para proceder ao estudo de usuários;
• Implementar atividades lúdicas para as crianças e culturais para as
mulheres;
• Entrevistar os profissionais que trabalham na Casa Abrigo de Mulheres do
Distrito Federal;
• Analisar e interpretar os resultados.
16
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Definição e missão de biblioteca
A palavra biblioteca vem do grego “biblioteke”, que significa ambiente de livros e
em sua definição mais abrangente é aquele espaço, seja ele concreto ou virtual, destinado a
uma coleção de documentos bibliográficos (livros, periódicos, folhetos) e não bibliográficos
(mapas, filmes, discos), organizada e administrada para formação, consulta e recreação de
todo o público ou determinadas categorias de usuários.
“Assembléia de usuários da informação”. (Edson Nery da Fonseca, 1992).
A biblioteca não pode ser vista apenas como um conjunto de livros, ela deve ser
entendida como um centro fornecedor de cultura e benefícios à sociedade através da prática
de leitura. Paulo Freire em seu livro “A importância do ato de ler” analisa a real função da
biblioteca:
[...] a biblioteca popular, como centro cultural e não um depósito silencioso de
livros é vista como fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de
uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto. Daí a necessidade que
tem uma biblioteca popular centrada nesta linha de estimular a criação de horas de
trabalho em grupo, em que se façam verdadeiros seminários de leitura, ora
buscando o adentramento crítico no texto, procurando apreender a sua significação
mais profunda, ora propondo aos leitores uma experiência estética, de que a
linguagem popular é intensamente rica.
A missão básica da biblioteca é a de prover informação. Sua importância prende-se
a função de organização, difusão e uso do conhecimento como recurso para geração de novos
conhecimentos, bem como sua utilização na melhoria da qualidade de vida.
2.2 Função social da biblioteca
A biblioteca segundo Buonocore (1976) e Targino (1984), citado por Neves (1989)
constitui-se em uma organização ou instituição que, empenhada nas atividades de seleção,
coleta, armazenamento e divulgação de informações, sob qualquer suporte (livros, revistas,
discos, mapas, fitas magnéticas, microfilmes e outros) e tem como objetivo oportunizar
condições aos seus usuários para que se efetive o confronto entre o usuário e a informação da
qual necessita e vai em busca.
17
A biblioteca tem que se desdobrar para cumprir seu compromisso de informar,
instruir, educar e recrear o usuário. É dela a função de estar dando acesso à informação ao
usuário e assim proporcionando benefícios a curto, médio e longo prazo a esses usuários e a
comunidade em que a biblioteca está inserida.
Uma biblioteca como instituição social ganha a função social de tornar a
informação acessível a todos, ou seja, função de democratização do acesso à informação
procurando atingir seus usuários e não-usuários, independente do nível de social ou escolar,
para que todos tenham oportunidade de transformação social.
A biblioteca possui uma função social muito importante através de sua missão que
é a de proporcionar o desenvolvimento humano através da disponibilização de informação a
uma determinada comunidade.
O confronto homem-informação, oportunizado pela biblioteca, visa, por outro lado,
a suscitar nos indivíduos e nos grupos comunitários um estado de consciência de sua
própria situação, de seus problemas, seus objetivos, expectativas individuais e
coletivas e conseqüentemente transformação destes atos, atitudes de mudança que
conduzem ao estado desejado de solidariedade, ajuda mútua, iniciativa,
responsabilidade cívica que, em ultima instância, poderão se transformar em
benefícios sociais ou comunitários, sinônimos do desenvolvimento ou progresso
social. (NEVES, p. 39, 1989).
2.3 Definição e missão de biblioteca especial
A biblioteca especial, assim como outros tipos de bibliotecas, tem a função de
atender as necessidades informacionais de seus usuários. Uma biblioteca pode ser considerada
especial pelo tipo de material que a mesma abriga, ou pelo tipo de usuário ao qual se destina.
As bibliotecas especiais surgem com a missão de serem centros de informação,
destinados a responder às necessidades de um grupo com características especiais. O seu
papel é de grande importância, uma vez que proporciona acesso à informação àqueles que são
de alguma forma excluídos da sociedade.
2.4 Importância da leitura
Historicamente é comprovado que o acesso aos livros em nossa sociedade aparece
como um privilégio de classes, por isso vivemos em uma grande contradição. Nossa
18
sociedade prega a importância e o valor da leitura para seus cidadãos, mas esconde o fato de
que as condições de produção da leitura não são tão concretas. Nós contamos com a
inexistência de boas bibliotecas populares, com um grande número de analfabetos e com a
ausência de uma política de incentivo e promoção da leitura. Devido às condições históricas e
culturais nós, brasileiros, não possuímos uma tradição de leitura. A leitura, como método de
lazer e atualização, sempre esteve restrita a uma minoria que teve acesso a educação.
“Ler é um direito de todos e, ao mesmo tempo, um instrumento de combate à
alienação e à ignorância”. (SILVA, 1983).
A leitura é muito importante para a formação do individuo, é uma fonte para
impulsionar a descoberta do conhecimento. É uma atividade essencial a qualquer área do
conhecimento e ainda à própria vida do ser humano que possui na leitura um instrumento que
o permite criticar, discutir e desenvolver sua originalidade e autenticidade.
“... aquilo que os livros contêm não é diferente da vida. Escritos por homens, eles
refletem o que é humano”. (LISBOA, 1977, p. 92).
A leitura pode ser coloca como um instrumento de luta contra a dominação, pois a
pessoa que sabe ler tem a possibilidade de criticar e posicionar frente às imposições imposta
pela classe dominante além de estar combatendo sua própria ignorância.
A leitura, se efetuada dentro dos moldes críticos, sempre leva à produção ou
construção de um outro texto: o texto do próprio leitor. Em outras palavras, a
leitura crítica sempre é geradora de expressão: o desvelamento do próprio ser do
leitor, levando-o a participar do destino da sociedade o qual ele pertence. Assim,
esse tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação e
reprodução de significados; essa leitura deve ser caracterizada com um projeto pois
concretiza-se numa proposta pensada e executada pelo ser-no-mundo, dirigida ao
outro. (SILVA, 1983, p. 53).
2.5 Acesso à informação e inclusão social
O acesso à informação torna o ser humano capaz de organizar a sua visão de
mundo, facilita a sua ordenação mental e possibilita externar opiniões, tomar posicionamentos
e verbalizar impressões, transformando essas informações em conhecimento.
19
O acesso à informação permite entrar em contato com diferentes níveis de cultura,
comparar e conhecer distintos pontos de vista além de romper barreiras com o que já foi
estabelecido através da multiplicidade de idéias.
No Brasil existe uma grande separação das camadas sociais, poucos lêem muito e
com qualidade enquanto muitos lêem apenas aquilo que pejorativamente é chamado de
popular ou mesmo não lêem nada.
“Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte
e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito
inalienável”. (CANDIDO, 1995: 263).
A privação faz com que as camadas mais populares da sociedade não tenham
acesso a informação como deveriam. A falta de investimentos em prover informação para
esse público em geral deixa grande parte da sociedade em estado de ignorância e alienação. O
acesso à informação de qualquer tipo e suporte deveria ser um direito de todo cidadão, pois
este acesso é um fator de inclusão social.
“As camadas populares não lêem os clássicos porque não têm oportunidade de tê-
los nas mãos. A literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apóia e combate,
fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas”.
(CANDIDO, 1995).
Ler ou não ler faz toda uma diferença para a mudança da sociedade e privar as
camadas populares do acesso à informação é manter e justificar uma separação perversa e um
retardamento no desenvolvimento de uma sociedade.
2.6 Acesso à informação e seu poder de transformação social
É cada vez mais evidente que o acesso à informação, a sua difusão e a sua livre
circulação são elementos essenciais em todos os aspectos da vida humana. A informação,
insumo essencial a qualquer organização, tem, no mundo globalizado, um papel fundamental.
A vida atual exige que os indivíduos sejam informados o tempo todo: necessitam conhecer
notícias, fatos, instruções, padrões, regras de procedimentos, normas, estatísticas, etc. Hoje, à
informação tornou-se fundamental para a sociedade e o indivíduo e não há limites
20
estabelecidos para obtê-la e transformá-la em conhecimento, dependendo, basicamente, da
forma como é interpretada e utilizada pelo receptor.
[...] a informação não é algo que chega até nós e nos deixa ilesos. Ao contrário,
chega e quase que automaticamente é processada e provoca alguma transformação
ainda que mínima ou sem maiores conseqüências. (CARVALHO; TAVARES,
2001).
Através da linguagem, a informação é transmitida de indivíduo para indivíduo,
de indivíduo para grupos ou vice-versa. Nos gestos e manifestações como sentar, sorrir,
chorar, andar, falar, declamar, conversar, dentre outros, encontramos informação ou
informações a serem propagadas e/ou processadas. Veículos como rádio, TV e a Internet,
apresentam características para redimensionarem e redistribuírem essa(s) informação (ões).
O acesso à informação é um direito de cidadania de todas as pessoas, pois ela é
muito importante para a formação da visão de mundo assim como sua inserção na cultura. Se
nas sociedades contemporâneas, a informação permeia a quase totalidade das ações dos
indivíduos e grupos em interação, para os indivíduos especiais ela é gênero de primeira
necessidade e um direito de cidadania, pois é certo que é, sobretudo a partir do acesso à
informação, que eles podem interferir e atuar na sociedade, visando a sua transformação. É a
partir do acesso à informação, em todos os níveis, que ele constrói um modo de ser e estar no
mundo que lhe permita independência e emancipação social.
2.7 O papel do bibliotecário
O bibliotecário como profissional informação tem as funções de preservação,
coleta, tratamento, recuperação e disseminação da informação, essas são suas funções
gerenciais e institucionais. Além de suas funções relacionadas ao físico da biblioteca o
bibliotecário possui uma função social precípua de contribuir para a efetivação do confronto
entre usuário e informação, função de democratização do acesso à informação.
Durante muito tempo o profissional da informação teve uma imagem de guardião
fiel do livro. Estava mais preocupado em preservar do que disseminar a informação. Essa
condição de guardião sofre abalos com o aparecimento de novas tecnologias e atribuições
21
decorrentes da complexidade determinada pelas mudanças que deslocam o foco de interesse
do suporte para o conteúdo, ou seja, do livro para a informação (Carvalho, 2002).
Segundo Francisco das Chagas de Souza (1977) o profissional da informação tem
a função mediadora entre produtores e consumidores do conhecimento. Esses profissionais da
informação, em geral, surpreendem-se com essas mudanças e enclausurados nos seus
universos, debruçados sobre suas atividades, cuidando da preparação de coleções em
detrimento da função precípua de uma biblioteca que é a disseminação da informação.
O profissional da informação é responsável indiretamente pela formação de seus
usuários. Através daquele, estes terão acesso à informação, cultura e lazer. Ele tem o papel de
agente humano de transformação. Assim os usuários poderão desenvolver o interesse pelo
livro, o hábito de ler.
O bibliotecário necessita de uma formação multidisciplinar, deve ter conhecimento
geral, de línguas, informática e relações sociais. Deve-se adequar à realidade e interesse da
comunidade a qual sua biblioteca esta inserida.
Os Conselhos profissionais consideram que além do princípio da organização e
difusão do conhecimento, a ação desse profissional é marcadamente pedagógica,
quando estimula o interesse pelo livro, pelo hábito de ler, contribuindo para o
desenvolvimento intelectual do leitor. Aprimorando a sua formação, foca suas
atenções nas tecnologias e no conhecimento científico. Entretanto, vale ressaltar
que a nossa realidade nacional exige uma ênfase no saber ler que antecede qualquer
processo de crescimento intelectual do ser humano. Contudo, nesta nova era,
quando detém o poder quem detém conhecimento, torna-se inevitável dominar
diferentes áreas, conhecer as tendências econômicas e mercadológicas do contexto
onde vive e atua. Exige-se uma visão holística, com um vasto conhecimento geral,
de línguas, principalmente do inglês, de informática, de comunicação, de
psicologia. (Carvalho, 2002).
O bibliotecário como ser criativo e dinâmico terá que agregar valor aos serviços
oferecidos pela biblioteca, pois será através de sua metodologia que a freqüência de usuários
poderá aumentar, assim o índice de usuário ira aumentar e conseqüentemente diminuir o
indicie de não-usuário. Ele é responsável pela visibilidade de sua biblioteca e sua imagem
sempre estará atrelada à imagem que os usuários possuem da biblioteca (ALMEIDA, 2004).
O bibliotecário sendo um ser dinamizador e agilizador tem que estar sintonizado as
novas tecnologias e aos novos serviços, deve ser responsável pela construção da nova imagem
do profissional e da unidade de informação perante a sociedade.
22
2.8 Leitura como lazer
O lazer, ao longo dos anos, tem sido considerado o tempo livre do homem.
Momento, em que as pessoas podem desfrutar prazeres, tranqüilidade e até descanso.
Portanto, o lazer deve ser um momento, onde o indivíduo se empenha em algo que escolhe,
que lhe dá prazer e que o modifica como pessoa.
O lazer é um conjunto de ocupações de bom grado que o indivíduo usa para
repousar, para divertir-se, para desenvolver sua informação ou formação
desinteressada, sua participação voluntária ou sua livre capacidade criadora, quando
livre das obrigações profissionais, familiares ou sociais, sendo, portanto uma
atividade de livre escolha, liberatória, desinteressada, sem fins lucrativos.
(DUMAZEDIER, 1976).
Considerando, portanto o lazer sob essas variáveis, ele aparece como uma
possibilidade de escolha individual de práticas no tempo disponível ou mesmo no trabalho,
proporcionando efeitos, como o descanso, o divertimento e o desenvolvimento da
personalidade e da sociabilidade.
FRIEDMANN (1983), que desenvolveu pesquisas sobre o lazer afirma, quanto à
relação entre os interesses de lazer e o setor intelectual, que ele se processa principalmente
através de ações ligadas à leitura. Encontrar informação em revista, romance ou jornal
corresponde ao desejo de saber mais sobre determinado assunto e posterior satisfação de
matar a curiosidade. Além da leitura, o ganho de conhecimento também pode ser fonte de
prazer, através do exercício da sociabilidade, tal como um bate-papo com amigos, colegas ou
familiares. Conquistar a criança e o adulto em todas as oportunidades, apresentando a uma
leitura como atividade de lazer é a esperança de transformar velhos hábitos em novos
comportamentos. Se colocarmos como exemplo as crianças, transportá-las para outros
mundos e dar vida aos seus sonhos através da leitura é contribuir para a formação do seu
hábito de ler.
Como o lazer relaciona-se em algum momento ao prazer, a leitura lazer deverá
provocar no indivíduo, que a executa, sensações diferentes, em indivíduos diferentes, em
função de sua condição social ou de seu poder de percepção. Neste enfoque, a leitura lazer
deverá ser uma quebra da rotina, seja a rotina da leitura obrigatória, da leitura dos textos
didáticos ou de qualquer outra forma de rotina do cotidiano, devendo ser executada em
ambientes adequados e visando o preenchimento do tempo ocioso de modo prazeroso.
23
2.9 Espaço físico de bibliotecas
O planejamento do espaço físico de uma biblioteca deve prever alocação de
estantes, mesas, cabines de estudo individuais, salas de leitura, dentre outros espaços, de
forma a propiciar um ambiente confortável e chamativo para o usuário, sem esquecer a
praticidade e funcionalidade do ambiente.
“A preocupação é o conforto do usuário e o aproveitamento racional do espaço”.
(PRADO).
O espaço físico de bibliotecas deve ser mais um meio pelo qual a mesma alcançará
seus objetivos. Aspecto de grande importância, o bom planejamento do espaço de uma
biblioteca pode transformá-la, ou não, em um local agradável, convidativo, ou se mal
realizado pode causar no usuário um certo mal estar. Mas não só para o bem estar do usuário
se faz o planejamento de centros de informação. Um centro bem planejado permite um melhor
aproveitamento do espaço existente e proporciona facilidade aos funcionários.
Alguns fatores interferem no bom funcionamento de um centro de informação, tais
como iluminação, escolha de estantes para expor ou guardar livros, escolha das mesas e
cadeiras, e sobre tudo a escolha do local onde funcionará a mesma. Deve-se ter planejado a
quantidade de livros que existirá no local para que se faça a escolha certa, normalmente
bibliotecas com acervo grande ocupam locais no térreo, se ocupam prédios em outros andares
deve-se dar uma atenção especial ao tipo de piso existente no local assim como a quantidade
de peso que a estrutura do local suporta.
A iluminação deve proporcionar um ambiente agradável para leitura, além de
contribuir para o ambiente da biblioteca, neste ponto deve-se escolher a forma
economicamente mais viável para instituição não deixando de lado a qualidade. Muitos
ambientes podem aproveitar a luz natural, mas deve haver um certo cuidado para que o acervo
não receba luz direta, garantindo seu estado de conservação. Lembra-se ainda da necessidade
de iluminação que permita a localização de livros ou outros materiais em prateleiras.
A biblioteca precisa de um local com temperatura e umidade adequadas
principalmente para conservação do acervo. Atenção especial para a acústica da biblioteca,
um método eficiente e não tão caro é o planejamento do espaço, fazendo com que pontos onde
se tem grande circulação de usuários estejam distantes de salas de leituras ou cabines de
estudo individuais.
24
“O layout de biblioteca deve evitar que as áreas de leitura estejam próximas aos
pontos críticos de ruídos”. (ESCRIBA).
Como grande parte do material existente em bibliotecas é inflamável, em sua
maioria papel, devem existir saídas de emergência, extintores de incêndio, sistemas de alarme
dente outros.
Algumas áreas são elementares em todas as bibliotecas físicas são elas:
• Área de acervo;
• Área de atendimento;
• Área de leitura;
• Outras áreas (terminais de consulta).
Uma alternativa para locais com pouco espaço disponível e de baixo custo, é a
criação de espaços planejados, adaptados as situações existentes, que facilitará a implantação
de uma biblioteca em locais de difícil acesso.
2.10 Formação de acervo
A formação do acervo é o primeiro passo para implantação de um centro de
informação. Entretanto a seleção das obras depende de vários fatores. Leva-se em conta para
que a seleção de materiais seja a mais adequada possível. O estudo de usuário é a base para
essa escolha. Dispõem informações básicas, sobre grau de instrução; tamanho da população a
ser atendida; temas de interesse dessa população, tornando possível traçar um roteiro baseado
nas opiniões dos usuários, fazendo com que a escolha de materiais que incorporarão o acervo,
seja um mecanismo para que a biblioteca exerça sua missão que tem como ponto principal
atender as necessidades de seus clientes.
Compra, permuta e doação, são as formas pelas quais se adquire o acervo de uma
biblioteca. A política de seleção é o documento guia para a formação do acervo. A compra de
materiais pressupõe uma seleção que deve se preocupar com aspectos, como o preço, o
idioma adequado, a real necessidade de se adquirir tal obra, prever se o título será utilizado,
em caso de bibliotecas com poucos recursos procurar alternativas, como a doação e a
permuta. A permuta serve como meio de troca entre bibliotecas, que leva em conta que a
informação duplicada ou a informação em desuso em uma instituição pode ser bem utilizada
em outra.
25
“A permuta é um bom sistema para não atulhar as bibliotecas de duplicatas
desnecessárias e também para enriquecer os seus acervos” (PRADO).
A doação deve ser selecionada e cogitada se é necessária ou não a instituição que
recebeu. Não se pode manter uma obra que fuja ao interesse dos usuários só por que este é
uma doação. A biblioteca ainda hoje é considerada por algumas pessoas como depósito de
livros, sendo essa, destino de materiais desatualizados e estragados.
“A doação, que é sempre muito bem recebida, precisa também ser selecionada,
quer pelo interesse que representa, quer pelo estado em que se encontra”. (PRADO).
Buscar parcerias com editoras, transformando biblioteca e editora em parceiras, a
primeira oferece a exposição do produto, tornando-o conhecido do usuário e consumidor
potencial, a segunda oferece a obra possibilitando o funcionamento da biblioteca, criando
ambas um ciclo de trocas, onde todos ganham.
Aspectos relevantes que abordam a questão dos usuários e com relação a aspectos
dos documentos são considerados no momento da escolha do acervo.
Pontos importantes com relação ao usuário:
• Conveniência: as obras escolhidas levando em conta esse critério buscam
materiais de informação que estejam adequados às necessidades e realidades dos
usuários. Leva-se em consideração o grau de instrução do usuário, para que o
vocabulário esteja de acordo com seu cliente final. E o nível de especificidade da obra
uma biblioteca voltada para crianças, por exemplo, não necessita de materiais
relacionados a saúde, que uma biblioteca especializada em medicina disponibiliza.
• Idioma: conhecer o usuário ao qual a biblioteca se destina é fator
primordial para o funcionamento da mesma. A seleção de materiais em outras
línguas, não sendo a língua local, deve presumir que seus usuários ou boa parte dos
mesmos podem e desejam literatura em outro vocábulo.
• Relevância / interesse: nesse aspecto busca-se adequar os materiais da
biblioteca aos interesses dos usuários. É difícil saber quão relevante um material pode
ser para cada usuário, mas de acordo com as características em comum destes e da
missão da biblioteca pode-se dirimir a inclusão de obras não relevantes no acervo.
• Estilo: adequação do estilo literário de acordo com o usuário. Não se coloca
livros infantis para adultos, assim como não se disponibiliza obras densas como a
Ilíada para crianças, ao menos que esta esteja adaptada.
• Pontos importantes com relação ao documento:
26
• Autoridade: define-se a inclusão de materiais de autores importantes, tanto
nacionalmente como mundialmente. Escolhe-se assim um série de materiais
indispensáveis para formação cultural ou científica de autores renomados.
• Precisão e imparcialidade: verifica-se a idoneidade dos meios de
informação, tais como jornais, revistas, editoras, dentre outros. A imparcialidade pode
ser ou não um critério de avaliação de um documento.
• Atualidade: um centro de informação deve se manter atualizado,
oferecendo aos seus usuários informação precisa. A informação obsoleta deve ser
substituída pela atualizada.
“A política de seleção procura garantir que todo material seja incorporado ao
acervo segundo razões objetivas predeterminadas e não segundo idiossincrasias ou
preferências pessoais. Igualmente, é ela que garante que as lacunas existentes no
acervo não são frutos do descaso ou ineficiência do profissional responsável pela
seleção, mas se coadunam com o processo de planejamento vigente na instituição
bibliotecária, sendo coerentes com os propósitos e objetivos estabelecidos para sua
atuação”. (VERGUEIRO).
2.11 Os serviços de informação
Os serviços de informação podem, de maneira genérica, ser caracterizados como
serviços que forneçam, transmitam ou divulgam a informação aos usuários da unidade de
informação, seja de maneira direita (serviço de atendimento ao usuário, de referência e de DSI
- disseminação seletiva da informação) ou indireta (processamento técnico da informação).
Os serviços de informação têm o objetivo de atender a demanda do usuário, o
usuário chega à unidade de informação com uma determinada necessidade de informação essa
necessidade deve ser sanada pela informação oferecida a ele.
A função social de um serviço de informação é investigar o que se conhece acerca
de determinado assunto e proporcionar ao consulente tanta informação quanto seja
necessária, a fim de preencher uma lacuna em seu conhecimento. (FOSKETT, p.
15, 1969).
27
As cinco leis de Ranganathan são usadas como princípios básicos norteadores dos
serviços oferecidos nas unidades de informação. Abaixo serão descritas as leis e suas relações
como os serviços de informação:
1. Os livros são para serem usados: o uso deve prevalecer a preservação, a biblioteca
deve possibilitar a sua comunidade o acesso ao conhecimento produzido pelo homem.
Ela deve não somente organizar e armazenar os documentos, mas também propiciar o
uso desses materiais;
2. A cada leitor seu livro: o material disponibilizado na biblioteca deve ser escolhido de
acordo com o perfil da comunidade usuária, não basta que a biblioteca possua o livro
procurado pelo usuário; é preciso que ele esteja disponível no momento em que é
necessário (disponibilidade);
3. A cada livro seu leitor: a biblioteca não deve se preocupar somente em tornar
disponíveis os materiais ali existentes, mas também em divulgá-los, para que os
usuários possam conhecer seus produtos e serviços;
4. Poupe o tempo do leitor: os serviços de informação devem se preocupar em atender a
necessidade do usuário da maneira mais eficiente possível. Essa lei reflete o conceito
de acessibilidade da unidade de informação. Assim, devem-se desenvolver serviços
eficientes, de modo a possibilitar que as informações contidas nos documentos possam
chegar ao usuário em menor tempo possível;
5. A biblioteca é um organismo em crescimento: a biblioteca deve se adaptar as novas
necessidades dos usuários, assim como aos novos avanços tecnológicos. Como a
produção do conhecimento é um ato contínuo e dinâmico do ser humano, o
bibliotecário precisa acompanhar esse crescimento, desenvolvendo uma postura
dinâmica e criativa, pois novos assuntos surgem bem como novos usuários com
características diversas. O bibliotecário deve aproveitar as possibilidades oferecidas
pela tecnologia para melhoria de seus serviços e produtos.
Segundo Robredo, os serviços de informação formam o ciclo documentário que é
“considerado como um sistema ao qual se incorporam uma serie de elementos para serem
tratados e convertidos num produto, mais fácil de difundir ou de ser assimilado pelo usuário”.
Abaixo serão caracterizados alguns dos serviços (operações) que compõem o ciclo
documentário:
• O serviço de desenvolvimento de coleções de uma unidade de informação e
composto por duas etapas fundamentais de seleção e aquisição do acervo; seleção
constitui na analise e escolha, dentro de toda a produção intelectual, dos documentos
28
que se enquadram dentro da política elaborada pela biblioteca; aquisição é realização
das etapas administrativa como pedido de compra, intercâmbio, pagamento, controle
de chegada, etc.;
• O processamento técnico são procedimentos manuais e/ou automatizados,
como a indexação, catalogação e classificação, utilizados com o objetivo de realizar a
analise e descrição/representação do documento e de seu conteúdo;
• Disseminação seletiva da informação é um serviço que oferece informações
selecionadas correntes de acordo com o perfil de interesse do usuário, ele recebe essas
informações periodicamente (diariamente, semanalmente ou mensalmente);
• O serviço de referência é um serviço de atendimento as necessidades de
especificas de informação dos usuários. Segundo Grogan no serviço de referência o
bibliotecário deve “maximizar” os recursos da biblioteca, isto é, deve explora ao
máximo o acervo e as fontes de pesquisas das bibliotecas.
Os bibliotecários de uma Unidade de informação ao planejar, desenvolver e
oferecer um novo serviço de informação ou aprimorar os já existentes deverá conhecer a
fundo a instituição ou meio a qual faz parte, seus usuários e necessidades, pois é para atender
a essas demandas que a Unidade existe. Um dos instrumentos utilizados para conhecer os
usuários é o estudo-de-usuário.
29
3. ESTUDO DE CASO: o projeto da biblioteca na Casa Abrigo de Mulheres do Distrito
Federal
A Casa Abrigo de Mulheres do Distrito Federal foi implementada em 1997 apesar
da lei de criação de n° 434 ser de 1993. Foi regulamentada pelo Decreto-Lei n° 22.949/2002,
com fundamento no inciso II, do artigo 276 da Lei Orgânica do Distrito Federal que
determina o dever do Poder Público de criar mecanismos de prevenção e combate à violência
e é particularmente dirigida às mulheres e às minorias.
A instituição é regida pela lei citada acima e por um regulamento interno. A
estrutura organizacional não é bem definida, pois o organograma da casa ainda está em
processo de criação. A Casa Abrigo funciona junto ao Conselho dos Direitos da Mulher do
Distrito Federal, sendo financiada pela Secretaria de Ação Social do Distrito Federal que
assegura o pagamento do aluguel, a alimentação e as necessidades básicas (produtos de
higiene) das internas. A Escola das Nações, o Clube de Senhoras Americanas, o Instituto
Candango de Solidariedade e o SEBRAE, são parceiros da Casa.
É de conhecimento a existência de Casas Abrigo no Paraná, Pernambuco, Minas
Gerais, Goiânia (iniciando) e Mato Grosso do Sul que possui o estilo de casa padrão que,
constitui em um quarto suíte para cada mãe, mas que não está funcionando. Os coordenadores
das Casas participam do encontro nacional realizado anualmente e com representantes de
outros países. Em nenhuma dessa casas possui uma biblioteca semelhante a que será
implementada na Casa Abrigo do Distrito Federal.
O apoio a essas mulheres é dado por profissionais como: psicólogos, advogados,
ginecologistas, pediatras, orientadores sexuais, fisioterapeutas, professores de capacitação,
pedagogas e agentes sociais. A instituição não possui verba, sendo assim mantida por
doações.
Apesar das dificuldades enfrentadas, há o interesse em implementar uma
biblioteca, tendo, portanto, que contar com a colaboração de voluntários e colaboradores.
A biblioteca a ser criada na Casa Abrigo terá a missão de desenvolver o hábito de
leitura como meio de amenizar o sofrimento gerado pela violência, sendo assim, um
mecanismo de alcance social, quebra do ciclo e combate à violência. Os objetivos a serem
alcançados são os de disponibilizar informação que possa contribuir para o desenvolvimento
do hábito de leitura, ser mais um mecanismo de apoio na reestruturação das famílias,
30
possibilitar o início de uma inclusão social dos internos e servir de suporte para construção de
projetos de vida.
4. METODOLOGIA DA PESQUISA
Estudo exploratório sobre o tema “Implantação da Biblioteca Casa Abrigo de
Mulheres do Distrito Federal” baseado em revisão de literatura técnica e científica recente,
completado com uma análise descritiva dos dados obtidos. A fim de se obter os dados
necessários foi utilizada a seguinte metodologia:
• Entrevista as mulheres, crianças e profissionais mais próximos delas:
professores e psicopedagoga;
• Estudar o espaço físico adequado à implantação da biblioteca;
• Elencar os móveis e equipamentos necessários;
• Adquirir os móveis e equipamentos por compra, doações e permutas;
• Definir a disposição dos móveis e equipamentos no ambiente;
• Estudar e estabelecer a disposição do acervo e do ambiente de leitura;
• Desenhar a planta baixa da biblioteca;
• Discutir os critérios de seleção do acervo, com base no perfil das internas;
• Elaborar as diretrizes para o processo de seleção;
• Elaborar lista bibliográfica do acervo básico;
• Fazer cronograma de estratégias (campanhas) para aquisição do acervo;
• Realizar campanhas de aquisição do acervo (compra, doação e permuta);
• Fazer uma triagem prévia do material arrecadado, selecionando o material
que fará parte do acervo, de acordo com os critérios de seleção estabelecidos;
• Estabelecer as políticas de tratamento técnico do acervo, inclusive os
códigos a serem adotados;
• Tratar adequadamente os materiais;
• Dispor o acervo no ambiente;
• Desenvolver projetos culturais e de premiação dos usuários;
• Reunir-se com todos os envolvidos no projeto a fim de discutir o
regulamento da biblioteca;
• Aprimorar o projeto do regulamento;
• Apresentar o regulamento;
31
• Realizar cursos de treinamento;
• Testar por amostragem o uso da biblioteca;
• Fazer alterações nos pontos que ainda não estejam adequados ao uso;
• Convidar um profissional da área de Biblioteconomia para realizar a
palestra;
• Apresentar a idealização do projeto;
• Promover e divulgar a inauguração;
• Fazer estatísticas diárias de todas as atividades;
• Reunir-se com os profissionais;
• Realizar pesquisas de satisfação;
• Analisar os dados estatísticos e das pesquisas de satisfação dos usuários;
• Fazer visitas esporádicas às mulheres realibilitadas no ambiente externo.
32
5. METAS
5.1 Perfil do Usuário
Com a finalidade de conhecer o perfil do usuário foram aplicados questionários
(ver anexo) com uma amostra de 14 mulheres abrigadas pela Casa Abrigo do Distrito Federal
representando um universo de 18 mulheres e com os 10 funcionários permanentes da Casa,
excluindo os médicos e voluntários. Foram feitas perguntas relacionadas a faixa etária, nível
de instrução, hábito de leitura e de freqüentar uma biblioteca como também foi avaliada a
importância de uma biblioteca na Casa Abrigo. O questionário foi aplicado junto aos
funcionários também, pois eles representam usuários em potencial da biblioteca.
Os dados são analisados abaixo.
5.1.1 Resultados dos questionários aplicados junto às mulheres
5.1.1.1 Faixa Etária
Constatou-se que a idade das mulheres abrigadas na Casa Abrigo do Distrito
Federal está entre 20 e 30 anos. Deve-se levar em consideração que a Casa possui grande
rotatividade de mulheres, ou seja, há sempre mulheres entrando e saindo o que poderá variar a
faixa etária com maior representatividade.
Faixa Etária
2
7
4
1
Até 20 anos Entre 20 e 30 anos Entre 30 e 40 anos Acima de 40 anos
33
.1.1.2 Nível de Instrução
O nível de instrução é de basicamente 50% com o Ensino Fundamental
Incompleto, 28% com o Ensino Médio Incompleto, 14% com o Ensino Médio Completo e 7%
com o Ensino Fundamental Completo.
Nível de Instrução
7
1
4
2
EnsinoFundamentalIncompleto
EnsinoFundamental
Completo
Ensino MédioIncompleto
Ensino MédioCompleto
Ensino SuperiorIncompleto
Ensino SuperiorCompleto
5.1.1.3 Freqüência de Leitura
Constatou-se que mais de 90% das mulheres abrigadas possuem o hábito de ler
livros, variando apenas a freqüência com o que elas o fazem. Em uma amostra de 14
mulheres, 3 lêem livros diariamente, 5 lêem semanalmente, 4 lêem mensalmente, 1 lêem
anualmente e 1 nunca lê livros.
0 0
34
Frequência de Leitura de Livros
3
5
4
1 1
Diariamente Semanalmente Mensalmente Anualmente Nunca
5.1.1.4 Hábito e Freqüência que se vai a Biblioteca
Ao questionar se as mulheres abrigadas teriam o hábito de freqüentar bibliotecas,
qualquer uma que fosse, houve uma resposta positiva de 50%. Sendo assim, constatou-se que
apesar de mais de 90% das mulheres possuírem o hábito de ler com freqüência, apenas 50%
delas freqüentam uma biblioteca.
Hábito de ir à Biblioteca
7 7
Sim Não
Foi perguntado para aquelas que afirmaram ter o habito de ir a uma biblioteca,
com que freqüência faziam isso. Dentre as 7 mulheres que afirmaram ir à biblioteca, 4 o
fazem diariamente, o que pode ser justificado pelo fato de existirem mulheres que ainda estão
freqüentando uma escola. 2 afirmaram ir a uma biblioteca semanalmente e 1 mensalmente.
35
Frequência
4
2
1
Diariamente Semanalmente Mensalmente Anualmente
5.1.1.5 Assuntos de Maior Interesse
Após analisar o habito de leitura e a freqüência com que se vai a uma biblioteca,
procuramos conhecer os assuntos que as mulheres da Casa Abrigo do Distrito Federal teriam
mais interesse em encontrar na Biblioteca da Casa Abrigo. Como pode ser visto no gráfico
abaixo, o assunto culinária é o que desperta mais interesse, seguido pelo romance e história.
Logo depois estão os assuntos religião e artes, seguidos por atualidades, filosofia, ficção
cientifica e suspense. Por último, as mulheres apontaram à auto-ajuda.
Assuntos de Interesse
3
1
7
3 3
7
5 5
3
9
Atualidades Auto-Ajuda Romance Filosofia FicçãoCientifica
História Religião Artes Suspense Culinária Outros
0
36
5.1.1.6 Importância de um Serviço de Biblioteca na Casa Abrigo
Foi questionada, também, a importância de um serviço de biblioteca na Casa
Abrigo e todas as abrigadas apontaram como muito importante esse tipo de serviço.
Importância de uma Biblioteca na Casa Abrigo
0 0 0
14
Sem Importância Pouco Importante Importante Muito Importante
5.1.1.7 Uso da Biblioteca da Casa Abrigo
Depois de questionado a importância de uma biblioteca na Casa Abrigo,
perguntamos se caso existisse uma biblioteca se todas a utilizariam. Como na questão anterior
100% das entrevistadas afirmaram que utilizariam.
Se Existisse uma Biblioteca na Casa Abrigo:14
0
Usaria Não Usaria
37
5.1.2 Resultados dos questionários aplicados junto aos funcionários
5.1.2.1 Faixa Etária
Analisando as idades dos funcionários da casa abrigo, constatou-se que 40% dos
funcionários estão na faixa dos 20 e 30 anos, 40% na faixa dos 30 e 40 anos, 10% na faixa de
até 20 anos e 10% na faixa de acima dos 40 anos.
Faixa Etária
1
4 4
1
Até 20 anos Entre 20 e 30 anos Entre 30 e 40 anos Acima de 40 anos
5.1.2.2 Nível de Instrução
O nível de instrução é composto por 40% dos funcionários com Ensino Superior
Incompleto, 30% com Ensino Médio Completo, 20% com Ensino Superior Completo e 10%
com Ensino Médio Incompleto.
Nível de Instrução
0 0
1
3
4
2
Ensino FundamentalIncompleto
Ensino FundamentalCompleto
Ensino MédioIncompleto
Ensino MédioCompleto
Ensino SuperiorIncompleto
Ensino SuperiorCompleto
38
5.1.2.3 Freqüência de Leitura
Analisando os dados é possível ver que 90% dos funcionários entrevistados
possuem o hábito de ler sendo: 40% têm o hábito de ler semanalmente, 20% mensalmente,
20% anualmente e 10% diariamente.
Frequência de Leitura de Livros
1
4
2 2
1
Diariamente Semanalmente Mensalmente Anualmente Nunca
5.1.2.4 Hábito e Freqüência que se vai a Biblioteca
Foi perguntado aos funcionários da Casa Abrigo se os mesmos teriam o hábito de
freqüentar uma biblioteca e se caso a resposta fosse afirmativa, com que freqüência o faziam
50% dos entrevistados afirmaram freqüentar uma biblioteca, sendo que 40% o fazem
diariamente, 40% mensalmente e 20% semanalmente.
Hábito de ir à Biblioteca
5 5
Sim Não
39
Frequência
2
1
2
0
Diariamente Semanalmente Mensalmente Anualmente
5.1.2.5 Assuntos de Maior Interesse
Analisando os assuntos que os funcionários possuem maior interesse chegou-se a
conclusão que atualidades juntamente com romance, história e auto-ajuda são os assuntos de
maior interesse. Os outros receberam o mesmo número de votos.
Assuntos de Interesse
9
4
6
2 2
4
2 2 2 23
Atualidades Auto-Ajuda Romance Filosofia FicçãoCientifica
História Religião Artes Suspense Culinária Outros
40
5.1.2.6 Importância de um Serviço de Biblioteca na Casa Abrigo
Para mais de 90% dos funcionários da Casa Abrigo é muito importante ter uma
biblioteca que atenda as abrigadas e aos funcionários na Casa.
Importância de uma Biblioteca na Casa Abrigo
0 01
9
Sem Importância Pouco Importante Importante Muito Importante
5.1.2.7 Uso da Biblioteca da Casa Abrigo
Ao questionar se existisse uma biblioteca na Casa Abrigo e se os funcionários
utilizariam, mais 90% responderam que sim.
Se Existisse uma Biblioteca na Casa Abrigo:
9
1
Usaria Não Usaria
41
5.2 Seleção e Tratamento do Acervo
O acervo da Biblioteca foi adquirido através de doações e selecionado a partir dos
critérios de seleção anteriormente apontados. Os livros selecionados para compor o acervo
são em sua maioria de literatura brasileira juntamente com a literatura infanto-juvenil.
Todo o acervo foi catalogado, classificado, indexado e inserido no sistema. O
processo inicial foi feito manualmente em planilhas para catalogação, seguindo as normas do
AACR2 (Código Anglo-Americano de Catalogação) em nível 2. Após esse processo os livros
foram classificados seguindo de forma simplificada a CDU (Classificação Decimal
Universal) e utilizando cores como um auxiliar na localização do livro na estante.
Para classificar as obras que formam o acervo foi criada uma tabela com as
grandes áreas e suas respectivas cores. (ANEXO A).
A classificação foi estabelecida de uma forma mais simplificada para que os
usuários não tenham dificuldade em localizar um documento. Ficou estabelecido ainda que a
divisão entre o acervo infantil e infanto-juvenil será feita utilizando as letras em maiúscula I e
J respectivamente. Para as demais obras será utilizado apenas o número de classificação que
segue a CDU, e as três primeiras letras do sobrenome do autor (em maiúsculo) e as do título
(em minúsculo). Esta segue o seguinte esquema:
I (Identifica a obra como sendo infantil)
087.5 (Número de classificação)
LOB (Três primeiras letras do sobrenome do autor)
nar (Três primeiras letras do título da obra)
Como método de recuperação da informação, os livros foram indexados de forma
simplificada, não necessitando de uma indexação exaustiva para não dificultar a pesquisa por
parte dos usuários.
As planilhas foram inseridas no sistema de gerenciamento de bibliotecas Arches
Lib, o qual foi doado pela empresa Wa-Corbi para a automação da biblioteca.
5.2.1 Política de Seleção
A biblioteca da Casa abrigo do Distrito Federal visa fornecer a seus abrigados um
meio de diversão e aprimoramento do conhecimento através da leitura.
42
Os usuários dessa biblioteca são divididos em diferentes níveis: vai desde crianças
começando a alfabetização, passando por crianças e jovens em idade escolar e chegando aos
adultos que possuem diversos graus de instrução.
Sendo assim, os principais usuários da biblioteca são mulheres que sofreram
algum tipo de agressão física e/ou moral e que, geralmente possuem um baixo grau de
instrução juntamente com seus filhos que são crianças em idade escolar.
Com isso, a biblioteca tem como prioridade selecionar livros de fácil leitura, com
assuntos interessantes que não visem um vasto conhecimento prévio. É importante, também,
manter um bom acervo de livros infantis e infanto-juvenis não esquecendo os livros didáticos
que servirão de apoio às crianças que estão estudando.
É interessante que a biblioteca possua enciclopédias, dicionários, audio books e
photo books que possam enriquecer o conhecimento de seus usuários.
Concluindo assim, que a seleção do acervo da biblioteca da Casa Abrigo não
necessita de grandes restrições. Deve-se apenas evitar livros em outros idiomas (salvo os
livros didáticos em inglês destinados as crianças em idade escolar) e os livros com assuntos
muito complicados.
5.3 Planejamento do Espaço Físico
Após conhecer a estrutura física da Casa, estudar o espaço físico adequado à
implantação da biblioteca e reunir-se com os responsáveis pela Casa a fim de discutir e definir
o local para a biblioteca, foi concluído que a Casa Abrigo conta com problemas em relação à
disponibilidade de um espaço para a sua criação. São eles:
• O local inicialmente proposto pela coordenadora da Casa para implementação da
biblioteca não era adequado, devido à inacessibilidade (localizava-se no sótão da
casa e seria necessário subir uma escada íngreme para acessá-lo); ao espaço ser
pequeno, impróprio para disposição do acervo e para a criação de ambientes ideais
de leitura; e também pelo local ser uma continuação do escritório da coordenadora,
fato este que poderia comprometer a realização de atividades mais dinâmicas;
• A Casa Abrigo não possui um endereço fixo devido as constantes mudanças. Isso
ocorre por conta dos casos de perseguições por parte dos parceiros denunciados
43
pelas abrigadas e, também, por elas sofrerem, constantemente, ameaças. Por esse
motivo, a instituição chegou a mudar de endereço 3 vezes no ano de 2004.
Sendo assim, o projeto para a implementação da biblioteca foi elaborado
procurando sanar essas dificuldades. O local para abrigar a biblioteca deveria ser ao mesmo
tempo espaçoso, acessível e, principalmente, ser de fácil mobilidade e que pudesse
acompanhar as constantes mudanças de endereço da Casa Abrigo. Pensando nisso, o local
onde será a Biblioteca é um contêiner adaptado às necessidades de uma biblioteca e essa
solução foi definida baseada no modelo ônibus-biblioteca da Itapemirim. O contêiner foi
doado pela Empremon e está em fase de adaptação (ver planta baixa do contêiner adaptado à
biblioteca – ANEXO B).
5.4 Recursos
A biblioteca não pode ser uma instituição isolada, ilhada em si mesma. No
contexto da sociedade atual, seus serviços não devem estar restritos ao seu acervo. Para
atender à necessidade de informação da comunidade, a biblioteca deve utilizar os mais
variados recursos.
Para alcançar esse objetivo, serão necessários recursos para a implementação da
Biblioteca Casa Abrigo. Além do próprio grupo, contaremos com:
• Parcerias com empresas, livrarias, editoras entre outros que vão contribuir de
alguma forma, como por exemplo, na composição do acervo e na doação ou
compra de móveis e equipamentos necessários para a biblioteca;
• Voluntários, pessoas da comunidade (que incluem as próprias abrigadas e
funcionários da Casa), órgãos governamentais, entre outros que irão contribuir
de alguma forma, como por exemplo, para trabalhar na biblioteca e para
realizar campanhas de aquisição do acervo;
• Um profissional bibliotecário convidado para realizar uma palestra para
esclarecimentos sobre a missão, objetivos e papel da biblioteca na Casa
Abrigo;
• Professora Walda que irá dar cursos de treinamento para funcionários que
trabalharão na biblioteca;
44
• Voluntários de Biblioteconomia para preparar tecnicamente (tratamento,
catalogação, indexação) o acervo e disponibilizá-lo na biblioteca;
• Colaboradores e funcionários da Casa para participar dos projetos culturais;
• Meios de comunicação para promover e divulgar a inauguração da biblioteca;
• Mulheres e crianças da Casa Abrigo, como usuários da biblioteca, e
profissionais que trabalham na casa. Eles serão utilizados para avaliar os
serviços, funcionamento, uso e resultados da biblioteca quanto aos objetivos
traçados.
Recursos tecnológicos e materiais são imprescindíveis para a implementação,
principalmente para o tratamento técnico do acervo, para obter um ambiente funcional,
adequado e agradável na biblioteca, para os cursos de treinamento e etc. Isso supõe um
investimento em equipamentos melhores e contaremos com:
• Móveis;
• Computadores para uso dos usuários para acesso à Internet e pesquisa
bibliográfica;
• Computador e o Software Arches Lib para o tratamento técnico do acervo;
• Impressora e cartuchos de tinta;
• Etiquetas;
• Papel;
• Material didático para os cursos;
• Meios de transporte para realizar visitas esporádicas às mulheres reabilitadas
no ambiente externo.
5.5 Definição dos Serviços
A biblioteca da Casa Abrigo será uma instituição social com a função precípua de
democratização do acesso a informação para todos que estão na Casa Abrigo, seja os
abrigados (mulheres e filhos) ou funcionários. Assim, sendo um suporte para inclusão social,
informacional e digital e com o intuito de desenvolver o hábito de leitura, a biblioteca
oferecerá os seguintes serviços:
45
• Serviço de circulação e referência: o serviço de circulação consiste no
serviço de empréstimo, reserva e devolução dos materiais disponíveis na biblioteca;
já o serviço de referência destina-se a dar apoio no uso e exploração dos recursos de
informação existentes biblioteca.
• Auxilio a estante: auxilio ao usuário para localização do material solicitado
na estante;
• Catálogo on-line e acesso a internet: serão disponibilizados terminais de
pesquisa com acesso ao catalogo da biblioteca, assim como acesso a internet para
inclusão digital dos usuários;
• Roda literária: será realizada semanalmente leituras orientada de textos
clássicos da literatura, com o objetivo de integração e enriquecimento cultural das
mulheres abrigadas;
• A hora do conto: momento de integração das mães com os filhos com o
objetivo de despertar nas crianças sua capacidade de imaginação e criatividade
através do lúdico;
• Caixa do livro: o serviço caixa do livro consiste em uma caixa-estante
composta com alguns livros do acervo da biblioteca que saíra da Casa Abrigo
quinzenalmente para visitar as abrigas que já retornaram as suas respectivas casas,
assim garantindo a elas a continuidade do acesso à leitura;
• Palestras mensais: palestras sobre temas como saúde, educação, cultura,
política e religião de acordo com os interesses das abrigadas;
• Cursos de capacitação: os cursos terão o intuito de capacitar as mulheres
abrigadas para o mercado de trabalho, serão oferecidos cursos como o de auxiliar de
biblioteca, culinária entre outros.
5.6 Regulamento da Biblioteca
5.6.1 Introdução
A Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal cumpre sua missão ao atender a
comunidade abrigada em suas necessidades de formação e informação, estimulando,
incentivando, e dando a acesso a informação. Presta serviços a:
• Mulheres abrigadas;
46
• Filhos das mulheres abrigadas;
• Funcionários da Casa.
5.6.2 Inscrição
A inscrição é automática, simultânea a inscrição realizada no momento de entrada
da abrigada e seus filhos.
5.6.2.1 Antigos Usuários
Podem usar o sistema de empréstimo. Deverão apresentar à Biblioteca
comprovante de residência. Não poderão, senão por meio de autorização da diretoria da
Instituição, freqüentar a biblioteca, por motivos de sigilo de endereço. Sendo possível o
empréstimo e devolução do material desejado, por meio de correio ou outro meio de
comunicação. A Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal encaminha as abrigadas e seus
filhos, para bibliotecas públicas próximas aos locais de suas residências, devido à dificuldade
de acesso a Casa Abrigo.
5.6.2.2 Usuários externos
A Biblioteca não atende usuários externos.
5.6.2.3 Condições de cancelamento de inscrição
• Abrigada (incluindo seus filhos): Saída da Instituição, sem que seja
solicitada a permanência da inscrição na biblioteca, mediante copia de comprovante
de residência;
• Funcionário: desligamento da instituição.
5.6.3 Empréstimo
Só será efetuado quando o usuário não tiver pendências com a Biblioteca.
• Materiais disponíveis para empréstimo: livros, vídeos, CDs;
• Materiais disponíveis somente para consulta: dicionários, enciclopédias,
periódicos, catálogos e folhetos, que deverão ser consultados na Biblioteca ou Sala de
47
Leitura. Caso seja necessário tirar cópias, devem ser devolvidos logo após a copia. O
não cumprimento desta determinação implicará em 3 (três) dias de suspensão.
5.6.3.3 Condições de Empréstimo:
Tipo de usuário Tipo de Material Quantidade Prazo (Dias)
Todos os usuários
Circulante
Livro 2 10
Vídeo 1 2
CD - Música 2 10
DVD 1 2
Referência (só para reprodução)
Livro 2 1
Vídeo 1 1
CD 2 1
Catálogo e Folhetos 2 1
Periódico 2 1
5.6.3.4 Atraso na devolução de materiais emprestados
Para as internas, não haverá o pagamento de multa. Como as mesmas residem no
local onde está a biblioteca, sempre que houver atraso é fácil estabelecer contato. Para a
continuidade do uso da biblioteca, será necessário ocorrer a devolução da obra em pendência.
A suspensão continuará sem o direito ao uso do serviço de empréstimo até que essa situação
seja regularizada. Sempre que alguma interna for deixar a Casa Abrigo, a Secretaria deverá
consultar o sistema de empréstimo da Biblioteca para verificar se existe algum material
emprestado e promover a devolução do mesmo.
48
5.6.3.5 Renovação de Empréstimo
Só será efetuada se não houver reserva por parte de outro usuário. Para oficializá-
la, basta trazer o material a ser renovado e apresentá-lo no balcão de atendimento. Quem tiver
pendências com a Biblioteca não poderá fazer renovação até que tenha sua situação
regularizada.
5.6.3.6 Reserva de materiais
Será efetuada apenas se o material não estiver disponível. Para isso, basta procurar
pessoalmente o Balcão de Atendimento, fornecendo número de matrícula e demais
informações (título e autor). O usuário deve procurar acompanhar diariamente sua solicitação.
O material, ao retornar do empréstimo, permanecerá reservado apenas pelo prazo de dois dias
úteis. Após este período, fica automaticamente cancelado o pedido reserva.
5.6.4 Devolução
A devolução é realizada no Balcão de Atendimento e só será oficializada após seu
registro no sistema e emissão do recibo. Até então, o usuário é responsável pela guarda do
material emprestado. Observe o prazo de devolução, evitando multa diária e pendências. É
necessário que o usuário guarde o comprovante de devolução para apresentá-lo, caso seja
cobrada alguma pendência.
5.6.5 Responsabilidade do usuário
• Zelar pelo material emprestado, não rasurar ou danificar os materiais da
biblioteca, estando o mesmo sujeito a suspensão;
• Devolver todo material emprestado em virtude de afastamento por tempo
prolongado;
• A Biblioteca não se responsabilizará pelo extravio de qualquer objeto
particular;
49
• Ao efetuar busca nas estantes, não recoloque o material nas mesmas. Deixe
tudo que foi consultado sobre as mesas;
• É expressamente proibido ao usuário nas dependências da Biblioteca e Sala
de Leitura:
1. Falar alto;
2. Fumar (lei n. 2845 de 20/05/1981);
3. Alimentar-se no recinto da biblioteca.
• A reprodução de documentos fica condicionada à Lei dos Direitos Autorais
(Lei nº. 9.610/1998);
5.6.7 Espaço para estudo
Poderá ser usado o espaço da biblioteca (interno ou externo) reservado para estudo
individual e leitura.
5.6.8 Sugestões
Podem ser feitas através de caixa colocada no Balcão de Atendimento. As
sugestões, críticas e elogios serão sempre uma nova estratégia a ser aplicada em busca do
aprimoramento da prestação de serviços.
5.6.9 Sala de Leitura
Espaço destinado a trabalhos em grupo e estudo coletivo. No caso da biblioteca
criada no Container, esse espaço poderá ser externo, dotado de mesas para leitura.
5.6.10 Quadro de avisos
Afixado na Biblioteca. Os usuários devem observar as instruções gerais, avisos,
listagens de reservas, cancelamentos de espera. Servirá para divulgação de palestras, cursos,
eventos culturais e orientações na área da saúde.
50
5.7 Escolha dos Profissionais
A biblioteca da Casa Abrigo necessitará de alguns profissionais para garantir o seu
pleno funcionamento, esses profissionais serão responsáveis por todas as atividades realizadas
na biblioteca, tais como atendimento ao usuário, processamento técnico do material e a
realização de algumas atividades que serão oferecidas na biblioteca como A hora do conto e
Roda literária.
Abaixo são apresentados os profissionais previstos e suas responsabilidades:
• Auxiliar de biblioteca: responsável pelo funcionamento diário da biblioteca
e atendimento ao usuário; as internas da Casa Abrigo receberão da Biblioteca da Casa
Abrigo em parceria com o Governo do Distrito Federal o curso de auxiliar de
biblioteca, a interna que mais se destacar será escolhida para ser a auxiliar
responsável pelo funcionamento da biblioteca;
• Estagiário de biblioteconomia: responsável pelo tratamento técnico do
material a ser incluído no acervo da biblioteca;
• Bibliotecário voluntário: será responsável pela seleção do material a ser
incluído no acervo, pela supervisão e monitoramento da Biblioteca e pela elaboração
do cronograma dos cursos e o convite aos palestrantes, juntamente com a direção da
Casa Abrigo, que serão oferecidos pela biblioteca.
5.8 Acompanhamento, Controle e Avaliação
A biblioteca como centro prestador de serviço, tem por finalidade atender as
necessidades informacionais de seus usuários. Para alcançar a satisfação de seus clientes faz-
se necessário o acompanhamento, controle e avaliação dos serviços prestados.
Os serviços prestados pela biblioteca, devem ser acompanhados e controlados no
que tange a relevância, o grau de utilização do serviço por parte do usuário, a relação custo
beneficio para instituição e o grau de satisfação do usuário com os serviços que lhes são
disponibilizados.
A referência como sendo o serviço de maior relevância de uma biblioteca, será
responsável pelos estudos e observações necessárias para que se conheça a utilidade e a
51
satisfação que cada serviço proporciona. Sendo este um estudo interessante por permitir não
só a implantação de novos serviços, como também a exclusão de serviços obsoletos.
Para avaliar, acompanhar e controlar os serviços de biblioteca deve-se seguir
alguns passos:
Levantamento: destinado a verificar através de observação, aplicação de
questionário, entrevista; a idéia real dos usuários com relação aos serviços postos em questão
durante a coleta de informações. As anotações recolhidas durante a coleta de informação são
utilizadas para, identificar problemas, ressaltar as qualidades, buscando o aprimoramento dos
serviços.
A vantagem se dá ao fato de não ser necessário, quando no caso da observação, a presença do
usuário para responder questões, facilitando o processo de analise, já que o mesmo nem
sempre está apto, seja por motivos de tempo ou disposição, para responder um questionário.
Entrevista: uma entrevista estrutura, bem elaborada, permite ao entrevistador sanar
dúvidas relacionadas ao funcionamento da biblioteca, sem perder o foco, tendo em vista que a
entrevista estruturada pressupõe um roteiro dos caminhos pelo qual a entrevista deve
enveredar. Na entrevista o sigilo do entrevistado deve ser mantido para que não haja nenhum
receio por parte do mesmo em responder as questões que lhes são feitas. O entrevistador deve
estar atento as suas expressões faciais, ao tom de voz e aos gestos. Deve ainda estabelecer um
limite para as respostas não deixando que o entrevistado, tome a função de entrevistador.
A vantagem desse método está no fato de se poder avaliar diretamente o usuário, sendo de
valia as expressões que o mesmo transmite, o tom de voz, por esses motivos a entrevista deve
ser realizada por profissionais treinados capazes de captar e utilizar essas sutilezas para o
benefício da pesquisa.
A desvantagem está no tempo que esse tipo de pesquisa despende e em termos financeiros o
custo é elevado. Sendo esse um método que envolve a disponibilidade e a boa vontade do
usuário em auxiliar a pesquisa. O que se deve ressaltar é a importância da interação do usuário
e da biblioteca.
Questionário: método utilizado para atingir um grande número de usuários. O
questionário deve ser bem estruturado e estar de acordo com a realidade da população a qual
será destinado. Ao elaborar um questionário deve-se observar o grau de instrução dos
usuários, adequando o vocabulário com a finalidade de dirimir ao máximo possíveis
ambigüidades nas questões. Esse método permite a estruturação em duas formas: aberto ou
fechado. O questionário aberto possibilita ao respondente livre resposta. O questionário
52
fechado delimita o campo de resposta, possibilitando maior facilidade na análise dos dados
coletas, situando os respondentes em grupos previamente estabelecidos. O questionário deve
ser testado antes, com uma amostra da população a ser pesquisada, para que se faça os
devidos reparos. Este método deve ser elaborado de forma que as questões levantadas estejam
ligadas, possibilitando interação das respostas, facilitando a análise dos dados, buscando
maior veracidade.
A vantagem desse método está no fato de ser facilmente aplicado, é economicamente mais
viável, requer tempo menor do que outros métodos, como por exemplo, a observação ou
entrevista.
A desvantagem está na honestidade das respostas obtidas. O respondente pode omitir a
verdade, ter duvida com relação à questão levantada, respondendo erroneamente o que lhe foi
pedido.
Comparação de estatísticas: a utilização de estatística em uma instituição como
uma biblioteca, permite a comparação dos serviços em diferentes épocas. Os serviços de
empréstimo, pesquisa e consulta, são exemplos em que esse método tem um desempenho
eficaz. A estatística permite ainda a comparação entre instituições semelhantes. Possibilitando
a troca de experiências, transformando os dados estatísticos em melhorias para a instituição.
Os dados são coletados diariamente, como exemplo, ao se realizar um empréstimo o sistema,
quando a biblioteca for automatizada, lança essa operação que será armazenada, para gerar
relatórios, quando solicitado, ou relatórios periódicos, que podem ser mensalmente,
bimestralmente, anualmente, ou de acordo com as necessidades de cada instituição.
Esse tipo de método permite verificar, quais assuntos são mais emprestados, consultados ou
pesquisados, dando base para elaboração da lista de desiderata, por exemplo.
A vantagem desse método é a utilização de recursos próprios da biblioteca, sendo a coleta
estatística uma rotina da biblioteca, uma vez que serve como controle de empréstimo, do
número de pesquisas realizadas, dentre outros.
A Biblioteca Casa Abrigo do Distrito Federal, sendo uma biblioteca de pequeno
porte, utilizará os métodos de questionário e de comparação de estatísticas, em primeiro
momento, não estando descartados outros métodos quando se fizer necessário. Entende se
como fator de fundamental importância, o retorno que o usuário tem a oferecer para a
melhoria da biblioteca, com relação aos serviços prestados. Como instituição informacional, a
biblioteca deve se manter atualizada, assim como deve atualizar constantemente seus serviços,
53
a fim de oferecer o melhor serviço para seus usuários, já que a função primordial de uma
biblioteca é atender as necessidades de seus usuários.
6. RESULTADOS ALCANÇADOS
O projeto ainda está em fase de implementação e encontra-se na fase de tratamento
do material selecionado. Adaptação do contêiner esta sendo realizada pela empresa
Empremon.
A total implementação da biblioteca na Casa Abrigo pretende ser feita até o final
do ano de 2007 a fim de às mulheres que ali estejam abrigadas já possam usufruir todo o
beneficio que uma biblioteca propicia.
7. CONCLUSÃO
Com a implementação da biblioteca na Casa Abrigo de Mulheres do Distrito
Federal, pretendeu-se despertar o interesse pela leitura e acesso à informação e, através disto,
disponibilizar um mecanismo de apoio às mulheres e crianças ali abrigadas servindo como um
suporte de inclusão social, informacional e digital.
Além disto, o projeto representa oferecer o entretenimento para redução do tempo
ocioso, a identificação de potencialidades e desenvolvimento da capacidade de realizar
escolhas, a compreensão do ciclo da violência a fim de mudar os valores culturais,
comportamentais e os papéis sociais, criar um espaço lúdico para as crianças, despertar o
interesse pela leitura, integrar as mulheres e as crianças no momento da leitura além de
disponibilizar informações que possam contribuir para prevenção de doenças e para uma
melhor qualidade de vida.
.
A experiência na Casa Abrigo do Distrito Federal conta com a colaboração das
seguintes instituições:
1. Secretaria de Cultura do Distrito Federal;
2. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia;
3. Empremon;
4. Desktop Informática Ltda;
5. Secretaria de Estado da Ação Social do Distrito Federal;
54
6. Casa Abrigo de Mulheres do Distrito Federal;
7. Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade
de Brasília.
8. IMPACTO NA FORMAÇÃO DOS FUTUROS BIBLIOTECÁRIOS
PARTICIPANTES DO PROJETO E SUGESTÕES.
A experiência oferecida pela vivência do projeto permitiu ao grupo responsável
sentir, vivamente, a responsabilidade social da profissão. O bibliotecário valendo-se das tantas
experiências que o campo da leitura, uso da informação, biblioterapia, inclusive, permitem,
tem plenas condições de atuar nas mais diversificadas áreas sociais, não apenas atendendo a
demandas que lhe chegam às bibliotecas mas desenvolvendo ações pró-ativas em favor da
verdadeira inclusão social das comunidades.
As sugestões que o grupo responsável pelo projeto deixa é de que outros alunos
possam dar prosseguimento ao mesmo, criando outros projetos semelhantes.
55
BIBLIOGRAFIA
1. ANTUNES, Walda de Andrade. Biblioteca escolar: curso de atualização pra
professores: manual. São Paulo: Global, 2002.
2. ANTUNES, Walda de Andrade; CAVALCANTE, Gildete; ANTUNES, Márcia.
Manual da biblioteca: curso de capacitação para dinamização e usa da biblioteca
pública. São Paulo: Global, 2003.
3. ARRIGUCCI JÚNIOR, Davi. Leitura: entre o fascínio e o pensamento. Disponível
em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_13_p019-024_c.pdf>. Acesso em:
15 nov. 2006.
4. AUN, M. P. A informação e seu papel contemporâneo na construção de cidadania. In:
XIX Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 2000, Porto Alegre.
Anais do XIX Congresso Brasileiro De Biblioteconomia e Documentação: Informação
para a cidadania. Porto Alegre: PUC/RS, 2000. Disponível em: <
http://dici.ibict.br/archive/00000782/> Acesso em: 21 nov. 2006.
5. CALDERON, Helena. Inclusão social. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DEL
CLAD SOBRE LA REFORMA DEL ESTADO Y DE LA ADMINISTRACIÓN
PÚBLICA, 8., 2003, Panamá. Anais eletrônicos... Panamá: CLAD, 2003. Disponível
em: < http://www.clad.org.ve/fulltext/0047349.pdf > Acesso em 10 out. 2006.
6. CARDOSO, Irede. O direito da mulher na nova constituição. São Paulo; Global, 1986.
7. CARVALHO, Kátia de. O profissional da informação: o humano multifacetado.
Datagramazero Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, out. 2002.
Disponível em: <http://www.dgz.org.br/out02/F_I_art.htm> Acesso em: 21 nov. 2006.
8. DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1976. 337 p.
56
9. ESCRIBA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA. Manual Para
Planejamento de Bibliotecas. Taboão da Serra, Escriba, 1984.
10. FOSKETT, Douglas John. Serviço de informação em bibliotecas. São Paulo:
Polígono, 1969.
11. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São
Paulo: Cortez, 1985. 12. ed.
12. FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL E JUVENIL (FNLIJ);
COMISSÃO BRASILEIRA DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS E ESCOLARES
(FEBAB). Manual do bibliotecário. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 1988.
13. GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília, DF: Briquet de
Lemos/Livros, 1995. 196p
14. KRIEGL, Maria de Lourdes de Souza. Leitura, um desafio sempre atual. Rev. PEC,
Curitiba, v.2, n.1, p.1-12, jul. 2001-jul. 2002. Disponível em: <http://www.Bom
jesus.br/publicacoes/pdf/revista_PEC/leitura_umdesafiosempreatual.pdf >Acesso em
15 out. 2006.
15. LANCASTER, F. W. Avaliação de serviços de bibliotecas. Tradução de Antonio
Agenor Briquet de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos, 1996. 356 p.
16. MACIEL, Alba Costa. Planejamento de bibliotecas: o diagnóstico. Niterói: UFF,
Departamento de Comunicação, 1987. 75 p.
17. PEREIRA, Maysa Barreto Ornelas. Biblioteca na educação infantil: Que espaço é
esse?(a). Brasília, 2002. 188 f.
18. PRADO, Heloísa de Almeida. Organização e administração de bibliotecas. 2. ed. São
Paulo: T A Queiroz, 1992. 209 p.
57
19. RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memória. Aacr2: Anglo-american cataloguing
rules, 2nd edition: descrição e pontos de acesso. 2. ed. Brasília: Edição Do Autor,
2001.
20. ROBREDO, Jaime. Documentação de hoje e de amanhã: uma abordagem revisitada e
contemporânea ciência da informação e de suas aplicações biblioteconômicas,
documentárias, arquivísticas e museológicas. 4. ed. Brasília: J. Robredo, 2005. 400 p.
21. ROCHA, M. P. C.. A questão cidadania na sociedade da informação. Ciência da
Informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 40-45, 2000. Disponível em: <
http://www.ibict.br/cionline/viewarticle.php?id=300> Acesso em: 21 nov. 2006.
22. SCHLEYER, J.R. Estudos de usuários: Introdução e problemática e a metodologia. In:
ESTUDOS avançados em biblioteconomia e ciência da Informação, Brasília, ABDF,
v. 1, p. 49-71, 1982.
23. SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura na escola e na biblioteca. Campinas: Papirus,
1986. 113 p.
24. SOUZA, Francisco Chages de. Biblioteconomia no Brasil: profissão e educação.
Florianópolis, UFSC, Associação Catarinense de Bibliotecários, 1997.
25. VALENTIM, Marta Ligia Pomim (Org.). Atuação profissional na área de informação.
São Paulo: Polis, 2004. 191p.
26. VERGUEIRO, Waldomiro. Seleção de materiais de informação: Princípios e técnicas.
Brasília: Briquet De Lemos, 1995. 110 p.
61
ANEXO C - Regimento Interno da Casa Abrigo –DF
NORMAS DE CONVIVÊNCIA – REGULAMENTO INTERNO
1. O tempo de permanência da abrigada na Casa Abrigo, com ou sem filho, será de três
(03) meses. Qualquer alteração neste prazo será avaliada pela coordenação da Casa.
2. O cuidado e a assistência diária aos filhos de cada abrigada são de inteira
responsabilidade desta (alimentação, higiene, vestuário, uniformes escolares). Cada abrigada
assinará um termo de responsabilidade se comprometendo a cuidar da segurança e bem-estar
dos seus filhos, inclusive quanto à piscina, varanda, lugares altos e tomadas (prevenção de
acidentes domésticos).
3. A Casa não se responsabiliza pelas perdas ou danos a objetos de valor da abrigada,
sendo que é ofertado, no momento da admissão na Casa, o uso do cofre, com entrega de
recibo, para guarda de dinheiro, objetos de valor e telefones celulares.
4. As quantias em dinheiro, porventura guardadas no cofre, serão depositadas na conta
bancária da abrigada, assim que fornecido o número à coordenação da Casa (as abrigadas que
não possuírem contas serão encaminhadas ao banco para abertura de conta)
5. Por questões de segurança, o uso dos telefones fixos só será permitido com
autorização, por escrito, expedida pela coordenação da Casa. Caso o número a ser chamado
possua identificador de chamadas ou se for para celular, a abrigada será levada ao Conselho
dos Direitos da Mulher, para que a ligação possa ser realizada.
6. É proibido o uso de telefones celulares dentro da Casa, como forma de se resguardar
o sigilo e a segurança, tanto das outras abrigadas quanto dos funcionários (ver item 14). Os
celulares serão recolhidos no momento da admissão e resguardados no cofre, mediante recibo,
e serão entregues à proprietária quando ela for desligada da Casa.
7. A abrigada se compromete a tratar todas as colegas e funcionárias da Casa com a
devida cortesia e respeito.
8. A abrigada se compromete a zelar pelo bom estado de conservação dos móveis,
armários embutidos, eletrodomésticos e pelo espaço físico cujo uso lhes for oferecido na
Casa.
9. A abrigada deverá participar das escalas de limpeza e organização do espaço
utilizado, salvo nos casos em que estiver impossibilitada por motivo de doença ou quando
tiver que se ausentar da Casa para assuntos pessoais.
62
10. Em qualquer situação em que a abrigada necessite sair da Casa (para idas ao médico,
ao Conselho, ao Fórum etc.), será acompanhada por um (a) agente social, para que sua
segurança externa seja protegida.
11. A abrigada deverá respeitar o cronograma de horários e atividades desenvolvidas na
Casa durante a semana (horários das refeições, do banho, dos atendimentos de psicologia
(individual e em grupo), fisioterapia, ginecologia, pediatria, educação física, educação sexual,
shantala, aulas de reforço, etc.). Cada mãe deverá ficar atenta também para os horários dos
seus filhos.
12. Caso a criança apresente qualquer sinal de problemas de saúde, a mãe deverá
procurar a agente social de plantão imediatamente, para que a criança possa ser encaminhada
ao médico.
13. Semanalmente, é realizada uma reunião geral com as abrigadas, para que sejam
definidas as escalas de limpeza e outras rotinas da Casa.
14. O endereço da Casa Abrigo é absolutamente sigiloso, não podendo ser revelado a
pessoas estranhas em nenhuma hipótese, conforme garante a lei de criação da Casa Abrigo.
63
ANEXO D - Lei nº 434 de 19 de abril de 1993
LEI Nº 434 DE 19 DE ABRIL DE 1993
Autoriza o Poder Executivo a criar abrigos para mulheres vítimas de
violência.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A
SEGUINTE LEI:
Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar abrigos para mulheres vítimas
de violência.
Art. 2º - Os abrigos terão como finalidade abrigar mulheres vítimas de violência,
bem como seus filhos e outros dependentes.
Art. 3º - Incumbe ao Poder Executivo dotar os abrigos da infra-estrutura necessária
ao seu funcionamento.
Art. 4º - O Poder Executivo apresentará à Câmara Legislativa do Distrito Federal o
Plano de implantação dos abrigos de que trata o artigo 1º, no prazo de 90 (noventa) dias, a
partir da publicação desta Lei.
Art. 5º - As despesas decorrentes desta lei correrão à conta de recursos
orçamentários do Distrito Federal.
Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário.
Publicado no DODF de 20 de abril de 1993
64
ANEXO E - Decreto nº 22.949 de 08 de maio de 2002
DECRETO Nº 22.949, DE 08 DE MAIO DE 2002.
Regulamenta a Lei nº 434, de 19 de abril de 1993, que "autoriza o
Poder Executivo a criar abrigos para mulheres vítimas de violência".
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe
confere o artigo 100, inciso VII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, decreta:
Art. 1º Fica criada no Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal, a
Casa Abrigo do Distrito Federal, que tem por finalidade abrigar mulheres e suas dependentes
vítimas de violência.
Art. 2º Compete às Delegacias de Polícia do Distrito Federal encaminhar as
vítimas à Casa Abrigo, onde poderão permanecer pelo prazo máximo de noventa dias, salvo
por motivo justificado ou por determinação judicial.
§ 1º Competirá à autoridade policial atestar a necessidade de prorrogação do
prazo de internamento.
§ 2º A idade máxima de dependentes abrigados é de doze anos.
Art. 3º Compete ao Centro de Assistência Judiciária do Distrito Federal -
CEAJUR, representar judicialmente as mulheres vítimas de agressão e seus dependentes.
Art. 4º A Secretaria de Estado de Saúde prestará atendimento médico-
hospitalar aos internados, no próprio abrigo ou na rede hospitalar, mantendo na Casa Abrigo,
permanentemente, profissionais qualificados às necessidades.
Art. 5º A Secretaria de Estado de Ação Social fica responsável pelo
fornecimento dos materiais de consumo e pela lotação de agentes sociais em quantidade
suficiente para atender à demanda da Casa Abrigo.
Art. 6º A Secretaria de Estado de Ação Social pagará à abrigada um auxílio
social no valor de um salário, durante os três meses subseqüentes ao desligamento.
Parágrafo Único. O Auxílio Social destina-se ao pagamento de despesas de
moradia, alimentação e outras da ex-abrigada, e será suspenso caso esta venha reconciliar-se
com o marido ou companheiro.
65
Art. 7º O pagamento da primeira parcela do auxílio social será efetuado no ato
do desligamento da abrigada. As subseqüentes ficam a cargo do Centro de Desenvolvimento
Social – CDS da localidade em que vier a residir a ex-abrigada.
Art. 8º A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal fica responsável
pela segurança da Casa Abrigo.
Art. 9º A Secretaria de Estado de Educação promoverá a transferência dos
alunos dependentes da vítima de agressão física para a escola onde estiver abrigada a mulher.
Parágrafo Único. Os alunos que se encontrarem na condição mencionada neste
artigo terão acompanhamento pedagógico e psicológico, se necessário, prestados pela
Secretaria de Estado de Educação.
Art. 10 A mulher vítima de agressão física, praticada pelo marido ou
companheiro, terá prioridade na participação dos programas sociais e educacionais do
Governo do Distrito Federal.
Parágrafo Único. Para habilitação nos programas mencionados neste artigo, a
mulher apresentará ao órgão competente documento expedido pela Casa Abrigo, solicitando a
preferência.
Art. 11 O Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal fica responsável
pela execução do programa Casa Abrigo, inclusive pela indicação e treinamento dos
profissionais que prestarão serviços na instituição, através da Secretaria de Estado de
Trabalho e Direitos Humanos.
Art. 12 As despesas com manutenção e conservação de bens é da
responsabilidade da Secretaria de Estado de Trabalho e Direitos Humanos.
Art. 13 As Secretarias de Estado envolvidas no programa Casa Abrigo do
Distrito Federal proverão as dotações orçamentárias necessárias ao pleno desenvolvimento do
programa.
Art. 14 Caberá ao Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal
elaborar o regimento interno da Casa Abrigo do Distrito Federal, no prazo de trinta dias da
publicação deste decreto.
Art. 15 Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16 Revogam-se as disposições em contrário.
JOAQUIM DOMINGOS RORIZ
Governador
Publicado em: 09/05/2002 DODF Nº 87.
66
ANEXO F – ACORDO DE COOPERAÇÃO
ACORDO DE COOPERAÇÃO E INTERCÂMBIO QUE ENTRE SI CELEBRAM A FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA ATRAVÉS DO CID-DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO, A SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL POR INTERMÉDIO DA CASA ABRIGO DE MULHERES DO DISTRITO FEDERAL, A SECRETARIA DE CULTURA DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, O INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA, A EMPREMON, A DESKTOP INFORMÁTICA LTDA, PARA OS FINS QUE ESPECIFICA.
Processo nº ......................................................... A FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, instituição federal de ensino superior, fundação pública criada pela Lei nº. 3.998 de 15/12/61 e instituída pelo Decreto nº. 500 de 15/01/1962, inscrita no CNPJ sob o nº. 00.038.174/0001-43, sediada no Campus Universitário , Timothy Martin Mulholland, domiciliado à SQN 205; Bl. E, aptº 505, Brasília-DF, portador da Carteira de Identidade n. 190.749.1, SSP, DF e CPF nº. 150.829.971/49, no uso das atribuições conferidas pelo Decreto Presidencial de 01/11/2005, publicado no DOU de 03/10/2005 com a competência constante dos respectivos Estatutos , a SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL, doravante denominada SECRETARIA, instituição integrante do Governo do Distrito Federal, inscrita no CNPJ sob o nº ............................................, sediada no .................................................... Brasília/DF, neste ato representada por seu ......................................... , ........................... .............................................., brasileiro, .............................., ........................................., Residente e domiciliado à ........................................................................., portador da Carteira de Identidade nº .................................., órgão expedidor .................................... e CPF nº .............................................., a SECRETARIA DE CULTURA, doravante denominada CULTURA, instituição integrante do Governo do Distrito Federal, inscrita no CNPJ sob o nº ............................................, sediada no ............................................... Brasília/DF, neste ato representada por seu ....................................................................., brasileiro, .............................., .........................................,residente e domiciliado à ..................................... ......................................................., portador da Carteira de Identidade nº .................................., órgão expedidor .................................... e CPF nº .............................................., o INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA, doravante denominada IBICT, instituição integrante do Governo Federal, inscrita no CNPJ sob o nº ............................................, sediada no .................................................... Brasília/DF, neste ato representada por seu diretor................................................................................., brasileiro, casado, residente e domiciliado à ........................................................................., portador da Carteira de
67
Identidade nº. .................................., órgão expedidor .................................... e CPF nº .............................................., a EMPREMON, doravante denominada EMPREMON empresa, inscrita no CNPJ sob o nº. ............................................, sediada no .................................................... Brasília/DF, neste ato representada por seu diretor ................................................ brasileiro, .............................., ........................................., residente e domiciliado à ........................................................................., portador da Carteira de Identidade nº .................................., órgão expedidor .................................... e CPF nº. ............................................., a DESKTOP INFORMÁTICA LTDA, doravante denominada DESKTOP. empresa, inscrita no CNPJ sob o nº. ............................................, sediada no .................................................... Brasília/DF, neste ato representada por seu ......................................... , ........................... .............................................., brasileiro, .............................., ........................................., Residente e domiciliado à ........................................................................., portador da Carteira de Identidade nº. .................................., órgão expedidor .................................... e CPF nº .............................................., resolvem firmar o presente ACORDO DE COOPERAÇÃO E INTERCÂMBIO, de acordo com as cláusulas que seguem. CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO Os partícipes se comprometem a envidar todos os esforços visando a implementação do projeto para criação da Biblioteca da Casa Abrigo de Mulheres – Brasília/DF. CLÁUSULA SEGUNDA – DO PROJETO As finalidades previstas na Cláusula Primeira serão cumpridas mediante projeto que integra este Acordo, acrescido da adesão de partícipes especiais para a consecução dos objetivos propostos. CLÁUSULA TERCEIRA – DOS RELATÓRIOS DE ATIVIDADES As atividades decorrentes deste Acordo serão acompanhadas e justificadas por meio de Relatórios, na periodicidade conveniente, elaborados pelo Coordenador responsável vinculado ao CID – Departamento de Ciência da Informação e Documentação, executor do presente Acordo. CLÁUSULA QUARTA – DO CONTROLE E ACOMPANHAMENTO Cada um dos partícipes indicará um preposto que, em conjunto com os demais, acompanhará as ações desenvolvidas. CLÁUSULA QUINTA – DA DIVULGAÇÃO Qualquer ação promocional deste Acordo poderá ocorrer mediante as condições expressas no presente Acordo. CLÁUSULA SEXTA – DOS COMPROMISSOS DOS PARTÍCIPES. Os partícipes se comprometem a:
1. A FUB, por intermédio do CID: a) Coordenar o desenvolvimento do projeto já elaborado por alunos da disciplina
“Planejamento de Sistemas de Informação” – 2005/01. b) Acompanhar o desenvolvimento do projeto promovendo a articulação entre os
partícipes, visando ao cumprimento do cronograma estabelecido.
68
c) Promover o treinamento específico de funcionários da Casa Abrigo, responsável pelo funcionamento da biblioteca.
d) Apoiar a participação de alunos dos cursos de biblioteconomia e outros da Universidade que apresentem interface com o projeto.
e) Disponibilizar a biblioteca da Casa Abrigo como local de estágio supervisionado 1 e 2 para alunos do Curso de Biblioteconomia/UnB.
f) Elaborar e disponibilizar relatórios periódicos de acompanhamento
2. Secretaria de Estado da Ação Social do Distrito Federal por intermédio da Casa Abrigo de Mulheres:
a) Facilitar a criação e implantação da biblioteca da Casa Abrigo de Mulheres, Crianças
e Adolescentes, conforme o projeto proposto (Anexo 01) que passa a fazer parte do presente Acordo.
b) Participar de ações a serem desenvolvidas como ações facilitadoras da implementação do Projeto.
c) Designar responsável pela biblioteca da Casa Abrigo, para receber o treinamento específico, para que o mesmo assuma a dinamização da biblioteca criada, sob a supervisão técnica do CID/UnB.
d) Zelar pela biblioteca fazendo cumprir o Regulamento criado que estabelece sua missão, funções e funcionamento.
e) Encaminhar para a biblioteca as publicações de sua responsabilidade.
3. Secretaria de Cultura do Distrito Federal por intermédio da Diretoria de Bibliotecas: a) Vincular a biblioteca da Casa Abrigo ao Sistema de Bibliotecas do Distrito
Federal. b) Contribuir para a formação e desenvolvimento do acervo da referida biblioteca c) Contemplar a biblioteca criada com o Programa de Inclusão Digital da Secretaria. d) Participar do acompanhamento e avaliação do Projeto Biblioteca da Casa Abrigo de
Mulheres.
4. Do IBICT a) Identificar a Biblioteca como unidade de aplicação de novas tecnologias da
informação e comunicação, facilitando a inclusão de mulheres e crianças recebidas na Casa Abrigo.
b) Participar do acompanhamento e avaliação do Projeto Biblioteca da Casa Abrigo de Mulheres.
c) Encaminhar para a biblioteca as publicações de sua responsabilidade.
5. Da EMPREMON a) Participar do desenvolvimento do Projeto cedendo “ container” de aço, adaptado para
a instalação da biblioteca da Casa Abrigo de Mulheres, suprindo assim a deficiência de espaço existente na Casa.
b) Executar as adaptações físicas do “container” segundo especificações técnicas oferecidas pelo CID e complementadas pela empresa.
69
c) Fazer a manutenção do “Container” e suas instalações – Biblioteca da Casa Abrigo de Mulheres.
6. Da DESKTOP INFORMÁTICA LTDA. a) Doar o Arches Lib – software para o gerenciamento de bibliotecas para
proceder a informatização da biblioteca da Casa Abrigo de Mulheres. b) Orientar a instalação do Arches Lib supervisionando o uso do mesmo pelos alunos envolvidos na formação da base de dados. c) Ministrar treinamento aos responsáveis pela biblioteca, para uso do Arches Lib. d) Oferecer manutenção ao sistema Arches Lib, instalado na biblioteca.
CLÁUSULA SÉTIMA − Da Vigência
O presente Acordo terá vigência de 02 (dois) anos a partir da data de assinatura. CLÁUSULA OITAVA − Dos Casos Omissos
Para os casos omissos não previstos neste Acordo, serão consultadas as partes, por escrito, e resolvidos conforme disposto na legislação aplicável.
CLÁUSULA NONA − Da Rescisão e Das Alterações
O presente Acordo poderá ser alterado, exceto quanto ao seu objeto, por meio de Termos Aditivos, bem como rescindido de comum acordo entre as partes, a qualquer tempo, mediante notificação, por escrito, desde que a parte rescindente comunique sua decisão às outras, por escrito, com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias. CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA − Da Assinatura
E, por estarem assim justos e pactuados, assinam o presente Acordo os representantes das Instituições envolvidas no processo.
Brasília/DF, de de 2006
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL A SECRETARIA DE CULTURA DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
70
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA, EMPREMON DESKTOP INFORMÁTICA LTDA. TESTEMUNHAS: 1._____________________________ 2.__________________________ Nome: Nome: CI CI: 3. ____________________________ 4. _________________________ Nome: Nome: CI CI 5. ____________________________ 6. _________________________ Nome: Nome: CI CI