Impunidade foi a senha para mais uma tragédia da Vale em Minas · 2019. 1. 31. · do centroavante...

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Edição 1025 | 30 de janeiro de 2019

Impunidade foi a senha para mais uma tragédia da Vale em Minas

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Cícero Firmino (Martinha)Presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Osmar César Fernandes Presidente em exercício do Sindicato dos

Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Se há uma unanimidade em torno do rompimento de bar-ragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, é que se trata de mais uma tragédia humana e ambiental anunciada, três anos e dois meses depois do desastre provocado pela Samarco, sub-sidiária da Vale em associação com a BHP Billiton, em Mariana, quando 19 pessoas perderam a vida e toda uma região cortada pelos 870 km do Rio Doce foi di-zimada ambientalmente e não se recuperou mais.

Desde então, a Vale voltou a apresentar lucro vigoroso, se consolidou como segunda maior mineradora no mundo, mas não investiu na segurança e na modernização do descarte de rejeitos, que continuam sen-do represados com o ultrapas-sado sistema de barragens.

Tudo igual como era feito em novembro de 2015. E sem a punição dos responsáveis pelo crime em Mariana. Pode-se di-zer que a população foi a única punida, até hoje sem a prometi-da casa e sem o ganha pão com a degradação da natureza.

Vale foi criada por Getúlio Vargas

A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) foi fundada em 1º de janeiro de 1942 pelo então pre-sidente Getúlio Vargas. Lucrati-va, a empresa se manteve como estatal até 6 de maio de 1997, quando foi privatizada no go-verno Fernando Henrique Car-doso (PSDB) pela bagatela de pouco mais de R$ 3,3 bilhões.

A justificativa esfarrapada para a desestatização era de que, sob o controle da iniciativa privada, a empresa expandiria seus negócios e seria mais efi-ciente com investimentos em novas tecnologias. As duas tra-gédias ocorridas em Minas Ge-rais no curto período de pouco

Impunidade foi a senha para mais uma tragédia da Vale em Minas

mais de três anos desmentem essa premissa.

Reunidos após a tragédia da Vale em Brumadinho, represen-tantes dos sindicatos dos tra-balhadores no setor de minério denunciaram que, privatizada, a Vale não investiu na segurança e na modernização das instala-ções, privilegiando o lucro e a redução de custos para aumen-tar sua competitividade no mer-cado internacional. Não é por acaso que a Vale responde, hoje, por mais de 70% do minério de ferro exportado pelo Brasil, prin-cipalmente, para a China.

ONU alertou o Brasil sobre desrespeito aos trabalhadores

“Esse desastre exige que seja assumida responsabilida-de pelo que deveria ser inves-tigado como um crime. O Brasil deveria ter implementado me-didas para prevenir colapsos de barragens mortais e catastrófi-cas após o desastre da Samarco de 2015 em Mariana”, disse à BBC Brasil Baskut Tuncak, rela-tor especial das Nações Unidas para Direitos Humanos e Subs-

tâncias Tóxicas. Ele afirmou que a ONU alertou o Brasil reitera-das vezes sobre o desrespeito aos “direitos humanos dos tra-balhadores e moradores da co-munidade local”.

Não se pode acostumar com o inaceitável

Assim como em 2015, no ca-lor dos acontecimentos e sob forte comoção, o que não falta são ideias como projeto para tornar crimes ambientais com morte como hediondos; convo-cação de uma CPI da Mineração no Congresso Nacional; mu-danças na legislação e na fisca-lização de barragens etc. Nesta terça, houve até prisão de cin-co supostos responsáveis pelo laudo que dizia que a barragem

em Brumadinho era segura.No entanto, para por fim às

tragédias anunciadas, é preci-so que toda a sociedade não se acostume com o inaceitá-vel. Que se indigne. Que cobre as autoridades até que casos como os de Brumadinho e Ma-riana não se repitam mais.

A responsabilização da Vale e de todos os culpados pelos dois crimes seria um bom co-meço. Não se pode admitir que a Samarco até hoje não tenha indenizado adequadamente os trabalhadores e moradores da comunidade afetada em Maria-na. E que ninguém tenha sido punido pelo crime.

A impunidade é a senha para a próxima tragédia anun-ciada.

Sindicalize-seA equipe de sindicalização

do Sindicato estará nas se-guintes empresas na semana que vem:

Dia 4/2 Lincoln Electric

Dia 5/2 Tanesfil

Dia 6/2 GPM

Dia 7/2 Bellis

Dia 8/2 Pichinin

Não fique só. Fique sócio!

Estarão abertas no período de 4 a 8 de fevereiro, das 8h às 17h30, na sede em Santo André, as inscrições para o sorteio de reservas da Colônia de Férias para o Carnaval. Terão direito às ins-crições os associados metalúrgicos aposentados e metalúrgicos ativos da nossa base,

Data do sorteio: 10 de fevereiroPeríodo em sorteio: 2 a 5 de marçoOs contemplados terão do dia 11 a 14 de fevereiro para efetu-

arem as reservas. Após essa data, as vagas remanescentes serão passadas para os inscritos na lista de espera.

Na última sexta-feira, dia 25, os trabalhadores da Hydro foram surpreendidos com o comunicado da empresa de que a segunda parcela da PLR-2018 não será paga no dia 31 de janeiro, contrariando o pre-visto no acordo aprovado em assembleia realizada no dia 8 de agosto de 2018. A empre-sa alega que ainda não fechou os números nas unidades de

Utinga e Tubarão (SC) e que só depois do levantamento des-ses dados o EBITDA será audi-tado na matriz, na Noruega. A Hydro informou que a segunda parcela será paga em feverei-ro, ainda sem data definida. Os trabalhadores estão indignados com o desrespeito da empresa que não cumpre nem o acordo que assinou. “Os companheiros já contavam com o dinheiro da

PLR para bancar os gastos ex-tras que têm no início do ano”, critica o diretor Galo.

Com a PLR-2018 ainda pen-dente de apuração, a empresa já abriu as inscrições para for-mar a comissão de negociação da PLR-2019. Os interessados têm até o dia 5 de fevereiro para se inscrever. Se tiver mais de quatro candidatos, haverá eleição.

Holerite zerado. Para pio-rar, quando os companhei-ros foram conferir o holerite de janeiro, cujo pagamento será feito nesta quinta, dia 31, encontraram tudo zera-do. A empresa diz que mu-dou o sistema em dezembro e por isso teve problema, mas que vai entregar o ho-lerite impresso para todos os trabalhadores.

| Hydro Extrusion |Empresa descumpre acordo e adia pagamento da 2ª parcela da PLR

| Maxion |Eleição da comissão da PLR é nesta 4ª

Os trabalhadores da Maxion vão eleger nesta quarta-feira, dia 30, a comissão de nego-ciação da PLR-2019. A votação terá início às 5h e se encerrará às 15h30 para cobrir os três tur-nos. O local é o de sempre na pintura 1. Estão inscritos sete companheiros, e os três mais votados vão participar das ne-

gociações junto com o Sindica-to. O diretor Manoel do Cavaco destaca a importância de se eleger uma comissão atuante, consciente das responsabilida-des, pois o objetivo é buscar um acordo que contemple os anseios dos trabalhadores, com metas realistas que possam ser cumpridas.

| Magneti Marelli |Funcionários da limpeza precisam de melhores condições

A Seris, empresa contratada pela Magneti Marelli para cui-dar da limpeza nos vestiários, tenta empurrar a seus funcio-nários e funcionárias a respon-sabilidade pelas péssimas con-dições de higiene e limpeza nos banheiros. Diante de inúmeras reclamações dos trabalhadores desde que a Seris foi contrata-da, o Sindicato vem cobrando dessa prestadora de serviços que aumente o número de fun-cionários, para não sobrecarre-gá-los, e deem a eles condições de trabalho adequadas, informa o diretor Lulinha. Não se pode admitir que líderes pressionem os funcionários quando é a em-presa que não oferece condi-ções minimamente aceitáveis. Também é frequente a falta de

| Formigari |Reunião discute pauta nesta quinta

Em resposta à pauta proto-colada pelo Sindicato, a For-migari agendou uma reunião para esta quinta, dia 31, às 15h, para tratar de reclamações dos trabalhadores sobre a for-ma como alguns chefes estão agindo. Serão discutidos tam-bém plano de cargos e salá-

rios e condições de trabalho. O diretor Geovane informa que, após a reunião, o Sindicato vai convocar uma assembleia para passar os resultados aos traba-lhadores. É importante que os companheiros continuem mo-bilizados para que a pauta seja atendida.

itens essenciais como papel hi-giênico e papel toalha.

Já a Marelli está falhando na manutenção dos vestiários. Os problemas decorrentes da fal-ta de manutenção é visível em toda parte, como chuveiros, pias, torneiras, vasos sanitários.

O Sindicato também pede a colaboração dos trabalhadores para não agravar mais ainda os problemas nos vestiários. Se cada um fizer a sua parte, todos saem ganhando.

| Carnaval |Inscrições para sorteio de reservas da Colônia de Férias

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Órgão oficial do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e MauáPresidente licenciado: Cícero Firmino (Martinha) Presidente em exercício: Osmar Cesar Fernandes Jornalista responsável: Marina Takiishi MTb 13.404 Editoração Eletrônica: Neusa Taeko

| Esporte |

Confira jogos da 4ª rodada do Paulistão

Santos vence clássico e lidera grupo A

São Paulo é dominado no clássico

Após estrear no Paulista com um empate, o Palmei-ras venceu duas

partidas seguidas. Neste do-mingo, dia 27, bateu o São Ca-etano por 2 a 0, no Anacleto Campanella, e mantém a lide-rança do grupo B. Com apenas dois empates, o time do ABC é o lanterna do grupo A.

O Corinthians con-quistou sua primeira vitória no Paulista, no sábado, dia 26, ao

vencer a Ponte Preta por 1 a 0. Com quatro pontos, o Timão é o segundo do grupo C, atrás do Bragantino que tem um ponto a mais. O time anunciou a volta do centroavante Vagner Love.

Único time com 100% de aproveita-mento no Paulista, Santos venceu o

São Paulo por 2 a 0 neste do-mingo, dia 27, o primeiro clás-

sico do campeonato. Entre os grandes times, o Peixe é o que menos investiu no elenco e tem no seu técnico, o argenti-no Jorge Sampaoli, a principal estrela.

Na terceira roda-da do Paulista, o São Paulo caiu diante do San-tos, mas continua

na liderança do grupo D com

seis pontos. No clássico de do-mingo, o Tricolor foi domina-do pelo Peixe durante todo o jogo, sem mostrar reação. O próximo adversário é o Guara-ni, na quinta.

Palmeiras vence lanterna São Caetano

Timão vence mas é vice-líder de grupo

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X

Qua 30/1 - Arena Corinthians 19h15

COR RBB

Qua 30/1 - Moisés Lucarelli 19h15

PON MIR

Qua 30/1 - Arena Barueri 21h

OES PAL

Qui 31/1 - Jorge Ismael de Biasi 17h

NOV BOT

Qui 31/1 - Walter Ribeiro 18h45

SBN SCA

Qui 31/1 - Nabi Abi Chedid 19h15

BRA SAN

Qui 31/1 - Pacaembu 21h

SAO GUA

Qui 31/1 - Fonte Luminosa 21h

FER ITU

O pente-fino dos benefícios do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) vai voltar mais abrangente e com prazo curtís-simo para suspensão do paga-mento. É o que prevê a medida provisória 871/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 18 de janeiro. Como se trata de MP, o efeito é imediato e o Congresso Nacional precisa votar a medida no prazo de 120 dias e convertê-la em lei. A pre-visão do governo é atingir cerca de 5,5 milhões de benefícios e R$ 9,8 bilhões deixariam de ser pagos neste ano.

No governo Temer, o pente--fino visou casos pontuais de aposentadorias por invalidez e auxílios-doença. Agora, o novo governo quer averiguar todos os casos em que constatar indí-cios de irregularidade ou fraude, cruzando, para tanto, todos os cadastros oficiais. A MP não é suficientemente clara sobre o que seriam esses indícios.

Segundo especialistas, por exemplo, os laudos de tempo especial por atividade insalubre podem ficar sujeitos à reava-liação. Outro caso é o dos apo-sentados por invalidez em que o cruzamento de dados detecte emprego formal ou prestação de serviços como autônomos. Os aposentados por invalidez com idades entre 55 e 59 anos e que recebem o benefício há mais de 15 anos agora estão su-jeitos à convocação.

Documentação original. Como a MP é muito abrangen-te, os beneficiários do INSS po-dem ser chamados para revisão a qualquer momento por dife-rentes motivos, por isso, a orien-tação é que guardem cuidado-samente toda documentação apresentada no ato do pedido de benefício, incluindo carteira profissional ou carnês pagos,

perícias, laudos e exames médi-cos etc.

Para manter o benefício por incapacidade, ao ser convocado para uma nova perícia, o bene-ficiário precisará ter em mãos laudo médico descrevendo o problema de saúde e exame médico com o diagnóstico da doença. O laudo do médico deverá ser legível, sem rasuras, conter nome do paciente, o CID da doença, estar assinado e ca-rimbado e detalhar tratamento e sintomas. A documentação médica (laudo e exames) deve ser recente.

Prazos mínimos. O beneficiá-rio que for convocado pelo INSS por suspeita de fraude terá um prazo de apenas dez dias para se defender. Se não houver a defesa, o benefício será suspen-so. Também haverá suspensão se o INSS considerar a defesa improcedente ou insuficiente.

Outro ponto polêmico é que o INSS vai suspender o paga-mento do benefício se não con-seguir localizar o segurado para fazer a notificação. Antes, o be-nefício só era suspenso depois de esgotar todos os meios para convocar o beneficiário, inclusi-ve publicação em Diário Oficial da União.

O INSS deverá notificar o be-neficiário sobre suspensão do benefício, dando 30 dias para o recurso. Passado esse prazo, se não houver apresentação de re-curso, o benefício será cessado.

Abrangência. A MP é tão abrangente que, além do pen-te-fino dos benefícios por in-capacidade, traz mudanças em pensão por morte, auxílio-reclu-são, aposentadoria dos traba-lhadores rurais e BPC (Benefício de Prestação Continuada) que garante um auxílio de um salá-rio mínimo a idosos carentes e pessoas com deficiência.

Pente-fino de Bolsonaro amplia benefícios atingidos