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INCIDÊNCIA DE FRATURAS, EXCETO DE CRÂNIO, NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO, SP (BRASIL) NOS ANOS DE 1969 1970 I DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO A CAUSA EXTERNA, TEMPO E LUGAR DE OCORRÊNCIA Camilo André Mércio Xavier * José da Rocha Carvalheiro ** RSPUB9/431 XAVIER, C. A. M. & CARVALHEIRO, J. da R. Incidência de fraturas, exceto de crânio, no município de Ribeirão Preto, SP (Brasil) nos anos de 1969-1970. I. Distribuição segundo a causa externa, tempo e lugar de ocorrência. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:432-42, 1978. RESUMO: Descreve-se a incidência de fraturas, exceto de crânio, na popu- lação residente no município de Ribeirão Preto, SP, Brasil, nos anos 1969 e 1970. Observaram-se, nesses anos, 2.635 e 2.709 fraturas, respectivamente, correspondendo a coeficientes de 13,50 e 12,72 por 1.000 habitantes. As quedas representaram a causa externa mais freqüente, com 41,6% em 1969 e 51,0% em 1970. O ambiente familiar (residência e peri-domicílio) é o local de ocor- rência da maioria das fraturas. O período vespertino é aquele em que se dá a maioria dos acidentes que, embora tenham uma leve tendência de concentrar-se ao redor do domingo, não parecem exibir um padrão uniforme em função da época do ano. UNITERMOS: Fraturas. Acidentes, Ribeirão Preto, SP, Brasil. * Departamento de Cirurgia, Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP — 14100 Ribeirão Preto, SP — Brasil. ** Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina, de Ribeirão Preto da USP — 14100 Ribeirão Preto, SP — Brasil. INTRODUÇÃO O aumento relativo da importância dos acidentes como causas de morte tem sido extensamente divulgado. Especialmente os jovens do sexo masculino pagam pesado tributo a esse crescente incremento (Puffer e Griffith 5 , 1967). O impacto social causado pode ser ava- liado pelo fato de estar sendo atingida fundamentalmente a força de trabalho real ou potencial das comunidades. Deixando de lado a mortalidade, persiste ainda a importância dos acidentes como causadores de incapacidades, invalidez per- manente e mutilações. É indicado por Urquijo 6 (1971) atribuir-se diretamente aos acidentes 16,7% de todas as afecções agu- das, 12,5% dos dias de trabalho e/ou escola perdidos e 10,0% dos dias de cama por motivo de doença.

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INCIDÊNCIA DE FRATURAS, EXCETO DE CRÂNIO, NOMUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO, SP (BRASIL) NOS ANOS

DE 1969 — 1970

I — DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO A CAUSA EXTERNA, TEMPO E LUGAR DE OCORRÊNCIA

Camilo André Mércio Xavier *José da Rocha Carvalheiro **

RSPUB9/431

XAVIER, C. A. M. & CARVALHEIRO, J. da R. Incidência de fraturas, exceto de crânio,no município de Ribeirão Preto, SP (Brasil) nos anos de 1969-1970. I.Distribuição segundo a causa externa, tempo e lugar de ocorrência. Rev.Saúde públ., S. Paulo, 12:432-42, 1978.

RESUMO: Descreve-se a incidência de fraturas, exceto de crânio, na popu-lação residente no município de Ribeirão Preto, SP, Brasil, nos anos 1969 e1970. Observaram-se, nesses anos, 2.635 e 2.709 fraturas, respectivamente,correspondendo a coeficientes de 13,50 e 12,72 por 1.000 habitantes. As quedasrepresentaram a causa externa mais freqüente, com 41,6% em 1969 e 51,0%em 1970. O ambiente familiar (residência e peri-domicílio) é o local de ocor-rência da maioria das fraturas. O período vespertino é aquele em que se dáa maioria dos acidentes que, embora tenham uma leve tendência de concentrar-seao redor do domingo, não parecem exibir um padrão uniforme em função daépoca do ano.

UNITERMOS: Fraturas. Acidentes, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

* Departamento de Cirurgia, Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto da USP — 14100 — Ribeirão Preto, SP — Brasil.

** Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina, de Ribeirão Preto da USP —14100 — Ribeirão Preto, SP — Brasil.

I N T R O D U Ç Ã O

O aumento relativo da importância dosacidentes como causas de morte tem sidoextensamente divulgado. Especialmente osjovens do sexo masculino pagam pesadotributo a esse crescente incremento (Puffere Gr i f f i t h 5 , 1967).

O impacto social causado pode ser ava-liado pelo fato de estar sendo atingidafundamentalmente a força de trabalho realou potencial das comunidades.

Deixando de lado a mortalidade, persisteainda a importância dos acidentes comocausadores de incapacidades, invalidez per-manente e mutilações. É indicado porUrqu i jo 6 (1971) atribuir-se diretamente aosacidentes 16,7% de todas as afecções agu-das, 12,5% dos dias de trabalho e/ouescola perdidos e 10,0% dos dias de camapor motivo de doença.

Se considerarmos todos os tipos de aci-dente, incluindo os domésticos, verificare-mos que a parte conhecida oficialmentepelos serviços de epidemiologia correspondeapenas a uma pequena fração do total.Estamos em presença de um verdadeiro"iceberg", do qual a mortalidade representao topo da parte visível. Os "pequeñosacidentes", como curiosamente são chama-dos os acidentes domésticos, contribuemcomo fontes importantes na produção deincapacitados, uma vez que são até maisfreqüentes que os "de trânsito" e "dotrabalho".

Há um tipo especial de acidente que rara-mente deixa de conduzir o paciente que osofre a ingressar no sistema instituciona-lizado de saúde. Referimo-nos aquelesacidentes provocadores de lesões tão gra-ves que, de imediato, a pessoa traumatizadatem que ser conduzida a uma instituiçãomédica hospitalar. Entre estes, além da-queles causadores de traumatismos crânio-encefálicos, sobressaem pela sua freqüênciaos que acometem o aparelho locomotor,incluindo membros superiores e inferiorese o esqueleto axial.

Focalizando nossa atenção sobre essetipo de acidente procuramos, empregandometodologia epidemiológica, estudar a inci-dência de fraturas, exceto as de crânio,no município de Ribeirão Preto, São Paulo,nos anos de 1969 e 1970.

Numa etapa inicial, contida no presentetrabalho, procuraremos descrever as carac-terísticas dos acidentes causadores de fra-turas quanto à sua causa externa e distri-buição no tempo e no espaço. Para tantoanalisaremos a distribuição dos acidentessegundo o local de ocorrência, o mês, diada semana e horário do evento.

Pelas repercussões que acarretam, osacidentes constituiem-se em grave problemade saúde pública, especialmente em umpaís como o Brasil considerado um dosrecordistas em acidentes, tanto de trânsitocomo do trabalho. Com um estudo destanatureza pretendemos contribuir para a

discussão dos modos de prevenção dosacidentes, em todos os seus níveis. Especial-mente levando em conta os resultados dosintensos debates travados por ocasião derecente simpósio sobre trauma, realizado noRio de Janeiro sob os auspícios do ColégioBrasileiro de Cirurgiões. Com a finalidadede planejar a aplicação de medidas pre-ventivas foi criada a "Comissão Nacionalde Trauma" que, em conjunto com o Minis-tério da Saúde e a Sociedade Brasileira deOrtopedia e Traumatologia, tentará acionarcampanha educativa de âmbito nacional.

MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia empregada na colheita dedados para o presente trabalho foi descritaem publicações anteriores Xavier8 ,9 (1970,1973), nas quais são analisados alguns dosresultados referentes ao ano de 1969.

Visando a manter um registro central doscasos de fratura (exceto de crânio), duasfichas especiais foram confeccionadas. Aprimeira, chamada ficha médica, continhaas informações clínicas obtidas pelo médicoatendente e a segunda, ficha de entrevistadomiciliar, era utilizada pela entrevistadora,que acompanhou a pesquisa em nível domi-ciliar.

A ficha médica continha: nome do hos-pital, data da ocorrência; nome, sexo, cor,estado civil, nacionalidade, idade e profis-são do fraturado; endereço; local de tra-balho; descrição do acidente; diagnóstico edescrição das lesões.

A ficha de entrevista domiciliar continha:data; nome do hospital; identificação,profissão, instrução e endereço do fratu-rado; características do acidente (data, diada semana, horário, local); antecedentespessoais do fraturado (lado lesado, domi-nância de mão, alcoolismo, luxação, fratura,déficit motor, visão, doença); história edescrição do acidente e do local em queocorreu.

Após codificação, as informações foramtransferidas para a folha de dados e aseguir para cartões perfurados IBM 029.A cada caso de fratura correspondia umcartão. Conforme a correlação desejadaforam esses cartões classificados em dife-rentes ordens através de uma classificadoraIBM-082. A listagem subsequente erarealizada pelo computador. Na primeirafase do trabalho foi utilizado o computadorIBM 1130 do Centro de Processamento deDados da Escola de Engenharia de SãoCarlos. Na análise apresentada no pre-sente trabalho pudemos contar com osrecursos existentes no setor de computaçãodo Departamento de Medicina Social daFaculdade de Medicina de Ribeirão Pretoque inclui uma calculadora programável HP9810, leitora de cartões IBM, traçador degráficos e unidade de f i ta cassete.

Como procedimento analítico formolou-sea hipótese de distribuição uniforme dosacidentes segundo o mês, dia, hora e localde ocorrência. As distribuições observadasforam cotejadas com as esperadas sob ahipótese de uniformidade. No caso daanálise da distribuição dos acidentes segun-do o local de ocorrência produziram-segráficos nos quais ao valor esperado, sobhipótese de uniformidade, é atribuído ovalor índice 100. Desta forma, as fre-qüências observadas, indicadas como per-centagem do valor esperado, permitem umavisualização imediata do fenômeno em es-tudo. Haverá concentração de acidentesnaqueles locais em que a freqüência rela-tiva supera a linha correspondente aovalor 100.

Na análise da distribuição dos acidentessegundo a faixa horária consideraram-se4 períodos de 6 horas cada um, definidosa partir da meia-noite: madrugada, manhã,tarde e noite. Para uma melhor apreciaçãoda distribuição construiram-se gráficospercentuais para a distribuição geral e parao fracionamento segundo o local de ocor-rência.

O confronto das distribuições observadascom as esperadas foi feito utilizando o testede qui quadrado, sendo indicada a proba-bilidade de ser casual o valor obtido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados encontram-se nas Tabelas1, 2, 3, 4, 5.

Verifica-se que o número de fraturassofreu pequena elevação, de 2.635 em 1969para 2.709 em 1970, que não chega a com-pensar o aumento da população. Assim,os coeficientes de incidência foram 13,58por 1.000 para 1969 e 12,72 para 1970.

A distribuição do tipo de acidente quantoà causa externa é sensivelmente a mesmaem ambos os anos (Tabela 1). Predomi-nam as quedas, responsáveis por 41,6% dasfraturas em 1969 e por 51,0% em 1970.De um ano para o outro houve aumento

, dos acidentes por queda no mesmo nível.Os dados obtidos por Buhr e Cooke2

(1959), Bauer1 (1960), Wong7 (1966)estão de acordo com os nossos, ao verif icarserem as quedas, nos diversos núcleospopulacionais estudados, a causa externamais vezes responsável pelo surgimento defraturas.

Quanto ao local de ocorrência do acidente(Tabela 2) verifica-se um padrão pratica-mente idêntico em ambos os anos. A ruaf igura sempre como o local onde ocorrea maior parte dos acidentes (acima de umquarto, em ambos os anos). Se conside-rarmos o conjunto residência e peri-domi-cílio como um mesmo local, esta passa, emambos os anos, a ocupar o primeiro posto(sempre com cerca de um terço dos aci-dentes). Essa predominância foi tambémbem observada por Mcqueen4 (1960) eKnowelden e col.3 (1964), uma possívelexplicação para o fato seria a de que nesseslocais as pessoas passam a maior parte dotempo. A observação da importância dessefator leva-nos a sugerir tentar diminuir orisco de quedas dentro das casas e nassuas cercanias, pela eliminação dos obstá-culos que se antepõem à marcha.

Os acidentes no t rabalho vêm logo aseguir, com uma proporção de acidentesque supera os ocorridos individualmente naresidência e no peridomicíl io. No nossolevantamento, constatamos que as f ra tu rascausadas por acidentes industriais não fo-ram de grande monta, talvez pelo fato deque o maior contingente de mão-de-obraé util izado no nosso meio em atividadesnão mecanizadas.

Esporte, estrada e escola f iguram, nessaordem, proporcionalmente bem abaixo. Comrelação a estas eventualidades Knoweldene col.3 (1964) acham também que os casosresultantes de acidentes de trânsito apare-cem em menor proporção, sendo inclusivesuperados pelos de origem indust r ia l .

As Figuras 1 e 2 apresentam os afasta-mentos da hipótese de uniformidade dedistribuição segundo o local, respectivamen-te para 1969 e 1970. Em ambos os casosse rejeita essa hipótese (P < 0,001), coma rua, residência, peridomicílio e t rabalhoexibindo valores acima dos esperados.

Quanto à ocorrência dos acidentes notempo, consideramos a sua distribuição deacordo com o mês (Tabela 3), com o diada semana (Tabela 4 e Figura 4) e como horário (Tabela 5).

Analisando os acidentes que levaram af r a t u r a em 1969 e em 1970, quanto ao mêsde ocorrência, formulamos a hipótese deuniformidade da distribuição. O númerode acidentes em cada mês foi corrigido demaneira a considerar o mês padrão de 30dias. Desta forma o número de acidentesno mês de fevereiro foi multiplicado pelofator 30/28 e o número ocorrido nos mesesde 31 dias pelo fator 30/31. Os valorescorrigidos das freqüências observadas estãoprojetados no gráf ico da Figura 3. Con-cluimos pela não un i formidade da distribui-ção tanto em 1969 (0,01 < P < 0,05)quanto em 1970 (P < 0,01), porém semum padrão definido.

A análise mostrou, que, em 1969, ocorre-ram mais acidentes do que o esperado(216,7) nos meses iniciais ( janeiro, feve-reiro e março) e no último (dezembro).No intervalo, excluindo agosto, houve me-nos acidentes do que o esperado emboraapenas em ju lho este valor tenha caidoabaixo de 90% do esperado.

Em 1970 observam-se valores abaixo doesperado (222,5) no 1° semestre (com fe-vereiro, março e abril, abaixo de 90%) eacima do esperado no 2o semestre (com o

valor aberrante, superior a 120%, em no-vembro.

Se analisarmos a seqüência dos 2 anospartimos de valores acima dos esperadosnos 3 primeiros meses de 1969, em seguidavem um largo período com freqüênciasinfer iores às esperadas (com a exceção deagosto e dezembro de 1969) até o 2o se-mestre de 1970. A partir de julho de 1970novamente temos freqüências acima dasesperadas.

Não parece haver um padrão de distri-buição dos acidentes em função da épocado ano, pelo menos nos limites de análiseimplícitos neste trabalho. Talvez umaanálise abrangendo maior período nos per-mita identif icar algum padrão.

A distribuição, segundo o dia da semana(Tabela 4 e Figura 4) não mostra grandesdiferenças em nenhum dos anos. Apesardisso a hipótese de uniformidade é rejei-tada em ambos os anos (P < 0,001). Em1969, apenas o domingo e o sábado apre-sentam valores acima do esperado, ocorren-do o mesmo, em 1970, no domingo e se-gunda-feira. Talvez se possa inferir umaleve concentração ao redor do domingo.

Quanto ao horário de ocorrência (Tabe-la 5), assinale-se, de início, a relativamenteelevada proporção de acidentes cujo horá-rio de ocorrência foi desconhecido (acimade 10% em ambos os anos).

Se considerarmos apenas as fraturasocorridas em horário conhecido podemosconstruir os gráficos das figuras 5 e 6. Hános dois anos, um padrão perfeitamentedefinido. A maioria dos acidentes ocorre àtarde (49,7% em 1969 e 54,2% em 1970)ou de manhã (32,8% em 1969, 30,6% em1970). À noite a freqüência diminui bas-tante (15,2% em 1969, 13,2% em 1970),tornando-se quase desprezível na madru-gada (2,3% em 1969 e 2,0% em 1970).

Evidentemente a hipótese de uniformidadeé rejeitada em ambos os anos (P < 0,001).

As Figuras 5 e 6 mostram ainda a dis-tribuição por horário, segundo o local deocorrência. O padrão mantém-se com as

alterações previsíveis, de acordo com amaior movimentação de pessoas em cadalocal. Assim, na estrada aumentam muitoos acidentes à noite, praticamente igualan-do a freqüência observada à tarde e supe-rando a da manhã.

CONCLUSÕES

Em síntese, podemos dizer que os aciden-tes causadores de fraturas, no município deRibeirão Preto, nos anos de 1969 e 1970,foram predominantemente quedas, ocorre-ram principalmente no ambiente domici l iar

(residência e peridomicílio) e mais à tardedo que nos demais períodos do dia.

O mês não parece inf lu i r , embora sejanecessário um maior período de observaçãopara poder confirmar essa impressão.Quanto aos dias da semana há, aparente-mente, um ligeiro predomínio do domingo,sábado e segunda-feira.

AGRADECIMENTOS

Ao estatístico Wilson Russo, responsávelpelo trabalho de processamento dos dados.

RSPUB9/431

XAVIER, C. A. M. & CARVALHEIRO, J. da R. [Incidence of fractures in the county ofRibeirão Preto, SP (Brazil), 1969-1970. I. Distribution according to theexternal cause, place, and time] Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:432-42,

ABSTRACT: The incidence of fractures in the county of Ribeirão Preto inthe state of São Paulo, Brazil was analyzed in 1969 and 1970. The annualfracture rates were 13.50 and 12.72 per 1,000 residents, respectively. Falls werethe main cause of fracture cases (41.6% in 1969 and 51% in 1970). Regardingother eventualities, fractures resulting from traffic accidents were less commonthan those of industrial origin. In relation to the place of accident, the majorityof fractures occurred in the street. However, if we consider residential andperidomiciliary accidents together, they exceed the number of street accidents.There was no special month predominance in both years of the survey. Sundaysshowed slight excess in number of fracture cases. Afternoon is by far the timeof greater occurrence of fractures.

UNITERMS: Fractures. Accidents, Ribeirão Preto, SP, Brazil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BAUER, G. C. H. Epidemiology of fracturein aged persons. Clin. Orthop., 17:219-25, 1960.

2. BUHR, A. J. & COOKE, A. M. Fracturepatterns. Lancet, 1:531-6, 1959.

3. KNOWELDEN, J. et al. The incidence offractures in persons over thirty-fiveyears of age. A report to the medicalresearch council working party onfractures in the elderly. Brit. J. prev.soc. Med. , 18:130-41, 1964.

4. MACQUEEN, I. A. G. A study of homeaccidents in Aberdeen. London, E.S. Livingstone, 1960.

5. PUFFER, R. R. & GRIFFITH, G. W.Patterns of urban mortality. Washing-ton D. C., Pan American HealthOrganization, 1968, (PAHO — Scient.publ., 151)

6. URQUIJO, C. A. Accidentes. In: Sonis, A.,ed. Medicina sanitaria y administra-cion de salud. Buenos Aires, ElAteneo, 1971. p. 278-84.

7. WONG, R. C. N. Fracture epidemiology ina mixed southeastern Asian Community(Singapore). Clin. Orthop., 45:55-61,1966.

8. XAVIER, C. A. M. Estudo da incidênciade fraturas no Município de RibeirãoPreto. Ribeirão Preto, 1970. [Tesede Livre-Docência — Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto]

9. XAVIER, C. A. M. Estudo da incidência defraturas no Município de RibeirãoPreto. Rev. Ass. med. bras., 19:53-60,1973.

Recebido para publicação em 19/12/1977Aprovado para publicação em 13/04/1978