INCLUSÃO DIGITAL DA TERCEIRA IDADE ATRAVÉS DE UM … · Então, o que se busca com este trabalho...
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MÁRCIA FERREIRA LEÃO
INCLUSÃO DIGITAL DA TERCEIRA IDADE ATRAVÉS DE UM
ESPAÇO DIGITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇÃO E APRENDIZAG EM
CANOAS, 2011
MÁRCIA FERREIRA LEÃO
INCLUSÃO DIGITAL DA TERCEIRA IDADE ATRAVÉS DE UM
ESPAÇO DIGITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇÃO E APRENDIZAG EM
Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Computação-Licenciatura do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para obtenção do grau de Licenciado em Computação, sob orientação da Profª Me. Ana Margô Mantovani.
Orientação: Profª Me. Ana Margô Mantovani
CANOAS, 2011
Dedico esta monografia a minha mãe que
do lugar maravilhoso onde está, tenho
certeza, SEMPRE olha por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para que a realização
deste trabalho fosse possível.
Ao meu filho Tomás, pela paciência e carinho nos bons e maus momentos,
sempre me trazendo alegria e descontraindo nos momentos de preocupação.
Aos meus pais Hermes e Luiza que me mostraram sempre o caminho certo a
seguir e que com seus ensinamentos me fizeram uma pessoa batalhadora.
À minha irmã, amiga, companheira, Karla e ao meu cunhado Fernando,
pessoas que não tenho palavras para descrever, seres iluminados.
Aos meus demais familiares que de alguma forma me deram incentivo e força
para continuar até o final.
À minha orientadora, amiga, parceira e mestre Profa. Ana Margô Mantovani
pelo apoio, dedicação, motivação, carinho e pelas inúmeras vezes que não me
deixou desistir.
Aos meus mestres ao longo do curso, essenciais na minha formação
acadêmica e para a vida e em especial a Profa. Patrícia Mangan Kayser,
coordenadora do curso de Computação-Licenciatura, sempre disposta em apoiar no
que fosse preciso.
As minhas ex-colegas e grandes amigas Giselle Massaro e Cristina Martins,
sem elas não chegaria ao final desta caminhada.
Aos colegas de profissão Querlon (provedor) e Marcelo (desenvolvimento em
Joomla), pela parceria no desenvolvimento deste trabalho.
Ao grupo da UNATI do Unilasalle, inspiradores deste trabalho, me ensinaram
que não importa a idade que tenhamos, o que importa é a alegria e vontade de
aprender.
Aos colegas do curso que por diversos momentos me ajudaram nos trabalhos
mais difíceis ao longo do curso.
Se os seus sonhos estiverem nas nuvens,
não se preocupe ... eles estão no lugar certo.
Construa os alicerces, e SUBA!
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo a construção de um Espaço Digital Virtual de
Socialização e Aprendizagem com uma interface amigável para a Terceira Idade,
tendo em vista facilitar o processo de inclusão digital e social destas pessoas. Este
espaço foi construído através do uso de tecnologias digitais virtuais, utilizando uma
linguagem de fácil compreensão, poucas cores e navegação simples. Foram
disponibilizados vários assuntos de interesse da Terceira Idade, além de
instrumentos de interação entre os idosos, auxiliando a inserção do idoso na
sociedade digital de uma forma agradável. Desse modo, considera-se que é possível
facilitar a inclusão digital das pessoas da Terceira Idade através de espaços virtuais
desenvolvidos especialmente para esta faixa etária, respeitando suas
especificidades e com compatibilidade de interface tecnológica que atenda a
demanda destas pessoas.
Palavras-Chaves: Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem, Terceira
Idade, Inclusão Social e Digital, Interface
ABSTRACT
This work has the objective to construct a digital virtual space of socialization and
learning with a friendly interface for the third age, aiming at facilitating the process of
digital and social inclusion for these people. This space was constructed through the
use of digital virtual technologies, using a language of easy comprehension, few
colors, and simple navigation. Many topics of interesting of third age were provided,
as well as instruments of interaction between elderly, helping the insertion of elderly
in the digital society of a nice way. Thereby, it’s considered that is possible make
easier the digital inclusion of people of third age through of virtual spaces
developments especially to this age range, respecting her specificities and with
compatibility of technology interface that meets the demand of these people.
Keywords : Digital virtual Space of socialization and learning, third age, social and
digital inclusion, interfave
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Academia para a Terceira Idade ........................................................................ 22
FIGURA 2 - Viagem para a Terceira Idade ........................................................................... 24
FIGURA 3 - Tipos de fontes de letras .................................................................................... 26
FIGURA 4 - Portal da Terceira Idade .................................................................................... 28
FIGURA 5 - Portal da Presidência da República ................................................................... 28
FIGURA 6 - Análise do Portal da Terceira Idade pelo analisador DaSilva ............................ 29
FIGURA 7 - Análise do Portal Presidência da República pelo analisador DaSilva ............. 29
FIGURA 8 - Portal do Instituto Federal de Barbacena .......................................................... 30
FIGURA 9 - Análise do Portal do Instituto Federal de Barbacena pelo analisador DaSilva 31
FIGURA 10 - Diagrama de Avaliação ................................................................................... 35
FIGURA 11 - Estrutura do Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade ............................................................................................................................
41
FIGURA 12 - Home Page do Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade.............................................................................................................................
42
FIGURA 13 - Continuação - Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade ............................................................................................................................
43
FIGURA 14 - Continuação - Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade ............................................................................................................................
43
FIGURA 15 - Continuação - Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade ............................................................................................................................
44
FIGURA 16 - Link para Velhice bem Sucedida ..................................................................... 44
FIGURA 17 - Páginas estáticas do Menu Principal: Cidadania e Participação Social .......... 45
FIGURA 18 - Páginas estáticas do Menu Principal: Deficiência Visual ................................ 45
FIGURA 19 - Páginas estáticas do Menu Principal: Hipertensão Arterial ........................ 46
FIGURA 20 - Páginas estáticas do Menu Principal: Solidão na Terceira Idade ................ 46
FIGURA 21 - Link de Páginas de Assuntos Interessantes ........................................... 47
FIGURA 22 - Alunas da UNATI analisando o Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem em out/2011 .......................................................................................................
49
FIGURA 23 - Alunas da UNATI analisando o Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem em out/2011 .......................................................................................................
49
FIGURA 24 - Análise do Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem pelo analisador DaSilva .................................................................................................
53
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Levantamento dos assuntos de interesse dos alunos da UNATI .................... 38
TABELA 2 - Grupo de alunos da UNATI/UNILASALLE participantes da avaliação ............. 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11
2 TECNOLOGIAS DIGITAIS VIRTUAIS (TDVS) ............................................................. 15
3 INCLUSÃO SOCIAL E INCLUSÃO DIGITAL ............................................................... 18
4 IDOSO – TERCEIRA IDADE: ASPECTOS SÓCIO-COGNITIVOS E AFETIVOS .. 21
5 COMPATIBILIDADE DE INTERFACE TECNOLÓGICA PARA A T ERCEIRA
IDADE ..................................................................................................................................... 25
6 DESCRIÇÃO DO ESPAÇO DIGITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇ ÃO E
APRENDIZAGEM PARA A TERCEIRA IDADE .............................................................. 32
6.1 Problema de pesquisa ............................................................................................. 32
6.2 Objetivo da pesquisa ............................................................................................... 32
6.3 Objetivos específicos .............................................................................................. 32
6.4 Metodologia de pesquisa ........................................................................................ 33
6.5 Contexto do estudo .................................................................................................. 35
6.6 Planejamento do Espaço Digital Virtual de Socia lização e Aprendizagem
para a Terceira Idade ...................................................................................................... 36
6.7 Planejamento técnico-didatico-pedagógico ...................................................... 41
6.8 Descrição dos contextos do Espaço Digital de So cialização e
Aprendizagem para a Terceira Idade ......................................................................... 42
7 AVALIAÇÃO DO ESPAÇO DIGITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇ ÃO E
APRENDIZAGEM PARA A TERCEIRA IDADE .............................................................. 48
7.1 Interações no Espaço Digital Virtual de Sociali zação e Aprendizagem
para a Terceira Idade ...................................................................................................... 48
7.2 Análise do questionário .......................................................................................... 50
7.3 Análise pelo site de acessibilidade ...................................................................... 52
8 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
11
1 INTRODUÇÃO
Nos tempos atuais a informática está presente em praticamente todos os
momentos de nossas vidas, seja no banco, no celular ou quando precisamos nos
comunicar com familiares que estão em locais distantes. Neste mundo digital se
encontram as pessoas da Terceira Idade, geralmente ainda desorientadas e até
mesmo assustadas com tanta tecnologia. Pessoas que, com certeza, gostariam de
estar inseridas neste universo maravilhoso de informações, mas que muitas vezes
não conseguem utilizar as diversas Tecnologias Digitais Virtuais (TDVs), por vários
fatores, tais como: não possuírem mais a visão tão aguçada, por não entenderem
menus e mensagens “estranhas” ao seu entendimento ou pelo fato de seu
pensamento já não ser tão rápido quanto o necessário para utilizarem estas
tecnologias.
Assim sendo, enquanto futuros profissionais licenciados em Computação
questionamos: Como construir um Espaço Digital Virtual de Socialização e
Aprendizagem para a Terceira Idade que possa auxiliar estas pessoas no processo
de inclusão social e digital?
A escolha por este tema se baseou em um estágio realizado em 2010 na
Universidade Aberta para Terceira Idade do Unilasalle - UNATI, com alunos entre 60
e 80 anos, no qual se observou suas dificuldades de entender e utilizar as novas
TDVs, suas limitações físicas e motoras, mas principalmente, a alegria e a vontade
de aprender.
Durante o desenvolvimento do estágio percebeu-se que as TDVs existentes
hoje não foram pensadas para a inclusão desta parcela da população. No período
deste estágio, as queixas em relação às tecnologias foram constantes. Alguns
diziam: “...filha, aumenta a letra que a velha aqui não enxerga...” ou durante o uso de
comunicador instantâneo on line (MSN) “...não entendo isso, esses botões ... o que
querem dizer?” Assim, constatou-se que os softwares, sites e ferramentas de
comunicação possuem muita informação, letras pequenas, cores inapropriadas para
pessoas que além de estarem se inserindo no mundo digital, tem algumas limitações
físicas e em alguns casos, até mesmo cognitivas, o que mostra a incompatibilidade
da maioria das interfaces tecnológicas.
Outro fator que deve ser levado em consideração é que muitos idosos vivem
sozinhos, se sentem isolados, sendo que a aprendizagem de algumas tecnologias
12
de comunicação, em especial de redes sociais, comunicadores instantâneos e sites
de relacionamento, seriam importantes para a socialização e integração dessas
pessoas na sociedade contemporânea.
De acordo com o Estatuto do Idoso, Artigo II (2003):
O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Desta forma, considera-se que é possível facilitar a inclusão digital das
pessoas da Terceira Idade através de espaços virtuais desenvolvidos especialmente
para esta faixa etária, respeitando suas especificidades, com base em pesquisa e
experimentação.
Importante salientar que, de acordo com Parente (2006, p.117), “[...] com o
aumento da idade há um declínio na velocidade de processamento e na capacidade
de memória de trabalho, mas que pode ser compensado com o conhecimento e a
experiência adquiridos, uma vez que é possível superar as dificuldades baseando o
novo aprendizado na bagagem trazida ao longo dos anos”. O autor destaca também
que “... o indivíduo esforça-se para desenvolver habilidades indispensáveis e
estratégias da tarefa ou interage com outros para discutir impasses”. Este aspecto
foi muito observado durante as aulas do estágio, pois quando surgia um problema,
imediatamente havia uma interação entre os alunos para tentar resolvê-lo.
Segundo Debert (2004, p. 149):
A dívida social que os mais jovens e a sociedade como um todo tem para com o idoso deve ser reconhecida e paga. Nesses contextos promover uma velhice bem sucedida é uma questão de justiça social. O idoso é detentor de uma experiência única, de uma história que deve ser passada e ouvida com atenção pelos mais jovens.
Nesse contexto, as tecnologias digitais devem ser acessíveis, conforme
Santarosa et all (2010) a sociedade onde existam plena participação e igualdade
social tem como princípio a igualdade entre seus cidadãos, todos os espaços,
incluindo o ciberespaço devem ser projetados para diminuir as discriminações e
exclusões. As autoras ainda apontam que a temática da acessibilidade deve estar
alicerçada em quatro tópicos: A qualidade de vida (democratizar acessos), a
13
autonomia (capacitar sujeitos), ao desenvolvimento humano (desenvolver
capacidades) e equidade (igualdade de direitos), pois se forem utilizados estes
princípios uma maior parte da população conseguiria oportunidades iguais nas
diversas áreas de atuação humana.
Então, o que se busca com este trabalho é, no atual contexto da sociedade
informatizada, justamente tentar de alguma forma “pagar” nossa dívida social,
facilitando a inserção do idoso na era digital de uma forma agradável, através da
construção de um Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem com
interface de boa usabilidade e compatibilidade tecnológica que atenda a demanda
dessas pessoas.
O objetivo principal do trabalho é a construção de um Espaço Digital Virtual de
Socialização e Aprendizagem com uma interface amigável para a Terceira Idade,
tendo em vista facilitar o processo de inclusão destas pessoas. Na busca de
respostas para o problema de pesquisa referido e para se alcançar o objetivo
proposto relaciona-se as seguintes metas: estudar sobre envelhecimento e
necessidades nesta etapa da vida, pesquisar sobre acessibilidade à Web e
compatibilidade de interfaces tecnológicas para a Terceira Idade, considerando
aspectos, tais como: design na busca da melhor relação entre cores, espaços,
formas e disposição dos elementos que irão compor o ambiente; facilitar a
navegação com menus “limpos” e claros, estudar as principais linguagens de
programação, ferramentas para desenvolvimento de páginas e sites na internet e
sistema de gerenciamento de conteúdo gratuito, implementar o Espaço Digital Virtual
de Socialização e Aprendizagem considerando os princípios para acessibilidade à
Web direcionado para a Terceira Idade, proporcionar interação no Espaço Digital
Virtual de Socialização e Aprendizagem através do acesso facilitado a redes sociais,
avaliação do Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem com os
participantes da Universidade Aberta para Terceira Idade do Unilasalle - UNATI .
Assim sendo, estruturou-se este texto da seguinte forma:
No Capítulo 2 aborda-se as questões de utilização das Tecnologias Digitais
Virtuais no mundo globalizado como também seu grande potencial de auxílio ao
processo de ensino e aprendizagem.
No Capítulo 3 trata-se da Inclusão Social e Inclusão Digital e da problemática
do preconceito com relação às pessoas que “fogem” dos padrões da sociedade
atual.
14
No Capítulo 4 destaca-se os aspectos sócio-cognitivos e afetivos da Terceira
Idade através de um “olhar” sobre a vida do idoso, suas ansiedades, atividades,
relacionamentos, depressão e abandono e como é possível ter uma velhice
saudável e feliz.
No Capítulo 5 aborda-se a questão da compatibilidade tecnológica para a
Terceira Idade, identificando o melhor layout, cores e disposição dos elementos para
as pessoas idosas, tendo em vista como desenvolver um ambiente harmonioso e
que seja de fácil acesso, além de analisar alguns sites existentes a fim de comprovar
as questões de compatibilidade.
No Capítulo 6 descreve-se a metodologia, o planejamento e a implementação
do espaço digital de socialização e aprendizagem para a Terceira Idade. Nas seções
seguintes serão descritos aspectos pertinentes ao Espaço Digital Virtual de
Socialização e Aprendizagem.
No Capítulo 7 – realiza-se a avaliação do trabalho. Esta avaliação foi
realizada através da interação dos alunos da UNATI com o Espaço e também com
um formulário respondido por eles, além de uma avaliação do site de acessibilidade
a web, DaSilva (www.dasilva.com.br)
Concluindo, foram destacadas as considerações finais a respeito do presente
trabalho.
15
2 TECNOLOGIAS DIGITAIS VIRTUAIS (TDVS)
No mundo globalizado em que vivemos, a tecnologia computacional está por
toda a parte, existem áreas onde com o seu uso se salvam vidas diariamente, como
na medicina, por exemplo, através de diagnósticos por imagem e na segurança
pública com câmeras de vídeo monitoramento.
Existem alguns setores em que a tecnologia é facilmente assimilada, já em
outros, como no caso da educação, há algumas resistências, seja por parte dos
professores ou pela falta de recursos. Dessa forma, o mundo tecnológico a ser
explorado em termos educacionais é enorme, pois ainda se está começando a abrir
os horizontes para a entrada destas potentes ferramentas que auxiliam
imensamente o processo de ensino e aprendizagem.
As Tecnologias Digitais Virtuais (TDVs) possibilitam uma grande interatividade
entre alunos e professores, pois de acordo com Filho(2003, p.1)
O referencial teórico sócio-histórico-cultural compreende a relação entre sujeito e objeto no processo de construção do conhecimento, onde o sujeito do conhecimento não é apenas passivo, regulado por forças externas que o vão moldando e não é somente ativo, regulado por forças internas, o sujeito do conhecimento é interativo.
Assim, estas tecnologias agem como motivação frente aos diversos
conteúdos que os alunos precisam ter em sua bagagem escolar.
Analisando o perfil dos estudantes nos tempos de hoje, impossível imaginar
uma aula apenas com quadro negro e giz, estes estudantes são o que chamamos
de “nativos digitais”, Prensky(2001), ou seja, já nasceram com a tecnologia inserida
em seu cotidiano. É necessário se buscar formas de atrair estes nativos para a
participação em sala de aula e as TDVs se enquadram positivamente neste
contexto. Como TVDs, se pode citar: objetos virtuais de aprendizagem, blogs,
wikis, posdcast, second life, redes sociais e uma infinidade de outras tecnologias a
disposição, para serem exploradas, onde a criatividade não tem limites,
possibilitando o que atualmente é extremamente importante, a interatividade.
Dentro desse contexto, os professores podem explorar com muito êxito as
tecnologias descritas abaixo:
Wikis – A característica marcante das wikis é a facilidade de utilização, a
produção textual e o trabalho colaborativo, ou seja, elas podem ser mantidas por um
16
grupo de pessoas ou pelos usuários da internet em geral, dependendo da
concepção de quem as criou. Normalmente sua utilização é gratuita, bastando um
pequeno cadastro para utilizá-la. Também apresenta um espaço para Fórum de
Discussão bem como para troca de mensagens entre os interagentes. Nelas
podemos postar vídeos, textos, áudios, imagens, etc. e abrir quantas páginas
acharmos necessárias. Exemplos de ferramentas para a construção de wikis:
Wikispaces, Pbwiki.
Blogs – Esta tecnologia está cada vez mais difundida na internet pelo fato de
ser uma tecnologia fácil de ser utilizada e que permite o registro de textos, áudios,
imagens, vídeos, etc. bem como atualizações rápidas. Possuem um design moderno
e a maioria dos provedores apresenta uma interface amigável possibilitando
bastante interação com os leitores através dos comentários. Este recurso está
disponível gratuitamente na internet com uma grande variedade de opções para a
criação. Dentre os provedores de hospedagem de blogs que oferecem serviços
gratuitos e suporte para gerenciamento de Conteúdo, destaca-se o Wordpress e o
Joomla:
- Wordpress - é um sistema de gerenciamento de conteúdo gratuito, faz
criação e manutenção de websites. Alguns dos maiores benefícios desta ferramenta
são o custo baixo, a facilidade na indexação de suas publicações nos motores de
busca e a facilidade de publicação e manutenção. As principais características deste
sistema são que gera XML, XHTML, e CSS em conformidade com os padrões W3C;
gerenciamento de ligações integrado; estrutura de permalink amigável aos
mecanismos de busca; suporte extensivo a plug-ins; categorias aninhadas e
múltiplas categorias para artigos; trackBack e pingback; filtros tipográficos para
formatação e estilização de texto corretos; páginas estáticas; múltiplos autores e
suporte a tags.
- Joomla – é um sistema de gerenciamento de conteúdos, que ajuda a
construir sites web e outras aplicações. É uma solução de código aberto e gratuito
disponível livremente para quem quiser utilizá-lo. Possui um sistema simples de fluxo
de aprovação, gerenciamento de banners, sistema de publicação para o conteúdo,
busca otimizada, frontend já traduzido para várias línguas, fácil instalação para
novos templates, módulos e componentes, hierarquia para grupos de usuários,
17
estatísticas básicas de visitantes, sistema de enquete simples, sistemas de índices
de avaliação.
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) um dos objetivos principais dos
AVA é a educação a distância, pois estes softwares auxiliam na montagem de
cursos, acompanhamento dos alunos, gerenciamento de conteúdos e trabalhos
solicitados, interação entre professores, monitores e alunos, ou seja, permitem a
administração de todo o curso. Pode ser usado como apoio as aulas presenciais ou
como um curso completamente a distancia, pela internet, muito usados atualmente.
São exemplos de AVAs o Moodle e o Teleduc.
Como se pode observar, as TDVs, na sua maioria, gratuitas, disponibilizam
uma infinidade de recursos aos profissionais da educação, basta a boa vontade em
entendê-las e explorá-las em sala de aula ou como recurso de internet, já que
grande parte dos alunos são, como citado anteriormente, nativos digitais com
facilidade de lidar com esse contexto.
Como contraponto a todo este apelo tecnológico e aos nativos digitais, que
não imaginam suas vidas sem estes recursos, encontram-se as pessoas da Terceira
Idade, que nasceram na época em que a televisão já era uma novidade. Para estas
pessoas, todas estas tecnologias lhes parecem maravilhosas, mas não se
consideram aptos a utilizá-las seja pelo medo de fracassarem ou pela censura ou
ridicularização das pessoas mais jovens, não conseguem interagir, não
desenvolveram estas potencialidades, ou ainda, a maioria dessas tecnologias não
foram implementadas para esta parte da população. Desta forma, se torna
necessária uma intervenção por parte dos pesquisadores da área computacional,
para desenvolver tecnologias que sejam pensadas e apropriadas às limitações
impostas pelo tempo a estas pessoas. Buscando assim diminuir a barreira entre o
mundo digital e essas pessoas e também permitindo uma maior inclusão digital e
como conseqüência uma maior inclusão social.
18
3 INCLUSÃO SOCIAL E INCLUSÃO DIGITAL
A sociedade atual é muito fechada com relação as pessoas que “fujam” dos
ditos “padrões” sociais. Saber que pessoas são excluídas pelo fato de possuírem
características físicas diferentes, pela cor da pele, idade, altura ou peso deve nos
trazer indignação e repulsa.
A inclusão está associada às pessoas que não tem as mesmas oportunidades
na sociedade. Os excluídos socialmente muitas vezes não possuem condições
financeiras dentro dos padrões ditados pela sociedade, tais como os idosos, negros,
pessoas com Necessidades Especiais (PNEs) como cadeirantes e deficientes
visuais. É necessário salientar que já existem leis para inclusão, como vagas no
mercado de trabalho para PNEs e cotas de vagas nas universidades para negros,
mas essas leis somente minimizam os problemas, não os resolvem totalmente.
Basta andar pelas ruas e ver que um cadeirante muitas vezes não consegue se
locomover por um quarteirão sem ter quer pedir ajuda devido aos problemas de
acessibilidade. Nossos governos criam leis, mas não as cumprem, pois o acesso aos
locais públicos devem ser facilitados para estas pessoas. Com relação aos idosos
estas questões se agravam, pois os buracos nas ruas transformam a cidade numa
verdadeira armadilha para eles, qualquer queda pode ser sinônimo de sérios
problemas tendo em vista a frágil condição de sua estrutura física.
Outra questão importante e que precisa ser mencionada é com relação à
inclusão nas escolas. É louvável e imprescindível que estudantes convivam com as
diferenças em sala de aula, pois isto irá fazer com que se tornem adultos menos
preconceituosos. Mas observando na prática o que está acontecendo nas nossas
escolas vemos que esta inclusão pode não estar sendo conduzida da forma correta.
Nossos professores não estão preparados para receberem estes alunos, não foram
capacitados, por exemplo, como vão se comunicar com um deficiente auditivo em
suas aulas se a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) não está contemplada na
matriz curricular dos cursos de formação inicial? Estas questões não foram previstas
quando a legislação foi criada e, embora se perceba um movimento nesta direção
em algumas instituições de ensino, ainda fica restrito a um número reduzido. As
escolas muitas vezes não possuem acessibilidade. O que fazer quando o laboratório
de informática encontra-se no segundo pavimento da escola? E esta escola não
possui elevador e nem rampas de acesso? Nada disto foi regulamentado ainda.
19
Desta forma, a inclusão nas escolas ainda está longe dos objetivos aos quais se
propõe que são conviver com as diferenças e acabar com a intolerância.
Existe também, outro tipo de inclusão, que é a inclusão digital, como há
pessoas excluídas da sociedade como um todo, há também os excluídos do mundo
digital. Mas quem são estas pessoas excluídas do mundo digital frente a tanta
tecnologia existente hoje? Aqui encontra-se novamente os idosos como também as
pessoas menos favorecidas economicamente e os PNEs.
De acordo com Filho (2003) existem três pilares fundamentais para a inclusão
digital que são as TDVs, renda e educação, e que sem qualquer um desses pilares,
não importa qual a combinação seja feita, qualquer ação será fadada ao insucesso.
O autor também destaca que “a exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão
digital ao mesmo tempo em que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-
econômica”.
A inclusão digital deveria ser fruto de uma política pública com destinação
orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de
oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta
indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos.
Uma ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a
próxima geração. Simplesmente largar computadores em escolas públicas não
atinge o objetivo da inclusão.
E para os idosos? Políticas públicas devem ser pensadas para esta
participação tendo em vista que os mesmos não freqüentam mais a escola. Os tele-
centros são uma alternativa considerável para esta participação, mas não é
suficiente que os governos os instalem pelas cidades, são necessárias ações que os
tragam para dentro destes. As pessoas da Terceira Idade já se sentem incapazes
por diversos motivos e, pela nossa experiência, dificilmente sentir-se-iam à vontade
em utilizar um tele-centro sem um acompanhamento. Durante uma prática de
estágio, foi perguntado aos alunos desta faixa etária se eles utilizariam um telecentro
e a resposta foi negativa, pois disseram que “aquilo não foi feito para eles, que os
jovens é que devem utilizá-los, pois faz parte do mundo deles”. Assim, ficam
novamente excluídos de um mundo que os traria, novamente, a viver com alegria se
sentindo parte de uma nova sociedade.
Com base nestes preceitos, o Ministério das Comunicações através do
Programa de Inclusão Digital, já possui alguns telecentros no País que
20
disponibilizam o atendimento aos idosos. Cidades como Jacupiranga – SP1, Novo
Hamburgo – RS2 e Porto Alegre - RS já começaram a ofertar um atendimento
diferenciado e voltado para as pessoas da Terceira Idade. Acredita-se que, com
estas ações, poderemos quebrar o paradigma de que o idoso não tem capacidade
de interação com o mundo moderno evitando problemas sociais, afetivos e
minimizando as questões relacionadas às funções cognitivas dos idosos.
1 Disponível em < http://www.mc.gov.br/inclusao-digital-mc/telecentros/category/casos-de-sucesso> 2 Disponível em http://www.inclusaodigital.gov.br/noticia/telecentro-de-portas-abertas-para-os-idosos-rs/
21
4 IDOSO – TERCEIRA IDADE: ASPECTOS SÓCIO-COGNITIVOS E AFETIVOS
O processo de envelhecimento da população mundial é motivo de grande
preocupação para a humanidade. Em nível mundial, a expectativa de vida subiu
41% desde 1950, de 46 para 65 anos, com maiores aumentos nos países em
desenvolvimento. (Parente, 2006, p. 23 apud Treas, 1995)
Especificamente no Brasil, a população com idade igual ou superior a 60 anos
já é de 15 milhões de habitantes. A sua participação no total nacional dobrou nos
últimos 50 anos; passou de 4% em 1940 para 9% em 2000. As projeções indicam
15% do total nacional para o ano de 2020 (Parente, 2006, p. 23 apud Camarano et
all., 1997)
Seguindo este mapeamento do envelhecimento da população é necessária
cada vez mais a preocupação com a qualidade de vida dos idosos. Quando se faz
referência à qualidade de vida, esta deve abranger todas as questões relacionadas,
ou seja, o idoso necessita estar inserido na sociedade, ter rendimentos dignos a sua
sustentação, amparo para sua saúde, como também acesso as mais diversas
atividades que tragam alegria de viver, participando de atividades esportivas,
educativas, culturais, etc.
Os idosos devem ter acesso às atividades sociais, bailes, confraternizações, e
até competições que elejam os mais belos da Terceira Idade, valem como formas de
participação. Os exercícios físicos também são de suma importância, claro que
dentro das peculiaridades de cada pessoa e com acompanhamento médico,
natação, dança, caminhadas orientadas, todas as formas que movimentem e tirem o
idoso de dentro de casa. Já as atividades educativas envolvem desenvolvimento de
raciocínio e é uma forma de manter a memória sempre em funcionamento, desta
forma, leitura, informática, literatura e até mesmo questões relacionadas aos
cuidados com o seu bem estar nesta idade (prevenção de quedas) podem ser
oferecidas as pessoas da Terceira Idade como forma de inclusão social.
Várias ações já estão sendo realizadas no intuito de resgatarem as pessoas
da Terceira Idade para a sociedade, organizações não governamentais,
universidades e associações buscam através de projetos a tão almejada inclusão.
Estas ações são poucas perto do grande número de idosos que teremos com o
22
passar dos anos. Assim, cabe também aos governos desenvolverem mais políticas
públicas de inclusão do idoso na sociedade atual.
Com a crescente população de idosos no mundo e especificamente no Brasil,
se observa que está abrindo-se um grande “filão” de mercado que é justamente esta
população, disposta a se divertir, viajar, realizar exercícios físicos, conforme Figura1,
ter pessoas preparadas para cuidar delas (cuidadores) ou mesmo as que preferem
ficar em clínicas geriátricas com boa estrutura de atendimento. Algumas empresas já
estão se dando conta destes potencias clientes e organizando atividades especificas
para este grupo de pessoas. Um bom exemplo está na oferta de viagens para a
Terceira Idade, com base no programa do Governo Federal – Ministério do Turismo -
Viaje Mais (visa estimular as viagens de pessoas com 60 anos ou mais), as agências
de turismo ofertam viagens aos idosos para os mais variados destinos, conforme
Figura 2. Outro exemplo são as academias para a Terceira Idade, ofertadas pelos
municípios, em parques, ao ar livre. Não se poderia deixar de citar o “Projeto de Lei
Federal nº 2880, de 2008 que regulamenta a profissão de cuidador de pessoa,
delimita o âmbito, fixa remuneração mínima e da outras providencias”, ou seja, as
pessoas para trabalharem com os idosos terão que ter formação específica e terão a
remuneração condizente com sua especialização. Como se pode ver com o
crescimento populacional do idoso uma gama de novas oportunidades se abre e
pensar no idoso de forma não exclusiva, pode tornar-se um bom negócio para as
empresas em geral.
Figura 1: Academia para a Terceira Idade Fonte: http://www.moginews.com.br/materias/matimp.aspx?idmat=75577 - 2011
23
Figura 2: Viagem para a Terceira Idade Fonte: http://www.itatiba.sp.gov.br/samba/Imprensa/prefeitura-leva-grupo-da-terceira-idade-a-
serra-negra.html - 2011
De um modo geral, os idosos são bastante discriminados e, além disso, ou
por esta razão, sofrem com a depressão. Segundo Coutinho et all (2003) apud
Camon, 2001; Lafer & Amaral, 2000):
“Alguns estudos têm relatado que pessoas que vivenciam no seu dia-a-dia tipo de situações de conflitos, perdas, carência afetiva, limitações físicas, problemas familiares, entre outras adversidades, são mais suscetíveis a sofrer dessa síndrome. Ressalva-se, contudo, que nem todos os indivíduos, mesmo compartilhando de estilo de vida e situações similares, desenvolvem a sintomatologia depressiva. Então, em que elas se diferenciam? A literatura específica assinala a existência de fatores que tornam algumas pessoas mais predispostas do que outras, entre estes destacando-se as suscetibilidades, o sexo, a hereditariedade, a idade e a influência do meio.
As pessoas da Terceira Idade ao se sentirem incapazes, podem entrar num
quadro depressivo que compromete seriamente sua saúde. Outro fator que
influencia a depressão é o abandono, seja por familiares ou por amigos. A falta de
visitas, telefonemas, traz uma sensação de abandono e esquecimento. Somado a
isto vem à dificuldade de locomoção, o idoso poderia visitar mais as pessoas que ele
estima, mas muitas vezes não tem como sair de casa, seu corpo frágil já não lhe
permite pegar um ônibus e muitos deles não tem mais condições de dirigir um carro.
Muitos são os desafios a serem vencidos quando atingida esta etapa da vida.
É necessário pensar uma sociedade com o olhar atento aos problemas enfrentados
pelas pessoas da Terceira Idade. É difícil resolver definitivamente esta questão
social, mas pequenos gestos podem mudar a vida dos idosos, como os tratando com
24
respeito e carinho, trazendo as mesmas, expectativas com relação ao futuro e
principalmente, reconhecendo o conhecimento que estas pessoas trazem ao longo
da sua vida. Pesquisar sobre como os ambientes virtuais podem ser realizados para
ajudar nestas questões também é uma forma de demonstrar respeito e preocupação
com as pessoas idosas facilitando o acesso das mesmas as mais diversas
tecnologias existentes nos dias atuais.
25
5 COMPATIBILIDADE DE INTERFACE TECNOLÓGICA PARA A T ERCEIRA
IDADE
Como já citado anteriormente neste trabalho, a maioria dos softwares e sites
não possuem uma interface com boa usabilidade para as pessoas idosas. Desta
forma, é necessária uma pesquisa um pouco mais aprofundada acerca dos padrões
convenientes a esta parcela da população.
Ao longo do curso na Universidade, foram estudadas algumas disciplinas que
tratam especificamente deste assunto, uma delas é a Interação Humano
Computador (IHC), como o próprio nome diz, são estudos sobre a forma em que as
pessoas irão interagir com os sistemas ou sites.
Segundo Dix et all, 1993, a IHC está dividida em quatro elementos: o sistema,
os usuários, os desenvolvedores e o ambiente de uso (domínio de aplicação).
São propostos cinco enfoques por Souza(2000), para o estudo destes
elementos na aplicação nos processos de interação usuário-sistema e
desenvolvimento. Cada foco envolve diferentes disciplinas, as quais através de
estudos teóricos auxiliam na melhoria do desenvolvimento. Os cinco enfoques são:
“...design e desenvolvimento do hardware e software: estudo das tecnologias de dispositivos de entrada e saída; e tecnologias de software, como ambientes gráficos e virtuais; ... estudo da capacidade e limitação física e cognitiva dos usuários: considera estudos de ergonomia para avaliar o esforço físico do usuário, e estudos de psicologia e ciência cognitiva sobre a capacidade humana de memorização, raciocínio e aprendizado; ... instrumentação teórica e prática para o design e desenvolvimento de sistemas interativos: envolve o conhecimento teórico a respeito dos fenômenos envolvidos; modelos para o processo de desenvolvimento que descrevam as etapas necessárias e como devem ser conduzidas; diretrizes, técnicas, linguagens, formalismo e ferramentas de apoio a estas etapas; ... análise do domínio e de aspectos sociais e organizacionais: para avaliar o impacto que o contexto, onde está inserido o usuário, exerce sobre seus conhecimentos, suas linguagens e suas necessidades.”
Outra questão que é bastante importante no desenvolvimento de uma
interface amigável é a utilização das cores, pois “... a cor é um componente muito
poderoso na comunicação. É um fator que pode exercer forte influência na vida
diária de uma pessoa, interferindo nos sentidos, emoções e intelecto”. (MARCUS,
1987).
O uso de cores em interfaces permite segundo Jackson e Freeman (1994):
26
“... mostrar os objetos conforme são vistos na natureza; representar associações simbólicas; chamar e direcionar a atenção; enfatizar alguns aspectos da interface; determinar um estado de espírito; auxiliar na identificação de estruturas e processos; diminuir a ocorrência de erros; tornar uma interface mais fácil de ser memorizada.”
Ainda, de acordo com estes autores, por se tratar de um recurso tão
poderoso, o uso de cor deve ser feito com cautela. Ao se preparar um padrão,
devem-se tomar os seguintes cuidados:
“... uma escolha não adequada de cores pode interferir na legibilidade da interface; as cores podem apresentar características distintas em condições diferentes; as cores devem ser selecionadas de modo a não causarem fadiga nos olhos do usuário e nem deixá-lo confuso; grupo de usuários do futuro sistema deve ser analisado; as mesmas cores podem ser associadas a situações distintas por diferentes comunidades; alguns elementos da tela são agrupados com as mesmas cores; deve-se tomar um cuidado para não se agrupar elementos que não possuem nenhuma relação entre si de modo a não induzir o usuário à conclusões erradas.”
Complementando as recomendações anteriores Marcus, (1987) salienta que:
“Durante a escolha de um conjunto de cores a serem utilizadas, deve-se levar em conta que uma cor específica é afetada pelo ambiente que a circunda. As diversas cores em uma interface interagem entre si, por exemplo, cores de fundo são afetadas pelas da frente e vice-versa. Isso significa que o critério para selecionar as cores não pode basear-se apenas em conceitos estéticos, mas considerar também como elas irão interagir entre si.”
Com base nessas referencias se observou que as cores neutras são mais
indicadas para se desenvolver ambientes tecnológicos para a Terceira Idade, tendo
em vista a tranqüilidade que passam aos seus usuários, pois cores muito vivas
podem deixá-los perturbados e desorientados.
Não se pode esquecer também as fontes e as figuras que são utilizadas num
ambiente virtual. Dependendo do público e da faixa etária elas devem ser pensadas
para harmonizar com as cores. Para a Terceira Idade as fontes não podem ser
rabiscadas, possuírem muitos detalhes e seu tamanho deve possibilitar uma boa
leitura. No quadro abaixo podemos ver a diferença na utilização de fontes:
Terceira Idade Terceira Idade
Fonte: Chiller - Tamanho: 20 Desaconselhada sua utilização
Fonte Arial Unicode MS - Tamanho: 20 Aconselhada sua utilização
Figura 3: Tipos de fontes de letras Fonte: Autoria Própria - 2011
27
Seguindo a mesma linha, o excesso de figuras prejudica a utilização, o idoso
se perde em meio a tantas opções e desvia sua atenção com relação ao conteúdo
que realmente importa ou que é do seu interesse de pesquisa. Conforme mostra-se
na Figura 4, um exemplo de um site com excesso de figuras.
Tendo analisado as questões envolvendo a interface para desenvolvimento
de um espaço virtual se buscou estudo especifico que tratasse desse assunto. Após
pesquisar diversos artigos, livros e periódicos, não foram encontrados, até este
momento, materiais que tratassem do desenvolvimento de um espaço digital virtual
dedicado à Terceira Idade. Vários artigos, como Buratto (2011) abordam a temática
da utilização de tecnologias para os idosos como a realização de cursos em
informática e posterior avaliação por meio de questionários, relatos de experiências
em incluir as pessoas da Terceira Idade ao mundo digital, criação de correio
eletrônico. No entanto, não encontramos trabalhos específicos que nos possibilite
fazer uma análise aprofundada com relação ao trabalho proposto.
Desta forma, se optou por analisar sites voltados às pessoas da Terceira
Idade, observando como estão dispostas as informações e como se acredita que
deveriam estar, tendo em vista a compatibilidade de interfaces tecnológicas para
esta idade. Também se observou como a acessibilidade à web deveria ser
concebida para facilitar o engajamento das pessoas com a idade mais avançada e
com alguns problemas cognitivos que dificultam seu acesso às tecnologias
disponíveis. A partir dessas considerações, se buscou na internet, através de
catálogos de pesquisa, alguns sites que fossem voltados para a Terceira Idade.
Foram encontrados alguns blogs, wikis e portais com assuntos voltados aos
interesses dos idosos, como por exemplo o Portal da Terceira Idade mostrado na
figura 4 a seguir:
28
Figura 4. Portal da Terceira Idade. Disponível em: http://www.portalterceiraidade.com.br/
Nesse portal apesar de serem encontradas diversas informações importantes
para as pessoas da Terceira Idade, constatou-se que: possui muita informação, fator
que pode dispersar a atenção do idoso; as letras são muito pequenas, não
atendendo aos princípios da acessibilidade; e as cores não estão adequadas para
as pessoas desta faixa etária, uma vez que elas preferem cores claras, o que pode
tornar a navegação da pessoa idosa confusa e inadequada.
O portal do Governo Federal é um exemplo de um site um pouco mais
acessível, as informações estão destacadas, as cores e imagens foram utilizadas de
forma harmoniosa para uma melhor exploração do ambiente.
Figura 5. Portal da Presidência da República. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/05/13/vacinacao-contra-gripe-e-prorrogada
29
Também com o propósito de fazer uma comparação entre os sites
apresentados nas figuras 4 e 5, foi utilizado como referência o site de análise de
acessibilidade na web denominado DaSilva (www.dasilva.org.br), analisando-os em
relação aos aspectos da interface e conteúdo. Para não estender muito esta análise,
optou-se por colocar em moldes gerais conforme mostram as figuras 6 e 7. ´
Em relação à análise do Portal da Terceira Idade:
Figura 6. Análise do Portal da Terceira Idade pelo analisador DaSilva. Disponível em
www.dasilva.org.br
Em relação à análise do Portal da Presidência da República:
Figura 7. Análise do Portal Presidência da República pelo analisador DaSilva. Disponível em
www.dasilva.org.br
As prioridades citadas na análise são assim distribuídas:
Prioridade 1: Pontos que os criadores de conteúdo Web devem satisfazer
inteiramente. Se não o fizerem, um ou mais grupos de usuários ficarão
impossibilitados de acessar as informações contidas no documento. A satisfação
desse tipo de pontos é um requisito básico para que determinados grupos possam
acessar documentos disponíveis na Web;
Prioridade 2: Pontos que os criadores de conteúdos na Web deveriam
satisfazer. Se não o fizerem, um ou mais grupos de usuários terão dificuldades em
acessar as informações contidas no documento. A satisfação desse tipo de pontos
30
promoverá a remoção de barreiras significativas ao acesso a documentos
disponíveis na Web;
Prioridade 3: Pontos que os criadores de conteúdos na Web podem
satisfazer. Se não o fizerem, um ou mais grupos poderão se deparar com algumas
dificuldades em acessar informações contidas nos documentos. A satisfação deste
tipo de pontos irá melhorar o acesso a documentos armazenados na Web.
Após a comparação entre os dois sites se pode constatar que ambos
possuem problemas de acessibilidade, mas que o segundo possui menos erros e
avisos, bem como apresenta uma interface mais apropriada, estando de certa forma
mais acessível.
Como não existem análises específicas de acessibilidade para a Terceira
Idade, utilizou-se este recurso de análise de acessibilidade à web onde são
verificados diversos quesitos para contemplar os mais variados tipos de
necessidades especiais. Para se ter uma referência de site acessível, apresenta-se
o site do Instituto Federal de Barbacena, onde se pode observar que, após a análise
pelo DaSilva, não foram constatados erros de acessibilidade:
Figura 8. Portal do Instituto Federal de Barbacena. Disponível em:
http://www.barbacena.ifsudestemg.edu.br/
É possível verificar uma perfeita sintonia de cores, a home page é “limpa”, ou
seja, não possui itens que podem confundir os usuários. Existe a opção de aumentar
as letras para pessoas com problemas de visão, e os menus estão dispostos de
forma a que os leitores de telas sigam uma seqüência apropriada. Parece-nos que
aqui estão contemplados os três elementos principais para qualidade de uma
interface, a saber, unidade, coerência e harmonia (Gould, 1995).
31
Análise DaSilva:
Figura 9. Análise do Portal do Instituto Federal de Barbacena pelo analisador DaSilva.
Disponível em www.dasilva.org.br
Com base nessas análises, é notório observar que existe um problema a ser
resolvido. As pessoas da Terceira Idade não se sentem aptas a utilizarem a maioria
dos sites existentes na internet. Eis que surge a necessidade de estudo e pesquisa a
respeito de como oferecer um portal que agregue informação de forma simples e de
navegação fácil.
32
6 DESCRIÇÃO DO ESPAÇO DIGITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇ ÃO E
APRENDIZAGEM PARA A TERCEIRA IDADE
Nos subcapítulos a seguir serão especificadas as etapas de planejamento,
construção e avaliação do espaço, objeto deste trabalho.
6.1 Problema de pesquisa
Tendo em vista as diversas ferramentas de TDVs existentes nos dias de hoje,
é possível o desenvolvimento de um ambiente com uma interface amigável para a
Terceira Idade, tendo em vista facilitar o processo de inclusão digital e social destas
pessoas. Neste cenário configura-se o seguinte problema de pesquisa: como
construir um espaço digital virtual de socialização e aprendizagem para a
Terceira Idade que poderá auxiliar estas pessoas no processo de inclusão
social e digital?
6.2 Objetivo da pesquisa
O objetivo principal do trabalho é a construção de um Espaço Digital Virtual de
Socialização e Aprendizagem com uma interface amigável para a Terceira Idade,
tendo em vista facilitar o processo de inclusão destas pessoas.
6.3 Objetivos específicos
Na busca de respostas para o problema de pesquisa referido e para se
alcançar o objetivo proposto relaciona-se as seguintes metas:
- Estudar sobre envelhecimento e necessidades nesta etapa da vida;
- Pesquisar sobre acessibilidade à Web e compatibilidade de interfaces
tecnológicas para a Terceira Idade, considerando aspectos, tais como: design na
33
busca da melhor relação entre cores, espaços, formas e disposição dos elementos
que irão compor o ambiente; facilitar a navegação com menus “limpos” e claros;
- Estudar as principais linguagens de programação, ferramentas para
desenvolvimento de páginas e sites na internet e sistema de gerenciamento de
conteúdo gratuito;
- Implementar o Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem
considerando os princípios para acessibilidade à Web direcionado para a Terceira
Idade;
- Proporcionar interação no Espaço Digital Virtual de Socialização e
Aprendizagem através do acesso facilitado a redes sociais;
- Avaliar o Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem com os
participantes da Universidade Aberta para Terceira Idade do Unilasalle – UNATI.
6.4 Metodologia de pesquisa
A metodologia de pesquisa utilizada é de natureza qualitativa, uma vez que
suas características, destacadas por autores como Bogdan e Biklen (1999), Triviños
(2001) e Thiollent (2002), apontam este tipo de pesquisa adequada para o trabalho
que será realizado. Dentre estas características, destacamos algumas consideradas
mais relevantes para esta pesquisa, encontradas em Bogdan e Biklen:
- A fonte direta dos dados é o ambiente natural constituindo o pesquisador o
instrumento principal de coleta de dados;
- A análise dos dados é realizada pelo pesquisador de uma forma indutiva, assim
abre-se a possibilidade de se constituir caminhos interpretativos no decorrer da
pesquisa;
- O pesquisador interessa-se mais pelos processos do que pelos resultados ou
produtos;
- O significado é de importância vital, ou seja, o pesquisador interessa-se por
compreender o significado que os participantes atribuem às suas experiências,
considerando-se os aspectos subjetivos do pesquisador e dos sujeitos pesquisados.
34
Todo trabalho foi embasado em pesquisas sobre o conhecimento das
pessoas que estão nesta faixa etária caracterizado por Terceira Idade, seus
problemas, limitações, ansiedades, necessidades e objetivos para uma melhor
qualidade de vida. Neste contexto, Veras e Caldas destacam:
“Ao considerar que "qualidade de vida" se reveste de múltiplos sentidos, Minayo, Hartz & Buss (2000) afirmam aproximar-se esta noção à satisfação buscada na vida familiar, amorosa, social e ambiental e na própria estética existencial. Pressupõe a qualidade de vida a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade toma como seus padrões de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas culturas, espaços e momentos históricos, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural” (2004, p.423-432).
Em relação ao conteúdo disponibilizado no espaço, foi elaborado um
questionário (APÊNDICE 1), aplicado com um grupo de alunos de uma turma dos
cursos de Inclusão Digital da UNATI, para uma pesquisa de opinião referente aos
assuntos de interesse a serem disponibilizados no Espaço Digital Virtual da Terceira
Idade. Ao final de todo o trabalho desenvolvido e implementado, foi feita a avaliação
do Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem. Esta avaliação visa
verificar se o espaço desenvolvido especialmente para essa faixa etária, respeitando
suas especificidades e com compatibilidade tecnológica que atenda a demanda
dessas pessoas, poderá auxiliá-las no processo de inclusão social e digital.
Para tal, foi realizado um encontro presencial com um grupo de alunos de
uma turma dos cursos de Inclusão Digital da UNATI para interação com o Espaço
Digital Virtual implementado. Nesse encontro, além da observação da interação
desses alunos com o Espaço Digital Virtual, foi aplicado um questionário para
avaliação desse espaço, considerando aspectos tais como: conteúdo, interface,
navegação, compatibilidade tecnológica para a Terceira Idade. Caso necessário,
poderão ser implementadas melhorias em trabalhos futuros, considerando esses
aspectos.
Considera-se importante destacar que não foram coletados dados pertinentes
a aspectos da vida pessoal dos sujeitos, pois interessa-nos apenas os instrumentos
referidos a fim de implementar o Espaço Digital Virtual e avaliá-lo.
35
Figura 10 – Diagrama de Avaliação Fonte: Autoria própria – 2011
6.5 Contexto do estudo
Para embasar este trabalho foram aprofundadas as pesquisas sobre
acessibilidade à Web e a compatibilidade das interfaces tecnológicas disponíveis
para a Terceira Idade com a finalidade de obter parâmetros para o trabalho
desenvolvido no espaço digital virtual proposto.
De acordo com Santarosa et all (2010), na busca por um ambiente de
acessibilidade é necessário observar a estrutura do espaço, pois a falta do mesmo
desorienta o usuário e dificulta a navegação, como também procurar não abusar de
informações gráficas, dando alternativas no formato textual. Estes aspectos serão
considerados na construção do Espaço Digital Virtual proposto.
Para o desenvolvimento do Espaço Digital Virtual houve a necessidade de um
embasamento teórico quanto às linguagens de programação e ferramentas
disponíveis para a elaboração deste, assim, se buscou a familiarização com as
tecnologias existentes, observando as que são mais compatíveis na criação do
Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem
Avaliação com um grupo de alunos da UNATI
Interação no Espaço Digital Virtual
Questionário
36
espaço para a Terceira Idade. A proposta foi escolher ferramentas flexíveis às
características pesquisadas, que não sejam “engessadas”, o que dificultaria a
acessibilidade à Web.
Aprofundando-nos na solução do projeto de pesquisa e começando a
definição da implementação, através dos estudos já realizados, se observa que não
existem muitos trabalhos nesta linha de pesquisa, voltados para as pessoas da
Terceira Idade. Desta forma, o desenvolvimento deste espaço está embasado em
critérios teóricos, estudos de acessibilidade e experiência adquirida durante a prática
do estágio.
Durante toda a pesquisa, foram analisadas diversas tecnologias que poderiam
ser utilizadas para o desenvolvimento deste espaço, referidas no Capítulo 2 –
Tecnologias Digitais Virtuais. Todas elas, dependendo da forma que forem
trabalhadas possuem requisitos para o desenvolvimento do trabalho.
As tecnologias existentes são bastante flexíveis e podem ser utilizadas de
forma criativa para a concepção de um espaço virtual. Ao se analisar as
características de tais tecnologias, foi verificado que o Joomla é a ferramenta mais
indicada para implementação do Espaço Digital Virtual de Socialização e
Aprendizagem para a Terceira Idade, sendo esta a ferramenta utilizada.
6.6 Planejamento do Espaço Digital Virtual de Socia lização e Aprendizagem para a Terceira Idade
A partir do estudo realizado sobre acessibilidade à Web e a compatibilidade
das interfaces tecnológicas disponíveis para a Terceira Idade, buscou-se parâmetros
para o trabalho a ser desenvolvido no espaço digital virtual proposto. Neste sentido,
já se tinha informações importantes observadas durante as aulas dos estágios, no
que tange ao conteúdo e interface, tais como: terminologia a ser utilizada e
quantidade de informações, pois a terminologia utilizada pelos jovens hoje não são
conhecidas pelas pessoas idosas o que dificulta em muito a sua compreensão;
esquema de cores, tamanho de letras, etc, pois conforme aponta Agner (2009, 49)
“... A observação do usuário visa a coletar dados suficientes sobre o seu
comportamento para o redesenho das interfaces.”
37
O espaço implementado buscou disponibilizar um ambiente sociodigital, ou
seja, a apropriação social da tecnologia. Em outras palavras, um local onde as
pessoas da Terceira Idade possam de uma forma prática e simples, desenvolver
uma rede em torno dos seus interesses.
O questionário (APÊNDICE 1) sobre os assuntos de interesse aplicado em
uma turma de 30 alunos da UNATI serviu de ponto de partida para o
desenvolvimento dos conteúdos que foram disponibilizados no espaço, com menus
claros e de fácil compreensão. Através da análise do questionário se obteve os
assuntos de maior interesse. Conforme a planilha apresentada na Tabela 1, os
assuntos com maior votação foram disponibilizados no espaço:
Tabela 1 – Levantamento dos assuntos de interesse dos alunos da UNATI
ASSUNTOS VOTOS IDADE SEXO ESCOLARIDADE APOSENTADORIA
60-70 71-80 F M F M S 01-10 11-20
Aspectos psicológicos do envelhecimento 12 9 3 10 2 3 8 1 5 7 Alimentos diet e light 7 4 3 7 3 4 3 4 Depressão 7 5 2 5 2 5 1 1 5 2 Cidadania e Participação Social 7 5 2 6 1 4 1 2 5 2 Deficiência visual 6 4 2 3 3 3 3 2 4 Hipertensão arterial 5 3 2 5 3 2 3 2 Solidão na Terceira Idade 5 3 2 4 1 1 2 2 3 2 Osteoartrose 4 2 2 4 2 2 3 1 Câncer de mama 4 3 1 3 1 3 1 1 3 Envelhecimento e trabalho 4 4 2 2 1 1 2 3 1 Exercício físico regular 4 4 2 2 3 1 4 Osteoporose 3 3 3 1 2 3 Destino do lixo 3 3 3 1 2 1 2 Aids na Terceira Idade 2 1 1 2 2 2 Doença coronariana 2 1 1 2 2 1 1 Alzheimer 2 2 1 1 1 1 2 Câncer de próstata 2 1 1 1 1 1 1 2 Violência doméstica contra os idosos 2 1 1 2 1 1 1 1 Voluntariado 2 2 1 1 1 1 1 Drogas 1 1 1 1 1 Economia doméstica 1 1 1 1 1 Medicamentos genéricos 1 1 1 1 1 Nutrição e saúde 1 1 1 1 1 Saúde bucal 1 1 1 1 1 Saúde auditiva 1 1 1 1 1 Cuidadores dos idosos Meio ambiente e desenvolvimento
Fonte: Autoria própria - 2011
38
- Aspectos psicológicos do envelhecimento, recebeu 12 votos, sendo 9 deles
por pessoas entre 60 e 70 anos e 3 entre 71 e 80 anos, 10 foram do sexo feminino e
2 do sexo masculino, 3 com ensino fundamental, 8 com ensino médio e 1 com
ensino superior, todos aposentados, 5 entre 1 e 10 anos e 7 entre 11 e 20 anos.
Este assunto, por ser o mais votado, recebeu destaque e está na home do espaço
como um artigo;
- Alimentos diet e light, recebeu 7 votos, sendo 4 deles por pessoas entre 60 e
70 anos e 3 entre 71 e 80 anos, todos os votos deste assunto foram do sexo
feminino, 3 com ensino fundamental e 4 com ensino médio, todos aposentados, 3
entre 1 e 10 anos e 4 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o segundo mais
votado, recebeu destaque e está na home do espaço como um artigo;
- Depressão, recebeu 7 votos, sendo 5 deles por pessoas entre 60 e 70 anos
e 2 entre 71 e 80 anos, 5 foram do sexo feminino e 2 do sexo masculino, 5 com
ensino fundamental, 1 com ensino médio e 1 com ensino superior, todos
aposentados, 5 entre 1 e 10 anos e 2 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o
terceiro mais votado, recebeu destaque e está na home do espaço como um artigo;
- Cidadania e participação social, recebeu 7 votos, sendo 5 deles por pessoas
entre 60 e 70 anos e 2 entre 71 e 80 anos, 6 foram do sexo feminino e 1 do sexo
masculino, 4 com ensino fundamental, 1 com ensino médio e 2 com ensino superior,
todos aposentados, 5 entre 1 e 10 anos e 2 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por
ser o quarto mais votado, foi colocado na home como um link para uma página
estática do espaço;
- Deficiência visual, recebeu 6 votos, sendo 4 deles por pessoas entre 60 e 70
anos e 2 entre 71 e 80 anos, 3 foram do sexo feminino e 3 do sexo masculino, 3 com
ensino fundamental e 3 com ensino médio, todos aposentados, 2 entre 1 e 10 anos
e 4 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o quinto mais votado, foi colocado na
home como um link para uma página estática do espaço;
- Hipertensão arterial, recebeu 5 votos, sendo 3 deles por pessoas entre 60 e
70 anos e 2 entre 71 e 80 anos, todos os votos deste assunto foram do sexo
feminino, 3 com ensino fundamental e 2 com ensino médio, todos aposentados, 3
entre 1 e 10 anos e 2 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o sexto mais votado,
foi colocado na home como um link para uma página estática do espaço;
39
- Solidão na Terceira Idade, recebeu 5 votos, sendo 3 deles por pessoas entre
60 e 70 anos e 2 entre 71 e 80 anos, 4 foram do sexo feminino e 1 do sexo
masculino, 1 com ensino fundamental, 2 com ensino médio e 1 com ensino superior,
todos aposentados, 3 entre 1 e 10 anos e 2 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por
ser o sétimo mais votado, foi colocado na home como um link para uma página
estática do espaço;
- Osteoartrose, recebeu 4 votos, sendo 2 deles por pessoas entre 60 e 70
anos e 2 entre 71 e 80 anos, todos os votos deste assunto foram do sexo feminino,
2 com ensino fundamental e 2 com ensino médio, todos aposentados, 3 entre 1 e
10 anos e 1 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o oitavo mais votado, foi
colocado na home como um link sob o título “Páginas de assuntos interessantes”
que reporta a uma página estática com link para outra página, fora do espaço, que
trata deste assunto específico;
- Câncer de mama, recebeu 4 votos, sendo 3 deles por pessoas entre 60 e
70 anos e 1 entre 71 e 80 anos, 3 foram do sexo feminino e 1 do sexo masculino,
3 com ensino fundamental e 1 com ensino médio, todos aposentados, 1 entre 1 e
10 anos e 3 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o nono mais votado, foi
colocado na home como um link sob o título “Páginas de assuntos interessantes”
que reporta a uma página estática com link para outra página, fora do espaço, que
trata deste assunto específico;
- Envelhecimento e trabalho, recebeu 4 votos, todos os 4 por pessoas entre
60 e 70 anos, 2 foram do sexo feminino e 2 do sexo masculino, 1 com ensino
fundamental, 1 com ensino médio e 2 com ensino superior, todos aposentados, 3
entre 1 e 10 anos e 1 entre 11 e 20 anos. Este assunto, por ser o décimo mais
votado, foi colocado na home como um link sob o título “Páginas de assuntos
interessantes” que reporta a uma página estática com link para outra página, fora
do espaço, que trata deste assunto específico;
- Exercícios físicos regulares, recebeu 4 votos, todos os 4 por pessoas entre
60 e 70 anos, 3 foram do sexo feminino e 1 do sexo masculino, 3 com ensino
médio e 1 com ensino superior, todos aposentados entre 11 e 20 anos. Este
assunto, por ser o décimo primeiro mais votado, foi colocado na home como um
link sob o título “Páginas de assuntos interessantes” que reporta a uma página
40
estática com link para outra página, fora do espaço, que trata deste assunto
específico.
Desta forma, se espera ter contemplado os principais interesses do grupo
pesquisado, tornando o espaço atraente aos usuários, por se tratar de assuntos
que os mesmos consideram importantes.
Pode-se observar, ao analisar os questionários, que as pessoas da Terceira
Idade estão interessadas em saber como viver bem nesta idade, pois além de se
preocuparem com sua saúde, física e mental, tem interesses em assuntos
agradáveis como participação e cidadania, que os fazem sentir participantes da
sociedade em que vivem.
Os demais assuntos que receberam três votos ou menos não foram
incluídos no espaço digital de socialização e aprendizagem por se ter a
necessidade de manter uma navegabilidade clara e limpa, uma vez que muitos
itens no menu iriam cansar os usuários. Como o critério a ser utilizado é a
usabilidade pelo idoso, ou seja, que ele se sinta confortável no espaço, a idéia é
mantê-lo sempre atualizado, desta forma estes assuntos serão inseridos de
tempos em tempos para que o mesmo não fique com conteúdos já pesquisados e
analisados pelos usuários.
A idéia principal é manter poucos assuntos disponíveis, substituindo-os
gradativamente. Depois que todos os itens votados forem esgotados, se pretende,
para trabalhos futuros, manter uma enquete de quais os assuntos estão
despertando o interesse dos internautas da Terceira Idade para então alimentar
estes conteúdos no espaço. Esta interatividade é essencial para que este espaço
seja sempre utilizado pelo grupo da Terceira Idade, pois devido à grande
dificuldade que alguns têm em utilizar a internet, se ainda forem colocados
materiais que não sejam interessantes com a vivência atual do idoso, o espaço
tende a não ser mais utilizado, prejudicando, mais uma vez, a inclusão dessa
camada da população no mundo digital.
41
6.7 Planejamento técnico-didatico-pedagógico
Inicialmente, definiu-se o sistema de gerenciamento de conteúdos Joomla
para a criação do espaço e das publicações de interesse dos alunos da UNATI. Com
esta definição foi registrado um domínio e através de um provedor, instalada a
ferramenta, configurada e disponibilizada na internet através do endereço eletrônico
www.marcialeao.com/v3. A ferramenta Joomla envolve a utilização da linguagem de
programação PHP e do banco de dados MySQL.
Além da utilização deste sistema de gerenciamento, foram utilizados alguns
vídeos do youtube (www.youtube.com), pois através de vídeos é possível trazer os
conteúdos ao entendimento dos alunos de forma simples.
Todo o material disponibilizado foi coletado na própria internet, mas
submetido à avaliação sob a óptica dos itens pesquisados sobre acessibilidade e
linguagem clara para a Terceira Idade.
Por tratar-se de um espaço digital onde se buscou além de um fácil acesso,
que os alunos adquirissem também aprendizagem, se considerou uma perspectiva
construtivista buscando a interação, colaboração e autonomia por parte dos alunos
na exploração do espaço implementado.
Após a análise da melhor disposição dos assuntos no espaço, foi definida que
sua estrutura seria a seguinte:
Figura 11. Estrutura do Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade Fonte: Autoria própria - 2011
42
6.8 Descrição dos contextos do Espaço Digital de So cialização e Aprendizagem para a Terceira Idade
Tendo como base toda a pesquisa já realizada sobre acessibilidade, Terceira
Idade, assuntos de interesse dos idosos, se desenvolveu um Espaço Digital de
Socialização e Aprendizagem que possui uma estrutura muito simples, mas que vem
ao encontro das necessidades apontadas nas referidas pesquisas. Para facilitar a
navegação, os assuntos ultrapassam o espaço da tela do computador, assim, as
figuras mostradas abaixo são uma seqüência de como as páginas estão
organizadas:
Figura 12: Home Page do Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/
Conforme a figura 12 se pode observar que o espaço foi criado para atender
as necessidades dos idosos. No canto superior direito, foi colocado o recurso de
aumentar, tornar padrão e diminuir a letra de todos os textos exibidos, facilitando
desta forma a leitura pelas pessoas com maiores dificuldades de visão. Foram
disponibilizados também, links para rede social, facebook e para o twitter.
43
Figura 13: Continuação - Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/
Na seqüência foi colocado o Menu Principal, no lado esquerdo, com os links
para os assuntos de interesse das pessoas da Terceira Idade. Posteriormente, cada
link será mostrado e analisado.
O primeiro artigo (post) do espaço foi colocado bem ao lado, disponibilizando
um vídeo já incorporado ao site, sobre a depressão com depoimento de um médico
que fala da importância de manter-se ativo na sociedade para evitar esta
enfermidade.
Figura 14: Continuação - Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira
Idade. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/
Este vídeo mostra de forma simples quais as diferenças entre alimentos diet e
ligth, uma dúvida entre os idosos, principalmente os que possuem diabetes. Trata-se
44
do segundo artigo (post) do Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a
Terceira Idade.
Figura 15: Continuação - Espaço Digital de Socialização e Aprendizagem para a Terceira
Idade. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/
Já neste artigo, foram disponibilizados dois materiais, um livro no link Velhice
bem Sucedida e um vídeo motivacional que faz o idoso sentir-se integrado à
sociedade.
Figura 16: Link para Velhice bem Sucedida. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/ A estrutura do espaço disponibiliza algumas páginas estáticas com
conteúdos de interesse dos idosos, conforme descrevemos na figura 17. Abaixo
45
temos esta seqüência de páginas onde se procurou colocar os textos simplesmente,
com poucas ou sem imagens para focar no assunto especificamente:
Figura 17: Páginas estáticas do Menu Principal: Cidadania e Participação Social. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/index.php/cidadania-e-participacao-social
Nesta página se buscou trazer o idoso à participação cidadã, colocando-o
como integrante da sociedade, fazendo-o refletir sobre seus direitos, foram
disponibilizados links para os sindicatos de categorias como a dos aposentados, do
INSS como também do Ministério da Previdência Social. O texto buscou ser
motivador, pois muitos idosos acham que pela idade já não tem direito a nada e
aceitam passivamente as questões que a sociedade impõe a eles.
Como o tópico trata de dois assuntos, cidadania e participação social, um
segundo assunto foi inserido nesta página, com links para que o idoso saiba onde se
integrar a sociedade como do grupo da Terceira Idade do Unilasalle, da Ulbra, assim
como onde ir à bailes para poder ter uma vida social mais ativa.
Figura 18: Páginas estáticas do Menu Principal: Deficiência Visual. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/index.php/deficiencia-visual
46
Nesta página se buscou informações da Sociedade Brasileira de
Oftalmologia, incluindo um link para a página da Sociedade onde são apresentados
os principais problemas de visão que podem afetar os idosos.
Figura 19: Páginas estáticas do Menu Principal: Hipertensão Arterial. Disponível em:
http://marcialeao.com.br/v3/index.php/hipertensao-arterial Para variar a forma de disponibilização dos conteúdos, nesta página se optou
por colocar perguntas e respostas sobre hipertensão arterial, explicando de forma
simples como entender estas questões.
Figura 20: Páginas estáticas do Menu Principal: Solidão na Terceira Idade. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/index.php/solidao-na-terceira-idade
Nesta página foi abordado o assunto Solidão na Terceira Idade, uma questão
que faz parte do cotidiano de muitos idosos, pois o abandono nesta etapa da vida
torna-se muitas vezes comum. O texto aborda o tema solidão de uma forma geral,
47
mostrando que muitas vezes a solidão pode ser um momento de crescimento.
Especificamente com relação ao idoso busca ser motivador, sempre focando a
participação social, seja conhecendo novos amigos ou em grupos de convivência.
Se pode observar que o Menu Principal está sempre disponível à esquerda da
tela possibilitando que o usuário navegue tranquilamente sem a necessidade de ficar
voltando para Página Inicial do espaço.
Seguindo a estrutura do espaço implementado, no Menu Principal, temos o
link para “Páginas de Assuntos Interessantes”, conforme a figura 21 abaixo:
Figura 21: Link de Páginas de Assuntos Interessantes. Disponível em: http://marcialeao.com.br/v3/index.php/links
Aqui foram disponibilizados os assuntos menos votados pelos alunos da
UNATI, proporcionando ao internauta visitar outras páginas com os assuntos
relacionados nos links. Cabe salientar que as páginas são abertas numa nova
página para não perder o vínculo com o espaço digital de socialização e
aprendizagem para a Terceira Idade.
48
7 AVALIAÇÃO DO ESPAÇO DIGITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇ ÃO E
APRENDIZAGEM PARA A TERCEIRA IDADE
A avaliação do Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem foi
realizada em um encontro presencial com um grupo de alunos da UNATI/ Unilasalle.
Esta avaliação foi realizada com o objetivo de verificar se o espaço digital virtual,
implementado a partir das especificidades da Terceira Idade e com compatibilidade
tecnológica que atenda a demanda dessa faixa etária, poderá auxiliar essas pessoas
em seu processo de inclusão social e digital
Conforme já destacado, a avaliação está embasada na observação das
interações que ocorreram neste espaço durante o encontro presencial e através da
aplicação de um questionário (APÊNDICE 2), no qual foram abordados aspectos tais
como: conteúdo, interface, navegação, compatibilidade tecnológica para a Terceira
Idade.
7.1 Interações no Espaço Digital Virtual de Sociali zação e Aprendizagem para a Terceira Idade
Como as aulas dos cursos de Inclusão Digital para a UNATI/UNILASALLE já
haviam sido concluídas na época da avaliação do espaço digital virtual, o convite
para a exploração e avaliação desse espaço foi feito em três turmas de outros
cursos que ainda estavam em andamento, sendo que alguns desses alunos também
haviam participado dos cursos de Inclusão Digital, também foi feito contato com os
alunos da UNATI através de e-mail e por telefone.
Dentre os alunos convidados a participar da avaliação do espaço digital
virtual, que participaram da pesquisa de assuntos de interesse, compareceram sete
(7) alunos da UNATI/UNILASALLE. A fim de levantar um perfil desse grupo que
participou da avaliação do espaço, foram coletadas algumas informações em relação
à idade, sexo, escolaridade e nível de conhecimento em informática, conforme
mostra-se na Tabela 2.
49
Tabela 2 – Grupo de alunos da UNATI/UNILASALLE participantes da
avaliação
ALUNOS IDADE SEXO ESCOLARIDADE FLUÊNCIA TECNOLÓGICA (1-5)
HÁ QUANTO TEMPO UTILIZA O COMPUTADOR
Aluno 1 74 Fem Ens. Médio 5 2 anos Aluno 2 78 Fem Ens. Médio 1 2 anos Aluno 3 65 Fem Ens. Médio 3 Menos 1 ano Aluno 4 64 Fem Ens. Médio 4 1 ano Aluno 5 63 Masc Superior 3 5 anos Aluno 6 62 Fem Fundamental 3 3 meses Aluno 7 62 Fem Ens. Médio 3 1 ano
Fonte: Autoria própria - 2011
Com este grupo de participantes, foi possível ter algumas considerações
acerca da usabilidade do espaço digital virtual e se da forma em que o mesmo foi
desenvolvido auxilia as pessoas da Terceira Idade na inclusão social e digital.
Durante o encontro para interação e avaliação do espaço implementado, que
durou aproximadamente duas horas, observou-se que os idosos estavam curiosos
para conhecer o espaço digital virtual e que estavam motivados a explorá-lo. Como
em uma perspectiva construtivista, é de que tal interação aconteça de uma forma
espontânea e autônoma, não houve uma explicação inicial referente à navegação e
ao conteúdo que seria encontrado no espaço digital virtual, apenas explicou-se qual
era o objetivo do trabalho e dessa avaliação.
Uma das senhoras participante do grupo, que possui 74 anos e que já utiliza o
computador com frequência, não demonstrou dificuldade na navegação e quando
questionada sobre o design e disposição dos elementos, ela disse: “- Se melhorar
...estraga”.
Figuras 22 e 23 – Alunas da UNATI analisando o Espaço Digital Virtual de Socialização e
Aprendizagem em out/2011
50
Outra aluna participante da avaliação do trabalho, com 65 anos e que
começou a utilizar o computador nos cursos da UNATI este ano, fez uma
observação com relação ao vídeo sobre produtos diet e ligth, disse que não sabia a
diferença ente os dois tipos e que ao assistir o vídeo, entendeu tal diferença,
relatando “foi muito bom este esclarecimento”.
Também foi observado que os textos das páginas estáticas chamaram muito
a atenção do grupo, pois todos apontaram que o conteúdo era interessante. Como o
texto trás uma linguagem simples e acessível, manteve a atenção dos participantes.
Mesmo antes da entrega dos questionários de avaliação, uma das
participantes já fazia anotações, algumas delas sobre o conteúdo disponível, outras
para repassar para a pesquisadora. Quando informada que seria entregue um
questionário para a avaliação ela disse, “- Certo então, vou colocar minhas
observações nele”.
Outro aspecto significativo, foi que a participante com maior idade do grupo
(78 anos), assistiu aos vídeos atentamente, e não demonstrou dificuldades em fazê-
los executar.
Toda a interação ocorreu através da troca de idéias entre a pesquisadora e os
alunos. Os relatos foram ocorrendo de forma natural e quando indagadas sobre as
questões específicas do espaço, responderam sem maiores problemas ou dúvidas.
7.2 Análise do questionário
Especificamente com relação às questões do questionário (APÊNDICE 2) as
respostas foram na grande maioria de que o espaço atende aos interesses dos
idosos.
A seguir serão colocados alguns aspectos pertinentes com as respectivas
análises:
- freqüência e uso da Internet: quando questionados com que freqüência
acessam a internet, a maioria relatou que seu uso é diário e a utilizam basicamente
para lerem notícias, cultura e conhecimentos gerais e que também possuem um
pouco de dificuldade de encontrarem os conteúdos de seus interesses;
51
- em relação aos aspectos visuais, navegação e design: relataram que o
espaço é de fácil visualização, pois informaram que conseguiram navegar pelas
páginas sem solicitar a ajuda da pesquisadora e em relação à usabilidade relataram
que foi considerada de “fácil a médio”, sendo que fácil é apontada por aqueles que já
tem mais experiência no uso da internet e médio para aqueles que usam o
computador há pouco tempo.
- em relação ao espaço contribuir para a disseminação do uso do computador
e da internet entre os idosos, destaca-se um relato importante por uma das alunas
participantes. Ela ressalta que os idosos que tem uma maior familiaridade com o
computador terão facilidade em utilizar o espaço, já os idosos sem nenhuma
experiência em informática, que nunca usaram o computador, sentirão dificuldades,
fato que é observado não só no uso do espaço digital virtual de socialização e
aprendizagem para a Terceira Idade, mas na utilização dos recursos de informática
como um todo. Isto é um fato bem comum, pois se percebeu nas práticas de estágio
que os idosos têm bastante dificuldade em utilizar o computador e que precisam ter
auxílio para adquirir conhecimentos básicos, caso contrário, alguns não conseguem
utilizá-lo nem para comandos simples e menos ainda para acessar a internet.
- em relação ao conteúdo educacional relataram que o conteúdo é
interessante, voltado aos interesses deles, e que o material serve como informação
e também para pesquisa, “abrindo os seus olhos” para assuntos/informações que
desconheciam e que está fácil procurar o que lhes interessa.
- em relação ao espaço motivar e integrar as pessoas da Terceira Idade foi
colocado que os assuntos estão colocados de forma resumida e com palavras fáceis
de entender que dessa forma possibilitam a motivação dos idosos para integrá-los
no mundo digital.
- em relação às dificuldades encontradas em explorar o espaço, a maioria do
grupo respondeu que não teve nenhuma dificuldade, sendo que aqueles que têm
pouca experiência com o uso do computador, responderam que tiveram um pouco
de dificuldades na exploração do espaço.
E finalizando, com relação a melhorias no espaço digital de socialização e
aprendizagem para a Terceira Idade colocaram que não há necessidade de
52
modificações. Surgiu mais uma vez, um comentário com relação ao uso da
informática: “- para mim está muito bom, quem tem que melhorar sou eu!”.
De acordo com Buratto:
“Segundo o modelo de processamento de informação, existem três estágios da memória: codificação, armazenagem e resgate. Para os idosos é mais difícil organizar os novos aprendizados e, mesmo que o tenham feito de forma eficaz, o resgate também apresenta dificuldades. Retomar o que foi aprendido, acessar as informações apresenta obstáculos, ou seja, no momento da aprendizagem há o aprendizado de fato, mas recordá-lo é uma atividade mais complexa (2011, p. 37)
Conforme destacado pela autora, percebe-se que os idosos tem sérias
dificuldades em recordar o que foi aprendido, desta forma é importante oferecer
processos formativos para que aconteça a inclusão digital das pessoas da Terceira
Idade, pois eles precisam de auxílio para que consigam integrar-se digitalmente
observando suas especificidades, limitações e dificuldades.
Ficou constatado nas respostas que o espaço digital de socialização e
aprendizagem para a Terceira Idade está claro e funcional, as maiores dificuldades
relatadas foram com relação à utilização da informática de um modo geral. Desta
forma, acreditamos que ele vem ao encontro ao problema de pesquisa que é: “a
construção de um espaço para auxiliar as pessoas no processo de inclusão social e
digital”.
O espaço foi desenvolvido para ser simples, acredita-se que o êxito do
mesmo está nesta simplicidade. O foco está nos conteúdos e na usabilidade
permitindo que os idosos tenham uma visão clara das informações disponíveis.
7.3 Análise pelo site de acessibilidade
Tendo em vista que foram analisados alguns sites voltados para a Terceira
Idade através do site de análise de acessibilidade na web denominado DaSilva
(www.dasilva.org.br), por coerência o espaço Digital de Socialização e
Aprendizagem para a Terceira Idade também deve ser submetido a análise desta
ferramenta. Importante salientar que o examinador de acessibilidade analisa o
acesso para pessoas com necessidades especiais tais como: deficiência auditiva
(surdez) e deficiência visual (cegueira), desta forma sua avaliação é bastante
detalhada atendendo as necessidades específicas. No entanto como o público alvo
53
do espaço implementado para a Terceira Idade não possui tais necessidades
especiais, alguns dos itens apontados devem ser desconsiderados.
Figura 24. Análise do Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem pelo analisador
DaSilva. Disponível em www.dasilva.org.br
Acredita-se que, com essa pontuação (24 pontos) na prioridade 1, o espaço
pode ser considerado acessível para a Terceira Idade, pois os erros apontados
estão, na sua maioria, voltados ao fornecimento de equivalência textual para cada
imagem, o que para os idosos não representa dificuldade, tendo em vista que a
visão dos mesmos permite a visualização das imagens de um modo geral.
54
8 CONCLUSÃO
Pensar uma sociedade menos exclusiva é possível, através de trabalhos
como este, onde se busca uma forma de trazer para o mundo atual, as pessoas que
se acham esquecidas, perdidas e sem perspectivas, atribuindo-lhes o devido valor.
O caminho para a inclusão não é fácil, apesar dos discursos recorrentes, não
se percebe a operacionalização das políticas de inclusão em sua totalidade, todos
sabem que existem muitos cidadãos às margens da sociedade, mas é
extremamente cômodo somente saber, mas nada fazer. As “desculpas” são
inúmeras, os filhos dizem que não tem tempo de dar atenção aos pais com idade
avançada, mas como pode o inverso sempre ser possível? Os pais sempre
“arrumam” um jeito de dar atenção aos filhos. Parece-nos que se trata mesmo é de
descaso e de delegar a responsabilidade que seria dos filhos, para outras pessoas
ou mesmo para o governo.
Através deste trabalho, acreditamos que estamos colaborando para a
inclusão social e digital dos idosos, inclusive, após este estudo, a visão que se tinha
sobre as pessoas com mais de 60 anos também mudou, nos faz repensar nossas
atitudes com nossos próprios familiares.
É importante salientar que a construção deste espaço não foi planejado e
implementado no sentido de incluir as pessoas da Terceira Idade no mundo digital
simplesmente através da interação do Espaço Digital de Socialização e
Aprendizagem para a Terceira Idade, mas sim de auxiliá-los no processo de inclusão
e que antes de explorar este espaço, os idosos precisam saber usar o mouse e o
teclado, além de saber fazer pesquisas na Internet, para então, explorar o espaço
construído com as possibilidades apresentadas tais como acesso às redes sociais, e
aos links externos disponíveis.
Acredita-se que se os profissionais da informática, através dos seus
conhecimentos, se preocuparem em acolher esta parcela da população, a inclusão
das pessoas da Terceira Idade ficará mais fácil. Este trabalho aponta para este
pensar.
55
Através dos depoimentos do grupo de alunos da UNATI que avaliou o espaço
implementado constata-se que o objetivo principal do trabalho foi alcançado, ou seja,
de que o espaço digital de socialização e aprendizagem para a Terceira Idade possa
auxiliar a inclusão digital e, consequentemente, a inclusão social. Todo o trabalho foi
realizado com muito carinho, todas as pesquisas a cerca dos assuntos tiveram um
olhar sempre voltado para os idosos, cada site pesquisado foi analisado se era
acessível, se as pessoas da Terceira Idade teriam interesse e facilidade em utilizá-
los. O “olhar” sempre esteve voltado para essas pessoas tão especiais, que no
momento da avaliação, se sentiram honradas em serem convidadas a expressar
suas opiniões.
Finalizando, se pretende com este espaço virtual digital de socialização e
aprendizagem possibilitar a interação, não só dos alunos da Universidade Aberta
para Terceira Idade do Unilasalle - UNATI, mas de todos os idosos de um modo
geral, utilizando as tecnologias digitais virtuais existentes hoje, de uma forma
inclusiva e amigável. Deixa-se aqui o desafio para que demais colegas e professores
possam, utilizando o conhecimento da área da Informática, desenvolver trabalhos
futuros no sentido de auxiliar o processo de inclusão digital e social da Terceira
Idade. Pode-se pensar em futuramente inserir neste espaço um comunicador online
(chat) como também fóruns de discussões para aumentar a interação do espaço
implementado.
56
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58
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE ASSUNTOS DE INTERESSE DA UNATI – UNILASALLE
COMPUTAÇÃO-LICENCIATURA
Esta pesquisa tem como objetivo buscar assuntos de interesse dos alunos da UNATI para serem disponibilizados em um Espaço Virtual para a Terceira Idade. 1- Dados Gerais: Nome: __________________________________________________ Idade: __________________________________________________ Escolaridade: ____________________________ Sexo: _________ Aposentado: ( ) SIM – Há quanto tempo? _________________ ( ) NÃO – Falta quanto tempo? ______________ Marque abaixo 3 assuntos do seu interesse: ( ) Aids na Terceira Idade ( ) Alimentos diet e light ( ) Alzheimer ( ) Aspectos psicológicos do envelhecimento ( ) Cidadania e Participação Social ( ) Cuidadores dos idosos ( ) Câncer de próstata ( ) Câncer de mama ( ) Deficiência visual ( ) Depressão ( ) Drogas
59
( ) Doença coronariana ( ) Destino do lixo ( ) Envelhecimento e trabalho ( ) Exercício físico regular ( ) Economia doméstica ( ) Hipertensão arterial ( ) Meio ambiente e desenvolvimento ( ) Medicamentos genéricos ( ) Nutrição e saúde ( ) Osteoartrose ( ) Osteoporose ( ) Saúde bucal ( ) Saúde auditiva ( ) Violência doméstica contra os idosos ( ) Voluntariado ( ) Solidão na Terceira Idade
60
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ESPAÇO DI GITAL VIRTUAL DE SOCIALIZAÇÃO E APRENDIZAGEM PARA A TERCE IRA IDADE
INSTRUMENTO DE PESQUISA
CURSO: Computação – Licenciatura/UNILASALLE ALUNO: Márcia Ferreira Leão E-MAIL: leã[email protected] Este questionário tem o objetivo de coletar dados para avaliação referente ao trabalho de conclusão de curso “Inclusão Digital da Terceira Idade através de um Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem”, da aluna Márcia Ferreira Leão, sob a orientação da professora Ana Margô Mantovani ([email protected]). 1) Identificação Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) Idade: Escolaridade: E-mail: 2) Classifique o seu nível de fluência tecnológica: ( ) muito fraca ( ) fraca ( ) boa ( ) muito boa ( ) excelente 3) Há quanto tempo você utiliza computador, internet, e-mail, MSN? 4) Você costuma acessar a internet? Com que freqüência? Quais os sites que você mais utiliza? 5) Você localiza com facilidade os conteúdos que lhe interessam na internet? As páginas que utiliza são fáceis de ler e encontrar assuntos interessantes? Em relação ao “Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade” 1) Quais suas impressões ao utilizar o “Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade” pela primeira vez: ( ) O visual do site lhe parece claro ( ) Você localizou com facilidade os assuntos que lhe interessavam
61
( ) O conteúdo educacional disponível é interessante para sua vida ( ) O site é ruim de visualizar e seu conteúdo não vem ao encontro de suas necessidades 2) Você acha que o material didático-pedagógico digital apresentado no Espaço poderá auxiliar você no seu dia-a-dia? ( ) Sim ( ) Não
De que forma:
3) O “Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade” pode auxiliar e motivar a interação entre as pessoas da Terceira Idade? Como? 4) Você acha que o “Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade”contribui para a disseminação do uso de do computador e da internet entre os idosos? De que forma? 5) Como você classifica a usabilidade do Espaço (fácil, médio, difícil)? Por quê? 6) Quais foram as dificuldades encontradas durante a exploração do Espaço? 7) Sugestões para melhoria do “Espaço Digital Virtual de Socialização e Aprendizagem para a Terceira Idade”: