Incompatibilidades farmacotécnicas final
-
Upload
ana-carla-macedo -
Category
Documents
-
view
1.227 -
download
12
Transcript of Incompatibilidades farmacotécnicas final
INCOMPATIBILIDADES FARMACOTÉCNICAS
Ana Carolina de Souza RA 080601
Ana Carla Macedo RA 080597
Juliana Véspoli RA 081807
Luis Fernando G. Falco RA 062509
FR 602 - Farmacotécnica
Primeiramente…
FORMULAÇÃO = Substância(s) ativa(s)
+
Excipientes
Transformação total ou parcial
Incompatibilidade Farmacotécnica
Bases ou veículos
Incompatibilidade X Instabilidade
Incompatibilidade (causa): Efeitos recíprocos entre 2 ou mais componentes (Propriedades diferentes – frustração ou dúvida da
finalidade - Eficácia - da formulação)
Instabilidade (efeito): Características de cada componente da formulação (manutenção da sua integridade /tempo)
Incompatibilidade - Consequências
• Prejuízo da atividade;
• Dificuldade de dosificação exata do medicamento;
• Modificações no aspecto da formulação:
Perceptíveis: cor, odor, sabor ou textura
Não perceptíveis: alterações químicas – verificadas por análise químicas
Classificação Quanto a ORIGEM:
- Incompatibilidade QUÍMICA;
- Incompatibilidade FÍSICA;
- Incompatibilidade TERAPÊUTICA
Incompatibilidade Química
As incompatibilidades químicas caracterizam-se pela transformação parcial ou total das substâncias associadas, formando compostos secundários, com novas propriedades químicas e, conseqüentemente novas propriedades farmacodinâmicas.
A associação de substâncias quimicamente incompatíveis pode causar acidentes (ex. explosões, vapores tóxicos), formar produtos tóxicos ou acarretar a inativação total ou perda parcial da atividade farmacológica.
Incompatibilidade Química
As incompatibilidades químicas podem levar a:
• Formação de compostos muito pouco solúveis
• Precipitação de ácidos e bases fracas, pouco solúveis, devido à alteração do valor do pH
• Precipitação devido à adição do mesmo íon já presente na formulação
• Precipitação devido à formação de sais muito pouco solúveis
Incompatibilidade Química - Oxidação
Reações de Oxidação
Em química orgânica (portanto, para a maioria dos fármacos), oxidação é frequentemente considerada sinônimo de perda de hidrogênio da molécula (dehidrogenação).
O processo oxidativo frequentemente envolve radicais livres, moléculas ou átomos contendo um ou mais elétrons desemparelhados, assim como o oxigênio molecular [O-2 (O-O-) e hidroxila livre (OH-)]. O processo oxidativo se dá em cascata (reação em cadeia).
Incompatibilidade Química - Oxidação Classes de fármacos suscetíveis à oxidação:
CatecolaminasCompostos fenólicos Fenotiazínicos
Esteróides Grupamento sulfidrila Tricíclicos
Incompatibilidade Química - Oxidação
Fatores que afetam a velocidade de oxidação:
Incompatibilidade Química - Oxidação
Estratégias possíveis para proteger as substâncias e/ou formulações sujeitas à deterioração oxidativa:
• Proteção do produto ou fármaco contra a ação do oxigênio, utilização de gás inerte de N2
• Embalagens menores e completamente cheias, sem espaço para o ar
• Embalagens fotorresistentes, como frasco de vidro âmbar
• Utilização de ag. sequestrantes na formulação como quelantes de metais pesadoscomo os sais de EDTA
• Adição de antioxidantes: BHT, BHA, vitamina E, para sistemas oleosos
• Ácido ascórbico (vitamina C), tiossulfato de sódio, para sistemas aquosos
• Controle da temperatura de armazenamento
• Controle do pH da formulação: a oxidação é frequentemente favorecida pelo pH alcalino
Incompatibilidade Química - Redução
Reações de reduçãoUma espécie química é reduzida quando recebe elétrons, porém essa reação tem importância relativamente menor como fenômenos que originam incompatibilidades.
Exemplo:
Formação de prata e mercúrio elementar a partir dos sais correspondentes em presença de agentes redutores inorgânicos.
Incompatibilidade Química - Hidrólise
Processo solvolítico que produz compostos químicos de natureza varíável (as moléculas de água interagem com os demais componentes da formulação).
Principal causa de decomposição de fármacos.
Classes de fármacos suscetíveis à hidrólise:
•Ésteres (ex. anestésicos locais, tais como a procaína e a tetracaína, ácido acetilsalicílico, alcalóides da beladona, lactonas)•Amidas, principalmente as que possuem anéis lactâmicos (ex. penicilina);•Imidas (ex. barbituratos);•Tioésteres.
Incompatibilidade Química - Hidrólise
Classes de fármacos suscetíveis à hidrólise:
Amida
Éster (procaína) Imida barbitúricos
Incompatibilidade Química - Hidrólise
Fatores que afetam a velocidade de Fatores que afetam a velocidade de hidrólisehidrólise
Estratégias para Manipulação de Estratégias para Manipulação de fármacos sujeitos à hidrólisefármacos sujeitos à hidrólise
pH Controle do pH: checar o pH de todas as soluções de fármacos que serão combinadas, bem, como do produto final, adequando-as ao pH ideal.
Temperatura Temperatura de armazenamento: a velocidade de hidrólise é maior em temperaturas elevadas e pode ser retardada com refrigeração
Ácidos e Bases (citratos, acetatos, fosfatos – usados como tampões)
Checar possíveis efeitos negativos de ácidos e bases. Se forem aceleradores do processo de hidrólise, evitar a adição destes.
Incompatibilidade Química - Hidrólise
Fatores que afetam a velocidade de Fatores que afetam a velocidade de hidrólisehidrólise
Estratégias para Manipulação de Estratégias para Manipulação de fármacos sujeitos à hidrólisefármacos sujeitos à hidrólise
Concentração da Droga Quanto maior, maior a chance de hidrólise (autocatalisante)Ex.:Ampicilina sódica.
Presença de água no veículo excipiente ou na matéria - prima
Controle da Exposição de fármacos sólidos à umidade com o uso de recipientes hermeticamente fechados e de dessecantes.
Presença de outros componentes que podem provocar hidrólise. Ex.: Dextrose
Ainda não há.
Incompatibilidade Química - Complexação
Ocorre com íons polivalentes
Interação: Ativo-excipiente ou excipiente – Reversíveis
Formação de complexos - Propriedades físico-químicas diferentes do composto de origem.
Provoca Inativação dos Fármacos/ Não funcionalidade do excipiente.
Incompatibilidade Química - Complexação
Tetraciclina – Inativada por complexação:
Não pode ser misturada com íons polivalentes (Alumínio, Cálcio, Magnésio, Ferro)
Incompatibilidade Química - Complexação
Interação Excipiente - Excipiente Interação Excipiente - Excipiente
•Parabenos Parabenos (conservantes) podem ser inativados em complexos com derivados de polietilenoglicol polietilenoglicol (veiculo, solubilizante, umectante);
•Povidona Povidona (antimicrobiano) pode formar complexos com outros excipientes corantes aniônicos ou catiônicoscorantes aniônicos ou catiônicos;
•AmidoAmido (desintegrante) forma complexos com fármacos ácidos e alguns outros coadjuvantes, como ácido benzóico benzóico (antimicrobiano) e ácido salicílico.
Incompatibilidade Química – Outros
Reações de Substituição e EsterificaçãoReação Lenta;
Exemplo:1.Formação de acetato de prednisolona acetato de prednisolona a partir de prednisolonaprednisolona base na presença do ácido acetilsalicílico.ácido acetilsalicílico.
2. Produção de um flicosídeo de procaínaflicosídeo de procaína (sem atividade anestésica) em soluções de cloridrato de procaína cloridrato de procaína que contenham glicoseglicose.
Incompatibilidade Química – Outros
Carbonatos + Ácidos - Formação de CO2 - Explosões
Reação de Maillard. Ocorre entre grupos aldeídicos da glicose (ou outros açúcares reduzidos) e aminas primárias e secundárias (ex. aminoácidos, fluoxetina) formando produtos de tons marrom.
Incompatibilidade Física
TIPOS:
-Solução incompleta;-Precipitação;-Separação de fases;-Liquefação;-Sorção.
FORMULAÇÃO:
-Não uniforme;
-Desagradável ao paladar;
-Inadequada fisicamente;
-Dosificação não uniforme.
Solução Incompleta Origina o aparecimento de uma mistura não-homogênea, por conta
da imiscilidade ou insolubilidade das substâncias.
EXEMPLOS:- Gomas (xantana, arábica)
são insolúveis em álcool.
CORREÇÕES:- Aquecimento; - Trocar o veículo;- Filtração*; - Adcionar um solvente - Aumentar o solvente ou veículo; solubilizante (ex.tensoativo)
Precipitação Ocorre pela adição de um solvente no qual a substância é
insolúvel.
Ocorre devido:- As características do solvente e temperatura.
EXEMPLO:Mucilagem e albumina em água precipitam com a adição de álcool.
Liquefação
Misturas eutéticas:
P.F. mistura < P.F. compostos isolados
EXEMPLOS: AAS + fenil salicilato AAS + Cânfora
CORREÇÃO: Interpor pós absorventes entre os componentes.
(Carbonato de Mg, lactose, aerosil)
Liquefação
Pós eflorescentes:Liberam umidade para a atmosfera, tornando-se pastosos.
EXEMPLOS: - cafeína; - ácido cítrico; - sulfato ferroso.
CORREÇÕES: - Estocar e dispensar os pós em recipientes bem fechados
- Substituir a forma hidratada pela forma anidra.
Liquefação Pós higroscópicos e deliquescentes:
Absorvem umidade da atmosfera.
EXEMPLOS: - cloreto de cálcio; - sulfato de efedrina; - citrato de potássio.
CORREÇÕES: - Armazenar e dispensar o pó em recipientes bem fechados.
- Adicionar um pó que absorva água (lactose ou MgO) - Armazenar em local de baixa umidade.
Incompatibilidade física
ADSORÇÃO X ABSORÇÃO
ADSORÇÃO ABSORÇÃO
Incompatibilidade Terapêutica
* Vitamina B12* Vitamina C
* Ferro* Cálcio
PROBLEMA?
•Comprometimento do tratamento•Segurança em risco (toxicidade)
Incompatibilidade Terapêutica
U.T.I Adulto
Inúmeros Acessos:
•Traqueostomia
•Cateter para infusão de Medicamentos
•Infusão de Alimentação
•Sondas
U.T.I Adulto
Alimentação:
•Enteral
•Parenteral
E O E O
MEDICAMENTO?MEDICAMENTO?
U.T.I. Neonatal
Pequeno Paciente
•Maiores dificuldades
•Grandes Necessidades
•Reduzido Numero de Acessos
•Portaria MS 272 08/04/1998
Nutrição Parenteral em geralPeculiaridades
•Muitos íons presentes
•Emulsão Lipídica
Riscos
•Precipitação do Medicamento
•Quebra da emulsão lipídica
•Formação de componentes tóxicos
Nutrição Parenteral Neonatal
Peculiaridades
•Adição de Taurina / Cisteína
•pH mais ácido
Conseqüências
•Concentração de medicamento
•Alteração na farmacocinética / farmacodinâmica
•Eventual prejuízo à atividade farmacológica
Algumas drogas com possíveis Incompatibilidades
•Aciclovir•Ampicilina Sódica
•Cloridrato de Dobutamina•Cloridrato de Dopamina•Cloridrato de Vancomicina•Fosfato de Dexametasona
Sódica•Furosemida
•Heparina Sódica•Noradrenalina
•Sulfato de Tobramicina
Fármaco - ExcipientePode ocorrer INTERAÇÃO entre eles (Fármaco-excipiente)
Excipiente INERTE?
Tradicionalmente SIM, mas nesse caso, NÃO. Pois
ocorreram ALTERAÇÕES QUÍMICAS E FÍSICAS
AÇÃO FARMACOLÓGICA pode ser alterada.
Necessidade de Pré-testes para
escolha de excipientes
Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
Método analítico:Vantagens: tempo de análise e preparo da amostra.
Pré-formulação: 5 mg de fármaco, em uma mistura de 50% com o adjuvante.
Como fazer: Exame sob nitrogênio – para evitar oxidação e pirólise, em uma velocidade de aquecimento padrão em um aparelho de DSC, em uma faixa de temperatura que cubra quaisquer mudanças térmicas (tanto do fármaco quanto do adjuvante).
Análise dos resultados
Fármaco
Adjuvante
Mistura a 50% DSC
Sem Interação
Interação
CCD
Degradação Significativa? Não
Adjuvante recomendado
SimAdjuvante
alternativo?
Literatura
FluoxetinaInformações
•Antidepressivo => Depressão•Mecanismo de ação
•INÚMERAS FORMAS FARMACÊUTICAS
EXCIPIENTES
Excipientes para o estudo:
•CELULOS MICROCRISTALINA•ESTEARATO DE MAGNÉSIO
•TALCO•CARBOXIMETIL CELULOSE
•MANITOL
Análises Efetuadas:•CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL
(DSC) entre 25 e 400 Graus Celcius•TERMOGRAVIMETRIA entre 25 e 600 Graus
Celcius•ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO IV entre 4000 e
500cm-1
Fluoxetina
COMPARAÇÃO ENTRE AS CURVAS DSC DA FLUOXETINA E DOS RECIPIENTES >>>>
•INFORMAÇÕES SOBRE A ESTABIIDADE DO MEDICAMENTO .
*INTERAÇÕES PRINCÍPIO ATIVO x EXCIPIENTES
Fluoxetina
POR FIM...
•ESTUDO DA PRÉ FORMULAÇÃO
•COMPATIBILIDADE TÉRMICA Fármaco x Excipientes
MANITOL: Possível Incompatibilidade
OBRIGADO!