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Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Federal de Santa Catarina Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental Influência da estrutura de modelos hidrológicos conceituais na simulação do processo chuva-vazão em duas bacias florestais Paula Cunha David

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Trabalho de Conclusão de Curso

Universidade Federal de Santa Catarina Graduação em

Engenharia Sanitária e Ambiental

Influência da estrutura de modelos hidrológicos conceituais na simulação do processo chuva-vazão em duas bacias florestais

Paula Cunha David

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Paula Cunha David

INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DE MODELOS

HIDROLÓGICOS CONCEITUAIS NA SIMULAÇÃO DO

PROCESSO CHUVA-VAZÃO EM DUAS BACIAS FLORESTAIS

Trabalho apresentado à Universidade

Federal de Santa Catarina para a

conclusão do Curso de Graduação em

Engenharia Sanitária e Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Pedro Luiz Borges

Chaffe

Coorientadora: Debora Yumi de

Oliveira

Florianópolis

2017

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

David, Paula Cunha Influência da estrutura de modelos hidrológicosconceituais na simulação do processo chuva-vazão emduas bacias florestais. / Paula Cunha David ;orientador, Pedro Luiz Borges Chaffe,coorientadora, Debora Yumi de Oliveira, 2017. 135 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -Universidade Federal de Santa Catarina, CentroTecnológico, Graduação em Engenharia Sanitária eAmbiental, Florianópolis, 2017.

Inclui referências.

1. Engenharia Sanitária e Ambiental. 2.Modelagem hidrológica. I. Chaffe, Pedro Luiz Borges.II. Oliveira, Debora Yumi de. III. UniversidadeFederal de Santa Catarina. Graduação em EngenhariaSanitária e Ambiental. IV. Título.

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Paula Cunha David

INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DE MODELOS

HIDROLÓGICOS CONCEITUAIS NA SIMULAÇÃO DO

PROCESSO CHUVA-VAZÃO EM DUAS BACIAS FLORESTAIS

Trabalho submetido à Banca Examinadora como parte dos

requisitos para Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia

Sanitária e Ambiental – TCC II.

Florianópolis, 4 de dezembro de 2017.

____________________________

Prof. Dr. Pedro Luiz Borges Chaffe

Orientador

____________________________

Debora Yumi de Oliveira

Coorientadora

Banca Examinadora:

____________________________

Prof. Dr. Davide Franco

Membro da banca

____________________________

Prof.ª Dr.ª Nadia Bernardi Bonumá

Membro da banca

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Pedro pela oportunidade de realizar este trabalho,

pela liberdade e confiança. À Debora, cuja ajuda no dia a dia foi

fundamental para este trabalho, pela disponibilidade e entusiasmo e por

sempre me incentivar e mostrar que era possível fazer mais e melhor.

Aos meus pais, Marcio e Marise, pelo amor e dedicação, e pelo

suporte para que eu não precisasse me preocupar com mais nada, além de

me dedicar aos estudos.

Ao Lui, que esteve comigo durante toda a graduação, que me

ajudou a cada passo que eu dei, e que me apoiou em todas as decisões.

Aos amigos da graduação, que tornaram os projetos e estudos

momentos muito mais divertidos. Sucesso e arraso!

Aos amigos do LabHidro, por tornarem os dias mais agradáveis,

principalmente à Camyla, por sempre ouvir minhas angústias.

Aos Professores da banca, Nadia Bernardi Bonumá e Davide

Franco, pelas importantes contribuições e tempo disponibilizado.

Obrigada!

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RESUMO

Modelos hidrológicos de chuva-vazão são utilizados para representar e

entender os diversos processos que ocorrem com a água na natureza. Dentre

os tipos de modelos existentes, há os modelos conceituais. Estes modelos

normalmente possuem uma estrutura fixa. Entretanto, cada bacia hidrográfica

possui mecanismos e processos hidrológicos dominantes diferentes, e suas

singularidades neste caso não são levadas em conta. Além disso, a calibração

destes modelos é feita muitas vezes utilizando-se funções de verossimilhança

cujas premissas não são atendidas. Isto leva a resultados não confiáveis na

escolha dos parâmetros e sobre as incertezas das simulações. Os objetivos

deste trabalho foram: (i) avaliar o impacto do uso de diferentes funções de

verossimilhança na calibração dos modelos; e (ii) identificar as estruturas que

melhor representam o processo chuva-vazão em duas bacias florestais: a

Bacia do Rio Saci e a Bacia do Rio dos Bugres. Para este trabalho foram

utilizadas dez estruturas diferentes a partir do modelo SUPERFLEX,

variando o número e tipos de reservatórios, inclusão de funções de

propagação e não linearidade dos reservatórios. Os modelos foram calibrados

com o algoritmo de calibração automática DREAM(ZS) utilizando três funções

de verossimilhança com crescente complexidade: a primeira considera que os

erros são gaussianos e independentes; a segunda considera a

heteroscedasticidade dos resíduos; e a terceira considera uma distribuição não

normal para os resíduos, além da heteroscedasticidade. Para a Bacia do Rio

Saci, os resultados de confiabilidade e precisão da incerteza foram melhores

para a função de verossimilhança que melhor atende às premissas do modelo

de resíduos. Dentre as características dos modelos, o uso de um reservatório

da zona não saturada seguido de dois reservatórios independentes foi o que

melhor representou a bacia. Na Bacia do Rio dos Bugres a terceira função de

verossimilhança apresentou resultados piores, provavelmente devido à

correlação dos parâmetros no processo de calibração. Os modelos que

apresentaram melhor resultado foram os não lineares, indicando que a bacia

tem um comportamento não linear significativo

Palavras-chave: Modelagem hidrológica. SUPERFLEX. Função de

verossimilhança.

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ABSTRACT

Rainfall-runoff models are used to represent and understand different

mechanisms that occur with water in nature. Among the types of existing

models, there are the conceptual models. Conceptual hydrological models

usually have a fixed structure. However, each basin has different dominant

hydrological mechanisms and processes, and its singularities, in this case, are

not considered. In addition, model calibration using likelihood functions

which assumptions are not satisfied or checked leads to unreliable results of

the parameters and uncertainties. The objectives of this work were: (i) to

evaluate the impact of the use of different likelihood functions in model; and

(ii) identify the model structures that better represent the rainfall-runoff

process in two forest basins: the Saci River Basin and the Rio dos Bugres

Basin. For this work, ten different structures from the SUPERFLEX

framework were used, varying the number of reservoirs, inclusion of lag

functions and non-linearity of the reservoirs. The models were calibrated with

the automatic calibration algorithm DREAM(ZS), using three likelihood

functions with increasing complexity: the first one considers that the errors

are Gaussian and independent; the second one considers the

heteroscedasticity of the residuals; and the third one considers a non-normal

distribution for residuals, in addition to heteroscedasticity. For the Saci River

Basin, the results of the reliability and precision were better for the likelihood

function that best meets the assumptions of the residual model. Among the

models, the use of an unsaturated reservoir followed by two independent

reservoirs represents the basin in a better way. In the Bugres River Basin, the

third likelihood function presented worst results, due to the correlation of the

parameters of the residual models and the hydrological models. The models

that presented the best result are nonlinear, which may indicate that the basin

has a significant nonlinear behavior.

Keywords: Hydrological modelling. SUPERFLEX. Likelihood function.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo hidrológico e seus principais processos ...................... 26 Figura 2 - Representação esquemática das estruturas de modelo

utilizadas. Os fluxos e estados estão em preto, os parâmetros em

vermelho. Os modelos são numerados de 03 a 12 conforme os modelos

utilizado em Fenicia et al., (2014). ........................................................ 30 Figura 3- Representação esquemática da calibração de um modelo. Os

parâmetros do modelo são ajustados iterativamente a fim de que os

resultados simulados (linha sólida) se aproximem ao máximo da

resposta observada (linha pontilhada) ................................................... 38 Figura 4 - Mapa de localização das duas bacias estudadas. .................. 45 Figura 5 - Interpretação do gráfico QQ. ................................................ 51 Figura 6 - Resultados da calibração para as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M05 na Bacia do Rio

Saci. ....................................................................................................... 57 Figura 7 - Resultados da calibração para as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M07 na Bacia do Rio

Saci. ....................................................................................................... 58 Figura 8 - Resultados da validação para as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M07 na Bacia do Rio

Saci. ....................................................................................................... 59 Figura 9 - Gráficos QQ para as três funções de verossimilhança (L1, L2

e L3) para os modelos M03 (linha de cima) e M07 (linha de baixo) na

Bacia do Rio Saci. Linha 1:1 em cinza para referência. ........................ 60 Figura 10 - Análise dos resíduos padronizados para as três funções de

verossimilhança para o modelo M07 na Bacia do Rio Saci. A linha

contínua representa a distribuição assumida. ........................................ 61 Figura 11 - Distribuição dos parâmetros para cada função de

verossimilhança para cada os modelos M03 ao M07 para a Bacia do Rio

Saci. ....................................................................................................... 62 Figura 12 - Distribuição dos parâmetros para cada função de

verossimilhança para cada os modelos M08 ao M12 para a Bacia do Rio

Saci. ....................................................................................................... 63 Figura 13 - Gráficos QQ para as três funções de verossimilhança para os

modelos M03 (linha de cima) e M11 (linha de baixo) na Bacia do Rio dos Bugres. Linha 1:1 em cinza para referência. ................................... 67 Figura 14 - Resultados da calibração para as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M03 na Bacia do Rio dos

Bugres. .................................................................................................. 68

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Figura 15 - Resultados da calibração para as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M11 na Bacia do Rio dos

Bugres. .................................................................................................. 69 Figura 16 - Resultados da validação para as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M11 na Bacia do Rio dos

Bugres. .................................................................................................. 70 Figura 17 - Análise dos resíduos padronizados para as três funções de

verossimilhança para o modelo M11 na Bacia do Rio dos Bugres ....... 71 Figura 18 - Distribuição dos parâmetros para cada função de

verossimilhança para cada os modelos M03 ao M07 para a Bacia do Rio

dos Bugres. ............................................................................................ 73 Figura 19 - Distribuição dos parâmetros para cada função de

verossimilhança para cada os modelos M08 ao M12 para a Bacia do Rio

dos Bugres ............................................................................................. 74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Componentes de cada modelo. ............................................. 33 Tabela 2 - Parâmetros de cada modelo. ................................................. 34 Tabela 3 - Funções constitutivas utilizadas (m foi mantido constante em

0,01 conforme Fenicia et al. (2014)) ..................................................... 34 Tabela 4 - Equações de balanço de água utilizadas para cada modelo. . 35 Tabela 5 - Equações constitutivas utilizadas para cada modelo. ........... 36 Tabela 6 - Descrição dos parâmetros e seus intervalos mínimo e máximo

utilizados como limites da distribuição uniforme (distribuição a priori)

utilizada na calibração. .......................................................................... 49 Tabela 7 - Funções de verossimilhança utilizadas e suas premissas sobre

o modelo de resíduos. ............................................................................ 50 Tabela 8 - Resultados do viés volumétrico na calibração e validação dos

modelos na Bacia do Rio Saci. As cores variam de vermelho para o pior

resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e

validação são diferentes. ....................................................................... 55 Tabela 9 - Resultados da precisão na calibração e validação dos modelos

na Bacia do Rio Saci. As cores variam de vermelho para o pior resultado

a verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e validação

são diferentes. ........................................................................................ 55 Tabela 10 - Resultados da confiabilidade na calibração e validação dos

modelos na Bacia do Rio Saci. As cores variam de vermelho para o pior

resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e

validação são diferentes. ....................................................................... 56 Tabela 11 - Resultados do viés volumétrico na calibração e validação

dos modelos na Bacia do Rio dos Bugres. As cores variam de vermelho

para o pior resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a

calibração e validação são diferentes. ................................................... 66 Tabela 12 - Resultados da precisão na calibração e validação dos

modelos na Bacia do Rio dos Bugres. As cores variam de vermelho para

o pior resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a

calibração e validação são diferentes. ................................................... 66 Tabela 13 - Resultados da confiabilidade na calibração e validação dos

modelos na Bacia do Rio dos Bugres. As cores variam de vermelho para

o pior resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e validação são diferentes. ................................................... 67

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LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Descrição Unidade

c Fator de ajuste -

Ce Fator de ajuste da evapotranspiração -

D Divisão do fluxo entre os reservatórios lento e

rápido -

ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar

ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar

Ef Evapotranspiração no reservatório rápido mm

Ei Evapotranspiração no reservatório de

interceptação mm

ETP evapotranspiração potencial diária mm/dia

Eu Evapotranspiração na zona não saturada mm

FΩ Função de distribuição cumulativa da

distribuição preditiva -

FR Reservatório rápido -

Fu Função de distribuição cumulativa de uma

distribuição uniforme -

Imax Capacidade máxima de armazenamento de

interceptação -

IR Reservatório de interceptação -

Kf Coeficiente do reservatório rápido 1/h

Kr Coeficiente do reservatório da zona ripária 1/h

Ks Coeficiente do reservatório lento 1/h

LF Função de propagação -

M Porcentagem da precipitação total que vai

para o reservatório da zona ripária -

Nc Número de componentes -

Npar Número de parâmetros -

Nt Número de passos de tempo -

P Precipitação mm

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Símbolo Descrição Unidade

Pf Precipitação que entre no reservatório rápido mm

Pfl Precipitação que entre no reservatório rápido

após função de propagação

mm

Pr Precipitação que entra no reservatório da

zona ripária

mm

Ps Precipitação que entre no reservatório lento mm

Pt Precipitação total mm

Pu Precipitação que entra no reservatório da

zona não saturada

mm

Q Vazão mm/h

Q Média das vazões simuladas em um tempo t

Q Vazão observada mm/h

Qf Fluxo de saída do reservatório rápido mm

Qq Fluxo de saída do reservatório da zona não

saturada

mm

Qr Fluxo de saída do reservatório da zona ripária mm

Qs Fluxo de saída do reservatório lento mm

Qt Fluxo de saída no fim do sistema mm

Qt Vazão simulada mm

Rn radiação líquida mm/dia

RR Reservatório da zona ripária -

S Armazenamento mm

sdevQ desvio padrão das previsões em certo tempo mm

Sf Armazenamento no reservatório rápido mm

Si Armazenamento no reservatório de

interceptação

mm

Si Armazenamento do reservatório de

interceptação

mm

SR Reservatório lento -

Ss Armazenamento no reservatório lento mm

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Símbolo Descrição Unidade

Su Armazenamento no reservatório da zona não

saturada mm

Su,max Capacidade máxima de armazenamento na

zona não saturada mm

t passo de tempo 1 min

Tf Parâmetro da função de propagação h

UR Reservatório da zona não saturada -

W fator de ponderação relacionado com a

temperatura e altitude -

x conjunto de parâmetros -

ŷt valor simulado mm/h

𝞪 Expoente do reservatório rápido -

𝛽 Expoente do reservatório da zona não

saturada -

𝜗 ponto candidato -

θt-1 posição atual do ponto amostrado -

𝜋 Densidade de probabilidade -

𝞷 Skewness -

Φ Curtose -

σ0 Coeficiente linear do erro mm

σ1 Coeficiente angular do erro -

σt Desvio-padrão do erro mm

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 21

1.1 OBJETIVOS ........................................................................... 23

1.1.1. Objetivo Geral ................................................................. 23

1.1.2. Objetivos Específicos ...................................................... 23

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................... 25

2.1. PROCESSOS HIDROLÓGICOS ........................................... 25

2.2. MODELAGEM HIDROLÓGICA .......................................... 26

2.3. MODELO SUPERFLEX ........................................................ 29

2.4. CALIBRAÇÃO DE MODELOS HIDROLÓGICOS .............. 37

2.4.1. DREAM – Differential Evolution Adaptive Metropolis . 40

3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................ 43

3.1. ÁREA DE ESTUDO ............................................................... 43

3.1.1. Bacia Hidrográfica do Rio Saci ....................................... 43

3.1.2. Bacia Hidrográfica do Rio dos Bugres ............................ 43

3.2. EVAPOTRANSPIRAÇÃO .................................................... 46

3.3. IMPLEMENTAÇAO NUMÉRICA DO MODELO ............... 46

3.4. CALIBRAÇÃO ...................................................................... 47

3.5. ANÁLISE DA INCERTEZA .................................................. 50

3.6. ANÁLISE DOS RESÍDUOS .................................................. 52

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 53

4.1. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SACI ............................. 53

4.1.1. Análise dos resíduos ........................................................ 60

4.1.2. Análise dos parâmetros .................................................... 61

4.2. BACIA DO RIO DOS BUGRES ............................................ 64

4.2.1. Análise dos resíduos ........................................................ 71

4.2.2. Análise dos parâmetros .................................................... 72

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................. 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 77

APÊNDICE A - IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA DOS

MODELOS NO MATLAB ................................................................. 83

APÊNDICE B – RESULTADOS BACIA DO RIO SACI................ 97

APÊNDICE C – RESULTADOS BACIA DO RIO DO BUGRES 117

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1. INTRODUÇÃO

Modelos hidrológicos de chuva-vazão são amplamente utilizados

para representar e entender os diversos processos que ocorrem com a água

na natureza, nas fases de escoamento superficial, subterrâneo,

interceptação, entre outros. Estes modelos são utilizados também para

extrapolar as medições no tempo e no espaço, especialmente para o futuro

e em bacias não monitoradas (BEVEN, 2012). Na ciência, um modelo

pode ser visto como uma hipótese de como a bacia hidrográfica funciona.

Ele contém uma descrição dos processos hidrológicos dominantes e pode

prever como a combinação desses processos reproduz a resposta da bacia

(CLARK; KAVETSKI; FENICIA, 2011).

Dentre os tipos de modelos existentes, há os modelos conceituais

e os de base física. Os modelos conceituais utilizam a bacia como escala,

sem considerar seus aspectos físicos – é considerada apenas a relação dos

dados de entrada com os de saída. Os modelos hidrológicos conceituais

normalmente possuem uma estrutura fixa. Entretanto, cada bacia

hidrológica possui mecanismos e processos hidrológicos dominantes

diferentes, e suas singularidades neste caso não são levadas em conta.

Modelos como HBV (LINDSTRÖM et al., 1997), HYMOD (BOYLE,

2000), GR4J (PERRIN; MICHEL; ANDRÉASSIAN, 2003) são

exemplos de modelos conceituais fixos, cujas estruturas são utilizadas

para qualquer bacia estudada. Já os modelos de base física consideram as

características espaciais da bacia hidrográfica. Porém, estes modelos são

de difícil aplicação devido à demanda de dados de entrada e de recursos

computacionais.

Aumentar a complexidade de um modelo não necessariamente

melhora sua performance (FENICIA et al., 2008; VAN ESSE et al.,

2013). O melhor uso das informações disponíveis, sem precisar aumentar

o número de parâmetros, pode aumentar a performance do modelo. Desta

forma, não é o número de parâmetros que determina a capacidade do

modelo em reproduzir as respostas de uma bacia, mas sim o papel destes

parâmetros, os processos que eles representam, e seus impactos na

resposta da bacia (FENICIA; MCDONNELL; SAVENIJE, 2008).

Bacias com dinâmicas hidrológicas diferentes são melhores

representadas utilizando-se diferentes estruturas de modelos concentrados, indicando uma conexão entre as propriedades na escala da

bacia e o uso apropriado de estruturas dos modelos (FENICIA et al.,

2014). Uma estrutura fixa de modelo – igual para todas as bacias – tem

dificuldade em acomodar todas as possibilidades de comportamento de

bacias. Todavia, uma estrutura fixa pode ter vantagens, como a facilidade

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em interpretar as diferenças dos parâmetros em diferentes aplicações

(KAVETSKI; FENICIA, 2011). Já modelos conceituais flexíveis podem

servir como uma ligação entre modelagem e monitoramento, facilitando

o entendimento, representação e interpretação do comportamento da

bacia (KAVETSKI; FENICIA, 2011). É possível testar diferentes

hipóteses, com a construção e teste de diferentes estruturas de modelo

utilizando-se diferentes combinações de componentes genéricos. Este

método é útil para a modelagem na escala da bacia, uma vez que se torna

possível encontrar correspondências entre as propriedades da bacia e a

estrutura do modelo, permitindo um maior conhecimento dos processos

hidrológicos dominantes nela (FENICIA et al., 2014).

Uma das dificuldades da modelagem hidrológica é a identificação

dos parâmetros do modelo. Geralmente, eles não podem ser coletados

diretamente em medições em campo, ou por estimativa prévia. Por isso,

é feita a calibração dos parâmetros a partir de dados históricos de chuva e

vazão, que consiste em encontrar o melhor conjunto de parâmetros para

aquela bacia hidrográfica; ou seja, o conjunto que melhor irá representar

o seu comportamento. Assim, com estes parâmetros, é possível fazer

previsões de eventos hidrológicos fora do período histórico utilizado para

a calibração.

Muitos modelos apresentam boa calibração; porém, sua validação

tanto no espaço – transferência dos parâmetros para outra bacia – e no

tempo – em outro período – muitas vezes não é satisfatória. Alguns dos

motivos para isso são as incertezas nos dados e a estrutura do modelo. O

sucesso da validação depende de métodos que liguem as características

da bacia hidrográfica com a estrutura do modelo (GUPTA; WAGENER;

LIU, 2008).

A estatística Bayesiana trata os parâmetros do modelo como

variáveis probabilísticas que possuem uma função de densidade de

probabilidade a posteriori (PDF, do inglês probability density function).

Segundo o teorema de Bayes, a PDF a posteriori é proporcional ao

produto da função de verossimilhança e a PDF a priori. Uma das questões

da estatística Bayesiana é que o modelo dos resíduos da função de

verossimilhança precisa ser prefixada a priori e, muitas vezes, suas

premissas não são atendidas. A violação destas premissas leva a

resultados não confiáveis dos parâmetros e da incerteza das simulações (KAVETSKI; FENICIA; CLARK, 2011; SCHOUPS; VRUGT, 2010;

SMITH et al., 2010; SMITH; MARSHALL; SHARMA, 2015; THYER

et al., 2009).

Amostradores do tipo Monte Carlo Markov Chain (MCMC) são

bastante adequados para lidar com as características das PDF posteriores

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23

de parâmetros de modelos hidrológicos (VRUGT et al., 2003). Este é um

método de otimização eficiente, que concentra esforços nas áreas onde as

amostras indicaram valores elevados para a PDF a posteriori, porém com

uma amostra adicional aleatória para evitar perder áreas com valores

elevados para a PDF a posteriori que ainda não foram amostradas,

especialmente quando um grande número de parâmetros possa estar

envolvido (BEVEN, 2012). Os métodos MCMC fornecem ferramentas

para fazer este tipo de amostragem mais eficientemente (BEVEN, 2012).

Um exemplo de algoritmo com base MCMC é o Differential Evolution

Adaptive Metropolis – DREAM.

Neste estudo, foram utilizadas diferentes estruturas do modelo

SUPERFLEX em duas bacias experimentais florestais, com o objetivo de

encontrar uma correspondência entre as estruturas com as características

da bacia. Os parâmetros dos modelos foram inferidos com o DREAM

utilizando diferentes funções de verossimilhança, com o objetivo de

avaliar o impacto da sua escolha nos valores de parâmetros e da incerteza.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é avaliar a influência da estrutura

de modelos hidrológicos conceituais na simulação do processo chuva-

vazão de duas pequenas bacias florestais.

1.1.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

i. Avaliar o impacto do uso de diferentes funções de verossimilhança

na calibração dos modelos;

ii. Identificar as estruturas que melhor representam o processo chuva-

vazão nas duas bacias.

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25

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. PROCESSOS HIDROLÓGICOS

A água existe na terra e na atmosfera em diferentes formas, e seu

estudo diz respeito à sua distribuição e ao seu movimento sob e sobre a

superfície terrestre e na atmosfera. O ciclo hidrógico pode ser estudado

tanto em uma escala global, quanto em uma escala menor, como uma

bacia hidrográfica. Uma bacia hidrográfica pode ser entendida como a

área topográfica que contribui com toda a água que passa por uma

determinada seção de rio. A geologia, topografia e cobertura terrestre

determinam a qualidade e quantidade da água na superfície e subterrânea

assim como a magnitude e tempo do escoamento na superfície e

subterrâneo. A bacia hidrográfica é a unidade natural de terra, integrada

pela água que flui pela fase terrestre do ciclo hidrológico (DINGMAN,

2002).

O balanço hídrico de uma bacia hidrográfica é o balanço entre

entradas e saídas de água que por ela circula. A principal entrada de água

de uma bacia é a precipitação. A saída de água pode ocorrer como

evapotranspiração e como escoamento (COLLISCHONN, 2013). O

balanço hídrico possui interações complexas entre água, solo e a troca de

massa e energia entre os compartimentos de uma bacia – que muitas vezes

não podem ser medidos (SAVENIJE, 2009).

Os principais processos hidrológicos que fazem parte do ciclo

hidrológico (KOBIYAMA et al., 2011) são precipitação, interceptação,

infiltração, percolação no solo, escoamentos fluviais e evapotranspiração

(Figura 1). Para melhor entender estes processos, são utilizados modelos

matemáticos que tentam representá-los por meio de equações

matemáticas. Estes processos muitas vezes não são constantes no tempo,

tendo o ecossistema como o principal agente ativo. Os sistemas

hidrológicos possuem a capacidade de se ajustarem em razão de

mudanças das condições ambientais (SAVENIJE; HRACHOWITZ,

2017).

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Figura 1 - Ciclo hidrológico e seus principais processos

Fonte: Adaptado de Kobiyama et al. (2011)

2.2. MODELAGEM HIDROLÓGICA

Modelagem hidrológica é a representação dos processos

hidrológicos em uma área determinada – normalmente uma bacia

hidrográfica. Os modelos hidrológicos simulam a vazão em um rio,

baseados em representações matemáticas dos processos hidrológicos

(DAVIE, 2002). Podem ser descritos como ferramentas desenvolvidas

pela ciência para melhor entender e representar o comportamento da bacia

hidrográfica e prever condições diferentes das observadas (TUCCI,

2005).

Existem dois modos de ver um modelo. No primeiro, o modelo é

uma ferramenta para a extrapolação dos dados disponíveis no tempo (para

diferentes períodos) e no espaço (para diferentes bacias hidrográficas).

Neste caso, um método no qual se obtém respostas satisfatórias de

previsão de vazão, nível da água subterrânea, ou qualidade da água é

suficiente para atender às necessidades. No segundo modo, modelos

devem o máximo possível refletir nosso conhecimento físico do processo

envolvido (BEVEN, 2012). Neste último caso, para avançar na ciência da

hidrologia, deve-se obter as respostas certas pelas razões certas (“getting

the right answers for the right reasons”) (KIRCHNER, 2006). O modelo

deve ter uma correspondência com a realidade para que possa ser usado

como uma ferramenta para entender os sistemas hidrológicos. Entretanto,

deve-se ter em mente que nenhum modelo hidrológico é uma

representação perfeita dos processos hidrológicos; os modelos são

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hipóteses simplificadas de como o ambiente deve funcionar, e estas

hipóteses requerem uma rigorosa construção, implementação e teste

(CLARK; KAVETSKI; FENICIA, 2011). Bons modelos são aqueles que

possuem uma melhor performance, com menores incertezas (SAVENIJE,

2009).

Modelos mais complexos podem apresentar resultados um pouco

melhores para determinadas bacias (VAN ESSE et al., 2013). Entretanto,

esses melhores resultados podem vir às custas de motivos incorretos –

pelo simples aumento do número de parâmetros ou representando de

forma errônea a dinâmica da bacia – e apresentando uma grande

diminuição da confiabilidade na validação. Perrin, Michel, e Andréassian

(2001) compararam a performance de 19 modelos em 429 bacias

hidrográficas e concluíram que modelos mais complexos são melhores na

calibração, mas não na validação. A principal razão é que estes modelos

não possuem uma estrutura estável capaz de extrair as informações

disponíveis nas séries de chuva-vazão. Uma complexidade inadequada

leva à super-parametrização e incerteza dos parâmetros (PERRIN;

MICHEL; ANDRÉASSIAN, 2001). A busca pela caracterização da

complexidade dos processos deve ser feita com o objetivo de generalizar

e extrapolar as observações de um lugar para o outro ou em diferentes

escalas. Deve-se buscar os conjunto de princípios que são a base da

heterogeneidade e da complexidade dos sistemas ambientais

(MCDONNELL et al., 2007).

A estrutura da bacia e sua forma podem ter um papel mais relevante

processos hidrológicos que ocorrem na escala da bacia - como o tempo

de residência - do que a área da bacia por exemplo (MCGUIRE et al.,

2005). A conectividade entre os compartimentos da bacia e suas

dependências nos limiares de armazenamento, propriedades do solo, e

topografia influenciam de forma significativa o comportamento

hidrológico dos sistemas naturais (MCGUIRE; MCDONNELL, 2010), e

estas interações devem ser consideradas na estrutura do modelo

(FENICIA; KAVETSKI; SAVENIJE, 2011). Uma parte significante da

incerteza nos modelos hidrológicos na escala da bacia hidrográfica, está

diretamente ligada ao nosso conhecimento insuficiente de aspectos

essenciais do sistema, como a organização interna e a capacidade do

ecossistema em manipular o sistema em resposta às dinâmicas temporais (SAVENIJE; HRACHOWITZ, 2017).

Bacias com dinâmicas hidrológicas diferentes são melhores

representadas utilizando-se diferentes estruturas de modelos, indicando

uma conexão entre as propriedades na escala da bacia e o uso apropriado

de estruturas dos modelos (FENICIA; KAVETSKI; SAVENIJE, 2011).

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Uma estrutura fixa de modelo – igual para todas as bacias – tem

dificuldade em acomodar todas as possibilidades de comportamento de

bacias, ou seja, em representar a singularidade do lugar (“uniqueness of

place”) (BEVEN, 2000). Estudos em diferentes bacias mostram que a

performance de um modelo é específica para cada bacia, e que um modelo

fixo muitas vezes é incapaz de reproduzir diferentes comportamentos

hidrológicos, como sazonalidade e limiares (KAVETSKI; FENICIA,

2011).

Recentemente, Poncelet et al. (2017) utilizaram uma estrutura fixa

de modelo em um conjunto multinacional de bacias hidrográficas para

investigar a relação entre simulações diárias de vazão e as características

topográficas e climáticas das bacias. Eles encontraram que a

representação dos processos hidrológicos é limitada principalmente pela

própria estrutura do modelo. Por isso, sugerem testar diferentes estruturas

de modelo para melhorar as simulações e assim, os processos

hidrológicos poderiam ter uma melhor representação.

Estruturas de modelo flexíveis já foram propostas. Clark et al.

(2008) propuseram o Framework for Understanding Structural Errors

(FUSE), construindo diversas estruturas de modelo utilizando 4 modelos

hidrológicos já existentes. Naquele estudo, foram encontradas relações

entre a estrutura dos modelos e performance, sugerindo que a escolha da

estrutura é tão importante quanto a escolha dos parâmetros do modelo.

Entretanto, esse resultado foi mais evidenciado para uma bacia seca do

que uma úmida, sendo que esta última apresentou resultados semelhantes

para todas as estruturas de modelo utilizadas, mostrando que todas as

estruturas eram flexíveis o suficiente para simular a vazão.

Fenicia, Kavetski e Savenije (2011) propuseram uma estrutura de

modelagem flexível, o SUPERFLEX, que é baseada em blocos genéricos,

como reservatórios, junções e funções de propagação, que podem ser

montados de diferentes maneiras. Os reservatórios representam o

armazenamento e lançamento de água; a função de propagação representa

a transmissão e a propagação dos fluxos; e as junções representam a

divisão, fusão e/ou redimensionamento dos fluxos.

Em busca de uma relação entre as propriedades da bacia e a

representação de modelos conceituais, Fenicia et al. (2014) encontraram,

utilizando o modelo SUPERFLEX, que bacias experimentais com um comportamento ‘vertical’ (fluxo da água) são melhores representadas

com modelos com conexões em paralelo. Essas conexões em paralelo

consideram a repartição da precipitação em reservatórios rápido e lento,

representando o escoamento superficial e subterrâneo. Já bacias com um

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comportamento ‘horizontal’ são melhores representadas com modelos

com conexões em série.

Van Esse et al. (2013) utilizaram diferentes estruturas com o

SUPERFLEX em 237 bacias hidrográficas francesas e verificaram que a

inclusão de uma função de transferência e de um reservatório de

interceptação e da zona ripária não melhorou a performance do modelo.

Ainda, o modelo tem performances melhores em bacias maiores do que

em pequenas bacias; e em bacias úmidas do que em bacias secas. A

inclusão de um reservatório lento representando o escoamento

subterrâneo melhora a performance do modelo em bacias com água

subterrânea dominante, uma vez que permite que os fluxos rápido e lento

sejam independentes.

2.3. MODELO SUPERFLEX

Para este trabalho foram utilizadas 10 diferentes estruturas do

modelo SUPERFLEX, sendo as mesmas estruturas de modelos utilizadas

por Fenicia et al. (2014), conforme Figura 2.Os reservatórios consistem

na conceptualização dos processos de armazenamento e liberação de

água. Eles podem representar elementos como interceptação, umidade do

solo, água subterrânea, entre outros; apresentando um fluxo de saída

linear ou não linear. Os modelos utilizados neste trabalho possuem

diferentes estruturas com reservatórios de interceptação, da zona não

saturado, rápido, lento e da zona ripária.

O reservatório de interceptação é caracterizado pela capacidade de

armazenamento máxima Imax (mm). A precipitação efetiva que segue

para o reservatório da zona não saturado e a evapotranspiração são em

função do mesmo parâmetro. O reservatório da zona não saturada é

caracterizado pelo parâmetro de capacidade de armazenamento máximo

Su,max (mm). O fluxo de saída do reservatório pode ser linear ou com uma

função exponencial, com o parâmetro 𝛽; pode possuir uma função de

propagação ou não. O fluxo ainda pode ser repartido entre os reservatórios

rápido e lento pelo parâmetro D. É considerada ainda a evapotranspiração

neste reservatório, com um parâmetro Ce. O reservatório lento

corresponde ao escoamento subterrâneo e é caracterizado pelo parâmetro

Ks relacionado ao tempo de permanência da água nele. O reservatório rápido representa o escoamento superficial e também é caracterizado por

um parâmetro relacionado ao tempo, Kf. Pode ser linear ou não linear,

com uma função exponencial com parâmetro 𝞪. O reservatório da zona

ripária é caracterizado pelo parâmetro Kr e a precipitação efetiva que nele

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chega é determinada pelo parâmetro M, que a divide entre os reservatórios

da zona não saturada e zona ripária.

Figura 2 - Representação esquemática das estruturas de modelo utilizadas. Os

fluxos e estados estão em preto, os parâmetros em vermelho. Os modelos são

numerados de 03 a 12 conforme os modelos utilizado em Fenicia et al., (2014).

Estruturas em série

M03

M04

M05

M06

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Estruturas em paralelo

M07

M08

M09

M10

M11

M12

Fonte: adaptado de Fenicia et al. (2014).

As funções de propagação são operadores de convolução,

utilizados para representar a propagação decorrente dos caminhos da

água. Estas funções podem ser aplicadas na saída de qualquer

reservatório, ao contrário de modelos como HBV e FUSE, que aplicam a

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função de propagação no final do sistema de reservatórios, por exemplo.

O uso dessas funções paramétricas permite a representação do

comportamento de diferentes reservatórios, inclusive conexões em

paralelo e em série, que não têm necessariamente o mesmo tempo de

duração. As junções normalmente possuem parâmetros que dividem a

separação de um fluxo entre dois ou mais reservatórios; ou combinam

diferentes fluxos vindos de diferentes reservatórios. As funções

constitutivas representam as relações hipotéticas de armazenamento-

descarga de cada reservatório (FENICIA; KAVETSKI; SAVENIJE,

2011).

Os modelos utilizados podem ser classificados entre em série e em

paralelo, refletindo as diferentes hipóteses de conectividade dos caminhos

de fluxo:

Estruturas em série: o modelo M03 possui dois reservatórios em

série. A precipitação entra no reservatório da zona não saturada e o

armazenamento em excesso de um limiar transborda e entra no

reservatório rápido. O modelo M04 difere do M03 pela saída do

reservatório da zona não saturada ocorrer segundo uma função

exponencial, ao invés de um limiar. O M05 é semelhante ao M04, porém

possui uma função de propagação entre os reservatórios da zona não

saturada e rápido. O modelo M06 difere do M05 por conter um

reservatório de interceptação.

Estruturas em paralelo: o modelo M07 é como o modelo M05,

entretanto, possui um reservatório da zona ripária, que recebe uma fração

constante da precipitação total. No modelo M08 a precipitação é dividida

entre os reservatórios rápido e lento, ambos lineares. O modelo M09

difere do M08 pela inclusão de um reservatório da zona não saturada, cuja

saída é dividida entre os reservatórios rápido e lento por uma função

linear. O M10 é semelhante ao M09, possuindo de diferença uma função

de propagação entre os reservatórios da zona não saturada e rápido. O

M11 difere do M10 na saída do reservatório da zona não saturada,

apresentando uma função não linear. Por fim, o M12 difere do M11 pela

adição de um reservatório de interceptação. A construção dos modelos desta forma permite atribuir às

diferenças na estrutura as diferenças na performance, uma vez que eles se

distinguem de uma forma controlada. É possível testar a influência de conexões em série versus em paralelo; o efeito de funções de propagação;

a importância de reservatórios de interceptação; e a linearidade dos

processos. O detalhamento dos componentes e parâmetros de cada

modelo está nas Tabelas 1 e 2. As funções constitutivas utilizadas estão

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na Tabela 3; as equações de balanço de água estão na Tabela 4 e as

equações constitutivas para cada modelo estão na Tabela 5.

Tabela 1 - Componentes de cada modelo.

Modelos Componentes

Nc Npar IR UR FR SR RR LF

M03 2 4 - X X - - -

M04 2 5 - X X - - -

M05 3 6 - X X - - X

M06 4 7 X X X - - X

M07 4 8 - X X - X X

M08 2 4 - - X X - -

M09 3 5 - X X X - -

M10 4 6 - X X X - X

M11 4 7 - X X X - X

M12 5 8 X X X X - X

Nc é o número de componentes, Npar é o número de parâmetros; IR, UR, FR, SR,

RR e LF correspondem aos reservatórios de interceptação, da zona não saturada,

rápido, lento e da zona ripária, e função de propagação. ‘X’ e ‘-‘ indicam a

presença ou ausência de cada componente, respectivamente.

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Tabela 2 - Parâmetros de cada modelo.

Modelos Parâmetros

Ce Imax Smax 𝞫 M Kr Tf Kf 𝞪 D Ks

M03 X - X - - - - X X - -

M04 X - X X - - - X X - -

M05 X - X X - - X X X - -

M06 X X X X - - X X X - -

M07 X - X X X X X X X - -

M08 X - - - - - - X - X X

M09 X - X - - - - X - X X

M10 X - X - - - X X - X X

M11 X - X X - - X X - X X

M12 X X X X - - X X - X X

Tabela 3 - Funções constitutivas utilizadas (m foi mantido constante em 0,01

conforme Fenicia et al. (2014))

Função Constitutiva Nome

fp(x|m) = xm Função exponencial

fh(x|m) = 1 −(1 − x)(1 + m)

1 − x + m

Função hiperbólica refletida

fm(x|m) =(1 + m)x

x + m

Cinética do tipo Monod

fe(x|m) = 1 − ex/m Função Tessier

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Tabela 4 - Equações de balanço de água utilizadas para cada modelo.

Equações de

balanço de água

Modelos

03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

dSf

dt= Pf − Qf − Ef

- - - - - X - - - -

dSf

dt= Pf − Qf

X X - - - - X - - -

dSf

dt= Pfl − Qf

- - X X X - - X X X

dSu

dt= Pu − Qq − Eu

X X X X X - X X X X

dSS

dt= PS − QS

- - - - - X X X X X

dSi

dt= Pt − Qu − Ei

- - - X - - - - - X

dSr

dt= Pr − Qr

- - - - X - - - - -

Pt = Pu + Pr

- - - - X - - - - -

Pt = Pf + Ps

- - - - - X - - - -

Pt = Pu

X X X - - - X X X -

Qq = Pf + Ps - - - - - - X X X X

Qt = Qf X X X X - - - - - -

Qt = Qf + Qr - - - - X - - - - -

Qt = Qf + Qs - - - - - X X X X X

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Tabela 5 - Equações constitutivas utilizadas para cada modelo.

Equações Constitutivas

Modelos

0

3

04 05 06 07 08 09 10 11 12

Si = Si/Imax - - - X - - - - - X

Pu = Ptfh(Si|m1) - - - X - - - - - X

Ei = CeEpfm(Si|m2) - - - X - - - - - X

Su = Su/Smax

X X X X X - X X X X

Qq = Pufp(Su |β)

- X X X X - X X X X

Qq = Pufh(Su |m1)

X - - - - - - - - -

Eu = CeEpfm(Su |m2)

X X X - X - X X X -

Eu

= CeEp(1

− fm(Si|m2))

(fm(Su |m2)

- - - X - - - - - X

Ef = CeEpfe(Sf|m3) - - - - - X - - - -

Pr = MPt - - - - X - - - - -

Ps = DQq - - - - - - X X X X

Ps = DPt - - - - - X - - - -

Qr = KrSr - - - - X - - - - -

Qf = KfSf - - - - - X X X X X

Qf = KfSfα

X X X X X - - - - -

Qs = KsSs - - - - - X X X X X

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2.4. CALIBRAÇÃO DE MODELOS HIDROLÓGICOS

Os modelos devem o máximo possível refletir o entendimento dos

processos físicos da bacia. Dessa forma, torna-se possível fazer previsões

fora do período histórico ou na área utilizadas para a calibração (BEVEN,

2012). Para um modelo ser útil em previsões, os valores dos parâmetros

devem corretamente refletir as propriedades invariantes dos componentes

do sistema que eles representam (VRUGT et al., 2008).

A transformação da precipitação em escoamento inclui diversos

processos, com várias dinâmicas e escalas de tempo características,

variando de minutos a centenas de anos (BLÖSCHL; SIVAPALAN,

1995). A correta identificação de parâmetros que descrevem diferentes

componentes de resposta de vazão depende da resolução temporal dos

dados de entrada para a calibração. Parâmetros que descrevem processos

lentos possuem menor sensibilidade à resolução temporal dos dados,

mantendo-se constantes entre as resoluções temporais, enquanto os

parâmetros que descrevem a resposta rápida possuem alta sensibilidade

(KAVETSKI; FENICIA; CLARK, 2011). Diferentes resoluções

temporais podem influenciar de maneira diferente cada parâmetro a ser

estimado, sendo que uma alta resolução dos dados de chuva e vazão

permite, geralmente, uma melhor performance do modelo (KAVETSKI;

FENICIA; CLARK, 2011; LITTLEWOOD; CROKE, 2008; WANG; HE;

TAKASE, 2009). Bacias pequenas tipicamente apresentam respostas

mais rápidas à precipitação e, portanto, requerem resoluções menores do

que bacias grandes. Um passo de tempo diário poderia resultar em uma

pior representação dos picos de vazão e do tempo de pico (FICCHÌ;

PERRIN; ANDRÉASSIAN, 2016).

Muitas vezes, não é possível estimar parâmetros dos modelos

através de medições ou de estimativas a priori. A maioria dos estudos de

calibração envolve formas de otimização dos valores dos parâmetros,

comparando os resultados de repetidas simulações quando existe alguma

observação da resposta da bacia. Os valores dos parâmetros são ajustados

entre as rodadas do modelo, ou manualmente, ou por um algoritmo de

otimização automática computadorizado, até que o conjunto de

parâmetros que “melhor se ajusta” seja encontrado (BEVEN, 2012).

A abordagem tradicional de calibração de modelos hidrológicos

assume que a diferença entre os dados simulados e os observados se deve

unicamente à incerteza dos valores dos parâmetros. Esta abordagem

desconsidera os erros nos dados de entrada e na formulação do modelo

(Figura 3) (VRUGT et al., 2008). Deve-se ter em mente que nem sempre

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existe apenas um conjunto de parâmetros ótimo, e que o conjunto que

melhor se ajusta a um período de observação pode não ser o melhor para

outro período. Isto se deve, principalmente, às diversas fontes de erro que

existem; como erros na medição dos dados e na estrutura do modelo

(BEVEN, 2012). Portanto, a utilização de um único conjunto de

parâmetros é questionável. Assim, para avaliar de forma correta a

confiabilidade dos resultados, as incertezas relacionadas ao processo de

calibração devem ser quantificadas (LALOY; FASBENDER;

BIELDERS, 2010).

Figura 3- Representação esquemática da calibração de um modelo. Os parâmetros

do modelo são ajustados iterativamente a fim de que os resultados simulados

(linha sólida) se aproximem ao máximo da resposta observada (linha pontilhada)

Fonte: adaptado de Vrugt et al. (2008).

Uma forma de encontrar o conjunto de parâmetros ideal é pela

estatística Bayesiana, que considera os parâmetros do modelo como

variáveis probabilísticas que possuem uma função de densidade de

probabilidade a posteriori. A inferência dos parâmetros na estatística

Bayesiana é baseada em uma função de verossimilhança, que quantifica

a probabilidade de que os dados observados foram gerados por um

conjunto particular de parâmetros (BOX; TIAO, 1992). A inferência

Bayesiana é baseada no teorema de Bayes, no qual a probabilidade a

posteriori de uma hipótese é proporcional ao produto da probabilidade a

priori da hipótese e da função de verossimilhança da mesma hipótese:

p(x|Y) ∝ p(x)p(Y|x)

(1)

onde x é o conjunto de parâmetros, Ŷ é o valor observado, p(x) é a

distribuição a priori dos parâmetros, p(x|Ŷ) é a distribuição a posteriori e

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p(Ŷ|x) é a função de verossimilhança. A função de verossimilhança

resume de maneira probabilística a distância entre as simulações do

modelo e as observações correspondentes. Por isso, é importante

considerar a forma dos erros assumidos pela função de verossimilhança

quando se implementa o método Bayesiano. A efetividade da inferência

Bayesiana reside em caracterizar corretamente a forma dos erros por uma

função de verossimilhança e possui potencial para melhorar a estimativa

das incertezas (SMITH et al., 2010). O modelo dos erros residuais

determina a forma da função de verossimilhança e, portanto, a

distribuição a posteriori, que serve como função objetivo a ser otimizada

e amostrada durante a calibração do modelo (MCINERNEY et al., 2017).

Existem dois tipos de abordagens para especificar a função de

verossimilhança e estimar a incerteza: a abordagem formal e informal. Na

abordagem formal, é assumido a priori um modelo estatístico para os

erros residuais, ou seja, a forma da função de densidade de probabilidade

dos erros residuais é especificada a priori. Este modelo estatístico é usado

então para derivar a forma apropriada da função de verossimilhança

(SCHOUPS; VRUGT, 2010). A escolha da forma da função de

verossimilhança tem grande impacto na distribuição a posteriori dos

parâmetros calibrados, o que tem efeito significativo na estimativa da

incerteza. O uso de uma função de verossimilhança que não atende às

premissas pode levar ainda à inabilidade do modelo de encontrar os

valores reais dos parâmetros (SMITH et al., 2010).

Uma vantagem da abordagem formal está na possibilidade de

tentar separar os efeitos dos dados de entrada, dos parâmetros e da

estrutura do modelo na estimativa da incerteza total. Isto é essencial para

melhorar a teoria hidrológica e melhor entender e simular as vazões em

bacias hidrográficas (VRUGT et al., 2009). Outra vantagem é que a

hipótese do modelo dos erros é explícita, e sua validade pode ser

verificada a posteriori (SCHOUPS; VRUGT, 2010).

Críticas são feitas à aplicação do método formal devido a estas

premissas explícitas, que devem ser feitas sobre a distribuição dos erros

através da função de verossimilhança, uma vez que estas premissas não

são respeitadas na maioria dos casos em estudos de modelagem

hidrológica e pouca atenção é dada a este fato (SMITH et al., 2010). O

uso de uma função de verossimilhança que não descreve adequadamente os erros pode levar a interpretações errôneas dos parâmetros e da estrutura

do modelo. Além disso, junto com dados insuficientes, pode afetar os

tipos de processos que são capturados na inferência. O uso de uma função

de verossimilhança mais adequada estabiliza, e muitas vezes reduz, as

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dependências da resolução temporal (KAVETSKI; FENICIA; CLARK,

2011).

Um modelo estatístico de erro comumente utilizado na hidrologia

é o standard least squares (SLS). O SLS assume que os erros são

independentes e identicamente distribuídos de acordo com uma

distribuição gaussiana com média zero e variância constante N(0,σ²).

Entretanto, os erros encontrados em estudos de modelagem hidrológica

normalmente são correlacionados, não estacionários e não gaussianos

(SCHOUPS; VRUGT, 2010), e a violação das premissas da SLS introduz

viés na estimativa dos parâmetros e da incerteza (THYER et al., 2009).

A generalized likelihood function (GL), proposta por Schoups e

Vrugt (2010), relaxa as premissas comumente utilizadas sobre os erros

residuais, tornando-se mais aplicável a estudos hidrológicos, permitindo

considerar diferentes hipóteses para o modelo de resíduos. Os erros

residuais são melhor representados por um modelo que explicitamente

considera heteroscedasticidade, correlação e não normalidade, quando

comparados com as premissas da SLS (SCHOUPS; VRUGT, 2010). A

utilização de uma função de verossimilhança, que considera a variância

não constante dos erros, resulta em um melhor ajuste entre a vazão

observada e simulada, tanto no tempo quanto no volume, e em uma

estimativa superior da incerteza avaliada pelas métricas de confiabilidade

e precisão (SMITH et al., 2010). Quando comparada com a SLS, uma

representação correta da distribuição dos resíduos leva a diferentes

estimativas de parâmetros, que são menos sensíveis ao período utilizado

para a inferência (SCHOUPS; VRUGT, 2010). Além disso, a incerteza

associada aos parâmetros pode ser subestimada com a SLS (KAVETSKI;

FENICIA; CLARK, 2011).

Quanto à abordagem informal, um exemplo é o generalized

likelihood uncertainty estimation (GLUE) proposto por Beven e Binley

(1992). A função de verossimilhança é especificada a priori sem estar

explicitamente ligada ao erro do modelo. Este método é utilizado com

uma função de verossimilhança estatisticamente informal, e não

considera explicitamente os erros do modelo (VRUGT et al., 2009). Suas

premissas são portanto implícitas e não podem ser checadas a posteriori

(SCHOUPS; VRUGT, 2010).

2.4.1. DREAM – Differential Evolution Adaptive Metropolis

Para implementar o teorema de Bayes, são necessários métodos de

amostragem para calcular eficientemente a função de densidade de

probabilidade a posteriori dos parâmetros. Esta distribuição é

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41

proporcional ao produto da função de verossimilhança com a distribuição

a priori e representa a incerteza sobre os parâmetros (VRUGT et al.,

2008).

Na maioria dos problemas na modelagem hidrológica a

distribuição a posteriori não pode ser obtida de forma analítica. Por isso,

amostradores como Monte Carlo Markov Chain são utilizados para

estimar a distribuição de probabilidade a posteriori dos parâmetros

(VRUGT et al., 2008). Estes métodos requerem uma definição a priori da

distribuição a ser amostrada (distribuição proposta), a qual determina a

capacidade de explorar e a eficiência do amostrador e, portanto, a taxa de

convergência da cadeia de Markov. Como há pouco conhecimento a priori

sobre a região de alta densidade do espaço de parâmetros no uso de

modelos hidrológicos, a distribuição proposta deve expressar uma alta

incerteza inicial, o que pode resultar em uma lenta convergência para a

distribuição a posteriori (VRUGT et al., 2003).

A base do método MCMC são as cadeias de Markov, que geram

um passo aleatório no espaço de amostragem com frequência estável

decorrente de uma distribuição de probabilidade fixa. O MCMC gera

tentativas de passos da posição atual da cadeia para uma nova. Uma forma

de aceitar este novo passo é o algoritmo random walk Metropolis (RWM).

Primeiro, um ponto candidato 𝜗 é amostrado da distribuição proposta q

que depende da posição atual, θt-1. Em seguida, o ponto candidato é ou

aceito ou rejeitado utilizando a probabilidade de aceite de Metropolis:

α(θt−1, ϑ) = {

min (π(ϑ)

π(θt−1), 1) se π(θt−1) > 0

1 se π(θt−1) = 0

(2)

onde π é a densidade a posteriori. Se o ponto é aceito, a cadeia passa para

o

próximo ponto. Caso contrário, ela permanece na posição θt-1. A

eficiência do RWM é determinada pela escolha da distribuição proposta,

utilizada para criar passos de tentativa na cadeia de Markov. Quando a

distribuição proposta é muito vasta, muitos pontos candidatos são

rejeitados, e, portanto, a cadeia irá convergir muito lentamente para a

distribuição a posteriori. Por outro lado, quando a distribuição proposta é

muito limitada, quase todos os pontos são aceitos, porém a distância

andada é tão pequena que levará muitas interações para a amostra

convergir para a distribuição a posteriori.

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O Differential Evolution Adaptive Metropolis é um amostrador

MCMC proposto por Vrugt et al. (2008; 2009) que foi desenvolvido para

estimar a função de densidade de probabilidade a posteriori dos

parâmetros de modelos. O DREAM utiliza evolução diferencial de

algoritmos genéticos para a evolução da população, com o critério de

Metropolis para decidir quais pontos candidatos devem ser aceitos. O

DREAM executa em paralelo várias cadeias simultaneamente para a

exploração global, e ajusta automaticamente a escala e a orientação da

distribuição da proposta. Este algoritmo tem como base o Differential

Evolution Markov Chain (DE-MC) proposto por Ter Braak (2006), que

utiliza N cadeias que rodam em paralelo simultaneamente. Porém, contém

extensões que melhoram a eficiência de busca e taxa de aceite dos pontos

amostrados.

O DREAM difere do DE-MC em três maneiras (VRUGT et al.,

2008). Primeiro, o DREAM implementa uma estratégia aleatorizada de

amostragem subespacial, e somente modifica as dimensões a serem

atualizadas com probabilidade de crossover CR. Segundo, o algoritmo

incorpora um maior número de pares de cadeia utilizados nos saltos,

aumentando a diversidade das distribuições propostas e assim a

variabilidade da população. Terceiro, o DREAM remove cadeias outliers,

ou seja, que estão presas em áreas não produtivas do espaço de

parâmetros, e que poderiam piorar o desempenho do algoritmo

O DREAM requer pelo menos N = d/2 cadeias rodando em

paralelo, sendo d o número de parâmetros a serem inferidos. Quando o

número de parâmetros é alto, isso pode levar à ineficiência do algoritmo,

uma vez que cada cadeia necessita de um burn-in até convergir para a

distribuição a posteriori. Quanto menor o número de cadeias, maior a

aplicabilidade prática computacional do DREAM (LALOY; VRUGT,

2012). Visando diminuir o número de cadeias necessárias, Laloy e Vrugt

(2012) propuseram o DREAM(ZS), uma adaptação do DREAM que gera

pontos candidatos de um arquivo de estados passados, ao invés da posição

atual das demais cadeias. Isto permite que o número de cadeias utilizadas

seja menor, sendo sugerido que 3 são o suficiente para diversas

aplicações.

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43

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

Para este trabalho foram utilizadas duas bacias experimentais: a

bacia do Rio Saci e a bacia do Rio dos Bugres (Figura 4), que já possuem

trabalhos feitos pelo Laboratório de Hidrologia da UFSC. A escolha foi

feita pela disponibilidade de dados com alta resolução temporal.

3.1.1. Bacia hidrográfica do rio Saci

A bacia hidrográfica do rio Saci é uma bacia experimental

localizada na região norte do estado de Santa Catarina, no município de

Rio Negrinho. Ela está inserida na bacia do Alto Rio Negro e é

caracterizada pelo reflorestamento de pinus e vegetação nativa, tendo uma

área de 10,2 ha – sendo 8,7 ha de reflorestamento de pinus – e um sistema

fluvial de segunda ordem (CHAFFE, 2009). A altitude média da bacia é

de 960 metros, e ela está inserida na unidade litoestratigráfica Formação

Mafra, do grupo Itaraé. Essa unidade litoestratigráfica resulta da

deposição, na Bacia do Paraná, de extensas sequências de sedimentos

predominantemente finos, desde o período Carbonífero, há

aproximadamente 340 milhões de anos, até o início do Mesozóico, há

cerca de 230 milhões de anos. Os sedimentos formam camadas ou estratos

de siltitos, folhelhos, argilitos, arenitos, arcóseos e conglomerados, com

intercalações de lentes e camadas de calcário e carvão (SANTA

CATARINA, 1986).

Os solos predominantes são os Cambissolos, derivados de rochas

sedimentares, seguidos pelo Podzólicos e os pertencentes à classe dos

Litólicos, Latossolos e Hidromórficos Gleyzados (DALAGNOL, 2001

apud SANTOS, 2009). A cobertura vegetal nativa varia entre Floresta

Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa, que fazem parte do bioma

da Mata Atlântica (SANTOS, 2009).

A vazão foi monitorada por Chaffe (2009) com um sistema de

monitoramento do nível de água no rio e posterior transformação através

da curva-chave. Os dados foram armazenados com uma resolução

temporal de 10 minutos, do dia 23/08/2008 até o dia 17/11/2008. A precipitação foi medida com uma estação meteorológica situada a 1 km

de distância da exutória da bacia, com resolução temporal de 10 minutos.

3.1.2. Bacia hidrográfica do Rio dos Bugres

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A bacia hidrográfica do rio dos Bugres está inserida no município

de Rio Negrinho, no norte do estado de Santa Catarina. Sua área é de

66,41 km² e tem um sistema fluvial de quinta ordem. A altimetria da bacia

varia entre 767 e 985 metros, sendo ela bastante variada nas proximidades

da cabeceira (GRISON, 2013). Neste trabalho será utilizada uma sub

bacia da bacia do rio dos Bugres, com área de 6,95 km². A bacia está

inserida na unidade litoestratigráfica Formação Mafra, do grupo Itaraé,

assim como a bacia do rio Saci.

Quanto à geomorfologia, o relevo da região da bacia hidrográfica

do rio dos Bugres corresponde a uma superfície regular, quase plana, de

baixa energia de relevo (SANTA CATARINA, 1986). Os solos

predominantes são os Cambissolos, caracterizados como solos minerais,

com média a alta relação silte/argila e pela presença de minerais primários

de fácil decomposição (SANTA CATARINA, 1986). A maior parte da

bacia é composta por Floresta Ombrófila Mista, seguido por

reflorestamento de pinus. A área de agricultura representa 5,96%;

enquanto a área urbana apenas 1,01% (GRISON, 2013).

Para este trabalho foi utilizada uma sub bacia da bacia do rio dos

Bugres, a RB11. Os dados de precipitação e vazão foram coletados por

Grison (2013) entre o período de 11 de maio de 2011 e 01 de julho de

2014, com discretização temporal de 10 minutos. As medições de vazão

para elaboração da curva-chave foram feitas com o aparelho

FlowTracker, que tem como princípio de funcionamento o efeito Doppler,

ou seja, utiliza a mudança da frequência de uma onda sonora devido ao

movimento relativo entre o dispositivo e o material em suspensão na água

(GRISON, 2013). Com os dados de vazão e a cota d’água do trecho foram

feitas curvas-chave. Entretanto, as curvas-chave possuem um limite

superior de cota, que corresponde à cota de margem plena das seções de

monitoramento. Cotas maiores que estas possuem pouca confiabilidade e

seu uso aumenta a incerteza dos dados (CARDOSO, 2013). Por isso,

foram excluídos os pontos que apresentavam níveis acima destes limites

e então não foi possível utilizar a série inteira de dados. Para obtenção de

dados de precipitação se utilizou um pluviógrafo de báscula, com

resolução temporal de 10 minutos.

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45

Figura 4 - Localização das duas bacias estudadas.

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3.2. EVAPOTRANSPIRAÇÃO

A evapotranspiração potencial é um dos dados de entrada do

modelo, junto com a precipitação. Ela foi calculada pelo método de

Penman modificado (DOORENBOS; PRUITT, 1977). Os dados

necessários são temperatura; radiação incidente; umidade relativa do ar

média; e velocidade média do vento a 2 metros acima da superfície do

solo:

ETP = c [W ∙ Rn + (1 − W) ∙ f(u) ∙ (ea−ed)] (3)

onde ETP é a evapotranspiração potencial diária (mm/dia); c é um fator

de ajuste (adimensional); W é o fator de ponderação relacionado com a

temperatura e a altitude (adimensional); Rn é a radiação líquida (mm/dia);

f(u) é uma função relacionada ao vento; ea é a pressão de vapor da água

no ar saturado (mbar); e ed é a pressão do vapor do ar na condição real

(mbar) (ver Kobiyama (2011) para maior detalhamento).

Os dados foram monitorados na estação meteorológica Feio. Para

transformar os dados de evapotranspiração potencial diária para 10

minutos – resolução temporal dos dados de entrada do modelo –

considerou-se que a evapotranspiração se comporta como uma função

senoidal das 6h00 às 18h00 correspondente a 90% da evapotranspiração

potencial total do dia e possui valores constante no restante do tempo –

entre 00h00 às 6h00 e 18h00 às 24h00; de acordo com Chaffe (2009).

3.3. IMPLEMENTAÇAO NUMÉRICA DO MODELO

Neste trabalho escolheu-se manter os dados com uma resolução

temporal de 10 minutos, a fim de melhor representar os processos

hidrológicos que acontecem nas bacias hidrográficas.

Os processos nos modelos hidrológicos são geralmente

representados por equações de balanço de massa para cada reservatório

considerado, utilizando-se equações diferenciais ordinárias (ODE):

dS(t)

dt= I(t) − O(S(t))

(4)

onde S(t) é o armazenamento, I(t) é a entrada e O(S(t)) é a saída. Este é

um exemplo genérico.. Na maioria das vezes não é possível resolver estas

equações analiticamente, uma vez que as ODE que descrevem a taxa de

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47

variação do armazenamento do reservatório são não lineares. Por isso,

utiliza-se métodos numéricos para resolvê-las. Neste trabalho foi

utilizado o método de aproximação Euler explícito, que é baseado no

fluxo no começo do passo de tempo Δt:

Sn+1(EE)

= Sn + ∆tIn − ∆tO(Sn)

(5)

onde superscrito (EE) significa Euler explícito. Este método de

aproximação é muito utilizado em modelos hidrológicos por causa da sua

simplicidade de implementação e rapidez computacional (KAVETSKI;

CLARK, 2011). O erro no caso de Euler explícito é linearmente

proporcional ao tamanho do passo dado Δt, portanto, a redução do

tamanho do passo reduz o erro e aumenta a precisão.

É preciso ter em mente que os métodos explícitos sofrem com

artefatos numéricos, que podem ocasionar bimodalidade da distribuição a

posteriori dos parâmetros (SCHOUPS et al., 2010) que deformam a

função objetivo do modelo, e que a análise de sensibilidade do modelo

pode ser contaminada por estes erros numéricos. A utilização destes

métodos, ainda que apresentem uma boa calibração, normalmente têm

validações ruins, obtendo “o resultado certo pelos motivos errados”, ou

seja, é possível que os erros numéricos compensem os erros estruturais do

modelo (CLARK; KAVETSKI, 2010; KAVETSKI; CLARK, 2010).

Ainda, estes métodos explícitos levam à performance ruim e

convergência lenta dos métodos MCMC (SCHOUPS et al., 2010).

Entretanto, passos de tempo menores (sub-horários) reduzem os erros

numéricos que existem em comparação a simulações com passo de tempo

diário (CLARK; KAVETSKI, 2010). Por este motivo, foi utilizado um

passo de integração de 1 minuto.

A implementação dos modelos no Matlab está no Apêndice A.

3.4. CALIBRAÇÃO

A calibração dos modelos foi feita a partir dos dados de

precipitação, evapotranspiração potencial e vazão para uma série histórica

para cada bacia. Para a bacia do rio Saci foi utilizado o período de

03/10/2008 às 20:10h até 17/11/2008 às 06:20h. Para a bacia do rio dos Bugres foi utilizado o período de 06/04/2012 às 12:10h até 09/07/2012 às

6:10h. Como entrada para o algoritmo DREAM(ZS) o usuário deve

escolher o número de parâmetros a serem inferidos (dimensão do

problema), número de interações e número de cadeias de Markov, que no

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caso do DREAM(SZ) 3 são o suficiente. Como distribuição a priori para os

parâmetros, foi utilizada uma distribuição uniforme com limites

estabelecidos conforme a Tabela 6. Foram geradas 10.000 simulações

para cada uma das 3 cadeias para cada modelo com o algoritmo de

calibração automática DREAM(ZS). Foram usadas as últimas 25%

simulações para a análise da distribuição a posteriori dos parâmetros e

para a análise da incerteza. Estes últimos 25% de conjuntos de parâmetros

foram utilizados para a validação dos modelos. O período de dados para

a validação na bacia do rio Saci foi de 23/08/2008 às 04:20h até

03/10/2008 às 20:10h e na bacia do rio dos Bugres de 20/09/2012 às

04:10h até 06/02/2013 às 01:30h.

A Generalized Likelihood function (SCHOUPS; VRUGT, 2010)

foi utilizada como função de verossimilhança. Para avaliar as premissas

consideradas no modelo dos erros residuais, foram testadas diferentes

funções de verossimilhança, com crescente complexidade do modelo de

resíduos (SMITH; MARSHALL; SHARMA, 2015). O uso da generalized

likelihood function permite o aumento da complexidade do modelo com

a inclusão de parâmetros de forma sistemática, conforme Tabela 7. É

utilizado o logaritmo natural da função de verossimilhança por

simplicidade algébrica e por ter maior estabilidade numérica:

L(η|L) = nlog2σξ ωΦ

ξ + ξ−1− ∑ logσt

n

t=1

− cΦ ∑ |aξ,t|2

1+Φ

n

t=1

(6)

onde 𝑎𝜉,𝑡, 𝜔𝛷, 𝜎𝜉 e 𝑐𝛷 derivam dos valores de skewness 𝜉 e curtose Φ e

n é o número de dados. Neste trabalho a inferência dos parâmetros foi

feita a partir da função de verossimilhança, que mede em termos

probabilísticos a diferença entre os valores observados e simulados.

Porém, na comparação entre diferentes modelos deve-se considerar um

balanço entre o ajuste do modelo e a sua complexidade. Uma forma de

penalizar a complexidade com a inferência bayesiana é considerar a

evidência, que é denominador do teorema de Bayes.

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49

Tabela 6 - Descrição dos parâmetros e seus intervalos mínimo e máximo

utilizados como limites da distribuição uniforme (distribuição a priori) utilizada

na calibração.

Parâmetro Descrição Intervalo Unidade

Mínimo Máximo

Ce Fator de correção da

evapotranspiração

0 2 -

Imax Capacidade máxima

armazenamento de

interceptação

0 500 mm

Su,max Capacidade máxima

armazenamento da zona

não saturada

0.1 700 mm

𝛽 Expoente do reservatório

da zona não saturada

0 50 -

M Porcentagem que vai para

reservatório da zona ripária

0.01 0.99 -

Kr Coeficiente do reservatório

da zona ripária

0.1 20 1/h

Tf Parâmetro da função de

propagação

0 200 h

Kf Coeficiente do reservatório

rápido

0 0.8

𝞪 Expoente do reservatório

rápido

1 20 -

D Divisão do fluxo entre os

reservatórios lento e rápido

0 0.99 -

Ks Coeficiente do reservatório

lento

0 10 1/h

σ0 Coeficiente linear do erro 0 1 mm

σ1 Coeficiente angular do erro 0 1 -

Φ Curtose -1 1 -

𝞷 Skewness (assimetria) 0.1 10 -

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A primeira função utilizada (L1) foi a mais simples e é comumente

utilizada, que considera que os resíduos possuem uma distribuição

gaussiana, com média zero e variância constante, e são independentes. A

segunda função de verossimilhança (L2) considera que os erros são

heteroscedásticos. A heteroscedasticidade dos resíduos foi considerada

assumindo que o desvio-padrão do erro aumenta linearmente com a vazão

simulada:

σt = σ0 + σ1 Qt (x), (7)

em que σt é o desvio-padrão, Qt é o valor simulado com o conjunto de

parâmetros x e σ0 e σ1 são os coeficientes linear e angular,

respectivamente. Estes coeficientes são parâmetros inferidos

simultaneamente com os parâmetros do modelo hidrológico. A terceira

função (L3) considera uma distribuição não gaussiana dos erros. Neste

caso foram inferidos os parâmetros de curtose (𝛽) e de skewness (𝞷) da

distribuição dos resíduos, além dos parâmetros do modelo

heteroscedástico. Um resumo dos modelos dos resíduos das funções de

verossimilhança utilizados é apresentado na Tabela 7 (para mais detalhes

sobre a implementação da GL ver Schoups e Vrugt (2010)).

Tabela 7 - Funções de verossimilhança utilizadas e suas premissas sobre o

modelo de resíduos.

# Correlação Heteroscedasticidade Distribuição Implementação

L1 Não

correlacionado

Homoscedástico Gaussiana 𝛽 = 0; 𝞷 = 1; σ1

= 0

L2 Não

correlacionado

Heteroscedástico Gaussiana 𝛽 = 0; 𝞷 = 1

L3 Não

correlacionado

Heteroscedástico SEP

𝛽 corresponde ao parâmetro de curtose; 𝞷 de skewness; σ1 do desvio padrão; e

SEP = skew exponential power.

3.5. ANÁLISE DA INCERTEZA

A análise da incerteza da calibração foi feita utilizando três

métricas:

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51

i. Confiabilidade. Uma previsão probabilística é considerada

confiável se as observações sobre uma série de tempo forem consistentes

com amostras da distribuição simulada.

A confiabilidade será avaliada de duas formas: com o gráfico

quantil-quantil (QQ) e com a métrica confiabilidade. O gráfico QQ exibe

a frequência empírica das observações dentro da distribuição

probabilística da vazão simulada. Se todos os pontos caírem sobre a linha

1:1, as observações são amostras da distribuição simulada. O gráfico QQ

pode ser interpretado conforme a Figura 5.

Figura 5 - Interpretação do gráfico QQ.

Fonte: adaptado de Thyer et al. (2009)

A métrica confiabilidade quantifica a discrepância entre a

distribuição observada a posteriori e a distribuição definida a priori:

Conf[Q, Q] = 2/Nt ∑ |FU[FQ(t)(Qt)] − FΩ[

Nt

t=1

FQ(t)(Qt)] |

(8)

onde FU é a função de distribuição cumulativa (cdf) de uma distribuição

uniforme U(0,1), FΩ é a cdf da distribuição empírica e FQ(t) é a cdf da

distribuição amostrada.

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ii. Precisão. É a espessura média do intervalo de incerteza (P), é a

razão entre a média do desvio-padrão e a média da vazão observada.

Precisão[Q, Q] =1/Nt ∑ sdevQtNt

t=1

1Nt ∑ QtNt

t=1

(9)

onde Qt é a vazão simulada, Q é a vazão observada, e sdevQt é o desvio

padrão das previsões no tempo t. A precisão pode ser interpretada como

o coeficiente de variação das previsões, formulada em respeito à média

da vazão observada.

iii. Viés volumétrico. É o erro do balanço hídrico para todo o período

simulado (MCINERNEY et al., 2017).

VolBias[Q, Q] = |∑ Qt

Nt

t=1

− ∑ Qt

Nt

t=1

| / ∑ Qt

Nt

t=1

(10)

onde Qt é a média das vazões simuladas no tempo t. Foi escolhido utilizar

o valor absoluto do viés volumétrico.

As três métricas, confiabilidade, precisão e viés volumétrico,

possuem como valor ideal o zero.

3.6. ANÁLISE DOS RESÍDUOS

O uso de uma função de verossimilhança exige que as premissas

consideradas sobre o modelo dos resíduos sejam avaliadas utilizando

diagnósticos posteriores. As premissas dos modelos de resíduos serão

avaliadas graficamente, observando o ajuste dos resíduos à distribuição

assumida e a heteroscedasticidade (variância não constante dos resíduos).

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53

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SACI

Para a bacia do Rio Saci, a precisão e a confiabilidade

apresentaram resultados melhores para a função de verossimilhança L3,

mostrando que o uso de um modelo de resíduos mais adequado melhora

a caracterização da incerteza dos resultados. A confiabilidade apresentou

resultados até 75% menores com a L3 quando comparadas com a L1. Já

a precisão melhorou em até 60% (Tabelas 8, 9 e 10). Desta forma, a

análise entre as estruturas dos modelos será feita com os resutados desta

função.

O modelo que teve melhor resultado de viés volumétrico e precisão

na calibração foi o M07. Já para a confiabilidade, o melhor resultado foi

com o modelo M09. Entretanto, os modelos M07, M08 e M10 tiveram

resultados bem próximos ao M09, variando de 0,0589 a 0,0525. Os

modelos M03, M04 e M05 apresentaram resultados piores para a

confiabilidade; para a precisão os modelos M05, M06 e M08 foram os

piores; e para o viés volumétrico os modelos M03, M04, M05, M06, M08

e M12. Os modelos com melhor resultado para a confiabilidade foram os

M07, M08, M09 e M10; para precisão o M07, M09, M10, M11 e M12; e

para o viés volumétrico o M07, M09, M10 e M11.

Na bacia os modelos com estrutura em série (M03-M06)

subestimaram os picos de vazão de forma considerável, quando

comparados com os com estruturas em paralelo (M07-M12) - todos os

resultados da calibração estão no Apêndice B.

Os modelos M07, e M09 ao M12 apresentaram os melhores

resultados e bastante semelhantes nas três métricas: viés volumétrico,

precisão e confiabilidade. Com estes resultados, pode-se dizer que na

calibração os melhores modelos são aqueles que possuem um reservatório

da zona não saturada e possuem uma divisão do fluxo entre dois

reservatórios. A inclusão de um reservatório lento e um rápido,

independentes, melhor representa os processos que ocorrem na bacia do

rio Saci. A bacia possui uma camada hidrologicamente ativa (com

material intemperizado) de mais de 5 metros na maior parte da sua área,

variando de 6 metros próximo do divisor a inferior a 1 metro próximo da

nascente (SANTOS, 2009). Ainda, com um ensaio de infiltração, Santos

(2009) verificou que o solo na bacia possui uma grande capacidade de

infiltração, e que, mesmo com precipitações elevadas essa capacidade não

foi excedida. Isto justifica a importância da divisão do fluxo entre

escoamento rápido e subterrâneo.

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A inclusão de um reservatório de interceptação não melhorou os

resultados (M06 versus M05), tendo uma piora na confiabilidade e no viés

volumétrico; porém, apresentou uma melhora na precisão. Já entre o M11

e o M12, os resultados obtidos foram bastante parecidos, com uma

melhora na confiabilidade e precisão e aumento do viés volumétrico.

Como a Bacia do Rio Saci é florestal, era esperado que este reservatório

fosse melhorar os resultados. Uma possibilidade para este resultado é o

fato do modelo ser concentrado e considera que toda a bacia se comporta

da mesma forma, sem considerar a espacialidade da chuva e da vegetação.

A inclusão de um reservatório da zona não saturada (M08 versus

M09) melhorou todas as métricas com todas as funções de

verossimilhança. A inclusão de um reservatório da zona ripária (M05

versus M07) melhorou os resultados das três métricas na calibração, além

de melhorar a simulação dos picos de vazão (Figuras 6 e 7).

A inclusão de uma função de propagação (M09 versus M10) não

teve impacto significativo nos resultados, nem a inclusão da não

linearidade do reservatório da zona não saturada (M11 versus M10),

apresentando uma piora na confiabilidade. Dentre os modelos em paralelo

o que apresentou pior resultado de precisão e viés volumétrico foi o M08,

que é o mais simples e não possui um reservatório da zona não saturada.

A validação dos conjuntos de parâmetros em outro período

apresentou resultados piores para todas as métricas. O período utilizado

para a validação possui vazões menores e é considerado período seco

(CHAFFE, 2009). Os modelos em série (M03 ao M06) apresentaram

resultados melhores para a confiabilidade, porém com uma piora

significativa quando comparados com os valores da calibração. Um

motivo para a piora considerável é que os dois períodos são bastante

diferentes e por isso podem não ser representativos do comportamento

geral da bacia. O modelo com melhor resultado de viés volumétrico foi o

M05, de precisão o M07 e de confiabilidade o M04, considerando a

função L3. Melhores valores para confiabilidade foram obtidos com a L1,

e a precisão melhorou com o aumento da complexidade da função de

verossimilhança. O M07, que foi o melhor na calibração, apresentou o

pior resultado de confiabilidade na validação, porém continuou o melhor

na precisão. Entretanto, apenas uma boa precisão não pode ser considerada um bom resultado. Na validação do M07 as observações

estão na maior parte do tempo fora da faixa de incerteza, que é

relativamente fina por apresentar uma boa precisão (Figura 7).

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55

Tabela 8 - Resultados do viés volumétrico em porcentagem na calibração e

validação dos modelos na bacia do rio Saci. As cores variam de vermelho para o

pior resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e

validação são diferentes.

Viés Volumétrico

Modelo

Calibração Validação

L1 L2 L3 L1 L2 L3

M03 6,5 3,7 1,0 134,6 102,8 106,1

M04 0,3 0,6 0,9 165,7 195,7 122,5

M05 0,3 0,6 0,7 168,7 196,0 43,7

M06 1,6 0,1 0,8 90,4 171,3 106,1

M07 0,5 1,0 0,2 86,3 101,1 107,3

M08 2,4 3,3 1,7 185,2 168,2 174,1

M09 0,1 1,0 0,4 125,3 118,0 114,2

M10 0,0 1,1 0,4 125,6 118,0 113,4

M11 0,4 1,1 0,4 110,1 116,2 96,2

M12 0,6 1,1 0,8 106,4 111,4 100,9

Tabela 9 - Resultados da precisão na calibração e validação dos modelos na bacia

do rio Saci. As cores variam de vermelho para o pior resultado a verde para o

melhor. As escalas de cores para a calibração e validação são diferentes.

Precisão

Modelo

Calibração Validação

L1 L2 L3 L1 L2 L3

M03 0,42 0,28 0,19 3,39 2,34 1,21

M04 0,40 0,27 0,16 3,24 1,34 1,05

M05 0,40 0,26 0,26 3,24 1,33 2,10

M06 0,41 0,26 0,23 3,34 1,30 1,01

M07 0,25 0,14 0,12 2,05 0,28 0,26

M08 0,30 0,17 0,22 2,43 0,48 1,12

M09 0,24 0,14 0,13 1,96 0,67 0,62

M10 0,24 0,14 0,13 1,95 0,66 0,61

M11 0,24 0,14 0,12 1,92 0,68 0,67

M12 0,23 0,14 0,12 1,89 0,67 0,64

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Tabela 10 - Resultados da confiabilidade na calibração e validação dos modelos

na bacia do rio Saci. As cores variam de vermelho para o pior resultado a verde

para o melhor. As escalas de cores para a calibração e validação são diferentes.

Confiabilidade

Modelo

Calibração Validação

L1 L2 L3 L1 L2 L3

M03 0,30 0,24 0,15 0,27 0,22 0,36

M04 0,26 0,10 0,13 0,32 0,40 0,34

M05 0,26 0,10 0,06 0,33 0,40 0,37

M06 0,24 0,11 0,17 0,23 0,36 0,35

M07 0,23 0,12 0,06 0,22 0,50 0,50

M08 0,20 0,07 0,05 0,39 0,53 0,40

M09 0,20 0,10 0,05 0,32 0,40 0,43

M10 0,20 0,10 0,06 0,32 0,40 0,43

M11 0,21 0,10 0,08 0,28 0,40 0,41

M12 0,21 0,12 0,08 0,27 0,39 0,42

Os gráficos quantil-quantil (QQ) apresentaram uma melhora

conforme o aumento da complexidade da função de verossimilhança, o

que também aconteceu com a confiabilidade calculada. A Figura 9

apresenta os gráficos QQ para as três funções de verossimilhança para os

modelos M05 e M07. Os gráficos de todos os modelos com a L1

apresentaram uma superestimativa da incerteza (conforme análise da

Figura 4). Os modelos M07 ao M12 apresentaram resultados satisfatórios

para a L3, com uma boa aproximação da linha 1:1. Já os modelos com

estruturas em série (M03 ao M06) apresentaram resultados piores para a

L3 em relação aos modelos em série. Os gráficos QQ para todos os

modelos estão no Apêndice B.

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57

Figura 6 - Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança (L1,

L2 e L3) para o modelo M05 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

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Figura 7 - Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança (L1,

L2 e L3) para o modelo M07 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L1

L2

L3

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59

Figura 8 - Resultados da validação para as três funções de verossimilhança (L1,

L2 e L3) para o modelo M07 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

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Figura 9 - Gráficos QQ para as três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3)

para os modelos M03 (linha de cima) e M07 (linha de baixo) na bacia do rio

Saci. Linha 1:1 em cinza para referência.

Qu

anti

s O

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

4.1.1. Análise dos resíduos

A verificação das premissas dos modelos de resíduos foi feita

graficamente (Figura 10) para cada função de verossimilhança, em

relação à variância em função do valor de vazão observado, e ao ajuste à

distribuição assumida. Os resíduos foram padronizados dividindo-os pelo

desvio-padrão. Os resultados encontrados para todos os modelos são

bastante semelhantes, e as premissas não são atendidas em nenhum dos

casos para a função L1; ou seja, os resíduos são heteroscedásticos, e não

possuem uma distribuição normal. Já com a função L2, que considera a

heteroscedasticidade dos erros, a variância dos resíduos ainda não foi

constante conforme os valores observados de vazão, porém obteve um

melhor ajuste da distribuição. A função L3 apresentou resultados

semelhantes da variância e a distribuição ficou próxima àquela que foi

inferida na calibração. Os parâmetros inferidos com a função L3 podem

ser considerados mais confiáveis que os inferidos com as L1 e L2, uma

vez que as premissas do modelo de resíduos foram melhor atendidas.

L1 L2 L3

L1 L2 L3

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61

Figura 10 - Análise dos resíduos padronizados para as três funções de

verossimilhança para o modelo M07 na bacia do rio Saci. A linha contínua

representa a distribuição assumida. R

esíd

uos

Valores observados

Den

sidad

e

Resíduos

4.1.2. Análise dos parâmetros

A distribuição dos parâmetros variou tanto entre os modelos

quanto entre as funções de verossimilhança. As Figura 11 e Figura 12

apresentam a distribuição dos parâmetros para cada função de

verossimilhança. Muitas vezes as distribuições não possuem nenhum

valor em comum, quando comparadas entre as funções de

verossimilhança. As distribuições mantiveram-se mais constantes entre

os modelos em paralelo – M07 ao M12 – do que entre os modelos em

série – M03 ao M06. Por exemplo, a capacidade da zona não saturada

(Su,max) variou de aproximadamente 15 a 55 milímetros nestes modelos.

Nos modelos M03 a M06 a variação foi entre 5 e 500 milímetros. Isto

mostra que erros na estrutura dos modelos podem ser compensados nos

valores dos parâmetros.

O parâmetro D, que reparte o fluxo entre o escoamento superficial

(reservatório rápido) e subterrâneo (reservatório lento) apresentou valores

máximos próximos a 0,20; ou seja, apenas 20% do fluxo que sai do

reservatório da zona não saturada segue para o reservatório lento. O 𝞪

ficou próximo de 1 para os modelos que o utilizam, então o reservatório

rápido apresenta um comportamento mais linear. Por isso os modelos que

consideram este reservatório como linear (M08 ao M12) não tiveram uma

piora nos resultados.

L1

L1

L2

L2

L3

L3

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Figura 11 - Distribuição dos parâmetros para cada função de verossimilhança

para cada os modelos M03 ao M07 para a bacia do rio Saci.

M03 M04 M05 M06 M07

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63

Figura 12 - Distribuição dos parâmetros para cada função de verossimilhança

para cada os modelos M08 ao M12 para a bacia do rio Saci.

M08 M09 M10 M11 M12

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4.2. BACIA DO RIO DOS BUGRES

A calibração dos modelos hidrológicos na bacia do rio dos Bugres

não apresentou uma diferença visível entre as estruturas em série e em

paralelo como na bacia do rio Saci.

A função de verossimilhança L3 apresentou resultados piores, de

forma geral, do que da L2, para as três métricas (Tabelas 11, 12 e 13).

Uma explicação pode ser a correlação que se obteve entre os parâmetros

do modelo de erros da L3 e alguns parâmetros dos modelos hidrológicos.

Resultados semelhantes foram em Evin et al. (2014), em que foram

utilizadas duas abordagens para inferir os parâmetros: uma em que os

parâmetros de heteroscedasticidade e autocorrelação são inferidos juntos

com os parâmetros do modelos hidrológico (da mesma forma que foi feito

neste trabalho); e outra em que primeiro os parâmetros do modelo são

inferidos utilizando-se um modelo de resíduos simples e depois os

parâmetros de um modelo de resíduos mais complexo – com

heteroscedasticidade e autocorrelação – são inferidos mantendo-se os

parâmetros do modelo hidrológico fixos. Os resultados da segunda

abordagem foram mais robustos, uma vez que se evita a interação entre

os parâmetros do modelo hidrológico e de erros. A alta interação entre os

parâmetros pode levar a dificuldades com a identificação dos parâmetros

e incerteza exagerada (EVIN et al., 2013). Entretanto, o uso de um modelo

de resíduos mais simples para a inferência dos parâmetros do modelo

hidrológico pode levar a resultados não confiáveis, com viés e com

estimativas da incerteza ruins (EVIN et al., 2014). O modelo M06 não

convergiu para a L3 e por isso não será avaliado nesta função.

A função L1 claramente apresentou resultados piores para a

precisão e confiabilidade na calibração, e para a validação a precisão é

pior para todos os modelos. Estes resultados são semelhantes com os da

bacia do rio Saci, e ressaltam a importância da escolha de uma função de

verossimilhança adequada.

Assim, a análise entre as estruturas dos modelos será feita

utilizando a função de verossimilhança L2, uma vez que ela obteve os

melhores resultados. Quando calibrados com a L2, os modelos com

melhor resultado para a confiabilidade foram os M08 e M03, todavia, a

precisão e o viés volumétrico foram muito piores com o M03, em relação

a todos os modelos. Os modelos M04, M05, M07, M09, M10, M11 e M12

obtiverem resultados semelhantes para a confiabilidade. A precisão se

manteve parecida entre os modelos M04 ao M12, sendo que o melhor

resultado foi com o M12. Já o viés volumétrico teve os melhores

resultados com os modelos M04, M05, M06, M09, M10 e M11.

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65

O resultado pior do M03 (Figura 14) pode indicar que a bacia não

se comporta com um limiar na geração do escoamento rápido, uma vez

que o M04 difere do M03 por apresentar uma função exponencial ao invés

do limiar e apresentou resultados melhores, bem como os outros modelos.

A inclusão de uma função de propagação na saída do reservatório

da zona não saturada não teve efeito nos resultados com a L2 (M04 versus

M05, M09 versus M10). Entre os modelos M11 e M12 a inclusão de um

reservatório de interceptação melhorou a precisão, mas piorou a

confiabilidade e o viés volumétrico. Já entre o M05 e M06 a inclusão

deste reservatório de interceptação piorou todas as métricas. A

consideração da não linearidade do reservatório da zona não saturada

(M10 versus M11) melhorou a precisão e a confiabilidade, mas piorou o

viés volumétrico. A inclusão de um reservatório da zona ripária (M05

versus M07) melhorou a precisão, mas piorou a confiabilidade e o viés

volumétrico. Os modelos M04, M05 e M11 (Figura 15) foram os que, no

geral, tiveram os melhores resultados, tanto na calibração quanto na

validação. A diferença entre eles é a inclusão de uma função de

propagação (M04 versus M05), inclusão de um reservatório lento (M05

versus M11) e a não linearidade do reservatório rápido (M04 e M05

possui, o M11 não).

A validação dos conjuntos de parâmetros em outro período de

dados teve resultados mais consistentes quando comparados com a bacia

do rio Saci. A confiabilidade foi melhor com o modelo M03 e M06, sendo

que os modelos M04, M05, M07, M11 e M12 apresentaram bons

resultados. Com os modelos M03, M06, e M12 a confiabilidade foi

melhor do que na calibração, provavelmente porque o período de dados

da validação é mais simples de ser representado. Assim como na

calibração, mesmo com uma boa confiabilidade, o M03 obteve os piores

resultados para a precisão e viés volumétrico. Os modelos M09 e M10

tiveram resultados piores de confiabilidade e viés volumétrico que os

demais. Junto com os resultados do M03, isso pode indicar que o

reservatório da zona insaturada possui um comportamento não linear. A

precisão teve os melhores resultados com o M07, M09, M10, M11 e M12

e o viés volumétrico foi melhor com os modelos M04, M05 e M11 (Figura

16).

Os gráficos QQ (Figura 13) apresentaram uma melhora conforme o aumento da complexidade da função de verossimilhança, da L1 para a

L2. A L1 apresentou superestimativa da incerteza. Com a função de

verossimilhança L3 os modelos M03, M04, M09, M10, M11 e M12

apresentaram uma previsão subestimada, assim como na L2 os modelos

M05, M06, M07, M09, M10, M11 e M12.

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Tabela 11 - Resultados do viés volumétrico em porcentagem na calibração e

validação dos modelos na bacia do rio dos Bugres. As cores variam de vermelho

para o pior resultado a verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração

e validação são diferentes.

Viés Volumétrico

Modelo

Calibração Validação

L1 L2 L3 L1 L2 L3

M03 34,0 74,2 56,1 99,1 84,2 26,0

M04 4,8 3,8 31,9 19,9 7,2 10,0

M05 8,5 3,9 5,0 26,5 8,1 4,8

M06 13,7 4,8 11,2 17,4

M07 3,4 9,0 18,6 16,4 23,9 26,4

M08 9,5 5,6 13,3 0,4 40,0 34,5

M09 1,9 2,8 18,4 26,2 54,5 61,7

M10 1,0 2,9 17,9 54,5 54,6 61,5

M11 1,1 3,5 39,1 39,7 3,8 52,7

M12 11,8 6,0 12,1 57,8 33,3 31,8

Tabela 12 - Resultados da precisão na calibração e validação dos modelos na

bacia do rio dos Bugres. As cores variam de vermelho para o pior resultado a

verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e validação são

diferentes.

Precisão

Modelo

Calibração Validação

L1 L2 L3 L1 L2 L3

M03 1,95 0,82 0,85 2,37 0,95 1,00

M04 1,19 0,48 0,88 1,44 0,58 1,03

M05 1,15 0,48 0,66 1,39 0,58 0,88

M06 1,17 0,50 1,42 0,68

M07 1,17 0,39 0,65 1,42 0,47 0,83

M08 1,71 0,45 0,40 2,07 0,69 0,63

M09 1,47 0,42 0,71 1,78 0,41 0,71

M10 1,43 0,42 0,71 1,73 0,41 0,71

M11 1,51 0,40 0,71 1,82 0,50 0,67

M12 1,27 0,36 0,58 1,54 0,40 0,93

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67

Tabela 13 - Resultados da confiabilidade na calibração e validação dos modelos

na bacia do rio dos Bugres. As cores variam de vermelho para o pior resultado a

verde para o melhor. As escalas de cores para a calibração e validação são

diferentes.

Confiabilidade

Calibração Validação

L1 L2 L3 L1 L2 L3

M03 0,39 0,09 0,23 0,43 0,07 0,11

M04 0,31 0,18 0,15 0,36 0,20 0,14

M05 0,32 0,18 0,08 0,37 0,21 0,19

M06 0,34 0,23 0,32 0,10

M07 0,31 0,19 0,28 0,35 0,45 0,46

M08 0,32 0,08 0,04 0,31 0,22 0,32

M09 0,32 0,19 0,31 0,37 0,71 0,66

M10 0,32 0,20 0,31 0,43 0,71 0,67

M11 0,33 0,15 0,21 0,40 0,19 0,79

M12 0,34 0,18 0,37 0,44 0,14 0,08

Figura 13 - Gráficos QQ para as três funções de verossimilhança para os

modelos M03 (linha de cima) e M11 (linha de baixo) na bacia do rio dos

Bugres. Linha 1:1 em cinza para referência.

Qu

anti

s O

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

L1 L2 L3

L1 L2 L3

Page 70: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura 14 - Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M03 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

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69

Figura 15 - Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M11 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L2

L3

L1

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Figura 16 - Resultados da validação para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M11 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L2

L3

L1

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71

4.2.1. Análise dos resíduos

A verificação das premissas dos modelos de resíduos foi feita da

mesma forma que na bacia do rio Saci, para cada função de

verossimilhança, em relação à variância em função do valor de vazão

observado, e ao ajuste à distribuição assumida. A Figura 17 apresenta a

distribuição dos resíduos e sua distribuição para as três funções de

verossimilhança para o modelo M11. Como na outra bacia, os resultados

para todos os modelos foram bastante semelhantes, e as premissas não são

atendidas em nenhum dos casos para a função L1. Com a função L2, que

considera a heteroscedasticidade dos erros, a variância dos resíduos ainda

não foi constante conforme os valores observados de vazão, porém os

resíduos se ajustaram melhor à distribuição assumida. A função L3

apresentou resultados semelhantes da variância e a distribuição ficou

próxima àquela que foi inferida na calibração.

Os resultados semelhantes para as duas bacias estudadas, juntos

com os de confiabilidade e precisão, reforçam a importância de se utilizar

um modelo de resíduos correto na função de verossimilhança, uma vez

que o uso de um modelo cujas premissas não são atendidas piora os

resultados e não pode ser considerado confiável.

Figura 17 - Análise dos resíduos padronizados para as três funções de

verossimilhança para o modelo M11 na bacia do rio dos Bugres

Res

ídu

os

Valores observados

Den

sidad

e

Resíduos

L1

L1

L2

L2

L3

L3

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4.2.2. Análise dos parâmetros

Assim como na bacia do rio Saci, os parâmetros inferidos na bacia

do rio dos Bugres tiveram distribuições diferentes com cada função de

verossimilhança e com cada modelo. A Figura 18 apresenta as

distribuições dos parâmetros inferidos com as três funções de

verossimilhança (L1, L2 e L3) para os modelos M03 ao M07 e a Figura

19 para o M08 ao M12. O parâmetro Ce, que é um fator de ajuste da

evapotranspiração, convergiu para o seu limite superior, igual a 2. O

motivo pode ser uma tentativa de compensar outras perdas, como a da

interceptação. O parâmetro 𝞪 teve valores maiores que 2 na maioria dos

modelos, acusando uma não linearidade do escoamento superficial. O

parâmetro 𝛽 também apresentou valores diferentes e, na maioria dos

modelos, menores que 1, indicando uma não linearidade do reservatório

lento. Estes resultados justificam a pior simulação da vazão em modelos

lineares, como o M09 e M10, nos quais estes dois parâmetros eram fixos

em 1.

Quando o modelo não apresenta reservatório lento (M04, M05,

M06 e M07) o parâmetro Smax apresentou valores maiores, convergindo

algumas vezes para o seu limite superior, igual a 700 milímetros. Este

resultado também pode ser uma forma de compensar pela falta do

escoamento subterrâneo nos modelos. O mesmo aconteceu com a bacia

do Rio Saci. O parâmetro D obteve valores de 0,4 a 0,6 para o M11 – que

teve bons resultados na calibração e validação. Ou seja, de 40 a 60% do

fluxo foi para o reservatório lento.

Estes resultados novamente mostram a importância da escolha da

função de verossimilhança na inferência dos parâmetros, já que isto leva

a conjuntos de parâmetros diferentes.

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73

Figura 18 - Distribuição dos parâmetros para cada função de verossimilhança

para cada os modelos M03 ao M07 para a bacia do rio dos Bugres.

M03 M04 M05 M06 M07

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Figura 19 - Distribuição dos parâmetros para cada função de verossimilhança

para cada os modelos M08 ao M12 para a bacia do rio dos Bugres

M08 M09 M10 M11 M12

.

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75

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este trabalho teve como objetivo analisar a influência da escolha

da função de verossimilhança na calibração dos modelos. Quando se

utiliza a abordagem formal do método de Bayes é assumido a priori um

modelo estatístico para os resíduos, e suas premissas muitas vezes não são

verificadas posteriormente. Por isso, uma escolha incorreta pode levar a

resultados não confiáveis dos parâmetros e da incerteza das simulações.

Foram utilizadas três funções de verossimilhança com modelos de

resíduos com crescente complexidade. A primeira, L1, considera que os

resíduos possuem uma distribuição gaussiana, com variância constante, e

são independentes. A segunda função, L2, considera que os erros são

heteroscedásticos. A terceira função (L3) considera a

heteroscedasticidade e uma distribuição não gaussiana dos erros. A

terceira apresentou melhores resultados para a confiabilidade e precisão

para a bacia do rio Saci. Quando analisados os resíduos, as premissas do

modelo foram melhor atendidas. Já na bacia do rio dos Bugres a L3 teve

resultados piores do que a L2 porque os parâmetros do modelo de resíduos

tiveram correlação com os dos modelos hidrológicos. A L1 foi a que teve

resultados piores nas duas bacias. Esta função é a mais comumente

utilizada para a calibração de modelos hidrológicos e o seu uso pode levar

a conclusões erradas: a escolha da função de verossimilhança influenciou

na escolha do melhor modelo e no conjunto de parâmetros inferido.

Todavia, as funções de verossimilhança utilizadas não

consideraram a autocorrelação dos resíduos, uma característica comum

nos resíduos de modelos hidrológicos. Por isso, recomenda-se para

futuros trabalhos utilizar uma função de verossimilhança que considera

esta autocorrelação e levar em conta a evidência, para poder comparar

modelos com diferentes números de parâmetros. Ainda, os erros devidos

ao método numérico utilizado – Euler explícito – podem ter interferido na

incerteza e inferência dos parâmetros. Por isso, deve-se implementar os

modelos utilizando métodos mais robustos, como Euler implícito e

Runge-Kutta.

Outro objetivo do trabalho era analisar a influência da estrutura de

dez modelos hidrológicos conceituais na simulação do processo chuva-

vazão em duas bacias florestais. Os modelos diferiam entre si de forma

sistemática, o que permitiu verificar o impacto de diferentes componentes

nos resultados, como a inclusão de reservatórios, funções de propagação

e não linearidade dos fluxos. Para as duas bacias estudadas, os modelos

apresentaram resultados diferentes. Para a bacia do rio Saci, modelos com

estrutura em paralelo apresentaram um melhor resultado quando

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consideradas as três métricas: confiabilidade, viés volumétrico e precisão.

O uso de um reservatório da zona não saturada seguido de dois

reservatórios independentes foi o que melhor representou a bacia. Já a

bacia do rio dos Bugres, os modelos M04, M05 e M11 apresentaram os

melhores resultados, considerando as três métricas. A diferença entre eles

é apenas uma função de propagação (M04 versus M05) e a inclusão de

um reservatório da zona não saturada (M05 versus M11), mostrando que

estes componentes não influenciam tanto nesta bacia. Já os modelos com

as piores simulações foram os lineares, provavelmente porque a bacia tem

um comportamento não linear significativo.

Para melhor identificar a influência da estrutura dos modelos,

sugere-se o uso de mais bacias para o estudo e calcular características

físicas e hidrológicas, a fim de buscar relações entre o comportamento das

bacias com diferentes componentes do modelo. Algumas características

podem ser: área, flashiness (razão das flutuações diárias da variável em

questão pelo total do período de tempo) da evapotranspiração potencial,

da precipitação e da vazão, profundidade do solo, índice de aridez,

elevação, e water yield (razão entre vazão média e precipitação média).

Séries históricas maiores podem também ajudar para definir as

principais características da bacia e assim obter um melhor resultado na

validação. A série utilizada para a bacia do rio Saci não foi o suficiente

para generalizar o comportamento da bacia. O período utilizado é

caracterizado como úmido, e sua validação em um período seco

apresentou resultados ruins. Já os parâmetros inferidos na calibração na

bacia do rio dos Bugres quando validados apresentaram valores para as

métricas semelhantes aos da calibração; às vezes melhores, possivelmente

porque a série utilizada na validação era mais simples. Uma forma de

avaliar a sensibilidade dos parâmetros ao período de dados utilizado é

calibrar os modelos para mais de um período. Dessa forma pode-se avaliar

a distribuição dos parâmetros para os dois períodos.

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77

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83

APÊNDICE A - IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA DOS

MODELOS NO MATLAB

1. CONFIGURAÇÃO GERAL

% Carregar dados

load entrada.mat

dt_in = 10; % resolução temporal dos dados (10min)

dt_out = 60; % resolução temporal da saída (horas)

F = (dt_out/dt_in);

Pt = F*entrada(:,1); % precipitação

Ep = F*entrada(:,2); % evapotranspiração potencial

% Especificar passo de tempo da integração

dt = 1; % passo de tempo de integração (min)

Dt = dt/dt_out; % passo de tempo de integração (hora)

tmax = length(Pt);

m = 0.01;

S0 = 0.2; %estado inicial

% Inicialização das variáveis

Su_EE=zeros(tmax,1);

Qq_EE=zeros(tmax,1);

Sf_EE=zeros(tmax,1);

Qf_EE=zeros(tmax,1);

Ss_EE=zeros(tmax,1);

Qs_EE=zeros(tmax,1);

Sr_EE=zeros(tmax,1);

Qr_EE=zeros(tmax,1);

Pi_EE=zeros(tmax,1);

Si_EE=zeros(tmax,1);

Ei_EE=zeros(tmax,1);

% Inicialização dos reservatorios

Su_Dt=S0; Sf_Dt = S0; Ss_Dt=S0; Sr_Dt=S0;

2. MODELO M03

function [Qt] = M03(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); Kf = x(3); alpha = x(4);

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for t=1:tmax

% Reservatório da zona não saturada

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pt(t),Ep(t),Sumax,Ce,m,Dt)

;

End

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE (t) = mean(Qq);

Su_EE (t) = Su_Dt;

end

Pf = Qq_EE;

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EEs(t) = mean(Qf);

Sf_EEs(t) = Sf_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE;

Qt = Qt_EE;

end

3. MODELO M04

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); beta = x(3); Kf = x(4); alpha =

x(5);

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pt(t),Ep(t),Sumax,beta,Ce,

m,Dt);

Page 87: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

85

End

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Su_EE (t) = Su_Dt;

end

Pf = Qq_EE;

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR (Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE (t) = Sf_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE;

Qt = Qt_EE;

end

4. MODELO M05

function [Qt] = M05(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); beta = x(3); Tlag = x(4); Kf =

x(5); alpha = x(6);

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pt(t),Ep(t),Sumax,beta,Ce,

m,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE(t) = mean(Qq);

Su_EE(t) = Su_Dt;

Page 88: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

end

Pf = Qq_EE;

%aplica a função de atraso

Weigths=Weigfun(Tlag);

Pf = conv(Pf,Weigths);

Pf=Pf(1:tmax);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE;

Qt = Qt_EE;

end

5. MODELO M06

function [Qt] = M06(x)

% Definição dos parâmetros Ce = x(1); Imax = x(2); Sumax = x(3); beta=x(4); Tlag

= x(5); Kf = x(6); alpha = x(7);

for t=1:tmax

% Reservatório de interceptação

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Pi(kk),Si_Dt,Ei(kk)]=IR(Si_Dt,Pt(t),Ep(t),Imax,Ce

,m,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Pi_EE (t) = mean(Pi);

Si_EE (t) = Su_Dt;

Page 89: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

87

Ei_EE (t) = mean(Ei);

end

Pi = Pi_EE;

Eu = Ei_EE;

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pi(t),Sumax,beta,m,Dt,Eu(t

));

End

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE (t) = mean(Qq);

Su_EE (t) = Su_Dt;

end

Pf = Qq_EE;

% aplica a função de atraso

Weigths=Weigfun(Tlag);

Pf = conv(Pf,Weigths);

Pf=Pf(1:tmax);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

End

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE;

Qt = Qt_EE;

end

6. MODELO M07

function [Qt] = M07(x)

Page 90: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); beta = x(3); M = x(4); Kr =

x(5); Tlag = x(6); Kf = x(7); alpha = x(8);

% Divide a precipitação total entre a zona ripária e não

saturada

Pr = M*Pt;

Pu = (1-M)*Pt;

% Reservatório da zona ripária

for t=1:tmax

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Sr_Dt(kk),Qr]=FR(Sr_Dt,Pr(t),Ep(t),Kr,1,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qr_EE(t) = mean(Qr);

Sr_EE(t) = Sr_Dt;

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pu(t),Ep(t),Sumax,beta,Ce,

m,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE (t) = mean(Qq);

Su_EE (t) = Su_Dt;

end

Pf = Qq_EE;

%aplica a função de atraso

Weigths=Weigfun(Tlag);

Pf = conv(Pf,Weigths);

Pf=Pf(1:tmax);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

Page 91: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

89

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE + Qr_EE;

Qt = Qt_EE;

end

7. MODELO M08

function [Qt] = M08(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Kf = x(2); D = x(3); Ks = x(4);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR_8(Sf_Dt,Pt(t),Ep(t),D,Kf,Ce,m,Dt

);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

% Reservatório lento

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qs(kk),Ss_Dt]=SR(Ss_Dt,Pt(t),D,Ks,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qs_EE(t) = mean(Qs);

Ss_EE(t) = Ss_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE + Qs_EE;

Qt = Qt_EE;

end

Page 92: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

8. MODELO M09

function [Qt] = M09(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); Kf = x(3); D = x(4); Ks =

x(5);

alpha=1; beta=1;

for t=1:tmax

% Unsaturated reservoir

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pt(t),Ep(t),Sumax,beta,Ce,

m,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE(t) = mean(Qq);

Su_EE(t) = Su_Dt;

end

Pf = (1-D)*Qq_EE;

Ps = D*Qq_EE;

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

% Reservatório lento

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qs(kk),Ss_Dt]=SR(Ss_Dt,Ps(t),Ks,Dt);

end

% Compute total flow for timestep

Qs_EE(t) = mean(Qs);

Ss_EE(t) = Ss_Dt;

Page 93: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

91

end

Qt_EE = Qf_EE + Qs_EE;

Qt = Qt_EE

end

9. MODELO M10

function [Qt] = M10(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); Tlag = x(3); Kf = x(4); D =

x(5); Ks = x(6);

alpha = 1; beta = 1;

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pt(t),Ep(t),Sumax,beta,Ce,

m,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE(t) = mean(Qq);

Su_EE(t) = Su_Dt;

end

Pf = (1-D)*Qq_EE;

Ps = D*Qq_EE;

% aplica a função de atraso

Weigths=Weigfun(Tlag);

Pf = conv(Pf,Weigths);

Pf=Pf(1:tmax);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

end

Page 94: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

% Reservatório lento

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qs(kk),Ss_Dt]=SR(Ss_Dt,Ps(t),Ks,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qs_EE(t) = mean(Qs);

Ss_EE(t) = Ss_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE + Qs_EE;

Qt = Qt_EE;

end

10. MODELO M11

function [Qt] = M11(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Sumax = x(2); beta=x(3); Tlag = x(4);

Kf = x(5); D = x(6); Ks = x(7);

alpha = 1;

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pt(t),Ep(t),Sumax,beta,Ce,

m,Dt);

End

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE(t) = mean(Qq);

Su_EE(t) = Su_Dt;

end

Pf = (1-D)*Qq_EE;

Ps = D*Qq_EE;

% aplica a função de atraso

Page 95: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

93

Weigths=Weigfun(Tlag);

Pf = conv(Pf,Weigths);

Pf=Pf(1:tmax);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR(Sf_Dt,Pf(t),Kf,alpha,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

% Reservatório lento

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qs(kk),Ss_Dt]=SR(Ss_Dt,Ps(t),Ks,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qs_EE(t) = mean(Qs);

Ss_EE(t) = Ss_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE + Qs_EE;

Qt = Qt_EE;

end

11. MODELO M12

function [Qt] = M12(x)

% Definição dos parâmetros

Ce = x(1); Imax=x(2); Sumax = x(3); beta=x(4); Tlag =

x(5); Kf = x(6); D = x(7); Ks = x(8);

for t=1:tmax

% Reservatório de interceptação

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Pi(kk),Si_Dt,Ei(kk)]=IR(Si_Dt,Pt(t),Ep(t),Imax,Ce

,m,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Pi_EE(t) = mean(Pi);

Page 96: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Si_EE(t) = Si_Dt;

Ei_EE(t) = mean(Ei);

end

Pi = Pi_EE;

Eu = Ei_EE;

for t=1:tmax

% Reservatório insaturado

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qq(kk),Su_Dt]=UR(Su_Dt,Pi(t),Sumax,beta,m,Dt,Eu(t

),Ce,Ep(t));

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qq_EE(t) = mean(Qq);

Su_EE(t) = Su_Dt;

end

Pf = (1-D)*Qq_EE;

Ps = D*Qq_EE;

% aplica a função de atraso

Weigths=Weigfun(Tlag);

Pf = conv(Pf,Weigths);

Pf=Pf(1:tmax);

for t=1:tmax

% Reservatório rápido

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qf(kk),Sf_Dt]=FR_EEs(Sf_Dt,Pf(t),Kf,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Qf_EE(t) = mean(Qf);

Sf_EE(t) = Sf_Dt;

% Reservatório lento

for kk = 1:(dt_in/dt)

[Qs(kk),Ss_Dt]=SR(Ss_Dt,Ps(t),Ks,Dt);

end

% Calcula a vazão total do passo de tempo

Page 97: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

95

Qs_EE(t) = mean(Qs);

Ss_EE(t) = Ss_Dt;

end

Qt_EE = Qf_EE + Qs_EE;

Qt = Qt_EE;

end

12. FUNÇÕES AUXILIARES

% Reservatório da zona não saturada

function [Qq,S_Dt]= UR(S0,P,Ep,Sumax,beta,Ce,m,Dt)

Sux = S0/Sumax;

S_Dt = S0 + Dt*P - Dt*P*Sux^beta - Dt*Ce*Ep*(1 +

m)*Sux/(Sux + m);

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*P - Dt*Ce*Ep*(1 + m)*Sux/(Sux +

m);

end

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*P;

end

Qq = P*Sux^beta;

end

% Reservatório rápido

function [Qf,S_Dt] = FR(S0,Pf,Kf,alpha,Dt)

S_Dt = S0 + Dt*Pf - Dt*Kf*S0^alpha;

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*Pf;

end

Qf = Kf*S0^alpha;

% Reservatório rápido para modelo 08

function [Q,S_Dt] = FR_8(S0,P,Ep,D,K,Ce,m,Dt)

S_Dt = S0 + Dt*(1-D)*P - Dt*K*S0 - Dt*Ce*Ep*(1 -

exp(-S0/m));

if S_Dt < 0

Page 98: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

S_Dt = S0 + Dt*(1-D)*P - Dt*Ce*Ep*(1 - exp(-

S0/m));

end

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*(1-D)*P;

end

Q = K*S0;

end

% Reservatório lento

function [Q,S_Dt] = SR(S0,P,K,Dt)

S_Dt = S0 + Dt*P - Dt*K*S0;

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*P;

end

Q = K*S0;

end

% Reservatório de interceptação

function [Pu,S_Dt,E] = IR (S0,P,Ep,Imax,Ce,m,Dt)

Six = S0/Imax;

S_Dt = S0 + Dt*P - Dt*P*((1-(1-Six)*(1+m))/(1-

Six+m)) - Dt*Ce*Ep*(1 + m)*Six/(Six + m);

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*P - Dt*Ce*Ep*(1 + m)*Six/(Six +

m);

end

if S_Dt < 0

S_Dt = S0 + Dt*P;

end

Pu = P*((1-(1-Six)*(1+m))/(1-Six+m));

E = Ce*Ep*(1 + m)*Six/(Six + m);

end

Page 99: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

97

APÊNDICE B – RESULTADOS BACIA DO RIO SACI

Figura B1. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M03 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 100: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B2. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M03 na bacia do rio

Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L2 L1

L3 L2 L1

L3 L2

L3

Page 101: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

99

Figura B3. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M04 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 102: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B4. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M04 na bacia do rio

Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

L1

Page 103: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

101

Figura B5. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M05 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 104: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B6. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M05 na bacia do rio

Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 105: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

103

Figura B7. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M06 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 106: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B8. Resultados dos gráficos QQ, dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M06 na bacia do rio

Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 107: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

105

Figura B9. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M07 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L1

L2

L3

Page 108: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B10. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M07 na bacia do

rio Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L3

L3

L2 L3

Page 109: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

107

Figura B11. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M08 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L1

L2

L3

Page 110: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B12. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M08 na bacia do

rio Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 111: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

109

Figura B13. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M09 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 112: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B14. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M09 na bacia do

rio Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 113: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

111

Figura B15. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M10 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 114: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B16. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M10 na bacia do

rio Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L2

L2

L2

L3

L3

L3

L1

L1

L1

Page 115: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

113

Figura B17. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M11 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L2

L3

L1

Page 116: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B18. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M11 na bacia do

rio Saci.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 117: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

115

Figura B19. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M12 na bacia do rio Saci.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L1

L2

Page 118: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura B20. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M12 na bacia do

rio Saci.

L1

L1

L1

L2

L2

L3

L3

L2 L3

Page 119: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

117

APÊNDICE C – RESULTADOS BACIA DO RIO DO BUGRES

Figura C1. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M03 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 120: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C2. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M03 na bacia do rio

dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L2 L1

L3 L2 L1

L3 L2

L3

Page 121: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

119

Figura C3. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M04 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 122: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C4. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M04 na bacia do rio

dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

L1

Page 123: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

121

Figura C5. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M05 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 124: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C6. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M05 na bacia do rio

dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

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123

Figura C7. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2) para o modelo M06 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L2

L1

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Figura C8. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as três

funções de verossimilhança (L1, L2) para o modelo M06 na bacia do rio dos

Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados (mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

Page 127: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

125

Figura C9. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M07 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L1

L2

L3

Page 128: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C10. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M07 na bacia do

rio dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L3

L3

L2 L3

Page 129: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

127

Figura C11. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M08 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L1

L2

L3

Page 130: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C12. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M08 na bacia do

rio dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 131: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

129

Figura C13. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M09 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 132: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C14. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M09 na bacia do

rio dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

Page 133: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

131

Figura C15. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M10 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L2

L1

Page 134: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C16. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M10 na bacia do

rio dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L2

L2

L2

L3

L3

L3

L1

L1

L1

Page 135: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

133

Figura C17. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M11 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L2

L3

L1

Page 136: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C18. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M11 na bacia do

rio dos Bugres.

Qu

anti

s o

bse

rvad

os

Quantis teóricos U[0,1]

Res

ídu

os

Valores observados

(mm/h)

Den

sid

ade

Resíduos

L1

L1

L1

L2

L2

L2

L3

L3

L3

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135

Figura C19. Resultados da calibração para as três funções de verossimilhança

(L1, L2 e L3) para o modelo M12 na bacia do rio dos Bugres.

Vaz

ão (

mm

/h)

Tempo (10min)

L3

L1

L2

Page 138: Influência da estrutura de modelos hidrológicos ... · ea Pressão de vapor da água no ar saturado mbar ed Pressão de vapor do ar na condição real mbar Ef Evapotranspiração

Figura C20. Resultados dos gráficos QQ, e dos resíduos padronizados para as

três funções de verossimilhança (L1, L2 e L3) para o modelo M12 na bacia do

rio dos Bugres.

L1

L1

L1

L2

L2

L3

L3

L2 L3

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