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1 INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO DE DISPERSÃO DE FLEBOTOMÍNEOS VETORES DA LV LEISHMANIOSE VISCERAL NO SEMIÁRIDO DA DIVISA ENTRE BAHIA E SERGIPE: UMA ABORDAGEM HOLÍSTICA Joesio Barbosa Monteiro 1 Marcos Vanier dos Santos 2 RESUMO Os impactos ambientais aqui descritos e seus resultados apresentam uma visão geral das doenças parasitárias provenientes da degradação ambiental em áreas do Bioma Caatinga na região do município de Feira de Santana no estado da Bahia, distante da cidade de Salvador 110 km, situa-se em áreas estratégicas ligando as BRs 101 / 116 / 110 e 410, com outros municípios vulneráveis, e os que fazem parte da divisa com o semiárido sergipano, facilitando assim o escoamento de contrabandos da exploração de mata nativa e o comércio ilegal de animais silvestre da fauna e da flora do Bioma Caatinga, bem como a proliferação de doenças originadas de uma paisagem singular formada por rochas e pela vegetação branca em processo de desertificação totalmente degradado. Agressão ao Meio Ambiente tem gerado danos irreparáveis a saúde humana e animal. Interpreta uma Ecologia do ponto de vista holístico introduzindo os referenciais epistemológicos da disciplina Biologia relacionando situações e problemas concretos em bairros periféricos e nas comunidades rurais. Doenças como a LV Leishmaniose Visceral dentre outras relacionadas pelo desequilíbrio ambiental em Situações Emergentes e Situações Persistentes. Palavras-chave: Doenças. Ecologia. Impactos. Leishmaniose. Ambiente. 1 INTRODUÇÃO A Leishmaniose Visceral (LV) tem sido motivo de grande preocupação para Saúde Pública do Brasil, principalmente pela crescente migração dos Flebotomíneos do meio rural para o meio urbano. É uma epidemia tão ou mais grave que outras doenças infecciosas, uma vez que tanto pode ser encontrada em possíveis portadores e hospedeiros assintomáticos, como pode apresentar sintomatologia difusa que se mescla a de tantas outras endemias. Sendo assim, na medida em que se agrava ainda mais a degradação ambiental revela consequências desastrosas com a dispersão de vetores e consequentemente a proliferação de doenças parasitárias provenientes de constantes impactos que ocorrem na zona rural deixando 1 Colégio Central de Ribeira do Pombal. Professor Regente de Biologia, Especialista em Gestão Ambiental e Biotecnologia, Mestrando em Gestão e Tecnologias e Aplicadas em Educação pela UNEB CAMPUS I CABULA. [email protected] 2 Departamento de Parasitologia FIOCRUZ SALVADOR, Doutor em Biologia Celular Parasitária. [email protected]

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INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO DE DISPERSÃO DE FLEBOTOMÍNEOS VETORES DA LV LEISHMANIOSE VISCERAL NO SEMIÁRIDO DA DIVISA

ENTRE BAHIA E SERGIPE: UMA ABORDAGEM HOLÍSTICA

Joesio Barbosa Monteiro 1 Marcos Vanier dos Santos2

RESUMO Os impactos ambientais aqui descritos e seus resultados apresentam uma visão geral das doenças parasitárias provenientes da degradação ambiental em áreas do Bioma Caatinga na região do município de Feira de Santana no estado da Bahia, distante da cidade de Salvador 110 km, situa-se em áreas estratégicas ligando as BRs 101 / 116 / 110 e 410, com outros municípios vulneráveis, e os que fazem parte da divisa com o semiárido sergipano, facilitando assim o escoamento de contrabandos da exploração de mata nativa e o comércio ilegal de animais silvestre da fauna e da flora do Bioma Caatinga, bem como a proliferação de doenças originadas de uma paisagem singular formada por rochas e pela vegetação branca em processo de desertificação totalmente degradado. Agressão ao Meio Ambiente tem gerado danos irreparáveis a saúde humana e animal. Interpreta uma Ecologia do ponto de vista holístico introduzindo os referenciais epistemológicos da disciplina Biologia relacionando situações e problemas concretos em bairros periféricos e nas comunidades rurais. Doenças como a LV Leishmaniose Visceral dentre outras relacionadas pelo desequilíbrio ambiental em Situações Emergentes e Situações Persistentes. Palavras-chave: Doenças. Ecologia. Impactos. Leishmaniose. Ambiente.

1 INTRODUÇÃO

A Leishmaniose Visceral (LV) tem sido motivo de grande preocupação para Saúde

Pública do Brasil, principalmente pela crescente migração dos Flebotomíneos do meio rural

para o meio urbano. É uma epidemia tão ou mais grave que outras doenças infecciosas, uma

vez que tanto pode ser encontrada em possíveis portadores e hospedeiros assintomáticos,

como pode apresentar sintomatologia difusa que se mescla a de tantas outras endemias.

Sendo assim, na medida em que se agrava ainda mais a degradação ambiental revela

consequências desastrosas com a dispersão de vetores e consequentemente a proliferação de

doenças parasitárias provenientes de constantes impactos que ocorrem na zona rural deixando 1 Colégio Central de Ribeira do Pombal. Professor Regente de Biologia, Especialista em Gestão Ambiental e Biotecnologia, Mestrando em Gestão e Tecnologias e Aplicadas em Educação pela UNEB CAMPUS I CABULA. [email protected] 2 Departamento de Parasitologia FIOCRUZ SALVADOR, Doutor em Biologia Celular Parasitária. [email protected]

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sequelas e ocasionando desequilíbrio ecológico em Áreas do Bioma Caatinga. “A natureza

tem valores intrínsecos e requer respeito, independentemente de sua utilidade para

humanidade (DIEGUES, 2001; p. 65) ”.

O vetor primário da doença, Lutzomya longipalpis, tem uma grande plasticidade

adaptativa que lhe confere uma enorme facilidade de dispersão desde o meio natural para

ambientes transformados pelo homem. A espécie Psychodidae adapta-se facilmente ao intra e

ao peridomicílio de diferentes temperaturas, podendo ser encontrada tanto no interior de

domicílios como em abrigos de animais domésticos. (Manual de vigilância Epidemiológica,

2006).

A ecologia humana trata da estruturação social em toda sua plenitude. Esse trabalho

visa especificamente, apresentar uma breve radiografia da urbanização da Leishmaniose

Visceral (Calazar) no semiárido baiano, com ênfase a princípio no município de Feira de

Santa e região. E uma endemia pouco divulgada pela mídia, uma vez que pode ser encontrada

tanto em humanos potencialmente portadores, como em reservatórios assintomáticos se

mesclando à de tantas outras endemias; causando danos irreparáveis à saúde humana e animal

no semiárido até os grandes centros urbanos.

Muitos danos ambientais são causados por decisões políticas e econômicas erradas.

Assim, para serem compreendidas, as questões ambientais não podem ficar restritas à

ecologia. “Faz-se necessário considerar os aspectos políticos, éticos, econômicos, sociais,

ecológicos, culturais e outros para que se obtenha uma visão global do problema e das suas

alternativas e soluções.

Todo conhecimento novo – seja ele cientifico filosófico, jurídico ou social – gera

grandes discussões e algumas formas de resistências com relação à definição dos seus limites

teóricos, objetivos, linhas de trabalho e ação. Trata-se de um projeto ambicioso, denominado

O Eco da Floresta e as Doenças Parasitárias onde as ideias sobre seu planejamento, não

aconteceram de modo diferente. Apesar de sua grande relevância no que tange ao estimulo na

quebra de paradigmas como estímulo ao pluralismo e á tolerância de uma situação

insuportável de impactos ambientais em Áreas do Bioma Caatinga. Áreas inclusive propensas

à desertificação, trazendo riscos a população nos casos comprovados de natureza parasitária

da leishmaniose, doenças de chagas e doenças cardiorrespiratórias como consequência de

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desmatamento, esgotamento sanitário a céu aberto, lixões e outros poluentes caracterizados

etc.

Os resíduos encontrados nas áreas de estudo podem ser classificados pela sua natureza

física, pela sua composição química, pelas suas características biológicas, pelos riscos

potenciais ao meio ambiente, e que não são levados em consideração em sintonia com

Normas Técnicas – NBR. “As principais características a serem consideradas são: as físicas,

químicas, biológicas e os riscos potenciais ao meio ambiente em áreas bastante degradadas.

(BRASIL, 2007 p. 135) ”

Segundo um Artigo Publicado na Revista Springer, Published online: July 31; 2007

Springer Science + Business Media LLC 2007, atualmente estima-se que 40% das

mortes no mundo (62 milhões por ano) são atribuídas à degradação ambiental.

(PIMENTEL, p. 1). O desequilíbrio ecológico aumenta cada vez mais os índices de doenças

nos complexos fatores de desrespeito ao meio ambiente. O crescimento da população bem

como a desnutrição hoje, eleva para cerca de 3,7 bilhões de pessoas no mundo. Em ingles, no

seu artigo: Ecology of Increasing Disease / Population growth and environmental degradation

Bioscience Vol. 48 No. 10 October 1998. (Doenças relacionadas com Ecologia, crescimento

da população e a degradação ambiental), esclarece perfeitamente sobre o estado deplorável da

saúde humana relacionada ao desequilíbrio ambiental.

As espécies causadoras da leishmania são insetos denominados flebotomineos,

pertencentes à Ordem Díptera, Família Psychodidae, Subfamília Phlebotominae, Gênero

Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito

palha, tatuquira, birigui, que será estudado com profundidade em ações de transmissão desde

sua origem (hábitat natural) e a sua migração da zona rural para zonas urbanas.

2 MATERIAL E MÉTODO

A ocorrência da LV Leishmaniose visceral foi identificada a partir do levantamento do

registro de casos disponibilizados pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação

(SINAN), no período de 2009 a 2012. A partir dessa investigação, foi construída uma base de

dados onde os casos a serem agregados segundo o endereço de moradia do paciente e

analisados posteriormente.

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Para a análise dos dados obtidos no SINAN, calculamos as frequências de casos e a

incidência da doença, tanto para o município quanto para as localidades onde houve registro

de focos. O município investigado para o cálculo de incidência de LV teve seus resultados

através de dados utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos

anos em referência. Já a população das localidades foi estimada pelo Sistema de Referencial

Geográfico (georeferenciamento) / Informação de Localidades (SISLOC), sistema do

Ministério da Saúde, que atualiza seus dados bimensalmente.

Para que seja possível uma visualização espacial da ocorrência da LV na cidade,

obtivemos um mapa do município, no qual foram apontadas as localidades com registro de

casos. Segundo os dados do Ministério da Saúde, na análise de ocorrência da LV deve constar

uma pauta de estudo das variáveis: sexo, ocupação e idade dos moradores acometidos.

A ideia é desenvolver um trabalho de conscientização ambiental, paralelamente com

produção de textos em sala de aula juntamente com toda comunidade escolar, através de

palestras cursos, workshops, oficina, debates e treinamentos no primeiro momento com os

discentes sobre o cenário socioambiental do município e do estado, levando-os a uma reflexão

sobre a necessidade de adoção de medidas, em caráter de urgência, que pudessem contribuir

para uma sociedade em que o sistema sócio econômico ambiental seja cada vez mais

sustentável.

Visando despertar o sentimento do ser e conviver, estimulamos saídas de campo com

aulas práticas e pesquisas no semiárido desde Feira de Santana no Estado da Bahia até Paulo

Afonso incluindo municípios vulneráveis, e outros de casos já confirmados nas divisas com o

Estado de Sergipe. Ao mesmo tempo em que produzimos um vídeo de 07 minutos, tendo

como título: Os Vetores da Leishmaniose: Nosso Papel Na Profilaxia e Controle.

Para prevenir o agravamento das doenças, utilizamos técnicas alternativas a exemplo

de mutirões, limpeza ambiental, remoção e limpeza de lixões, investigação de caso

qualitativo, que consistirá no levantamento de informações e pesquisas a respeito da

proliferação de vetores que migram em direção a zonas urbanas em face dos impactos

ambientais. Medidas de sensibilização da comunidade geral, em especial os políticos, o clero,

associação de moradores, ONGs etc.

Para atingir os objetivos acima expostos, algumas análises foram de grande proveito

realizado em pontos focais, (raça, idade, cor, sexo), avaliar se os vetores estão associados às

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quais tipos de degradação que envolva a Ecologia Visceral. Envolvemos a direção das escolas

focadas na gestão compartilhada, as salas de aula com eventos relacionados ao tema proposto,

e para tanto, a culminância com um cronograma de eventos programados em parceria com a

Câmera de Vereadores, Ministério Público, Secretarias de Saúde, Agricultura, Meio Ambiente

Obras e Urbanismo, bem como incluir ainda, os Coletivos Educadores Jovens, Projeto Sala

Verde nas dependências da Instituição Executora agrupando as três séries do Ensino Médio.

Dessa forma, entendemos que uma discussão democrática visa conhecer o perfil

epidemiológico da LV na sociedade, a necessidade holística de conscientização para

preservação e conservação dos recursos naturais de maneira que seja mostrado o papel da

escola e de toda comunidade que dela utiliza seus conhecimentos os quais poderão ser

repassados as comunidades menos esclarecidas.

2.1 ÁREAS DE ESTUDOS

Semiárido baiano de Feira de Santana a Paulo Afonso, incluindo os municípios

vulneráveis a margem da BR 101, BR 116, BR 410 e BR 110 no Estado da Bahia. Nas divisas

com o Estado de Sergipe, Paulo Afonso (Canidé de São Francisco) Santa Brígida, (Carira)

Paripiranga, (Simão Dias) Heliópolis (Poço Verde) e (Itapicurú com Tobias Barreto).

A cidade inicialmente escolhida para o desenvolvimento deste estudo corresponde a

Feria de Santana com uma população estimada em mais de 600.000 pessoas de acordo com o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2013). O município está localizado a

12016”00” de latitude sul e 38058”00” de longitude oeste a uma altitude de 234 metros, é uma

capital regional e sede da região metropolitana do mesmo nome. Com o andamento das

investigações, outras localidades urbanas e rurais com maiores índices de casos registrados

pelo SINAN, SISLOC e IBGE, com riscos à saúde humana e caninos.

2.2 COLETAS DE DADOS

A partir de dados fornecidos pelos órgãos públicos, primeiramente foi feita uma breve

radiografia na urbanização da Leishmaniose Visceral (Calazar). No transcorrer do percurso,

várias coletas de dados sobre os impactos na saúde humana e animal, foram realizadas por

amostras seja nas áreas urbanas ou comunidades rurais, seguindo o padrão de levantamento

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através de formulários específicos da Secretaria de Vigilância e Controle do Ministério da

Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério do Meio

Ambiente, sendo visitadas dez residências para cada localidade, investigando os modus

vivendi nas áreas de maior incidência. Geologia e morfologia vegetal da área em estudo, fonte

de informações, tipos de informações, documentos a serem consultados, proprietário ou

responsável pela área, história operacional e ambiental da área, registros de produção,

armazenamento e disposição de substâncias e resíduos na área.

Observamos os pontos de referência, os fluxogramas de órgãos de controle ambiental,

dados sobre o meio físico biótico e abiótico, os processos, relatórios e cadastros no Ministério

Público das áreas degradadas, informações sobre a situação ilegal das propriedades, plano

diretor para gestão de saúde humana e animal, georeferenciamento da fauna e flora da área

pesquisada.

Além do que, uma criteriosa análise da história do uso do solo e utilização da área,

drenagens, bens a proteger, histórico das operações agrícolas na região, disposição de

substâncias, “layout” da área, informações geotécnicas, relatórios contendo mapas e perfis

descritivos de poços e sondagens.

No transcorrer do Ano Letivo de 2014, formamos 24 grupos de alunos do 3º ano do

Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino para coletarem algumas amostras da flora local em

diversas localidades a seguir: Distrito de Vila Rodrigues (Barrocão), Comunidade de Nova

Esperança, Feira da Serra, Tapera e Boca da Mata e o Bairro Pombalzinho localizado no

entorno da zona urbana. Construíram um herbário com espécies nativas e em vias de extinção,

ao mesmo tempo uma fitoteca dentro da escola. De forma que essa determinação venha servir

como atitudes preventivas de preservação, para suprir os anseios das comunidades no que se

refere à recuperação das áreas criminalmente degradadas. Para isso, investigamos qual o tipo

de vegetação a ser selecionada de acordo com os objetivos desejados de estabilização e ser

compatível com as condições do solo e do local. “Isso inclui o tipo de solo, a disponibilidade

de água, a fertilidade e o pH do solo, o clima, uma possível pressão de pastejo, legislação que

restrinjam a utilização de espécies exóticas ou não nativas etc. (ARAUJO, 2004, V 27

p.160)”.

Atendendo ao convite da Coordenação Pedagógica da Secretaria Estadual e Municipal

de Educação, no Município de Ribeira do Pombal, inserimos essa proposta ao Projeto Político

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Pedagógico como uma ferramenta de alta qualidade em busca de um programa sustentável

que nasce no ambiente escolar de forma racional no que se refere ao uso dos recursos naturais

de forma consciente e responsável para atingir a qualidade de vida das pessoas em

comunidades carentes; onde profissionais educadores e comunidade escolar, envolvidos

diretamente com a transdiciplinaridade das ciências, possam ampliar essa proposta que tem

por base a construção de padrões civilizatórios de cidadania planetária, através de trabalhos

práticos e teóricos em toda dimensão econômica, política, cultural e ecologicamente correta.

Esse artigo inclui a Educação Ambiental numa abordagem holística que não atue

somente no plano das ideias e no da transmissão de informações, mas no da existência dos

seres... “em que o processo de conscientização se caracteriza pela ação de conhecimento pela

capacidade de fazermos opções, por se ter compromisso com o outro e com a vida.

(LOUREIRO, 200) ”.

Nessa perspectiva, é importante afirmar que o processo ensino-aprendizagem

trabalhando com Educação Ambiental, atenda a um formato de ensino que de fato traga

benefícios salutares para todas as espécies. Sua conotação original está relacionada a questões

socioambientais do ponto de vista da ética global, levando em consideração hoje, a

ecopercepção futura do planeta, onde a espécie humana e suas atividades sobre a Terra

produzam tantas influências, que a sua cultura faz parte da definição de meio ambiente.

A partir desta experiência, equipes de professores e alunos ávidos por novas

descobertas para trazer benefícios para espécie humana e futuras gerações, de forma uníssona

e racional conseguimos transmitir a mensagem desde sua ontogenia entre o ensino e

aprendizagem da Educação Ambiental numa visão holística da ecopedagogia; em alerta a

perda da biodiversidade e do próprio ecossistema terrestre, podendo, em tempo, reverter esse

quadro deplorável da saúde humana afetada por ações antrópicas no Bioma Caatinga.

De acordo com Godelier (2001), no coração das relações materiais do homem com a

natureza, aparece uma parte ideal, não material, onde se exercem e se entrelaçam as três

funções do conhecimento: representar, organizar e legitimar as relações dos homens entre si e

deles com a natureza. Assim é necessário analisar o sistema de representações entre os

indivíduos e grupos em seu ambiente com ações positivas em seus objetivos. (DIEGUES,

2001 p.38).

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3 MARCO TEÓRICO-CONCEITUAL

As espécies causadoras da leishmania são insetos denominados flebotomineos,

pertencentes à Ordem Díptera, Família Psychodidae, Subfamília Phlebotominae, Gênero

Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito

palha, tatuquira, birigui, que será estudado com profundidade em ações de transmissão desde

sua origem (hábitat natural) e a sua migração da zona rural para zonas urbanas.

Há várias espécies de Leishmanias envolvidas na transmissão. No Brasil, as mais

importantes são Leishmania chagasi, Leishmania amazonensis e Leishmania Viannia

guyanensis. A espécie a ser investigada nas áreas de ocorrências desse projeto será os vetores

da Leishmania chagasi. Estas espécies foram definidas como vetores por atenderem aos

critérios que atribuem a uma espécie a competência vetorial. Cabe ressaltar que o papel

vetorial de cada uma dessas espécies dependerá da espécie de Leishmania presente no

intestino. Infecções por leishmanias que causam a LV foram descritas em duas espécies de

animais silvestres: a raposa e o marsupial didelfídeo como reservatórios silvestres da

Leishmania chagasi.

Duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a transmissão da doença, é a

Lutzomya longipalpis e lutzomya cruzi. A primeira é considerada a principal espécie

transmissora da L. (L) chagasi no Brasil e, recentemente, L. cruzi foi incriminada como vetor

no Estado do Mato Grosso do Sul. (SAÚDE, 2006; p. 14). A absoluta interdependência do ser

humano com seu ambiente está bem estabelecida e há um esforço mundial de pessoas e

instituições no sentido de estudar, compreender e desenvolver estratégias e tecnologias para

prevenir, amenizar e tratar o impacto dos desequilíbrios ambientais na saúde das populações

humanas.

O convívio social é crescente, quanto ao número de animais domesticados no

ambiente domiciliar. Muitos deles fazem parte do êxodo rural que invadem as zonas urbanas.

O hábito de ter estes animais como companhia e, muitas vezes, como “membro” da família,

tornou-se comum. Atualmente, algumas famílias criam seus animais, com costumes muito

próximos aos dos proprietários, o que aumenta o risco da transmissão de doenças, como a

leishmaniose visceral dentre outras.

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No Brasil, a LV apresenta aspectos geográficos, climáticos e sociais diferenciada, em

função da sua ampla distribuição geográfica, envolvendo as regiões Norte, Nordeste, Centro-

Oeste e Sudeste. Na década de 90, aproximadamente noventa por cento (90%) dos casos

notificados de LV ocorreram na Região Nordeste. A doença se expande para as regiões

nordeste, atingem áreas urbanas e periurbanas, um problema ambiental que vem se alastrando

desde 2012.

Os dados epidemiológicos dos últimos dez anos revelam a periurbanização e a

urbanização da leishmaniose visceral, destacando-se os surtos ocorridos no Rio de Janeiro

(RJ), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Santarém (PA), Corumbá (MS), Teresina (PI),

Natal (RN), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Camaçari (BA) e mais recentemente as

epidemias ocorridas nos municípios (Feira de Santana, Paulo Afonso, Santa Brígida,

Jeremoabo, Ribeira do Pombal no Estado da Bahia), Canindé do São Francisco, Tobias

Barreto no Estado de Sergipe). Campo Grande (MS) e Palmas (TO). As áreas de transmissão

da doença no Brasil estão representadas na Figura 2.

Figura 2 - Distribuição de casos autóctones de Leishmaniose Visceral segundo

Município, Brasil 2002 Fonte: SINAN- COVEV/ CGDT/DEVEP/SVS/MS

É conhecida comumente como doença própria de área de clima seco com precipitação

pluviométrica anual inferior a 800 mm, e de ambiente fisiográfico composto por vales e

montanhas, onde se encontram os chamados “boqueirões” e “pés de serra”. Contudo, com a

urbanização da LV, principalmente, nas periferias dos grandes centros urbanos, há áreas

conhecidas de terra firme nas diferentes regiões e em faixas litorâneas do nordeste.

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As transformações no ambiente, provocadas pelo intenso processo migratório, por

pressões econômicas ou sociais, a pauperização conseqüente de distorções na distribuição de

renda, o processo de urbanização crescente, o esvaziamento rural e as secas periódicas

acarretam a expansão das áreas endêmicas e o aparecimento de novos focos. Este fenômeno

leva a uma redução do espaço ecológico da doença, facilitando a ocorrência de epidemias.

O ambiente característico e propício à ocorrência da LV é aquele de baixo nível

socioeconômico, pobreza, promiscuidade, prevalente em grande medida no meio rural e na

periferia das grandes cidades. Entretanto, estas características vêm se modificando,

principalmente, nos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde a LV se encontra

urbanizada. (Figuras 3A e 3B)

O cuidado com a saúde, contudo, está mais diretamente vinculado à proteção e

controle do meio ambiente físico-biológico imediato do homem. O ambiente em que vivem as

pessoas tem uma grande influência na saúde, principalmente em áreas de grandes riscos

causados pelos impactos ambientais envolvendo animais na alimentação e na transmissão de

doenças parasitárias.

3.1 AGENTES ETIOLÓGICOS

De acordo com o Ministério da Saúde, os agentes etiológicos da leishmaniose visceral

LV, são protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania, parasita intracelular

obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com uma forma flagelada ou

Figura 3B - Área de leishmaniose

visceral – Região Centro-Oeste

Figura 3A - Área de leishmaniose visceral – Região Nordeste

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promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou amastigota

nos tecidos dos vertebrados. (SAÚDE, 2006; p. 13).

Os agentes etiológicos aparecem de forma flagelada ou promastigota (Fig. 4),

encontrada no tubo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou amastigota (Fig. 5) nos

tecidos dos vertebrados. No Novo Mundo, a Leishmania (Leishmania) chagasi é a espécie

comumente isolada em pacientes com LV.

A posição taxonômica de L. (L.) chagasi encontra-se no Anexo 2.

Figura 4- Forma flagelada ou Promastigota

Figura 5- Forma aflagelada ou Amastigota

David Pimentel confirma no seu artigo em inglês publicado na revista Springer em 31

de julho de 2007, sobre doenças parasitárias provenientes de impactos ambientais, “As the

human population expands and land is cleared of trees, loss of forest cover can contribute to

an increase in the prevalence of human infections by helminthes, such as hookworms. After

deforestation, hookworm infections rose from zero to 12% of the population in1990 and 15%

in 1996. Many helminthes species that infect humans are found in soil contaminated.

(PIMENTEL, 2007; p. 9)

3.2 RESERVATÓRIOS

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Figura 6- Raposa: reservatório silvestre da Leishmania chagasi

Figura 7- Marsupial didelfídeo: Reservatório silvestre da

Leishmania chagasi

Na área urbana, o cão (Canis familiaris) é a principal fonte de infecção. A enzootia

canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e a infecção em cães tem sido mais

prevalente do que no homem. No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas

(Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os marsupiais (Didelphis albiventris). No Brasil, as

raposas foram encontradas infectadas nas regiões Nordeste, Sudeste e Amazônica (Figura 6).

Os marsupiais didelfídeos (Figura 7) foram encontrados infectados no Brasil e na Colômbia.

O foco das pesquisas e dos trabalhos estará direcionado para região do semiárido que

envolverá cidades que fazem divisas entre a Bahia e o Estado de Sergipe, que enfrentam não

somente situações de degradação ambiental associadas com “excesso” de desenvolvimento ou

de desenvolvimento perverso (pobreza e desigualdade socioeconômica). A evolução do perfil

das comunidades em toda região do semiárido nas áreas de estudo, vem se alterando

drasticamente nos últimos anos. Por conta disto, os governantes e a sociedade civil terão de

orientar-se por uma perspectiva preservacionista em relação às questões ambientais tanto nas

comunidades rurais como em áreas urbanas.

Em face desse quadro, evidencia-se a ausência de uma visão integrada dos problemas

ambientais urbanos que a cada dia cresce com efeitos migratórios ocasionados pelo êxodo

rural. O olhar para ecopercepção é um fator determinante para preservação (considerando a

cidade como um ecossistema heterotrófico) e a raiz de todos esses problemas. Segundo Morin

(1991), a história contemporânea, dissolvendo as antigas mitologias, cria outras e regenera, de

forma propriamente moderna, o pensamento simbólico/mitológico/mágico. Para esse autor, há

persistência do pensamento mitológico em regiões rurais distantes e atrasadas, mas também

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há uma ressurgência de mitos no mundo urbano, que acelera ainda mais as formas

competitivas e antagônicas no enfrentamento dos problemas ambientais.

4 REVISÃO DE LITERATURA

Os parasitos constituem um grupo importante de organismos. Milhões de pessoas

morrem anualmente por causa de diferentes tipos de infecção, e muitos outros milhões ficam

debilitados ou deformados (anualmente 250 milhões de casos de elefantíase, mais de 200

milhões de casos de esquistossomíase, e a lista seguem adiante). (BEGON, 2007 p. 347;).

Há várias espécies de Leishmanias envolvidas na transmissão. No Brasil, as mais

importantes são Leishmania chagasi, Leishmania amazonensis e Leishmania Viannia

guyanensis. A espécie a ser investigada nas áreas de ocorrências desse projeto será os vetores

da Leishmania chagasi. Estas espécies foram definidas como vetores por atenderem aos

critérios que atribuem a uma espécie a competência vetorial. Cabe ressaltar que o papel

vetorial de cada uma dessas espécies dependerá da espécie de Leishmania presente no

intestino. Infecções por leishmanias que causam a LV foram descritas em duas espécies de

animais silvestres: a raposa e o marsupial didelfídeo como reservatórios silvestres da

Leishmania chagasi.

Duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a transmissão da doença, é a

Lutzomya longipalpis e lutzomya cruzi. A primeira é considerada a principal espécie

transmissora da L. (L) chagasi no Brasil e, recentemente, L. cruzi foi incriminada como vetor

no Estado do Mato Grosso do Sul. (SAÚDE, 2006; p. 14).

A absoluta interdependência do ser humano com seu ambiente está bem estabelecida e

há um esforço mundial de pessoas e instituições no sentido de estudar, compreender e

desenvolver estratégias e tecnologias para prevenir, amenizar e tratar o impacto dos

desequilíbrios ambientais na saúde das populações humanas.

De acordo com o Ministério da Saúde, os agentes etiológicos da leishmaniose visceral

LV, são protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania, parasita intracelular

obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com uma forma flagelada ou

promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou amastigota

nos tecidos dos vertebrados. (SAÚDE, 2006; p. 13).

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A metodologia proposta para o levantamento entomológico é a armadilha de isca

luminosa. E, será aplicado dentro de uma visão holística que envolva a ecopercepção em

sinergia com a vigilância e saúde através do controle ambiental, controle das doenças e

vigilância epidemiológica. (SÁUDE, 2006; p.47).

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O desenvolvimento histórico dessa proposta foi estabelecido com base em quatro

“etapas” ou “momentos” bem determinados. 1. Etapa de implantação, inicialmente com

cursos de capacitação em Técnicas de Plantio, com espécies nativas e adaptáveis em

localidades desérticas e semiáridas, com efeitos positivos nas saídas de campo. 2. Etapa de

expansão e consolidação, transponível para execução das tarefas através da Fundação

Oswaldo Cruz – Bahia. 3. Etapa da revisão crítica e que compreende o ano de 2010, período

onde ocorreu divisão de tarefas com os parceiros tais como: Fiocruz Salvador, Secretaria

Municipal de Meio Ambiente, Secretaria de Educação, e Secretaria de Saúde. 4. Etapa da

execução, que se caracteriza em 2011 com uma excursão á Chapada Diamantina, fazendo

parte da comitiva uma equipe de 08 professores e 44 estudantes com o objetivo de pesquisas

da fauna e da flora de outro bioma para análises comparativa de biomassa do bioma caatinga,

cerrado e mata atlântica.

A busca por experiências vale apena quando se trata de um projeto que envolve saúde

humana e animal e recuperação de áreas em vias de desertificação no semiárido pombalense.

Assim sendo, foi dado o sinal verde para o plantio de 10.000 mil mudas de árvores

previamente selecionadas para as áreas vulneráveis com maior incidência de doenças

parasitárias em todo município de Ribeira do Pombal na Bahia.

O eco da floresta foi ouvido nos gabinetes do poder público estadual e municipal, com

a premiação de R$ 25.000,00 (Vinte Cinco Mil Reais) trazendo inspirações para nossas

atividades dentro de uma visão sistêmica, avançando com sabedoria em técnicas preventivas

de sustentabilidade para as futuras gerações.

A Constituição Federal, promulgada em 5.10.1988, conferiu ao meio ambiente um

tratamento especial, seja elevando-o à categoria de bem essencial à sadia qualidade de vida,

seja outorgando garantias inerentes à sua natureza, como, por exemplo, a ação popular

prevista no art. 5º, inc. LXXIII seja reconhecendo como patrimônio cultural brasileiro os

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sítios de valor ecológico, realçando a qualidade de res omnium que emana do direito em tela.

(FERNANDES, 2005; p. 48).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todos os temas inerentes a Ecologia, existe uma questão, que sem dúvida,

atravessam longitudinalmente os problemas e conflitos para mudanças de paradigmas quando

o assunto é mudança de hábitos. Faz-se necessário ponderar os aspectos políticos, éticos,

econômicos, sociais, ecológicos, culturais e outros por onde se obtenha uma visão global do

problema, de suas alternativas e soluções. Como conviver nesse planeta que nos acolhe, de

forma a garantir nossa sobrevivência e das futuras gerações? “Uma educação só pode ser

viável se for uma educação integral do ser humano. Uma educação que se dirige à totalidade

aberta do ser humano e não apenas a um de seus componentes. (MORIN, 1921; UNESCO,

2000, p. 11)”.

Inovamos uma proposta combinada ao programa de administração ambiental efetivo e

essencial, onde esse trabalho chamou á atenção de todos os segmentos da sociedade, com o

propósito de interagir com os discentes em trabalhos interdisciplinares voltados para o

desenvolvimento da cidadania planetária e da sustentabilidade focado nas pesquisas, leitura,

interpretação e produção de textos como material de divulgação sobre o desdobramento de

resultados dos indicadores sociais que apontam para grande incidência no aumento de

doenças oriundas de grandes impactos ambientais de forma desenfreada. Isto faz com que

nesse processo sinérgico, o importante é ressaltar que o sujeito aprende desde que seja em

atitude de aprendizagem e receptivo a grande quantidade de informações do estado atual de

nosso planeta, devendo ser um sujeito consciente no processo, de pensar a totalidade

(holisticamente). (GUTIÉRREZ, 2009 p. 64/65).

Mantidas as atuais práticas e taxas de exploração de recursos naturais, de crescimento

de produção de consumo, não há dúvida de que o Planeta Terra não terá certamente condições

alguma de manter a homeostase que garante os atuais padrões de qualidade de vida, tanto para

zona urbana como para zona rural. (SCARLATO, 2001 p. 11).

A rápida expansão das populações humanas é um fator importante segundo as

estatísticas: a procura pela urbanidade ocorre em detrimento do êxodo rural degradado sobre

um ecossistema dizimado, ideal para o ressurgimento de doenças bem como para o

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desenvolvimento e a disseminação de novas epidemias. Em particular, a desnutrição

generalizada aumenta a susceptibilidade de seres humanos para patógenos infecciosos e outras

doenças.

Para atingir os objetivos acima expostos, realizamos análises em pontos focais, (raça,

idade, cor, sexo), avaliar se os vetores estão associados às quais tipos de degradação que

envolva a Ecologia Visceral. Será convidada, a direção das escolas focadas na gestão

compartilhada, as salas de aula serão envolvidas com eventos relacionados ao tema proposto,

e para tanto, será desenvolvido um cronograma de eventos que deverão ser programados em

parceria com a Câmera de Vereadores, Ministério Público, Secretarias de Saúde, Agricultura,

Meio Ambiente Obras e Urbanismo, bem como incluir ainda, os Coletivos Educadores

Jovens, Projeto Sala Verde nas dependências da Instituição Executora agrupando as três séries

do Ensino Médio.

Dessa forma, foi possível uma discussão democrática visando conhecer o perfil

epidemiológico da LV n sociedade, a necessidade holística de conscientização para

preservação e conservação dos recursos naturais de maneira que seja mostrado o papel da

escola e de toda comunidade que dela utiliza seus conhecimentos os quais poderão ser

repassados as comunidades menos esclarecidas.

REFERÊNCIAS

BEGON, MICHAEL: Ecologia de Indivíduos a ecossistemas / Michael Begon, Colin R. Townsend, John L. Harper; tradução Adriano Sanches Melo... [et tal.]. – 4 ed. Porto Alegre: Armed, 2007. BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; Diretrizes de pesquisa aplicada ao planejamento e gestão ambiental, IBAMA; Brasília 2008. FERNANDES, PAULO VICTOR: Impacto ambiental: doutrina e jurisprudência, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. GUTIÉRREZ, FRANCISCO: Ecopedagogia e cidadania planetária / Francisco Gutiérrez, Cruz Prado; tradução Sandra Trabucco Valenzuela – 4. Ed – São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2008. – (Guia da escola cidadã; v. 3)

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DIEGUES, ANTONIO CARLOS SANTANA: O Mito Moderno da Natureza Intocada. 3 ed – Editora Hucitec / São Paulo, 2001 LOUREIRO, CARLOS FREDERICO B.: Trajetória e fundamentos da educação ambiental / São Paulo: Cortez, 2004. ARAUJO, Milena Thaisa Figueiredo. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, 2004. V.27 p. 160. MORIN, E. 1991. La méthode 4. Les idées, leur habitat, leur vie, leur moeurs, leur organization. Paris: Seuil. PIMENTEL, D: Ecology of increasing diseases: Population Growth and Environmental Degradation / Published online: July 31; 2007 Springer Science + Business Media LLC 2007 SAÚDE, MINISTÉRIO DA Secretaria de Vigilância em Saúde; manual de vigilância da leishmaniose visceral, 2ª ed; Brasília – DF, 2006. SCARLATO, FRANCISCO CAPUANO: O ambiente urbano; São Paulo: Atual, 1999 (Série meio ambiente).