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ÍNDICE

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ expediente

A Revista Super Saudável é umapublicação da Yakult SA Indústria

e Comércio dirigida a médicos,nutricionistas, técnicos e funcionários.

Coordenação geralIchiro Kono

EdiçãoCompanhia de Imprensa

Divisão Publicações

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Informação qualificadaA equipe responsável pela produção da revista Super Saudável mantém uma constante preocupação de

informar a todos os leitores com a máxima qualidade. Para isso, utiliza profissionais altamente qualificados e queestão em constante atualização como fontes para as matérias. A qualidade da informação se reflete nos e-mails ecartas que recebemos todos os meses, com depoimentos de leitores que utilizam a revista como referência parapesquisas, consultas e para esclarecer pacientes. A revista Super Saudável é destinada a médicos e profissionaisde saúde, mas procuramos escrever de forma a atender a todos os leitores – leigos ou não –, para que usufruamas informações com objetivo de manter uma vida mais saudável. Agradecemos a todos os colaboradores e leitores,e nos comprometemos a continuar fazendo uma revista cada vez melhor.

Os editores

EDITORIAL

As mortes causadas pela sepse têm crescido nosúltimos 10 anos em vários países e, para reverteressa tendência, especialistas brasileiros queremdisseminar a informação sobre o problema.

4Matéria de capa

A psiquiatra DorisHupfeld Moreno, doHC-FMUSP, explica deque forma se manifestae como deve sertratado o transtornobipolar do humor.

Especial 18

José

Man

uel

Quem escolher Portugal como destino poderárevisitar a história da humanidade ao conhecera capital, Lisboa, e cidades como Porto, Fátimae Sintra, que guardam vestígios dos temposdas navegações e um grande acervo cultural.

Turismo 30

Lactobacilos podemajudar a proteger oorganismo da translocação

LB é usado em hospitalpara controlar diarréiae obstipação intestinal

Médicos precisam ficaratentos e desconfiar dorisco de câncer infantil

Implante zigomáticoauxilia pacientes comfissura de lábio e palato

Pesquisa constata quealterações emocionaisagravam o mau hálito

FCF-USP estuda aspropriedades da yacón,raiz de origem andina

O excesso de exercíciosfísicos pode desencadear asíndrome do overtraining

Os indesejados ‘pneus’ naregião abdominal devemser vistos com atenção

810121516222426

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ARosângela Rosendo

A mortalidade provocada por sepse apre-sentou crescimento vertiginoso nos últimos 10anos e, em alguns países, o número de óbitosse assemelha ao do infarto agudo do miocár-dio, que está no topo da lista de causa de mor-tes no mundo. Para reverter essa tendência,um grupo de especialistas brasileiros e de ou-tros países da América Latina se uniu para dis-seminar dados sobre a síndrome. Além de am-pliar o conhecimento a respeito do problema,a ação conjunta busca conscientizar médicos,profissionais de saúde e população a distinguircorretamente os sinais da sepse, fazer o diag-nóstico precoce e reduzir a morte observadaem milhares de pacientes. Segundo os organis-mos de saúde que abraçaram a causa – Socie-dade Brasileira de Infectologia, Instituto LatinoAmericano de Sepse (ILAS), Associação de Me-dicina Intensiva Brasileira e vários hospitais –,são diagnosticados anualmente 400 mil novoscasos graves da doença, sendo que 17% dos lei-tos das unidades de terapia intensiva (UTI) sãoocupados por esses pacientes.

O nome do transtorno deriva da palavragrega sêpsis (putrefação) e os sintomas são ca-racterizados por uma repercussão sistêmicadesencadeada por uma infecção. A síndromepode se apresentar em três estágios, mas emtodos o índice de mortalidade assombra osmédicos. Média de 20% a 30% dos indivíduoscom sepse evoluem para óbito; 30% a 40%morrem de sepse grave, e 40% a 60% não re-sistem quando entram em choque séptico. NosEstados Unidos são gastos US$ 17 bilhões porano em tratamento hospitalar de pacientes como problema e os registros dos casos de sepse

grave já se igualaram, em valores absolutos,aos do infarto do miocárdio. No Brasil, estu-do feito no Hospital São Paulo da Universida-de Federal de São Paulo (Unifesp), em pacien-tes com hemoculturas positivas, mostrou qua-dro da crescente incidência do problema nasúltimas décadas. Entre 1985 e 1986 foram re-gistrados 22 episódios de sepse por mil inter-nações no hospital, com taxa de mortalidadede 33,4%. Já em 2004 foram observados 26,8casos/mil internações e a taxa de mortalida-de saltou para 44%.

Para auxiliar na divulgação do trabalho deorientação sobre o problema, em 2002 foi lan-çada a Surviving Sepsis Campaign (CampanhaSobrevivendo à Sepse) durante o CongressoEuropeu de Medicina Intensiva, e divulgada aDeclaração de Barcelona, documento que con-voca profissionais de saúde, agências finan-ciadoras do sistema de saúde, autoridades epúblico leigo a lutar contra a sepse. A campa-nha pretende melhorar a evolução do pacien-te com sepse grave e choque séptico por meioda educação profissional e da população, divul-gação de pacotes de intervenção e monitora-mento de hospitais. A meta é reduzir a taxa demortalidade em 25% nos próximos anos. Paraorientar os profissionais de saúde, atualmenteo ILAS promove palestras e treinamentos emdiversos hospitais públicos e privados do País.

Para os especialistas, a integração de vá-rios profissionais e o comprometimento com adifusão de conhecimento são fundamentaisno trabalho com sepse. As entidades envol-vidas na campanha devem seguir o exemplodo que ocorreu com o infarto, cuja populaçãojá consegue reconhecer alguns sinais do pro-blema, resultado das várias campanhas sobre

Entidadestrabalham

para ampliar oconhecimento

entre profissionaise a população e,com isso, reduziro índice de mortes

pelo problema

Informação no

Reinaldo Salomão

combate à sepse

CAPA

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saúde do coração. “Promover a conscientiza-ção de todos sobre a gravidade da sepse é nos-so desafio”, informa Reinaldo Salomão, pro-fessor titular da disciplina de Infectologia doDepartamento de Medicina e diretor do Labo-ratório de Imunologia da Disciplina de Doen-ças Infecciosas da Unifesp, e presidente do IVFórum de Sepse, que será realizado dias 18 e19 de maio, em São Paulo.

Família – A sepse também pode ter início emcasa ou estar associada a algum transtornocrônico, como diabetes ou insuficiência renal.A suspeita pode começar quando o indivíduoapresentar sonolência, cansaço, pulso acelera-do, baixa pressão arterial e redução da diure-se. Os sintomas não devem ser ignorados e afamília precisa procurar o hospital com urgên-cia. Caso a equipe médica não atue rapida-mente, o quadro pode evoluir para a sepsegrave com disfunção orgânica.

FISIOPATOLOGIA EDISFUNÇÃO ORGÂNICA

Os especialistas explicam que, quando há existência de uma infecção nopulmão, por exemplo, o organismo naturalmente tenta combatê-la e enviapara o local as células do sistema imune. Por alguma razão, ainda a seresclarecida, a inflamação localizada se dissemina pelo organismo e evoluipara a sepse. Essa reação exacerbada do hospedeiro pode atingir e compro-meter o funcionamento do coração, vasos, rins, fígado e pulmão, entre ou-tros órgãos. Daí é que surgiu o termo falência múltipla de órgãos. Essa faseé caracterizada como sepse grave. Quando há falência de pelo menos umórgão e a pressão arterial não se estabiliza ou é refratária à reposiçãovolêmica, o problema é reconhecido como choque séptico, que é a formamais crítica da doença. Todos esses aspectos são de fato a mesma enfermi-dade, o que muda é o período de avanço do problema conforme o tempo deintervenção. “A taxa de mortalidade também pode mudar em função da horaem que o paciente evolui de um estágio para o outro. Em geral, quandoocorre o choque séptico, o índice de mortalidade sobe para 50%”, lamentaReinaldo Salomão.

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Pacotes de intervençãoO médico da UTI do Hospital Israe-

lita Albert Einstein, da Divisão de Expe-rimentação do Instituto do Coração doHospital das Clínicas da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo(Incor-HC-FMUSP) e presidente do ILAS,Eliézer Silva, enfatiza que é preciso tra-zer as evidências da literatura e dos es-tudos epidemiológicos para os leitos dasUTIs. Em 2006 foi implementado con-senso entre especialistas em medicinaintensiva e doenças infecciosas sobre osprocedimentos imediatos que devem seradotados em caso de sepse. “A partir dasuspeita clínica, nas primeiras seis ho-ras é preciso obedecer a algumas reco-mendações por ordem de prioridade, in-tervenções diagnósticas e medidas tera-pêuticas conforme o tempo de existên-cia do problema”, destaca.

Diante da hipótese de sepse grave, olactato sérico deve ser medido rapida-mente, mesmo com ausência de hipo-tensão. Na seqüência, antes da adminis-tração de antibiótico é realizada a cole-ta de amostras de sangue e outros ma-teriais para exame microbiológico e cul-turas. Os especialistas advertem que aadministração intravenosa de antibióti-cos em pacientes internados em UTIdeve ser feita uma hora após o diagnós-

tico e, em pacientes internados em UTIvia pronto-socorro, em até três horas.Uma das intervenções mais importantesnesse período de seis horas é tentar res-tabelecer o equilíbrio funcional do or-ganismo afetado pela sepse. Para isso, éempregada a reposição volêmica agres-siva e repetida – em geral da ordem de20ml/kg de cristalóides ou equivalente –,para tentar normalizar e manter a pres-são arterial e o fluxo sangüíneo estáveis,de modo a evitar falta de oxigênio noorganismo. Associado a esse procedi-mento, os médicos também podem lan-çar mão de drogas vasoconstritoras.

Otelo Rigato Jr., infectologista e mé-dico intensivista da UTI do Hospital Sí-rio Libanês e membro do ILAS e da As-sociação de Medicina Intensiva Brasilei-ra, destaca que as golden hours (horasde ouro), em que são realizadas hidra-tação vigorosa, coleta de culturas e tra-tamento precoce com antibiótico, sãoimprescindíveis para salvar a vida de umpaciente com sepse. “Quando a inter-venção é bem aplicada nas primeiras 24horas, a taxa de mortalidade pode cairde 30% a 40%”, destaca. O especialistalamenta que o sistema de saúde bra-sileiro seja caótico, o fato de mui-tos médicos estarem desinforma-dos sobre o assunto e, ainda, arealidade dos prontos-socorros,onde os profissionais não têmtranqüilidade ou não estãohabituados a atender es-ses pacientes graves.

“É fundamentalfazer campanhas so-bre sepse, divul-gar o problema eos protocolos di-rigidos aos mé-dicos, principal-mente de pronto-aten-

dimento. Esse é um importante meca-nismo para reduzir a taxa de mortalida-de também”, ressalta. O especialistaacrescenta que a atuação efetiva das co-missões de controle de infecção hospi-talar pode colaborar com a maiorvigilância microbiológica noshospitais e disseminação dasinformações sobre o pro-blema para os profissio-nais da equipe médica,bem como a aplicaçãocorreta dos pacotes deintervenção nos pa-cientes sépticos.

Eliézer Silva

Otelo Rigato Jr.

CAPA

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A presença de uma infecção de qual-quer origem é capaz de facilitar a con-clusão dos médicos sobre o foco infeccio-so que desencadeou a sepse. Mas, na au-sência dessas afecções, mesmo após pes-quisa de culturas, a gênese da infecçãopode continuar desconhecida. Nesse caso,os pesquisadores apontam como umadas prováveis hipóteses para o problemaa Translocação Bacteriana (TB). O ter-mo ficou conhecido em 1966, depois daexplicação do pesquisador Wolochowsobre a migração de algumas bactériasdo intestino para o resto do organismo.

Em 1979, os estudiosos Berg e Garling-ton enfatizaram a possibilidade

de certas bactérias intestinaisultrapassarem a luz intesti-nal e atingirem outros teci-dos, como os linfonodos domesentério, fígado e cavi-

dade peritoneal. Os estudosmostraram, ainda, a ocorrên-

cia da TB por meio do sistemalinfático intestinal, e, na déca-da de 1990, levantou-se a sus-peita de que a passagem des-

ses microrganismos pode-ria provocar uma ação

negativa grave, co-mo a sepse.

Ivan Hong JunKoh, professor

adjunto livre-docente do

Departamento de Cirurgia da Universi-dade Federal de São Paulo (Unifesp), rea-liza pesquisas sobre o tema desde 1994e afirma que, embora em alguns casosde sepse o processo tenha sido compro-vado, estudos ainda discutem se a TB se-ria vilã em potencial para a geração doproblema. “Isso porque algumas pesqui-sas constataram que são necessários trêsfatores essenciais para a ocorrência daTB: sobrecrescimento microbiano intes-tinal, deficiência imunológica do indiví-duo e disrupção da estrutura da muco-sa intestinal”, resume o médico, ao acres-centar que, por outro lado, a TB de for-ma fisiológica pode ter efeito benéficoao promover melhorias do sistema imu-nológico intestinal.

O homem convive com cerca de 100trilhões de bactérias intestinais, de cercade 400 espécies diferentes, que convivemem harmonia e formam a microbiota in-testinal. Entre outras funções, a micro-biota colabora para a degradação de ali-mentos que, mais tarde, são transforma-dos em substâncias necessárias à sobre-vivência. Muitas bactérias são capazes dese adaptar em ambientes com pH baixo,como o Helicobacter pylori, fator que nor-malmente inibe o crescimento de outrascepas microbianas. O processo de colo-nização bacteriana no interior do intes-tino pode ocorrer sem desencadear de-sequilíbrio no hospedeiro, uma vez queesses microrganismos não apresentam

Translocação pode ser uma das causas

CARACTERÍSTICASO professor Ivan Koh reitera que, baseado em pesquisa experimental, nem todas as bactérias

são capazes de translocar. O professor já trabalhou com inúmeras bactérias e constatou que,quando ocorre uma situação de sobrecrescimento bacteriano, algumas cepas conhecidas como

bactérias comensais têm mostrado capacidade de translocação. “Mas outras pesquisas sãonecessárias para elucidar os mecanismos de TB além das já conhecidas”, avalia.

capacidade de invasão para tecidos in-testinais e extra-intestinais. “Em um in-divíduo sadio, a TB fisiológica parece serum mecanismo proposital a fim de de-senvolver o sistema imune-intestinal epromover a defesa contra as posterioresinvasões de bactérias com característi-cas patogênicas”, compara Ivan Koh.

Mas, devido ao desequilíbrio da mi-crobiota intestinal, o sobrecrescimentode bactérias melhor adaptadas podepropiciar a TB e favorecer a infecçãopara outros órgãos. “Daí foi atribuída àhipótese intestinal de infecção poderprovocar a sepse”, afirma. Ivan Koh lem-bra que, nos últimos 10 anos, a Ciênciacomeçou a estudar as ilhas de patogeni-cidade de diversas cepas bacterianas e,principalmente, com capacidade de ade-rência, invasão e sobrevivência nos te-cidos do hospedeiro.

Ivan Hong Jun Koh

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8Super Saudável

CAdenilde Bringel

Cientistas de várias partes do mun-do procuram respostas terapêuticaspara impedir a translocação bacterianae suas complicações, e há uma evidên-cia muito forte relacionando a dieta coma manutenção da integridade dos intes-tinos. A afirmação é de Reiner Weist,médico pesquisador do Departamentode Medicina da Universidade de Re-gensburg, na Alemanha, e especialistaem mecanismos de translocação bacte-riana, que considera particularmentepromissora a proposta de usar probió-ticos conhecidos para proteção do intes-tino contra o problema. O pesquisador

informa que os lactobacilos funcionamcomo contrapeso de qualquer mecanis-mo promotor de translocação bacteria-na em experiências, embora concordeque são necessários benefícios mais con-vincentes dos probióticos nas aplicaçõesclínicas para confirmar cientificamenteas experiências.

“Várias outras possibilidades tera-pêuticas, incluindo ligação, neutraliza-ção de endotoxinas, oxigênio hiperbá-rico, prostaglandinas, antioxidantes eoutros são tentativas mais amplas parareduzir um risco presumível da TB pormeio da descontaminação seletiva do in-testino”, reforça o especialista. Recen-tes pesquisas também têm apontado opotencial benéfico da descontaminaçãoseletiva do intestino em pacientes querequerem cuidados intensivos, como osque são submetidos a transplantes de ór-gãos. O pesquisador ressalta que o con-ceito de TB como uma das causas quecontribuem para o risco de mortalidadeadquire uma importância muito grande

e sua investigação detalhada eventual-mente abrirá caminho para a descober-ta das medidas que impedirão as com-plicações infecciosas.

Para Reiner Weist, o mais importan-te mecanismo de defesa contra a TB vemdo sistema imunológico. O médico ar-gumenta que as bactérias entéricas nor-mais são facilmente eliminadas após afagocitose, sobrevivendo somente sobcircunstâncias em que as defesas do hos-pedeiro estão comprometidas. “Real-mente, o tecido linfático associado ao in-testino (GALT) é o maior órgão de de-fesa do organismo e as células espe-cializadas, como as células de Paneth,por exemplo, desempenham um impor-tante papel no controle da TB”, ressal-ta, ao complementar que a imunossu-pressão, aliada ao crescimento exagera-do da bactéria intestinal, promove ain-da mais translocação bacteriana.

O pesquisador lembra que, atual-mente, a importância do problema estásendo revista e que a translocação é a

funcionam Pesquisador alemãoconsidera promissoro uso de probióticospara proteção da TB

Lactobacilos

LACTOBACILLUSLACTOBACILLUS

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chave da compreensão para a peritonitebacteriana espontânea na cirrose hepá-tica, síndrome da falência múltipla deórgãos pelo choque hemorrágico, quei-maduras ou sepse envolvidas em diver-sas lesões gastrintestinais, como mánutrição, obstrução intestinal, doençade Crohn, pancreatite aguda e obstru-ção biliar. “Todos esses fatores podempromover a TB”, enfatiza. Além disso,estudos detalhados têm focado a impor-tância da ocorrência de complicaçõessépticas pós-operatórias e, principal-mente, injúrias pulmonares e pneumo-nia. Reiner Weist diz que é possível ob-servar que o processo de translocaçãotem aumentado, ainda, em condições deneutropenia e falha cardíaca. Conse-qüentemente, a TB pode representar umcomum e reconhecido disparador decomplicações conhecidas ao longo dotempo por várias entidades médicas.

Definição – O termo translocação bac-teriana é definido como ‘a passagem de

como contrapesobactérias entéricas viáveis ou produtosdo metabolismo bacteriano, como endo-toxinas, do lúmen intestinal através damucosa epitelial para dentro da lâminaprópria e, depois, para os linfonodosmesentéricos e, possivelmente, para ou-tros órgãos. Embora o intestino atuecomo uma barreira entre a densa popu-lação de microrganismos intestinais e ohospedeiro, a translocação é um fato co-mum, também, entre indivíduos sadios.Entretanto, é em pacientes criticamen-te debilitados em conseqüência de doen-ças que a translocação pode ocasionarinfecções e a redução do estado geral desaúde. “Pesquisas na patogênese da TBe sua importância clínica transcendemas fronteiras entre a microbiologia, a bio-logia celular, a patofisiologia intestinale a imunologia”, defende Reiner Weist.

Segundo o cientista, fatores relacio-nados à microbiota intestinal, como asdiferenças na capacidade de transloca-ção e tendência do crescimento exage-rado da bactéria entre as suas espécies

e a locação anatômica dentro do tratogastrintestinal, determinam a presençae a taxa da TB. A barreira intestinal con-siste de numerosos fatores locais, comoo muco, a bile, o ácido gástrico, as enzi-mas pancreáticas e o epitélio, que for-mam uma barreira celular com as jun-ções intracelulares, impedindo o anexa-mento da bactéria na mucosa. “A hipó-xia da mucosa e a acidose com a deple-ção do ATP são eventos bem conhecidosque ocorrem secundariamente à diver-sidade das condições fisiopatológicas,resultam na ruptura do citoesqueleto eaumentam a permeabilidade intesti-nal”, explica.

Reiner Weist apresentou o trabalhodurante o 13º Simpósio Internacionalsobre a Microbiota Intestinal, patrocina-do pela Fundação Yakult de Biociênciascom apoio do Ministério da Educação,Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologiado Japão, em 2004. O trabalho foi pu-blicado na edição número 23 da revistaSuper Saudável, em janeiro de 2005.

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PROBIÓTICOS

e complicações no pós-operatório. Um dos mais im-portantes fatores de desnutriçãoclínica é a diarréia, geralmente pro-vocada pelo uso excessivo de antibióti-cos e outras medicações, especialmentenos tratamentos neurológicos e oncoló-gicos. Para controlar o problema, que po-de levar à desidratação e outras compli-cações, médicos e nutricionistas têm uti-lizado o regulador intestinal Yakult LB,composto de Lactobacillus casei Shirota eBifidobacterium breve, microrganismosprobióticos que têm capacidade de com-bater as bactérias patogênicas presentesna microbiota e, com isso, regularizar asfunções intestinais.

Uma das experiências positivas estásendo realizada no Hospital Santa He-lena, em São Paulo, que utiliza o pro-duto há mais de quatro anos em pacien-tes com diarréia e obstipação, com re-sultados satisfatórios. A equipe de nu-trição prescreve, atualmente, 3 gramasdo medicamento por dia, até que os sin-tomas da diarréia cessem ou até que otrânsito intestinal regularize. Ainda nes-te semestre, as nutricionistas pretendemdar início a um protocolo com objetivode definir a quantidade necessária de LBpara a profilaxia dos problemas. “Que-remos prevenir os quadros de diarréia eobstipação. Para isso, precisamos avaliar

Nutricionistas já utilizamo regulador intestinalpara controlar diarréia eobstipação em pacientes

Aquanto é necessário ingerir do reguladorintestinal diariamente”, descreve a nutri-cionista clínica Maria Beatriz Sobral. Apesquisa deverá envolver 60 voluntários,que serão divididos em três grupos – con-trole, 1g/dia de LB e 2g/dia de LB.

A partir dos resultados do protoco-lo, a intenção da equipe é utilizar o LBdiariamente, pelo menos nos pacientesde UTI, que geralmente são os mais afe-tados pelos problemas. “Os pacientesacamados e com dieta enteral por lon-go tempo são os que mais apresentamos sintomas”, explica Maria Beatriz. Se-gundo a nutricionista, apesar de a diar-réia ser um fator desencadeante para adesidratação, a maioria dos pacientesacamados apresenta mais obstipação,pelo fato de não saírem da cama pormuitos dias. “Percebemos melhora ex-pressiva em 48 horas após a ingestão domedicamento”, esclarece. Para mantera integridade intestinal, a dieta dos pa-cientes também é composta por módulode fibras industrializado. Consideradas

Santa Helenaquer usar LBpara profilaxia

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Maria Beatriz Sobral

Adenilde Bringel

As equipes de nutrição dos hospitaistêm a responsabilidade, entre outras ta-refas, de auxiliar o corpo clínico a melho-rar a qualidade de vida dos pacientesdurante o período de internação. Inú-meros estudos já demonstraram que opaciente desnutrido fica imunologica-mente mais frágil e, conseqüentemente,mais suscetível a infecções oportunistas

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Já está demonstrado que a recupe-ração dos pacientes internados em hos-pitais está diretamente relacionada ànutrição. Preocupada com essa impor-tante ajuda terapêutica, a equipe deNutrição do Hospital do Câncer AC Ca-margo inseriu no cardápio a sobreme-sa láctea fermentada Sofyl, o suco demaçã e a bebida à base de soja Tonyu,todos produzidos pela Yakult. Entre asjustificativas para a decisão está a cre-dibilidade e qualidade mundial damarca, além de características especí-ficas dos produtos, que atendem me-lhor às necessidades dos pacientes.

Por não conter açúcar, o suco demaçã está sendo ministrado na dietade pacientes diabéticos, enquanto oTonyu atende os que foram submeti-dos a transplante de medula óssea, quesão considerados pacientes neutropê-nicos porque têm a imunidade muitobaixa. Segundo a nutricionista Môni-ca Macedo dos Santos Lameza, super-visora de Nutrição do hospital, essespacientes devem ingerir produtos in-dustrializados ou que passem por coc-ção, porque a manipulação de alimen-tos pode ser um fator de risco para atransmissão de bactérias. “Os pacien-tes enjoam muito rápido da alimenta-ção e os sucos de maçã e soja têm boaaceitação”, explica.

O Sofyl está presente na dieta de pa-cientes oncológicos, que geralmentepassam por longos períodos de interna-ção e têm dificuldade de se alimentar

AC Camargo adota produtos da Yakult

Mônica Macedo dos Santos Lamezae Kátia Cristina Camondá Braz

alimentos prebióticos, as fibrasajudam na multiplicação das bactériasprobióticas na microbiota intestinal e,conseqüentemente, na maior resistên-cia do sistema imunológico.

Ação – O Bifidobacterium breve, primei-ro microrganismo benéfico que se colo-niza durante o aleitamento materno, temação principalmente no intestino grosso.Os ácidos lático e acético produzidos peloLactobacillus casei e pelo Bifidobacteriumbreve, respectivamente, proporcionamambiente levemente ácido no intestinoe, conseqüentemente, inibem a prolife-ração de bactérias patogênicas, melho-rando o ambiente intestinal. O Yakult LBtem maior estabilidade, o que permiteprazo de validade de três anos, e estáaprovado pela Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa) do Ministé-rio da Saúde como medicamento pro-biótico. O produto possibilita melhorado trânsito intestinal, normalização daconsistência fecal, diminuição do núme-ro de evacuações em casos de diarréia,regularização dos transtornos gastrin-testinais e maior combate das bactériasnocivas no intestino.

por causa da doença e, também, pelosefeitos colaterais das sessões de quimio-terapia e radioterapia. A supervisorainforma que a sobremesa fermentadatem excelente aceitação, inclusive pe-los pacientes sem restrição de dieta, porter textura e sabor agradáveis e ser li-geiramente ácida em razão da presen-ça de Lactobacillus casei Shirota na for-mulação. “O produto é bem aceito por-que esses pacientes têm dificuldade dedeglutição pela presença de mucosite,alteração de paladar e diminuição de sa-liva”, enumera a nutricionista clínica dohospital, Kátia Cristina Camondá Braz,ao lembrar que esses fatores acabam porpiorar o quadro clínico pela falta de ape-tite e perda de peso.

Protocolo – As nutricionistas desta-cam que, por não haver protocolo clíni-co sobre o uso dos alimentos, especial-mente o probiótico Sofyl, ainda não épossível afirmar se há mudanças noshábitos intestinais dos pacientes. “Jácomeçamos a pesquisar sobre probió-ticos para propor um protocolo ao hos-pital”, adiantam. Além desses produ-tos, a equipe de Nutrição indica a in-gestão de leite fermentado Yakult 40para pacientes depois da alta, e utili-zam o regulador intestinal Yakult LBem pacientes com dieta enteral queapresentem diarréia incontrolável. “Pre-tendemos padronizar o uso do LB por-que ajuda no controle da diarréia e daobstipação”, ressaltam.

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ODiagnóstico

Rosângela Rosendo

“O câncer infantil é uma espécie de ‘lote-ria celular’. A doença ocorre devido a um errogenético e mimetiza sinais de patologias dainfância, dificultando o reconhecimento e ainvestigação pelos pediatras, os quais rara-mente pensam em câncer como primeira hi-pótese diagnóstica”. A frase da oncologistapediátrica e coordenadora do Ambulatório deTumores Renais e Hepáticos do Instituto deOncologia Pediátrica – IOP/GRAACC da Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp),Mônica Cypriano, resume a preocupação dosespecialistas com a doença que, na infância,evolui rapidamente e, quando detectada mui-

Pediatrase médicos

generalistasdevem tercoragem e

iniciativa paraencarar o câncerinfantil, que temchance de curaem pelo menos

70% doscasos se for

detectadoprecocemente

to tarde, tem prognóstico menos satisfatórioe necessita de tratamentos mais agressivos.O diagnóstico precoce é a única saída para ele-var de modo expressivo as chances de cura –cerca de 70% dos casos – e os oncologistas ad-vertem que o esforço na pesquisa da doençadeve ser geral e partir de pediatras e clínicos,entre outros especialistas.

O câncer infantil abrange entre 0,5% e 3%das neoplasias da maioria das populações, se-gundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca),e informações de centros de registro da doen-ça de algumas cidades brasileiras indicam mé-dia de 7,5 mil casos anuais. Dados do Ministé-rio da Saúde registram que o câncer é a se-gunda causa de óbito de crianças em idadepré-escolar e de adolescentes, atrás apenasdas mortes violentas. A Ciência já comprovouque, na infância, as neoplasias decorrem deerro em algum gene ou cromossomo, ao con-trário dos tumores em adultos, geralmente as-sociados a histórico familiar, tabagismo, esti-lo de vida inadequado e má alimentação. Amaioria dos casos de câncer infantil é de basegenética, em que há conflito entre os genessupressores e promotores. Raramente o cân-cer infantil é hereditário.

O oncologista-pediatra e coordenador doCentro de Oncologia do Instituto da Criançado Hospital das Clínicas da Faculdade de Me-Mônica Cypriano

Diagnóstico

MEDICINAMEDICINAMEDICINA

sem medosem medosem medo

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dicina da Universidade de São Paulo(IC-HC-FMUSP), Vicente Odone Filho,explica que os promotores têm váriasfunções no organismo, como a do cres-cimento, mas, em outras situações, osgenes podem se ligar à formação de te-cidos anormais. “Normalmente isso nãoocorre porque os genes supressores fa-zem o bloqueio dessa transformação. Oque se estuda é que, por uma série decausas, fenômeno químico ou infeccio-so, os supressores podem parar de fun-cionar e perder a capacidade de blo-queio”, explica o médico.

A apresentação clínica do câncer in-fantil pode simular situações pediátricascorriqueiras que confundem o diagnósti-co. Para Odone Filho, se o quadro clínicose mantiver, sem explicação conclusivae de forma progressiva, o pediatra devese cercar de especialistas para investigaro caso. “Infelizmente, há um pensamen-to fatalista por parte de alguns médicosde não fazer diagnóstico do câncer infan-til. Muitos mantêm a imagem estereoti-pada de que a doença é impossível de serconfundida, o que é um erro”, adverte.

Um exame clínico apurado (comatenção para febre, dores ou sinais denódulos, gânglios e manchas escuras) eanálises mais complexas, como biópsia,podem conferir dados mais precisos parao diagnóstico precoce, e todo sintomadeve ser valorizado. “Por exemplo, a cau-sa de uma febre prolongada pode ser si-nal de alguns cânceres como a leucemialinfocítica aguda”, ensina a oncologista-pediatra e diretora do Serviço de Onco-logia Pediátrica do Hospital do CâncerAC Camargo, Célia Gianotti Antoneli. Afebre pode surgir junto com inapetência,emagrecimento e cansaço.

Crescimento – Durante o estirão, do-res típicas da fase do crescimento nosadolescentes podem ser confundidascom sintomas de tumores nos ossos.Mas, a possibilidade da doença não po-de ser descartada, principalmente se as

ESFORÇOCONCENTRADOO problema do diagnóstico tardio é

a possibilidade de o câncer se alastrarpelo organismo e exigir tratamento maisagressivo. Os especialistas concordamque a enfermidade amedronta a popu-lação, inclusive os médicos. Mas CéliaAntoneli acredita que, se o assunto fossetratado como parte da educação, o qua-dro seria diferente. “É preciso informarprofessores e pais, sem pânico, de quea doença existe, é grave e que algunssinais confundem os médicos duranteo diagnóstico”, explica. Vicente Odoneacrescenta que existe um esforço daOncologia Pediátrica para a troca de in-formações entre vários especialistas. Omédico diz que a Oncologia brasileira agecom protocolos dirigidos a certas mo-léstias, que visam disseminar o temapelo País e mostrar o impacto dos tra-tamentos, do encaminhamento adequa-do e avanço da investigação científica.

A educação médica continuada é ou-tro fator que contribui para o avanço daespecialidade. Iniciativa pioneira foi ocurso de sensibilização e treinamentosobre diagnóstico precoce do câncerinfantil realizado em 2006 para alunosde Medicina, médicos e profissionaisde saúde em geral, como parte do Pro-grama de Educação Continuada do IOP/GRAACC/Unifesp. O curso, dirigido pe-las médicas Mônica Cypriano e ElianaCaran, pretendeu conscientizar os par-ticipantes sobre a importância de fa-zer o diagnóstico precoce e de investi-gar qualquer tipo de sintoma suspeitoe persistente. “Muitas universidadesnão têm aulas de Oncologia e é impor-tante que os alunos estudem e tenhamaulas práticas sobre o assunto”, infor-ma a médica, ao avisar que no segun-do semestre deste ano está previstauma segunda edição do curso.Vicente Odone Filho

dores forem próximas ao joelho e hou-ver aumento de volume da região. “Napresença de muitas dores nos ossos emcrianças muito pequenas, o médico devepensar em tumor ósseo ou leucemia,que gera dor óssea em 50% dos casos”,enfatiza a médica. Dores de cabeça ma-tinais e vômito em jato também podemsimular virose e ser, na verdade, tumordo sistema nervoso central.

Outros sinais que geram confusãosão gânglios e nódulos pelo corpo. Ape-sar de parecidos, os gânglios não ofere-cem risco, são moles e móveis, e surgemem geral nas axilas e cotovelos como de-fesa do organismo. Já os nódulos comu-mente são duros, irregulares e localiza-dos. Crianças com tumor na glândulasupra-renal podem apresentar nódulona barriga, que é facilmente identifica-do se for apalpado.

Célia Gianotti Antoneli

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14Super Saudável

Apesar de ter evolução rápida, o cân-cer infantil é mais facilmente tratável doque as neoplasias em adultos. As medi-das terapêuticas mais aplicadas são ci-rurgia, radioterapia e quimioterapia. Otratamento do câncer infantil tem bus-cado oferecer melhor eficácia nos resul-tados, procedimentos menos invasivos,efeitos colaterais reduzidos e mais qua-lidade de vida para as crianças. “Os tra-tamentos seguem esse conceito, porquehá preocupação de, além de salvar a vidada criança, dar condições para que conti-nue vivendo como qualquer criança. Nãoadianta curar o corpo e lesar a alma”, des-taca Célia Antoneli.

Jairo Cartum, oncologista-pediatraresponsável pelo setor de Oncologia Pe-diátrica da Faculdade de Medicina doABC (FMABC), comenta que novas dro-gas com menor nível de toxicidade parao organismo têm sido utilizadas no tra-tamento para elevar a taxa de cura e tam-bém para diminuir as seqüelas e a morbi-dade. “Tem tumor que pode duplicar detamanho a cada 48 horas, mas, em duassemanas de quimioterapia intensiva, su-mir”, ressalta. Em outubro de 2006, AnaPaula Santana vivenciou essa experiên-cia com a filha Thaís, de 9 anos. A me-nina foi levada ao hospital às pressas, ini-cialmente com suspeita de derrame. Umatomografia detectou um tumor do tipo

astrocitoma (espécie de câncer cerebral).Após cirurgia, a menina foi submetida àquimioterapia e, hoje, faz radioterapia.

“Thaís tinha perdido os movimentosdo lado esquerdo do corpo, mas agoravoltou ao normal. A visão, que ficoudeficiente, já se estabilizou. Ela está 90%melhor. Se não fosse o atendimento rá-pido e eficiente, e o diagnóstico precoce,o caso dela estaria pior”, reitera Ana Pau-la. Para Jairo Cartum, a dinâmica entrefamília, paciente e médico é importantee a humanização do tratamento é impres-cindível. Além disso, o paciente necessi-ta de suporte psicológico para lidar coma ansiedade e a angústia que a doençagera. “A criança é corpo e alma e precisade calor humano. Isso tem efeito tera-pêutico muito bom”, destaca o médico.

DIFERENTES FORMASE O MESMO RISCO

A leucemia é o câncer infantil maisfreqüente, corresponde a um terço doscasos registrados e pode se apresentarde três formas. A leucemia linfocíticaaguda afeta crianças de 3 a 5 anos deidade, nas quais as células da medulaóssea, que normalmente evoluem atéformar linfócitos, tornam-se cancerosas.Na leucemia mielocítica aguda, doençaletal, os mielócitos são comprometidos.Já a leucemia mielocítica crônica atingea célula da medula óssea e induz à pro-dução de granulócitos anormais. O se-gundo câncer mais prevalente é o queacomete o sistema nervoso central.

Outro tipo de câncer da infância é o deabdome, que pode ser percebido pela mãeao apalpar a barriga do filho. A doença seapresenta como um caroço duro que, namaioria das vezes, não provoca dor. Os doistumores mais comuns são o de Wilms,que atinge os rins e se desenvolve lenta-mente; e o neuroblastoma, que ataca osistema nervoso simpático e é mais agres-sivo. "Infelizmente a maioria dos casos jáse apresenta disseminado e acometecrianças maiores de 1 ano. Devem surgir,por ano, média de 500 casos de neuroblas-toma no País", explica Vicente Odone.

Os olhos podem ser afetados peloretinoblastoma, responsável por quase2% dos tumores infantis. Os sintomas,como manchas nos olhos, se destacamcom o tempo da doença. "Diagnosticadoprecocemente, a cura pode alcançar100%", informa Mônica Cypriano. O sis-tema linfático pode ser acometido pelolinfoma não-Hodgkin, com tumores ma-lignos que podem se disseminar pelo cor-po. No caso do linfoma de Hodgkin, a pre-sença da célula cancerosa denominadaReed-Sternberg provoca aumento lentodo volume dos linfonodos.

Tratamentosmenos agressivos

Tratamentosmenos agressivos

MEDICINA

Jairo Cartum

Ana Paula Santana e a pequena Thaís

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AKarina Candido

A técnica cirúrgica do implante zigo-mático auxilia os pacientes com fissurade lábio e palato a recuperarem os den-tes e a harmonia facial em apenas 48horas. O procedimento permite melho-rar o processo de mastigação e tambéma estética do rosto, o que contribui, con-seqüentemente, para a resolução de mui-tos problemas psicológicos, sociais e debaixa auto-estima. A operação começoua ser realizada no Brasil em novembro de2005 e apresenta vantagens em relaçãoa outras técnicas, como a ausência de en-xerto do osso ilíaco, um método mais lon-go e traumático que pode aumentar otempo de tratamento e recuperação. De-vido à sua complexidade, o procedimen-to para o implante zigomático envolveuma equipe de especialistas das áreas deprótese e cirurgia, para melhor planeja-mento do trabalho a ser executado.

O cirurgião-dentista José FernandoScarelli Lopes, professor do Departa-

Nova técnica

Implantes fixadosno osso zigomáticopermitem colocaçãode prótese e melhorama estética da face

corrige fissuralábio palatina

mento de Prótese e Im-plante do Hospital deReabilitação de Ano-malias Craniofaciais daUniversidade de São Paulo (HRAC-USP),em Bauru, explica que a falta de coales-cência na região frontonasal dos proces-sos maxilares e mandibulares causa afissura, responsável pelo baixo desen-volvimento das maxilas. Como o proble-ma não permite ancorar implantes den-tários, a solução encontrada foi utilizaro osso zigomático como sustentação pa-ra a prótese no local onde são inseridosos dentes.

O número de implantes pode variarde acordo com a complexidade do pro-blema e, geralmente, são realizados doisde cada lado do osso zigomático, que ser-vem de sustentação a uma estrutura me-tálica em forma de arco que servirá debase para acomodar a prótese dentária."A cirurgia é realizada em âmbito hospi-talar sob anestesia geral. Em seguida, érealizado o molde e a confecção da pró-tese, que denominamos carga imediata,já que o paciente pode estar com umaprótese fixa, em média, depois de 48 ho-ras", esclarece o especialista. Com a re-percussão do uso dessa nova tecnologia,atualmente já existem cerca de 40 pa-cientes aguardando o momento de reali-zar o implante zigomático no Hospital daUSP de Bauru.

TECNOLOGIA

Arqu

ivo H

RAC/

USP

PRECAUÇÕESAntes de iniciar o procedimento é

necessário realizar um cuidadoso pla-nejamento e avaliar os riscos cirúrgi-cos para o paciente. Por isso, o conhe-cimento detalhado da anatomia da re-gião é fundamental. "Hoje, o procedi-mento tem o avanço tecnológico pro-porcionado pelos meios de diagnósti-co, como a tomografia computadoriza-da, e a possibilidade de elaboração deum protótipo da área a ser operada",enfatiza José Fernando Lopes. A técni-ca pode ser empregada em qualquerindivíduo com atresia maxilar severa,que muitas vezes não possibilita o usode nenhum tipo de prótese, como nocaso dos pacientes com fissura. A téc-nica de implante zigomático em fissu-rados foi desenvolvida pelo professorsueco P. I. Branemark, que atualmentereside em Bauru. No Brasil, os estudostiveram a participação do professor JoãoHenrique Nogueira Pinto, do HRAC-USP,e dos professores Luis Eduardo Mar-ques Padovan, Hugo Nari Filho e Walterda Silva Jr., da Universidade do Sagra-do Coração (USC) de Bauru.

José Fernando Scarelli Lopes (em pé) e João Henrique Nogueira Pinto

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PESQUISAPESQUISA

Alterações emocionai Alterações emocionai Estudo realizado naUnicamp demonstra

que estresse eansiedade podem

agravar halitose

Estudo realizado naUnicamp demonstra

que estresse eansiedade podem

agravar halitose

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HIPÓTESESSegundo Caroline Calil, a partir da comprovação do elo entre fatores emocionais e halitose, o próximo passo é descobrir o

mecanismo responsável pelo aparecimento do mau hálito. Uma das hipóteses é a redução da salivação em indivíduos expostos aoestresse. “O principal motivo é a ativação do sistema nervoso autônomo, que reduz a secreção de glândulas salivares e, conse-qüentemente, diminui a limpeza mecânica da boca, aumentando a concentração dos compostos sulfurados voláteis”, afirma apesquisadora. No caso específico das mulheres, durante os períodos menstrual e pré-menstrual, o aumento das substânciasresponsáveis pela halitose pode estar relacionado à variação dos níveis de progesterona e estrógeno, cujos reflexos são altera-ções na cavidade bucal, como aumento de permeabilidade vascular e do fluido gengival.

Caroline Morini Calil

salivar ou saburra lingual. Os voluntáriospassaram por exame clínico para medirhálito, pressão arterial, freqüência car-díaca e cortisol salivar. Depois foram sub-metidos a uma situação de estresse ex-perimental. Fechados em uma cabine, re-cebiam instruções por um minuto decomo seria a avaliação e tinham apenasdois minutos para responder as pergun-tas. A cada erro, soava uma campainha.

Quando o exame clínico foi refeitopara verificar as alterações, todos os par-ticipantes apresentaram aumento doscompostos sulfurados voláteis causado-res dos odores na cavidade bucal. Repe-tido por três vezes, o experimento obte-ve o mesmo resultado. “A conclusão doestudo foi que, se em uma população sau-dável, sem nenhuma evidência clínicaque pudesse causar o mau hálito, houveaumento dos compostos sulfurados, setranspusermos isso para um paciente quejá tem fator predisponente, a associaçãodo estresse poderia potencializar o pro-blema”, explica Caroline Calil. No casodas mulheres, a pesquisadora detectou,ainda, alteração da concentração de com-postos sulfurados voláteis de acordo como ciclo menstrual. A avaliação ocorreu emtrês fases – pré-menstrual, menstrual efolicular –, e o resultado foi o aumentodas substâncias nas duas primeiras etapas,

mau hálito

independentemente de as mulheres esta-rem expostas à situação de ansiedade.

O estudo pode servir como base parainvestigar a origem de pelo menos 3% doscasos de halitose, nos quais não há evidên-cias clínicas. Dados da Associação Brasi-leira de Estudos e Pesquisas de Odores naBoca (ABPO) indicam incidência de mauhálito crônico em 40% da população. Amaior parte tem origem bucal e cerca de10% é sistêmica, causada por problemaspulmonares, renais e hepáticos, entre ou-tros. “A maioria das pessoas acha que omau hálito é proveniente do estômago,mas isso é raro, uma casuística em tornode 3%. Geralmente ocorre quando o pa-ciente apresenta gastrite com úlcera, umprocesso ulcerativo necrosante ou quan-do tem refluxo”, orienta a odontologista.

17Super Saudável

s provocams provocam E

Deh Oliveira

Estresse e ansiedade já foram apon-tados como responsáveis pelo surgimen-to ou agravamento de inúmeras enfermi-dades, como depressão, câncer, doençascoronarianas, hipertensão e distúrbiosdigestivos, entre outras. Recentemente,uma pesquisa realizada na Faculdade deOdontologia de Piracicaba da Universida-de Estadual de Campinas (FOP/Unicamp)também relacionou esses fatores comopossíveis desencadeadores da halitose. Oestudo comprovou o aumento da produ-ção de substâncias causadoras do mauhálito em indivíduos saudáveis expostospor poucos minutos a situação estres-sante. A avaliação detectou, ainda, ele-vação na produção dos compostos emmulheres durante a menstruação e noperíodo pré-menstrual.

A pesquisa, realizada com apoio daFundação de Amparo à Pesquisa do Esta-do de São Paulo (Fapesp), fez parte datese de doutorado da odontologista Caro-line Morini Calil, sob orientação da pro-fessora Fernanda Klein Marcondes, doDepartamento de Ciências Fisiológicasda FOP. A pesquisadora avaliou 40 vo-luntários (20 homens e 20 mulheres)sem qualquer histórico de problema bu-cal, como gengiva inflamada, glândula

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Adenilde Bringel

ENTREVISTA DO MÊS/DORIS HUPFELD MORENO

Humor O que se percebe é que há uma certa

confusão entre depressão, transtorno

bipolar do humor, transtorno do pâ-

nico. O que caracteriza efetivamente

o transtorno bipolar do humor?

O transtorno bipolar do humor é umdos tipos de transtorno do humor, que édividido entre os bipolares e os que sótêm depressão. Existem pessoas que têmsomente depressão uma vez na vida (epi-sódio depressivo) ou várias (depressão

recorrente), e outrasque têm, além de

depressão, perío-dos de exalta-ção ou de irri-tabilidade, emque ficam nooposto da de-pressão (trans-

torno bipolar dohumor). A ter-

minologia bipolar

significa exatamente isso: existem doispólos de humor que se alternam ou sesuperpõem ao longo da vida do indivíduo,e esse humor está patologicamente alte-rado. O transtorno bipolar é dividido embipolar tipo I, que cursa com pelo menosum episódio de mania ao longo da vida,e bipolar tipo II, no qual só ocorreramhipomanias, nunca mania. Altos e baixostodo mundo tem, mas sintomas de maniaou de depressão estão presentes em quemé portador ou tem sintomas subsindrô-micos, que são sintomas leves. Via de re-gra, o indivíduo pertence a uma família emque existe o transtorno bipolar do humor,porque ele é geneticamente determinado.

Então é comum encontrar várias

pessoas da mesma família com esse

problema?

Sim. Em uma mesma família pode-mos encontrar aquele que tenha somen-te depressão ao longo da vida, outro comdistimia ou com alcoolismo, outro que,além de depressão, tem transtorno dopânico, porque o pânico está mais asso-ciado, geneticamente também, ao trans-

torno bipolar. O que temos visto hoje éque existem muito mais fatores de

risco para o desencadeamento dotranstorno bipolar nos indivíduos

que têm essa vulnerabilidadegenética. Alguns estudos in-

dicam que, a cada gera-ção, a doença está co-

meçando mais cedo.Sabemos que o trans-torno bipolar é umadoença em que os

biorritmos estão al-terados, como o ci-

clo sono-vigília ealgumas cur-

nada convencio

AA vida moderna leva ao estres-se milhões de pessoas em todo oplaneta, que se vêm expostas àsmais diversas doenças. Entre osproblemas que se agravaram aolongo das últimas décadas está otranstorno bipolar do humor, queafeta 1% da população mundial deforma grave. Segundo a psiquiatraDoris Hupfeld Moreno, médica as-sistente do Instituto de Psiquiatriado Hospital das Clínicas da Fa-culdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo (HC-FMUSP) e do Grupo de Doen-ças Afetivas do Instituto, en-tretanto, na forma mais levea doença pode atingir 8% dapopulação e, se não for devida-mente diagnosticada e tratada,leva a sérios prejuízos pes-soais e de saúde.

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19Super Saudável19Super Saudável

vas hormonais, e existe uma variação dohumor ao longo do dia.

Quanto a genética pode interferir?

Ela é condição necessária, mas nãosuficiente, para o desencadeamento deepisódios do transtorno. Quanto maisfamiliares portadores de algum trans-torno do humor houver, e freqüente-mente ambos pais são afetados, maior agravidade e o risco de se iniciar precoce-mente na prole.

Como ocorrem essas mudanças de

humor?

Muitas vezes, o paciente amanhecejá com torpor, com sono e dificuldade delevantar da cama, mas, durante o dia,fica bem. Se estiver em mania, ou hipo-mania, tem menos necessidade de sonopara manter elevados níveis de energiaao longo do dia. No estado misto ele podedemorar a levantar de manhã por apre-sentar-se deprimido, melhorar depois domeio-dia e voltar a ficar agitado, ansio-so à medida que chega a noite, quandonão consegue desligar ou se encontraativado. Existe toda uma variabilidadede estado físico e mental possível.

Cada paciente com a doença tem ca-

racterística específica?

Os sintomas são sempre os mesmos,o que muda é a intensidade e a combi-nação entre eles e o respectivo trata-mento. A pessoa pode estar deprimidapela primeira vez ou ter depressões derepetição, ficar puramente eufórica emalguns períodos ou com sintomas deambos pólos misturados. Nesses casos,ela se encontra em depressão, hipo-mania ou mania, ou em estado misto,respectivamente.

Quem tem depressão necessariamen-

te tem transtorno do humor?

A depressão é um transtorno do hu-mor. O transtorno do humor é divididoem dois grandes grupos: o transtornobipolar, com vários subtipos, e o grupodas depressões, também com vários sub-tipos. O que distingue o transtorno bi-polar da depressão é que, além de depres-são, as pessoas têm períodos de ativação,aumento de energia. A maioria das pes-soas com transtorno bipolar não senteeuforia e, quando o médico pergunta, dizque nunca teve o sintoma. Para o diag-nóstico de transtorno bipolar basta queele tenha preenchido os critérios diag-nósticos de mania ou hipomania duran-te alguns dias ao menos uma vez na vida(por exemplo, na adolescência, na facul-dade), independentemente da existên-cia, duração, intensidade ou freqüênciade episódios depressivos ao longo da vi-da. O maior problema do transtorno bi-polar, hoje, é que não é diagnosticado.Pode levar em média 10 a 13 anos parao diagnóstico, depois de o paciente pas-sar por média de quatro médicos e rece-ber mais de três diagnósticos incorretos,principalmente o de depressão.

Com que idade a doença costuma se

manifestar?

A idade de início da maioria das pes-soas com transtorno bipolar é entre 15e 19 anos. É a idade de formação da per-sonalidade e, por causa da rebeldia na-tural da adolescência, a doença pode serconfundida. Mas a presença dos sinto-mas permite o diagnóstico preciso. Alémdisso, em geral esses pacientes têm his-tórico familiar: a mãe teve depressão, opai era alcoólatra, nervoso, alguém ten-tou suicídio...

De que forma é possível identificar

se um indivíduo tem só depressão

ou é bipolar?

Pela presença dos sintomas de ma-nia ou hipomania anteriores ou simul-tâneos e de história familiar. A entrevis-ta com familiar ou pessoa próxima au-xilia a elucidá-los, caso o paciente nãose recorde. Diante de sintomas tão an-tagônicos, de fato o diagnóstico nemsempre é fácil. Muitos pacientes apresen-tam sintomas contínuos e oscilando emgravidade durante boa parte da vida, oque dificulta separar sintomas da doen-ça do jeito de ser do indivíduo. A perso-nalidade é única e jamais os sintomaspatológicos deverão ser explicados pormotivos pessoais ou da vida. O conjuntode sinais e sintomas faz o diagnóstico –nunca um sintoma só.

Que sinais são esses?

Os critérios adotados para o diag-nóstico de mania são os da AssociaçãoPsiquiátrica Americana e incluem perío-do distinto de humor anormal e persis-tentemente elevado, expansivo ou irritá-vel, com duração mínima de uma sema-na (ou qualquer duração se a hospi-talização se fizer necessária). Durante operíodo de perturbação do humor, se trêsou mais dos seguintes sintomas persisti-ram (quatro se o humor for apenas irri-tável) e têm estado presentes em umgrau significativo: auto-estima infladaou grandiosidade; redução da necessida-de de sono; a pessoa fica mais loquaz doque o habitual ou com pressão por fa-lar; fuga de idéias ou experiência subje-tiva de que os pensamentos estão corren-do; distraibilidade, com atenção desvia-da com excessiva facilidade por estímu-los externos insignificantes ou irrelevan-

onal “ ”Existem dois pólos de humor que se alternam

ou se interagem ao longo da vida do indivíduo.

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20Super Saudável

tes; aumento da atividade dirigida a ob-jetivos ou agitação psicomotora; envol-vimento excessivo em atividades praze-rosas com alto potencial para conse-qüências dolorosas. Esses últimos refe-rem-se ao aumento da energia e da im-pulsividade para gastos, bebida, consu-mo em geral, libido, falar demais, serdependente de celular, de internet, desexo... A hipomania é mais difícil dediagnosticar, pois o aumento de energiapode ser canalizado para uma ativida-de apenas (trabalho, esporte, consumo,falar), mas as alterações de humor,afetivas e de pensamento, devem estarpresentes, sem trazer comprometimen-to sério na vida. Dependendo da gravi-dade, muitos outros sintomas se apre-sentam e o psiquiatra competente temcondições de avaliá-los. O surgimento ouagravamento desses sintomas duranteuma depressão caracterizam o episódiomisto bipolar. Podem ser espontâneos oudecorrentes do tratamento com antide-pressivos, uso de inibidores de apetite,corticóides, álcool, outras drogas, priva-ção de sono. Nos estados mistos os sin-tomas denotam maior sofrimento, comoraiva, angústia, aflição, desespero, pen-samentos acelerados, mas de conteúdonegativo, vontade de morrer, de agrediros outros ou se auto-agredir, entre outros.

Como os profissionais podem des-

confiar do problema em adolescen-

tes, já que a doença começa cedo?

Os sintomas são exatamente os mes-mos do adulto, mas se refletem nas ati-vidades típicas dessa faixa etária. Emcrianças e adolescentes, as apresenta-ções clínicas mais comuns são a depres-são e o estado misto, freqüentemente an-tecedidos de transtornos ansiosos. O jo-vem terá alterações de humor (irrita-bilidade) ou motivação para fazer coi-sas, mudanças nos níveis de energia edisposição, para baixo ou para cima, ecomprometimento da concentração e doraciocínio. Tudo isso para menos no de-

primido, com sono, cansaço, lentidão enegativismo, falta de capacidade de sen-tir alegria e prazer; e para mais em ma-nia ou hipomania, com aceleração depensamentos, aumento de idéias e pla-nos, grandiosidade e otimismo exagera-dos. Nesses casos, sintomas de aumentodo impulso para consumo de álcool e dro-gas, para compras e sexo, aliado àgrandiosidade (autoconfiança, otimismoexagerado) e procura por estímulos derisco podem ser extremamente danosos.

Neste caso, o pediatra poderia ser

o primeiro a desconfiar?

Não, o professor. São os professoresque mais acompanham essas alterações,as oscilações do humor, do ânimo, sono-lência e cansaço ou hiperatividade, fal-ta de concentração, eventual agressi-vidade e aumento de libido.

Diante do exposto pela senhora, mi-

lhões de pessoas no planeta podem

ter o transtorno sem saber?

Sim, e a maioria não tem a menoridéia disso. O maior problema da faltade diagnóstico de transtorno bipolar éque continua sendo considerado raro,atingindo apenas 1% da população ge-ral, ou seja, 160 mil pessoas na regiãometropolitana de São Paulo. De fato,essa é a prevalência do transtorno bi-

polar tipo I, mais grave. Mas o que apu-rei na minha tese é que, em uma amos-tra da população geral de São Paulo, ataxa sobe para 8% se formos incluir asformas moderadas e leves (no que tangeos sintomas maníacos, pois têm depres-sões mais graves), passando a ser umproblema de saúde pública, já queestamos falando de uma doença recidi-vante e crônica que atingiria mais de 1milhão de pessoas nesta metrópole!

Quanto esses sintomas podem pre-

judicar a vida do paciente?

Cada um dos sintomas per se podetrazer conseqüências – quanto mais umfranco episódio de transtorno bipolar.Os prejuízos dependem de uma série defatores. Em jovens pode haver prejuízoescolar, gravidez indesejada, AIDS, fal-ta de socialização, delitos, abuso/de-pendência de substâncias; em adultos,comprometimento da profissionaliza-ção, perda de emprego, separações, en-dividamento, perda da reputação, alcoo-lismo, indiscrições sexuais, delitos, trans-gressões no trânsito, entre inúmeras ou-tras. Transtornos do humor sempre sãoacompanhados de maior sensibilidadeaos estímulos (estresse, solicitações, even-tos vitais) e irritabilidade, gerando con-flitos agravados pelas distorções da rea-lidade. Quando estão presentes sinto-mas psicóticos, risco de suicídio e graveagitação ou agressividade, muitas vezeso paciente precisa ser internado. Tam-bém são freqüentes aumento de religio-sidade, desconfiança, fanatização. Pa-cientes bipolares sofrem mais, ainda, deproblemas médicos gerais, como enxa-quecas, dores no corpo, asma e proble-mas cardiovasculares.

Como ocorre a evolução da doença?

O transtorno bipolar é um problemamédico para toda a vida, de naturezacrônica e/ou recorrente. Na maior par-te do tempo o bipolar sofre de depressãoou sintomas mistos e, nesses períodos,

“ São osprofessoresque mais

acompanhamessas oscilações

do humor.

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ENTREVISTA DO MÊS/DORIS HUPFELD MORENO

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busca tratamento. Há os que sofrem dedepressão crônica e os hipomaníacoscrônicos, que desenvolvem depressãotardiamente na vida. O transtorno bi-polar pode ser sazonal ou remitir e re-cidivar espontaneamente. As remissõesespontâneas e parciais fazem muitos bi-polares acreditarem que controlam adoença, ou que tratamentos alternativosresolveram o problema. Existem pessoasque têm a doença na adolescência ouquando adultos jovens, ela desaparece esó retorna 15 anos depois, mas não hácomo prever.

O transtorno pode ser desencadea-

do por um trauma?

Pode, mas o que mais desencadeia sãosubstâncias instabilizadoras do humor,como álcool, drogas, inibidores de apeti-te e antidepressivos. Em segundo lugarvem a insônia, a ruptura do ciclo sono-vigília. Os pacientes são orientados, mes-mo com a doença controlada, a não va-rar as noites e a manter rotina rígida,porque isso enquadra os sintomas. É umadoença de alteração nos ritmos biológicose o ritmo de vida atual é o pior possível.

Qual deve ser a conduta dos médi-

cos mais próximos dos pacientes?

Suspeitar. Frente a um deprimido,saber que metade pode ser bipolar. E issoé uma grande novidade. O fato é que,com uso maior de drogas e antidepres-sivos, os pacientes ciclam mais para hi-pomania e estados mistos. As respostasanormais aos antidepressivos podem sersugestivas de bipolaridade. Existe umalista de pistas para suspeitar, entre elaso histórico familiar.

Já se sabe o que ocorre no cérebro

dos pacientes bipolares?

É uma área em franco desenvolvi-mento, mas é extremamente complexo.O que acontece é que, em diferentes re-giões do cérebro, há superestimulaçãoou redução de estimulação de algunsneurotransmissores que agem em deter-minados neurônios e/ou falta uma ini-bição de serotonina em determinadasregiões e ela dispara demais. É como sefaltasse uma regulagem do funciona-mento dos neurotransmissores nas áreasdo sistema límbico, que são as mais afe-tadas nos transtornos do humor.

Como é o tratamento?

O transtorno bipolar deve ser trata-do por especialistas e o tratamento estábaseado nos estabilizadores de humor.Evitamos os antidepressivos porque po-dem instabilizar o quadro. O clássico éo lítio, mas, atualmente, temos tambémos anticonvulsivantes para controle do

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transtorno e os antipsicóticos de novageração. A função é não agravar a doen-ça, estabilizar as flutuações de humor epermitir que o paciente leve vida normal.Dependendo do caso, é necessário usar amedicação por toda a vida. O transtornobipolar do humor é uma doença crônicae potencialmente letal, porque aumentao risco de morte por suicídio e uma sériede outras doenças como as cardiovas-culares e respiratórias. A orientação psi-coeducacional acerca da identificação dospróprios sintomas e conseqüências navida é imprescindível para manter a ade-são terapêutica. A complexidade do tra-tamento requer cuidados do especialista,que indicará psicoterapias e terapia fa-miliar, e gerenciará os cuidados.

Há danos físicos para os bipolares?

Sabemos que esses sintomas, manti-dos ao longo do tempo, podem causarsérios danos. Estuda-se o impacto dadepressão no sistema cardiocirculatório,do estresse e da ansiedade, mas esquece-se de investigar os sintomas maníacoscombinados. Os pacientes têm dores pelocorpo com freqüência, queixas urinárias,intestinais, dores de estômago e enxa-quecas. Todos os sintomas consideradospsicossomáticos devem ser investigadospara afastar o diagnóstico de transtor-no bipolar. Os pacientes bipolares têm,em média, oito anos a menos de vida, de-vido à letalidade por conta de suicídio edescuido com outras doenças, e pelos com-portamentos de risco.

O maior problema da falta dediagnóstico de transtorno bipolar é que

continua sendo considerado raro.

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SAÚDE

co, constatada pela alteraçãona quantidade de criptas intes-tinais, que se dividiram por umprocesso de bifurcação” expli-ca. Na avaliação do nutricio-

nista, o aumento da superfíciena mucosa intestinal é o provável

responsável pelo incremento na ab-sorção do cálcio.

A aparência da yacón lembra a dabatata, porém, o gosto é adocicado e aconsistência semelhante à pêra ou me-lão. Normalmente, o alimento é consu-mido in natura ou adicionado a saladas.O nome da raiz deriva da palavra ‘yaku’,que no idioma quéchua, falado por in-dígenas da região dos Andes, significa‘água’. Isso devido à composição dayacón: 85% de água e o restante da baseseca constituída de carboidratos, com osfrutanos presentes em maior quantida-de, na forma de frutooligossacarídeos(FOS). Com grau de polimerização bai-xo, esses oligossacarídeos não são dige-ridos na parte superior do trato gastroin-testinal, mas metabolizados no intesti-no grosso, provocando a mudança domicroambiente, com conseqüente redu-ção do pH intestinal, o que aumenta asolubilidade do mineral, facilitando sua

remédioDoceCientistas estudameficácia da yacón, raiztuberosa de origemandina, na prevençãode doenças e no auxílioà absorção de minerais

melhora no funcionamento do in-testino e na absorção e retençãode minerais pelo organismo emanimais de experimentação.

No Brasil, o Departamen-to de Alimentos e NutriçãoExperimental da Faculdade deCiências Farmacêuticas da Uni-versidade de São Paulo (FCF-USP) foium dos primeiros centros de estudo aanalisar as propriedades fisiológicas daplanta – com apoio da Fundação de Am-paro à Pesquisa do Estado de São Paulo(Fapesp). Os trabalhos iniciais ocorre-ram sob orientação da professora TulliaFilisetti e, atualmente, são coordenadospela professora Célia Colli, do Labora-tório de Metabolismo e Nutrição Mine-ral. Um dos estudos conclusivos sobre araiz fez parte da dissertação de mes-trado do nutricionista Alexandre Rodri-gues Lobo, concluída em meados de2004. O pesquisador avaliou aspectos fi-siológicos dos frutanos encontrados naplanta e comprovou a melhora na absor-ção intestinal de cálcio e na retenção domineral nos ossos de ratos alimentadoscom ração suplementada com farinha àbase de yacón. “Verificamos uma modi-ficação na arquitetura da mucosa do ce-

PDeh Oliveira

Planta nativa dos Andes, a yacón(Smallantus sonchifolius) é cultivada des-de o período pré-colombiano entre a po-pulação residente na região que se esten-de da Venezuela ao norte da Argentina.A partir da década de 1980, a raiz tube-rosa começou a ser exportada para aNova Zelândia e, depois, para o Japão eRepública Tcheca, entre outras nações.O interesse de consumidores de países devários continentes pelo produto ocorreudevido às suas supostas propriedades te-rapêuticas, como redução do nível decolesterol e da pressão arterial e contro-le glicêmico, além de atuar como alimen-to funcional, um prebiótico responsávelpor estimular o crescimento de bifido-bactérias e lactobacilos e auxiliar na pre-venção de determinadas patologias. Em-bora as pesquisas sobre os benefícios à

saúde do consumo da yacón ain-da estejam em anda-

mento, estudos jáapontam alguns

efeitos, como

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absorção. Segundo a atual orientadorados estudos sobre a yacón no Departa-mento de Alimentos e Nutrição Experi-mental, um dos objetivos agora é ava-liar as conseqüências da alteração dopH. “Temos de analisar não só os efei-tos benéficos, mas também o resultadodo eventual excesso de consumo, por-que é preciso saber se mudar o mi-croambiente do intestino é bom e atéque ponto”, observa a professora.

Depois de comprovar a ação da yacónpara elevar a absorção de cálcio, Alexan-dre Lobo avalia, atualmente, o efeito dosfrutanos da raiz sobre a biodisponibilida-de de ferro, trabalho realizado em con-junto com a farmacêutica Maria LuciaCocato. Ambos, porém, utilizam modelosde estudo diferenciados. O nutricionistapesquisa a biodisponibilidade de ferroutilizando ratos anêmicos, ainda em fasede crescimento, para verificar a ação doscomponentes da farinha de yacón na re-cuperação de hemoglobina nesses ani-mais. Já o trabalho de Maria Lucia con-siste na avaliação do efeito da sobrecar-ga de ferro ministrados em ratos adultosjovens, e inclui a interação dos frutanoscom outro componente da dieta, o fitato,conhecido como inibidor da absorção deminerais pelo intestino, mas ao qual tam-bém é atribuído efeito antioxidante. “Tal-vez o ferro passe pelo mesmo processoque o cálcio, sendo absorvido no intesti-

SUBPRODUTO

no grosso devido à alteração do pH. Al-guns trabalhos mostram que essas alte-rações podem ser nocivas, dependendoda dieta, e também que pode haver au-mento da translocação de bactérias sehouver uma diminuição muito grande dopH”, explica a farmacêutica.

Outras pesquisas – Por conter fruta-nos não-digeríveis, que agem como fi-bras hidrossolúveis, apesar do sabor do-ce, a yacón tem baixo teor calórico e po-de ser ingerida por indivíduos com dia-betes sem aumentar o índice glicêmico,pois é rica em fibras hidrossolúveis. Operíodo de amadurecimento da raiz, noentanto, é determinante quanto à con-centração de açúcares. “Após oito me-ses de maturação, o teor de frutooligos-sacarídeos pode cair 50%, com conse-qüente aumento dos açúcares simples”,alerta a professora Marileusa Chiarello,do Laboratório de Ciência e Tecnologiade Alimentos da Universidade Católicade Brasília (LCTA-UCB), onde pesquisascomprovaram o aumento do teor de fru-tose, sacarose e glucose em detrimento

dos frutanos se o alimento for armaze-nado por muito tempo. A pesquisadorainforma que o próximo passo é investi-gar a ação de compostos fenólicos tam-bém encontrados na raiz tuberosa, em-bora em quantidade bem inferior aosFOS, projeto com apoio financeiro doConselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq). Ameta é averiguar se, por causa do poten-cial antioxidadante, os ácidos fenólicosda planta auxiliam na prevenção dedoenças crônico-degenerativas.

A yacón já serviu de base para a criação de uma mousse dechocolate com menor teor calórico e nível glicêmico reduzido. Oproduto foi desenvolvido em 2004 durante o mestrado da

engenheira de alimentos Estér Yoshie Yosino no Laboratório de Quí-mica e Bioquímica de Alimentos da Faculdade de Ciências Farma-

cêuticas da USP, também sob orientação da professora Tullia Filisetti.Pelo fato de a raiz já ser naturalmente adocicada, a pesquisadorapôde reduzir a quantidade de açúcar da receita e, para manter aconsistência natural da mousse, diminuiu também a quantidade deovos. O resultado foi um produto com nível de colesterol 45% menor.

Maria Lucia Cocato, Célia Colli e Alexandre Rodrigues Lobo

Marileusa Chiarello

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nóstico definitivo é a maior dificuldade pa-ra detectar o problema, cujas causas sãomultifatoriais. A avaliação implica acom-panhamento periódico de exames fisioló-gicos e psicológicos. Entre os sinais maisvisíveis da síndrome estão ansiedade,irritabilidade e mau humor, associados, àsvezes, a distúrbios de sono e alimentares.

Estudos feitos em competidores jácomprovaram mudanças fisiológicas emindivíduos expostos ao excesso de trei-namento sem tempo adequado de recu-peração, chamada supercompensação,estágio no qual o anabolismo supera ocatabolismo e favorece adaptações fisio-lógicas. Exames periódicos nos atletas de-tectaram baixa no nível de testosterona,aumento do cortisol, elevação das proteí-nas musculares no plasma, diminuiçãodo estoque de glicogênio intramuscular,entre outros sinais. Invariavelmente, asalterações metabólicas, cardiovascula-res, hormonais, motoras e psicológicasresultaram na perda ou estagnação dodesempenho e, em muitos casos, baixada resistência imunológica. Pesquisas nofim da década passada apontaram altoíndice de atletas com a síndrome em al-gum momento da carreira: 50% dos joga-

Tudo o que é d Overtraining, causado por excesso de treinam

Homens jovens estão entre os mais atingidos pela síndrome do over-training, mas não são as únicas vítimas do problema. Apesar de me-nos comum, as mulheres também podem ser afetadas pelo excesso detreinamento, problema denominado ‘tríade da mulher atleta’. Nessecaso, os sinais típicos ao sexo masculino vêm acompanhados de dis-túrbios menstruais, principalmente atraso do ciclo.

Com menor incidência ainda, as crianças estão igualmente pro-

Crianças e mulheres

VIDA SAUDÁVELVIDA SAUDÁVEL

ADeh Oliveira

A perfeição de cor-pos musculosos e bem

esculpidos pode, ocasio-nalmente, mascarar um

mal cada vez mais comumnos dias atuais: a síndromedo overtraining. O problemanão é novo e os primeiros re-latos ocorreram na décadade 1970. Detectado inicial-mente em atletas expostos

a excesso de treinamento, o dis-túrbio pode atingir, também,

não-atletas. Os freqüentadoresde academias são o principal

grupo com risco de desen-volver a síndrome, poismuitos se submetem acargas de treinamentointensas, repetitivas eprolongadas em buscade aperfeiçoar a estéticacorporal. Segundo espe-cialistas, não há númerosexatos sobre a incidênciado problema em não-atle-tas e a inexistência de diag-

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dores de futebol semiprofissionais, 65%dos corredores de longa distância e 21%dos nadadores de equipes nacionais.

Recentemente, o distúrbio passou aser conhecido também como ‘vigorexia’,em alusão a freqüentadores de academiaque extrapolam no treinamento e se sub-metem a uma sobrecarga de exercícios embusca de um corpo mais vigoroso. Ao con-trário da anorexia, mais freqüente entremulheres, o problema atinge predomi-nantemente o sexo masculino. Em ambosos casos, o indivíduo desenvolve uma ima-gem deturpada do corpo e adota medidasincorretas para conquistar o físico consi-derado ideal, mas nunca se satisfaz. “Nãohá estatística, mas o impulso inicial damaioria que busca uma academia é esté-tico, não de saúde, principalmente entreos mais jovens. Esse padrão estético debeleza de hoje é muito severo; as pessoasprecisam da genética para atingí-lo, ouentão o indivíduo vai ter de se submetera uma carga de exercício brutal”, alertaPaulo Zogaib, médico especializado emMedicina Esportiva e Fisiologia do Exer-cício da Faculdade de Medicina do ABC(FMABC) e integrante da comissão téc-nica do time de futebol do Palmeiras.

emais ento físico, leva a distúrbios fisiológicos e psíquicos

Prejuízos – Na maioria das vezes, os si-nais da síndrome repercutem no conví-vio social e profissional. “O que se perce-be é a diminuição de desempenho no tra-balho, o indivíduo fica cansado, não pro-duz o que produzia ou não consegue seconcentrar”, explica Paulo Zogaib. Ao pro-curar um médico, dificilmente se relacio-na os problemas ao excesso de exercício,por se tratar, geralmente, de indivíduosaparentemente saudáveis. Outra dificul-dade é não haver exame patognomônicopara identificar overtraining e, com isso,o diagnóstico depende da sensibilidade econhecimento do médico sobre o assunto.

pensas a desenvolver a síndrome caso sejam submetidas a sobrecarga de atividadesque impliquem desgaste físico e mental. Além de freqüentarem a escola, o cotidianode muitas crianças inclui tarefas adicionais como aulas de idiomas, informática, ba-lé, futebol, natação. “As crianças têm uma capacidade de recuperação inferior à doadulto e, atualmente, ficam ocupadas o dia inteiro. Às vezes, esse excesso de ativida-des acaba sendo exagerado e algumas começam a desenvolver alguns dos sintomas”,orienta o médico da FMABC, Paulo Zogaib. Carolina Ackel D’Elia

Paulo Zogaib

faz mal

podem ser afetadas

SINAL DE ALERTA Para avaliar a possibilidade de não-

atletas desenvolverem sintomas relacio-nados ao overtraining, a biomédica es-pecialista em Fisiologia do Exercício doCentro de Estudos de Fisiologia do Exer-cício da Universidade Federal de SãoPaulo (CEFE/Unifesp), Carolina AckelD’Elia, realizou pesquisa com 413 fre-qüentadores de academia (homens emulheres). O primeiro passo foi aplicarum questionário com o grupo para tra-çar o perfil dos voluntários quanto à in-tensidade dos treinos. Em seguida, 60foram selecionados e acompanhados pa-ra avaliar as alterações fisiológicas, pormeio de exames de sangue regulares.

A conclusão do estudo registrouprevalência baixa do distúrbio entre não-atletas, se comparados com os compe-tidores. “Mas, muitos estão exageran-do nos exercícios e correm o risco dedesenvolver alguns sintomas do over-training. Como normalmente o resulta-do que se quer é essencialmente esté-tico, o exagero acaba levando a prejuí-zos para a saúde, em vez de trazer sóbenefícios”, alerta a biomédica, ao res-saltar que a pesquisa não tinha comoobjetivo fechar um diagnóstico, mas simfazer um estudo comparativo sobre aocorrência dos sinais da síndrome en-tre atletas e a população de academia.

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S

BELEZA

Medidasconseqüências mais visíveis é o depósi-to de gorduras pelo corpo, como os fa-mosos ‘pneuzinhos’ nas costas, abdomee barriga que, apesar de comuns, ferema estética e podem representar sériosriscos à saúde.

Especialistas alertam que as dimen-sões da circunferência abdominal mere-cem tanta atenção quanto outros pro-blemas de saúde pública. As medidas derisco para mulheres são acima de 80cme, para os homens, a partir de 90cm, oque pode ser mensurado com uma sim-ples fita métrica. Para identificar se o pa-ciente está sob risco, exames de ima-gem, como ressonância magnética, po-dem ser utilizados para verificar a exis-tência e o volume de gordura corporal,cujo acúmulo e má distribuição são con-siderados muito deletérios à saúde. Amais perigosa é a gordura visceral, de-positada na área subcutânea do abdo-me e que pode comprometer o bom fun-cionamento de órgãos nobres como fí-gado, intestino, rins e pâncreas.

Pesquisas já comprovaram que essagordura contribui para o aumento dataxa de triglicérides e de LDL-colesterol,e para a redução do HDL. Esse desequilí-brio lipídico favorece a elevação da pres-são arterial e aumenta as chances de de-senvolver várias enfermidades. Um in-divíduo com gordura visceral tem trêsvezes mais risco de infarto do miocárdioe de acidente vascular cerebral (AVC) ecinco vezes mais chances de desenvol-ver diabetes. O tecido adiposo abdomi-nal eleva a quantidade de açúcar no san-gue, que torna as paredes das artériasmais frágeis. “A gordura abdominal estámuito relacionada à formação de êmbo-los e tromboses, e os homens que man-têm a ‘barriguinha de chope’ têm riscoaumentado para todos esses proble-

Os pneuzinhos queinsistem em se alojarnas costas, abdome ebarriga são muito maisque problemas estéticose merecem atenção

Nabil Ghorayeb

Rosângela Rosendo

Sem dúvida, o mundo moderno faci-litou a vida do ser humano. Computado-res, controle remoto, eletrodomésticos eveículos cada vez mais automatizados fa-zem parte da parafernália eletrônica quecompõe o cotidiano. As refeições são en-contradas semiprontas em supermerca-dos e necessitam apenas do aquecimentono forno de microondas. Atrelado aosavanços, o homem assumiu comporta-mento mais passivo, ao mesmo tempo emque a rotina profissional tornou o dia-a-dia intenso e desgastante. A equação des-ses fatores resultou em sedentarismo, máalimentação, noites mal dormidas e al-guns vícios, como fumo e álcool. Uma das

extremasextremas

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mas”, adverte Lígia Kogos, dermato-logista membro das sociedades brasi-leiras de Dermatologia, Cirurgia Derma-tológica e Medicina Estética. Nas mu-lheres, a gordura abdominal é um dosfatores que elevam o risco de desenvol-ver alguns cânceres, particularmente demama, útero e cólon.

Características físicas também po-dem contribuir com o acúmulo de lipí-deos na região abdominal. Diferente-mente das mulheres longilíneas norte-americanas e européias, o tipo físico dabrasileira, até devido à miscigenação, fa-vorece o depósito de gordura no abdo-me, nas costas e na barriga. Embora obiótipo possa favorecer tal quadro, pro-cessos bioquímicos mais complexos,principalmente relacionados a níveis deinsulina ou cortisol, também têm parce-la de responsabilidade sobre o depósitode gordura no abdome. Disfunções me-tabólicas exercem grande influência so-bre o processo de depósito lipídico ab-dominal, como a falta de estradiol. Wal-mir Coutinho, endocrinologista e mem-bro da Sociedade Brasileira de Endocri-nologia e Metabologia (SBEM), explicaque o hormônio é responsável por di-versas características femininas, como

O SONO DOS BONSA médica Lígia Kogos comenta que dormir bem ajuda a evitar que a gordura se

deposite no abdome. As noites bem dormidas associadas à prática de atividadefísica também colaboram com a distribuição mais uniforme de gordura pelo corpo.Além disso, esses fatores fazem com que o indivíduo tenha maior sensação desaciedade. “Está comprovado que quem dorme bem tem mais chance de desenvol-ver o tônus muscular do corpo do que aquele que dorme poucas horas”, explica.Isso porque, ao contrário de uma reação físico-química normal, a condição de vidairregular ou a alteração do relógio biológico aumentam o desequilíbrio das substân-cias do organismo e promovem sobrecarga de tarefas do corpo, além de aumenta-rem a ansiedade e a fome.

a gordura existente nos glúteos, mas adeficiência no nível da substância favo-rece a gordura visceral. “É muito comumalgumas mulheres entrarem na meno-pausa e a gordura começar a se alojarno abdome”, explica.

Nabil Ghorayeb, especialista em Car-diologia e Medicina do Esporte e chefeda Seção Médica do Instituto DantePazzanezze de Cardiologia, em São Pau-lo, lembra que cada indivíduo nasce comcerta quantidade de receptores no fíga-do que metabolizam a gordura ingeridae presente no organismo, que se trans-forma em colesterol. Quando esses re-ceptores – que funcionam como fecha-duras que dissolvem a substância lipí-dica – estão em níveis normais, a subs-tância adiposa consegue ser metaboli-zada, mas, se estão em menor quanti-dade, a capacidade de metabolização éineficaz. A gordura se acumula pelo or-ganismo, principalmente na região doabdome, com risco maior de se fixar nasparedes internas dos vasos sangüíneose aumentar os níveis de colesterol. “Quan-do nem a alimentação nem a atividadefísica amenizam tal efeito, é necessárioprescrever medicação para o paciente”,informa o cardiologista.

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BELEZA

Manter uma alimentação saudável,praticar atividade física e ter boas noi-tes de sono são os primeiros passos paraquem quer evitar o acúmulo de gorduraabdominal. Mas, alguns procedimentosestéticos e dermatológicos também po-dem funcionar como suporte ao trata-mento da queima da gordura localiza-da. Equipamentos modernos, que utili-zam radiofreqüência para aquecer al-guns tecidos mais profundos da pele, fa-zem parte do arsenal de beleza que pro-mete dissolver a gordura. A dermatolo-gista Lígia Kogos adverte, entretanto, quemuitos benefícios ainda estão para sercomprovados nesse sentido. Na opiniãoda médica, embora não sejam milagro-sas, em alguns casos as massagens cor-porais, necessariamente vigorosas, podemser aliadas para quem busca se livrar dosincômodos ‘pneuzinhos’.

A drenagem linfática, por exemplo,atua sobre o sistema linfático por meioda manipulação das áreas onde há maiorretenção de líquidos e gordura. Com is-so, consegue facilitar a condução das im-purezas do organismo para os órgãosresponsáveis pela eliminação das toxi-nas. “Além de drenar os líquidos acumu-lados do corpo, esse tipo de massagempromove a vasodilatação, melhora o flu-xo sangüíneo e faz com que a gorduralocalizada seja disponibilizada e meta-bolizada pelo fígado”, explica a médica.Para alcançar os tecidos subcutâneosprofundos da pele, a recomendação éque os movimentos das massagens vi-gorosas, principalmente nas costas, bar-riga e cintura, sejam enérgicos e duremmédia de 20 a 30 minutos.

Lígia Kogos lembra que a movimen-tação é personalizada e varia conforme

as técnicas adotadas pelo massagista.“Raras vezes, a massagem vigorosa nãodeixa hematomas”, avisa. A médica re-força que cremes à base de cafeína, cas-ca de laranja, alguns hormônios tireoi-deanos, hialunoridase e oxandrolona,associados às massagens, são os maisutilizados no combate aos ‘pneuzinhos’,mas só podem ser aplicados sob orien-tação médica. Com a massagem, a pelefica vermelha e há aquecimento do lo-cal, o que facilita a absorção e o trans-porte dessas substâncias através das su-cessivas camadas de pele. Esses princí-pios ativos atuam como antiinflamató-rios e ajudam na eliminação da gorduradentro das células de colágeno, que é aproteína que dá sustentação à pele.“Mas é preciso enfatizar que nenhumtratamento é milagroso. Não adiantaum indivíduo fazer muita massagem se

Massagens podem ajudar

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Lígia Kogos

continua comendo alimentos com ex-cesso de calorias, não pratica atividadefísica e tem hábitos de vida pouco sau-dáveis. É o conjunto de todos esses fa-tores que faz a diferença”, reforça.

A garantia da eficácia das massa-gens dirigidas ao combate da gorduraabdominal depende, em grande parte,da manobra empregada na região a sertratada. Movimentos vigorosos e circu-lares alternados com o pinçamento dosdedos onde há concentração de tecidoadiposo são as técnicas mais utilizadas.A massagem enérgica promove o aque-cimento da pele e a vasodilatação daregião e, conseqüentemente, melhoraa circulação sangüínea. Esses fatoresfuncionam como chave de entrada dosprincípios ativos existentes nos óleos,cremes e loções que são associadosàs massagens para garantir a eficiên-cia da técnica. Para auxiliar a massa-gem, alguns produtos da Yakult Cosme-tics, desenvolvidos por processos bio-tecnológicos, são compostos de subs-tâncias com ação descongestionante eantiinflamatória, além do exclusivo Com-plexo SE® – ativo lácteo obtido da fer-mentação por lactobacilos que possibi-lita a hidratação prolongada, ajuda aequilibrar o pH da pele e evita a forma-ção dos radicais livres.

Durante o banho, a massagem podeser feita com o óleo de banho hidratanteanti-radicais livres da linhaCorpus, que con-tém nutrientes querecuperam a ca-mada hidrolipí-dica e reduzema sensação deressecamento.Ainda sob o chu-veiro, o óleo debanho Laranjacom Mel da li-nha Pedaçosda Natureza e

ÓLEOS E HIDRATANTESFACILITAM MANOBRAS

o óleo de banho da Linha Takê Gen tam-bém podem facilitar as manobras damassagem. Os produtos têm a vanta-gem de revitalizar e deixar a pele ma-cia e perfumada, com toque acetinado.

Na pele seca também podem seraplicados produtos de hidratação, comoo Foco, hidratante corporal que ajuda amanter o pH natural da pele e tem açãotonificante. Essa capacidade pode serobtida, ainda, com o uso da loção cre-mosa Vibrare, que combina agentesbacteriostáticos com as propriedadessuavizantes do extrato de flor de Tília ehidratantes do Complexo SE®. “O pro-duto tem ação antiinflamatória e des-congestionante. Ao penetrar na pele, asubstância ajuda a fluidificar o acúmulode toxinas”, explica a gerente técnicada Yakult Cosmetics, Mizue Kishi, aoindicar o uso do hidratante intensivoanti-radicais livres Corpus, rico ememolientes nutritivos elipídeos seme-lhantes aosda pele.

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TURISMO

países europeus, originalmente habita-do por populações ibéricas do Paleo-lítico, a região também foi território ro-mano comandado pelo imperador Cé-sar Augusto no fim do século 1a.C. En-tre inúmeras expulsões e invasões, Por-tugal foi ganhando diferentes povos,como os mouros, visigodos, gregos,suevos e árabes. O país também sofreuinvasões dos holandeses e espanhóis eviveu, entre 1928 e 1968, a dura dita-dura de António Salazar, até que as for-ças armadas comandadas pelo generalSpínola derrubaram o regime ditatorialcom a Revolução dos Cravos, em 1974.A nação levou um pouco de tempo parase restabelecer, implantou a democra-cia e, em 1986, ingressou na União Eu-ropéia. Essas e muitas outras influênciasajudaram a construir o país e fizeram dePortugal um dos mais preservados te-souros do Velho Continente.

Cantada como ‘Rainha do Tejo’, a ca-pital Lisboa se abre ao Oceano Atlânticopor meio do rio Tejo, ponto de partida ede inspiração das grandes navegações.Águas que levaram as famosas expansõesmarítimas, como a de Vasco da Gama quechegou à Índia em 1498 e a de Pedro Ál-vares Cabral, que desembarcou no Bra-

sil em 1500. Essas e outras expediçõesfizeram de Portugal a maior potênciaeconômica e social do planeta duranteos séculos 15 e 16. Apesar do terrível ter-remoto de 1755, que quase destruiu Lis-boa completamente, a capital se reer-gueu e, atualmente, é um dos destinoseuropeus favoritos.

A atmosfera interiorana dá graça echarme à elegante Lisboa. Bondinhos elé-tricos compõem o cenário junto com ruasestreitas, recheadas de prédios e casasdecorados com azulejos pintados embranco e azul, da era do Barroco, consi-derados os mais finos e que há séculosajudam a contar a história das navega-ções, dos reis, das rainhas e dos fadistasportugueses. “Ai, Lisboa, Terra bem no-bre e leal. Tu és o castelo da proa da ve-lha nau Portugal”, cantou a fadista inter-nacionalmente conhecida Amália Ro-drigues. O fado é uma das mais tradicio-nais canções nostálgicas e melancólicas,e a expressão do coração e da alma. E, emLisboa, é possível ouvir ao vivo um bomfado em vários restaurantes e bares, prin-cipalmente nos localizados no Bairro Alto.

Entre as inúmeras atrações espalha-das entre os bairros de Belém, Alfama,Baixa e Avenida, além do Bairro Alto e

A nostálgica e bela Portu

Palácio Pena, Sintra

VSimone Pereira, de Londres

Especial para Super Saudável

Visitar o país de Fernando Pessoa,Camões, Saramago, Pero Vaz de Cami-nha e de tantos outros personagens dasaulas de História e de Literatura é comovoltar no tempo e às raízes. Com aproxi-madamente 90km2 de extensão territo-rial, menor que o Estado de Santa Cata-rina, Portugal conta um pouco da histó-ria da humanidade por meio de seus mo-numentos e outros vestígios históricos eculturais. O clima mediterrâneo faz dolocal uma boa atração em qualquer épo-ca do ano. Mesmo distante da maioriadas capitais européias – o país faz fron-teira apenas com a Espanha – Portugalatrai turistas do mundo inteiro com praiassempre lotadas durante o verão e festasculturais e religiosas o ano inteiro.

Considerado um dos mais antigos

A terra dos ‘descobridores’encanta pelos vestígioshistóricos e naturaisbem preservados

A terra dos ‘descobridores’encanta pelos vestígioshistóricos e naturaisbem preservados

Rui M

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Estrela, algumas visitas são imperdíveis.Construído na época dos visigodos e si-tuado bem no topo da cidade, o Castelode São Jorge oferece uma vista panorâ-mica maravilhosa da cidade. Residênciareal entre os séculos 14 e 15, o castelo setransformou, nos anos 1930, em umagradável e tranqüilo jardim público. ACatedral de Lisboa, a Sé, construída emestilo medieval e gótico, abriga um claus-tro onde é possível visualizar vestígios dostempos romanos e visigóticos, descober-tos após uma escavação arqueológica.

Outra maneira de ver a cidade do altoé utilizando o Elevador de Santa Justa.Localizado no centro de Lisboa, esse ele-vador em estilo neogótico foi construídopelo arquiteto francês Raoul MesnierPonsard, um seguidor de Gustave Eiffel.Dentro do convento de Nossa Senhora daMadre de Deus está o Museu do Azulejo,que conta e expõe a história dos famososazulejos portugueses. Em Belém, o visi-tante deve ir ao Monastério de Jerônimoe à Torre de Belém. As duas edificaçõessão em estilo manuelina, criado no fimdo século 15 e que evoca o exuberanteestilo gótico-renascentista vigente naépoca. O nome surgiu durante o reinadode D. Manuel I.

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O QUE MAIS VISITARSituada no alto da montanha e cortada pelo rio Douro, a cidade do Porto atrai pela

belíssima arquitetura antiga com decoração de azulejos e pelo afamado vinho, reconhe-cido internacionalmente e que recebe o mesmo nome da cidade. Com origem nas ladei-ras agrestes da região do Alto Douro, o vinho do Porto é resultado de condições naturaisparticulares, singulares e irrepetíveis. O bairro baixo de Vila Nova de Gaia é onde seconcentram as adegas de algumas das 59 marcas do vinho, além de ser o melhor lugarpara conhecer as histórias que fizeram o vinho do Porto atravessar fronteiras e serreconhecido mundialmente. Para descobrir ainda mais sobre esse aclamado cálice,não deixe de conferir o Solar do Vinho do Porto e o Museu do Vinho do Porto. Porém,mais do que um bom vinho, Porto também merece uma visita pela rica arquitetura dasigrejas, casas e dos monumentos cobertos por azulejos e pelas pontes sobre o Douro.O destaque é a ponte D. Luis I, construída por Teófilo Seyrig, seguidor de Eiffel.

Sala Real – Declarada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educa-ção, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio Histórico da Humanidade, a área serra-da do município de Sintra combina sofisticação e tranqüilidade com natureza e ar-quitetura. Conhecida por ter sido um dos refúgios de verão favoritos da família realportuguesa, o lugar também acolheu artistas como Luís de Camões, Gil Vicente eJoão de Barros. A cidade, que ainda respira arte por meio das lojas de artesanato eantiquários, oferece uma variedade de atrações, como o Palácio Nacional da Pena eo da Vila de Sintra, além do Castelo dos Mouros, um castelo árabe do século 8conquistado por Dom Afonso Henriques em 1147.

Altar do Mundo – Com mais de 95% de católicos,Portugal mantém o altar do mundo com a sagra-da e cultuada cidade de Fátima. Conhecida porser o lugar do aparecimento de Nossa Senhorapara três crianças no início do século 20, para asquais a santa confidenciou três segredos, Fáti-ma já rendeu filmes e histórias, e continua sen-do um dos maiores centros de peregrinação domundo, com direito a uma visita à Basílica doSantuário e ao Museu de Cera.

Sebastião da Fonseca

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Torre de Belém

Santuário de Fátima

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Q

DESTAQUE

Adenilde Bringel

Quem passa pelo moderno prédioda Yakult instalado na rua Ouvidor Pe-leja, no coração da Vila Mariana, nãoimagina quantas histórias são guarda-das pelo local. O espaço que abriga abase central da Divisão que compreen-de oito distritos e 52 filiais – zona sul,central, leste e parte da zona norte deSão Paulo –, foi o primeiro endereçodos imigrantes japoneses que chega-ram para ajudar na organização da fá-brica instalada em São Bernardo do

Onde tu A Vila Mariana,um dos bairros

mais tradicionaisda cidade de

São Paulo, foi aprimeira a receberum departamento

da Yakult, em 1968

Yukiko Yawasaki tem 81 anos de ida-de e 30 de dedicação aos produtos daYakult. Moradora da Vila Mariana há trêsdécadas, a CA começou na função aos50 anos de idade. As mudanças ocorri-das no bairro nesse período não assus-taram Yukiko, que usa a criatividade eo bom relacionamento com os clientespara manter as vendas. “Fazemos ami-zade com os porteiros para ter acessoaos moradores dos prédios e usamosas informações sobre o valor científicodos produtos para abordar e conquis-tar clientes”, informa.

Driblar as dificuldades com criativi-dade também é a receita de Maria dasGraças Lima, que tem cerca de 200 clien-tes e comercializa 8 mil frascos de leitefermentado por mês. A estratégia da CApara atender os moradores dos prédiosé entregar os produtos uma vez por se-mana, com a quantidade suficiente parao consumo diário da família. Outro exem-plo de perseverança e determinação vemde Zilda Caetano, que atua como CA há

CRIATIVIDADE

Funcionários do departamento

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do começouCampo em 1966. Quando o leite fer-mentado começou a ser produzido, em1968, o antigo sobrado – que foi re-construído em 1993 e deu lugar ao pré-dio atual – passou a funcionar como de-partamento para distribuição dos pro-dutos para as Comerciantes Autôno-mas (CA), conhecidas no Japão comoYakult Ladies.

“Na década de 1970, o departamen-to era praticamente uma filial da matrizda empresa”, conta Manoel Marques deAraújo, gerente comercial responsávelpela Divisão, que está na Yakult desde

1969. Ao longo desses quase 40 anos, aVila Mariana mudou muito. O antigobairro residencial formado por casas declasse média/alta passou por um gran-de processo de verticalização e se trans-formou em um local pujante, recheadode edifícios residenciais e comerciais.Apesar das mudanças, o departamentocontinua sendo estratégico para os ne-gócios da Yakult. O gerente ressalta quea verticalização do bairro dificulta o con-tato mais próximo com os clientes, masa confiabilidade nas comerciantes autô-nomas e a credibilidade na marca Yakult

20 anos e já chegou a comercializar 16mil frascos de leite fermentado por mês.Atualmente, a média mensal é de 10 milfrascos, além de 1,5 mil unidades da li-nha seca – Tonyu, Hi Line, Taffman-E,suco de maçã e Yodel.

A CA afirma que mantém os índicesporque tem clientes desde os temposem que começou a atuar, leva os pro-dutos sempre fresquinhos para a casados consumidores e divulga com fre-qüência a informação sobre os benefí-cios que os alimentos probióticos tra-zem à saúde. Outros segredos citadospelas três experientes CAs é ter espíri-to empreendedor e não se desmotivarcom as dificuldades, trocar informaçõescom as colegas para desenvolver no-vas estratégias de comercialização paraabordagem e fidelização de clientes e,principalmente, manter o bom humor e osorriso todos os dias. “Deixamos nos-sos problemas em casa e, para os clien-tes, estamos sempre disponíveis e bemdispostas”, resumem.

fazem com que as vendas se mantenhamem patamares elevados.

O departamento, que atende 13 CAse tem volume de venda mensal de apro-ximadamente 60 mil frascos de produ-tos da linha de fermentados (leites fer-mentados tradicional e Yakult 40 e so-bremesa láctea Sofyl), trabalha paraoferecer um atendimento cada vez me-lhor para a clientela da Vila Mariana, se-guindo sempre a filosofia da Yakult, queé a de construir uma sociedade mais sa-dia por meio do consumo de alimentosprobióticos.

Algumas das comerciantes autônomas do local

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Rua Álvares de Azevedo, 210 – Sala 61 – Centro – Santo André – SPCEP 09020-140 – Telefone: (11) 4432-4000 – Fax: (11) 4990-8308e-mail: [email protected]

Em virtude do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mailsrecebidos. Mas a coordenação da revista Super Saudável agradece

a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação.

CARTAS PARA A REDAÇÃO

“Sou acadêmica de Fisioterapia.Tive a oportunidade de conhecera revista Super Saudável e acheimuito interessante seu conteúdo.”Anna Cláudia N. DemariaSão Paulo – SP.

“Sou nutricionista da área clínica econsumidora dos produtos da Yakult hámais de 20 anos. Sempre que possível, indicoo uso de Yakult para os meus pacientes eacredito muito no uso de simbióticos namelhora de inúmeras patologias e condiçõesclínicas decorrentes. Na última edição(Ano VII, nº33- Jan/Mar/2007), forampublicados os artigos “Simbióticospermitem recuperação mais rápida emcirurgia de fígado” e “Lactobacilos têmação positiva em síndrome do intestinocurto”. Por coincidência, trabalho naárea de transplante e cirurgia de fígado eem ambulatório de síndrome do intestinocurto em um hospital universitário.Vocês estão de parabéns com o produtoe com a revista! Ambos são de grandequalidade e cunho científico.”Marcela Pires de AbreuSão Paulo – SP.

“Lendo a revista em consultórios elaboratórios fiquei encantada com asreportagens . Sou portadora de leucemia,

sempre leio tudo a respeito e não chegueia nada que tire as minhas apreensões.”Wladyslava BilobrovecPonta Grossa – PR.

“Tive a oportunidade prazerosa de ler aedição nº33 da revista Super Saudável e asmatérias são excelentes. Congratulações!”José Geraldo Santos de CastroAparecida – SP.

“Conheci a revista Super Saudável emum consultório odontológico e adorei asmatérias sobre Nutrição. Sou nutricionistae gosto de estar me atualizando nosdiferentes assuntos da área.”Juliana de Souza e SilvaToledo – PR.

“Quero parabenizar a todos da redaçãoda revista Super Saudável pelas publicaçõesde conteúdo altamente informativo eeducativo. A revista está superbonita.”Luciana FelixRibeirão Preto – SP.

“Gostaria de passar a receber os exemplaresda revista Super Saudável por considerara sua leitura de fundamental importânciapara os profissionais da área de saúde.”Solon Santos SobrinhoNiterói – RJ.

“Parabenizo a todos pela excelenterevista Super Saudável, que servirá para a realização de pesquisas e trabalhos.A revista traz informações importantese atuais. Sou estudante de Nutrição ea publicação está me deixando muitoatualizada e me ajudando a crescerprofissionalmente.”Jacqueline Alves Pereira dos SantosSão Paulo – SP.

“Sou médica e gostei muito da revistaSuper Saudável. Aguardo ansiosamentea chegada do próximo número.”Cristina CurtoBrasília – DF.

“Gostaria de parabenizá-los pelarevista Super Saudável. Sou profissionalda área de Nutrição e vejo nessapublicação um excelente meio deinformação.”Iraneide MoraisBrasília – DF.

“Conheci a revista Super Saudávelem um consultório odontológico e gosteimuito! Sou fisioterapeuta, trabalho naárea de neurologia infantil e gostariamuito de recebê-la!”Patrícia Ferraz de SouzaCampinas – SP.

CARTAS

�A resolução nº 1.701/2003 doConselho Federal de Medicinaestabelece que as publicaçõeseditoriais não devem conter os

telefones e endereços dosprofissionais entrevistados.Os interessados em obter

esses telefones e endereçosdevem entrar em contato

pelo telefone 0800 13 12 60.