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EDITORIAL

Força e sustentaçãoA última edição de 2009 da revista Super Saudável tem o sistema musculoesquelético como centro das

atenções. Os especialistas ouvidos fazem coro ao afirmar que a saúde desse complexo sistema, fundamental paraa mobilidade, depende principalmente da manutenção de hábitos saudáveis desde a infância, que incluematividades físicas frequentes, atenção às doenças degenerativas – especialmente na idade madura e na velhice –e, ainda, uma alimentação rica em nutrientes como cálcio e magnésio. O tratamento da dor que afeta milhões depessoas em todo o planeta e está, muitas vezes, relacionada ao aparelho locomotor, também merece atençãoespecial dos profissionais de saúde, para que a qualidade de vida esteja cada vez mais preservada.

Os editores

ÍNDICE

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ expediente

4Matéria de CapaO sistema musculoesqueléticomerece atenção especialpara garantir a saúde e amobilidade ao longo da vida

Saúde 11Osteoporose começa apreocupar os homens

Especial 18O presidente daSociedade Brasileirapara o Estudo da Dor,Carlos Maurício deCastro Costa, explicapor que é preciso darmais atenção à dor eincluí-la como quintosinal vital na saúde

Ciência reconhece mais de 300doenças musculoesqueléticase busca soluções para tratá-las

Novo fármaco desenvolvidopela UFRJ visa tratamento maiseficaz da hipertermia maligna

Bancos de Tecidos queremaumentar o número de doaçõese combater a desinformação

Inúmeros estudos indicam queprobióticos e prebióticos ajudama aumentar a absorção do cálcio

Centro de Pesquisas da Yakultdesenvolveu pesquisas sobreefeito dos galacto-oligossacarídeos

Coisas Yakultadas é temade nova campanha da Yakulte destaca leites fermentados

Terapia PsicocorporalMorfoanalítica trata o serhumano como corpo e psique

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Dois recantos de beleza reconhecidosinternacionalmente também guardamparte da história de um Brasil tropical

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A Revista Super Saudável é umapublicação da Yakult SA Indústria

e Comércio dirigida a médicos,nutricionistas, técnicos e

funcionários.

Coordenação geralEishin Shimada

EdiçãoCompanhia de Imprensa

Divisão Publicações

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CapaEric Hood/IstockPhoto

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4Super Saudável

CAPA

Músculos, ossos e articulaçõesdependem de hábitos saudáveispara se manterem íntegros

oAdenilde Bringel

O esqueleto humano é umcomplexo conjunto que temcomo principal função susten-

tar e dar forma ao corpo, as-sim como proteger órgãos vitais

como cérebro, pulmões e coração.Além da sustentação, os ossos ga-rantem a locomoção, a produçãode células sanguíneas e a reserva

de cálcio no organismo. Fortes osuficiente para suportar toda a car-ga do corpo, os 206 ossos que com-põem o esqueleto de um adultonão teriam qualquer função senão estivessem ligados aos mús-culos, considerados a chave detodos os movimentos. Um adul-to possui cerca de 660 músculos,

que constituem um terço do pesototal de uma mulher e quase a me-tade do peso de um homem. Liga-

mentos e tendões completam essamáquina perfeita, porém, a saúde

desse sistema fundamental dependeintegralmente do comportamento decada indivíduo.

Até pouco tempo, acreditava-seque o sistema musculoesquelético eranecessário apenas para a sustentaçãodo corpo. No entanto, mais recente-mente a Ciência constatou que tam-

bém é importante para o metabolismode vários hormônios e substân-cias fundamentais para a manu-

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Renato Maia Guimarães

Eduardo de Melo Carvalho Rocha

sustentaçãotenção do organismo. Estudos já de-monstraram, por exemplo, que um in-divíduo que não pratica atividade físicae tem perda acentuada de massa mus-cular está mais propenso a desenvolverdiabetes, hipertensão e doenças tireoi-dianas. Até mesmo na Doença Pulmo-nar Obstrutiva Crônica (DPOC) há in-dícios da participação de fraqueza mus-cular esquelética, segundo pesquisas de-senvolvidas por Killian e colaboradores,os primeiros autores a considerar possí-vel acometimento do sistema musculo-esquelético na DPOC.

“Isso ocorre, entre outras razões, emdecorrência de um aumento da resistên-cia periférica”, explica o fisiatra Eduar-do de Melo Carvalho Rocha, presidenteda Sociedade Paulista de Medicina Físi-ca e Reabilitação, ao acrescentar que épor esse motivo que quando os idososcaem podem surgir problemas pulmo-nares, circulatórios e cardiovasculares,que, muitas vezes, levam à morte. O es-pecialista lembra que o ser humano per-

de 1% de massa muscular ao ano após aquarta década de vida, processo conhe-cido como sarcopenia e que é aceleradocom o sedentarismo. Isso significa que,aos 80 anos, um indivíduo perdeu de40% a 50% da massa muscular, o quefavorece quedas e doenças degenerativasde cartilagem, como a artrose.

A massa óssea é outra estrutura bas-tante prejudicada pela passagem dotempo, pois perde paulatinamente cál-cio e rigidez. Além disso, com o passardos anos o corpo perde água, e uma dasconsequências é a diminuição da espes-sura dos discos intervertebrais. Com dis-cos mais finos há menor mobilidade nacoluna vertebral, o que também podetrazer consequências danosas à saúdedo sistema musculoesquelético. Porém,segundo o professor de Educação Físicae presidente do Grupo de Estudos Avan-çados em Saúde e Exercícios, de Bra-sília, Paulo Gentil, já se sabe que mui-tos efeitos negativos que acompanhamo avanço da idade estão mais relaciona-dos à inatividade do que às alteraçõesbiológicas.

“Existem diversos estudos mostran-do que o sistema musculoesquelético doidoso preserva sua capacidade de adap-tação, mesmo após os 90 anos de ida-de”, afirma. O especialista conta que há,inclusive, pesquisas demonstrando queidosos possuem a mesma capacidade deganhar força e massa muscular que osjovens, desde que o treino seja adequadoe o organismo esteja estimulado corre-tamente. Paulo Gentil lembra, entretan-to, que existem tecidos, como o ósseo,que têm menor velocidade de resposta.Portanto, especialmente para os ossos,prevenir ainda é considerado o melhor

remédio. “A prevenção é a grande estra-tégia para evitar que os problemas mus-culoesqueléticos ocorram, especialmen-te por causa do envelhecimento”, con-corda o chefe do Centro de Medicina doIdoso do Hospital Universitário da Uni-versidade de Brasília (HU-UnB), RenatoMaia Guimarães.

Complexidade – O professor PauloGentil explica que todos os componen-tes do sistema musculoesquelético sãoextremamente complexos, porém, os-sos, ligamentos e tendões são os maisdelicados para se trabalhar. “Os ossos,porque o tempo necessário para se ge-rar um saldo positivo no metabolismodesse tecido é muito lento e a capacida-de de regeneração cai bastante com oavanço da idade. Já tendões e ligamen-tos são tecidos relativamente pouco es-tudados e ainda há muitos mitos sobreque efeitos o treinamento pode exercersobre eles”, reforça o especialista.

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CAPA

Sedentarismo é o maior vilãoA regra básica para manter íntegro o

sistema musculoesquelético é aliar ati-vidade física com alimentação saudável.A receita parece simples, mas, em todo omundo, ainda há milhões de sedentá-rios, que poderão desenvolver diferentesenfermidades, inclusive nos ossos e nasarticulações, principalmente com o pro-cesso de envelhecimento. A pesquisa Vigi-lância de Fatores de Risco e Proteção paraDoenças Crônicas por Inquérito Telefôni-co (Vigitel), coordenada pelo Ministérioda Saúde em 2008 com 54.353 pessoas(21.435 homens e 32.918 mulheres),confirma essa estatística. O estudo, reali-zado em 27 cidades brasileiras, apontouque apenas 16,4% da população avalia-da se considerava ativa.

“O sedentarismo é um dos principaisvilões do sistema musculoesquelético”,assegura o professor Paulo Gentil. Noentanto, a alimentação inadequada comdesequilíbrio de macronutrientes (pro-

teínas, gorduras e carboidratos) e carên-cia de vitaminas e minerais também éum fator importante. Outras atitudes,como a ingestão de álcool – que em ho-mens, por exemplo, prejudica a produ-ção de testosterona –, a ingestão exces-siva de cafeína, que prejudica o meta-bolismo ósseo, o tabagismo e o estressetambém são extremamente adversos pa-ra a integridade musculoesquelética.Para acabar com o sedentarismo, a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS)considera suficiente a prática de 30 mi-nutos diários de atividade física leve oumoderada, por pelo menos cinco dias nasemana, ou 20 minutos diários de ativi-dade vigorosa, no mínimo três vezes porsemana.

“O exercício físico é fundamental tan-to na saúde quanto na doença”, acentuaa presidente da Sociedade Brasileira deReumatologia (SBR), Ieda Laurindo. Amédica explica que a série de metabó-

litos e substâncias liberados durante aatividade física contribuem para a saú-de de ossos, músculos e articulações,além de garantir condicionamento car-diovascular e melhorar os valores decolesterol, entre outros benefícios. “Aperda de massa muscular é que confereaos idosos o aspecto de fragilidade”, res-

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Ieda Laurindo

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As estatísticas são ainda mais preo-cupantes quando indicam o número dequedas sofridas por idosos, em razãode uma série de fatores, entre os quaisas doenças que acometem ossos e arti-culações. Segundo o médico WanderleyMarques Bernardo, coordenador do GrupoTécnico do Projeto Diretrizes da Associa-ção Médica Brasileira (AMB) – iniciativaque envolve sociedades médicas e já defi-niu 280 diretrizes com impactos impor-tantes nas diversas áreas da saúde –, 70%das mortes acidentais de idosos ocorrempor queda, que é um fator indireto paraoutras complicações.

Dados do projeto indicam que 32%das quedas ocorrem com pacientes en-tre 65 e 74 anos, 35% com indivíduosde 75 a 84 anos e 51% com pessoascom mais de 85 anos. Como consequên-cia, 5% desse tipo de acidente resulta emfraturas e de 5% a 10% acaba em feri-mentos importantes que obrigam o pa-ciente a receber cuidados médicos. “Maisde dois terços dos idosos que sofrem que- Wanderley Marques Bernardo

salta. Embora não seja responsável pe-las doenças da idade avançada, a faltade massa muscular prejudica a estabili-dade e a firmeza de movimentos, o quepode levar a quedas.

Renato Maia Guimarães, da UnB,considera a atividade física como umavacina contra a perda de massa muscu-lar e óssea. Os exercícios que mais co-laboram para a preservação dos ossossão aqueles realizados contra resistên-cia, como caminhada e musculação. Jáa natação e o ciclismo são considera-dos ótimos para os músculos e para arespiração. Para Ieda Laurindo, é im-portante escolher uma atividade físicaque realmente dê prazer, porque, docontrário, não será constante e nem sur-tirá o efeito desejado. “Na prática clíni-ca devemos estimular os pacientes a pro-curar uma atividade prazerosa, quepode ser Pilates, Tai Chi Chuan, cami-nhada, musculação ou qualquer outraque os tire da condição de sedentários.Isso porque o exercício deve ser um há-bito de vida e não um momento de sofri-mento”, acrescenta a presidente da SBR.

Postura – Uma das principais causas dedores e problemas musculoesqueléticosé a má postura, geralmente negligencia-da. Segundo o professor Paulo Gentil,por mais que um indivíduo pratique ati-vidade física diariamente, o tempo du-rante o qual exercitará uma determina-da musculatura dificilmente excederá30 minutos por dia. Resta, portanto,23,5 horas durante as quais a posturaserá a principal fonte de exigência paraessa musculatura. “Dessa forma, de nadaadiantará fortalecer e/ou alongar mús-culos específicos se o indivíduo mantiveruma postura inadequada durante o res-to do dia. É uma briga desigual”, sen-tencia, ao enfatizar que aliar os exercí-cios físicos a uma boa postura é funda-mental para manter o sistema muscu-loesquelético saudável.

DIRETRIZES NO CONTROLE DAS QUEDAS

da cairão novamente nos seis meses sub-sequentes”, relata o médico. Mais do queas fraturas, os tombos podem levar a umapiora do declínio funcional, com reaçõescomo insegurança, depressão e isolamen-to, o que se reflete em uma série de pro-blemas para a família. Wanderley Ber-nardo enfatiza que a queda desencadeiauma cascata funcional e a reabilitaçãotende a ser difícil e costuma levar a com-plicações diversas.

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EnInvestir emqualidade

de vida é amelhor forma

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A preocupação com as doenças musculo-esqueléticas que atingem a população mun-dial e produzem redução de mobilidade, co-mo artrose, fraturas e osteoporose, levou a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) a definiro decênio 2000-2010 como a Década dos Os-sos e das Articulações. A iniciativa elencouquatro pilares como foco: doenças crônicasdas articulações, osteoporose, dor na colunavertebral e traumas. Segundo o médico Mar-cos Musafir, ortopedista brasileiro e membrodo Comitê Internacional da Década dos Ossose das Articulações da OMS para a área de trau-ma, o fundamental para mudar o quadro atualé o investimento em educação médica conti-nuada, para atualizar os profissionais da saú-de; em recursos materiais para garantir cuida-dos adequados dos doentes e em promoção eprevenção de riscos.

Década voltada aosossos e às articulações

CAPA

“A independência de uma pessoa está vin-culada à sua mobilidade musculoesquelética.Poder se mover é fundamental”, reforça o mé-dico, ao contar que todos os países membrosda Organização das Nações Unidas (ONU)participam da ação, e aproximadamente 100já organizaram comitês locais para a repro-dução das iniciativas, adaptadas às culturaslocais. Entre as ações já implementadas es-tão o despertar da atenção mundial aos ris-cos do trânsito, a promoção de acesso uni-versal a tratamentos, a reforma e ampliaçãodo ensino na área musculoesquelética nas fa-culdades de Medicina e recomendações postu-rais e de atividades periódicas. O médico con-firma que os traumas – incluindo fraturas detodos os tipos – são os problemas mais preva-lentes no mundo, além de lombalgias, artrosee osteoporose. Milton Helfenstein Junior

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em mulheres”, exemplifica o professor as-sistente de Reumatologia da UniversidadeFederal de São Paulo (Unifesp), MiltonHelfenstein Junior, supervisor do Ambu-latório de Fibromialgia da instituição. Adoença, que causa dor difusa, atinge 2,5%da população brasileira e é mais frequen-te no sexo feminino, pode gerar constipa-ção intestinal e dificuldade de memória.

Dentre as doenças musculoesquelé-ticas mais frequentes estão osteoartro-se, lombalgia, artrite e dores mus-culares crônicas. Dados doMinistério da Saúde indicamque as doenças reumáticassistêmicas são a segundamaior causa de afastamen-to temporário do trabalho ea terceira razão de aposenta-doria precoce por invalidez.Das reumáticas, o lúpus erite-matoso sistêmico e as vascu-lites, como a doença de Takayu-su e a arterite temporal, estão en-tre as mais graves. Um mesmo pro-blema pode ter apresentações dis-tintas, principalmente quando setrata de doença crônica, em que ameta não é a cura, mas o controle daprogressão e o alívio da dor. “Isso difi-culta o diagnóstico, mas exames de ima-gem, laborato-riais e funcio-nais podemauxiliar”, dizCarlos AlbertoIssa Musse, mé-dico fisiatramembro da

Sociedade Brasileira de Medicina Físicae Reabilitação, e professor adjunto da Fa-culdade de Medicina da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul(PUC-RS).

MEDICINA

ativas e saudáveisgrenagens

Karina Candido

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�P Produto de milhões de anos de evolu-ção, a postura ereta é o que diferencia ohomem de todos os animais, no entanto,desde que foi adotada, o tornou mais vul-nerável a problemas musculoesqueléti-cos. O mau posicionamento ao dormir eerguer objetos pesados, vícios posturais,depressão, estresse, problemas mecânicosda coluna vertebral, falta ou excesso deatividade física são práticas que contri-buem para o desenvolvimento de doençasdo aparelho locomotor, sendo o sedenta-rismo o maior risco evitável nas dores crô-nicas desse sistema. Alguns problemastambém ocorrem devido ao envelheci-mento ou por predisposição imunológicae genética. Estimativas apontam que umaem cada quatro pessoas que recorrem aum médico tem sintomas de problemasmusculoesqueléticos e 85% da populaçãoviverá ao menos um episódio de lom-balgia ao longo da vida. A boa notícia éque há amplo arsenal terapêutico parareverter esses males. Para tanto, o diag-nóstico precoce e preciso é fundamental.

Já foram descritas mais de 300 doen-ças que afetam ossos, articulações, mús-culos, ligamentos e tendões, em ambosos sexos e diversas faixas etárias e que,muitas vezes, não se restringem ao siste-ma musculoesquelético. “Enquanto a fe-bre reumática acomete mais crianças epode atingir também o coração, a artri-te gotosa é nove vezes mais prevalenteem homens, e a síndrome de Sjögren,desordem autoimune associada a distúr-bios reumáticos, ocorre principalmente

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Conviver com dor musculoesqueléti-ca difusa crônica, não inflamatória e quemigra por diversas partes do corpo não éum problema exclusivo de adultos. Da-dos do Colégio Americano de Reumato-logia apontam que 25% dos casos de fi-bromialgia começam na fase pediátrica.Estudo realizado pelo Instituto da Crian-ça do Hospital das Clínicas da Faculda-de de Medicina da Universidade de SãoPaulo (IC/HC-FMUSP), que avaliou 900alunos entre 10 e 18 anos de idade de es-cola particular do Estado de São Paulo,constatou que 40% tinham dores musculo-esqueléticas. Desses, 4% disseram ter dordifusa (acima e abaixo da região umbili-cal e nos hemicorpos direito e esquerdo) epelo menos 1% enquadrou-se nos crité-rios para diagnóstico de fibromialgia, em-bora nenhum estivesse em tratamento.

O professor livre-docente do Departa-mento de Pediatria da FMUSP e médicoresponsável pela Unidade de Reumato-logia Pediátrica do Instituto da Criança,Clovis Artur Almeida da Silva, ressaltaque o resultado da pesquisa alerta paraa existência de fibromialgia na faixa etá-ria pediátrica e evidencia ainda mais a im-portância de pais e pediatras valorizaremas reclamações das crianças. “Os sinto-mas se assemelham aos de outros proble-mas e podem não ser tão claros em umaprimeira consulta, por isso, é fundamen-tal que o pediatra desconfie, pesquise apresença dos 11 pontos dolorosos (tenderpoints) entre os 18 pontos preestabeleci-

MEDICINA

Carlos Alberto Musse

SENSIBILIDADE

dos e faça acompanhamento periódico dacriança”, orienta. A fibromialgia é inca-pacitante e compromete relações interpes-soais, rendimento escolar e brincadeiras.

Embora as causas da síndrome, cujodiagnóstico é exclusivamente clínico, nãosejam tão claras, estudos demonstram quefatores genéticos, ambientais e compor-tamentais podem influenciar. Clovis Sil-va acredita que a fibromialgia juvenilacometa principalmente crianças commúltiplas atividades e responsabilidades,que se cobram muito porque querem daro melhor de si, o que propicia estresse eleva à dor muscular. A doença atinge en-tre cinco e sete vezes mais as meninas.Já está comprovado que atividade físicasupervisionada, três vezes por semana,reduz dor, sono e cansaço e, por isso, éindicada para o tratamento, que tambémenvolve psicoterapia e terapia cognitivacomportamental.

Fibromialgia infantilFibromialgia infantil

Os exames de imagem e estudos ele-trofisiológicos, como a eletroneuromiogra-fia, agregam qualidade e precisão ao diag-nóstico. Entretanto, os especialistas afir-mam que tais procedimentos devem serencarados como métodos complementa-res, porque o raciocínio clínico é sobera-no. Segundo Carlos Alberto Musse, a prin-cipal orientação para o médico deve ser aavaliação clínica, habilidade que não podeser substituída pelo mais sofisticado exa-me. Milton Helfenstein, que também émembro da Sociedade Britânica de Reu-matologia, destaca a importância do diag-nóstico precoce.

No caso da artrite reumatoide, que atin-ge 1% da população, os primeiros dois anosde manifestação são os mais críticos, poisé nesse período que a doença poderá dei-xar sequelas irreversíveis se não for trata-da. A conduta médica envolve esclarecerdúvidas dos pacientes, que barreiras po-dem comprometer a eficácia do tratamen-to, quais são os efeitos colaterais dos me-dicamentos e como detectá-los em tempohábil para não causar transtornos. O trata-mento inclui, ainda, suporte psicológico, as-pectos farmacológicos, fisioterapêuticos erecreacionais, como atividades físicas querespeitem os limites do paciente.

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Clovis Artur Almeida da Silva

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SAÚDE

Perigo para osApesar da

predominâncianas mulheres,a osteoporoseatinge índicespreocupantes

também nosexo masculino

Juliana Fernandes

O aumento da expectativa de vida no mun-do pode ser atribuído aos avanços da Ciên-cia, no entanto, a longevidade propiciada peladescoberta de novos fármacos e técnicas dediagnóstico também traz inúmeros desafiosà Medicina, relacionados principalmente aoaumento na incidência de enfermidades crô-nico-degenerativas. Uma delas é a osteoporosesenil, subdivisão da doença relacionada à ida-de avançada que pode atingir tanto as mulhe-res quanto os homens, embora não exista tradi-ção de pensá-la como uma enfermidade mas-culina. No Brasil, o estudo The Brazilian Osteo-porosis Study (Brazos), realizado recentemen-te pela Universidade Federal de São Paulo (Uni-

homensfesp) com 2.420 indivíduos de ambos os sexos,com idade acima de 40 anos, apontou que apro-ximadamente 85% dos homens vítimas de fra-turas por baixo impacto desconheciam o diag-nóstico de osteoporose.

O resultado não surpreende Salo Buksman,geriatra e coordenador do Programa de Osteo-porose Masculina do Instituto Nacional de Trau-matologia e Ortopedia (Into), do Rio de Janei-ro. “Os profissionais da saúde têm de estar maisconscientes sobre a osteoporose masculina, ca-da vez mais discutida em publicações científi-cas”, alerta. Em 2005, Salo Buksman coorde-nou pesquisa com 712 homens com idade su-perior a 50 anos. Enquanto estudos norte-ame-ricanos, canadenses e suecos apontam preva-lência em torno de 6% a 8% de osteoporose noquadril entre os homens, o estudo brasileirodetectou índice de 12%. O resultado pode in-dicar um deficiente consumo de laticínios, prin-cipal fonte de cálcio, tendo como uma das ra-zões o baixo poder aquisitivo. “Há evidênciasde que o nível socioeconômico estaria relacio-nado à prevalência da doença”, diz o médico.

Dados internacionais estimam que o índi-ce de mortalidade masculina no ano seguinteà ocorrência de fraturas osteoporóticas de fê-mur é o dobro da feminina: 35% contra 17%.Segundo o especialista, como as quedas ocor-rem mais tardiamente nos homens, pois têmossos mais resistentes, a possibilidade de com-plicações é maior. Para evitar o problema, oshomens devem ser submetidos à densitometriaóssea a partir dos 70 anos. Para as mulheres, aindicação do exame é a partir da instalaçãoda menopausa. Antes disso, porém, a densito-metria óssea é indicada em casos de fratura portraumas de pequena intensidade ou na presen-ça de fatores de risco à osteoporose secundária,subtipo da doença que independe da idade eestá vinculado à presença de enfermidades reu-matológicas, nefrológicas, endócrinas e, ainda,Salo Buksman

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Fabio Ravaglia

SAÚDE

APNEIA E BAIXA DENSIDADE ÓSSEA

Fragilidadeprecoce

Homens que sofrem de apneia do so-no podem ter maior propensão à baixadensidade mineral óssea. Esta é a con-clusão preliminar de um estudo da Secre-taria Estadual de Saúde de São Paulo,

realizado no Ambulatório Médi-co de Especialidades (AME)

Interlagos, na zona sul dacapital paulista. Entre se-tembro e dezembro de2008, 20 mulheres e 16homens, com idade en-tre 58 e 63 anos e que játratavam a apneia, pas-

ao uso prolongado de corticoides e anticonvulsivantes, entre ou-tros medicamentos relacionados à perda de massa óssea. Maisuma indicação para a suspeita da enfermidade é a diminuiçãoda altura, provocada por pequenos achatamentos nas vértebras.“É o único sinal visível da doença, que é assintomática”, orientaSalo Buksman.

Desconhecimento – Outra pesquisa brasileira realizada peloInstituto Ortopedia & Saúde, organização não governamentalde São Paulo presidida pelo ortopedista Fabio Ravaglia, reuniu250 homens e 250 mulheres com idade superior a 65 anos emostrou que 80% do público masculino nunca havia feito exa-mes específicos dos ossos, enquanto entre as mulheres o índicefoi de 18%. A pesquisa foi apresentada na 10ª edição do Con-gresso Efort, da European Federation of National Associationsof Orthopedics and Traumatology, em junho.

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Alguns fatores também podem pre-dispor crianças e adolescentes à osteo-porose, como doenças do colágeno, re-nais ou hepáticas, uso prolongado e emaltas doses de corticoides ou, ainda, en-fermidades como a osteogênese imper-fecta, doença de etiologia genética emque há comprometimento do materialcolágeno ósseo. No entanto, mesmo semdoenças associadas, a mineralização

óssea nessas faixas etá-rias pode ocorrer deforma insatisfatória.Alguns estudos condu-zidos pela equipe da

professora Tamara BeresLederer Goldberg, do De-

partamento de Pedia-tria da Faculdade

Rafael Montenegro Rodrigues

de Medicina de Botucatu da Universida-de Estadual Paulista (Unesp), no interiorde São Paulo, investigam a correlaçãoda ingestão dietética de cálcio com amineralização óssea durante a puberda-de. “A infância e a adolescência são con-sideradas os períodos de maior aumentona massa óssea. É durante a puberdadeque os adolescentes acumulam entre 40%e 60% da massa óssea total”, indica.

Em um dos estudos, de 2004, 61 me-ninos, de 10 a 19 anos, foram avaliadosquanto à ingestão de cálcio, peso, esta-tura, desenvolvimento dos caracterespubertários e densidade mineral óssea,entre outros fatores. Os resultados mos-traram o período entre 13 e 15 anos comoo mais crítico para aquisição de massaóssea. No momento, o grupo conduz omesmo estudo em meninas. “A questãoé: se eu não atingi o pico de massa óssealá atrás, no futuro conseguirei atingir?Provavelmente não”, alerta a professoraTamara Goldberg, ao acrescentar que asconclusões mostram a necessidade demaior atenção dos profissionais da saú-de com relação à prevenção da doença a

saram por exames de densitometria ós-sea. Aproximadamente 55% das mulhe-res e 56,25% dos homens apresentaramqueda na densidade óssea, mas, uma cor-relação com a apneia do sono, na com-paração entre os resultados da densito-metria e da polissonografia, foi observa-da apenas nos homens. “É possível que,nas mulheres, motivos como alteraçãohormonal tenham peso maior”, avalia ofisioterapeuta Rafael Montenegro Rodri-gues, um dos coordenadores do estudo.

A pesquisa, que deve avaliar mais 200pacientes até 2010, foi eleita um dos três

melhores trabalhos em Medicina do Sonoapresentados no Congresso Europeu dePneumologia, na Áustria, em setembro.“O objetivo é ampliar o rastreamento deoutras doenças como osteopenia/osteo-porose nos pacientes com apneia do sonoe fazer com que os profissionais envolvi-dos no acompanhamento desses indiví-duos olhem para essa questão com maiscuidado”, explica o fisioterapeuta, cujaequipe reúne o otorrinolaringologista Ag-naldo Carlesse, a fonoaudióloga Caroli-na Fanaro Damato e a reumatologistaVirgínia Fernandes Trevisani.

partir dessa faixa etária. Enquanto a me-dicina não encontra uma cura para a os-teoporose, a adoção de um estilo de vidasaudável com dieta equilibrada, exposi-ção moderada ao sol e atividade físicacom impacto adequado pode diminuirem até 40% o risco de desenvolver a doen-ça. Se não evitar, esta atitude poderá re-tardar ou tornar o tratamento menoscomplicado nos indivíduos com históri-co familiar, já que o fator genético con-corre com 60% a 80% do incremento dedensidade mineral óssea.

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DKarina Candido

Desde 2004, o Laboratório de Farmacologia doAcoplamento e Excitação-Contração Muscular doPrograma de Desenvolvimento de Fármacos do Insti-tuto de Ciências Biomédicas da Universidade Federaldo Rio de Janeiro (UFRJ) estuda o desenvolvimentode um novo fármaco para tratamento da hipertermiamaligna (HM). A doença, de natureza farmacogené-tica do músculo, se manifesta durante anestesia geralcom uso de anestésicos inalatórios e pelo relaxantemuscular succinilcolina, e causa morte em mais de70% dos casos. Além de não estar disponível em ne-nhum país, o novo fármaco, denominado azumolene,tem a vantagem de ser 30 vezes mais solúvel que o dan-trolene sódico, única substância até então disponívelpara tratamento da enfermidade. A pesquisa avalia aeficácia do azumolene para reverter a crise de HM emanimais geneticamente suscetíveis, bem como sua se-gurança para que, em breve, possa beneficiar pacien-tes portadores de hipertermia maligna.

Sintetizado pelo Laboratório Cristália, o azumo-lene foi encaminhado para testes que comprovarampotência equivalente à do dantrolene. A eficácia donovo fármaco em reverter a crise de HM foi confirma-

SoluçãoCientistasbrasileiros

testam eficáciade um novo

fármaco paratratamento da

hipertermiamaligna

rápida e segura

PESQUISA

da em porcos portadores da doença, em estudo reali-zado em colaboração com o Departamento de Zoo-tecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e emmúsculos esqueléticos de pacientes com o problema.Nos animais tratados houve remissão imediata dacrise e todos sobreviveram. Segundo o professor titu-lar do Programa de Desenvolvimento de Fármacos doInstituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e coor-denador do trabalho, Roberto Takashi Sudo, a difi-culdade de preparação do dantrolene, que necessitado envolvimento de duas pessoas para solubilizá-lo, eo alto volume administrado em solução aquosa ao pa-ciente – que chega a aproximadamente 500ml –, sãooutros fatores de desvantagem do uso da substânciaem relação ao novo medicamento. “O azumolene re-duzirá o volume para cerca de 15ml, o que propiciaráum tratamento mais rápido e seguro”, revela.

O estágio pré-clínico da pesquisa, que tambémenvolveu estudos de segurança e toxicidade, já foi con-cluído. Os próximos passos são o desenvolvimento deformulação do azumolene e o ensaio clínico fase I.Nessa etapa, o medicamento será testado em volun-tários e passará por análise de sua farmacocinética.Roberto Takashi Sudo e sua equipe esperam que aindústria química e farmacêutica desenvolva meto-dologia de síntese do azumolene em quantidade in-dustrial e que o medicamento seja uma substância se-gura tanto para administração aguda quanto prolon-gada. “Nosso interesse é colaborar com o desenvolvi-mento de um produto brasileiro, de fácil manuseio eestocagem, e com preço acessível”, enfatiza o profes-sor, que também coordena o Centro de Diagnóstico eEstudo da Hipertermia Maligna da UFRJ. Com a con-clusão da pesquisa, o Brasil será o primeiro a dispo-nibilizar clinicamente o azumolene, substância espe-rada em vários países, principalmente da Europa. Oprojeto foi apoiado pelo Ministério da Ciência eTecnologia, por meio da Financiadora de Estudos eProjetos (Finep) e do Conselho Nacional de PesquisaCientífica e Tecnológica (CNPq).Roberto Takashi Sudo

14Super Saudável

Divu

lgaçã

o UFR

J

Super Saudável15

INIMIGO SILENCIOSO

A hipertermia maligna é causada por mutação em uma proteí-na do músculo, denominada receptor da rianodina, que a tornaincapaz de regular a concentração intracelular de cálcio. Responsá-vel pela crise de HM, o cálcio acumulado inicia um processo dehipermetabolismo da célula muscular esquelética, condição quegera taquicardia, aumento do consumo de oxigênio e de produçãode gás carbônico, rápida e intensa elevação da temperatura corpo-ral (1oC a cada cinco minutos, podendo atingir mais de 44oC),sinais de destruição muscular (rabdomiólise) e consequentes al-terações bioquímicas e hematológicas que podem evoluir parachoque irreversível e morte.

A doença pode se manifestar na presença de anestésicos ouespontaneamente, durante exercício físico extenuante, sendo queo paciente pode ser totalmente assintomático até o dia da anes-tesia. O diagnóstico é clínico, com o paciente bem monitoradodurante a anestesia, ou laboratorial, no caso de pacientes quesobreviveram à crise, familiares de pacientes que faleceram pelaHM e indivíduos que apresentem sinais clínicos que possam estarrelacionados à doença, como aumento de nível sanguíneo de fos-

focreatinoquinase, má formação osteomuscular, cãibras frequentese hipertermia frequente sem motivo infeccioso.

O diagnóstico laboratorial é realizado pela exposição de bió-psia muscular, retirada da região da coxa, à cafeína e ao halotano.A biópsia é realizada sob anestesia com uso de fármacos que nãoinduzem à crise de HM. O Centro Diagnóstico de Hipertermia Ma-ligna da UFRJ, de referência nacional, realiza o exame gratuita-mente. A incidência da HM varia com a idade e se manifesta maiscomumente no indivíduo jovem.

Geralmente, em crianças com idade inferior a 10 anos ocorreum caso a cada 10 mil/15 mil anestesias e, no adulto, um caso acada 50 mil/100 mil anestesias. “A incidência é aparentementebaixa, porém, são realizadas mais de 10 mil cirurgias por dia noBrasil”, alerta Roberto Takashi Sudo. Se a crise for desencadeadadurante a anestesia deve-se proceder com medidas de resfria-mento do corpo e manutenção da estabilidade hemodinâmica, acom-panhadas de tratamento específico com medicação. O dantrolenesódico, uma vez administrado na veia, atua diretamente na célulamuscular prevenindo a liberação maciça de cálcio.

Crea

tas

16Super Saudável

TECNOLOGIA

dos órgãosDesinformação

e preconceitodificultamdoações

de tecidos

Alémca de 90% dos entrevistados permitiriam aretirada de coração, fígado e rins, o percentualcairia para 83,5% com relação ao tecido ós-seo. Um dos principais motivos alegados e que,na prática, aflige muito as famílias, era o re-ceio da deformação do cadáver. “Entretanto,a legislação regulamentadora da atividade detransplante no Brasil determina a reconstru-ção das áreas envolvidas e o preenchimentodas cavidades com material sintético”, escla-rece Rafael Augusto Prinz, chefe do Banco deTecidos Musculoesqueléticos do Into que, em2008, recebeu apenas 10 doações e, atual-mente, tem em torno de 600 pessoas na filapor um transplante ósseo.

Os tecidos ósseos, captados normalmentede doadores na faixa etária de 18 a 70 anos,são fêmur, tíbia, ilíaco e úmero, utilizados paratransplantes em pacientes portadores de tu-mores ósseos, em cirurgias de revisão de próte-ses de quadril ou joelho, em crianças com de-formidades da coluna vertebral e em pacien-tes odontológicos, entre outros. Além de captaros tecidos, os sete bancos brasileiros creden-ciados pelo Ministério da Saúde – três em São

Alberto Tesconi Croci

oOs transplantes de coração, fígado e rins,entre outros órgãos, e de tecidos como cór-neas ou medula óssea, são frequentementetemas de campanha ou ocupam o enredo denovelas, porém, pouco se discute sobre o pro-cedimento realizado com tecidos musculoes-queléticos, que incluem ossos, cartilagens etendões. A desinformação atinge até estudan-tes universitários da área da saúde, comoconstatado na pesquisa realizada em 2007pelo Banco de Tecidos Musculoesqueléticosdo Instituto Nacional de Traumatologia e Or-topedia (Into), do Rio de Janeiro. A avalia-ção, que envolveu 636 universitários dos cur-sos de Educação Física, Enfermagem, Far-mácia, Fisioterapia, Medicina e Nutrição dasuniversidades fluminenses Estácio de Sá ePlínio Leite, revelou que apenas 26,4% dosentrevistados tinham conhecimento do tema‘transplante ósseo homólogo’.

Outro ponto avaliado foi a hipotética au-torização para doação de órgãos e tecidos deum familiar que viesse a óbito. Enquanto cer-

Juliana FernandesFo

tos:

Divu

lgaçã

o

Super Saudável17

Paulo, dois no Rio de Janeiro, um noParaná e um no Rio Grande do Sul – pro-cessam o enxerto em ambientes esterili-zados de fluxo laminar, armazenam emultracongeladores, onde ossos podempermanecer por até cinco anos e tendõespor até dois, e os distribuem.

O enxerto de tecidos apresenta índi-ces de rejeição baixíssimos. “Em cadaetapa de processamento são colhidasculturas para germes aeróbicos, anaeró-bicos e fungos. O tecido fica, então, emquarentena, sendo liberado para utili-zação apenas depois do resultado nega-tivo de todos os exames anatomopato-lógicos”, explica Alberto Tesconi Croci,chefe do Grupo de Quadril e coordena-dor do Banco de Tecidos Musculoesque-léticos do Hospital das Clínicas da Facul-dade de Medicina da Universidade de SãoPaulo (HC-FMUSP). Antes disso, umaanamnese com familiares do doador ex-clui a doação de tecidos de portadoresde neoplasias malignas, doenças sexual-mente transmissíveis e osteometabólicas,entre outras restrições semelhantes àsexigidas para doadores de sangue.

Biomateriais como substitutos das cirurgias de transplantes ósseos, utilização de célu-las-tronco na regeneração de tecidos e uso de proteínas morfogenéticas que estimulam aformação óssea são algumas promessas futuras para solucionar o problema da falta dedoadores. “Os biomateriais ainda têm um custo muito elevado e falham no suporte a grandesfalhas ósseas. Não se sabe também qual a reação do material no organismo em longoprazo”, alerta Rafael Prinz. Enquanto isso, os enxertos ainda são a melhor alternativa emmuitos casos, como o de Larissa de Menezes Jansen. Portadora de artrite idiopática juvenildesde a infância, a jornalista foi submetida a dois transplantes ósseos para revisão deprótese total do quadril, em 2006, condição que lhe permitiu voltar a caminhar sem auxíliode cadeira de rodas e aliviou as intensas dores. Para contar sua história e incentivar asdoações, Larissa Jansen lançou, em 2007, o livro Diário de um Transplante Ósseo – NaReal, Dois, enviado gratuitamente para todo o Brasil por meio de parceria com o SenadoFederal, mediante encomenda pelo email [email protected].

PERSPECTIVAS FUTURAS

Na tentativa de alavancar o núme-ro de doações de tecidos musculoes-queléticos, o Banco de Tecidos do HC-FMUSP, que tem média de duas capta-ções por mês, implantou em setembrodeste ano o modelo de retirada de teci-do de doadores em óbito por paradacardíaca, pioneiro no Brasil. Ao contrá-

Captações em alta

Rafael Augusto Prinz

rio dos órgãos perfundidos, os ossos po-dem ser doados para que cheguem aobanco até 12 horas depois da morte.“Levando em conta que ocorrem de 830a 850 óbitos anuais nessas condiçõesno Instituto do Coração (Incor) do Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Me-dicina da USP, mesmo considerando o

alto índice de recusa dos familiares eos descartes de material, a expectativaé termos no mínimo o dobro de doado-res mensais com relação ao númeroatual”, acredita Alberto Croci. Com onovo método, um dos objetivos do ban-co é fornecer tecidos ósseos para todoo Estado de São Paulo.

18Super Saudável

ENTREVISTA DO MÊS/CARLOS MAURÍCIO DE CASTRO COSTA

A dor afeta milhões de pessoas em

todo o mundo, apesar do desenvol-

vimento de numerosos medicamen-

tos analgésicos. Como é possível

mudar este quadro?

Há duas maneiras de tentar eliminara questão de uma prevalência maior dedor crônica. Uma seria tratar a causabásica e a segunda seria o tratamentocorreto da condição de dor.

É verdade que, historicamente, a dor

tem recebido pequena prioridade por

parte dos profissionais de saúde?

Isso decorre de várias condições. Aprimeira é o pouco conhecimento teóricoe prático de como tratar a dor, pela ine-xistência da disciplina dor na grade curri-cular dos cursos das faculdades de saúde.O outro aspecto é que há uma facilidadede automedicação na população que fazcom que haja uma conduta errada no usode analgésicos. Além disso, não há, porparte do governo, políticas de combate àdor como existem para combate ao fumo,

ao câncer e à doença cardiovascular, porexemplo. Não há, ainda, uma política queofereça às pessoas, na atenção básica, noposto de saúde, o acesso aos medicamen-tos adequados.

As escolas médicas devotam pouco

tempo a esse tópico?

Isso é uma verdade. Posso dizer por-que sou professor na Universidade Fede-ral do Ceará desde 1980 e temos feitotentativas de transmitir esse conhecimen-to através dos tópicos sobre dor no pri-meiro semestre da Faculdade de Medici-na e no oitavo semestre na disciplina deNeurologia, em que também dou aula,por meio dos grupos de estudantes dedi-cados a isso, que compõem as Ligas deDor. Além disso, essa disciplina é tam-bém ministrada na pós-graduação emFarmacologia (mestrado e doutorado).

Como é o trabalho das Ligas de Dor?

No Brasil existem 34 Ligas de Dorpromovidas pela SBED em diferentes es-

controle da dorA busca pelo

tados, com a tarefa de criar cursos, sim-pósios sobre o tema e campanhas edu-cativas nos hospitais. Participam estu-dantes e outros profissionais que rece-bem aulas com informações sobre aquestão básica da dor e sobre as condi-ções clínicas que envolvem a dor. Essescursos são feitos regularmente. No nos-so congresso, a cada dois anos, os estu-dantes têm participação com sessões arespeito de como conduzir as ligas nosdiferentes estados e sobre os tópicos quedevem ser abordados.

Já há resultados concretos?

Sim, porque os profissionais come-çam a ficar atentos ao problema, por issoprocuram os congressos e simpósios. Te-mos uma tradição de nove anos chama-da Sábado da Dor, promovida pela SBEDcom apoio do Laboratório Cristália. É umevento que ocorre a cada ano em seis lo-cais diferentes do Brasil, e é um dia dedi-cado à dor, de manhã e de tarde. A cadaano escolhemos quais as novas cidades,

que a dor seja incluída como quinto sinal vital nas institui-ções de saúde. Além disso, desenvolve ações para orientare sensibilizar médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e ou-tros profissionais da área para a importância da dor. Nestaentrevista exclusiva, o presidente da SBED, conselheiro daAssociação Internacional para o Estudo da Dor e professortitular de Neurologia e Neurofisiologia da Universidade Fe-deral do Ceará (UFC), Carlos Maurício de Castro Costa,afirma que a avaliação da dor deve ser visível o suficientepara garantir uma intervenção que melhore o estado geraldo paciente e diminua o tempo de hospitalização.

AAdenilde Bringel

‘A dor é uma experiência sensorial e emocional desa-gradável associada a um dano real ou potencial dos teci-dos, ou descrita em termos de tal dano.’ A definição daAssociação Internacional para o Estudo da Dor resume oproblema pelo qual milhões de pessoas ao redor do mundopassam diariamente. No entanto, ainda são poucos osprofissionais da saúde que se preocupam realmente em ali-viar a dor dos pacientes. Em busca desse objetivo, a Socie-dade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) trabalha para

Super Saudável19

“ ”e algumas já se candidatam previamentepara sediar. O evento é multidisciplinar(médicos, odontólogos, psicólogos, enfer-meiros, fisioterapeutas e outros) e paraestudantes da área da saúde, com objeti-vo de passar conceitos básicos e abordarcondições clínicas e situações concomi-tantes, como aspectos psicológicos da dore uso de acupuntura, entre outros.

Os profissionais desconhecem o

impacto da dor sobre os pacientes?

Acredito que sim. E, veja bem, a dorrepercute tanto no sofrimento do pacien-te quanto na parte financeira do hospi-tal – pela hospitalização prolongada – eno uso de medicamentos que podem sermais caros, como a morfina colocada di-retamente no canal vertebral ou o uso deadesivos que contêm morfina. Com isso,o tratamento se torna ainda mais caro.Portanto, o controle da dor não só vaimelhorar a qualidade de vida do paci-ente como vai possibilitar economia noscustos da saúde.

De que maneira os médicos podem ava-

liar a dor de cada indivíduo de modo a

aliviá-la?

Com medidas das mais simples àsmais complexas. As mais simples consis-tem em enumerar de 0 a 10 o grau da dor.Os médicos podem medir isso por meio deuma escala numérica, na qual 0 signifi-ca nenhuma dor e 10 dor insuportável, epor escala analógica que tenha apenasos números 0 e 10. Neste caso, o pacien-te coloca um traço mais próximo do 10ou mais próximo do 0 para indicar pio-ra ou alívio da dor. Essa é a medidamais simples. No entanto, dada a com-plexidade do ser humano, há necessida-de de fazer uma avaliação mais comple-ta, vendo aspectos psicológicos e de per-sonalidade, as experiências que o pacientejá teve com dor, se há uma cronificaçãodaquela condição... E tudo isso deve seranalisado por uma equipe multidiscipli-nar composta por médicos, odontólogos,psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas eoutros profissionais. Dessa maneira é que

se pode ter uma avaliação mais comple-ta. Naturalmente que há uma grandevariedade, porque cada pessoa é diferen-te, cada pessoa tem seu passado e sua per-sonalidade específica, e isso faz com quea expressão de dor seja diferente. Inclusi-ve culturalmente há diferença. Por exem-plo, os latinos têm uma cultura de maiorexpressão de emoção e os escandinavostêm menor expressão de emoção, e isso dáuma diferença na forma de expressar ador também.

A SBED objetiva estabelecer a dor

como ‘quinto sinal vital’. Por que

isso é importante?

Os sinais vitais medidos nas institui-ções de saúde são respiração, pulso, pres-são e temperatura. Os enfermeiros fa-zem este controle com os pacientes vá-rias vezes ao dia, mas não anotam a dordesses pacientes. E um trabalho da SBEDé tentar inserir nos hospitais essa práti-ca de anotar o quinto sinal vital, com ouso da tabela sobre a qual falei. Se hou-

Divulgação

A dor repercute tantono sofrimento do

paciente quanto noscustos da saúde

20Super Saudável

“ ”

ver essa prática, o médico será atraídopara essa questão. Com isso, o pacientevai se beneficiar e o hospital também,pelas razões que já mencionei. É impor-tante a implantação e, para isso, usamosmuito as Ligas de Dor, que são sediadasem hospitais e hospitais universitários,para tentar implantar essa conduta.

O trabalho é recente?

É praticamente recente, mas o avan-ço é pequeno. Há uma resistência paraisso. É incrível, mas temos de ficar o tem-po todo colocando essa avaliação da dorcomo algo necessário, importante. Oshospitais começam a desenvolver essaprática e, em seguida, param e vão esque-cendo. E temos de começar o processo deconvencimento de novo.

Isso reforça a tese de que os profis-

sionais de saúde ainda não estão tão

preparados para lidar com a dor?

Com certeza. Temos de mudar esseconceito e é um trabalho incessante e lon-go. Para nós, as Ligas de Dor são a semen-te, porque são profissionais que vão sairda faculdade com outra visão. Temos demultiplicar essas ligas, porque é delas quepoderemos ter esses frutos mais adiante.

Quais são as dores mais importan-

tes do ponto de vista clínico?

Cefaleia, dor lombar e dores articu-lares, as duas últimas relacionadas aosistema musculoesquelético.

Algumas das doenças musculoesque-

léticas causam dores constantes e pre-

judicam a qualidade de vida. De quais

recursos a Medicina dispõe para aliviar

esses problemas?

Para as dores musculoesqueléticasexistem os anti-inflamatórios, principal-mente, mas essa questão, que parecia tersido resolvida quando surgiram os ini-bidores da Cox-2, como o Vioxx e ou-tros, voltou a ser um problema quando

esses medicamentos foram retirados domercado. Isso ocorreu porque começoua aparecer um efeito colateral importantena área cardíaca. Mas a questão é detempo de uso, porque algumas popula-ções usaram esses compostos de manei-ra longa e esses efeitos colaterais surgi-ram espontaneamente. O bom senso éque vai guiar o uso do anti-inflamatório,associado a outros analgésicos, opioidese não opioides, e de outras medidas físi-cas não farmacológicas, que podem aju-dar a diminuir a dor, a dose e o tempode prescrição do anti-inflamatório.

Exercícios físicos são importantes?

Sem dúvida, os exercícios físicos sãoelementos que melhoram a qualidade devida do paciente, porém, temos de aliar avárias outras técnicas, como fisioterapia,estimulação transcutânea, que é o TENS,acupuntura, tratamento psicológico, usode calor e várias outras medidas que po-dem fazer com que se use menor quanti-dade de anti-inflamatório e se obtenhao efeito desejado.

A dor crônica pode ser afetada pelo

lado psicológico?

Sim, a dor crônica está bastante as-sociada à depressão. Claro que essa con-dição tem base em alterações no sistemanervoso central e é preciso avaliar melhoro paciente dentro dessa área psicológi-ca. Além disso, existe também a dorpsicogênica, que é um sintoma pelo qualo paciente tenta se comunicar para obteroutras coisas de que necessita para sua

personalidade, para resolução de confli-tos psicológicos e outros.

Quais são as doenças musculoesque-

léticas que mais causam dores?

A lombalgia é a principal. No Brasil,a dor lombar atinge 10 milhões de pes-soas, com prevalência de 4% a 5%, devi-do a muitos fatores, muitas causas. Ou-tro problema é a dor miofascial, queatinge a fáscia, um tecido conjuntivo queenvolve musculatura e articulações, e tam-bém é uma das causas comuns de dor.Tem também a artrite reumatoide e aartrose. O lúpus pode ser consideradodoença musculoesquelética apenas comosintoma, pois é uma doença autoimuneque pode se expressar de várias manei-ras, inclusive com situações dolorosasna área musculoesquelética.

E a fibromialgia?

A fibromialgia não é consideradadoença musculoesquelética, pois é umconjunto que tem expressão de dor difusano corpo todo, associado à fadiga, aodistúrbio do sono e à depressão. Por-tanto, é um compêndio de sintomas, masnão existe uma característica de doençaespecífica como na artrite reumatoide,por exemplo, para a qual existem os mar-cadores no sangue para dosar e avaliarse há atividade maior ou menor. Para afibromialgia não existe exame labora-torial que confirme a doença.

Os médicos deveriam estar mais pre-

parados para diagnosticar doenças

mais complexas como essa?

Em princípio sim, mas, às vezes, acondição é muito obscura e, mesmo comesforço maior, o médico não consegueser ‘expert’ naquela doença. Sempre vaihaver limitações. Vai depender muito doavanço do conhecimento científico na-quela condição para que os médicos te-nham uma ideia mais concreta. Porexemplo, na área neurológica, na qual eu

ENTREVISTA DO MÊS/CARLOS MAURÍCIO DE CASTRO COSTA

Temos de ficar todoo tempo colocandoessa avaliação da dor

como necessária

Super Saudável21

“ ”

atuo mais e na dor neuropática – causa-da por lesão do sensitivo, ou seja, nervo,medula ou cérebro na área da sensibili-dade – os mecanismos são muito varia-dos e é difícil tratar, porque não se sabecom quais mecanismos estamos lidandocom aquele determinado medicamento.Isso vai depender de muita pesquisa ain-da, para esclarecer qual o melhor medi-camento naquela situação específica, na-quele paciente. Essa é a dificuldade.

Há dados estatísticos sobre a dor?

Um artigo publicado no EuropeanJournal of Pain, em dezembro de 2006,por um pesquisador chamado Breivik ecolaboradores, apresentou resultado depesquisa sobre a dor. A pesquisa foi feitacom 4.839 pessoas em 15 países europeuse Israel. A conclusão era de que a preva-lência da dor crônica era de 19%. A dorcrônica é aquela que dura acima de trêsmeses. No Brasil existem dois estudosmais importantes, ambos de 2008. Umfoi feito em São Paulo e identificou aprevalência de dor crônica em 28,7% dapopulação pesquisada. O outro estudo,feito em Salvador, Bahia, por Sá e cola-boradores, e publicado na revista Painnúmero 139 (pags. 498 a 506), indicoua prevalência de dor crônica de 41, 4%.

Esses índices estão muito além do

que a Medicina espera?

Sim, os números isolados. Mas a mé-dia que se fala, no mundo, é em torno de30%. Esses que estão para mais ou paramenos são variáveis.

A dor crônica costuma ser constante?

Não sempre. A dor também pode serintermitente, como a enxaqueca.

Como cada indivíduo pode contribuir

para diminuir as dores causadas por

doenças musculoesqueléticas?

Individualmente as medidas são, pri-meiro, procurar um profissional que te-

nha visão multidisciplinar do tratamen-to. Segundo, o indivíduo deve buscar me-didas de enfrentamento da sua dor, des-de ações de qualidade de vida e hábitosde vida até crença, fé. Todos esses aspec-tos são válidos.

Os cuidados alternativos são impor-

tantes, como acupuntura, Pilates?

Sem dúvida. E aí a própria pessoa vaiidentificando de onde tira maior lucroentre essas medidas. Existe uma área notronco cerebral com neurônios que fazem

o controle descendente inibitório da dor.Esse sistema inibitório é comandado pe-las outras áreas mais altas do cérebro.O pensamento positivo pode acionar ouinibir esse controle inibitório, o que podemelhorar ou piorar o quadro de dor.Portanto, o estresse e o pensamento ne-gativo podem piorar, mas o pensamen-to positivo e a esperança podem fazercom que haja uma melhora. O pacientetem de ser ativo, não pode ser passivo.

O trabalho da SBED objetiva, funda-

mentalmente, diminuir a dor dos

pacientes?

Sim, com a transmissão de informa-ção através dos congressos, das reuniões,dos simpósios locais, do trabalho dasLigas de Dor, do Sábado da Dor e dasregionais, que são nossas afiliadas nosestados. Temos 19 afiliadas atualmentee estamos trabalhando para expandirpara outros estados. Também estamostrabalhando em nível de governo para

implantação de portarias que regulem adisponibilização de analgésicos, inclusi-ve morfina, na atenção básica de saúde.

Como os médicos podem ajudar?

É importante que os profissionais desaúde acessem o site www.sbed.org.brpara conhecer os eventos que ocorrem emdiferentes estados e os cursos que são da-dos, inclusive de pós-graduação. É funda-mental que busquem conhecimento paranos apoiarem na batalha da implantaçãona grade curricular, junto ao Ministérioda Educação, da disciplina dor, para tor-nar o conhecimento mais palpável e maisusado pelos profissionais da saúde.

Como está esse processo?

Ainda está menos desenvolvido. Por-que não há legislação e as vias, os ca-nais que tentamos, ainda não se torna-ram eficientes. Contamos que, por en-quanto, as Ligas de Dor nos ajudem nes-se trabalho.

É possível viver sem dor?

A dor fisiológica sim. A dor patológi-ca – inflamatória ou neuropática – de-pende das condições básicas que levam aela, e tem de se tratar essa condição bási-ca. A dor fisiológica é mais passageira edepende de hábitos de vida, de postura,de exercícios físicos... Portanto, é precisocolocar o corpo em movimento para ini-bir essas dores fisiológicas.

O alívio da dor já é visto como um di-

reito humano básico pela Medicina?

Teoricamente sim. Porém, é necessá-rio caminhar mais, porque a implanta-ção desse direito humano virá à medidaque se formar mais o profissional daárea da saúde, para que se conscientizede que a dor deve ser tratada logo. É pre-ciso que os profissionais considerem orisco de que, se a dor não for tratada,poderá se tornar crônica e, com isso, se-rá mais dificilmente controlável.

Se a dor não fortratada pode se

tornar crônica e serámais difícil controlá-la

22Super Saudável

PROBIÓTICOS

Benefími

Digit

al Vis

ion

Super Saudável23

crobiota saudávelIntestino é consideradoórgão chave para aabsorção de mineraispelo organismo

respeitadas revistas mundiais de nutrição,como American Journal of Clinical Nutri-tion e British Journal of Nutrition, têmpublicado inúmeros artigos e suplemen-tos inteiramente voltados à importânciados prebióticos e probióticos para a ma-nutenção da saúde. Entre os estudos es-tão os que demonstram a importânciado intestino saudável para uma melhorabsorção de minerais. Além dos benefí-cios dos microrganismos probióticos, osestudos indicam que as fibras prebióticas(frutanos) – galacto-oligossacarídeos, fru-to-oligossacarídeos e inulina – tambémexercem efeitos positivos, porque favo-recem as bifidobactérias e os lactobaci-los, entre os quais Bifidobacterium breveYakult e L. casei Shirota, assim como esti-mulam seletivamente o crescimento e aatividade dessas bactérias no cólon.

“Isso ocorre porque os probióticosproduzem ácido láctico e ácidos graxosde cadeia curta que alteram o pH do in-testino”, explica a professora associadado Departamento de Tecnologia Bioquí-mico-Farmacêutica da Faculdade de Ciên-cias Farmacêuticas da Universidade deSão Paulo (FCF-USP), Susana Saad. Coma diminuição do pH do cólon ocorre umamelhor solubilização dos minerais, me-lhorando sua absorção pela mucosa in-testinal. A professora doutora Célia Lú-cia de Luces Fortes Ferreira, titular daUniversidade Federal de Viçosa (UFV),em Minas Gerais, e lotada no Departa-mento de Tecnologia de Alimentos da-quela instituição, afirma que há evidên-

cios da

Susana Saad

cias crescentes de que o colón pode ab-sorver nutricionalmente quantidades sig-nificativas de cálcio, e esse processo podeser potencializado pela ingestão de pro-bióticos. “A acidificação do pH do cólonfacilita a difusão passiva e permite queo mineral seja facilmente absorvido pelamucosa”, explica.

Cofatores – A nutróloga Jane Coronaacrescenta que portadores de doenças in-flamatórias intestinais crônicas apresen-tam deficiência de magnésio, de vitaminaD, vitamina K e outros oligoelementosque atuam como cofatores de proteínasda matriz óssea. Com isso, têm um riscomaior de desenvolver osteoporose. “Sa-bemos que uma das causas de perda decálcio é uma alteração do pH no intesti-no e no cólon. A administração de pro-bióticos e prebióticos melhora a absorçãodo cálcio e a densidade óssea”, acentua.

EEntre os minerais mais importantespara a saúde musculoesquelética estãoo cálcio e o magnésio. O cálcio está di-retamente relacionado à formação deossos e dentes, no entanto, sem quanti-dade suficiente de magnésio, o mineralnão consegue se depositar adequada-mente nos ossos. Por ser um cofator re-gulador de enzimas relacionadas ao me-tabolismo, o magnésio precisa estar emproporções adequadas para que umamaior quantidade de cálcio seja arma-zenada pelo organismo. Alguns estudosindicam que um dos fatores que contri-buem para a absorção intestinal de cál-cio é a diminuição do pH intestinal, quefavoreceria a solubilidade dos minerais.

Por isso, cientistas de várias partesdo mundo têm estudado a

ação de probióticos e pre-bióticos no intestino e

a influência na bio-disponibilidade

de minerais, es-pecialmente

o cálcio.As mais

Super Saudável23

Adenilde Bringel

24Super Saudável

PROBIÓTICOS

Além de auxiliar na absorção de cál-cio e de outros minerais, o intestino sau-dável ajuda a diminuir os processos in-flamatórios por meio da estimulação dosistema imunológico. Entre as doençasque podem ser minimizadas com umaalimentação com probióticos estão fibro-mialgia, sarcopenia, osteopenia, artrite,gota, poliartrite reumatoide e espondili-te. “Também é possível diminuir os sin-tomas de artrose, hérnia discal e dasdoenças que afetam as inserções muscu-lares, como tendinite e bursite”, enume-ra a nutricionista e mestranda em Ciên-cia e Tecnologia de Alimentos da Univer-sidade Federal de Viçosa, Joice de Fáti-ma Laureano Martins.

A médica Jane Corona lembra que o

ESTUDOS AVALIAM AÇÃO DE FIBRAS PREBIÓTICAS

Três estudos ‘in vivo’ recentes, desen-volvidos no Laboratório de Nutrição e Mi-nerais da Faculdade de Ciências Farma-cêuticas da Universidade de São Paulo(FCF-USP), comprovaram a ação benéfica

Modulação do sistema imune

ral. Além disso, os animais que consumiram afonte de frutanos apresentaram alteraçõesno lúmen intestinal e na mucosa do intestinogrosso, com diminuição do pH, aumento docomprimento e do número de bifurcações nascriptas intestinais, que podem ter contribuí-do para a melhor absorção do mineral.

Neste ano, Alexandre Lobo realizou pes-quisa de pós-doutorado para investigar a hipó-tese de que os efeitos observados após o con-sumo dos frutanos poderiam ser potenciali-zados se a fonte de lipídeos nas rações dosanimais fosse modificada (a fonte original eraóleo de soja na proporção de 7%). Com isso,foram elaboradas rações contendo 15% deóleo de peixe, no lugar do óleo de soja, e fruta-nos (Raftilose Synergy: 10% nas rações).Após 15 dias de consumo, o pesquisador verifi-cou que a combinação do óleo de peixe com os

Jane Corona

de fibras prebióticas para uma maior retençãode cálcio. Os dois primeiros trabalhos foramrealizados em 2006 e 2007 como dissertaçãode mestrado de Alexandre Rodrigues Lobo,orientado pela professora aposentada do La-boratório de Química e Bioquímica de Ali-mentos Tullia Filisetti, com a colaboração daprofessora Célia Colli, do Laboratório de Nu-trição e Minerais. “No primeiro estudo su-plementamos as rações com 5% de uma fon-te purificada de frutanos (Raftilose P95) everificamos, após 23 dias de consumo, maiorretenção de cálcio e resistência nos ossosdos ratos”, descreve. No segundo estudo foiutilizada fonte não purificada (farinha obtidade raízes de yacón) de frutanos (5% e 7,5%de frutanos nas rações). Após 27 dias, ospesquisadores observaram maior absorção in-testinal de cálcio e retenção óssea do mine-

efeito imunoestimulatório dos probióti-cos se estende para mucosas distantes dotrato gastrointestinal, como o sistemagenitourinário e o sistema respiratório.Com isso, além de todas as doenças in-flamatórias intestinais, também é possí-vel tratar doenças atópicas (incluindoalergias e asma), intolerância à lactose,alergias alimentares, cistite de repetição edisfunções hormonais. “E tudo o mais emque o sistema imunológico esteja envol-vido, porque o intestino é considerado oórgão imunológico mais importante doorganismo. A abordagem da dieta e dasaúde na microbiota intestinal é a ma-neira mais efetiva para se recuperar umequilíbrio imunológico”, enfatiza.

Com relação à fibromialgia, estudos

revelam uma forte relação da doença como excesso de resposta imunitária, uma vezque há uma grande proporção de indiví-duos com a enfermidade que também pos-

24Super Saudável

Célia Colli e Alexandre Rodrigues Lobo

Super Saudável25

frutanos potencializou os efeitos de absor-ção intestinal e retenção mineral nos ossos.A professora Célia Colli comenta que a altera-ção que ocorre na mucosa intestinal dos ani-mais é compatível com uma inflamação, poishá aumento da espessura da parede intesti-nal. “Essa modulação preocupa um pouco, poisnão sabemos o quanto isso é bom”, relata, aoexplicar que o trabalho continua sendo reali-zado para avaliar se ocorrem outras interaçõesentre lipídeos com diferentes proporções deácidos graxos e outros componentes da dietados animais de laboratório.

Outro trabalho, desenvolvido pela douto-randa em Ciência dos Alimentos da FCF-USPLuciana Setaro, envolveu 16 atletas de volei-bol profissional para avaliar se a nutrição emmagnésio poderia interferir no desempenhofísico, no período pré-competitivo e compe-

titivo. “O magnésio é importantíssimo paraa síntese de energia do músculo”, resume.A pesquisadora utilizou registro alimentarde seis dias e coleta de urina 24h comoparâmetros para avaliar a nutrição em mag-nésio. Os parâmetros de desempenho fo-ram altura do salto vertical e carga máxima.“Quatro atletas apresentaram inadequaçãode ingestão de magnésio de acordo com asRecomendações Dietéticas de Referência”,conta. A força máxima aumentou em mé-dia 13,2kg quando o período pré-competiti-vo foi comparado com o competitivo. Acorrelação encontrada entre excreção demagnésio e altura do salto vertical noperíodo competitivo, sugerindo que a nu-trição em magnésio e desempenho físi-co estão relacionados, deve ser aindaavaliada em uma amostra maior.

suem outras infecções. “É o caso dos cha-mados processos alérgicos e doenças au-toimunes, em que o sistema imune pro-duz respostas exageradas ou reconhececomo estranhos componentes do próprioorganismo”, ressalta Célia Lúcia Ferreira.Neste contexto, os probióticos podematuar contra a fibromialgia modulando osistema imunológico. Entre as ações mo-duladoras estão incluídas a ação de subs-tâncias pró-alérgicas e o aumento da pro-dução de substâncias antialérgicas.

“Os sintomas de fibromialgia e fadigacrônica são os mesmos, agravados prin-cipalmente por estresse, traumas emocio-nais, toxinas ambientais e dieta”, definea nutróloga Jane Corona. As aminas tóxi-cas produzidas pelas bactérias intesti-

nais, infecções virais, disfunções imu-nes e endócrinas estão entre os de-sencadeadores dessa fadiga e dorcrônica. Nesses indivíduos ocorre al-teração da permeabilidade intesti-nal, desequilíbrio na microbiota re-sidente, candidíase intestinal, su-perestimulação do sistema imune euma tendência para desenvolveralergias e intolerância a alguns ali-mentos. “A alteração na microbiotaintestinal está associada com doen-ças fora do trato gastrointestinal.Como o intestino é um órgão chavena absorção de minerais, nada émais importante para a saúde ós-sea que uma microbiota saudável”,acrescenta.

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26Super Saudável

na absorção de

ARTIGO CIENTÍFICO

ciado ao aumento da solubilidadedo cálcio e ao conteúdo do lúmenintestinal. Sabe-se que a lactose,que é o principal carboidrato pre-sente em produtos lácteos, estimu-la a absorção do cálcio. Vários ou-tros carboidratos e álcoois de açú-car demonstraram que aumentama absorção de cálcio em camun-dongos. O mecanismo pelo qualesses açúcares interferem no me-tabolismo do cálcio tem sido estu-dado. Conhece-se que a lactose in-terage com células absortivas dointestino aumentando a sua per-meabilidade ao cálcio.

A inulina aumentou a concen-tração de cálcio solúvel no ceco,assim como a absorção do cálciodo ceco também foi mais alta emanimais alimentados com raçãoenriquecida com inulina. A fer-mentação de açúcares diminuiu opH do lúmen intestinal, e essa dimi-nuição do pH melhorou a solubili-dade do cálcio. Os transgalacto-oli-gossacarídeos (TOS) são oligossa-carídeos presentes no leite huma-no, no leite de vaca e nos iogurtescomerciais, que não são hidrolisa-dos no intestino delgado e servemde nutrientes para as bactérias intes-tinais, especialmente as bifidobac-térias, que são reconhecidamentebenéficas à saúde humana. Pode-se supor que o TOS diminua o pHnas partes inferiores do intestino,

Efeitos dos ga

26Super Saudável

oChonan, O., Watanuki, M.

Yakult Central Institute for

Microbiological Research

Os efeitos de oligossacarídeostransgalactolisados (TOS), que sãooligossacarídeos que não sofremhidrólise no intestino delgado e sãofermentados pelas bactérias intes-tinais, sobre a absorção de cálcio,foram investigados durante 10dias em camundongos Wistar ma-chos. As taxas de absorção aparen-te de cálcio e de retenção foramsignificativamente altas em ani-mais alimentados com dietas enri-quecidas com TOS (5 ou 10g/100gde ração). No segundo experimen-to, o ceco foi ligado ‘in situ’ e aabsorção de cálcio foi observadaapós injeção de TOS no lúmen ce-cal. Quatro horas após a injeção, aconcentração de cálcio na veia ce-cal dos camundongos foi significa-tivamente elevada, comparando-seao grupo controle.

A concentração de cálcio nafase líquida do lúmen cecal e o pesoda fase líquida também aumenta-ram pela injeção de TOS no ceco.Embora não se conheça a extensãoda absorção de cálcio do ceco decamundongos alimentados comTOS, sob as condições experimen-tais deste presente estudo o efeitoestimulador sobre a absorção decálcio pode ser parcialmente asso-

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Super Saudável27

aumentando a solubilidade do cálcio eestimulando a sua absorção.

Os pesquisadores analisaram os efei-tos da ingestão do TOS sobre a absorçãode cálcio através do estudo do balançodo cálcio. Para determinar o efeito do TOSsobre a absorção do cálcio no ceco, oTOS foi injetado dentro do lúmen cecal emediu-se a concentração de cálcio naveia cecal dos camundongos. O estudo dobalanço do cálcio foi realizado com 30camundongos da raça Wistar machos dequatro semanas, colocados em ambientecom temperatura controlada de 24 ± 1°Ce umidade de 60 ± 5% e ciclos de 12 ho-ras de luz. Após um período de adaptaçãode sete dias, no qual todos os camundon-gos foram alimentados com ração con-trole, os animais foram divididos em cin-co grupos de seis, com pesos médios pró-ximos. Os cinco grupos foram alimenta-

dos com dietas experimentais e águadeionizadas à vontade por 10 dias. Pesoscorpóreos e ingestão de alimentos foramobservados e anotados a cada três dias.Para o estudo do balanço do cálcio, amos-tras de urina e fezes foram coletadas do8° ao 10° dia. Após o 10° dia, os animaisforam anestesiados com injeção intrape-ritoneal de pentobarbital de sódio (40mg/kg de peso) para remoção do ceco e reali-zação de pesagem. O pH do lúmen cecalfoi determinado pelo microeletrodo devidro que foi inserido no ceco a partir doíleo e posicionado até o meio do ceco. Aparede do ceco foi lavada com soluçãosalina resfriada no gelo, seca em papel defiltro e posteriormente pesada.

A medida da absorção do cálcio a par-tir do ceco foi determinada usando-se 36camundongos machos da raça Wistar dequatro semanas, colocados em gaiolas

lacto-oligossacarídeoscálcio em camundongos

O peso dos animais e a quantidade de ração com TOS ou lactose ingerida não apresentaram diferenças significativas comparadas aogrupo controle. Tanto os pesos do ceco inteiro como do ceco limpo foram significativamente maiores nos camundongos alimentados comração contendo TOS, assim como o peso da parede do ceco. O pH do ceco não se modificou após a ingestão da ração contendo lactose,mas diminuiu com a ração contendo TOS. O estudo do balanço do cálcio mostrou que tanto a absorção aparente como a retenção aparentedo cálcio aumentaram significativamente nos camundongos alimentados com a ração contendo TOS, mas o mesmo efeito não foi obser-vado nos animais alimentados com lactose. A concentração de cálcio na veia cecal foi significativamente elevada nos camundongos duashoras após a injeção de lactose no ceco. Quatro horas após a injeção, a concentração de cálcio nos animais alimentados com TOS foisignificativamente maior do que no grupo controle. Embora a extensão da absorção de cálcio a partir do ceco de camundongos alimentadoscom TOS, em termos de absorção total de minerais, ainda não esteja esclarecida, com base nas observações deste estudo pode-seconcluir que o efeito estimulador do TOS sobre a absorção de cálcio pode estar associado, em parte, ao aumento da solubilidade do cálcioe do conteúdo do fluido do lúmen cecal.

RESULTADOS PROMISSORES

metabólicas individuais. Após alimenta-ção estoque de duas semanas, os animaisforam anestesiados e o ceco foi separadodepois de laparotomia. O ceco foi fecha-do nas extremidades e foram injetadas so-luções de TOS ou de lactose (0,5g/2ml desolução salina). Uma solução salina foiutilizada como controle negativo. Após2 a 4 horas, os camundongos foram nova-mente anestesiados para coleta de amos-tras de sangue da veia cecal a fim de de-terminar a concentração sérica de cálcio.Os pesos do ceco inteiro e da parede doceco, além do pH do lúmen cecal, forammedidos. Porções do conteúdo do cecoforam coletados e armazenados a – 20°Caté a análise de ácidos graxos voláteis. Oconteúdo das outras porções do ceco foicentrifugado a 9.000 x G por 20 minutose os sobrenadantes e os precipitados fo-ram utilizados para análise de cálcio.

Super Saudável27

28Super Saudável

AéCoisas Yakultadas

A nova campanha publicitária da Yakult,intitulada ‘Coisas Yakultadas’, tem como des-taque o famoso frasco de leite fermentado,lançado no Japão e utilizado no mesmo for-mato em mais de 30 países. Conhecida de mi-lhões de consumidores ao longo de mais de40 anos de história no Brasil – a Yakult insta-lou a primeira fábrica no País em 1966 – emais de 70 anos no Japão, a embalagem éum forte ícone que acompanha afetivamentediferentes gerações. Para demonstrar essa re-

PRIMEIRO ALIMENTO PROBIÓTICO DO BRASIL

Em 2001, o Leite Fermentado Yakult foi re-conhecido pela Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, co-mo o primeiro alimento com alegações de pro-priedades funcionais e/ou de saúde do Brasil,depois de a Yakult enviar documentação cientí-fica que comprova a ação benéfica da cepa ca-sei Shirota para a saúde intestinal. Os lactoba-cilos presentes nos alimentos fermentados, pa-ra serem considerados probióticos, têm de serresistentes à passagem pelo suco gástrico epela bile para que possam chegar vivos ao in-

lação tão próxima com o consumidor, o fil-me que está no ar apresenta pessoas reali-zando diferentes atividades diárias, sempreacompanhadas de algum objeto em formatode Yakult.

Entre os personagens está uma família na-dando em uma piscina no formato do Yakult.Além disso, há executivos realizando reuniãoem uma mesa cujo tampo tem o formato doYakult, idosos na sala de estar jogando video-game com tapete na forma do Yakult e crian-

Yakult destacaseu famoso

frasco de leitefermentado

em comercialde televisão

testino. Os efeitos imunológicos dos L. casei Shi-rota – presentes no Leite Fermentado Yakult e noYakult 40 – estão sendo intensivamente estuda-dos há décadas pelos cientistas do Centro de Pes-quisas da Yakult, em Tóquio, que querem descobriroutros benefícios que a cepa desempenha na ma-nutenção do balanço imunológico, através da in-fluência das respostas imunes intestinais.

Estudos já realizados comprovam que osLactobacillus casei Shirota, em comparação àsdemais cepas existentes em produtos à disposi-ção dos consumidores, são mais resistentes às

DESTAQUE

Super Saudável29

ças brincando de amarelinha cujo formato éo do frasco do Leite Fermentado Yakult. Acampanha tem como foco reforçar a infor-mação de que quem ingere o leite fermenta-do Yakult diariamente vive com mais saúdee, portanto, muito melhor. O filme tambémdestaca que a empresa produz o Leite Fer-mentado Yakult, destinado às famílias, e oYakult 40, dirigido especificamente paraadultos de vida agitada e idosos.

Para diferenciar o público alvo, a campa-

nha usou cores. Quando a indicação é deingestão de Leite Fermentado Yakult a pre-dominância é o vermelho, e quando são con-sumidores do Yakult 40 a cor é azul (que lem-bra a embalagem secundária do produto). Amultinacional japonesa investiu R$ 4 milhõesna campanha, que começou dia 1º de setem-bro nos mercados de Curitiba, Belo Horizon-te e Estado de São Paulo, e será veiculada atéoutubro. A campanha foi criada pela GP7 Co-municação + Inteligência de Mercado.

infecções. Além disso, inibem a produ-ção de substâncias nocivas e adsorvem(adsorção é a propriedade de uma subs-tância sólida para atrair e manter, emsua superfície, um gás, líquido ou umasubstância em solução ou suspensão) eeliminam substâncias mutagênicas, co-laborando com a prevenção das doen-ças relacionadas ao estilo de vida. Os L.casei Shirota também demonstraram quepodem colaborar com o efeito antialergênicopor meio da modulação da atividade imune.

barreiras naturais do organismo e conseguem che-gar vivos e em maior quantidade ao intestino. OsLactobacillus casei Shirota, assim como as bifido-bactérias – microrganismos que colonizam a micro-biota intestinal humana – liberam ácido láctico eácido acético e têm a propriedade de ajudar a me-lhorar a atividade intestinal, facilitar a digestãodos alimentos e a absorção de nutrientes, assimcomo ajudar na eliminação de toxinas.

Os probióticos contribuem, ainda, para inibir odesenvolvimento das bactérias nocivas à saúdeintestinal e, consequentemente, ajudar a prevenir

tema de campanha

30Super Saudável

VIDA SAUDÁVEL

CorpoTerapia

morfoanalíticapropõe trabalhointegrado entre

eixos físicoe psíquico

em equilíbrioria das cadeias musculares, que propõe um tra-balho postural global, e depois com o psicana-lista suíço Jean Sarkissoff, criador da psicaná-lise ativa, que possibilita tratar os traumatismospsíquicos que têm origem nos primeiros doisanos de vida, fase em que o psiquismo da crian-ça ainda não está totalmente desenvolvido. “Aexperiência clínica demonstra que 90% dasretrações musculares têm componentes psi-coemocionais envolvidos, em maior ou menornível”, aponta Serge Peyrot, diretor do CentroInternacional de Somatoterapia Morfoanalíticae vice-presidente da Associação Francesa dePsicossomatoterapia.

Durante sessões de uma hora, a cada sema-na são realizados trabalhos de reajustamentopostural, juntamente com trabalho respiratórioque libera o diafragma, e massagens suaves ouprofundas do tecido conjuntivo. As manobraspodem aliviar os sintomas e diminuir as do-res, o que, associado à consciência corporal,favorece a recuperação de memórias afetivasde traumas físicos e psíquicos guardados napele e nos músculos, ricos em terminações ner-vosas. À medida que tensões e retrações sãoliberadas, surgem pensamentos na forma deimagens e lembranças. “Acidentes, abuso se-xual e perda de pessoas próximas são situa-ções que podem ser tão violentas para o psi-

quismo que, por proteção, o indivíduonão as registra no consciente, mas

são refletidas no corpo, que viveno presente, mas reage no pas-sado”, afirma Ana Rita Mira,presidente da Associação Brasi-leira dos Terapeutas Morfoana-

listas (ABTM), criada em 2002.O trabalho da unidade psicopostural,

a reorganização simultânea das estrutu-

oO princípio de que corpo, mente e sentidosformam uma unidade e que, portanto, existeuma conexão entre desequilíbrios emocionaise fisiológicos é a base de filosofias orientais mile-nares. No Ocidente, o tratamento global paraas enfermidades também agrega cada vez maisseguidores mediante a complexidade de certosdiagnósticos e a observação de que, em algunscasos, mesmo em longo prazo, medicamentose cirurgias não produzem respostas clínicas sa-tisfatórias. Criada na França na década de 1980

e presente no Brasil há 24 anos, a TerapiaPsicocorporal Morfoanalítica defende a

ideia de que muitos sintomas físicos,como o quadro de dor presente em ten-

sões e retrações musculares, podemser desencadeados a partir de expe-riências emocionais bloqueadas oureprimidas.

O francês Serge Peyrot idealizoua terapia a partir de duas formações:

a primeira com Françoise Mé-zières, fisiotera-

peuta france-sa pioneira

na teo-

Juliana Fernandes

Super Saudável31

Para atestar a eficácia dos efeitos daterapia morfoanalítica no tratamento delombalgia e lombociatalgia causadas porhérnia discal, a fisioterapeuta e terapeutamorfoanalista Rosy Faria Miranda condu-ziu um estudo com 14 pacientes (nove mu-

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

ras musculares, psicoafetivas, neuromo-toras e dos esquemas sensoriais desenvol-ve no indivíduo a capacidade de associaremoções com sintomas. “A Terapia Mor-foanalítica acolhe muito bem os pacien-tes que não conseguem entrar em conta-to e expressar seu mundo interno”, afir-ma Ana Rita Mira. Como o objetivo é rees-truturar o paciente gradativamente, o nú-mero de sessões é variável.

Formação – No Brasil há cerca de 40 tera-peutas morfoanalistas. Em comum, to-dos passaram por formação de três anos

e meio dirigida por Serge Peyrot e atual-mente coordenada por Ana Rita Mira epela fisioterapeuta e terapeuta morfo-analista Márcia Castanho Lavaqui Gon-çalves. Durante a formação, os alunospassam por processo terapêutico profun-do. Para Serge Peyrot, a evolução pessoaldo terapeuta morfoanalista é fator im-prescindível para sua atuação posteriorcomo profissional nesse método de trata-mento. “Não se pode conduzir outra pes-soa além de onde já se foi”, acentua. Comexceção de Brasil e França, há terapeutasmorfoanalistas apenas na Espanha.

Rosy Faria Miranda

lheres e cinco homens), submetidos à tera-pia em períodos de 4 a 12 meses. Os dadosforam colhidos entre março de 1999 e maiode 2001 no ambulatório de fisioterapia doHospital Universitário da Universidade Fede-ral do Mato Grosso do Sul (HU-UFMS). O qua-dro álgico dos pacientes foi avaliado por meiode questionários de dor e teste de Lasègue,usado na pesquisa de neurite do ciático emlombociatalgias comuns em hérnias de dis-co, além de radiografias e tomografia com-putadorizada da coluna lombo-sacra.

“Todos os pacientes apresentavam dorcrônica e, mesmo após vários tratamentos,não tinham melhora do quadro e alguns pos-suíam depressão associada”, relata a tera-peuta. Ao término do tratamento, seis pacien-tes apresentaram alívio das dores, 11 tive-

ram Lasègue negativo e um apresentoumudanças significativas da protrusão dis-cal lombar na reavaliação tomográfica. Emnível psicoemocional, apenas dois não re-feriram melhora, enquanto 10 afirmaramque a terapia facilitou a expressão de sen-timentos e favoreceu uma melhor relaçãocom a família. A especialista reforça queos resultados mostram que a dor muscu-lar pode ter como causa uma lesão orgâ-nica, mas que o estado emocional do pa-ciente também influencia. “A dor físicanão é só devido à hérnia de disco, e sim éa dor psicoafetiva expressa no corpo e, àmedida que a emoção é expressa, enten-dida e contida pela terapeuta, o pacienteapresenta melhora ou alívio do quadroálgico”, acentua.

Super Saudável31

Márcia Castanho L. Gonçalves e Serge Peyrot

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32Super Saudável

como poesiaCosta do Sauípe, no litoral norte da Bahia, e a cidade do Rio deJaneiro representam a história e as belezas de um Brasil tropical

FascinantesTURISMO

pedes do resort. Na programação de lazer há op-ções como uma expedição pelo rio Sauípe em ca-noas de madeira ou um passeio às águas cristali-nas da Lagoa Azul, onde os turistas relaxam e sedivertem ao escorregar nas dunas.

O ecossistema do entorno possibilita a observa-ção de animais silvestres e de uma flora de belezaúnica. As praias, locais de desova de tartarugas ma-rinhas, são vigiadas pelo projeto Tamar e recebemmuitos hóspedes curiosos para conhecer os animais.As baleias do Projeto Baleia Jubarte também po-dem ser vistas bem de perto, com guias que acompa-nham os visitantes em alto-mar. Os aventureiros po-dem se divertir, ainda, em passeios de quadricicloem estradas, mountain bike, tirolesa e canoagem.No resort também há espaços direcionados às práti-cas de esportes e centro equestre. Para se distrair há,ainda, a ‘Vila Nova da Praia’, um centro de entreteni-mento com restaurantes, apresentações populares ediversas lojas para comprar objetos de recordação.

32Super Saudável

Vila Nova da Praia

DCarolina Neves*

Dois estados que guardam a memó-ria histórica do Brasil por terem sidosede do governo imperial também es-tão presentes no mapa do turismo in-ternacional, principalmente por suas

belezas naturais. Rio de Janeiro e Bahiaestão entre os mais belos destinos turísti-

cos do mundo e suas paisagens fascinantesjá inspiraram muitos mestres da arte brasilei-

ra, como o carioca Vinícius de Moraes e o baianoJorge Amado. O litoral norte da Bahia encantapor suas belas praias, dunas e restingas. Origi-nalmente habitada por pescadores, a Costa dosCoqueiros – que abrange o trecho que vai deSalvador ao recente Complexo do Sauípe – sedesenvolveu nos últimos anos como importan-te polo turístico e abrigo de muitas reservasambientais.

Construído no município Mata de São João,a 76km do aeroporto de Salvador, o com-

plexo Costa do Sauípe reúne piscinas, SPA,restaurantes, cinco hotéis e seis pousa-das temáticas, uma delas chamada ‘Pou-sada Gabriela’, inspirada no famoso ro-

mance de Jorge Amado. Um dos des-tinos turísticos mais valorizados doBrasil, o local tem praias paradisía-cas de areia branca e água do marfrequentemente morna, devido àtemperatura média do local de 27°C,cujo acesso é quase exclusivo dos hós-Fo

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Super Saudável33

A cidade maravilhosa encantacom suas belas paisagens e praiascomo Ipanema, Leblon e Copacaba-na. Assim como seu principal cartão-postal, o Cristo Redentor, o Rio de Ja-neiro está sempre de braços abertospara acolher turistas de todas as partesdo mundo que, além das belas praias,têm despertado interesse pela rique-za do patrimônio cultural e históricodo município. Um ótimo ponto paracomeçar é ir ao Cristo Redentor, lo-calizado no alto do Morro do Corco-vado. Uma das novas maravilhas domundo possui 38 metros de altura e78 anos de idade. Para chegar lá, aopção é pegar o Trem do Corcovado,inaugurado por D. Pedro II em 1884,ou optar pelos elevadores panorâmi-cos e escadas rolantes, que possibili-tam vistas deslumbrantes da cidade.

Do alto do Corcovado é possível vercenários famosos, como a Baía de Gua-

MONUMENTOS DA HISTÓRIA

Próxima ao Complexo do Sauípe, a Praia do Forte guarda tesou-ros da história da região, como as ruínas do Castelo Garcia D’Avila,que estão entre as mais antigas do País. Construído pelos portugue-ses em 1624, o castelo é o único em estilo medieval na AméricaLatina. Idealizado pelo herdeiro de Francisco Dias de Ávila Caramuru,a construção foi um importante local de partida dos conquistadoresdo nordeste e do Império brasileiro. Ainda durante o Império, encanta-do com a beleza e a posição privilegiada de uma ilha situada em meio

Alma cariocanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Delá também se avista o Jardim Botânico,que está entre os 10 mais importantes domundo e abriga milhares de espécies daflora brasileira. Outra opção para quemgosta do contato com a natureza é o Par-que Nacional da Tijuca. Localizado bemno centro da cidade, o local tem perto de3,2 mil hectares e atrativos como o Lagodas Fadas e a Cachoeira dos Primatas.Segundo ponto mais visitado do municí-pio, o Pão de Açúcar já recebeu mais de40 milhões de pessoas que fazem o trajetoaté a montanha por um teleférico consi-derado um dos mais seguros do mundo.Inaugurado em 1912, até hoje não há re-latos de acidentes com o bondinho que,em época de temporada, chega a ser visi-tado por três mil turistas por dia.

A ‘Cidade do Samba’ também recebemilhares de turistas todos os anos e reúnea tradição e a inovação do samba e docarnaval carioca. No entanto, o passeio

ao Rio de Janeiro só estará completo comuma visita ao Museu de Arte Moderna eao Museu Histórico Nacional, que reúnemobras de arte e peças de grande valor cul-tural em prédios de arquitetura que da-tam do século XVIII ao XX. O cenário ur-bano também é composto de projetosarquitetônicos imponentes como a Cate-dral Metropolitana, o Hotel CopacabanaPalace e a ponte Rio-Niterói. Uma paisa-gem para ficar na memória, entretanto, éver o pôr-do-sol no Arpoador. O conjuntode pedras que separa as praias de Copa-cabana e Ipanema é tido como uma dasvistas mais belas da cidade. A noite cario-ca também pode proporcionar momen-tos inesquecíveis. Um dos destaques é ofamoso bairro da Lapa, que tem grandeconcentração popular. Já Copacabana eIpanema estão entre os locais noturnosmais agitados do mundo.

à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, o imperador D. Pedro II man-dou construir uma edificação conhecida até hoje como Ilha Fiscal. Foilá que, dias antes da Proclamação da República, em 1889, ocorreu oúltimo Baile do Império, a maior festa realizada no Brasil na época. Opasseio à ilha, aberta à visitação desde 1995, tem ponto de partidano cais do Espaço Cultural da Marinha, de quinta-feira a domingo.

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Super Saudável33

Cristo Redentor é cartão-postal

*Com supervisão de Adenilde Bringel

Fontes: www.costadosauipe.com.br e www.rio.rj.gov.br

Pão de Açúcar foi inaugurado em 1912

34Super Saudável

CARTAS PARA A REDAÇÃOA equipe da Super Saudável quer saber a sua opinião sobre a publicação, assim como receber sugestões e

comentários. Escreva para rua Álvares de Azevedo, 210 – Cj 61 – Centro – Santo André – SP – CEP 09020-140,mande e-mail para [email protected] ou envie fax para o número (11) 4990-8308.

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“Sou médico e tenho grande interesseem receber as publicações trimestrais daYakult. Parabéns pelo excelente trabalho.”Olavo Biraghi LetaifSão Paulo – SP.

“Participei de um evento no qual foramdistribuídas algumas edições da SuperSaudável. Como nutricionista, li asmatérias e adorei a forma como osconteúdos são abordados.”Bruna Queiroz MenezesBelo Horizonte – MG.

“Sou nutricionista e conheci a revistaem um workshop. Gostei muito.” Teresinha R. Souza Costa.Contagem – MG.

“Sou farmacêutica-bioquímica cursandodoutorado na Faculdade de Ciências

Farmacêuticas da Unesp, em Araraquara,e em minha casa há algum tempo recebo aSuper Saudável. Percebi a importânciacientífica dos temas abordados nestaspublicações.”Tatiana M. de Souza MoreiraAraraquara – SP.

“Temos uma academia de nataçãona região de Pirituba, em São Paulo, erecebemos alguns exemplares da SuperSaudável. Lemos e passamos para nossosalunos. Hoje, os alunos, principalmenteda terceira idade, nos procuram pedindoa revista.”Mauri CapelettiSão Paulo – SP. “Sou psicóloga, tive o privilégio de ler oconteúdo da Super Saudável e achei muitointeressante, especialmente assuntosligados à saúde mental.”Josiéte Trentini StoccoCampo Largo – PR.

“Conheci a revista Super Saudável na salade espera do meu dentista e gostei muito.Sou médica veterinária e as reportagensme interessaram muito. Parabéns peloótimo trabalho!”Aline Tojeira PrestiaSão Bernardo do Campo – SP.

“Tive contato com a revista enquantoesperava no consultório médico. As

reportagens são muito boas e interessantes.Parabéns pelo excelente trabalho.”Celso Pereira CaricatiDiretor do Laboratório de Pesquisa eDesenvolvimento de ImunobiológicosVeterinários – Instituto ButantanSão Paulo – SP.

“Sou nutricionista e gostei muito dosassuntos abordados nas reportagensda revista Super Saudável.”Patrícia FreitasSão Gonçalo – RJ.

“Meus sinceros agradecimentos pelo enviode três excelentes exemplares da SuperSaudável (nos 37, 39 e 41) contendoreportagens de grande profundidadetécnico-científica. Parabéns a estaimportante publicação científica da Yakult,que eleva em muito o cenário médicocientífico internacional (Japão-Brasil emuitos outros centros de excelência) emprol da saúde mundial.”Teobaldo S SilvaCachambi – RJ.

“Gostaria de agradecer as revistas ea oportunidade de termos nosso grupoem destaque na edição no 43. Entregamosexemplares para as pacientes em duasreuniões seguidas e todas amaram!!!!Fabiana MakdissiHospital AC CamargoSão Paulo – SP.