Informática Na Educação

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  • INFORMTICA NA EDUCAO

  • CURSOS DE GRADUAO

    Informtica na Educao Profa. Dra. Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz e Profa. Ms. Andrea Helena Nogueira Brieger Pereira

    Meu nome Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz, sou Doutora e Mestre em Engenharia de Produo pela Escola de Engenharia de So Carlos (EESC-USP), Bacharel em Cincias da Computao pela UNESP de Bauru, SP; possuo Especializao em Gesto de Negcios, Psicoeducao e Administrao de Empresas. Durante o ano de 2005/2006 trabalhei e estudei na Universidade Simon Fraser, Vancouver, Canad nos seguintes departamentos: SAGE simulao e jogos para aprendizagem e Distance Education. Participei de projetos de implantao de cursos in company de empresas Canadenses e Norte Americanas pela SFU. Desde o

    ano de 1996 estou diretamente envolvida com iniciativas da modalidade a distncia no mercado corporativo e acadmico na rea de implantao e coordenao de curso, credenciamento institucional, autoria de material instrucional e tutoria. Possuo larga experincia docente e em cargos de direo institucional e acadmica. Experincia como consultora, avaliadora e coordenadora de cursos e instituies na modalidade presencial e a distncia.e-mail: [email protected]

    Meu nome Andrea Helena Nogueira Brieger Pereira. Sou Mestre em Melhoramento Vegetal pela UNESP Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho Campus de Jaboticabal/SP, especialista em Educomunicao pela USP/SP e UNESP Bauru/SP, em Informtica Educacional pela UFLA/MG e Tecnologias em Educao pela PUC/RJ. Com formao inicial em Cincias Fsicas e Biolgicas e em Pedagogia. Tambm atuo como Assistente Tcnico Pedaggico de Tecnologia Educacional na Diretoria de Ensino de Ribeiro Preto/SP.

    e-mail: [email protected]

    Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educao

  • INFORMTICA NA EDUCAOCaderno de Referncia de Contedo

    Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz

    Andrea Helena Nogueira Brieger Pereira

    BatataisClaretiano

    2014

  • Ao Educacional Claretiana, 2010 Batatais (SP)Trabalho realizado pelo Claretiano - Centro Universitrio

    Cursos: GraduaoInformtica na Educao

    Verso: fev./2014

    Reitor: Prof. Dr. Pe. Srgio Ibanor PivaVice-Reitor: Prof. Ms. Pe. Jos Paulo Gatti

    Pr-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir BotteonPr-Reitor de Extenso e Ao Comunitria: Prof. Ms. Pe. Jos Paulo Gatti

    Pr-Reitor Acadmico: Prof. Ms. Lus Cludio de Almeida

    Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Artieres Estevo RomeiroCoordenador de Material Didtico Mediacional: J. Alves

    Corpo Tcnico Editorial do Material Didtico Mediacional

    Preparao Aline de Ftima Guedes

    Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera

    Ctia Aparecida RibeiroDandara Louise Vieira Matavelli

    Elaine Aparecida de Lima MoraesJosiane Marchiori Martins

    Lidiane Maria MagaliniLuciana A. Mani Adami

    Luciana dos Santos Sanana de MeloLuis Henrique de Souza

    Patrcia Alves Veronez MonteraRaquel Baptista Meneses Frata

    Rosemeire Cristina Astolphi BuzzelliSimone Rodrigues de Oliveira

    RevisoCeclia Beatriz Alves TeixeiraFelipe AleixoFilipi Andrade de Deus SilveiraPaulo Roberto F. M. Sposati OrtizRafael Antonio MorottiRodrigo Ferreira DaverniSnia Galindo MeloTalita Cristina BartolomeuVanessa Vergani Machado

    Projeto grfico, diagramao e capa Eduardo de Oliveira AzevedoJoice Cristina Micai Lcia Maria de Sousa FerroLuis Antnio Guimares Toloi Raphael Fantacini de OliveiraTamires Botta Murakami de SouzaWagner Segato dos Santos

    Todos os direitos reservados. proibida a reproduo, a transmisso total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia, gravao e distribuio na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permisso por escrito do autor e da Ao Educacional Claretiana.

    Claretiano - Centro UniversitrioRua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo Batatais SP CEP 14.300-000

    [email protected]: (16) 3660-1777 Fax: (16) 3660-1780 0800 941 0006

    www.claretianobt.com.br

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  • SUMRIO

    CADERNO DE REFERNCIA DE CONtEDO

    1 INTRODUO ................................................................................................... 92 ORIENTAES PARA ESTUDO ......................................................................... 103 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 254 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 25

    UNIDADE1 BREVE HISTRICO DA INFORMTICA NA EDUCAO

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 272 CONTEDOS ..................................................................................................... 283 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 284 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 295 TECNOLOGIA EDUCACIONAL .......................................................................... 306 HISTRICO DA INCLUSO DA INFORMTICA EDUCACIONAL NO BRASIL ... 327 INFORMTICA EDUCACIONAL......................................................................... 428 EDUCAO A DISTNCIA ................................................................................. 469 PROJETO DE INFORMTICA NA EDUCAO ESPECIAL ................................. 5110 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 5211 CONSIDERAES .............................................................................................. 5312 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 5413 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 57

    UNIDADE2 IMPLICAES PEDAGGICAS E SOCIAIS DO USO DA INFORMTICA NA EDUCAO

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 592 CONTEDOS ..................................................................................................... 593 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 604 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 615 A IMPORTNCIA DOS RECURSOS TECNOLGICOS NA SOCIEDADE E NA

    EDUCAO ........................................................................................................ 616 PROJETOS EDUCACIONAIS QUE FAZEM A DIFERENA .............................. 657 TERMINOLOGIAS EM INFORMTICA NA EDUCAO MULTIMDIA,

    HIPERTEXTO, TELEMTICA E HIPERMDIA ..................................................... 698 ABORDAGENS INSTRUCIONISTA E CONSTRUCIONISTA ................................ 739 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 7810 CONSIDERAES .............................................................................................. 7811 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 7912 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 80

  • UNIDADE3 GESTO E INCORPORAO DAS TECNOLOGIAS E MDIAS COMO INSTRUMENTOS FACILITADORES E DIVULGAO DE RESULTADOS NO CONTEXTO ESCOLAR

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 812 CONTEDOS ..................................................................................................... 823 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 824 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 835 CONCEITOS DE GESTO DE TECNOLOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR ........... 846 GESTO DA PRTICA PEDAGGICA ................................................................ 857 PAPEL DAS TECNOLOGIAS EM MBITO ESCOLAR ......................................... 898 TECNOLOGIAS NA GESTO DA PESQUISA ...................................................... 929 ARTICULANDO A GESTO DAS TECNOLOGIAS E MDIAS

    COM O PROJETO POLTICO-PEDAGGICO ..................................................... 10410 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 10711 CONSIDERAES .............................................................................................. 10812 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 10913 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 111

    UNIDADE4 INTEGRAO DA MDIA ESCRITA E ELETRNICA AO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1132 CONTEDO ....................................................................................................... 1133 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 1144 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1145 MDIAS E TECNOLOGIAS NA ESCOLA .............................................................. 1166 ALFABETIZAO VISUAL .................................................................................. 1177 PRODUO AUDIOVISUAL ETAPAS .............................................................. 1268 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 1289 CONSIDERAES .............................................................................................. 12810 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 12911 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 130

    UNIDADE5 AMBIENTES DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1312 CONTEDOS ..................................................................................................... 1313 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 1324 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 132

  • 5 DEFINIO E CARACTERSTICAS DOS AMBIENTES COLABORATIVOS DE APRENDIZAGEM INFORMATIZADOS............................................................... 134

    6 APRENDIZAGEM E COOPERAO EM AMBIENTES COLABORATIVOS DE APRENDIZAGEM INFORMATIZADOS ........................... 138

    7 DIFERENTES RECURSOS E METODOLOGIA DE ESTMULO AO TRABALHO COLABORATIVO EM AMBIENTES EDUCACIONAIS ............... 145

    8 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 1509 CONSIDERAES .............................................................................................. 15110 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 15211 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 153

    UNIDADE6 PROJETOS DE APRENDIZAGEM

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1552 CONTEDOS ..................................................................................................... 1563 ORIENTAO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................. 1564 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1565 A INFORMTICA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM ........................ 1576 TIM E A EDUCAO PAPEL DO EDUCADOR E DO EDUCANDO .................. 1667 INTERNET E AS CONCEPES DE CONHECIMENTO ...................................... 1698 PROJETOS DE APRENDIZAGEM ....................................................................... 1729 PROJETOS DE APRENDIZAGEM X PROJETOS DE ENSINO .............................. 17810 FERRAMENTAS DE COMUNICAO DA INTERNET AUXILIANDO 11 A APRENDIZAGEM ............................................................................................ 17912 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 18113 CONSIDERAES .............................................................................................. 18214 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 18215 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 183

    UNIDADE7 ALGUMAS FERRAMENTAS QUE PODEM SER INCLUDAS EM SALA DE AULA TENDNCIAS E INTEGRAES POSSVEIS ENTRE EDUCAO E TECNOLOGIA

    1 OBJETIVO .......................................................................................................... 1852 CONTEDOS ..................................................................................................... 1853 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 1864 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1865 POSSIBILIDADES EDUCACIONAIS-TECNOLGICAS........................................ 1876 INTELIGNCIA ARTIFICIAL, ROBS E REALIDADE VIRTUAL .......................... 1947 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 1958 CONSIDERAES .............................................................................................. 1969 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 196

  • UNIDADE8 EDUCANDO A GERAO NET

    1 OBJETIVO .......................................................................................................... 1972 CONTEDOS ..................................................................................................... 1973 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 1984 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1985 GERAO NET .................................................................................................. 2006 AS COMUNIDADES E AS REDES SOCIAIS ........................................................ 2037 FORMULANDO AS PERGUNTAS CORRETAS .................................................... 2048 FORMAO DOCENTE ATUAL PARA OS APRENDIZES DO AMANH ......... 2069 CARACTERSTICAS DE APRENDIZAGEM DOS NET GENERATION .................. 21010 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 22011 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................. 22012 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 22213 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 222

  • CRC

    Caderno de Referncia de Contedo

    1. INtRODUO

    Seja bem-vindo(a) ao estudo de Informtica na Educao!

    Ns podemos sentir, em todos os momentos, uma forte co-brana em relao ao uso da Informtica na rea educacional. Sa-bemos que isso auxilia o processo de ensino-aprendizagem e pro-move a incluso digital dos educandos e educadores.

    Desse modo, um dos objetivos deste Caderno de Referncia de Contedo suscitar a reflexo sobre como utilizar a Informtica na educao. Como fazer diferente? Qual o papel do gestor, do educador e dos educandos?

    Para isso, teremos como concepes pedaggicas a autoria e o trabalho cooperativo. Durante este estudo, voc realizar ati-vidades que contemplam os princpios de cooperao e coautoria.

    Desejamos, ao final da disciplina, mostrar que o processo de informatizao deve ser precedido por uma prtica pedaggica

  • Informtica na Educao10

    mais eficaz, resultando em uma aprendizagem mais significativa, atingindo, dessa maneira, as necessidades dos educandos.

    2. ORIENtAES PARA EStUDO

    Abordagem GeralProf. Ms. Maria Ceclia Nogueira Garcia Pupin

    Neste tpico, apresenta-se uma viso geral do que ser estu-dado neste Caderno de Referncia de Contedo. Aqui, voc entrar em contato com os assuntos principais deste contedo de forma breve e geral e ter a oportunidade de aprofundar essas questes no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bsico necessrio a partir do qual voc possa construir um referencial terico com base slida cientfica e cultural para que, no futuro exerccio de sua profis-so, voc a exera com competncia cognitiva, tica e responsabi-lidade social.

    Iniciaremos com um breve histrico sobre a informtica na educao em nosso pas, dados sobre a educao a distncia, en-volvendo projetos pioneiros e pblicos, alm da aplicao da Infor-mtica na educao especial, por meio da implantao e do desen-volvimento de projetos.

    Em seguida, refletiremos sobre algumas das implicaes pe-daggicas e sociais sobre o uso da Informtica na educao. Assim, voc poder constatar a importncia dos recursos tecnolgicos para a sociedade contempornea, das abordagens instrucionista e construcionista, alm de algumas terminologias prprias Infor-mtica na educao, como, por exemplo, multimdia, hipertexto, telemtica e hipermdia.

    Abordaremos, ainda, a gesto das tecnologias e das mdias no contexto escolar, principalmente com relao gesto da pr-tica pedaggica e articulao com o Projeto Poltico-Pedaggico.

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    11 Caderno de Referncia de Contedo

    Tambm ser tema de nossas discusses o uso de mdias e tecnologias na escola, contribuindo para a alfabetizao visual do educando, e as possibilidades de aes integradoras e de produ-es audiovisuais.

    Para ilustrar nossas reflexes acerca do assunto, apresenta-remos os objetivos a serem alcanados nos trabalhos realizados em ambientes colaborativos de aprendizagem informatizados.

    A Informtica como ferramenta de aprendizagem no desen-volvimento de projetos, tanto de aprendizagem como de ensino, a internet e as concepes de conhecimento sero os assuntos der-radeiros de nossas discusses.

    Neste primeiro contato, para intensificar o processo de cons-truo de aprendizagens sobre as informaes que voc encon-trar no Material Didtico Mediacional, sero necessrias algumas consideraes sobre as concepes educacionais, alm do tipo de educao:

    a que tnhamos, seus objetivos e suas finalidades, carac-terizada como tradicionalista ou de transmisso cultural;

    a que temos, atendendo s necessidades da sociedade capitalista, neoliberal, a qual est em transio;

    a que queremos, voltada para o desenvolvimento do cida-do, a transformao da sociedade, na busca por sistemas mais justos e igualitrios, conhecida como progressivista ou desenvolvimentista.

    A origem das ideias sobre a transmisso cultural est na reminiscncia da educao acadmica clssica do Ocidente, que adota a teoria de que a mente do aluno como uma tabula rasa, a qual precisa ser preenchida, moldada.

    Assim, os educadores tradicionalistas defendem a ideia de que a sua principal funo transmitir regras e valores do passa-do para instruir a gerao presente. Para eles, a educao deve acontecer pela transmisso de conhecimentos, habilidades, regras

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    sociais e morais da cultura. Tais conhecimentos podem ser modifi-cados ou estticos.

    Consequentemente, esses educadores avaliam o sucesso do aluno pela habilidade em reter as respostas que lhe foram ensina-das, bem como em responder, de maneira adequada, s reivindi-caes do sistema.

    A escola e o ensino so supervalorizados, no considerando o educando, a sua histria e as suas experincias.

    Os professores tradicionalistas exigem do aluno ateno, concentrao, esforo e disciplina como condies mnimas para a aprendizagem.

    Alm disso, eles priorizam a realizao do trabalho individu-al, uma vez que a aprendizagem acontece pela memorizao dos contedos transmitidos, desarticuladamente, e pela repetio ex-cessiva de exerccios sistemticos de fixao e cpia.

    Por sua herana behaviorista, eles ainda estimulam os seus alunos por meio de reforos positivos, que vo de elogios a recom-pensas, ou reforos negativos, como notas baixas, castigos etc.

    Os professores seguidores dessa concepo acreditam que o conhecimento e os valores primeiramente localizados na cul-tura so depois internalizados pelas crianas atravs de instru-es explcitas, reforo e punio" (KOHLBERG; MAYER, 1972, p. 5).

    A verificao da aprendizagem acontece por meio da aplica-o de provas que servem de recurso para classificao e controle dos professores sobre os alunos.

    Precisamos lembrar que, inseridos nessa concepo de edu-cao, h professores que refletem uma sociedade em um dado momento histrico e poltico. Em outras palavras, esses professo-res apresentam valores que, em sala de aula, viabilizam os ideais da elite, contribuindo para que os alunos oriundos de classes so-

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    13 Caderno de Referncia de Contedo

    ciais menos favorecidas desenvolvam as habilidades necessrias para serem mo de obra braal.

    Nesse contexto, os alunos pertencentes s classes privilegia-das so, preferencialmente, atendidos em instituies privadas, tendo acesso a informaes teis e necessrias manuteno do sistema e perpetuao das classes sociais. Tais alunos so esti-mulados a desenvolver as habilidades requeridas para administrar, gerir, coordenar etc., ou seja, habilidades relacionadas a prticas intelectuais.

    J os educadores que corroboram com a corrente progressi-vista afirmam, categoricamente, que a educao deveria possibili-tar a interao natural entre as crianas e a sociedade, servindo as escolas como espaos em desenvolvimento.

    Os progressivistas definem desenvolvimento como um pro-cesso que se d por meio de estgios ordenados sequencialmente.

    Veja o que apresenta o trecho a seguir:O objetivo educacional o eventual atingimento de um nvel ou es-tgio de desenvolvimento mais elevado na vida adulta, no mera-mente o saudvel funcionamento da criana em seu nvel presente (KOHLBERG; MAYER, 1972, p. 6).

    Os ideais progressivistas derivam de uma epistemologia fun-cional ou pragmtica, com uma equilibrada e definida relao en-tre o ser humano, construtor de conhecimentos e uma situao--problema.

    Nessa perspectiva, para a educao alcanar os seus obje-tivos, necessrio um ambiente escolar que incite o desenvolvi-mento do sujeito por meio de problemas ou conflitos solucion-veis e genunos.

    Os objetivos e as finalidades da educao, propostos pela LDB e aprofundados pelos PCN, esto diretamente relacionados ao desenvolvimento pleno do educando, oferecendo-lhe os re-cursos necessrios para que seja um cidado conhecedor de seus direitos e deveres, crtico, reflexivo, capaz de construir conheci-

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    mentos autonomamente, e que, fazendo uso dos conhecimentos construdos, seja capaz de respeitar o outro, de modificar a sua vida, bem como o meio onde vive.

    A Declarao Universal dos Direitos Humanos, em sua Reso-luo 217 A (III), da Assembleia Geral das Naes Unidas, promul-gada em 10 de dezembro de 1948, em seu Artigo 26, assinala que:

    1) Toda pessoa tem direito instruo. A instruo ser gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instru-o elementar ser obrigatria. A instruo tcnico-profissio-nal ser acessvel a todos, bem como a instruo superior, esta baseada no mrito.

    2) A instruo ser orientada no sentido do pleno desenvolvi-mento da personalidade humana e do fortalecimento do res-peito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamen-tais. A instruo promover a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas as naes e grupos raciais ou religiosos e coadjuvar as atividades das Naes Unidas em prol da manu-teno da paz [...] (ONU, 1948).

    Podemos afirmar que essa concepo de educao a que atende s demandas educacionais vigentes em nossa sociedade. Ento, as modalidades devem ser determinadas, porque, por meio delas, a escola ir atingir os melhores processos de formao. Se esses processos consistem em uma simples transmisso de co-nhecimentos e regras, ou se estes supem, tal como j havamos previsto, relaes mais complexas entre o professor e o aluno, tratamos do pleno desenvolvimento da personalidade humana (PIAGET, 1998, p. 34-35).

    Esse excerto de Piaget orienta-nos para um sistema educa-cional que suplante as barreiras colocadas pelas formas primitivas e tradicionais de transmisso de conhecimentos. Requer o envol-vimento de todos os sujeitos do processo educativo, a tomada de conscincia de saberes necessrios para a construo de novas aprendizagens, a reflexo crtica sobre a informao, o questiona-mento, a inquietao.

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    15 Caderno de Referncia de Contedo

    Assim, reconhecer o direito do ser humano educao ad-quirir um encargo muito mais pesado do que simplesmente conti-nuar possibilitando a leitura, a escrita e o clculo.

    Significa, a rigor, garantir para toda criana o pleno desenvolvimen-to de suas funes mentais e a aquisio dos conhecimentos, bem como dos valores morais que correspondam ao exerccio dessas funes, at a adaptao vida social atual (PIAGET, 1998, p. 34).

    De acordo com Piaget (1998), ao mesmo tempo em que a educao busca desenvolver plenamente a personalidade do ser, instaura-se o direito de encontrarmos, na escola, tudo o que ne-cessrio para a constituio do sujeito, de seus pensamentos com-plexos e de uma conscincia tica ativa e transformadora.

    Podemos reconhecer nessa situao que a Informtica na educao contribui para o avano desse processo, resgatando pes-soas que, at ento, estavam margem da sociedade, por meio da incluso digital ou infoincluso.

    Conforme dados do Portal do Programa Comunidade Digital:Incluso digital ou infoincluso a democratizao do acesso s tecnologias da Informao, de forma a permitir a insero de todos na sociedade da informao. Incluso digital tambm simplificar a sua rotina diria, maximizar o tempo e as suas potencialidades. Um includo digitalmente no aquele que apenas utiliza essa nova linguagem, que o mundo digital, para trocar e-mails, mas aque-le que usufrui desse suporte para melhorar as suas condies de vida (GOVERNO DO ACRE, 2010).

    Trata-se de usar a Informtica na educao, tambm, como recurso para a libertao do educando.

    Quando o aluno se apropria dos mecanismos necessrios ao domnio da Informtica, ele se torna autnomo no processo de construo de suas aprendizagens, capaz de buscar com res-ponsabilidade as informaes que lhe so necessrias, de realizar pesquisas e de fazer sobre elas leituras crticas, que contribuiro para que antigos dogmas relacionados poltica e cultura, por exemplo, sejam quebrados.

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    Esperamos que at aqui voc tenha compreendido algumas das razes das necessidades de mudanas na educao. O uso da Informtica em sala de aula ser o nosso prximo assunto.

    Conforme j vimos, o modelo educacional vigente deman-da a incluso de novas prticas curriculares e metodolgicas, com a inteno de suprir as necessidades impostas pela globalizao, que, ao empregar as tecnologias diversificadas de informao e de comunicao, modificou as vidas e os costumes das pessoas. Tais modificaes podem ser percebidas muito claramente na maneira como as pessoas se comunicam, na forma como adquirem conhe-cimentos e nas reflexes que fazem sobre os fatos.

    Ao encontro das necessidades educacionais da sociedade contempornea, as quais j estudamos, veja o que traz o trecho a seguir:

    Educar colaborar para que professores e alunos nas escolas e organizaes transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. ajudar os alunos na construo da sua identida-de, do seu caminho pessoal e profissional do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreenso, emoo e comunicao que lhes permitam encontrar seus espaos pessoais, sociais e profissionais e tornar-se cidados realizados e produtivos (MORAN, 2000, p. 137).

    O autor alerta-nos para o fato de que todos ns, educadores e educandos, precisamos reaprender a conhecer, a nos comunicar, ensinar e aprender, unir o humano ao tecnolgico, o individual ao grupal e ao social.

    Moran (2000) afirma, ainda, que mudanas significativas acontecem beneficiando o processo de ensino-aprendizagem quando integramos de maneira inovadora todas as tecnologias, como, por exemplo, a telemtica, que a utilizao da Informtica via computador, junto a outros meios de telecomunicao, alm das tecnologias audiovisuais, textuais, orais, musicais, ldicas e corporais.

    evidente que o professor encontra sua disposio inme-ras possibilidades metodolgicas, de organizao e de comunica-

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    17 Caderno de Referncia de Contedo

    o junto ao aluno, para explorar novos temas, trabalhar presen-cial e virtualmente.

    Contudo, cabe ao docente analisar e escolher os recursos tecnolgicos e metodolgicos que melhor atendero s necessida-des educacionais de seus alunos, servindo tambm para avali-los.

    No pretendemos aqui fornecer receitas, pois a diversidade encontrada em sala de aula demandar que cada professor bus-que os recursos melhores, que lhe proporcionem segurana, facili-tem o processo de comunicao, de interao com os sujeitos e de construo de aprendizagens.

    Lembre-se de que os recursos tecnolgicos e metodolgicos por si s no daro conta de garantir a aprendizagem dos alunos. preciso que o professor estabelea vnculos afetivos com eles, pro-curando conhecer suas histrias de vida, suas experincias, seus valores, seus interesses e aspiraes.

    Conforme Vygotsky, importante cientista russo, tais dados contribuiro para que o professor exera com veemncia seu pa-pel de mediador entre o sujeito e o objeto de aprendizagem.

    Os alunos percebem com muita facilidade quando os pro-fessores esto preparados para ensinar, quando gostam da tur-ma, quando se preocupam com o bem-estar e desenvolvimento de cada um. Assim, fundamental que percebam, tambm, a im-portncia de estarem juntos, de cooperarem, de participarem, de realizarem leituras, pesquisas, sentindo segurana ao executarem as atividades propostas. Para tanto, importante que o professor indique aonde pretende chegar, os caminhos que iro percorrer e os ganhos que obtero ao longo do curso.

    De acordo com Moran (2000, p. 138), utilizando os recursos disponveis em softwares:

    Professor pode criar uma pgina pessoal na Internet, como espao virtual de encontro e divulgao, um lugar de referncia para cada matria e para cada aluno. Essa pgina pode ampliar o alcance do trabalho do professor, de divulgao de suas idias e propostas, de

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    contato com pessoas fora da universidade ou escola. Num primeiro momento a pgina pessoal importante como referncia virtual, como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. A p-gina pode ser aberta a qualquer pessoa ou s para os alunos, de-pender de cada situao. O importante que professor e alunos tenham um espao, alm do presencial, de encontro e visibilizao virtual .

    Quando o professor apresenta uma concepo de educa-o que visa ao desenvolvimento pleno do educando, se interes-sa pelas novas tecnologias, tem uma viso pedaggica inovadora, aberta, progressivista, torna-se mais fcil e vivel lanar mo de recursos virtuais teoricamente simples, como listas, fruns, blogs, e-mails, que contribuiro para a melhoria significativa nas relaes pessoais, na produo coletiva e nas aprendizagens.

    Voc, com certeza, usa todas essas ferramentas, no mesmo?

    Quem no acessa uma conta de e-mail pelo menos uma vez por semana? Quem nunca usou a Lista para tirar dvidas ou combinar trabalhos? Essas prticas so muito comuns para voc, e tornaram-se mais intensas nos ltimos meses, em virtude de voc ser aluno de um curso de Educao a Distncia.

    Conforme voc pde constatar, a internet contribui, signifi-cativamente, com o processo de construo cooperativa e cola-borativa, entre professores e alunos, tendo em vista que podem realizar pesquisas em tempo real, desenvolver projetos em grupo e investigar problemas atuais.

    No entanto, tais aes necessitam de planejamento, organi-zao, flexibilidade e constante avaliao, pois integram um pro-cesso dinmico em que a aprendizagem acontece subsidiada pelos recursos tecnolgicos diversificados, pela prtica, pelas pesquisas, alm da integrao da escrita com o audiovisual, do texto linear com o hipertexto, do presencial com o virtual e do avano em rela-o s prticas tradicionais.

    Ento, o que muda no papel do professor?Muda a relao de espao, tempo e comunicao com os alunos. O espao de trocas aumenta da sala de aula para o virtual. O tempo

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    19 Caderno de Referncia de Contedo

    de enviar ou receber informaes se amplia para qualquer dia da semana. O processo de comunicao se d na sala de aula, na inter-net, no e-mail, no chat. um papel que combina alguns momentos do professor convencional s vezes importante dar uma bela aula expositiva com mais momentos de gerente de pesquisa, de estimulador de busca, de coordenador dos resultados. um papel de animao e coordenao muito mais flexvel e constante, que exige muita ateno, sensibilidade, intuio (radar ligado) e dom-nio tecnolgico (MORAN, 2000, p. 141).

    Podemos afirmar que um dos maiores desafios conferidos aos professores est na descentralizao do eixo do ensinar, para caminhos que levam ao aprender, reforando a necessidade da utilizao de prticas em que professores e alunos estejam num permanente processo de aprender a aprender.

    Para finalizar, veja o trecho a seguir:[...] no basta o professor conhecer o contedo de sua rea de co-nhecimento para utilizar o computador na criao de ambientes amigveis que favoream a aprendizagem do aluno. a integrao entre as dimenses tecnolgica, pedaggica e especfica da rea de conhecimento que torna mais efetivo o uso do computador na aprendizagem (ALMEIDA, 2001, p. 12).

    Bons estudos!

    Glossrio de Conceitos

    O Glossrio de Conceitos permite a voc uma consulta r-pida e precisa das definies conceituais, possibilitando-lhe um bom domnio dos termos tcnico-cientficos utilizados na rea de conhecimento dos temas tratados em Informtica na Educao. Veja, a seguir, a definio dos principais conceitos:

    1) Banco de dados: uma coleo de arquivos relacionados, tabelas, relaes, e assim por diante, que armazena da-dos e associaes entre eles.

    2) Extranet: uma rede que conecta parceiros comerciais entre si por meio da internet, fornecendo acesso a de-terminadas reas das intranets corporativas de cada um.

  • Informtica na Educao20

    3) Infraestrutura da TI: as instalaes fsicas, componentes da TI, servios da TI e gerncia da TI que oferecem su-porte a uma organizao inteira.

    4) Internet: a rede massiva que conecta redes de computa-dores de empresas, de organizaes, rgos do governo, de escolas e de pessoas do mundo inteiro.

    5) Intranet: rede provada que utiliza software e protocolo TCP/IP da internet.

    6) Literacia discursiva: a habilidade de ler, compreender e acatar as normas que governam as prticas discursivas de um grupo social especfico.

    7) Rede: um sistema de conexo (com ou sem fio) que per-mite o compartilhamento de recursos por diferentes computadores.

    8) Tecnologia educacional: um exame dos sistemas de in-formao, suas entradas, sadas e processamento.

    9) Tecnologia da Informao (TI): de modo geral, a cole-o de recursos de informao de uma organizao, seus usurios e a gerncia que os supervisiona; inclui a infra-estrutura de TI e todos os outros sistemas de informao em uma organizao.

    10) Transferncia de dados: apresenta o mesmo significado de fluxo de dados.

    11) Web (World Wide Web): sistema com padres aceitos mundialmente para armazenar, recuperar, formatar e exibir informaes por meio de uma arquitetura basea-da na plataforma cliente-servidor. Usa funes de trans-portes da internet.

    Esquema dos Conceitos-chave

    Para que voc tenha uma viso geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhvel que voc mesmo faa o seu Esquema de Conceitos-chave ou at mesmo o seu mapa mental. Esse exerccio uma forma de voc construir o seu conhecimento, ressignificando as informaes a partir de suas prprias percepes.

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    21 Caderno de Referncia de Contedo

    importante ressaltar que o propsito desse Esquema dos Conceitos-chave representar, de maneira grfica, as relaes en-tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar voc na ordenao e na sequenciao hierarquizada dos contedos de ensino.

    Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende--se que, por meio da organizao das ideias e dos princpios em esquemas e mapas mentais, o indivduo pode construir o seu co-nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-daggicos significativos no seu processo de ensino-aprendizagem.

    Aplicado a diversas reas do ensino e da aprendizagem es-colar (tais como planejamentos de currculo, sistemas e pesquisas em Educao), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilao de novos conceitos e de proposies na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informaes so aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem.

    Tem-se de destacar que "aprendizagem" no significa, ape-nas, realizar acrscimos na estrutura cognitiva do aluno; preci-so, sobretudo, estabelecer modificaes para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, importante con-siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Alm disso, as novas ideias e os novos concei-tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas j existentes estruturas cog-nitivas, outros sero tambm relembrados.

    Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que voc o principal agente da construo do prprio conhecimento, por meio de sua predisposio afetiva e de suas motivaes internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-

  • Informtica na Educao22

    cimento sistematizado em contedo curricular, ou seja, estabele-cendo uma relao entre aquilo que voc acabou de conhecer com o que j fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponvel em: . Acesso em: 11 mar. 2010).

    INFORMTICA EDUCACIONAL

    Histrico da informtica na

    educao

    Tecnologia Educacional

    Histrico da informtica Educacional

    no Brasil

    Projetos Educacionais (presencialEAD, educao especial)

    Iniciativas pblicas, privadas

    Implicaes pedaggicas

    e sociaisTerminologias

    Gesto de Projetosde TI na educao

    Papel da TIno contexto

    escolar

    Projeto PolticoPedaggico

    Integrao de diferentes Midias

    Ambientes colaborativos

    de aprendizagem

    Espaos deaprendizagem

    apoiados pela TI

    Projetos Educacionaisde Aprendizagem apoiados

    pela Informtica

    Tendncias Tecnologicas

    Net Generation

    Jogos, simulaesredes sociais

    Integrao de

    diferentes Mdias

    Tendncias

    Tecnolgicas

    Projeto Poltico-

    -Pedaggico

    Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Informtica na Educao.

    Como pode observar, esse Esquema oferece a voc, como dissemos anteriormente, uma viso geral dos conceitos mais im-portantes deste estudo. Ao segui-lo, ser possvel transitar entre os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu

  • Claretiano - Centro Universitrio

    23 Caderno de Referncia de Contedo

    processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, voc precisar entender os conceitos relacionados ao histrico da Informtica Educacional para ser capaz de analisar as iniciativas pblicas e pri-vadas de projetos dessa natureza.

    O Esquema dos Conceitos-chave mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar queles disponveis no ambien-te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como queles relacionados s atividades didtico-pedaggicas realiza-das presencialmente no polo. Lembre-se de que voc, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construo de seu prprio co-nhecimento.

    Questes Autoavaliativas

    No final de cada unidade, voc encontrar algumas questes autoavaliativas sobre os contedos ali tratados, as quais podem ser de mltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-vas.

    Responder, discutir e comentar essas questes, bem como relacion-las com o uso da Informtica na educao pode ser uma forma de voc avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-soluo de questes pertinentes ao assunto tratado, voc estar se preparando para a avaliao final, que ser dissertativa. Alm disso, essa uma maneira privilegiada de voc testar seus conhe-cimentos e adquirir uma formao slida para a sua prtica profis-sional.

    Bibliografia Bsica

    fundamental que voc use a Bibliografia Bsica em seus estudos, mas no se prenda s a ela. Consulte, tambm, as bibliografias complementares.

  • Informtica na Educao24

    Figuras (ilustraes, quadros...)

    Neste material instrucional, as ilustraes fazem parte inte-grante dos contedos, ou seja, elas no so meramente ilustra-tivas, pois esquematizam e resumem contedos explicitados no texto. No deixe de observar a relao dessas figuras com os con-tedos estudados, pois relacionar aquilo que est no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa formao intelectual.

    Dicas (motivacionais)

    Este estudo convida voc a olhar, de forma mais apurada, a educao como processo de emancipao do ser humano. importante que voc se atente s explicaes tericas, prticas e cientficas que esto presentes nos meios de comunicao, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-partilhar com outras pessoas aquilo que voc observa, permite-se descobrir algo que ainda no se conhece, aprendendo a ver e a notar o que no havia sido percebido antes. Observar , portanto, uma capacidade que nos impele maturidade.

    Voc, como aluno dos cursos de Graduao na modalidade EaD, necessita de uma formao conceitual slida e consistente. Para isso, voc contar com a ajuda do tutor a distncia, do tutor presencial e, sobretudo, da interao com seus colegas. Sugeri-mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.

    importante, ainda, que voc anote as suas reflexes em seu caderno ou no Bloco de Anotaes, pois, no futuro, elas pode-ro ser utilizadas na elaborao de sua monografia ou de produ-es cientficas.

    Leia os livros da bibliografia indicada, para que voc amplie seus horizontes tericos. Coteje-os com o material didtico, discu-ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista s videoau-las.

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    25 Caderno de Referncia de Contedo

    No final de cada unidade, voc encontrar algumas questes autoavaliativas, que so importantes para a sua anlise sobre os contedos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formao. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos sero importantes para o seu amadure-cimento intelectual.

    Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distncia participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.

    Caso precise de auxlio sobre algum assunto relacionado a este Caderno, entre em contato com seu tutor. Ele estar pronto para ajudar voc.

    3. REFERNCIAS BIBlIOGRFICASALMEIDA, M. E. Educao, projetos, tecnologia e conhecimentos. So Paulo: PROEM, 2001.

    KOHLBERG, L.; MAYER, R. Development as the aim of education. Harvard Educational Review, 1972.MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Revista Informtica na Educao: Teoria e Prtica, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 137-144, set. 2000.PIAGET, J. Para onde vai a educao? Trad. Ivete Braga. 14 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1998.

    4. E-REFERnCIAs

    Sites pesquisadosGOVERNO DO ACRE. Programa Comunidade Digital. Disponvel em: . Acesso em: 20 mar. 2010.

    ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS ONU. Resoluo 217 A (III), de 10 de dezembro de 1948. Declarao Universal dos Direitos Humanos. Disponvel em: . Acesso em: 5 set. 2013.

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  • 1EAD

    Breve Histrico da Informtica na Educao

    1. OBjEtIVOS

    Listar e descrever os programas pblicos relacionados Informtica Educacional.

    Compreender como a Informtica Educacional aborda-da nos Parmetros Curriculares Nacionais e na Oficina de Informtica Educacional das Escolas de Tempo Integral.

    Identificar como as diferentes mdias envolvidas na hist-ria da Educao a Distncia tm influenciado o seu desen-volvimento.

    Descrever o projeto de Informtica desenvolvido pelo MEC, direcionado aos educandos com necessidades es-peciais.

  • Informtica na Educao2828

    2. CONtEDOS

    Histria da Informtica Educacional no Brasil, observada por meio dos projetos pblicos.

    A Informtica Educacional luz dos Parmetros Curricula-res Nacionais e da Oficina de Informtica Educacional das Escolas de Tempo Integral.

    A Educao a Distncia: projetos pioneiros e projetos p-blicos.

    Projeto de Informtica na Educao Especial.

    3. ORIENtAES PARA O EStUDO DA UNIDADE

    Antes de iniciar o estudo desta unidade, importante que voc leia as orientaes a seguir:

    1) Tenha conscincia coerente do carter da incluso da Informtica na educao, pois no se trata apenas de instalar computadores na escola e levar os alunos para as aulas de Informtica; preciso, tambm, contextua-lizar o aprendizado numa perspectiva pedaggica e de desenvolvimento cognitivo.

    2) Lembre-se de que a evoluo da tecnologia da Inform-tica na educao seguiu os trilhos normais primeiro, a informatizao e automao nas escolas; depois, a conscincia de que aquilo poderia ser uma mquina de ensinar; e, posteriormente, o reconhecimento de que aquilo era apenas mais um instrumento que deveria ser utilizado com objetivos claros e definidos e metodologia cognitiva.

    3) Saiba que, durante as unidades, sero abordados os te-mas relacionados incluso da Informtica na educao, sendo o nosso trabalho iniciado com base no referencial histrico sobre o assunto.

    4) Perceba que a evoluo da Informtica utilizada no con-texto educacional propicia, a cada novo momento, ini-ciativas de sucesso.

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    29 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    Claretiano - Centro Universitrio

    5) Pesquise, no YouTube (www.youtube.com.br), as seguin-tes palavras-chaves: "informtica na educao" e "proje-tos educacionais", a fim de aprimorar seus conhecimen-tos sobre as iniciativas reais da rea.

    6) Leia o Captulo I, Disposies Legais, do Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, para entender me-lhor sobre a Educao a Distncia, sob a perspectiva le-gal e governamental. Disponvel em: . Acesso em: 8 ago. 2013.

    7) Para aprimorar seus conhecimentos sobre as polticas pblicas, sugerimos a leitura do documento Guia de Tecnologias Educacionais 2011/2012, disponvel em: . Acesso em: 8 ago. 2013.

    Alm do referido documento, o portal do professor (Dis-ponvel em: . Acesso em: 8 ago. 2013.) talvez seja um dos mais importantes sites de pesquisa para quem atua ou tem interesse em conhecer as polticas pblicas e inicia-tivas de projetos do governo (estadual e federal) na rea educacional, tendo a tecnologia como apoio e ferramen-ta para facilitar o processo e acesso a elas.

    4. INtRODUO UNIDADE

    De acordo com Marcheti (2001, p. 7):[...] a educao hoje uma prioridade poltica e social em todos os pases. O processo, as tcnicas e os meios de ensino e aprendiza-gem vm sofrendo grandes alteraes para continuar garantindo sua eficincia. Vrias mudanas ocorreram devido a pesquisas rea-lizadas que, aos poucos, foram alterando o foco de uma educao centrada no ensino, que desconsiderava qualquer diferena e pre-ferncia individual de aprendizagem, para uma postura mais flex-vel, tendo como objetivo o desenvolvimento individual e grupal de todos os envolvidos no processo.

  • Informtica na Educao30

    Nesse contexto, a Informtica, representada pelos mais di-ferentes recursos de tecnologia, foi aos poucos sendo incorporada na educao, de tal forma que hoje ningum consegue imaginar nenhum processo de desenvolvimento cognitivo sem o apoio dela.

    Nesta primeira unidade, voc conhecer os conceitos tericos sobre a Informtica na educao, alguns programas pblicos que marcaram o surgimento da Informtica na educao e os Parmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes da Escola de Tempo Integral, que abordam a utilizao da Informtica em sala de aula.

    Alm disso, estudar o percurso da Educao a Distncia no Brasil, as mdias que perpassam por esse caminho e o Projeto de Informtica na Educao Especial (Proinesp), o qual destinado a pessoas portadoras de necessidades especiais.

    5. tECNOlOGIA EDUCACIONAl

    As questes sobre tecnologia educacional so inmeras, sendo utilizado o mesmo ambiente para dar diferentes significa-dos a um mesmo instrumento.

    No ambiente educacional, tanto as ferramentas quanto as tecnologias sempre estiveram presentes, facilitando o processo ensino-aprendizagem. Hoje essa tecnologia est integrada s re-as de Comunicao e Informao de forma diferenciada.

    Conforme Rodrigues (2001, p. 337):Tecnologia o conjunto de conhecimentos, especialmente prin-cpios cientficos, que se aplicam a um determinado ramo de ati-vidade, explicao dos termos concernentes s artes e ofcios; o vocbulo peculiar de uma cincia, arte, indstria, etc.

    O termo tecnologia educacional ou tecnologia na educao utilizado, em vrios momentos, com a expresso "nova" (nova tecnologia educacional, novas tecnologias da educao etc.). En-tretanto, importante termos em mente que o que novo, na verdade, no so as tecnologias, mas as formas como so empre-gadas.

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    31 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    Um livro-texto considerado uma "tecnologia educacional"; a lousa, o giz, todos o so; enfim, se empregarmos o conceito es-pecfico de tecnologia, notaremos que, especificamente no con-texto educacional, utilizamos muitas tecnologias para facilitar tan-to o processo de ensino quanto de aprendizagem.

    No incio, a impresso de um livro era tida como uma ao que utilizava "modernas tecnologias"; entretanto, com o passar do tempo, fomos acostumando-nos a vrias tecnologias, a ponto des-sa palavra, hoje, ser usada quase exclusivamente para softwares, hardwares, realidade virtual, internet etc.

    Kelly (2007, p. 28) afirma que:[...] a ao da tecnologia mostrou-se to forte que, agora, a per-cebemos como um superpoder e tambm como algo que sempre leva a culpa quando uma coisa d errado. Na realidade, a tecnolo-gia matria, fora e muito mais. tudo o que criamos.

    Iremos abordar a tecnologia da informtica e as diferentes mdias relacionadas a ela; entretanto, como profissional da rea de educao, voc nunca poder esquecer que o projeto multim-dia um recurso tecnolgico to importante quanto um livro, no contexto educacional.

    De acordo com Herriott (1982, p. 80):[...] h uma possibilidade bastante acentuada de que antes do final deste sculo os estudantes venham a receber toda a sua instruo atravs de computadores, sem, absolutamente, nenhum contato com professores vivos. Isto pode ser feito, e muito bem.

    Veja este outro trecho de Sinclair (apud Kriwaczek, 1983, p. 29), traduzido livremente pelas autoras:

    Chegar o dia em que os computadores ensinaro melhor do que seres humanos, porque computadores podem ser to pacientes e muito afinados com as diferenas individuais. O computador subs-tituir no s a Encyclopaedia Britannica mas tambm a escola.

    Apenas a tecnologia no far grandes mudanas, nem a soluo para todos os problemas pedaggicos hoje existentes na educao brasileira. Ela poder ser uma ferramenta que auxiliar

  • Informtica na Educao32

    ou no o processo pedaggico, conforme a forma como utilizada, os projetos a serem implantados e a determinao do educador em fazer a diferena, independentemente da tecnologia dispon-vel no momento.

    O educador deve encarar esse desafio, com relao utiliza-o da Informtica na educao, de forma sria e coerente, partin-do dos princpios educacionais vigentes.

    O emprego da Informtica no diminuir as distncias entre as classes sociais ou promover a incluso digital, ou o letramen-to digital, como muitas pessoas afirmam hoje, e, sim, os projetos a serem implantados utilizaro a tecnologia da Informtica como ferramenta fundamental para atingir os objetivos pedaggicos propostos por um educador bem capacitado.

    Nosso foco no o educador, mas sim a ferramenta; por isso, embora empreguemos a informtica como recurso pedaggico, voc deve saber que todas as iniciativas de incluso da Informtica na educao s tero sucesso se os educadores se prepararem, ou melhor, se continuarem preparando-se para essa realidade e hou-ver incentivos governamentais para diversas aes.

    6. HIStRICO DA INClUSO DA INFORMtICA EDU-CACIONAl NO BRASIl

    Para conseguirmos obter uma aprendizagem concreta com relao Informtica na educao, temos que conhecer um pouco da histria que permeia as iniciativas nesse setor, principalmente as governamentais.

    Nascimento (2007) afirma que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi a primeira a utilizar o computador como ob-jeto de estudo e pesquisa, com base em uma disciplina voltada para o ensino de Informtica. Assim, em 1973, a UFRJ deu incio ao estudo acadmico voltado para a avaliao formativa e somativa dos educandos matriculados nas disciplinas de Qumica.

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    33 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    Em 1976, um grupo de pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), coordenado pelo professor Ubiratan d'Ambrsio, recebeu a visita de Seymour Papert e Marvin Minsky. Aps esse primeiro contato e uma visita ao Media Lab do Insti-tuto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos (MIT/EUA), criou-se um grupo interdisciplinar de especialistas das re-as de Informtica, Lingustica e Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, a fim de iniciar as investigaes sobre o uso de computadores na educao.

    Nessa poca, o foco era a linguagem de programao Logo, que permitia o desenvolvimento cognitivo da criana, com a utili-zao de comandos bsicos e procedurais. Aps esse estudo, em 1977, a Unicamp criou, com o apoio do MEC, o Nied Ncleo In-terdisciplinar de Informtica Aplicada Educao. A partir desse momento, o Logo e as iniciativas de estudar a Informtica aplicada educao multiplicaram-se.

    Com relao s aes do governo federal, o Brasil, aps as iniciativas citadas, comeou a construir polticas pblicas a fim de estimular a discusso sobre a Informtica na educao e aumentar o incentivo financeiro para projetos dessa natureza.

    Assim, ao final da dcada de 1970 e incio da de 1980, o Bra-sil estabeleceu polticas pblicas protecionistas e de segurana e garantia a favor de uma indstria nacional de Informtica. Para sustentar tais iniciativas, o governo criou a Comisso Coordenado-ra das Atividades de Processamento Eletrnico (Capre), a Empresa Digital Brasileira (Digibras) e a Secretaria Especial de Informtica (SEI).

    Especificamente, a Secretaria Especial de Informtica foi criada para supervisionar a poltica nacional de Informtica, sendo um rgo executivo do Conselho de Segurana Nacional da Presi-dncia da Repblica.

    Com a criao da SEI, um novo momento brasileiro teve incio no tocante Informtica no contexto educacional, pois ela

  • Informtica na Educao34

    estimula a comunidade brasileira (acadmica e empresarial) a pesquisar a fim de alcanar e promover autonomia nacional e de provocar aes centralizadas na realidade brasileira para o uso da tecnologia.

    De acordo com Nascimento (2007, p. 14), o incentivo da SEI proporcionou:

    [...] a busca de alternativas capazes de viabilizar uma proposta na-cional de uso de computadores na educao, que tivesse como princpio fundamental o respeito cultura, aos valores e aos inte-resses da comunidade brasileira; motivou a constituio de uma equipe Intersetorial, que contou com a participao de represen-tantes do Ministrio da Educao (MEC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), como responsveis pelo planejamen-to das primeiras aes na rea.

    Com a finalidade de agregar pesquisas, pesquisadores e ini-ciativas, em 1981, foi realizado o I Seminrio Nacional de Inform-tica na Educao, na Universidade de Braslia (UnB).

    Nesse seminrio, que teve participao de especialistas na-cionais e internacionais, o tema principal foi o uso do computador como ferramenta de ensino e aprendizagem, definindo-se que o computador seria um meio de ampliar as funes dos educadores, sem o propsito de substitu-los, e que as aes deveriam ser dis-cutidas com base nos valores culturais e sociopolticos brasileiros.

    Nesse momento, tambm, teve incio a discusso de que as questes pedaggicas deveriam prevalecer sobre as tecnolgicas, ou seja, a tecnologia seria mais um instrumento para viabilizar as iniciativas de ensino e aprendizagem.

    Aps o referido seminrio, inmeras aes foram desenvol-vidas, como, por exemplo, intercmbios de pesquisas e acordos re-lacionados pesquisa sobre Informtica na educao. Entretanto, neste Caderno de Referncia de Contedo, abordaremos apenas alguns projetos significativos da rea, mas sugerimos que voc re-alize pesquisas adicionais referentes ao momento histrico vivido na dcada de 1980, ou seja, sobre a construo de polticas e pro-

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    35 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    jetos governamentais a favor da implantao e aplicao da tecno-logia da informtica no contexto educacional.

    Projeto Educom

    Tavares (2013) afirma que este o primeiro projeto pblico a abordar a Informtica no mbito educacional.

    As universidades responsveis por esse projeto foram, ini-cialmente, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Uni-versidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul (UFRGS).

    Conforme Nascimento (2007), o Projeto Educom, divulgado em 1982, apresentou diretrizes e propostas interdisciplinares vol-tadas implantao experimental de centros-piloto, com infraes-truturas relevantes para o desenvolvimento de pesquisas, a fim de facilitar o processo de capacitao nacional e a coleta de subsdios para uma futura poltica de informtica educacional.

    Em razo da importncia que tais discusses j fomentavam na academia, em 1984, o MEC assumiu, definitivamente, todos os projetos relacionados ao setor, a fim de regulamentar e centralizar as iniciativas nacionais. Esse controle deveria ser feito pelo Centro de Informtica (Cenifor).

    O Projeto Educom tinha como foco o ensino e a aprendiza-gem de alunos do antigo 2 Grau, conhecido atualmente como Ensino Mdio, que consistia na implantao de centros-piloto em universidades pblicas.

    De acordo com Andrade (2008), esses centros-piloto ti-nham como misso desenvolver pesquisas relacionadas utiliza-o de computadores como ferramenta colaborativa melhoria do ensino e da aprendizagem.

    Foram selecionadas cinco instituies que desenvolveram seus projetos de forma independente, como descrito no Quadro 1.

  • Informtica na Educao36

    Quadro 1 Instituies escolhidas para fazer parte do Projeto Edu-com e suas responsabilidades.

    INStItUIES PROjEtOS

    UFRj Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o projeto foi direcionado ao ensino de 2 Grau, tendo como foco a anlise dos efeitos da tecnologia sobre a aprendizagem e a postura do educador e da organizao escolar.A equipe multidisciplinar formada pela universidade buscou desenvolver softwares educacionais e projetos visando formao de recursos humanos.

    UFMG Na Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do Departamento de Cincia da Computao, os esforos foram direcionados para desenvolver projetos interdisciplinares envolvendo profissionais de diversas reas, e tinham como objetivos: a informatizao das escolas, o desenvolvimento de softwares educacionais, a capacitao de recursos humanos e a incluso da informtica na educao especial.

    UFPE Na Universidade Federal de Pernambuco, a princpio, os trabalhos se iniciaram no Departamento de Informtica, mas foram transferidos para o Centro de Educao. Os principais objetivos foram a pesquisa e a formao de recursos humanos e a anlise de softwares educacionais que utilizavam a linguagem Logo na aprendizagem dos educandos.

    UFRGS Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tambm destacamos a pesquisa sobre a linguagem Logo e sua introduo no mbito escolar, a formao de educadores dentro da linha construtivista e a produo de softwares educacionais.

    Unicamp Na Universidade de Campinas, como em outros centros-piloto, a prioridade tambm foi o trabalho com a linguagem Logo.

    Projeto Formar

    O Projeto Formar foi uma das primeiras iniciativas para a formao de profissionais para atuar nos Centros de Informtica Educativa (Cied), implantados pelos governos estaduais e federais nos municpios.

    Tal projeto consistiu em um curso de especializao de 360 horas. Foi criado sob a coordenao do Nied/Unicamp e ministra-do por pesquisadores e especialistas dos demais centros-piloto, integrantes do Projeto Educom.

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    37 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    O nome Formar foi especialmente escolhido a fim de deixar claro que o objetivo era "formar profissionais" capazes de incluir, em suas prticas pedaggicas, a Informtica, e no apenas "capa-citar" o profissional para utilizar o computador em sala de aula. O foco era o uso do computador como ferramenta pedaggica.

    Projeto Proinfo

    Com o objetivo de formar os educadores, em abril de 1997, foi lanado o Programa Nacional de Informtica da Educao (Proinfo).

    Para Tavares (2013), a prioridade do Proinfo foi introduzir a Informtica na rede pblica de ensino. O programa centrado nas tecnologias de telecomunicaes mediadas pelo computador.

    De acordo com a Portaria n 522, de 09 de abril de 1997, as aes do Proinfo so desenvolvidas sob responsabilidade da Se-cretaria de Educao a Distncia do MEC, em articulao com as secretarias de educao do Distrito Federal, dos estados e dos mu-nicpios (NASCIMENTO, 2007).

    Tavares (2013) relata que o Proinfo apresenta os seguintes objetivos:

    1) Melhorar o processo ensino-aprendizagem nas escolas pblicas por meio da diversificao dos espaos do co-nhecimento, dos processos e da metodologia emprega-da.

    2) Possibilitar a criao de um novo espao cognitivo.3) Propiciar a educao voltada para o desenvolvimento

    cientfico e tecnolgico, a criatividade, a agilidade na re-soluo de problemas, o raciocnio, o manejo da tecno-logia e a obteno de mais conhecimentos tcnicos por parte do educando.

    4) Educar para a cidadania global.

  • Informtica na Educao38

    Uma das primeiras aes desse projeto foi a implantao dos Ncleos de Tecnologia Educacional (NTEs), que seriam constitu-dos por equipes de educadores e especialistas em informtica e telecomunicaes.

    Particularmente no estado de So Paulo, o Ncleo Regional de Tecnologia Educacional (NRTE) formado por dois educadores que so afastados da sala de aula pelo dirigente regional de ensi-no, e designados assistentes tcnicos pedaggicos de tecnologia educacional.

    A Secretaria Estadual de Educao (SEE/SP), por intermdio da Resoluo SE-12, de 11 de fevereiro 2005 artigo 4 e pargra-fo nico, regulamenta as funes dos educadores que compem o NRTE, como se segue.

    Artigo 4 Os Assistentes Tcnico-Pedaggicos do Currculo da Edu-cao Bsica e de Tecnologia Educacional, em consonncia com as diretrizes da poltica educacional desta Secretaria e de forma inte-grada com a Equipe de Superviso, tero as seguintes atribuies:

    I elaborar e implementar o Plano de Trabalho da Oficina Peda-ggica, de forma articulada com o da Diretoria de Ensino;

    II participar da formulao, do acompanhamento e da avaliao das atividades de natureza pedaggica presentes no Plano de Trabalho da Diretoria de Ensino;

    III identificar as demandas de formao continuada, a partir da anlise de indicadores, propondo aes voltadas para as prio-ridades estabelecidas;

    IV desenvolver, dentro de sua rea especfica de atuao, aes descentralizadas de formao continuada, de acordo com o Plano de Trabalho da Oficina Pedaggica;

    V prestar assistncia e apoio tcnico-pedaggico s equipes es-colares no processo de elaborao e implementao da pro-posta pedaggica da escola;

    VI estimular a utilizao de novas tecnologias na prtica docente, nas diferentes reas do currculo, favorecendo a sua apropria-o;

    VII orientar as equipes escolares para a utilizao e otimizao dos ambientes de aprendizagem e dos equipamentos e mate-riais didticos disponveis;

  • Claretiano - Centro Universitrio

    39 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    VIII promover aes que possibilitem a socializao de experin-cias pedaggicas bem-sucedidas;

    IX divulgar e estimular o acesso dos professores ao acervo da Ofi-cina Pedaggica e auxili-los na seleo dos materiais dispon-veis, incentivando-os a produzir outros materiais pedaggicos;

    X desenvolver aes a partir de demandas especficas das esco-las e ou propostas pelos rgos centrais.

    XI Pargrafo nico Os Assistentes Tcnico-Pedaggicos de Tec-nologia Educacional e os responsveis pelas aes da Teia do Saber e pelas aes do Programa Escola da Famlia, alm das j previstas, tero as seguintes atribuies:

    1. Assistente Tcnico-Pedaggico de Tecnologia Educacional:

    a) prestar assistncia s unidades escolares na implantao e no uso das salas de informtica;

    b) orientar as equipes escolares no desenvolvimento de projetos com o uso da tecnologia educacional (SO PAULO, 2005).

    Projeto Ensino On-line (EOL)

    Conforme a pesquisa de Tavares (2013), podemos afirmar que o Projeto Ensino On-line foi institudo, em 1997, em carter experimental pela SEE/SP, desvinculado do Proinfo.

    As escolas que aderiram ao projeto receberam computadores e meios de capacitao para os seus educadores. O projeto, em sua proposta, no contava com a internet ou outras redes de comunicao; viabilizava apenas a utilizao de um pacote de softwares educacionais.

    A SEE/SP ps em prtica uma srie de projetos paralelos com o intuito de descentralizar e modernizar as estruturas fsica, admi-nistrativa e organizacional das escolas pblicas. Na rea da gesto pedaggica, foi proposto o Projeto Escola de Cara Nova na Era da Informtica, para auxiliar as escolas a formar e educar seus alunos. A proposta do projeto est fundamentada nos seguintes objetivos:

    1) Oferecer uma proposta que possibilite a apropriao didtico-pedaggica da Informtica.

    2) Democratizar o acesso s informaes.

  • Informtica na Educao40

    3) Elevar a qualidade do ensino pblico, formando cida-dos conscientes do seu papel na transformao da re-alidade.

    4) Preparar a escola para as mudanas da sociedade, mo-dernizao tecnolgica e competitividade.

    5) Equipar a escola para a incluso tecnolgica.6) Apoiar os educadores na melhoria e modernizao do

    processo de ensino na sala de aula.7) Propiciar o acesso a bibliotecas, laboratrios virtuais, co-

    municao e interao com outras escolas por meio da internet e intranet e utilizar multimdias.

    Dos projetos apresentados, o Proinfo o nico que conti-nua desenvolvendo aes de capacitao, que so realizadas a dis-tncia por meio de um ambiente colaborativo de aprendizagem denominado e-Proinfo. Esse ambiente oferece ao cursista muitos recursos, tais como: notcias, avisos, agenda, dirio de bordo e biblioteca, e ferramentas que possibilitam a interao entre eles. Dentre as ferramentas, destacam-se: e-mail, chat, frum e banco de projetos. Alm dessas, existem ainda ferramentas com o ob-jetivo de avaliar o desempenho do cursista, como, por exemplo, questionrios e estatsticas de atividades.

    Levando em conta as evolues das polticas pblicas e as iniciativas do setor, veja, a seguir, a relao resumida das principais aes pblicas.

    Relao das principais aes pblicas Agosto/81: realizao do I Seminrio de Informtica na Educao, Braslia/DF, UnB. Promoo MEC/SEI/CNPq.Dezembro/81: aprovao do documento: Subsdios para a implantao do Programa de Informtica na Educao MEC/SEI/CNPq/Finep.Agosto/82: realizao do II Seminrio Nacional de Informtica na Educao, UFBa/Salvador/Bahia.Janeiro/83: criao da Comisso Especial n 11/83 Informtica na Educao, Portaria SEI/CSN/PR n 001, de 12 de janeiro de 1983.Julho/83: publicao do documento Diretrizes para o Estabelecimento da Poltica de Informtica no Setor de Educao, Cultura e Desporto, aprovado pela Comisso de Coordenao-Geral do MEC em 26 de outubro de 1982.

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    41 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    Agosto/83: publicao do Comunicado SEI, solicitando a apresentao de projetos para a implantao de centros-piloto junto s universidades.Maro/84: aprovao do regimento interno do Centro de Informtica Educativa (Cenifor) e do Funtev, Portaria n 27, de 29 de maro de 1984.Julho/84: assinatura do Protocolo de Intenes MEC/SEI/CNPq/Finep/Funtev para a implantao dos centros-piloto, e delegao de competncia ao Cenifor e expedio do Comunicado SEI/SS n 19, informando subprojetos selecionados: UFRGS, UFRJ, UFMG, UFPE e Unicamp.Agosto/85: aprovao do novo regimento interno do Cenifor, Portaria Funtev n 246, de 14 de agosto de 1985.Setembro/85: aprovao do Plano Setorial Educao e Informtica pelo Conin/PR.Fevereiro/86: criao do Comit Assessor de Informtica na Educao de 1 e 2 Graus Caie/Seps.Abril/86: aprovao do Programa de Ao Imediata em Informtica na Educao e extino do Caie/Seps e criao do Caie/MEC.Maio/86: coordenao e superviso tcnica do Projeto Educom so transferidas para a Seinf/MEC.Julho/86: instituio do I Concurso Nacional de Software Educacional e da Comisso de Avaliao do Projeto Educom.Junho/87: implementao do Projeto Formar I, Curso de Especializao em Informtica na Educao, realizado na Unicamp.Julho/87: lanamento do II Concurso Nacional de Software Educacional.Novembro/87: realizao da Jornada de Trabalho de Informtica na Educao: Subsdios para Polticas, UFSC, Florianpolis/SC, e incio da implantao dos Cieds.Setembro/88: realizao do III Concurso Nacional de Software Educacional.Janeiro/89: realizao do II Curso de Especializao em Informtica na Educao Formar II.Maio/89: realizao da Jornada de Trabalho Luso-Latino-Americana de Informtica na Educao, promovida pela OEA e Inep/MEC, PUC/Petrpolis/RJ.Outubro/89: instituio do Programa Nacional de Informtica Educativa Proninfe na Secretaria-Geral do MEC.Maro/90: aprovao do regimento interno do Proninfe.Junho/90: reestruturao ministerial e transferncia do Proninfe para a Senete/MEC.Agosto/90: aprovao do Plano Trienal de Ao Integrada 1990/1993.Setembro/90: integrao de metas e objetivos do Proninfe/MEC no Planin/MCT.Fevereiro/92: criao de rubrica especfica para aes de Informtica Educativa no oramento da Unio.Abril/97: lanamento do Programa Nacional de Informtica na Educao (Proinfo) (adaptado de NASCIMENTO, 2007, p. 35-40).

  • Informtica na Educao42

    Agora voc pode ter uma noo exata do caminho percorrido at hoje, o qual revela que o ensino e o aprendizado a distncia so, relativamente, comuns. Podemos observar que os computadores e outras tecnologias so adotados em escolas de Ensino Bsico, Fundamental e Mdio com a mesma naturalidade com a qual se instalam bibliotecas.

    7. INFORMtICA EDUCACIONAl

    medida que os computadores vm se tornando mais aces-sveis, os governos federal, estadual e municipal investem na insta-lao das salas-ambiente de Informtica nas escolas. O uso desses equipamentos suscita alguns questionamentos:

    O que fazer?

    Qual a sua real funo educacional?

    De que forma os computadores podem contribuir para o desenvolvimento das competncias e habilidades dos educandos?

    Alm dessas questes, surgiu, tambm, o problema funda-mental: utilizar a informtica como componente do processo ensi-no-aprendizagem, ou apenas instrumentalizar o educando para a utilizao da mquina?

    Para ajudar a responder a essa questo, essencial consultar os Parmetros Curriculares Nacionais, os quais nos nortearo. Vale lembrar, porm, que essas propostas devem ser adequadas a fim de atenderem s especificidades de cada localidade.

    A seguir, voc ver o que os Parmetros Curriculares Nacio-nais apresentam com relao implantao da Informtica Educa-cional na sala de aula.

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    43 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    A implantao da Informtica na sala de aula

    O computador faculta a utilizao de diversos recursos por meio de seus aplicativos, que agilizam as tarefas que marcam as sucessivas reescritas pelas quais um texto passa at a sua verso final, alm de permitir a incluso de grficos, tabelas, figuras etc. Esses recursos possibilitam que os educandos produzam jornais, revistas, folhetos etc.

    Tais recursos ainda oferecem inmeras possibilidades de aprendizagem, pois facilitam a interao com grande quantidade de informaes transmitidas por meio de:

    mapas;

    fotografias;

    imagens;

    grficos;

    tabelas.

    Para favorecer a aprendizagem, os textos informativos utili-zam-se de cores, smbolos, diagramao e efeitos sonoros diver-sos.

    Os recursos podem ser utilizados tanto como apoio ao ensi-no quanto como fonte de aprendizagem e ferramenta para o de-senvolvimento de habilidades. Eles, ainda, adaptam-se a distintos ritmos de aprendizagem e permitem que o educando aprenda com seus prprios erros.

    O trabalho com softwares, multimdia e hipertexto leva construo de uma representao no linear do conhecimento, o que ser discutido em outra unidade. Alguns softwares favorecem a autonomia, uma vez que possibilitam que o educando pense, reflita e crie solues.

    A conexo com uma rede de comunicao proporciona a so-cializao das produes e a interao com outros leitores, amplian-do as possibilidades de interlocuo por meio da escrita e permitin-

  • Informtica na Educao44

    do o acesso on-line ao conhecimento que est disponvel em vrias fontes, seguido de seleo, comparao, organizao e registro de informaes.

    Desse modo, o material selecionado para o trabalho em sala de aula precisa ter boa qualidade e coerncia com a proposta di-dtica que se pretende desenvolver. Para tanto, fundamental que o educador saiba escolher os softwares a serem trabalhados no contexto educacional, em funo dos objetivos que pretende atingir e das necessidades apresentadas nas situaes de ensino e aprendizagem.

    Uma vez integrado ao contexto pedaggico, todo software educacional. essencial a integrao de todos os recursos did-ticos s situaes que levam ao exerccio da anlise e da reflexo para a efetivao da aprendizagem.

    A prtica nos mostra que a relao entre educador e educan-do modifica-se com a proximidade, a interao e a colaborao en-tre ambos. Portanto, o computador no substitui o educador, mas, sim, intensifica seu papel na preparao, conduo e avaliao do processo ensino-aprendizagem. Enfim, o educador continua sen-do responsvel por trazer os problemas que sero investigados, dando condies aos educandos para acessarem as informaes, decodific-las, interpret-las e emitirem um julgamento.

    Contudo, a escola e os agentes que dela participam tm um grande desafio: o de incorporar ao seu trabalho novas formas de comunicao e conhecimento.

    Assim, podemos observar que a Informtica no deve ser considerada somente como uma disciplina, pois uma ferramenta a favor de todas as disciplinas, com uma linguagem prpria, capaz de mediar a aprendizagem, devendo sempre estar inserida no con-texto do projeto poltico-pedaggico da escola.

    Em 2006, a Secretaria Estadual de Educao do Estado de So Paulo implantou, em algumas escolas, o Projeto Escola de

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    45 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    Tempo Integral. Esse projeto prev, aos educandos de 1 a 8 s-ries, a Oficina de Informtica Educacional.

    Essa oficina visa potencializar o acesso e a utilizao das di-versas tecnologias. No transcorrer dessa oficina, o educador assu-me destaque, a fim de:

    1) Articular projetos.2) Buscar solues, organizar os conhecimentos e refletir

    sobre eles.3) Estimular as inteligncias.4) Fomentar ideias que auxiliem as descobertas e mostrar

    os caminhos diversos na resoluo de problemas.5) Desafiar os educandos para atingir os seus objetivos.

    De acordo com as Diretrizes da Escola de Tempo Integral (2006), fornecidas pela SEE/SP, podemos elencar os seguintes ob-jetivos para a Oficina de Informtica Educacional:

    1) Compreender o funcionamento dos equipamentos, bem como sua utilizao.

    2) Utilizar jogos e sites educativos adequados para a faixa etria.

    3) Auxiliar as atividades de leitura e escrita desde o incio da aprendizagem.

    4) Explorar, desde as sries iniciais, softwares aplicativos, softwares educacionais e a internet para pesquisa.

    5) Desenvolver competncias de obteno e utilizao de informaes, anlise, estabelecimento de relaes, sn-tese e avaliao.

    6) Sensibilizar para a existncia de novas tecnologias no co-tidiano.

    7) Ampliar a expresso escrita e oral.8) Discutir as influncias das mdias, desenvolvendo o

    olhar crtico.

    Atualmente fica difcil dissociar a Informtica de mdias como a TV, vdeo, rdio etc. Por isso, imprescindvel que o educa-dor esteja atento e mantenha em seu trabalho um dilogo crtico

  • Informtica na Educao46

    com elas. Assim, os educandos aprendem sobre a sua funo so-cial e se mantm atualizados em relao ao que acontece no mun-do, estabelecendo ligaes entre o que eles aprendem na escola e fora dela.

    8. EDUCAO A DIStNCIA

    Ferraz (2008) afirma que:A tecnologia sempre esteve presente como ferramenta e media-dora do processo de aprendizagem, entretanto, nos ltimos anos, com a integrao cada vez maior das tecnologias da informao e comunicao (TICs) e a incorporao delas no processo educacio-nal, novas possibilidades e oportunidades tm surgido .

    Hoje, independentemente do nvel educacional (bsico, fun-damental, mdio ou superior), a tecnologia j faz parte do contex-to pedaggico.

    A integrao de diferentes tecnologias ao processo educa-cional trouxe inmeros benefcios, tais como a agilidade de acesso s informaes, a flexibilidade de ensino e aprendizagem, a pos-sibilidade de simular um ambiente educacional contextualizado, prximo realidade profissional e pessoal do aprendiz etc. (FER-RAZ, 2008).

    Com o dimensionamento favorvel das vantagens de instru-mentos como simulao, construo de prottipos, acesso a di-ferentes informaes em tempo real etc., o processo de ensino e aprendizagem tem sofrido algumas adequaes, a fim de incorpo-rar cada vez mais essas tecnologias e, com isso, construir e ampliar possibilidades educacionais.

    Embora a incluso de qualquer tecnologia ao ambiente edu-cacional possa trazer novas oportunidades de ensino e aprendi-zagem e produzir uma sensao de encantamento por parte dos agentes envolvidos, necessrio ter a conscincia de que, agre-gadas s possibilidades, tambm ocorrem mudanas culturais e sociais significativas.

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    47 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    Nos contextos especficos da incluso social e da capacita-o profissional, as tecnologias possibilitaram que a modalidade de Educao a Distncia (EaD) incrementasse a sua participao nos mercados acadmico e corporativo, como uma estratgia dife-renciada e complementar ao modelo presencial.

    A modalidade a distncia prov oportunidades de educao que utilizam estratgias diferenciadas para um nmero crescen-te de pessoas que procuram por modelos alternativos. Por meio dela, essas pessoas podem adquirir, atualizar ou complementar seu conhecimento pessoal ou profissional.

    Durante algum tempo, a modalidade a distncia teve suces-so reconhecido de forma bem restrita, mas, nos ltimos anos, isso vem mudando, principalmente no ambiente formal de educao, composto por instituies de ensino que oferecem cursos de Gra-duao, Ps-graduao e extenso universitria nessa modalidade.

    No Brasil, a Educao a Distncia ainda est bastante relacio-nada formao de adultos (Graduao, Ps-graduao, especiali-zao, cursos de curta durao, capacitao profissional etc.), mas o cenrio est, aos poucos, mudando.

    Com a reformulao, em 1996, das Leis de Diretrizes e Ba-ses da Educao Nacional (LDBEN), foi oficializada a modalidade a distncia no pas. Como resultado desse fato, os rgos compe-tentes pela regularizao da educao esto cada vez mais atentos ao provimento de diretrizes que garantam a qualidade e mltiplas possibilidades ao processo de aprendizagem a distncia.

    A finalidade das LDBEN foi ajustar os princpios enunciados no texto constitucional para aplicao a situaes reais, conside-rando o desenvolvimento das TICs e sua maior incorporao ao processo educacional.

    O Artigo 80 das LDBEN (Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que definia como atribuio do poder pblico o incentivo ao desenvolvimento e veiculao de programas de Educao a

  • Informtica na Educao48

    Distncia em todos os nveis de ensino, foi regulamentado pelo Decreto n 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (publicado no D.O.U., de 11/02/98), que definia:

    Art. 1 Educao a distncia uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediao de recursos didticos sistema-ticamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informao, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicao. (BRASIL, 1998).

    Em 19 de dezembro de 2005, com a promulgao do Decreto n 5.622, o n 2.494 foi revogado, uma vez que este novo regula-mentaria o art. 80 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e as bases da educao nacional.

    O objetivo principal de todos os processos educacionais, in-dependentemente da modalidade, o desenvolvimento individual e coletivo, que abrange no s a construo de conhecimentos, competncias e habilidades, mas tambm o desenvolvimento so-cial, afetivo, de valores e de atitudes, ou seja, a educao deve estar integrada ao cenrio sociocultural-econmico nacional.

    Acompanhe, no Quadro 2 a seguir, os acontecimentos que marcaram o Brasil com relao incluso da modalidade a distn-cia.

    Quadro 2 Iniciativas de relevncia no Brasil relacionadas moda-lidade a distncia.

    DAtA FAtO RECURSOS UtIlIZADOS

    1904Escolas privadas internacionais comearam a oferecer cursos pagos.

    Folhetos, correspondncia.

    1934 Radioescola Municipal do Rio de Janeiro.

    Folhetos, esquemas de aulas, cartas e transmisses radiofnicas.

    1939Fundado o Instituto Radiomonitor, instituio privada que oferece, ainda hoje, cursos profissionalizantes.

    Folhetos.

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    49 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    DAtA FAtO RECURSOS UtIlIZADOS

    1941Fundado o Instituto Universal Brasileiro, instituio privada que oferece, ainda hoje, cursos profissionalizantes.

    Folhetos.

    1941Universidade do Ar, voltada para o professor leigo.

    Rdio.

    1947

    Universidade do Ar, criada para treinar comerciantes e empregados em tcnicas comerciais. Atingiu o pice na dcada de 1950, com oitenta mil alunos.

    Rdio: leitura de aulas por professores.

    1957O Sistema Radioeducativo Nacional passou a produzir programas transmitidos por diversas emissoras.

    Rdio.

    1961Movimento Nacional de Educao de Base, concebido pela Igreja e patrocinado pelo Governo Federal. Terminou em 1965.

    Principalmente rdio, com superviso peridica.

    1964Solicitao do Ministrio da Educao de reserva de canais VHF e UHF para TV educativa.

    Dcada de 1970

    Projeto Minerva, em cadeia nacional.Fundao Roberto Marinho (privada) iniciou a educao supletiva a distncia para o primeiro e o segundo graus.O Governo Federal enviou um grupo Inglaterra para analisar a experincia da Open University.O relatrio interps grande obstculo s iniciativas brasileiras.

    Rdio.Rdio, TV e material impresso.

    Dcada de 1980

    A Universidade de Braslia criou os primeiros cursos de extenso a distncia. Diversos.

  • Informtica na Educao50

    DAtA FAtO RECURSOS UtIlIZADOS

    Dcada de 1990

    Criada a Universidade Aberta de Braslia.

    UFSC em parcerias com 8 universidades oficiais e privadas, alm de diversas empresas, criou o primeiro programa de Mestrado e Doutorado mediado pelo computador.

    Mestrado Tecnolgico em Logstica da Petrobras.

    Criada a Escola do Futuro, USP.Universidade Federal Paulista de Medicina criou o Centro de Informtica na Sade.

    Diversos.

    Computador/internet.

    V i d e o c o n f e r n c i a , internet, CD-ROM, rdio, TV, material impresso.

    Computador/Internet.

    2003/2006

    At o incio de 2004, mais de 1,1 milho de pessoas fizeram algum curso a distncia.At 2000, apenas duas instituies estavam oficialmente credenciadas para ofertar cursos de Graduao e Ps-graduao lato sensu a distncia.At 03/2006, 77 instituies novas foram autorizadas para cursos de graduao e 65 para oferta de cursos de ps-graduao lato sensu.

    2006

    Criou-se a Universidade Aberta do Brasil (UAB): projeto do Ministrio da Educao, no mbito do Frum das Estatais pela Educao, para a articulao e integrao experimental de um sistema nacional de Educao Superior a distncia. Esse sistema formado por instituies pblicas de Ensino Superior, as quais levaro Ensino Superior pblico de qualidade aos municpios brasileiros que no tm oferta, ou cujos cursos ofertados no so suficientes para atender a todos os cidados.

    2004/2008

    Divulgado o censo que informou que, entre 2004 e 2008, houve aumento de 543% em nmero de cursos a distncia (Graduao e Ps-graduao) e de 315% no nmero de matrculas.

    2008

    Divulgado o censo que informou que, em 2008, houve aumento de 571% no nmero de cursos a distncia (Graduao e Ps-graduao) e de 315% no nmero de matrculas em cursos oficialmente autorizados durante os anos de 2004-2008.

    Fonte: adaptado de Ferraz (2008).

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    51 U1 - Breve Histrico da Informtica na Educao

    9. PROjEtO DE INFORMtICA NA EDUCAO ESPE-CIAl

    Na disciplina Fundamentos da Educao Inclusiva, voc estu-dar que ns, educadores, devemos nos adequar s diferenas das pessoas com necessidades especiais.

    Para isso, necessrio mudar nossa forma de pensar, como afirma Elizabeth Soares Bastos:

    Ao pensarmos na utilizao de computadores na educao, de-vemos considerar a colaborao que a educao d s reformas sociais, e que a tecnologia importante como meio para alcanar estes fins, no indicando finalidades e valores norteadores para seus usurios. So estes usurios que se utilizaro dela para vei-cular finalidades e valores adequados sua realidade. Desta forma as crianas portadoras de necessidades especiais no podem mais continuar alijadas do uso da informtica no processo ensino-apren-dizagem (BASTOS, 2006).

    Percebemos que as mudanas devem ser feitas gradativa-mente e de dentro para fora, e que o educador precisa rever sua prtica e suas convices, tomando, assim, uma postura reflexiva.

    Desse modo, o papel do educador durante o processo ensi-no-aprendizagem fundamental, pois ele o facilitador da cons-truo do conhecimento, assumindo, assim, a figura de educador--mediador por meio de aes instigadoras e desafiadoras.

    Com o objetivo de transmitir aos educandos com necessida-des especiais as novas tecnologias de informao e comunicao, a Secretaria de Educao Especial (Seesp) criou o Projeto de Infor-mtica na Educao Especial (Proinesp).

    De acordo com Lorenzoni (2003), o projeto foi criado em 1999 e distribuiu, at 2002, laboratrios de informtica a 228 or-ganizae