Informativo CSP-Conlutas Correios e Bancários

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Boletim Especial Correios setembro de 2011 Se o Brasil cresceu, o ecetista quer o seu; aumento real já! Seguiremos ao lado dos t rabalhadores dos Correios Todo apoio à greve! Há vários dias os tra- balhadores dos Correios realizam uma de suas maiores greves. Nossa central, a CSP-Conlutas, tem estado ao lado de cada piquete, de cada mobilização, assembleia ou passeata e temos sen- tido uma enorme disposi- ção dessa categoria. Fortalecer a luta - Mais do que nunca é necessário fortalecer essa greve. A cada dia a indignação au- menta, tendo em vista o forte ataque do governo e da empresa contra os tra- balhadores. Essa ofensiva se explica, em primeiro lugar, pela política econô- mica do Governo Dilma que visa garantir os seus compromissos com o paga- mento dos juros e serviços da dívida pública. Na greve, os trabalha- dores ecetistas tem se enfrentado diretamente contra o presidente da em- presa, Wagner Pinheiro e o ministro das Comunica- ções, Paulo Bernardo que vem tratando de maneira sórdida a categoria. Publi- cam números e declara- ções que menosprezam a greve, determinam o corte de ponto dos trabalhado- res e, como fazem os mais truculentos patrões do se- tor privado dizem que não negociam em greve. Um absurdo! Fica cada vez mais evi- dente que a postura do pre- sidente da empresa e do ministro das Comunicações tem relação e sustentação política nas opiniões e forma de governar da presidente Dilma Rousseff (PT), afinal no meio desse processo foi ela que, com apoio dos de- putados do PT e do PC do B, entre outros, sancionou a MP-532 que cria o Correios S/A, na prática a privatiza- ção de um patrimônio do povo brasileiro. Nossa luta, portanto, é uma batalha contra esse governo. Correios, os bancos, a Petrobras, as montadoras, a construção civil, o setor de mineração e inúmeros outros setores do empre- sariado brasileiro seguem comemorando lucros recor- des. Enquanto o governo lhes dá bilhões em isen- ção de impostos, anuncia cortes de R$ 50 bilhões no orçamento, nega reajuste aos servidores públicos e aumenta em R$ 10 bilhões seu compromisso com tal superávit primário, ou seja, mais dinheiro para a banca internacional. A greve dos trabalhadores dos Correios é uma resposta a essa política, reflete uma compreensão de que “se o Brasil cresceu, o trabalhador quer o seu!”. É também uma luta contra a sobrecarga de trabalho, uma luta contra a privatização da ECT. Por isso, seguiremos ombro a ombro fortalecendo essa greve e exigindo que o go- verno atenda as reivindica- ções da categoria e garanta aumento real já! Unir ecetistas, bancários e petroleiros numa mesma batalha, afinal o patrão é o mesmo, o Governo Dilma. A CSP-Conlutas faz um chamado a todas as dire- ções das categorias em luta para que busquemos unificar as nossas forças no enfren- tamento contra o governo e os banqueiros. Ainda que concordamos com os com- panheiros da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhado- res dos Correios) quando afirmam que “a maioria das direções dos sindicatos governistas não queriam a greve, bem como a direção majoritária da FENTECT (CUT/CTB)”, vimos que os trabalhadores superaram sua direção e estão agora em meio a uma greve for- tíssima e a nossa tarefa é fortalecer a unidade para derrotar o governo. Crédito: Bianca Pedrina Assémbleia dos Trabalhadores dos Correios em SP

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Boletim Especial Correios setembro de 2011

Se o Brasil cresceu, o ecetista quer o seu; aumento real já!

Seguiremos ao lado dos trabalhadores dos Correios

Todo apoio à greve!

Há vários dias os tra-balhadores dos Correios realizam uma de suas maiores greves. Nossa central, a CSP-Conlutas, tem estado ao lado de cada piquete, de cada mobilização, assembleia ou passeata e temos sen-tido uma enorme disposi-ção dessa categoria.

Fortalecer a luta - Mais do que nunca é necessário fortalecer essa greve. A cada dia a indignação au-menta, tendo em vista o forte ataque do governo e da empresa contra os tra-balhadores. Essa ofensiva se explica, em primeiro lugar, pela política econô-mica do Governo Dilma que visa garantir os seus compromissos com o paga-

mento dos juros e serviços da dívida pública.

Na greve, os trabalha-dores ecetistas tem se enfrentado diretamente contra o presidente da em-presa, Wagner Pinheiro e o ministro das Comunica-ções, Paulo Bernardo que vem tratando de maneira sórdida a categoria. Publi-cam números e declara-ções que menosprezam a greve, determinam o corte de ponto dos trabalhado-res e, como fazem os mais truculentos patrões do se-tor privado dizem que não negociam em greve. Um absurdo!

Fica cada vez mais evi-dente que a postura do pre-sidente da empresa e do ministro das Comunicações

tem relação e sustentação política nas opiniões e forma de governar da presidente Dilma Rousseff (PT), afinal no meio desse processo foi ela que, com apoio dos de-putados do PT e do PC do B,

entre outros, sancionou a MP-532 que cria o Correios S/A, na prática a privatiza-ção de um patrimônio do povo brasileiro. Nossa luta, portanto, é uma batalha contra esse governo.

Correios, os bancos, a Petrobras, as montadoras, a construção civil, o setor de mineração e inúmeros outros setores do empre-sariado brasileiro seguem comemorando lucros recor-des. Enquanto o governo lhes dá bilhões em isen-ção de impostos, anuncia cortes de R$ 50 bilhões no orçamento, nega reajuste aos servidores públicos e aumenta em R$ 10 bilhões seu compromisso com tal

superávit primário, ou seja, mais dinheiro para a banca internacional.

A greve dos trabalhadores dos Correios é uma resposta a essa política, reflete uma compreensão de que “se o Brasil cresceu, o trabalhador quer o seu!”. É também uma luta contra a sobrecarga de trabalho, uma luta contra a privatização da ECT. Por isso, seguiremos ombro a ombro fortalecendo essa greve e exigindo que o go-

verno atenda as reivindica-ções da categoria e garanta aumento real já!

Unir ecetistas, bancários e petroleiros numa mesma batalha, afinal o patrão é o mesmo, o Governo Dilma.

A CSP-Conlutas faz um chamado a todas as dire-ções das categorias em luta para que busquemos unificar as nossas forças no enfren-tamento contra o governo e os banqueiros. Ainda que concordamos com os com-

panheiros da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhado-res dos Correios) quando afirmam que “a maioria das direções dos sindicatos governistas não queriam a greve, bem como a direção majoritária da FENTECT (CUT/CTB)”, vimos que os trabalhadores superaram sua direção e estão agora em meio a uma greve for-tíssima e a nossa tarefa é fortalecer a unidade para derrotar o governo.

Crédito: Bianca Pedrina

Assémbleia dos Trabalhadores dos Correios em SP

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As principais campa-nhas salariais do segundo semestre estão no auge. Bancários e trabalhado-res dos Correios estão em greve. Contudo, podíamos ter campanhas muito mais fortes. Os bancários defla-graram paralisação por-que estão indignados com os lucros dos banqueiros

contra os baixos reajustes oferecidos, mas a direção governista (CUT) queria uma saída que lhes permi-tisse evitar um enfrenta-mento com os banqueiros e com o governo Dilma.

Na Petrobrás, as nego-ciações mal começaram e a FUP (CUT) aceitou uma antecipação apenas

Unificar as categorias em luta!

do valor da inflação. Lamentável! Isto joga contra a luta.

A nossa tarefa é unir todos contra os ban-queiros, os patrões e o governo; fortalecer as greves e unificar as nossas ações. Construir atos, passeatas e mobi-lizações unificadas pra

derrotá-los e arrancar as nossas conquistas. Para isso é necessário romper com o governo, resgatar a independência política e financeira frente a eles e apostar na ação direta de nossa classe. A CSP-Conlutas seguirá a dispo-sição desses trabalhado-res em luta.

Mulheres ecetistas precisam fortalecer a mobilização!O salário das mulheres

ecetistas não cresceu com o mesmo ritmo do aumento de seu trabalho. Desde 2007, o número de trabalhadores contratados pela empresa vem diminuindo a cada ano e da década passada para cá, a quantidade de objetos distribuídos por trabalhador da empresa de Correios tam-bém não parou de aumentar.

Quanto mais precarizado o trabalho, mais mulheres fazem parte da categoria. O machismo e o preconceito fazem com que as mulheres tenham as piores condições de trabalho e os piores salá-

rios e sujeitas a situações de as-sédio moral e sexual nos locais de trabalho. Já está sendo feita a batalha para exigir que a ECT garanta punição, mas ainda são inúmeros os casos em que nada acontece e as trabalhadoras têm que levar para casa o desgosto da humilhação e do constrangi-mento.

Combinar esse trabalho duro com as responsabilidades do-mésticas que são impostas as mulheres é muito difícil. Estas realizam todos os dias uma du-pla jornada de trabalho e não recebem nenhum direito que acabe com essa situação. Nessa campanha, a categoria ecetis-

ta está reivindicando o “auxílio creche” para todos os filhos e filhas até o sétimo ano de vida e a transformação desse auxílio em “auxílio educação” após esse período.

Essa batalha é muito impor-tante, porque a dificuldade em garantir a matrícula dos filhos (as) em creches ou escolas é um dos maiores motivos que fazem as mulheres largarem o empre-go. Essa situação não pode con-tinuar!

A primeira presidenta mulher do país está tratando as ecetis-tas com muito desrespeito, pois além de não garantir o reajuste dos trabalhadores dos Correios

e seus direitos está orques-trando a criação da Correios S.A., cuja conseqüência vai ser mais precarização, terceiriza-ção e menos direitos. Mesmo sendo mulher, Dilma virou inimiga das trabalhadoras dos Correios.

A força da luta das mulhe-res tem condições que fazer a greve ficar cada vez mais forte. Não podemos deixar o ma-chismo e o preconceito dividir a categoria, precisamos unir mulheres e homens ecetistas contra o governo, verdadei-ro inimigo que discrimina as mulheres e explora todos os trabalhadores.

Assembleia dos traba-lhadores dos Correios em Pernambuco ( ao lado). Abaixo da esquerda para a direita, passeata de meta-lúrgicos em MG, cartaz da greve de bancários iniciada nesta terça-feira (27), tra-balhadores em Educação de Minas Gerais em greve há mais de cem dias

Crédito: Hálisson Tenório PE

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