Informativo da Produção de Leite - pdpl.ufv.br · por algumas expansões na estrutura física...

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EdiçãEdição 325 Ano XXIV Junho de 2016 Viçosa-MG Veja também nesta edição 6 5 2 3 Sistema Ruter para alimentação de bezerras Visita do Tobias ao produtor: Cristiano José Lana Fazenda São Miguel Produtividade da terra L/ha/ano Informativo da Produção de Leite Qualidade do Leite: Dica do Zootecnista Géssika Oliveira Estudante de Zootecnia O uso de polpa cítrica na dieta da pecuária leiteira Substituto Lácteo + Ração Fonte: ACA - AR Substituto Lácteo + Ruter Rúmen Dorsal: comprimento da Papila aos 20 dias de idade (40X) Fonte: ACA - AR Rúmen Dorsal: comprimento da Papila aos 28 dias de idade (40X) Fonte: ACA - AR SISTEMA ARGENTINO DE STARTER RUMINAL Fonte: ACA - AR SISTEMA TRADICIONAL DE ALEITAMENTO SISTEMA ARGENTINO DE STARTER RUMINAL SISTEMA TRADICIONAL DE ALEITAMENTO Ruter é uma técnica inovadora de alimentação de bezerras desenvolvida na Argentina, totalmente diferente do tradicional. Nessa técnica é utilizado um desmame precoce que promove um “Starter ruminal” nos bezerros através de uma dieta seca, de alta digestibilidade, alta concentração de óleos e proteínas de excelente qualidade. Essas características permitem um rápido trânsito ruminal, proporcionando crescimento muito precoce das papilas ruminais, massa bacteriana e expansão da parede ruminal, transformando um pré-ruminante em ruminante em menor tempo. O princípio da técnica é a capacidade flutuante do alimento Ruter no líquido ruminal, sua forma e tamanho, o alimento entra em contato com bactérias localizadas na parte dorsal do rumem e então é digerido pela flora bacteriana, promovendo uma precoce produção de AGV (energia). Nas técnicas convencionais de aleitamento o substrato alimentar chegaria na parte dorsal do rumem apenas quando o bezerro começar a ingerir quantidades significativas de concentrado (75/90 dias de vida), pois quando ingeridas baixas quantidades de ração essa sedimenta na base do rumem. Papilas ruminais em maiores quantidades e de melhor qualidade asseguram uma melhor absorção de nutrientes, potencializando os níveis de conversão alimentar do bezerro, e com isso teremos um desmame precoce aos 28/30 dias de vida com atividade ruminal similar à de um bezerro que tradicionalmente seria desmamado aos 75/90 dias, reduzindo assim os custos com alimentação e mão de obra. Dentre as inúmeras vantagens, podemos destacar a menor incidência de diarreia, menor tempo de permanência no bezerreiro, melhor adaptação e conversão alimentar na fase de recria e menor idade ao primeiro parto. Item/Dia 0 7 14 2128 35 42 Peso Médio Ganho de Peso Médio(gr/dia) Ganho de Peso Total (Kg/Semana) Item/Dia Peso Médio Ganho de Peso Médio(gr/dia) Ganho de Peso Total (Kg/Semana) 0 7 14 21 28 35 42 41,8 41,1 42,6 44 46,5 50 52,8 -0,7 1,5 1,4 2,5 3,5 2,85 41,9 42,5 44,3 46 48,9 52,7 56,6 90 250 240 420 480 550 0,6 1,8 1,7 2,9 3,8 3,9 -100 200 200 350 400 460 Lavagem do tanque e latões de leite

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EdiçãEdição 325 Ano XXIV Junho de 2016 Viçosa-MG

Veja também nesta edição

652 3

Sistema Ruter para alimentação de bezerras

Visita do Tobiasao produtor:

Cristiano José LanaFazenda São Miguel

Produtividade da terraL/ha/ano

Informativo da Produção de Leite

Qualidade do Leite:Dica do Zootecnista

Géssika Oliveira Estudante de Zootecnia

O uso de polpa cítrica na dieta da pecuária

leiteira

Substituto Lácteo + Ração

Fonte: ACA - AR

Substituto Lácteo + Ruter

Rúmen Dorsal: comprimento da Papila aos 20 dias de idade (40X)

Fonte: ACA - AR

Rúmen Dorsal: comprimento da Papila aos 28 dias de idade (40X)

Fon

te: A

CA

- A

R

SISTEMA ARGENTINO DE STARTER RUMINAL

Fon

te: A

CA

- A

R

SISTEMA TRADICIONAL DE ALEITAMENTO

SISTEMA ARGENTINO DE STARTER RUMINAL SISTEMA TRADICIONAL DE ALEITAMENTO

Ruter é uma técnica inovadora de alimentação de bezerras desenvolvida na Argentina, totalmente diferente do tradicional. Nessa técnica é utilizado um desmame precoce que promove um “Starter ruminal” nos bezerros através de uma dieta seca, de alta digestibilidade, alta concentração de óleos e proteínas de excelente qualidade. Essas características permitem um rápido trânsito ruminal, proporcionando crescimento muito precoce das papilas ruminais, massa bacteriana e expansão da parede ruminal, transformando um pré-ruminante em ruminante em menor tempo. O princípio da técnica é a capacidade flutuante do alimento Ruter no líquido ruminal, sua forma e tamanho, o alimento entra em contato com bactérias localizadas na parte dorsal do rumem e então é digerido pela flora bacteriana, promovendo uma precoce produção de AGV (energia). Nas técnicas convencionais de aleitamento o substrato alimentar chegaria na parte dorsal do rumem apenas quando o bezerro começar a ingerir quantidades significativas de concentrado (75/90 dias de vida), pois quando ingeridas baixas quantidades de ração essa sedimenta na base do rumem. Papilas ruminais em maiores quantidades e de melhor qualidade asseguram uma melhor absorção de nutrientes, potencializando os níveis de conversão alimentar do bezerro, e com isso teremos um desmame precoce aos 28/30 dias de vida com atividade ruminal similar à de um bezerro que tradicionalmente seria desmamado aos 75/90 dias, reduzindo assim os custos com alimentação e mão de obra. Dentre as inúmeras vantagens, podemos destacar a menor incidência de diarreia, menor tempo de permanência no bezerreiro, melhor adaptação e conversão alimentar na fase de recria e menor idade ao primeiro parto.

Item/Dia 0 7 14 2128 35 42

Peso Médio

Ganho de Peso Médio(gr/dia)

Ganho de Peso Total (Kg/Semana)

Item/Dia

Peso Médio

Ganho de Peso Médio(gr/dia)

Ganho de Peso Total (Kg/Semana)

0 7 14 21 28 35 42

41,8 41,1 42,6 44 46,5 50 52,8

-0,7 1,5 1,4 2,5 3,5 2,85

41,9 42,5 44,3 46 48,9 52,756,6

90 250 240 420 480 550

0,6 1,8 1,7 2,9 3,8 3,9

-100 200 200 350 400 460

Lavagem do tanque e latões de leite

Dica do Zootecnista

PDPLPrograma de Desenvolvimento

da Pecuária Leiteira

PCEPLPrograma de Capacitação de

Especialistas em Pecuária Leiteira

Publicação editada sob a responsabilidade do Coordenador

do PDPL/PCEPL

Adriano Provezano Gomes

Redação:

Christiano NascifZootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André Navarro LobatoMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:Regiane Valéria Magalhães

Endereço do PDPL:

Ed. Arthur BernardesSubsolo/Campus da UFV

Cep: 36570-900Viçosa-MG

Telefax: (31)3899-5250E-mail: [email protected]: www.pdpl.ufv.br

Facebook:PDPL Minas Gerais

Informativo da Produção de Leite

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Lucas PousasEstudante de Zootecnia

Bárbara PachecoEx-estagiária do PDPL/PCEPL

O uso de polpa cítrica na dieta da pecuária leiteira

O que é polpa cítrica?A polpa cítrica é um subproduto

indústria cítrica que consiste princi-palmente de bagaço, casca e semen-te de laranja. A disponibilidade desse produto no mercado vem cres-cendo devido ao aumento da produ-ção, diminuição das exportações e redução nos preços relativos da laranja. A quantidade de sementes na polpa cítrica é o que determina o valor de proteína bruta do alimento.

Características nutricionais:- A polpa cítrica é rica em pecti-

na, um carboidrato de alto valor nutricional;

- É atribuída a polpa cítrica pele-tizada um valor energético ao redor de 85-90% do valor do milho e menor teor em proteína bruta;

- Baixo teor de amido, o que pro-picia melhor ambiente ruminal por não causar queda no pH ruminal como o milho, favorecendo a pro-dução de acetato e não lactato e pro-pionato, podendo elevar os teores de

gordura do leite.- Alimento com alto teor de cál-

cio (atentar ao balanceamento do mineral/não fornecer para animais do pré-parto).

Como usar?Por suas características peculia-

res a polpa cítrica é classificada tanto como alimento volumoso como um concentrado energético, podendo ser utilizado em substitui-ção parcial ou até total, dependendo da situação produtiva e condições do animal, devendo sempre procu-rar uma avaliação técnica dos esta-giários ou do técnico responsável pela fazenda. É possível a utilização em animais de Recria.

Quando usar?Deve ser usada na entressafra de

milho e sorgo (quando atingem cota-ção máxima) quando a sua produ-ção é favorável sendo iniciada em maio e terminando em janeiro, sendo um alimento mais barato que

o milho, diminuindo o custo do con-centrado.

Cuidados de armazenamento:A polpa cítrica é um alimento

com alta capacidade de reter água devido a pectina, sendo necessário local seco e bem ventilado para seu armazenamento, podendo ser arma-zenada por 5 meses em ótimas con-dições. Em caso de aquecimento do alimento deve-se espalhar a polpa imediatamente para evitar combus-tão.

Conclusão:O concentrado da dieta dos ani-

mais, é responsável com 30 a 40% da renda da atividade. A utilização da polpa cítrica na dieta dos animais vem ajudando o produtor a obter uma ração para o seu gado com preço mais baixo, diminuindo o custo com o concentrado da dieta. Além de ser um alimento com bons valores nutricionais e nos dias atua-is é mais acessível ao produtor. Polpa cítrica

Rep

rodu

ção

Adubação de Sistemas: Safra e Safrinha

No dia 09 de Junho, os estagiá-rios da terceira fase do PDPL-PCEPL, presenciaram a palestra sobre Adubação de Sistemas minis-trada pelo Engenheiro Agrônomo Dimas Cardoso da empresa Riber-KWS.

A silagem de milho é um volu-moso muito utilizado pelos produto-res para alimentação do rebanho leiteiro, devido a sua alta qualidade nutricional. Entretanto para que se obtenha uma silagem de alto valor nutritivo é necessário se atentar a cuidados que devem ser tomados desde a sua implantação.

O primeiro cuidado que deve-mos ter é a análise de solo. Isto for-necerá valores reais da disponibili-dade dos nutrientes existentes. Durante a palestra, aprendemos que para alcançar valores exatos, é necessário realização da amostra-gem de solo correta, na profundida-de de 0-20 cm e 20-40 cm.

O segundo passo citado pelo Dimas, foi à correção do solo que é realizada através da calagem e da gessagem, fundamentais para obtenção de alta produtividade nas culturas. A calagem atua reduzindo acidez do solo e disponibilizando nutrientes como Cálcio e Magnésio. Já a gessagem, atua aumentando a mobilidade de nutrientes e a explo-

ração radicular em camadas mais profundas. Após a correção do solo, deve ser realizada a incorporação do calcário e/ou gesso.

Ao decorrer da palestra obser-vamos que uma boa opção para man-ter a estrutura e a matéria orgânica do solo é o plantio de outras espécies vegetais, consorciadas ou em suces-são a cultura principal. Atentando para que não ocorra competição. Como exemplo, temos o plantio de aveia-preta, azevém, nabo, milheto, braquiária e outros.

Para alcançar a silagem de boa qualidade a Riber-KWS fornece 7 dicas fundamentais:

1.Tenha uma atitude vencedora, esteja disposto a mudar e tenha uma finalidade em mente;

2.Saiba mais sobre seu solo; 3.Maneje a compactação do solo,

a textura, a composição da camada

radicular e estimule a atividade bio-lógica;

4.Época de aplicação, balanço, posição e disponibilidade dos nutri-entes;

5.Adubação foliar e utilização de fungicidas;

6.Avalie de dois a três novos con-ceitos e novas tecnologias a cada ano;

7.Meça seus resultados, se você não pode medi-los você também não pode gerenciá-los;

Com a adubação de sistemas, conseguimos atingir alta produtivi-dade e alta qualidade nutricional das culturas. Com fornecimento de um volumoso com alta qualidade, além de obter sucesso no desempenho dos animais, também conseguimos reduzir a quantidade de concentrado necessária para suprir a exigência nutricional do rebanho.

Dimas Cardoso, engenheiro agrônomo da empresa Riber-KWS

Thaís Soares da Silva

Visita do Tobias ao Produtor...

PDPL/PCEPL, desde 1988, aliando teoria à prática!

3

“Aôo pessoal!” Eu sou o Tobias, faço parte da equipe do PDPL/PCEPL e este mês vamos rumo a Piranga, conhecer a Fazenda

São Miguel.

A administração da Fazenda vem passando de

geração em geração.

Hoje ela é administrada pelo produtor Cristiano Lana com a ajuda do Sr. Geraldo,

seu pai. A carolina, filha do Cristiano, estuda Medicina Veterinária e também auxilia seu

pai e seu avô na administração.

As vacas em lactação, as vacas do pré-parto e as novilhas

de recria recebem silagem de milho e/ou cana corrigida, além de

concentrado e sal.

Cristiano, Sr. Geraldo e Carolina

Por esse motivo, a fazenda precisará passar

por algumas expansões na estrutura física para

comportar o aumento do rebanho entre elas, a

expansão da ordenha de 6 para 12 conjuntos, além de

ampliação da pista de trato e dos lotes de recria.

A fazenda vem apurando o grau de sangue, se aproximando de um rebanho mais holandês. Até o fim desse ano irão parir 30 novilhas.

Estou em ótima companhia!Esses são os estagiários responsáveis pela propriedade, Aline Naime, Lucas Pousas e Neyller Lima. Eles irão nos

acompanhar nessa visita.

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Aline Naime e Lucas PousasEstudantes de Zootecnia

Maria Izabelle Brandão e Neyller LimaEstudantes de Med. Veterinária

Bruna HortaEstudante de Agronomia

Até a próxima!Um forte abraço.

Piquetes de grama estrela para pastejo rotacionado A fazenda conta com

4ha de grama estrela, dividido em

piquetes para pastejo rotacionado. Após

receberem o trato no cocho, as vacas em

lactação vão para os piquetes, onde os

intervalos entre ordenhas e o período

da noite

Essa é a sede da fazenda, que conta com 91 vacas em lactação, 19

vacas secas, 55 novilhas em fase reprodutiva, 54 na recria e 10

bezerras em aleitamento.

2003

A fazenda começou a ser

assistida pelo PDPL/PCEPL em

2003, mas a atividade leiteira já

era praticada na fazenda há muitos

anos.

Olha aí a evolução da fazenda nesses 13 anos de

assistência técnica e gerencial do PDPL/PCEPL!

Atualmente a fazenda não planta milho na safrinha, sendo

os 27ha plantados na safra suficientes para alimentar o

rebanho o ano todo. Na safrinha, o produtor planta

feijão em suas áreas.

Evolução da Fazenda São Miguel

Indicador 2003/2004 2015/2016 Variação

Área usada para pecuária (ha)

133

75 -76,6%

Vacas em lactação (Cab./mês)

84,5

87,8 3,7%

Vacas em lactação / Total de

vacas (%)

81,1

85,5 5,2%

Vacas em lactação / Rebanho (%)

39,2

40,6 3,4%

Vacas em lactação / Área para pecuária (Cab.)

0,64

1,16 44,8%

Produção anual de leite (L/Ano)

428.811,5

546.641,5 21,6%

Produção / Vacas em lactação (L/Vaca/dia)

13,9

17,1 18,6%

Produção / Área para pecuária (L/ha/ano)

3.224,2

7.256,6 55,6%

Custo total do leite/preço do leite (%)

98,8

90,5 -9,2%

Gasto com concentrado/renda bruta da atividade (%) 44,41

37,86 -17,3%

Lucro unitário (R$/L)

0,04

0,09 55,6%

Taxa de remuneração do capital sem terra (% a.a.) 9,7 10,3 5,8%

Grande evolução da eficiência produtiva e melhor controle de custos, o que é reflexo de muito empenho da família Lana, que acreditam e investem na

parceria com os Programas.

Muito obrigado Cristiano, Sr. Geraldo e Carolina, por abrirem as portas da sua

propriedade e permaneçam se dedicando para continuarmos obtendo cada vez mais e

melhores resultados.

Que beleza de Fazenda!!

A dieta das vacas é

fechada no cocho.

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Katlheen IvanovaEstudante de Agronomia

Coccidiose bovina, da diarreia aos prejuízosPriscila FernandesEstudante de Medicina Veterinária

Produtividade da terra L/ha/ano

A eficiência no uso da terra é muito importante para se ter uma boa rentabilidade na produção de leite, já que a terra é o item mais caro de todos os bens de produção. Esta tem um alto valor de capital imobilizado e muitas vezes o produtor não percebe esse capital retornando para ele em forma de maior rentabilidade. Para mudar esse cenário é necessário aumentar a produtividade da terra para aumentar a rentabilidade do negócio.

A fazenda Oásis do produtor Sérgio Maciel, localizada na cidade de Coimbra-MG, tem um sistema semi-intensivo, ou seja, as vacas ficam no

pasto e a suplementação é no cocho, é um bom exemplo em eficiência no uso da terra. Com uma produção média de 328.536 litros por ano e com uma área de 51 hectares destinados a atividade leiteira, tem consequentemente uma produtividade 6442 l/ha/ ano. Esta é uma boa produtividade principalmente para nossa região, onde esse valor deve ser mo mínimo de 3500l/ha/ano. Para aumentar a produtividade da terra deve-se aumentar o número de vacas em lactação por ha e/ou a média de produção por vaca, isto é, deve-se melhorar estrutura do rebanho, buscando equilíbrio no número de animais nas fases de cria, recria, vacas secas e vacas em lactação. O índice de vacas em lactação sobre o total do rebanho da fazenda do produtor Sérgio Maciel, por exemplo, é de 40%, esse deve ser o valor mínimo para se ter um bom equilíbrio do rebanho, porém o valor ideal é 55%.

Outro fator de grande importância é o bom manejo nutricional do rebanho, pois isso reflete em um bom ganho de peso dos animais da cria e recria, reduzindo a idade ao primeiro parto desses animais, isso faz com que se tenha a entrada de um maior número de animais em lactação. Um bom manejo nutricional para as vacas em lactação é importante para aumentar a produção média e melhorar também a eficiência reprodutiva dos animais. A eficiência na produção de volumosos por hectare é importante, pois desta forma alimenta-se mais vacas numa mesma área aumentando consequentemente a produtividade de leite por hectare. Aumentando a produção (volume de leite) consegue-se diluir os custos fixos, e aumentar assim a margem líquida, por consequência aumenta-se a atratividade econômica da atividade leiteira em relação a outras opções para aplicação de capital existentes no mercado.

Todas essas medidas devem ser tomadas com cuidado, relacionando sempre o ótimo produtivo ao ótimo econômico, atentando-se ao custo de produção, para que as receitas sejam maiores que os custos gerando um bom lucro para o produtor.

O que é?A eimeriose, comumente conhecida como coccidiose, é uma doença de

curta duração causada pela ingestão de oocistos esporulados de protozoári-os do gênero Eimeria sp. presentes em fezes de animais contaminados. Ocor-re na maior frequência em animais de 3 a 6 meses de idade, podendo também ocorrer ocasionalmente até 1 ano de idade.

Sinais clínicos?Os sinais clínicos mais comuns são: diarreia com ou sem presença de

listras de sangue ou muco (tendo a presença de coágulos em algumas das vezes), fraqueza do animal, perda de apetite, diminuição do ganho de peso e desidratação.

Prejuízos econômicos?Os prejuízos estão relacionados com a diminuição do ganho de peso. A

Idade ao Primeiro Parto tende a aumentar nesses animais infectados, visto que esse índice é também dependente do sucesso no manejo alimentar na fase de cria e recria, que consequentemente está ligado ao ganho de peso. Aumentando a IPP, a fêmea irá permanecer improdutiva por maior tempo no rebanho (aumento no custo de produção), atrasando o início da sua lactação e diminuindo o total de leite produzido durante sua vida. Acredita-se tam-bém que vacas em lactação que um dia foram infectadas com Eimeria sp. também terão impactos negativos sobre a sua produção leiteira pelos danos permanentes às células intestinais responsáveis pela absorção de nutrientes ingeridos através dos alimentos.

Prevenção?A prevenção é realizada adotando medidas sanitárias e de manejo que

dificultarão a presença e eliminação do protozoário no ambiente. Nos ani-mais, apesar no preço elevado, tem sido recomendada a quimioprofilaxia com Toltrazuril, com a dosagem de 3mL para cada 10kg de peso vivo por via oral. Evitar bezerreiros e lotes com um número grande de animais no mesmo espaço pode ser um método preventivo bem eficaz, já que em locais com alta lotação o agente pode ser disseminado mais rapidamente. É importante tam-bém manter afastado do ambiente dos bezerros animais que podem atuar como vetor mecânico do parasita, tais como as galinhas. Esses animais podem carregar a Eimeria em seu corpo por ter contato com as fezes conta-minadas dos bovinos infectados. As instalações, utensílios e baias nos

bezerreiros devem sempre ser mantidos limpos, fazer a desinfecção de baias e utensílios (se possível) com desinfetantes à base de hipoclorito de sódio ou amônia em alta concentração, evitando a presença de matéria orgânica (Ex.: fezes, terra ou barro) durante a aplicação, e tomando os devidos cuidados para que não tenha a possibilidade de intoxicar os animais do local.

Tratamento?A terapêutica é eficaz quando é iniciada no início da doença, já que o

medicamento consegue combater as formas mais precoces dos coccídeos. São muitas as drogas que são recomendadas para o tratamento da coccidio-se, tais como as sulfas, amprólio, decoquinato, antibióticos ionóforos (ex.: monensina, salinomicina e lasalocida) e, principalmente o toltrazuril. Tera-pia de suporte como a hidratação oral com formulação de soros caseiros contendo eletrólitos essenciais (Ex.: alguma fonte de açúcar como a dextro-se, cloreto de sódio e cloreto de potássio) também deve ser realizada a fim de reparar a possível desidratação do animal causada pela diarreia.

Animal apresentando diarréia relacionada à coccidiose

Reprodução

Qualidade do Leite

Maria Izabelle BrandãoEstudante de Medicina Veterinária

Ord. Produtores Município Produção

1 Antônio Maria Araújo Cajuri 144.241

2 José Afonso Frederico Coimbra 78.724

3 Hermann Muller Visconde do Rio Branco 62.803

4 Juninho Cabral Dores do Turvo 56.086

5 Cristiano Lana Piranga44.9606

Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 33.1217Paulo Cupertino Coimbra

48.063

8 Sérgio Maciel Coimbra 32.209

9 Alvimar Sérgio Teixeiras 26.896

10 João Bosco Diogo Porto Firme 24.077

As 10 maiores produções do mês de Maio de 2016

6

Ord. Produtores Município

1 Antônio Maria Araújo Cajuri 20,32

Edmar Lopes Canaã 15,6

3 Antônio Moreira Presidente Bernardes 16,7

4

Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 14,9

5

João Bosco Diogo Porto Firme 16,26

Cristiano Lana Piranga 14,4

7

Alvimar Sérgio Teixeiras 16,4

8

Sérgio Maciel Coimbra 19,3

9 Jóse Afonse Frederico Coimbra 14,510

Áureo de Alcântara Guaraciaba 16,3

As 10 maiores produtividades do mês de Maio de 2016

24,3

17,7

19,2

18,8

18,8

17,6

20,6

24,1

18,5

20,8

Lavagem do tanque e latões de leite

Parceiros:

Um dos destaques para obter um leite de qualidade é a limpeza dos equipamentos de ordenha. Resultados apresentados por laboratórios de qualidade que compõe a Rede Leite apontam que a CBT, a qual é um índice muito afetado pela limpeza, ainda é o ponto mais crítico em termos de qualidade do leite. Projeta-se assim que parcela considerável (cerca de 30%) dos produtores brasileiros não atenda as novas normas legais de CBT do leite. (MILKPOINT)

Por isto, deve-se estar sempre atento a cada procedimento de lavagem, cada detergente e cada temperatura tem a sua importância. Que se seguidos corretamente os índices aceitáveis para CBT de acordo com a IN 62 (300 cels são atingidos facilmente.

Abaixo o passo a passo para uma boa limpeza do seu tanque e latão:

1. O primeiro passo é realizar o enxague:Sua função é remover, entre 90 e 95%, de todos os resíduos de leite.

Nesta etapa não há gasto de detergentes, deve-se procurar fazê-la com a máxima eficácia, facilitando as próximas etapas.

2. Limpeza com detergente alcalino clorado:

O objetivo principal desta etapa é a remoção da gordura e proteína. O detergente reduz a tensão superficial da água, o que facilita a penetração da água nos resíduos aderidos. É como esquentar uma panela com água para

oremover a gordura. A faixa de temperatura ideal é de 43 a 77 C.Uma das grandes deficiências das fazendas leiteiras é a falta de um bom suprimento de água quente para esta etapa e o monitoramento para saber se a temperatura adequada está sendo alcançada. Existem termômetros próprios que podem ser deixados na água enquanto esquenta, o que facilita saber quando a água está na temperatura adequada ou não, outra dica seria marcar quanto tempo demora até a água esquentar, assim, antes de terminar a ordenha pode ser colocado a água para esquentar.

3. O terceiro passo é passar uma água depois da limpeza com o detergente alcalino:

Isto porque, restos do alcalino anularia a próxima etapa que é a lavagem com detergente ácido.

4. Limpeza com detergente ácido: Este ciclo de limpeza deve ser realizado no tanque toda vez que for

retirado o leite, e nos latões pelo menos 3x na semana. Sua função é remover os depósitos minerais de origem da água e do leite chamado também de

opedra do leite. A água pode ser fria ou levemente aquecida (35 - 43 C). É importante ressaltar que a utilização de detergentes neutros não possuem eficiência na limpeza dos resíduos deixados pelo leite, deixando acumular sujidades e o aumento da CBT.

Ação Mecanica

Ação Química

Tempo

Temperatura

Lavagem com a escova própria.

Produtividade por vaca em lactação

Produtividade por vaca total

Fon

te:

Mu

nd

o d

o L

eite

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