Informativo da Secretaria de Estado de Obras - Ano 4...

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Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010 1 Informativo da Secretaria de Estado de Obras - Ano 4 - Número 40 - Dezembro de 2010 Canteiro de Obras Um novo Rio em quatro anos O Rio de Janeiro viveu uma grande transformação em quatro anos. Projetos que haviam sido abando- nados, por falta de recursos ou de interesse saíram do papel. O estado transformou-se em um grande canteiro de obras, com investimentos que supera- ram os R$ 9 bilhões e mais de 1.100 frentes de obras em todo o território fluminense. Fruto da parce- ria entre os governos estadual e federal, o foco das ações foi a população mais carente. O teleférico do Alemão (foto), por exemplo, mostra a importância do investimento social do estado nas obras. Especial Fernanda Almeida

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Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010 1

Informativo da Secretaria de Estado de Obras - Ano 4 - Número 40 - Dezembro de 2010

Canteiro de Obras

Um novo Rio em quatro anos

O Rio de Janeiro viveu uma grande transformação em quatro anos. Projetos que haviam sido abando-nados, por falta de recursos ou de interesse saíram do papel. O estado transformou-se em um grande canteiro de obras, com investimentos que supera-ram os R$ 9 bilhões e mais de 1.100 frentes de obras em todo o território fluminense. Fruto da parce-ria entre os governos estadual e federal, o foco das ações foi a população mais carente. O teleférico do Alemão (foto), por exemplo, mostra a importância do investimento social do estado nas obras.

EspecialFernanda Almeida

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Financiamento garante a conclusão do Programa Delegacia Legal

Foi com uma visão estratégica de esta-dista que o governador Sérgio Cabral resolveu criar a Secretaria de Obras. Para ele, mais que dinamizar a economia estadual, era prioritário resgatar a dignidade e a cidadania de milhares de famílias que vivem em áreas de extrema falta

de atenção. O desafio estava lançado. Com um orçamento de cerca de R$ 9 bilhões, tínhamos a tarefa de reconstruir o sonho do povo fluminense; resgatar seus sonhos e desejos de uma vida melhor. Em nossas mãos estavam projetos de urbanização, construção de novos lares, abertura de ruas, saneamento básico. Enfim, direitos da população, que não vinham sendo respeitados ao longo de décadas. Lembro da primeira vez que entrei na favela do Chiqueirinho, em Manguinhos, a pouco menos de 10 mi-nutos de ônibus do Centro da cidade, próximo à principal artéria da cidade, a Avenida Brasil. Lá, famílias viviam em barracos construídos sobre palafitas, dividindo o parco es-paço com porcos e galinhas. Com o auxílio luxuoso de uma equipe de profis-sionais do mais alto nível técnico, recriamos a capacidade do povo de sonhar e de construir conosco a sua nova rea-lidade. Através de projetos, como a Oficina do Imaginário, buscamos nas comunidades os anseios de cada grupo - crianças, jovens e adultos. Afinal, depois de tantos anos de espera, era imprescindível que a transformação tivesse a marca de cada comunidade, atendesse a seus desejos, suas necessidades. É uma alegria poder ver, quatro anos após a cria-ção da Secretaria de Obras, a implantação dos projetos e o volume de pedidos que recebemos a cada dia. Hoje a população sonha e tem a certeza de que, juntos, estamos conquistando respeito e cidadania para todos.

Luiz Fernando PezãoVice-governador do Rio de Janeiro e coordenador do PAC no estado

Estado conta hoje com 117 unidades sem carceragem

Aplaudido pela Or-ganização das Nações Uni-das (ONU) e vencedor de um prêmio internacional de Melhores Práticas, o Pro-grama Delegacia Legal será concluído em breve Com os R$ 300 milhões restan-tes, sendo R$ 157 milhões do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social (BNDES), e a outra parte dos cofres públicos, o Rio será o primeiro estado da federação sem carcera-gem nas delegacias e com todos os acusados de algum tipo de crime esperando a decisão da Justiça nas casas de custódia. A vantagem desse sis-tema, reitera o coordenador do programa, César Cam-pos, é acabar com as antigas manchetes de jornais sobre rebeliões em delegacias e o risco para as famílias que moravam próximo. Hoje as casas de custódia são defi-nidas em reuniões que en-

volvem a Justiça, os órgãos governamentais e a Pastoral Carcerária. Os projetos são regionais, para evitar afastar aqueles que ainda aguardam a decisão da Justiça de seus familiares. - O Rio de Janeiro será o primeiro estado a acabar definitivamente com as car-ceragens em delegacia, dan-do mais tranqüilidade para a população e garantindo um serviço mais humanizado - frisou Campos. As delegacias legais transformaram a realidade do sistema policial flumi-nense. Além de chamar es-tudantes de Comunicação, Psicologia e Serviço Social para o primeiro contato com a população, o progra-ma investe na qualificação dos policiais e na interliga-ção dos bancos de dados das delegacias, criando um sistema que permite o aces-so a todas as informações em tempo real.

- Hoje, depois do Delegacia Legal, mesmo as delegacias mais distantes da capital podem acessar in-formações sobre assaltos, modo de ação de bandidos, situações que podem estar associadas com o crime que ocorreu naquela cidade, as-sim como registros de cida-des próximas - explicou o

coordenador. O Rio de Janeiro tem hoje 117 unidades prontas, além de um moderno Ins-tituto Médico Legal, que possui os mais modernos equipamentos, semelhan-tes os usados nos Estados Unidos, por ocasião do furacão Katrina, em Saint Louis, no Missouri.

Outras unidades em andamento

Além das unidades já instaladas, outras 38 estão em andamento. Algumas delegacias, como a de Ricar-do de Albuquerque, Niterói, Cordeiro, Arraial do Cabo, Guapimirim e São João da Barra; as casas de custódia de Bangu (D e E), da De-legacia Especial de Atendi-mento à Mulher (DEAM) e Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), ambos em Niterói; e os postos de Polícia Téc-nica de Niterói e Santo An-tonio de Pádua, já estão em fase final de conclusão. Em obras estão as delegacias de Vicente de Carvalho, Madureira (em parceria com a Prefeitura do Rio), Pavuna, Nova Iguaçu, Mesquita, Queimados, São Gonçalo, Paulo de Frontin, Paracambi, São José do Vale do Rio Preto, Rio Bonito, Natividade, São Francisco do Itabapoana, Nova Fri-burgo e Tanguá; as delega-

cias de especiais de Atendi-mento à Mulher (DEAMs) de Nova Friburgo, Nova Iguaçu e São Gonçalo; e os postos de Polícia Técnica de Campos dos Goytacazes e Nova Friburgo. Em licitação estão as delegacias de Itaipu, Barra do Piraí, Cabo Frio, Teresó-polis, Araruama e Cantagalo; as casas de custódia de São Gonçalo (A e B) e da Região dos Lagos; assim como os postos de Polícia Técnica de Resende e Teresópolis; No orçamento de 2011 estão as delegacias do Mercado das Flores e Ave-nida Presidente Vargas, no Centro do Rio, Alcântara e Angra dos Reis; a casa de custódia de Rio Claro; e a nova sede do Instituto Car-los Éboli, no Centro do Rio. Já as delegacias de Campos Elísios, em Duque de Caxias, e Rio do Ouro, em São Gonçalo, aguardam a definição do novo terreno.

Arquivo

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Alemão ganha teleférico

José Carlos Pelosi

Onde antes eram apenas barracos se impõe a estação do primeiro teleférico integrado ao transporte de massa do país

Essa talvez seja a obra mais emblemática do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro. As obras de ur-banização do Complexo do Alemão ultrapassaram os li-mites da simples acessibilida-de para oferecer à população o primeiro teleférico integra-do ao sistema de transportes de massa do país. O projeto, inspi-rado no sistema de Medellín, na Colômbia, fará com que a distância entre a estação fer-roviária de Bonsucesso, onde haverá a estação de conexão, e a Fazendinha - última das cinco estações do complexo - seja feita em 16 minutos. Hoje as pessoas levam cerca de 90 minutos entre os dois pontos. - Essa é mais que uma obra de urbanização, com abertura de ruas, construção de unidades habitacionais, escolas e postos de saúde. O governo está levando para a comunidade um sistema de transporte rápido, seguro e inédito no país, na integração com o transporte de massa. Antes, esse tipo de projeto era

só para áreas turísticas, como no caso do Pão de Açúcar - frisou o secretário de Obras, Hudson Braga. Com investimen-to de R$ 721 milhões, já fo-ram entregues à comunidade 1.310 unidades habitacionais, o sistema de drenagem de grande parte da comunidade, o colégio estadual Jornalista Tim Lopes, uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24h, áreas de lazer, um cen-tro de geração de renda e um Centro de Educação Tec-nológica e Profissionalizante (Cetep). Para a presidente da Associação de Moradores do Morro do Adeus, Nilcéia Rocha, a Ceinha, as obras do PAC são a realização de um antigo sonho da comunidade. As intervenções não apenas criaram melhores condições de vida para a população, mas ofereceram a oportunidade de elas voltarem, sem qual-quer tipo de marginalização, ao mercado formal de traba-lho. - Antes das obras, as pessoas viviam de cestas

básicas, que foram importan-tes, mas não davam respeito à comunidade. Hoje, ao con-trário, o pessoal pode sair para buscar o seu sustento, seja na própria obra, seja no merca-do formal no asfalto. Foi um resgate da dignidade do povo, além de ser algo com uma

dimensão nunca vista por ne-nhum de nós - aplaudiu Cei-nha. O Complexo do Alemão ganhará ainda um Centro de Serviços, biblioteca e um espaço cultural em parceria com o Grupo AfroReggae.

A idéia inovadora de qualificar mulheres para serviços no setor da construção civil já surpreende, mas a análise de impacto do Projeto Mão na Massa nos levou a índices de empregabilidade e geração de renda muito superiores ao que tínhamos imaginado, hoje mais de 60% das formadas trabalham no setor. Grande parte deste impacto se deve a parceria estabelecida com o governo do estado para inserção de mulheres nas obras do PAC. O vice-povernador Pezão foi paraninfo da primeira formatura do projeto, em 2008, e tornou-se o maior porta voz da iniciativa junto às cons-trutoras. As melhores oportunidades para as pedreiras, carpinteiras de formas, pintoras e eletricistas que for-mamos surgiram no Consórcio Rio Melhor, responsável pelas obras do PAC do Complexo do Alemão. No con-sórcio, as mulheres atuaram em todas as frentes e mais de 70 delas colocaram a “mão na massa” em uma obra do governo fluminense. A eficiência de um projeto de qualificação para o trabalho, além da aquisição e aplicação dos novos conhe-cimentos, está em alcançar postos de trabalho. Por esta razão, a parceria de empregabilidade nas obras do PAC é de fundamental importância, é o que possibilita mulheres em situação de vulnerabilidade transformar suas vidas e de seus familiares. Deise GravinaIdealizadora do Projeto Mão na Massa - Mulheres na Construção Civil

e presidente da Federação de Instituições Beneficientes (FIB)

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Nova ManguinhosFernanda Almeida

A imagem das antigas casas de madeira e papelão da Embratel não ficaram na lembrança

Apartamentos com dois quartos no lugar dos barracos

Talvez uma das imagens mais emblemáti-cas de todo o processo de implantação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas comunidades cariocas seja a da antiga Rua da Flores-ta, na área de Embratel, em Manguinhos. Dezenas de famílias viviam em casas construídas de taipa, tá-buas de caixote e pedaços de papelão. Essas são ima-gens que a comunidade não guarda sequer na lembran-ça. Numa região onde até o Exército tinha aban-donado sua área, a vida voltou com um projeto que transformou a região, capaz de irradiar não ape-nas cidadania, mas também boas oportunidades para todas as comunidades que fazem parte do Complexo de Manguinhos. Além das novas habitações, o Colégio estadual Compositor Luiz Carlos da Vila - primeira obra do PAC inaugurada no Rio - deu oportunidade às milhares de crianças. - Uma das vertentes importantes das obras do PAC é a geração de traba-lho e renda. Por determi-nação do governador, as empresas devem buscar nas comunidades a maior parte de seus funcionários, a fim de garantir a sustentabilida-

de de seus moradores, as-sim como buscamos definir com os moradores os cur-sos de capacitação necessá-rios e que permitirão entra-da imediata no mercado de trabalho - ressaltou o vice-governador, Luiz Fernando Pezão. Para a coordenado-ra do Trabalho Social, Ruth Jurberg, o desafio enfren-tado nas obras vai além do físico. Era preciso vencer a desconfiança da população, a dúvida sobre a qualida-de e a realidade das ações, acostumados que estavam com o lançamento de pro-jetos que se perdiam com o tempo, jogando as comuni-dades ao abandono por dé-cadas. Esse, garantiu, será o grande legado das obras:

a certeza de que os sonhos são possíveis e realizáveis, desde que haja a união de esforços. - Acho que o nosso maior desafio foi ter conse-guido devolver a esperança aos olhos de muitas famí-lias que foram beneficia-das com novas habitações, emprego, cursos de capaci-tação, com a possibilidade de ir e vir, o direito de se expressar através do diálo-go social construído com o governo - garantiu Ruth Jurberg. As obras, entretan-to, continuam levando mais melhorias à região. Além das unidades habitacionais, escola, centro de geração de renda e da primeira biblio-teca-parque do estado, com mais de cinco mil volumes sobre todos os assuntos, ainda serão entregues um cine teatro, com capacida-de para 200 pessoas, e um grande parque metropoli-tano, que será construído sob a linha férrea, unindo os dois lados de Mangui-nhos e garantindo à popu-lação uma maior facilidade de acesso a suas casas ou programas e equipamentos sociais. - O parque será o grande elemento integra-

dor das comunidades, com ciclovia, quadras esporti-vas, quiosques de serviços e a nova estação ferroviá-ria. Será uma nova Man-guinhos, bem diferente do que se viu todo esse tempo - disse o secretário estadual de Obras, Hudson Braga. Os antigos gal-pões da Cooperativa Cen-tral do Produtores de Leite (CCPL), onde 1.152 famí-lias vivem de forma degra-dante, estão em fase final de desocupação, com a inclu-são das famílias no aluguel social, e darão lugar a novas unidades habitacionais, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda. Para a presidente da associação de moradores da CCPL, Cân-dida Maria Privado, essa é uma obra esperada há mais de 40 anos. - Falo com os mo-radores que eles precisam cuidar do que está sendo entregue, pois nunca vi em nenhuma comunidade o que está sendo entregue. Posto de saúde, escola, áre-as de lazer, casas dignas. Agradeço a Deus por po-der ver essa transformação na vida do povo, coisa que antes a gente só conhecia nos bairros mais nobres - concluiu Cândida Maria.

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Um “Caminito” carioca

O colorido “porteño” alegra as obras na comunidade

Onde mal passava uma bicicleta, a nova rua Quatro

A Rocinha ficou conhecida como a comuni-dade onde são registrados no Brasil os maiores índi-ces de tuberculose. A falta de políticas públicas na re-gião, onde moram cerca de 100 mil pessoas, colocou sempre a população à mar-gem da qualidade de vida. As obras do Programa de Aceleração do Crescimen-to (PAC) chegaram com a proposta de reverter essa situação, oferecendo aces-sibilidade, com a abertura de novas ruas, mas também retomando a alegria da po-pulação, através de projetos sociais e esportivos.

Para começar a mudar a imagem do lugar, cerca de 60 unidades ha-bitacionais, na entrada da comunidade, às margens da Autoestrada Lagoa-Barra, foram pintadas nas mais diversas cores. A proposta, mais que retratar no Rio o “Caminito” de Buenos Ai-res, era resgatar a felicidade dos moradores de estarem numa das mais belas áreas da cidade. - Fizemos um es-tudo de cores e fomos procurar os proprietários

dos imóveis para ver se eles aceitavam participar do projeto. A idéia é dar uma cara nova ao bairro, integrado com a urbaniza-ção do acesso à Rocinha e com a passarela, presente do arquiteto Oscar Nie-meyer para a comunidade. Mais que pintar as paredes, queremos levar cor à vida da população - explicou o presidente da Empresa de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno Junior. A obra avança a passos largos na região e já começa a mudar o per-fil da comunidade. Além do Centro Esportivo, que

oferece diversas modalidades es-portivas a jovens e adultos, foram chamados a in-tegrar o projeto grupos que já possuíam traba-lhos sociais com jovens na região e cooperativa de trabalhadores, como artesãos. O espaço, que antes era ocupado por um campinho de futebol e algumas garagens particu-lares, tornou-se uma referência para a comunida-de e um podero-so instrumento

para a inclusão social e es-portiva dos jovens. Além da urbaniza-ção da chegada à comuni-dade, do complexo espor-tivo e da passarela, já foi entregue também o Com-plexo de Atenção à Saúde, repassado à administração municipal, que concen-tra o Programa de Saúde da Família, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas e uma área de atendimento ambulato-rial à população. A unidade, além de ajudar a desafogar

a emergência do Hospital Miguel Couto, para onde seguiam todas as questões de saúde, tem como princi-pal benefício o fato de estar mais dentro da comunidade e funcionar dia e noite. Dentre as futuras inaugurações estão o Cen-tro de Convivência, Comu-nicação e Cultura, conhe-cido por C4, que colocará a Rocinha no circuito dos grandes eventos. Além de oferecer salas para cursos de arte e gastronomia, além de um amplo salão para fes-tas, a proposta é atrair para o espaço artistas locais que queiram expor quadros e esculturas, por exemplo, ou fazer espetáculos musicais e de dança. O grande cal-deirão cultural da Rocinha, enfim, terá a oportunidade de ganhar a cidade. Também serão en-

tregues agora no final do mês as 144 unidades habita-cionais e o projeto de urba-nização da Rua Quatro, que mal permitia a passagem de pedestres. Em algumas par-tes a “rua” não tinha sequer um metro de largura, con-tribuindo ainda mais para a proliferação de doenças. - A nova rua é um grande projeto, com praças e a possibilidade da passa-gem de veículos. Agora as pessoas terão a oportuni-dade de ver o sol, ter circu-lação de ar em suas casas. Temos outros grandes pro-jetos para a região, como dois planos inclinados e um teleférico, que irá melhorar o acesso da população a todos os pontos da comu-nidade e servirá de atrativo turístico - concluiu o se-cretário de Obras, Hudson Braga.

Fernanda Almeida

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Obras em cenário de novelas e filmes

Ignácio Ferreira

Comunidades Santa Marta e Pavão/Pavãozinho-Cantagalo vivem dias de realização

O primeiro sinal de que algo mudava na Comu-nidade Santa Marta, em Bo-tafogo, foi a volta do orgulho dos moradores em chegarem às suas casas, coloridas, como o espírito carioca. Afinal, de-pois de fazer parte do notici-ário policial dos anos 80, era a primeira vez em que se so-mavam esforços para melho-rias na região. O presidente da as-sociação de moradores da co-munidade, José Mário Hilário, lembrou que eles ficaram 70 anos esperando por melho-rias, ressaltando que o mo-mento é de comemoração, mas também de identificar todas as necessidades, já que agora há a certeza de que os projetos não ficarão no papel. O plano inclinado, inau-gurado em maio de 2008, ser-viu para alavancar o turismo na região, que foi a primeira comunidade a passar pelo processo de pacificação. Hoje, além de fazer parte do plano turístico da cidade, com a in-clusão em programas federais e estaduais de fomento ao turismo, a comunidade virou cenário de filmes e novelas, assim como campeonatos es-portivos, pela beleza da região e a singularidade de algumas construções. Na mesma situação estão as comunidades do Pa-vão/Pavãozinho-Cantagalo, entre Copacabana, Lagoa e Ipanema, que estão rece-bendo as primeiras obras em muitos anos. O Cantagalo havia sido beneficiado com uma fase do Favela bairro, mas faltava a conclusão das obras e a interseção com as intervenções que seriam fei-tas nas outras comunidades. Com isso, além de pavimen-tação e toda a rede de sanea-mento básico dos morros do

Pavão e Pavãozinho, incluindo distribuição de água, coleta de esgoto e drenagem, ainda foi necessário fazer todo o sistema de conexão entre as comunida-des, para que todos pudessem ser atendidos com qualidade. Para garantir que a água da chuva não iria inundar as casas das ruas Barata Ribeiro e Francisco Sá, em Copaca-bana, uma grande galeria foi aberta, levando todo o sistema de drenagem até o cinturão de captação da Avenida Atlântica. A abertura de antigos becos, interditados havia vários anos por muros, como a Rua Amor Perfeito, fez com que mora-dores da região não precisem mais andar mais de 500 metros para atravessar um espaço de pouco mais de 10 metros. As duas comunidades também estão unidas em um projeto de internet sem fio gra-tuita, como forma de estimular a utilização de novas ferramen-tas para alavancar negócios e oportunidades. Na área turística, Pa-vão/Pavãozinho-Cantagalo querem se tornar um grande museu a céu aberto, com arte, cultura, gastronomia e a histó-ria da construção de uma rea-lidade que vai se perdendo no

passado. Para o futuro apenas a certeza de que novos cami-nhos trarão mais oportunida-des para todos os moradores e para os bairros do entorno. O Dona Marta já conta com o Rio Top Tur, que incentiva os novos inves-timentos, na área de comér-cio e serviços, e trabalha com a capacitação de jovens que atuarão como guias turísticos na comunidade. O programa, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Sil,a o governa-dor Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, deverá chegar

a todas as comunidades pacifi-cadas e, segundo o presidente, deve servir de exemplo para ações em outras comunidades em todo o país. - Eu não poderia deixar de vir inaugurar esse projeto porque nós, da nossa geração, precisamos recuperar o tempo perdido para que os nossos filhos não precisem chamar nenhum bairro de favela, para que tudo seja bairro, tudo seja comunidade - disse o presidente Lula du-rante o lançamento do Top Tur no Dona Marta.

Após 20 anos de estagnação, o setor da Constru-ção Civil e do Mercado Imobiliário viveu nestes últimos 4 anos um período de forte e consistente recuperação. Alguns dados dão a dimensão dessa nova realida-de: o crédito imobiliário com recursos da poupança, passou de R$10 bilhões em 2006, para cerca de R$50 bilhões em 2010; o contingente de empregados, com carteira assinada, passou de 1,6 milhões de trabalhadores em 2006, para cerca de 2,8 milhões em 2010. O Estado do Rio de Janeiro, sob a lúcida condução do governador Sergio Cabral, acompanhou esse processo e lançou bases muito promissoras para o futuro, com a agen-da de eventos esportivos conquistados, a consolidação do pólo siderúrgico, o Arco Metropolitano, as intervenções em áreas favelizadas, o COMPERJ, e muitas outras obras emblemáticas que certamente trarão desenvolvimento eco-nômico e social nos próximos 4 anos.

Roberto KauffmannPresidente do Sindicato da Construção Civil do Rio de Janeiro -

Sinduscon-Rio

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Desafio do SaneamentoMarcelo Horn

Investimento na capital e nas cidades do interior do estado

Projetos focam em melhorias em seis anos

Um dos princi-pais desafios enfrentados pelos estados brasileiros é o saneamento básico. Com uma rede ainda pequena de abastecimento de água e co-leta de esgoto, os estados in-vestem o máximo na certeza de que a universalização do saneamento irá garantir uma saúde melhor para a popula-ção. No caso do Rio de Janeiro, os projetos seguem a passos largos, não apenas na região metropolitana, mas também no interior. Em pouco mais de três anos a Cedae saiu de prejuízos re-correntes, para realizar lucro. Além disso, ampliou a sua base de atendimento no es-tado, oferecendo tratamento de água em 65 dos 92 muni-cípios e coleta e tratamento de esgoto em 17. - Atendemos hoje cerca de nove milhões de

moradores com distribuição de água e cerca de cinco mi-lhões com coleta de esgoto. Nossa proposta é continuar a ampliar essa oferta, no sen-tido de universalizar o aten-dimento - frisou o presiden-te da Cedae, Wagner Victer. A reestruturação finan-ceira da empresa, que saiu de cerca de R$ 30 milhões de prejuízos por mês para um lucro anual de R$ 532 mi-lhões, em 2009, é apontada

pelo vice-governador, Luiz Fernando Pezão, como um fator de credibilidade para a empresa. Além de mostrar um trabalho de qualidade, ressalta, a empresa começou a apresentar resultados que reiteravam a determinação em tornar a administração profissional, focada como uma empresa. - O resultado é que a Cedae começou a colher os frutos da implementação

de políticas de controle de gastos e metas de desem-penho, transformando-se num case de sucesso na área empresarial, com o apoio da Fundação Getúlio Vargas - lembrou Pezão. Outros passos da companhia no sentido de reverter o quadro de preju-ízo foi o combate ao furto de água, além da melho-ria da micromedição, um projeto que ainda está em curso. A Cedae tem troca-do os hidrômetros, no sen-tido de garantir que a co-brança seja feita em cima do volume real utilizado pelo morador, garantin-do que todos possam ter acesso a uma distribuição de qualidade. O combate à inadimplência também tem sido um fator prepon-derante para a consolida-ção da empresa como uma das principais na área de saneamento do país.

O primeiro gran-de projeto da empresa foi a obtenção da certificação do Guiness, reconhecen-do a Estação de Trata-mento de Água (ETA) do Guandu, em Nova Igua-çu, como a maior estação do mundo. Daí em diante, inúmeros outros entraram em ação, como a amplia-ção da educação ambien-tal, que rendeu à empresa o prêmio da Associação Brasileira de Comunica-ção Empresarial (Aberje) para a região Sudeste na

categoria Comunicação de Programas voltados à Sustentabilidade Ambien-tal, na primeira semana de novembro. Os projetos pre-miados foram: Educação Ambiental, que promo-ve visitas de estudantes à Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu; o projeto Lagoa Limpa, que promoveu melhorias no esgotamento sanitário do entorno da Lagoa Ro-drigo de Freitas; os cen-tros de visitação da ETA

Guandu e da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Alegria, onde o vi-sitante pode acompanhar o processo de captação e tratamento de água e de esgoto e o projeto Re-plantando Vida, que pro-move o reflorestamento das margens dos rios uti-lizando a mão-de-obra de apenados do regime semi-aberto, auxiliando no processo de recupera-ção e reinserção social dos detentos. O Replantando Vida já plantou cerca de

um milhão de mudas ori-ginárias da mata atlântica desde 2008. - Estes quatro pro-jetos vão ao encontro da agenda de compromissos estabelecidos com o Co-mitê Olímpico Internacio-nal (COI) para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. São projetos de médio e longo prazos, mas que garantirão o futuro sus-tentável de nosso estado na área de saneamento – acrescentou Victer.

Obras na Rocinha, Complexo do Alemão; Cantagalo-Pa-vão-Pavãozinho; Manguinhos; Baixada Fluminense e outras localidades mostram a força do PAC no estado do Rio de Janeiro. O volume de in-vestimentos que saltou dos R$ 3,9 bilhões iniciais destinados às áreas de habitação e saneamento - quando do lançamento do programa em 2007 -, para os atuais R$ 7,2 bilhões, comprovam que a parceria e a boa relação entre governo Federal e o governo do Estado se revertem em benefícios para a população. Mais do que tudo, a vontade de fazer e a capacidade de execução, fazem do Rio uma grande vitrine do PAC, graças a obras já concluídas e outras em andamento, em comunidades emblemáticas conhecidas no mundo inteiro. É justamente no Complexo do Alemão, alvo da ação policial, que ocupa mais essa área na capital de maneira exemplar para afastar de vez a violência e o domínio dos traficantes, onde se encontra o maior con-junto de obras de saneamento e habitação do PAC no país. São R$ 930 milhões investidos, incluindo contrato de Pró-Moradia assinado recen-temente. A grande ação de segurança realizada no complexo por certo foi facilitada pela presença do Estado no local, com suas obras que be-

neficiam grande parte dos moradores, seja com a produção de moradias, a coleta e o tratamento de esgoto, a abertura de novas vias, a construção de escolas, parques esportivos, o teleférico, em fase de conclusão. Essas ações, sobretudo, mostram a disposição política de acabar com o período de abandono em que estiveram mergulhadas as famílias, os trabalhadores da comunidade. A realidade dá lugar ao sonho, a confiança reforça a esperança nos governantes e no futuro. Com certeza, o emprego de homens e mu-lheres do Alemão nas obras, os benefícios que começam a ser sentidos pela população ajudaram o trabalho policial. Ao apontarem esconderijos do tráfico, as pessoas fizeram uma aposta na continuidade das benfeito-rias por meio do PAC 2, a Minha Casa Minha Vida 2, que garantiram na agenda nacional temas tratados como prioridade pelo presidente Lula e pelo governo do Estado, que trabalham juntos, atendem a interesses legí-timos da população, proporcionando-lhes dignidade, um novo e melhor modo de vida.

Márcio FortesMinistro das Cidades

8Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010

Somando Forças garante fôlego aos municípios

Nos últimos quatro anos, a população fluminense acompanhou a reversão da curva declinante que vinha mar-cando o Rio de Janeiro desde a década de 60. É, sem dúvida, o resultado da atuação do governador Sérgio Cabral e sua equipe, formada por profissionais da melhor qualidade, en-trosados e com um mesmo propósito: a retomada do desen-volvimento do Estado do Rio de Janeiro. Vale destacar o êxito do diálogo do governo flumi-nense com a administração pública federal, tanto em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como com os min-istros de Estado. O Rio de Janeiro passou a ser beneficiado e projetos que dormiam nas gavetas, por anos a fio, saíram finalmente do papel. Outros, considerados apenas sonhos, vi-raram realidade em curto espaço de tempo. A isto devemos o empenho do vice-governador Luiz Fernando Pezão à frente da Secretaria de Estado de Obras. Se antes do governo Sérgio Cabral, o Rio recebia apenas os repasses obrigatórios, este quadro mudou a partir de 2007. O governo federal voltou a investir no Estado e na cidade do Rio de Janeiro. Com a agilidade implantada por Pezão na Secretaria Estadual de Obras, os projetos do PAC-Programa de Acelera-ção do Crescimento começaram pelo Rio, com a urbanização

das grandes favelas da Rocinha e do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, na Zona Sul, dos Complexos do Alemão e de Manguinhos, na Zona Norte. Ao mesmo tempo, a Região Metropolitana implanta inúmeros projetos de ampliação dos sistemas de abastecimento de água e tratamento de es-gotos financiados com recursos do Ministério das Cidades. A construção do Arco Metropolitano, sonho acalentado há mais de 30 anos, é uma parceria do Estado com o governo federal, foi incluída no Programa de Acel-eração do Crescimento e deve ser entregue no próximo ano. Este fluxo de obras permitiu que as empresas de engenharia do Rio voltassem a investir em qualificação de mão-de-obra e modernização de equipamentos. A retomada do desenvolvimento do Estado saiu do plano imaginário para se tornar realidade palpável, com aumento de emprego e renda com redução da pobreza no Estado do Rio. A farta reeleição de Cabral e seu incondi-cional apoio à presidente eleita trazem bons ventos de con-tinuidade. É o que o Rio espera.

Francis BogossianPresidente do Clube de Engenharia e da Associação das Empresas de

Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ)

Obras de pavimentação e drenagem, no Perequê, em Angra dos Reis

A flexibilização dos convênios, permi-tindo desde a aquisição de equipamentos até a compra de terreno para a construção de equipamen-tos municipais, é apontada pelo subsecretário execu-tivo de Obras, José Iran Peixoto Junior, como o grande diferencial do pro-grama Somando Forças. Com investimentos de R$ 880 milhões em qua-tro anos, o recurso acaba sendo essencial para o de-senvolvimento de projetos nos municípios, principal-mente os mais carentes. Outro fator apon-tado como importante é a possibilidade de que os municípios tenham mais de um convênio ao mes-mo tempo, com projetos de urbanização, constru-ção de unidades habitacio-nais ou compra de máqui-nas. Isso, na opinião dos prefeitos, é imprescindível para a melhor governabi-lidade. - Fazemos com os municípios contratos que permitem que eles façam as licitações e nós vamos liberando os recursos de acordo com o andamento da obra. Como o estado entra com até 95% do va-lor, temos de acompanhar

os passos, para garantir que o programa realmente atenda às necessidades da população - frisou Iran. O prefeito de Vassouras, Renan Vini-cius, concorda com o subsecretário. Para ele, os prefeitos possuem inúme-ros projetos, mas faltam os recursos, que são re-passados pelo estado. Só assim, reiterou, é possível garantir que a popula-ção fluminense como um todo tenha uma melhoria da qualidade de vida. Sua cidade, por exemplo, tem convênios para a compra de um ter-reno, no Centro; obras no terminal rodoviário, além da urbanização do bairro Pocinhos e no distrito de Andrade Pinto; e aquisi-

ção de tratores e ônibus escolares. - O Somando For-ças é o suporte para que os prefeitos possam garantir a transformação da quali-dade de vida de seus mu-nicípios. Temos projeto, mas faltam-nos recursos. Com o apoio do estado estamos transformando a realidade do nosso povo - garantiu Vinicius. A prefeita de Bom Jesus de Itabapoana, Bran-ca Motta, faz coro com Vinicius, ressaltando que, nas áreas mais carentes do estado, a parceria através do Somando Forças ajuda a alavancar o desenvolvi-mento, com projetos que possam garantir a infraes-trutura necessária à atra-ção de novos investimen-

tos e à geração de renda da população. - Essa parceria tem contribuído para a melho-ria da qualidade de vida da população de Bom Jesus e as obras que estão sendo executadas colocarão a ci-dade no cenário turístico estadual - disse a prefeita, que está investindo em urbanização de áreas pú-blicas e compra de equipa-mentos. O investimen-to no segmento turístico também foi a proposta do prefeito de Ararua-ma, André Mônica, que apresentou projeto para a urbanização do merca-do municipal e do peque-no produtor, construção de quadras e reforma de praças, reforma e recupe-ração do prédio histórico da Casa da Cultura e a im-plantação do Centro Co-mercial Popular. - Essa parceria com o estado propiciou a abertura de várias frentes de obras fundamentais ao desenvolvimeto urbanísti-co, social e econômico do município. O Somando Forças mudou a trajetória de Araruama, trazendo re-sultados extremanete po-sitivos para toda a popula-ção - concluiu Mônica.

Arquivo

Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010 9

O arco do desenvolvimentoResgate da fauna, flora e

História da região

Estrada que constava da história rodoviária desde a década de 70, saiu do papel em três anos e avança pela Baixada

Foram encontrados 31 sítios arqueológicos na rota

Uma estrada que irá mudar, radicalmente, a lo-gística da Região Metropoli-tana. Assim pode ser descrito o Arco Metropolitano, uma rodovia de 145 quilômetros que irá cortar oito municí-pios. As obras, iniciadas em 2008, avançam, redefinindo a rota do desenvolvimento do estado. Ao estado coube a parte ainda virgem, num total de 70,9 quilômetros, saindo da interseção das ro-dovias Rio-Belo Horizonte (BR-040) com a Rio-Tere-sópolis (BR-116 Norte), em Saracuruna, Duque de Ca-xias, até a Rodovia BR-101 Sul (Rio-Santos), em Itaguaí. - Se não construís-semos a estrada agora, não poderia mais ser feita. Há 30 anos ela aparece no histórico de rodovias estaduais, mas nada tinha sido feito. Em três anos tiramos do papel e tor-namos o Arco uma realidade - frisou o vice-governador, Luiz Fernando Pezão. A rodovia irá fazer a interseção das cinco grandes rodovias federais que atra-vessam a região. Além das três citadas anteriormente, corta ainda a BR-101 Norte

(Rio-Vitória) e a BR-116 Sul (Rodovia Presidente Du-tra), desafogando o trânsito nas principais vias de acesso ao Rio, como a Ponte Rio-Niterói, a Avenida Brasil e a Rodovia Presidente Dutra, na Baixada. A construção de pontes e viadutos permitirá que pouca coisa seja alterada na vida dos bairros cortados pela estrada, assim como um plano diretor está sendo desenvolvido para integrar todos os municípios a um projeto de desenvolvimento sustentável da região. Segun-do o subsecretário de Infra-estrutura e Integração, José Antonio Portela, a proposta é preparar toda a área cortada pela estrada para a instalação de novas indústrias e empre-sas de Logística. - O projeto vai além de uma estrada de qualidade, que irá desafogar a Rodovia Presidente Dutra, na Baixa-da Fluminense e a Avenida Brasil. Queremos preparar a região para que ela tenha um desenvolvimento sustentável e deixe de ser uma área de dormitórios, para virar pro-tagonista de um novo tempo - concluiu Portela.

O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro ultrapas-sa a barreira da importância econômica para a região e tem deixado como legado não apenas o desenvolvimento, mas o resgate ambiental, com o salvamento de espécies vegetais e animais que estavam em extinção, assim como dos 31 sítios arqueológicos descobertos em seu caminho. Para a arqueóloga Jandira Neto, do Instituto de Ar-queologia do Brasil (IAB), o material encontrado permite que a população acompanhe a evolução da Baixada Fluminense desde a pré-História, até os dias atuais. O material retirado das escavações transformou-se em uma exposição itinerante, que percorreu os municípios cortados pela estrada. Na área ambiental, animais e plantas estão sendo ca-talogados e colocados à disposição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), para que a matriz não se perca e, no futuro, o material possa ser reapro-veitado em projetos de reflorestamento na própria região.

Fernanda Almeida

Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010 10

Estradas sustentáveis

Preservando a memória do estado

O Liceu Nilo Peçanha, em Niterói, foi totalmente restaurado

Capelinha-Mauá garante a sustentabilidade da região

Já foi o tempo em que estrada era apenas um corte no terreno, coberta por asfalto. Hoje, dentro dos no-vos conceitos de construção, as rodovias respondem a uma série de parâmetros, que as tornam sustentáveis, ou não. No caso fluminense, a opção é pela sustentabilidade, a preo-cupação com o meio ambien-te e a proposta de se criar uma via que permita o desenvolvi-mento da região, sem afetar, negativamente, a qualidade de vida das pessoas que estão em sua faixa de abrangência. Bons exemplos são as estradas Capelinha-Mauá, na Região do Médio Paraíba, a primeira estrada parque do estado; a Paraty-Cunha, no Sul Fluminense, onde há a preservação de parte da antiga estrada do ouro, que levava o metal mineiro para o porto de Paraty, na época do Brasil Co-lônia; e a Rio Claro-Mangara-tiba, que atravessa o parque da Serra do Piloto. - Hoje não construí-mos apenas uma estrada, mas buscamos agregar valores cul-turais e ambientais, por exem-plo, em seu projeto. No caso da Capelinha-Mauá, que corta a Serra da Mantiqueira, esta-mos trabalhando também a questão de resíduos, com tra-

tamento de esgoto e coleta de lixo - frisou Vicente Loureiro, subsecretário de Urbanismo. O presidente do De-partamento de Estradas de Rodagem (DER/RJ), Henri-que Ribeiro, lembra que outra determinação do governador foi a de pavimentar todas as estradas de ligação com os estados vizinhos, a fim de permitir uma melhor inte-gração. Para ele, esse também foi um diferencial na questão das estradas, que garantem o desenvolvimento das regiões através do escoamento da produção e do permanente fluxo turístico entre todos os municípios. - Nosso objetivo é investir na qualidade das es-tradas e estreitar os laços com nossos vizinhos, a fim de levar desenvolvimento sustentável a todos os municípios - garan-tiu Ribeiro. O estado também está investindo em estradas consideradas ativos urbanísti-cos, tendo como dois grandes exemplos a TransBaixada e a Via Light. No caso da primei-ra, ressaltou Loureiro, a pro-posta é desocupar as margens do rio Sarapuí, na Baixada, a fim de impedir novas tragé-dias, dando casas dignas às famílias que moram na região

e impedir que elas voltem para o local, assim como garantir uma ligação rápida entre as rodovias Presidente Dutra e Washington Luiz. No caso da Via Li-ght, o terreno em baixo das linhas de transmissão estava

perdido e transformou-se numa rota essencial para re-duzir o tráfego na Rodovia Presidente Dutra, na Baixa-da. Com sua expansão até a Avenida Brasil, a estrada irá, enfim, cumprir o seu papel integrador na região.

Foram R$ 270 milhões na recuperação e ampliação de escolas, hospitais, museus, tea-tros e bibliotecas, entre outros, numa proposta de preservar e adaptar às novas exigências os pré-dios públicos. O progra-ma de preservação dos bens públicos, executado pela Empresa de Obras Públicas (Emop), tem sido apontado como de suma importância para a preservação da memória pública fluminense. No Centro do Rio, por exemplo, a Biblioteca Pública Estadual Celso Kelly, na Avenida Presi-dente Vargas, próximo ao Campo de Santana, está recebendo uma re-

forma total, que a trans-formará em uma espécie de biblioteca parque, com área voltada para a inclusão digital. O mesmo progra-ma está garantindo que Niterói receba de volta sua biblioteca pública, um prédio de grande va-

lor histórico, no centro da cidade, próximo ao Fórum e à 76 Delega-cia Policial, na Avenida Amaral Peixoto, mas que se encontrava com infil-trações e sem a estrutura necessária para a preser-vação de documentos. O novo espaço será to-

talmente climatizado e haverá a catalogação de todo o acervo da biblio-teca. O prédio rivaliza em importância com o do Liceu Nilo Peçanha, em frente à Biblioteca, que teve parte do teto destruído. As obras de restauração devolveram a qualidade do espaço, preservando o jardim in-terno e a antiga estrutura do prédio. As escolas tam-bém estão tendo piscinas reformadas e a instalação de aparelhos de ar con-dicionado em todas as salas, para garantir que o calor não seja responsá-vel pela falta de atenção dos alunos e apontado como elemento de eva-são escolar.

Fernanda Almeida

Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010 11

O novo cartão postalO Maracanã, imagem do Brasil no exterior, irá se transformar numa moderna e confortável arena internacional

Maquete do estádio foi apresentada na Soccerex, mês passado

As obras de refor-ma e adequação do estádio do Maracanã às exigências da Fifa para a Copa de 2014 já estão em andamen-to. Na verdade, o torcedor ganhará, ao final das obras, em dezembro de 2012, uma arena moderna e con-fortável, oferecendo ao pú-blico o que há de melhor em postos de alimentação e instalações. O projeto, que manterá a estrutura do mais charmoso estádio de futebol do mundo, prevê uma reformulação total na parte interior, com o fim do fosso entre a arquiban-cada e o campo; o avanço das arquibancadas em 12 metros em direção ao cam-po; a elevação em cinco metros de parte da arqui-bancada e a instalação de modernas e confortáveis cadeiras com assentos re-batíveis. - Será o Maracanã

que todos conhecemos, em sua estrutura, mas com um nível de conforto que o torcedor brasileiro não tinha. A grande novidade será a cobertura, em lona tensionada, que abrangerá todas as cadeiras - afirmou o presidente da Empresa de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno Junior. Ele, o vice-go-vernador, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Obras, Hudson Braga, fo-ram a Londres visitar os estádios ingleses, a fim de buscar inovações que pos-sam ser oferecidas ao tor-cedor nacional. - Estamos bus-cando em todos os países informações que possam tornar o Maracanã ainda melhor. Nossos técnicos já visitaram estádios ame-ricanos, os da África do Sul, que organizou a Copa esse ano, e agora fomos a Londres. O Maracanã será

uma soma de todas as boas experiências dos outros es-tádios - frisou Pezão. Braga ressalta que a melhoria da qualidade esta-rá presente em todos os se-tores, da arquibancada, que terá um grau de inclinação maior, capaz de permitir a perfeita visibilidade do campo de qualquer ponto do estádio. Da mesma for-ma, os camarotes, que hoje

ficam na parte superior, passarão para o meio da ar-quibancada, permitindo um ganho na ventilação natural e a recuperação do projeto original da arena. - A partir dessa obra, o Maracanã passa a ser, definitivamente, uma arena capaz de receber qualquer evento esportivo internacional - garantiu o secretário de Obras.

Reprodução

Fernanda Almeida

Boletim da Secretaria de Estado de Obras - Dezembro/2010 12

Canteiro de Obras - Informativo da Secretaria de Estado de Obras. Edição - Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Obras - Rua México, 125/ 9° andar Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20.031-145 - Tels.: 2333-0866 / 2333-0858 (telfax)E-mail: [email protected] Visite a página da Secretaria: http://www.obras.rj.gov.brVeja a coleção completa dos boletins no endereço http://www.obras.rj.gov.br/boletim.asp

Mais investimentos com PAC II Os bons ventos sopram em direção ao nosso Esta-do do Rio de Janeiro, trazendo boas oportunidades e novos negócios. Isso graças à nossa vocação para o crescimento que superou com otimismo, trabalho e números positivos uma turbulência econômica global. Na realidade, vivemos um momento oportuno de investimentos públicos e privados que movimentarão recur-sos já anunciados de R$ 126,3 bilhões até 2012. Essa é a garantia da diversificada economia fluminense, a segunda do país em Produto Interno Bruto (PIB), que está criando con-dições de crescimento sustentado. Daí acreditarmos não somente na força da Indústria que aponta em direção a empreendimentos sólidos às véspe-ras de dois eventos como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, mas também nas parcerias vitoriosas resultado da atual integração entre os poderes federal, estadual e municipal. Se compararmos os dias de hoje às décadas passa-das o jogo virou. E virou para melhor quanto à qualidade de vida da população. Neste aspecto, chamo atenção para as comunidades que estão conquistando a paz, com o projeto vencedor das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A garantia dessa segurança criou condições para projetos sociais como o Sesi Cidadania, que permite criar oportunidades de trabalho através da educação e aumento da qualidade de vida dessa população. Enfim, os desafios são enormes, mas é inabalável a determinação do empresariado fluminense de continuar a trilhar esse caminho de conquistas sociais.

Eduardo Eugênio Gouvêa VieiraPresidente do Sistema FIRJAN

Algumas obras já entreguesHospital Alberto Torres São Gonçalo

Hospital da Mulher Heloneida Studart São João de Meriti

Maracanãzinho Rio de Janeiro

Duplicação da RJ-140 Região dos Lagos

Acesso Oeste Resende

Casa França-Brasil Rio de Janeiro

O governo fede-ral assina, no início desse mês, os primeiros contra-tos da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) com estados e municípios. Do estado, por enquanto, foram aprovados 21 pro-jetos, no valor total de R$ 1,4 bilhão, entre recursos do Orçamento Geral da União e Financiamentos. São nove proje-tos na área de saneamento, incluindo a complementa-ção do Sistema Alegria e a ampliação do sistema de abastecimento de água em bairros da Zona Oeste, São Gonçalo, Seropédica, Ma-caé, Maricá e Magé. Na área de habitação foram contemplados os projetos de urbanização da Mangueira, do Complexo da Tijuca e do Batan, em Realengo, além da elabora-ção de estudos e projetos

para Paçuaré II, na capital; do Barro Vermelho, em Belford Roxo; Vila Getúlio Cabral, em Parada Angéli-ca, em Duque de Caxias; Colônia Tavares Macedo, em Itaboraí; Balneário La-gomar, em Macaé; Morro Vital Brasil, em Niterói; e das comunidades de Tira-dentes, em Nova Iguaçu, e Unidos Venceremos, em Petrópolis. Outro projeto que recebeu recursos para sua continuação foi o Iguaçu, que está realizando a dra-gagem dos rios Sarapuí, Iguaçú e Botas, na Bai-xada Fluminense, com a retirada da população ri-beirinha e instalação em unidades que estão sen-do construídas na região. Nas margens dos rios estão sendo construídas ruas, ciclovias, praças e, em breve, no Sarapuí, será feita a TransBaixada.