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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático Getúlio Vargas RS Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU SUSPEITA DE ADENITE EQUINA: RELATO DE CASO ARPINI,Fabiana Torres ¹* BANDIERA,ChristianBrustolin, 1 BRUM,Patrine Caroline Zonin ¹ DAL BOSCO,Marlon ¹ GIARETTON, Eduarda Amanda ¹ ALMEIDA, Mauro Antonio 2 * BRUSTOLIN, Joice Magali² GALLIO, Miguel² MAYER, Retamoso, Andrei² SEBEM, Juliana Gottlieb² RIBEIRO, Ticiany Dias Maria² OLIVEIRA, Daniela dos Santos de RESUMO: O estudo apresentado teve início a partir do resgate teórico de adenite equina, coleta de secreção nasal e sangue para exames clínicos, a partir dissoidentificação de micro-organismos como agentes causadores da adenite que atinge o trato respiratório equino. Seguintes a coleta, realizou-se a bacterioscopia das amostras a partir do meio microbiológico em Ágar Sangue e Ágar MacConkey, estas foram submetidas á coloração de Gram e confecção de lâminas para suposta análise. A identificação e análise procederam com o auxilio de microscópio ópico, apresentando resultados variados, e diferindo do diagnótico apresentado pelo médico veterinário atuante sobre este paciente. As amostras com melhor visualização foram caracterizadas como bacilos e catalase positiva, contribuindo para o objetivo do trabalho, este verificar a eficiência de fármacos utilizados na suspeita de adenite equina. Em tratamento farmacológico o animal recebeu antibiótico, broncodilatador e óleo canforado, neste obteve-se êxito mesmo com o diagnóstico precoce sugerido devido a ampla indicação e mecanismo de ação dos fármacos utilizados. Palavras-chave: doença infecto-contagiosa, trato respiratório, farmacologia, diagnóstico. ABSTRACT:The present study started from the theoretical rescue of equine adenitis, collection of nasal secretion and blood for clinical exams, from this identification of microorganisms as agents that cause adenitis that reaches the respiratory tract of the horse. Following the collection, bacterioscopy of the samples was performed from the microbiological medium in Blood Agar and MacConkey Agar, these were submitted to Gram staining and preparation of slides for supposed analysis. The identification and analysis proceeded with the aid of an optical microscope, presenting varied results, and differing from the diagnosis presented by the veterinarian acting on this patient. The samples with better visualization were characterized as bacilli and catalase positive, contributing to the objective of the work, this to verify the efficiency of drugs used in the suspicion of equine adenitis. In pharmacological treatment the animal received antibiotic, bronchodilator and camphorated oil, in this one it was successful even with the early diagnosis suggested due to the ample indication and mechanism of action of the drugs used. Keywords:infectious-contagious disease, respiratory tract, pharmacology, diagnosis. 1 Discentes do Curso de Medicina Veteriária, Nível 4 - 2017/2- Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. 2 Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 - 2017/2 - Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. *E-mail para contato: [email protected]

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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

SUSPEITA DE ADENITE EQUINA: RELATO DE CASO

ARPINI,Fabiana Torres ¹*

BANDIERA,ChristianBrustolin,1

BRUM,Patrine Caroline Zonin ¹

DAL BOSCO,Marlon ¹

GIARETTON, Eduarda Amanda ¹

ALMEIDA, Mauro Antonio2*

BRUSTOLIN, Joice Magali²

GALLIO, Miguel²

MAYER, Retamoso, Andrei²

SEBEM, Juliana Gottlieb²

RIBEIRO, Ticiany Dias Maria²

OLIVEIRA, Daniela dos Santos de

RESUMO: O estudo apresentado teve início a partir do resgate teórico de adenite equina, coleta de secreção

nasal e sangue para exames clínicos, a partir dissoidentificação de micro-organismos como agentes causadores

da adenite que atinge o trato respiratório equino. Seguintes a coleta, realizou-se a bacterioscopia das amostras a

partir do meio microbiológico em Ágar Sangue e Ágar MacConkey, estas foram submetidas á coloração de

Gram e confecção de lâminas para suposta análise. A identificação e análise procederam com o auxilio de

microscópio ópico, apresentando resultados variados, e diferindo do diagnótico apresentado pelo médico

veterinário atuante sobre este paciente. As amostras com melhor visualização foram caracterizadas como bacilos

e catalase positiva, contribuindo para o objetivo do trabalho, este verificar a eficiência de fármacos utilizados na

suspeita de adenite equina. Em tratamento farmacológico o animal recebeu antibiótico, broncodilatador e óleo

canforado, neste obteve-se êxito mesmo com o diagnóstico precoce sugerido devido a ampla indicação e

mecanismo de ação dos fármacos utilizados.

Palavras-chave: doença infecto-contagiosa, trato respiratório, farmacologia, diagnóstico.

ABSTRACT:The present study started from the theoretical rescue of equine adenitis, collection of nasal

secretion and blood for clinical exams, from this identification of microorganisms as agents that cause adenitis

that reaches the respiratory tract of the horse. Following the collection, bacterioscopy of the samples was

performed from the microbiological medium in Blood Agar and MacConkey Agar, these were submitted to

Gram staining and preparation of slides for supposed analysis. The identification and analysis proceeded with the

aid of an optical microscope, presenting varied results, and differing from the diagnosis presented by the

veterinarian acting on this patient. The samples with better visualization were characterized as bacilli and

catalase positive, contributing to the objective of the work, this to verify the efficiency of drugs used in the

suspicion of equine adenitis. In pharmacological treatment the animal received antibiotic, bronchodilator and

camphorated oil, in this one it was successful even with the early diagnosis suggested due to the ample indication

and mechanism of action of the drugs used.

Keywords:infectious-contagious disease, respiratory tract, pharmacology, diagnosis.

1 Discentes do Curso de Medicina Veteriária, Nível 4 - 2017/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. 2 Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 4 - 2017/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

*E-mail para contato: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Com seu rebanho de equinos, o Brasil pode ser considerado o maior na América

Latina e o terceiro maior mundialmente. A equideocultura é bastante notável

economicamente, principalmente na região Sudeste do país, com papel importante no

desenvolvimento do setor econômico a partir da relação genética e criação e também para

trabalhos de lida.

Em constante crescimento, a equideocultura ao se expandir destaca-se pela

necessidade de produção progressiva, junto a isso o aumento de enfermidades e prejuízos

econômicos são consideravelmente associados à atividade.

Entre meio a enfermidades que acometem equinos, a maior prevalência se deve as

relacionadas ao trato respiratório. Dentre as principais pode-se citar influenza equina,doença

pulmonar obstrutiva (DPOC), pneumonias,mormo e adenite, esta conhecida vulgarmente por

garrotilho caracterizado por sua frequente notificação na espécie.

Descrita como uma doença infecto-contagiosa, a adenite equina atinge o trato

respiratório superior dos animais, geralmente em animais jovens. Esta doença causa

inicialmente febre, apatia, dificuldade respiratória e de deglutição, posteriormente pode se

agravar e causar outras complicações, como miocardites, hemiplegia laríngea dependendo do

caso.

A partir de sinais clínicos visíveis ou diagnosticados a partir de uma série de exames é

possível identificação da patologia e seu tratamento adequado, sempre a partir de orientação

médica e acompanhamento detalhado do caso.

Vacinas são alternativas para prevenção de certas enfermidades, no caso de adenite

equina a vacina é indicada, porém com resultados pouco satisfatórios em condições de campo.

Todo tratamento deve ser realizado a partir do estágio da doença e condições do

animal, a farmacologia tem grande importância em casos de tratamentos adequados, além de

fornecer a base do uso de fármacos de forma apropriada.

Este trabalho tem como objetivo, de relatar um caso clinico de adenite infecciosa

equina, atendido no município de Erechim, RS, bem como aprofundar os conhecimentos dos

fármacos utilizados no tratamento.

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2 DESENVOLVIMENTO

Nessa parte do trabalho será detalhado o referencial teórico, a metodologia utilizada e

os resultados obtidos. Contém exposição ordenada e discriminada do assunto tratado do

estudo.

2.1 Referencial Teórico

As doenças infecto-contagiosas são causadas por um agente patogênico como um

vírus, bactéria ou parasita, são doenças transmissíveis por contato direto ou indireto pelos

indivíduos infectados. Por serem vírus, parasitas e bactérias o único tratamento na maioria dos

casos é vacina juntamente com a desparasitação (interna e externa) e administração de

medicação periódica preventiva (MORAES et al.,2009).

As afecções do sistema respiratório afetam diretamente as atividades do animal,

levando ate perdas econômicas, por isso a importância da detecção precoce e prevenção de

mplicações secundárias. Estas afecções advem de etiologias variadas, podendo ser de origem

infecciosa, alérgica, parasitaria ou multifatorial (DOROTHY et al. 2003).

Adenite equina, também conhecida como garrotilho, é uma doença infecto-

contagiosacausada pela bactéria Streptococcus equi.A adenite é caracterizada por inflamação

mucopurulenta do trato respiratório superior de equinos. Equinos de todas idades podem ser

infectados por essa enfermidade, com maior prevalência em animais mais jovens, como

potros (AINSWORTH & BILLER, 2000).

O período de incubação da enfermidade varia de 3 a 14 dias e os animais apresentam

sinais clínicos como febre, apatia, descarga nasal, inicialmente mucosa avançando para

mucopurulenta, tosse, anorexia, dificuldade de deglutição e edema mandibular e dificuldade

de respiratória (TIMONEY; MUKHTAR, 1993). A enfermidade tem duração geralmente de 2

a 4 semanas, com recuperação espontânea na maioria dos animais após ser feita a drenagem

do conteúdo dos abscessos (SCHILD, 2001). A transmissão ocorre por contato direto nasal ou

oral, e por contato indireto através aerossóis, objetos contaminados e também por insetos.

A bactéria penetra pela boca ou narinas e se adere a receptores específicos das tonsilas

e linfonodos locais, o microrganismo atinge os linfonodos regionais, onde se multiplica no

meio extracelular (TIMONEY, 1993).

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Na maioria dos casos da enfermidade o animal apresenta apenas aumento dos

linfonodos, com formação de abscessos e rápida melhora sem auxílio terapêutico, e

aproximadamente 20% dos equinos afetados permanecem portadores crônicos, servindo como

uma importante fonte de infecção em outos animais, por vários meses e até anos (NEWTON

et al., 2000).

Além de casos de adenite, os eqüinos afetados podem desenvolver outras

complicações, em decorrência da mesma, como miocardites, celulite purulenta, hemiplegia

laríngea e empiema de bolsas guturais (PRESCOTT; WRIGHT, 2000).

O diagnóstico normalmente é realizado de acordo com os sinais clínicos e também

pela demonstração do agente em esfregaços de secreção nasal ou pus. E seu tratamento é

indicado em casos em que o animal apresenta sinais sistêmicos de infecção como febre,

depressão e alterações no hemograma (HARRINGTON et al., 2002).

Para o tratamento a farmacologia, ciência essencial a medicina veterinária, auxilia com

conhecimentos a respeito da origem, propriedades fisíco químicas, absorção, princípios ativos

de fármacos possíveis a serem administrados junto aos seus mecanismo de ação,bem como o

uso e efeitos dessas drogas perante a enfermidade do paciente (BROWN& DAVIS, 2003).

Segundo Corrêa (1992), indica-se em casos de adenite equina o uso de fármacos como

antiinflamatórios para controlar temperatura corporal, antibióticos que matam as bactérias de

tal enfermidade como por exemplo os antibióticos da classe benzilpenicilina, e o uso de

bronquiodilatores para uma melhor respiração e os abscessos devem ser tratados topicamente

com pomadas rubifacientes que estimulam sua maturação, assim como o uso de compressas

quentes (SWEENEY, 2006).

2. 2 Material e Métodos

Sob suspeita de uma doença infecto-contagiosa, adenite equina, observou-se o caso de

um equino fêmea com 4 anos, SRD (sem raça definida), de pelagem lobuna e de

aproximadamente 300 kg, em uma cabanha na região de Erechim, RS (Figura 1).

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Figura 1- Animal com suspeita de adenite equina. BRUM,P.Cabanha interior de Erechim-RS, 2017.

O paciente apresentava, sinais clínicos como secreção nasal mucopurulenta, tosse,

espirros, linfonodos submandibulares aumentados, temperatura corporal elevada, há 5 dias. O

exame físico revelou mucosas rosa-pálidas, indícios de anemia, ruídos respiratórios anormais

e inquietação.

Aos 11 dias do mês de agosto, foram coletadas amostras de secreções do trato

respiratório da região nasofaríngea do paciente relatado anteriormente (Figura 2), esta

realizada com auxílio de um swabb estéril junto ao meio Stwart. (Figura 3). O swabb para

coleta e transporte apresentou características desejáveis a coleta, como ponta estéril, tubo com

alta vedação, etiqueta para identificação da amostra e dimensões propícias e

semipreenchimento com meio adequado à proliferação de micro-organismos.

Figura 2-Swab usado para coleta da secreção do trato respiratório do paciente.Erechim-RS, 2017.

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Figura 3-Coleta secreções em swab estéril. BRUM,P.Cabanha interior de Erechim - RS, 2017.

Realizou-se também a coleta de sangue venoso do animal para exame de hemograma

(Figura 4). A coleta de sangue foi realizadaa partir da jugular com auxílio de uma seringa de

10mL e agulha 40x12 estéreis, após tricotomia e antissepsia da região do pescoço. O material

coletado foi imediatamente armazenado à temperatura de 2º a 8º e homogeinizado até o início

do exame, em um frasco com EDTA (anti-coagulante).

Figura 4- Coleta de sangue. BRUM,P.Erechim-RS, 2017.

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Posteriormente a coleta das amostras procedeu-se o exame de hemograma, no Hospital

Veterinário São Francisco de Assis, Getúlio Vargas, juntamente ao Médico Veterinário

residente (Figura 5).

Figura 5- Hemograma. ARPINI,F.T.Hospital Veterinário São Francisco de Assis, Getúlio Vargas -RS,2017.

Junto ao Laboratório Bioquímico da Faculdade IDEAU, as secreções do trato

respiratório do animal passaram por avaliações e com estas realizou-se esfregaço com auxílio

de uma alça de Henle, em placas de Petri sob ágar sangue e ágar Mac Conkey (Figura 6)

induzindo assim o material para análise quanto a presença de bactérias.

Figura 6- Placas de Petri com Agar Sangue e Agar MacConkey. BRUM,P. Laboratório Bioquímico Faculdade Ideau, Getulio

Vargas,2017.

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Para armazenamento da secreção já utilizada, os swabbs foram fracionados e mantidos

em tubos com água peptonada (Figura 7). Os tubos foram identificados e mantidos em

temperaturas baixas, aproximadamente 5° C.

Figura 7- Swabbs em processo de armazenamneto em água peptonada para conservação da amostra. BRUM, P. Laboratório

Bioquimico Faculdades Ideau, Getulio Vargas, 2017.

As amostras permaneceram em estufa por 24 horas, depois de retiradas foram

observadas a olho nu para identificação de colônias isoladas para início do procedimento de

confecção de uma lâmina histológica (Figura 8).

Figura 8- Colônias encontradas nas placas após período de estufa. GIARETTON, E. G. Laboratório Bioquímico, Faculdades

IDEUA, Getúlio Vargas,2017.

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Com o auxílio de uma alça de platina realizou-se o esfregaço em lâmina com parte de

colônias isoladas encontradas nas placas (Figura 9). Posteriormente ao esfregaço, as lâminas

passaram por secagem em chama seguido da coloração de Gram.

Figura 9- Esfregaço em placas de Petri. BRUM,P. Laboratório Bioquímico Faculdade Ideau, Getulio Vargas,2017.

Confeccionadas quatro lâminas a partir do esfregaço das duas placas dos diferentes

meios, as lâminas foram submetidas à coloração pela técnica de coloração de Gram. O

método consistiu na inserção, com uma pipeta descartável, de uma solução cristal violeta sob

o esfregaço, por 1 minuto cronometrado. O corante foi removido com água destilada, seguinte

a coloração com aplicação de lugol (iodo-iodeto de potássio) por toda lâmina, sendo removido

também com água destilada após 1 minuto (Figura 10).

Figura 10- Coloração de Gram. Laboratório Bioquímico, Getúlio Vargas, 2017.

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A lâmina sofreu uma descoloração com álcool etílico, durante 20 segundos, seguidos

de aplicação de um segundo corante, fucsina diluído, um corante de contraste que agiu por 30

segundos e foi removido com água destilada. Imediatamente ao processo de coloração as

lâminas permaneceram em temperatura ambiente por alguns minutos para secagem destas,

podendo assim serem observadas ao microscópio óptico sob aplicação de uma gota de óleo de

imersão, em aumento de 1000 x (Figura 11).

Figura 11- Lâmina confeccionada para confirmação da doença. DALBOSCO, M. Laboratório Bioquímico,

Getúlio Vargas, 2017.

Com colônias isoladas, foi realizado o teste de catalase de cada uma das amostras

(Figura 12). A técnica consistiu no esfregaço de uma colônia com uma alça de platina

esterilizada em chama, e nesta foi adicionado com uma pipeta descartável uma gota de

peroxido de hidrogênio, objetivando a reação para identificação do gênero de micro-

organsimos presentes nas amostras.

Figura12- Teste catalase. Giaretton, E.A. Laboratório Bioquímico Faculdade Ideau, Getulio Vargas,2017.

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Os processos laboratoriais foram realizadas a fins de confirmação da doença

apresntada pelo animal. Antes mesmo dos exames o animal foi diagnosticado por um médico

veterinário, na qual o paciente recebeu antibiótico, benzilpenicilina procaína injetável (30.000

UI/Kg, IM, SID) em associação a óleo canforado (IM, BID). Foi administrado também um

broncodilatador, clembuterol (VO, SID).

2.3 Resultados e Discussão

Partindo de uma suspeita de adenite equina, conhecida também pelo nome de

garrotilho, enfermidade bacteriana contagiosa, causada pelo Streptococcus equi subespécie

equi, caracterizando-se por uma inflamação mucopurulenta do trato respiratório anterior de

equinos de todas as idades (MORAES, 2009).

A letalidade da doença é baixa coincidindo em menos de 10% dos casos

(CHANTER,2000). O paciente apresentava sinais clínicos como, secreção mucopurulenta

nasal no trato respiratório superior, apatia, temperatura corporal elevada, aumento dos

linfonodos (principalmente submandibulares), dificuldade de respirar e se alimentar devido a

dor na região da faringe e laringe (AINSWORTH, D.M.; BILLER, D.S.).

Segundo Radostits apresentados pelos animais, era indicativo de adenite equina,

entretanto devido a coleta da secreção nasal ter sido realizada após o início do tratamento com

antibioticoterapia, o resultado apresentado foi staphilococcos.

O diagnóstico de garrotilho pode ser confirmado por isolamento do Streptococcusequi,

a partir de secreção nasal, coletada com auxílio de suabe nasal e conservado sob refrigeração

até o momento da análise do material, permitindo, quando associada à cultura bacteriana.

Constatamos no trabalho teórico prático o que revisão teórica/ bibliográfica referencia quanto

diagnostico da adenite equina.

Foi observado que o animal manifestava sinais clínicos típicos de um processo

infeccioso com o hemograma alterado em relação ao número de granulócitos, de glóbulos

vermelhos, hemoglobina e hematócritos (Tabela 1). Sintomas clássicos da adenite equina,

doença do trato respiratório, bacteriose de alta morbidade.

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Tabela 1 – Hemograma de um equino com suspeita de adenite.

Hemograma Resultado Valor de referência

Células brancas (WBC)

7,3x10´3ul

5 a 11

Linfócitos (LYM) 1,6x10´3ul 1,4 a 5,6

Monócitos, eosinófilos,

basófilos e células

imaturas (MID)

0,2x10´3ul

0,2 a 0,8

Granulócitos (GRA) 5,5x10´3ul 28 a 68

Linfócitos% (LYM) 22,3% 20 a 80

Monócitos, eosinófilos,

basófilos e células

imaturas (MID)%

2,8 %

2 a 8

Granulócitos (GRA) % 74,9% 20 a 70

Glóbulos vermelhos

(RBC)

5,14x10´6ul 5,3 a 13

Hemoglobina (HGB) 7,3 g/dL 10,8 a 15

Concentração média de

hemoglobina (MCHC)

33,6 g/dL 33 a 42,6

Teor médio de

hemoglobina(MCH)

14,2 pg 14 a 19

Volume corpuscular

significativa (MCV)

42,3 36 a 95

Amplitude de distribuição

dos eritrócitos medido

com coeficiente de

variação (RDW-CV)

16,5%

15 a 21

Amplitude de distribuição

de eritrócitos medido com

desvio padrão (RDW-SD)

35,9 fL

35 a 56

Hemátocrito (HCT) 21,8% 28 a 46

Plaquetas (PLT) 210x10´3uL 95 a 660

Tamanho médio das

plaquetas (MPV)

5,9 fL 5 a 9

Distribuição das plaquetas

(PDW)

9fL 10 a 18

Plaquetócrito(PCT) 0,128% 0,1 a 0,5

Porcentagem de

macroplaquetas (P-LCR)

6,1% 13 a 43

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Os testes laboratoriais são ferramentas de extrema utilidade na prevenção, controle e

tratamentos das doenças. Com a interpretação de um profissional qualificado, juntamente com

o histórico do animal, os testes são fundamentais para o diagnóstico de doenças que afetam

animais de grande e pequeno porte, com eles é possíveis saber quais os possíveis micro-

organismo que podem estar causando a doença (RIBEIRO & STELATO, 2011).

Mediante a realização dos mesmos, testes laboratoriais seguintes a confecção de

lâminas histológicas para possível identificação do agente causador da doença

infectocontagiosa junto a teste da catalase, foi encontrado micro-organismos em forma de

bacilos Gram positivos e apresentando catalase positiva, na qual obteve-se divergência entre o

tratamento usado e os resultados obtidos pela pesquisa, pois a adenite equina é uma

enfermidade bacteriana causada pelo Streptococcusequi, caracterizadas como bactérias Gram

positivas com forma de cocos e de catalase negativa ( PANSANI et al., 2008).

Os protocolos de vacinação contra adenite equina, não permitem um controle

satisfatório em condições de campo (TIMONEY & MUKHATAR, 1993), já que menos de

50% dos animais vacinados ficam imunes (SWEENEY, 1993). As vacinas inativadas na

maioria dos casos não resultam em uma proteção completa por não terem um estímulo

antigênico. Várias vacinas são hoje utilizada no mundo todo, a grande maioria são

constituídas de proteína M, que tem reações adversas vinculadas como o edema e aumento do

volume dos linfonodos regionais em 72% dos vasos (PRESCOTT & WRIGHT, 2000).

A partir dos sinais clínicos apresentados pelo animal e sob diagnóstico de um médico

veterinário habilitado, foi administrado no paciente antibiótico benzilpenicilina G procaína

20.000.000 UI, sulfato de di-hidroestreptomicina 8g piroxican 600mg, mediante indicação de

15 ml ao dia durante 8 dias.

A benzilpenicilina aplicada no animal, segundo Spinosa (2006), classificada como um

antibiótico beta-lactâmico pela presença do anel na sua estrutura química cmposta pela

penicilina, esta atua impedindo a síntese da parde celular de microorganismos, esta com

funções de proteção, sustentação e manutenção do agente. Sendo que este antibiótico atua

somente na fase de multiplicação do microorganismo.

Foi indicado e usado no paciente broncodiltador, um fármaco indicado para evitar o

aparecimento da broncoconstrição, responsável a partir de uma serie de eventos pela tosse. O

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clembuterol, substância simpaticomimética, atuante sobre receptores beta adrenérgicos, é

indicado á tratamentos no trato respiratório.

Em exames realizados a colônia se apresentou com uma cor pálida, e de uma grande

dimensão, onde em outros estudos as colônias são de uma coloração dourada, achatadas,

transparentes e opacas em ágar sangue.

O tratamento deve durar de 5 à 10 dias, sendo os dias a critério do médico veterinário

e segundo a sintomatologia do animal, consequentemente visualizando os sinais clínicos que o

mesmo apresente e o estágio da enfermidade.

Segundo Nicholson (2000), Streptococcus equi é sensível apenicilina, cloranfenicol,

eritromicina, tetraciclina e lincomicina, neste tratamento foram utilizados benzilpenicilina e

estreptomicina para o combate ao agente, atuando de forma que agradou, fazendo com que a

mesma se estabilizasse.

Para um controle mais efetivo da doença deve-se isolar o paciente pois é uma doença

infecciosa que passa através do contato, o que não foi encontrado no local da coleta.

3 CONCLUSÃO

Mediante realização da pesquisa concluiu-se que a sintomatologia do paciente

apresentava-se semelhante a adenite equina, porém os exames demosntraram apenas uma

doença infecciosa no trato respiratório, apresentando agentes do tipo bacilos e catalase

positiva, contrariando a enfermidade diagnosticada pelo médico veterinário. Os fármacos

utilizados, benzilpenicilina, estreptomicina e flunixina, com objetivos de combater uma

suposta adenite contribuíram para eficácia do tratamento de outro tipo de doença infeciosa

detectada, por apresentarem amplas indicações e mecanismos.

REFERÊNCIAS

AINSWORTH,D.M.; BILLER,D.S. Enfermidades de sistemas orgânicos específicospg

217-220

AINSWORTH, D.M.; BILLER, D.S. Sistema respiratório. In:REED,

S.M.;BAYLY, W.M. Medicina interna eqüina.RiodeJaneiro: Guanabara

Koogan, 2000. p.229-230.

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BROWN,S.A.; DAVIS,L.E. Principíos de Farmacologia. Farmacologia e terapêutica em

veterinária. Rio de Janeiro,2003, ed.8; p.1-4.

CORRÊA, W. M.; CORRÊA, C. N. M. Enfermidades por Bactérias. In: Enfermidades

Infecciosas dos Mamíferos Domésticos. Rio de Janeiro: Medsi, 1992, p. 113 a 115.

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