INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do...

19

Transcript of INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do...

Page 1: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,
Page 2: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

Gesp.007.03

INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO COMUNICAÇÃO E DESPORTO

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

MARIA DA CRUZ DIREITO BENTO DOS SANTOS

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA

EM TÉCNICAS DE GERONTOLOGIA

Outubro/2011

Page 3: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Curso de Especialização Tecnológica em Técnicas de Gerontologia

Maria da Cruz Direito Bento Dos Santos

Orientadores:

Prof. Rosário Martins e Prof. Armando Almeida

Instituto Politécnico da Guarda Associação dos Amigos de Nespereira

ÍNDICE

Introdução_____________________________________________________________3

Actividades propostas e desenvolvidas______________________________________ 4

Finalidade e Objectivos_________________________________________________ 12

Agradecimentos_______________________________________________________ 14

Anexos______________________________________________________________ 15

Page 4: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

3

INTRODUÇÃO

O curso de especialização tecnológica em técnicas de Gerontologia, apenas ficará

concluído após a apresentação do relatório de estágio, frequentado numa instituição com

a duração de seiscentas horas. Devido à valorização que o mesmo representa para a

complementação do curso, foi elaborado um plano de estágio (em anexo). Este foi

realizado e orientado na Associação dos Amigos de Nespereira no período de

Novembro de 2010 a Maio de 2011.

Esta associação foi fundada em 1994 por um grupo de amigos que se dignou avançar

com o projecto e criar então um centro de dia. Devido ao facto de ter iniciado apenas

como centro de dia, a instituição careça de alguns meios e recursos necessários e

adaptados às dificuldades físicas e psicológicas dos utentes. Actualmente, a instituição

tem ao seu dispor várias valências. Além de centro de dia e apoio domiciliário, dispõe

de um serviço a tempo inteiro com vinte e quatro camas, prestando no total cuidados a

cerca de quarenta idosos. Paralelas a estas valências, funcionam ainda actividades e

tempos livres (ATL) com quinze crianças, que inclui transporte e alimentação. Tem

ainda uma ambulância de transportes para doentes, disponível para servir os utentes da

instituição, assim como toda a comunidade.

Como é uma associação, conta com a colaboração dos associados, dos elementos que

compõe a direcção e assembleia e ainda com o empenho de treze funcionárias,

distribuídas pelas vinte e quatro horas do dia.

A escolha desta instituição para a realização do estágio deve-se ao facto de a mesma ser

o meu local de trabalho. Com o conhecimento e empatia que existe entre mim e os

idosos, garantiu-me um melhor enquadramento e enriquecimento durante todo o

processo de estágio.

Page 5: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

4

ACTIVIDADES PROPOSTAS E DESENVOLVIDAS

Após ter a devida aprovação e autorização por parte dos responsáveis, para o

prosseguimento das actividades e seguindo o plano elaborado, dei início ao estágio.

O bom relacionamento que mantinha com os idosos da instituição, facilitou-me a tarefa.

Expliquei-lhes o meu objectivo de trabalho e solicitei a sua ajuda, à qual a maioria se

mostrou satisfeita e disponível para o fazer.

Começámos por recordar a sua infância, que para alguns foi muito pouco aproveitada,

visto que eram obrigados a trabalhar devido às necessidades financeiras. A maioria não

frequentou a escola e os que o fizeram, poucos concluíram sequer a instrução primária.

Quando tinham algum tempo para brincar faziam-no sempre em grupos e na rua, visto

que eram famílias muito numerosas e os brinquedos que utilizavam eram elaborados por

eles próprios. A bola e as bonecas feitas de trapos (fig.1), aproveitando os pequenos

restos de tecido das mães que em alguns casos eram costureiras. Os pedacinhos maiores

ainda eram aproveitados para fazer sacos de pano, colchas para a cama, ou ainda tapetes

para decorarem o chão da casa. Tudo era aproveitado.

Os rapazes faziam a fisga, moldando um pau em forma de “V”, onde adaptavam umas

tiras de cabedal que pediam ao sapateiro. O arco era aproveitado dos aros e pneus de

bicicletas velhas e accionado com um pau ou arame que o movimentava ou equilibrava.

O pião era o brinquedo mais cobiçado pelos rapazes, visto que faziam grandes

habilidades e disputas entre eles. Era um orgulho apanhá-lo com a mão, só com um

Fig.1 – Boneca de trapos

Page 6: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

5

dedo, fazê-lo assobiar ou ainda derrotar os parceiros. Mas para o conseguir, tinham de

amealhar o tostão para o comprar. A baraça que o fazia girar, era tecida por eles

próprios, utilizando um carro de linhas em madeira, onde eram colocados quatro pregos,

com algodão em volta e um quinto prego que servia para rodar o algodão que o tecia. Os

mais habilidosos, faziam lindos brinquedos em madeira, cortiça e cana, como era o caso

da flauta. Tudo isto, em alguns casos, enquanto guardavam os seus abundantes

rebanhos.

Aproveitando a época da colheita dos frutos e com a colaboração de alguns idosos mais

experientes, demos início à confecção das compotas tradicionais (fig.2 e 3). Partilhámos

ideias, demos opiniões sobre a forma e a diferença que existe na alimentação do tempo

deles e os dias de hoje. Talvez pela dificuldade que tinham em possuir as coisas, estas

se tornassem mais apetecíveis e saborosas. O arroz doce feito com leite de ovelha, numa

caldeira de cobre suspensa na fogueira. O feijão cozido na panela de ferro, toda a manhã

ao lume. A carne assada na caçoila de barro em forno de lenha, só em dias de festa!

Fig. 2 – Idosos a confeccionar compotas

Fig. 3 - Compotas

Page 7: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

6

Posteriormente e durante algumas semanas fomos desenvolvendo vários trabalhos

artesanais, com o objectivo, não só de aplicar as capacidades físicas, mas também

activar as capacidades cognitivas.

Elaborámos a tradicional boneca de trapos, outra mais recente e adaptada como

decoração de lápis (fig.4). Aproveitando o trapilho, ou como elas lhe chamam “as fitas

de trapos”, que no tempo delas teciam as mantas fizemos pequenos suportes, aos quais

acrescentei uma pequena decoração (fig.5). Fizémos também em tecido, flores para

colocar em casacos ou no cabelo, o que lhes trouxe à memória o tempo de juventude em

que tinham de fazer as suas próprias roupas e enfeites (fig.6).

Fig. 4 – Lápis decorado com

boneca de trapos

Fig. 5 – Suportes em trapilho

Fig. 6 – Flores decorativas

Page 8: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

7

Aproveitando materiais simples como a madeira, pregos e ráfia, que hoje em dia já

adquirimos em diversas cores e aplicando alguma habilidade de pintura, que talvez

algumas delas também possuíssem, mas nunca tiveram a oportunidade de desenvolver.

Elaborámos um trabalho muito interessante, sem grandes dificuldades e adaptado às

suas capacidades, que no final pode ser utilizado como cesto de pão ou fruteira (fig.7).

Fig. 7 – Fases da execução de trabalho em ráfia e madeira

Page 9: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

8

Como durante todo o curso, também no estágio surgiram algumas barreiras e

dificuldades. De acordo com um membro da direcção, foi planeada uma actividade

lúdica e de animação. A mesma constava que a ceia de Natal iria ser animada pela

tocata do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Nespereira, do qual eu sou elemento

activo. No final seriam entregues aos idosos, lembranças que eles próprios ajudaram a

elaborar. Não foi concretizada, por motivo de a ceia ser alterada para um almoço, numa

outra data sem que eu fosse atempadamente informada. As lembranças foram entregues

e o motivo da alteração foi explicado e compreendido, com alguma decepção por parte

dos idosos (fig.8).

As situações agradáveis mais marcantes, são as que prevalecem no subconsciente do ser

humano e no idoso é comum esquecerem o mais recente e recordarem o que está bem

guardado no fundo da sua memória. Para lhes demonstrar que com a idade se adquire

sabedoria, convidei-os a partilhar as suas tradições e a viajar no tempo da sua juventude,

em que não existia riqueza material, mas muita riqueza moral. Ajudavam-se

mutuamente nos trabalhos agrícolas, partilhavam géneros alimentícios e viviam muito a

sua vida em grupos. Durante o dia trabalhavam, a maioria no campo e regressavam a

Fig.8 – Entrega de lembranças

Page 10: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

9

casa em grupo sempre alegres e cantando. Ao domingo juntavam-se um rancho de

raparigas e rapazes, uns tocavam, outros dançavam e assim organizavam os bailaricos.

Foram recordadas algumas danças, (modas) como lhe chamavam e até descobertos

alguns “namoricos”, que existiu entre eles. Os serões também passados em grupo eram

feitos alternadamente nas casas das vizinhas, para pouparem o azeite da candeia ou o

petróleo do candeeiro. Ensinavam as mais novas a organizar o enxoval e a tricotar as

meias, que para tal eram necessárias cinco agulhas de arame. “Ninguém queria ficar

mal”, confessou uma das idosas, que por não ter dinheiro para comprar algodão, fingiu

ter-se enganado e desfez o que tinha feito para voltar a fazer. Para recordarmos mais

intensamente esses momentos, transformámos a sala de estar numa sala de cinema e foi

projectado o filme “Nespereira, Orgulho de Todos Nós”, todo ele protagonizado pelo

Rancho Folclórico da Casa do Povo de Nespereira (fig.9).

As imagens retratam o quotidiano da época entre mil e novecentos e mil novecentos e

cinquenta, as lides caseiras, do campo, os trajes de trabalho e domingueiros, as

romarias, danças e cantares, lendas e tradições. A alegria que demonstraram, ao recordar

locais que já não viam há muitos anos, como as casas dos senhorios onde alguns deles

passaram a sua infância e juventude como trabalhadores. Quando surgiram as danças,

algumas cantarolavam a acompanhar, como nos velhos tempos.

Fig.9 – Visualização do filme

Page 11: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

10

Foi recordada que deu o nome à aldeia. Habitou em tempos nas casas do rio (casa

senhorial do tempo romano) uma senhora muito bondosa, que acolhia os pobres e

caminhantes, que passavam na zona. Quando perguntavam onde iriam pernoitar, a

resposta era rápida: “Em casa de Inês Pereira”. Como a primeira letra era pouco

pronunciada, a junção das duas sílabas, deu o nome à aldeia (I) Nes pereira.

A Lenda do Cedro também é muito recordada, pelo facto de narrar uma história de amor

e coragem. Dois homens em disputa pelo amor da mesma mulher, agrediram-se

fisicamente acabando na morte de um. Para fugir às autoridades, o assassino escondeu-

se no topo do cedro durante uma semana.

Prosseguindo as recolhas sobre tradições, abordámos a parte dos tratamentos caseiros, o

mais usual nessa época pois os tratamentos médicos eram raros. Só quem tinha

possibilidades financeiras ou em último recurso.

As ventosas aquecidas, eram um dos métodos utilizados para aliviar a dor. As

massagens feitas pelos curandeiros, com azeite quente era outra forma de consertar

ossos fora do lugar, ou aliviar dores musculares.

O vasto conhecimento que possuíam das plantas, levavam-nos a utilizá-las como

remédio para os seus males. Em chás ou cozinhados em pasta, substituíam os inúmeros

comprimidos que actualmente se consomem. A cidreira, a erva do muro, os pés de

cereja, a barba do milho, a flor do sabugueiro, a flor da carqueja, o hipericão, os poejos,

a tília e muitos outros. As malvas (fig.10), além de chá eram utilizadas para lavagens e

desinfecção, de doenças ginecológicas. Descobri também que as urtigas de folha larga

(fig.11) eram aproveitadas para fazer sopa e as meruges, utilizadas cruas em saladas,

ambas para curar fraquezas e palidez. O que me leva a entender que são duas plantas

ricas em ferro.

Fig.10 – Malvas Fig.11 – Urtigas

Page 12: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

11

Algumas dificuldades surgiram ao longo do estágio a nível de regras e métodos de

trabalho. Torna-se difícil aplicar na prática, os conhecimentos adquiridos ao longo do

curso, quando existem métodos enraizados completamente opostos, manipuladores e

transmissíveis. Ainda existe o mito, de que os idosos são pessoas diferentes e

dependentes, esquecendo porém, que em parte nós também somos dependentes deles,

como tal devemos-lhe respeito e obediência.

Empenhei-me no processo de mudança, contribuindo activamente na defesa do bem-

estar dos idosos. Compreendendo a dificuldade que alguns idosos demonstravam para

se deslocar à cabeleireira solicitei o material necessário e arrojei-me a cuidar dos

cabelos. Faço os possíveis por mantê-los curtos e limpos, para uma melhor aparência

física (fig.12). Particípio algumas vezes na escolha da roupa que vão usar e incentivo-os

a variar o mais possível para que se sintam bem. Colaboro em alguns cuidados de saúde

básicos e diários, como a avaliação de tensão, glicémia e ministração de medicação e

insulina. Com o intuito de variar um pouco a alimentação, dei o meu contributo na

elaboração de uma ementa semanal (em anexo).

Todas as tarefas diárias e necessárias ao seu bem-estar, são feitas com todo o empenho e

carinho, com o objectivo de criar laços idênticos aos familiares, para minimizar a

ausência dos mesmos.

No decorrer do estágio, tive a oportunidade de conhecer outra instituição, o que me

agradou bastante, para assim analisar as diferenças existentes. Estava em início da sua

função, uma unidade particular moderna, com todos os recursos materiais e humanos

necessários. Possui cento e vinte camas, divididas por diversos graus de dificuldade, no

entanto era notória a organização e distribuição de funções, com selecção prévia de

pessoal especializado e competente. Devido à dimensão da residência, verifica-se

algumas medidas de segurança, o que a torna um pouco formal e com alguma

monotonia aparente, o que não significa que não seja acolhedor. A receptividade e o

acolhimento é uma tarefa, que cabe a profissionais competentes existentes no interior da

instituição.

Fig.12 – Cuidados de higiene

Page 13: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

12

FINALIDADE E OBJECTIVOS

O trabalho desenvolvido neste estágio, tem como finalidade complementar uma

formação, pondo em prática toda a aprendizagem teórica, dos diversos temas

leccionados. O contacto directo com os idosos leva-nos a um melhor conhecimento dos

seus problemas, o que nos facilita a sua resolução. A conclusão da especialização em

técnicas de gerontologia, dá-nos a possibilidade de desenvolver competências a vários

níveis. Por conseguinte, o estagiário, deve por vontade própria e para enriquecimento

pessoal mostrar interesse participativo, em todas as tarefas e actividades que se

desenvolvem ao redor dos idosos. Independentemente das funções que venha a

desempenhar posteriormente numa instituição, deve ter conhecimento de toda a

actividade, para uma melhor orientação das colaboradoras profissionais. Por outro lado,

o estágio dá-nos uma orientação mais profunda, para testar as nossas capacidades físicas

e psicológicas, para lidar com as mais diversas situações, algumas difíceis de

ultrapassar, como a dor, a solidão e até a morte. Tal como em todas as áreas

profissionais, também nesta, a formação é um pilar de suporte muito importante, mas só

funciona paralelamente, ao empenho, dedicação, respeito e sobretudo muita coragem e

tolerância.

As relações humanas funcionam como uma terapia para eles, que sofrem na maioria, de

carência afectiva e ausência familiar. A nossa função é ser amigo, familiar e

conselheiro, cativar a sua confiança e fazê-lo sentir-se útil. Mantê-lo activo e exercitar-

lhe a memória, para retardar o mais possível a falência das capacidades cognitivas e

mentais.

Além do acompanhamento ao idoso, enquadra-se também nesta área, o

acompanhamento a familiares. O assistente funciona como elo de ligação entre ambos.

Face às mudanças que se têm vindo a verificar ao longo do tempo nas instituições, é

necessário mudar também as mentalidades, acerca dos mitos que ainda rodeiam este

ciclo da vida. Para isso é necessário o empenho e colaboração de toda a equipa, que

trabalha em prol deste objectivo e não um desafio de um contra dez.

Os objectivos desta formação e posteriormente o estágio, são de carácter profissional,

mas acima de tudo pessoal. Aceitei este desafio, pelo facto de ser uma pessoa

empenhada e lutadora pelos meus princípios e objectivos. Realizei um sonho, há muito

desperdiçado, por falta de apoios e meios. Neta fase da vida, as ambições profissionais

já não são uma prioridade, visto que a aposta é na juventude, com ideias

Page 14: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

13

tecnologicamente mais avançadas. Sinto-me lisonjeada, pelo facto de lutar e trabalhar

com sucesso, ao lado de jovens com capacidades escolares superiores às minhas.

Adquiri e partilhei conhecimentos a nível académico e profissional, que muito serão

úteis para lidar com a fase final da vida dos outros e preparar a minha própria velhice,

com mais naturalidade e confiança. Ao contrário do que foi informado no início do

curso, acerca das saídas profissionais, não estão muito de acordo com a realidade

profissional no mercado de trabalho. Perante tal situação e sem grandes perspectivas de

evolução na carreira profissional, depois de ultrapassadas algumas barreiras, o resultado

é positivo e enriquecedor. Sinto que alcancei os objectivos propostos.

Page 15: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

14

AGRADECIMENTOS

Ao longo de todo o curso de formação e posteriormente o estágio, até à elaboração deste

relatório, tive a oportunidade de contar com o apoio de diversas pessoas, que directa ou

indirectamente me apoiaram e ajudaram.

Em primeiro lugar, quero agradecer a todas as professoras que me acompanharam, pela

compreensão, dedicação e sabedoria que comigo partilharam.

Aos colegas, que sem eles, esta realização não seria possível.

Devo agradecer em especial à minha orientadora, professora Rosário Martins, pelo

incentivo e confiança que depositou em mim.

O meu agradecimento também, para a Associação dos Amigos de Nespereira, em

especial ao seu director, professor Armando Almeida, pela disponibilidade que me

concedeu para a realização do estágio.

Não posso nem devo esquecer-me, de dedicar um especial agradecimento aos idosos da

instituição, pelo contributo, carinho e paciência com que me acolheram.

Por último, não posso deixar de agradecer à minha família, pelo apoio e compreensão

que me dedicaram, principalmente à minha filha, que sempre me acompanhou e deu

força nas horas mais difíceis.

Page 16: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

15

ANEXOS

Page 17: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

16

PLANO DE ESTÁGIO

Aluna: Maria da Cruz Direito Bento Dos Santos

Orientadores: Professora Rosário Martins e Professor Armando Almeida

Instituição: Associação dos Amigos de Nespereira

Data: Novembro de 2010 a Maio de 2011

Tema: "Partilhar e valorizar memórias e sabedorias."

População Alvo: Comunidade do Lar – idosos

De acordo com os conhecimentos adquiridos durante o curso, proponho-me desenvolver

actividades com os idosos residentes nesta instituição, conhecendo antecipadamente as

suas capacidades.

Estas actividades estão relacionadas com o título que atribuí ao plano. O objectivo será

recordar as suas memórias de juventude e a sabedoria que a idade lhes proporcionou e

que podem partilhar.

Confecção de doces, compotas e pratos tradicionais;

Execução de trabalhos artesanais;

Jogos, cantares e tradições;

Lendas e medicina caseira;

Relações interpessoais;

Cuidados a ter com a aparência;

À parte destas, proponho-me colaborar em todas as actividades e tarefas propostas pela

instituição.

Page 18: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

17

EMENTA SEMANAL DE ESTÁGIO DE MARIA DA CRUZ SANTOS

Dias da

semana Almoço Jantar

Segunda-

feira

Sopa: Nabiças

Prato: Abrótea frita com arroz colorido

Sobremesa: Laranja

Sopa: creme de cenoura

Prato: Macarrão com frango

Sobremesa: Pêra cozida

Terça-

feira

Sopa: creme de alho francês

Prato: fígado de vitela com batata a

vapor e salada de legumes cozidos

Sobremesa: Kiwi

Sopa: Canja

Prato: açorda de marisco

Sobremesa: iogurte com

compota

Quarta-

feira

Sopa: puré de fava

Prato: empadão de bacalhau com salada

de alface, tomate e cenoura ralada

Sobremesa: banana

Sopa: puré de legumes

Prato: panados de peru com

arroz de cenoura

Sobremesa: maçã assada

Quinta-

feira

Sopa: creme de cebola com brócolos

Prato: feijão branco guisado com arroz

branco e esparregado

Sobremesa: Laranja

Sopa: creme de ervilhas

Prato: massada de peixe

Sobremesa: pudim

Sexta-

feira

Sopa: puré de feijão branco com couve-

flor

Prato: arroz malandrinho com lulas

Sobremesa: salada de abacaxi e pêssego

Sopa: espinafres

Prato: jardineira

Sobremesa: maçã cozida

Sábado

Sopa: caldo verde

Prato: tiras de carne estufada com

esparguete branco

Sobremesa: laranja

Sopa: creme de couve-flor

Prato: peixe vermelho de

cebolada com batata cozida

Sobremesa: pêra

Domingo

Sopa: puré de grão de bico apimentada

Prato: cabrito estufado com couve-flor e

batata frita

Sobremesa: gelatina com creme de

morangos e chantilly

Sopa: feijão verde

Prato: batata cozida com

pescada e legumes

Sobremesa: tangerina

Page 19: INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA - Biblioteca Digital do ...bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1103/1/Maria... · concluído após a apresentação do relatório de estágio,

18

Associação dos Amigos de Nespereira

Avenida das Casas do Rio, nº5

Nespereira – Gouveia

Telefone: 238494015