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10 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA: UMA PROPOSTA PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI GOMES, Tereza Rachel Vieira RESUMO Realizou-se uma pesquisa explorativa de fundamentação bibliográfica, onde foram pesquisados livros, monografias e internet, relativos ao tema, assistência de enfermagem ao portador de IRpA em UTI. A Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) é a principal alteração encontrada em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por encontrarmos um grande índice desses pacientes nas unidades de cuidado intensivo faz-se necessário o conhecimento sobre o distúrbio, suas causas, tratamento e principalmente da assistência a ser prestada para que seja feita com qualidade e eficiência. A assistência se dá de acordo com a dependência que o paciente apresenta em relação à enfermagem. Devido a esses aspectos, faz-se necessário a sistematização de uma assistência a esses pacientes. Embasada pela Teoria das Necessidades de Wanda de Aguiar Horta, buscando os problemas de enfermagem, o grau de dependência do paciente em relação ao enfermeiro para fazer-se o diagnóstico, o planejamento da assistência, a prescrição de enfermagem, evolução e prognóstico do paciente. Palavras-chave: Insuficiência Respiratória Aguda; Assistência de Enfermagem; Processo de Enfermagem Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version

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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA:UMA PROPOSTA PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI

GOMES, Tereza Rachel Vie ira

RESUMO

Realizou-se uma pesquisa explorativa de fundamentação b ibliográfica, onde

foram pesquisados livros , monografias e in ternet , re lat ivos ao tema, ass is tência

de enfermagem ao portador de IRpA em UTI. A Insuficiênc ia Respiratória

Aguda (IRpA) é a princ ipal alteração encontrada em pacien tes in ternados em

Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por encontrarmos um grande índice desses

pac ien tes nas unidades de cuidado intensivo faz-se necessário o conhecimento

sobre o d is túrbio , suas causas, tratamento e principalmente da assistência a ser

prestada para que seja fei ta com qualidade e eficiênc ia. A ass is tência se dá de

acordo com a dependênc ia que o paciente apresen ta em relação à enfermagem.

Devido a esses aspectos, faz-se necessário a sistematização de uma ass is tência a

esses pac ien tes . Embasada pela Teoria das Necessidades de Wanda de Aguiar

Horta, buscando os problemas de enfermagem, o grau de dependência do

pac ien te em relação ao enfermeiro para fazer-se o diagnóstico , o plane jamento

da assistência, a prescrição de enfermagem, evolução e prognóstico do pac ien te.

Palavras-chave: Insufic iência Respiratória Aguda; Assis tência de Enfermagem;

Processo de Enfermagem

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ABSTRACT

A exploractive research of bibliographical recital was fullfilled, where books, monographs and

InterNet had been searched, relative to de subject, assistance of nursing to the carrier pf IRpA in

UTI. The Acute Respiratory Insuficience (IRpA) is the main alteration found in patientes

interned in Unit of Intensive Terapy (UTI). For finding a great index of these patientes in the

units of intensive care the knowledge becomes necessary on the riot, its causes, treatment and

mainly of the assistance if in accordance with gives the dependence that the patient presents in

relation to the nursing. Had to the these aspects, the systematization of na assistance to the

patients becomes necessary. Based for the Theory of the Necessities of Wanda de Aguiar Horta,

searching the problems of the nursing, the degree of dependence of the patient in relation to the

nurse to become diagnosis. The planning of the assistance, the lapsing of nursing, evolution and

prognostic of the patient.

Word-key: Acute Respitatory Insufficience; Assistance of Nursing; Process of Nursing

1 INTRODUÇÃO

A respiração é uma característica básica dos seres vivos. Essencialmente consiste na

absorção pelo organismo de oxigênio, e eliminação do gás carbônico resultante. O sistema

respiratório pode ser dividido de acordo com sua função: a porção de condução (faz transporte de

gases para os pulmões e exterior) e a porção de respiração (onde ocorre hematose, função

olfativa e de fonação) (DANGÊLO; FATTINI,1998 ).

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O pulmão, órgão das trocas gasosas, é formado por cerca de 300 milhões de alvéolos,

dispostos em grupos de 15 a 20, sendo responsáveis pela hematose (BRUNNER;

SUDDARTH,2002).

A Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) não é uma doença, mas um distúrbio da

função que pode ser causado por diversos fatores. É uma das causas mais comuns de internação

em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e está associada a distúrbios de O2 e CO2 entre o sangue

nos capilares pulmonares e o gás nos alvéolos refletindo na Pressão de oxigênio (PO2) e na

Pressão de dióxido de carbono (PCO2) (WYNGAARD;SMITH, 1993).

Knobel (1999) diz que a Insuficiência Respiratória Aguda é definida como uma

incapacidade do sistema respiratório em manter a arterialização do sangue venoso que chega aos

pulmões, devido a um distúrbio na ventilação – perfusão.

As causas da IrpA podem ser tóxicas: depressão do sistema nervoso central (SNC);

por fraqueza dos músculos ventilatórios que ocorre no botulismo, com o uso de praguicidas, de

relaxantes musculares, estricnina, em picadas de ofídios; devido a Síndrome de Angústia

Respiratória Aguda (SARA); edema pulmonar; aspiração pulmonar; inalação de fumaça. E as

causas não tóxicas, que são: asma brônquica; bronquiectasia; edema pulmonar ( não tóxico);

trauma torácico; pneumonia; embolia pulmonar; obstrução das vias aéreas superiores;

poliomielite; polineurite (QUANTO...2003).

A fisiopatologia da troca anormal possui alguns mecanismos: Hipoventilação

(quando a PaO2 está acima de 50 mmHg); anormalidades na difusão (causando hipóxia cerebral

em pacientes extremamente graves); desequilíbrio ventilação-perfusão (principal causa de

hipóxia arterial); derivações da direita para a esquerda (quando há comunicações anormais entre

os pulmões e ou pela perfusão de unidades anatômicas não ventiladas); e hipercapnia ( excesso de

dióxido de carbono na corrente sangüínea) (WYNGAARDEN; SMITH, 1993).

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Existem diversas classificações da IRpA, sendo abordada a que leva em consideração

o mecanismo básico da insuficiência respiratória: Tipo I (Déficit de oxigenação) possuindo

quatro mecanismos(Desequilíbrio da Ventilação-Perfusão, Shunt, Alteração de difusão e

Hipoxemia de origem circulatória) e Tipo II (Déficit de ventilação). Esta classificação é

considerada pelo autor como a mais simples (HIPOXEMIA...2003).

As manifestações clínicas são aquelas predominantemente decorrentes da intoxicação

de base. Quando a insuficiência respiratória é decorrente de depressão de SNC, por exemplo, o

paciente terá uma diminuição do nível de consciência e diminuição da freqüência respiratória

(menor que 10 movimentos respiratórios/minuto) e/ou do volume respiratório. Pode ocorrer

fraqueza muscular generalizada com diminuição do volume respiratório quando é secundária à

paralisia dos músculos respiratórios. Hipercapnia e hipóxia estão presentes em todos os pacientes

com IRpA, observam-se os membros quentes, e nos não comatosos observa-se ainda,

inquietação, agitação, dispnéia e cianose, além de aumento da pressão intracraniana e edema

cerebral que resultam em cefaléia e sonolência que progride para o coma

(INSUFICIÊNCIA...2003).

De acordo com KNOBEL (1999,) encontram-se três formas de diagnosticar a IRpA: o

exame clínico, onde encontramos dispnéia, cianose, agitação, cefaléia, alterações do ritmo,

taquicardia, hipotensão, entre outros; a gasometria arterial que é o achado laboratorial que, além

da confirmação diagnóstica, define o grau de insuficiência; e medidas adicionais como a

radiografia de tórax.

Sendo a respiração essencial à manutenção da vida, um distúrbio que aconteça no

sistema respiratório provocará um desequilíbrio em todas as funções do organismo. Reconhece-

se pois, que um portador de IRpA é um paciente em estado grave, necessitando assim, de

cuidados intensivos. A unidade hospitalar mais indicada é a UTI.

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Para Wyngaarden e Smith (1993, p.459)

A medicina de tratamento intensivo (intensivista) é um conjunto de

conhecimentos aplicados ao manuseio do paciente em estado grave, nas

Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Muitos tipos de paciente

exigem tratamento crítico, porém a maioria tem disfunção ou

insuficiência de um ou mais sistemas orgânicos. Os tipos mais comuns

de insuficiência de sistemas orgânicos com que lidam as UTIs são as

circulatórias e respiratórias.

A necessidade de tratamento e a velocidade com que deve ser instituído diferem de

um paciente para outro, havendo dois princípios de tratamento: manter as vias aéreas permeáveis

(administrando oxigênio e mantendo ventilação adequada); identificar e tratar a doença

subjacente (monitorizando a evolução do paciente) (WYNGAARDEN; BENNETT, 1993).

Para que seja instituído o tratamento deve-se fazer uma avaliação do grau de

insuficiência, das condições do paciente e causas do distúrbio. A partir desses fatores decide-se o

tipo de suporte respiratório a ser efetivado, podendo ser administrado por várias formas, como

por exemplo, Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP), Cânula endotraqueal, cateter

nasal. Sempre observando as necessidades do paciente e trabalhando baseado nos diagnósticos

(KNOBEL, 1999).

George (2000, p. 21) afirma que:

O processo de enfermagem é o esquema subjacente que propicia ordem e

direção ao cuidado de enfermagem. É a essência da prática da

enfermagem é o “instrumento” e a metodologia da profissão e como tal

ajuda a enfermeira a tomar decisões e a prever a avaliar as conseqüência.

A Assistência de Enfermagem consiste no cuidar que é um aspecto importante para a

recuperação do paciente, sendo necessária as investigações diagnósticas de enfermagem

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realizadas através da avaliação sobre o estado do paciente e suas necessidades, evitando

complicações.

Sabe-se que a assistência de enfermagem abrangem as necessidades físicas,

emocionais, psicológicas e espirituais. Mas para que a enfermagem possa atender o paciente em

todos esses aspectos são necessários subsídios teórico-práticos para uma assistência de qualidade.

Nesse estudo optou-se pela Teoria de Wanda de Aguiar, que busca o cuidar do paciente no

atendimento nas Necessidades Humanas Básicas, analisadas e divididas segundo João Mohana

em Necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais.

Para Brunner e Suddarth (2002) aos enfermeiros é imprescindível estimular a

comunicação do paciente com a equipe e o conhecimento a respeito do acometimento.

Cintra e Nishide (2000) refere que a responsabilidade de observação contínua é da

enfermagem, pois ela permanece 24 horas próxima ao paciente, principalmente quando estão

submetidos à ventilação mecânica (VM). É mister que o profissional enfermeiro tenha

conhecimento sobre a IRpA, seus parâmetros de tratamento e principalmente sobre a assistência

de enfermagem.

A sistematização da assistência de Enfermagem é essencial para que haja qualidade no

atendimento e recuperação do paciente portador de IRpA.

A opção pela realização deste estudo se dá pela observação da carência de produção

científica sobre Insuficiência Respiratória Aguda, principalmente em relação à assistência de

enfermagem.

Considera-se que a contribuição do estudo reside na perspectiva de que ao propor a

assistência de enfermagem a paciente com IRpA, que se constitui uma das principais causas de

internação em UTI, possa-se levantar questões que venham contribuir para a qualidade da

assistência de enfermagem aos pacientes acometidos pela referida patologia.

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2. OBJETIVO

Propor uma assistência de Enfermagem de acordo com a Teoria de Wanda de Aguiar

Horta, da Necessidades Humanas Básicas (NHB), ao portador de Insuficiência Respiratória

Aguda (IRpA) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Anatomia e fisiologia do sistema respiratório

A respiração é o conjunto das funções destinadas a introduzir oxigênio no organismo

e a eliminar anidro carbônico. O oxigênio é um elemento indispensável porque é utilizado pelas

células para a combustão das substâncias orgânicas (KATO, 2001).

Segundo Dângelo e Fattini (1998) o sistema respiratório pode ser dividido de acordo

com sua função: a porção de condução, a qual pertencem os órgãos tubulares que tem função de

levar o ar até a porção respiratória e conduzir o gás carbônico até a parte externa do sistema. É

composta pelos brônquios e traquéia. E a porção de respiração, que tem função nas trocas

gasosas e funções olfativas e de fonação, composta por nariz, faringe, laringe e pulmões, cujas

funções são:

O nariz, cuja mucosa é extremamente vascularizada, umidifica e aquece o ar que vai

para os pulmões tornando-o melhor aproveitado durante a hematose. A faringe é um tubo

muscular que além da função respiratória exerce também a função de canal no sistema digestório.

A laringe que também é um órgão tubular localizado posteriormente à faringe, tem função na

fonação, além da respiratória, possuindo as pregas vestibular e a vocal. A traquéia é uma

estrutura cilindróide constituída por anéis cartilaginosos incompletos em forma de C. Divide-se

formando os brônquios principais direito e esquerdo que entram nos pulmões pelo hilo. Cada

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brônquio dá origem a brônquios lobares de segunda ordem que passam por sucessivas divisões

até formarem os alvéolos que constituem a unidade básica respiratória.

Os pulmões estão situados na cavidade torácica e subdividem-se através de fissuras

em lobos cujo número é de três para o pulmão direito e dois para o esquerdo. No hilo, que se

apresenta na parte mediana dos pulmões, passam vasos sangüíneos, nervos e os brônquios,

constituindo a raiz do pulmão. Na parte mediana possui também um espaço denominado de

mediastino, onde se localiza o coração. Um saco seroso que envolve os pulmões, a pleura ,

possuindo duas camadas, a parietal e a visceral, e entre elas um espaço virtual por onde corre

líquido permitindo assim, a expansão pulmonar sem atrito. (DÂNGELO; FATTINI; 1998)

As células necessitam de suprimento contínuo de oxigênio para que possam

desempenhar suas funções vitais. Isso se dá no processo químico de respiração celular gerando

energia para o perfeito funcionamento e produção de trabalho. O aparelho respiratório é

responsável pela captação do ar onde contém oxigênio, este se difunde através de uma

membrana respiratória e atinge a corrente sangüínea, sendo transportado pelo sangue e levado às

células presentes nos tecidos do corpo. (GUYTON, 1997)

Para que seja possível uma adequada difusão dos gases através da membrana

respiratória, é necessário um processo constante de ventilação pulmonar. Esta consiste na

renovação contínua do ar presente no interior dos alvéolos. Para que isso ocorra é necessário que

, durante o tempo todo, ocorram movimentos de insuflação e desinsuflação de todos ou quase

todos os alvéolos. Pode-se expandir o volume da caixa torácica elevando as costelas e contraindo

o diafragma. Para desinsuflar o movimento é de rebaixamento de costelas e relaxamento do

diafragma (DÂNGELO; FATTINI, 1998).

Existe uma diferença de pressão entre o ambiente e o interior dos pulmões e ela é

primordial para que ocorra a ventilação. Segundo Cintra e Nishide (2002) o aumento do volume

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do tórax diminui a pressão no seu interior, que já é baixa antes da entrada do ar e essa pressão,

por ser bem inferior à do meio externo, causa uma aspiração do ar do meio ambiente. Ao final da

expiração encontra-se a pressão no interior da árvore brônquica igual à do meio ambiente, e

denomina-se pressão zero.

Para que haja uma perfeita ventilação são usados músculos tanto na inspiração:

diafragma, esternocleidomastóideos, intercostais externos, escalenos e serratéis anteriores; como

na expiração: intercostais internos, reto abdominais e demais músculos localizados na parede

anterior do tórax. A cada ciclo respiratório executado, um certo volume de ar entra e sai dos

pulmões – Volume Corrente. Em uma situação de necessidade pode-se inspirar um volume

maior, além do já inspirado, o Volume inspiratório de reserva. Existe ainda o volume expiratório

de reserva que corresponde ao volume máximo de ar que pode ser exalado forçadamente após

expiração normal. Mesmo que durante a expiração seja exalado o volume máximo encontra-se ar

remanescente nos pulmões – Volume Residual. Encontramos também as capacidades

pulmonares: Vital, volume máximo de ar exalado a partir do ponto de inspiração máxima;

Inspiratória, o volume máximo de ar inalado após expiração normal; Residual funcional, volume

de ar remanescente nos pulmões após expiração normal; e Pulmonar total, volume de ar nos

pulmões após inspiração máxima (BRUNNER;SUDDARTH, 2002).

A mudança desses valores pode nos dar subsídios para diagnóstico e assistência, para

isso são necessários os parâmetros normais para cada volume e capacidades apresentados abaixo:

VOLUMES E CAPACIDADES SÍMBOLO VALOR NORMAL SIGNIFICADO

Volume Corrente Vc ou VC 500ml ou 10ml/kg

Pode não variar mesmo

com doença grave.

Volume Inspiratório de Reserva

VRI 3000ml

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Volume Expiratório de Reserva VRE 1100ml

Apresenta-se diminuído

com distúrbios

restritivos(obesidade,

ascite, gestação).

Volume Residual VR 1200ml

Pode encontrar-se

aumentado em doença

obstrutiva.

Capacidade Vital CV 4600ml

Diminui na doença

neuromuscular. Fadiga

generalizada,

atelectasia, edema

pulmonar e DPOC.

Capacidade Inspiratória CI 3500ml Uma diminuição pode

indicar doença

restritiva

Capacidade Residual Funcional CRF 2300ml

Pode estar aumentada

na DPOC e diminuída

na SARA

Capacidade Pulmonar Total CPT 5800ml

Pode estar diminuída na

doença restritiva e

aumentada na DPOC.

Adaptado de BRUNNER e SUDDARTH, 2002, p.368

Segundo Brunner e Suddarth (2002) o pulmão é formado por cerca de 300 milhões de

alvéolos, dispostos em grupos de 15 a 20. Existem três tipos de células alveolares: as do tipo I

(pneumócitos tipo I) são as células epiteliais que formam as paredes do alvéolo; as do tipo II

(pneumócitos tipo II) são metabolicamente ativas e secretam surfactante, um fosfolipídio que

reveste a superfície interna dos alvéolos; as do tipo III, chamadas macrófagos alveolares, são

grandes fagócitos que ingerem materiais estranhos e atuam como importante mecanismo de

defesa.

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O surfactante produzido pelos pneumócitos tipo II é fundamental na manutenção dos

alvéolos abertos e cheios de ar. Os alvéolos são constituídos por células que possuem muita água

na sua composição, sendo seu interior uma interface ar-líquido que por assim apresentar-se faz

surgir forças de tensão superficial. A tendência natural seria a aproximação das duas paredes com

o conseqüente colabamento do alvéolo. O surfactante atua no combate ao colapso alveolar em

razão de sua estrutura molecular: uma molécula hidrófoba e uma molécula hidrófila (CINTRA;

NISHIDE, 2000).

A difusão, processo pelo qual o oxigênio e o dióxido de carbono são permutados,

depende da membrana alveolocapilar, que é ideal devido sua grande área de superfície e sua

membrana delgada. A perfusão pulmonar, fluxo ideal de sangue através da circulação pulmonar,

ocorre por um sistema de baixa pressão. A pressão sistólica pulmonar é de 20 a 30 mmHg e a

diastólica é de 5 a 15 mmHg. A rede vascular pulmonar consegue variar essa baixa resistência

para acomodar o fluxo de sangue que recebe (GUYTON, 1997).

É necessário que haja equilíbrio entre esses dois processos, ventilação e perfusão,

para que o processo de respiração esteja dentro dos padrões normais e sem comprometimento

funcional. Para QUANDO (2003) ocorre desequilíbrio na ventilação-perfusão quando há

aumento no espaço morto fisiológico (ventilação adequada e nenhuma perfusão) ou quando há

shunt (perfusão adequada e nenhuma ventilação), sendo este mais grave.

3.2 Insuficiência Respiratória Aguda

Segundo Brunner e Sudarth (2002, p. 451):

A insuficiência respiratória é uma deteriorização súbita e fatal da função

da troca gasosa do pulmão. Ela acontece quando a troca de oxigênio por

dióxido de carbono nos pulmões não consegue acompanhar a taxa de

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consumo de oxigênio e de produção de dióxido de carbono nas células do

corpo. Isto resulta em uma queda na pressão arterial de oxigênio

(hipoxemia) e em um aumento na pressão arterial de dióxido de carbono

(hipercapnia).

A Insuficiência Respiratória Aguda segundo SANTOS (2003) ocorre quando o

organismo não é capaz de manter as pressões parciais dos gases sangüíneos dentro dos limites de

normalidade que se caracteriza por hipóxia e hipercapnia. Os valores normais dos gases no

sangue arterial variam de acordo com a idade. Aos 20 anos de idade a PaCO2 apresenta-se entre

36 e 37 mmHg, a PaO2 entre 83 e 100 mmHg e a saturação entre 95 e 97,5%. Aos 60 anos de

idade a PaCO2 é de 36 a 47 mmHg, a PaO2 entre 75 e 90 mmHg e a saturação entre 93 e 96%.

Para KNOBEL (1999, p.282)

A insuficiência respiratória aguda(IrpA) pode ser definida como a

incapacidade do sistema respiratório de manter ventilação e/ou a

oxigenação do paciente, que se instala rapidamente. O sangue venoso

que retorna aos pulmões não consegue ser adequadamente arterializado e

sua tradução gasométrica será representada por: PaO2 <60 mmHg e/ou

PaCO2 >50 mmHg (com pH <7,35).

A IRpA é considerada como uma síndrome definida por alterações causadas por uma

grande variedade de doenças, não necessariamente pulmonares (INSUFICIÊNCIA...2003).

É necessária a diferenciação entre Insuficiência Respiratória Aguda e Crônica. A

primeira é de evolução rápida e consiste em uma falência respiratória em pulmões que antes da

doença atual apresentavam-se normais tanto estrutural como funcionalmente e depois da doença

podem voltar à normalidade. E a segunda é uma deteriorização progressiva e gradual das doenças

pulmonares crônicas, sendo irreversível (BRUNNER; SUDDARTH,2002)

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3.2.1 Etiologia/Fisiopatologia

De acordo com QUANDO (2003) as causas da IRpA podem ser tóxicas (secundária à

falência ventilatória e secundária à patologia pulmonar) e não tóxicas. Sendo elas:

• Tóxicas:

Secundária à falência ventilatória por:

1. Depressão de sistema nervoso central de origem tóxica

2. Fraqueza de músculos ventilatórios

o Botulismo

o Praguicidas (carbamatos e organofosfados)

o Relaxantes musculares

o Picada de cobra

o Estricnina

Secundária à patologia pulmonar:

1. SARA

2. Edema pulmonar cardiogênico e não cardiogênico

3. Cloro e outros gases irritantes

4. Aspiração pulmonar e pneumonite (carvão ativado, conteúdo

gástrico, hidrocarbonetos)

5. Inalação de fumaça

• Não tóxicas:

1. Asma brônquica

2. Bronquiectasia

3. Edema pulmonar cardiogênico

4. Doença obstrutiva crônica

5. Diminuição do nível de consciência de etiologia não-tóxica

6. Fraqueza muscular de etiologia não-tóxica (miastenia gravis)

7. Trauma torácico

8. Pneumonia

9. Tromboembolismo pulmonar

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10. Obstrução das vias aéreas superiores

11. Poliomielite

12. Síndrome de Guillain-Barré (polineurite)

Wyngaarden e Smith (1993, p.450) refere como causas da IRpA seis grupos

etiológicos:

1. Doenças que causam obstrução das vias aéreas: Asma brônquica,

Infecções, Bronquiolite e Inalação de substâncias químicas.

2. Doenças que causam infiltração do parênquima: a mais comum é a

pneumonia, mas encontra-se as reações imunológicas a fármacos,

parasitas migratórios ou leucoaglutinas.

3. Doenças que causam edema pulmonar: Infarto Agudo do Miocárdio

(IAM), insuficiência ventricular esquerda.

4. Doenças vasculares pulmonares: embolias pulmonares gordurosa e

por agregados fibrino-plaquetários durante a coagulação intravascular

5. Doenças da parede torácica e da pleura: lesões da parede torácica,

traumas (fraturas de costelas) e pneumotórax espontâneo ou traumático.

6. Distúrbios do sistema neuromuscular: uso de sedativos ou agentes

anestésicos, depressão dos estímulos respiratórios como nos tumores;

Knobel (1999) diz que as causas da ventilação inadequada são: disfunção do SNC,

trauma cranioencefálico (TCE), intoxicação exógena por barbitúricos, acidente vascular cerebral

(AVC); disfunções do sistema neuromuscular, trauma cervical, poliomielite, miastenia grave;

disfunções da caixa torácica, escoliose, trauma torácico; disfunções das vias aéreas intra e

extratorácicas, aspiração de corpo estranho e compressão por tumores; problemas pleurais,

hidropneumotórax e ou fibrose.

Para Wyngaarden e Smith (1993) a respiração nos seres humanos é subdividida em

quatro processos funcionais: ventilação, difusão, perfusão e controle da respiração que

contribuem para a manutenção de valores normais de PO2 e PCO2 no sangue arterial. A

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deficiência de um desses processos provoca insuficiência respiratória. Os autores referem ainda

que a fisiopatologia da troca anormal possui os seguintes mecanismos:

• Hipoventilação – ocorre quando a PCO2 arterial está elevada (PaCO2 >50

mmHg). À medida que a PCO2 aumenta, a PO2 diminui. Como as modificações,

em sentidos opostos, são em valores aproximadamente iguais, a hipóxia pode ser

avaliada, o que a difere da hipóxia alveolar por hipoventilação que não está

associada ao aumento da diferença alvéolo-arterial de PO2;

• Anormalidades da difusão – só causam hipóxia cerebral em pacientes

extremamente graves. Os distúrbios de difusão quando intensos causam apenas

pequenos aumentos na diferença alvéolo-arterial de PO2 do paciente.

• Desequilíbrio ventilação-perfusão – apresenta-se como principal causa de hipóxia

arterial. Ocorre quando as unidades de troca recebem mais sangue do que

ventilação, ocorrendo a hipóxia (PaO2 < 80 mmHg).

• Derivações da direita para a esquerda – ocorrem através de comunicações

anatômicas anormais dos pulmões e com maior freqüência por unidades

pulmonares não-ventiladas por apresentarem colapso (atelectasia), ou estarem

preenchidas de líquidos (edema pulmonar, pneumonia, hemorragia intra-alveolar).

• Diminuição da PO2 inspirada – ocorre quando há exposição a um ar atmosférico

com menor quantidade de concentração de O2 ou pela diluição por qualquer outro

gás.

• Hipercapnia – é um sinal de hipoventilação alveolar. Mesmo quando há aumento

de CO2 a PaCO2 é mantida nos limites, isso acontece porque à medida que há

aumento da produção de CO2 há também aumento da ventilação. Sendo assim, a

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elevação da PaCO2 é sempre considerada insuficiência respiratória, no sentido que

a ventilação está inadequada para o CO2 produzido no momento.

3.2.2 Classificação da IRpA

Segundo KNOBEL (1999) a IRpA divide-se em Insuficiência Ventilatória e

Mecanismos Fisiopatológicos da Hipoxemia, ou seja, Tipo I ou por déficit de oxigenação e Tipo

II ou por déficit de ventilação:

a) Insuficiência ventilatória

Quando há hipoventilação alveolar, o dióxido de carbono tenderá a se elevar e o

oxigênio tenderá a cair. Deve-se avaliar se a queda na PaO2 é devido simplesmente à diminuição

da ventilação. A diferença entre a PaO2 e a PAO2 (Pressão alveolar de oxigênio) é definida pelo

gradiente avéolo-arterial de oxigênio. Calcula-se a pressão alveolar de oxigênio que é obtida

diretamente da gasometria arterial da seguinte maneira: PAO2=(PB – PH2O)x FIO2 – PACO2/R

ou P(A – a)O2 = PAO2 – PaO2, onde: FiO2 = Fração inspirada de oxigênio (0,21 em ar

ambiente); PB = Pressão barométrica (760mmHg ao nível do mar); PH2O = Pressão do vapor

d’água (47mmHg); R = Quociente respiratório (0,8);

Pode-se assim, calcular o gradiente alvéolo- arterial de oxigênio ( o normal é inferior

a 10mmHg) e determinar se a hipóxia é devida a hipoventilação (a diferença entre as pressões

alveolar e arterial de oxigênio estará normal) ou por outros mecanismos (a diferença entre as

pressões alveolar e arterial estará alterada).

b) Mecanismos fisiopatológicos da hipoxemia

São conhecidos quatro mecanismos fisiopatológicos da hipoxemia:

1. Desequilíbrio ventilação – perfusão (V/Q) – apresenta-se como

anormalidade mais comum na insuficiência respiratória não ventilatória.

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26

Porém, a hipoxemia será sempre corrigida com administração de O2 a

100%.

2. Shunt – caracteriza-se pela perfusão de unidades não ventiladas que

geralmente estão colapsadas ou preenchidas por fluidos. A hipóxia

resultante é refratária à administração de O2 a 100%.

3. Alterações da difusão – ocorre um espessamento do septo alveolar devido

à fibrose ou edema pulmonar. Sendo a hipoxemia responsiva à

administração de O2.

4. Hipoxemia de origem circulatória – um baixo conteúdo venoso de oxigênio

pode contribuir para a hipoxemia, especialmente em pacientes com shunt

elevado. Portanto, uma pressão venosa de oxigênio (PVO2) baixa, em

pacientes portadores de insuficiência respiratória com shunt elevado,

contribuirá para a PaO2 baixa.

3.2.3 Aspectos clínicos

Os sinais e sintomas são aqueles predominantemente decorrentes da intoxicação de

base. Quando a insuficiência respiratória é decorrente de depressão de SNC, o paciente terá uma

diminuição do nível de consciência e diminuição da freqüência respiratória (< 10 movimentos

respiratórios/minuto) e/ou do volume respiratório. Quando a insuficiência respiratória é

secundária à paralisia de músculos respiratórios, haverá uma fraqueza muscular generalizada e

predominantemente uma diminuição do volume respiratório. Quando a insuficiência respiratória

é secundária à patologia pulmonar, a frequência respiratória e o volume podem ambos estar

aumentados. As manifestações clínicas de hipercapnia e hipoxia em pacientes não-comatosos são

inquietação, agitação, dispnéia e cianose. A intensidade da cianose não é um reflexo preciso da

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27

gravidade da insuficiência ventilatória. Hipercapnia produz vasodilatação cerebral e pode levar

ao aumento da pressão intracraniana e edema cerebral. Clinicamente, isto se manifesta por

cefaléia e sonolência progredindo para o coma. Perifericamente, a acidose associada com

hipercapnia produz vasodilatação resultando em membros quentes (INSUFICIÊNCIA...2003).

Para Wyngaarden e Smith (1993) os sinais e sintomas de hipóxia aguda são causadas

por anormalidades do SNC e na função cardiovascular. Ocorrem comprometimento do

julgamento e instabilidade motora (semelhante ao alcoolismo agudo). A evolução da hipóxia

afeta o tronco cerebral e deprime os centros respiratórios medulares, podendo evoluir para óbito.

Os efeitos cardiovasculares iniciais da hipóxia aguda são taquicardia e aumento da pressão

sangüínea. Quando a hipóxia é muito grave, apresentam-se bradicardia, depressão do miocárdio e

choque. A cianose labial e dos leitos ungueais ocorre geralmente quando a concentração de

hemoglobina reduzida nos capilares é maior que 5g/dl.

Segundo Brunner e Suddarth (2002) os sinais precoces estão associados ao déficit de

oxigenação e incluem fadiga, inquietação, cefaléia, dispnéia, aerofagia, taquicardia e aumento da

pressão do sangue. Conforme a hipoxemia progride, podem aparecer sinais mais evidentes como,

a confusão, letargia, taquicardia, taquipnéia, cianose central, diaforese e parada respiratória.

A hipercapnia aguda leva a numerosos distúrbios progressivos da função do SNC:

apreensão, confusão, sonolência, coma e morte. As anormalidades vasculares dependem das

atividades predominantes, vasoconstrictoras ou vasodilatadoras. Em geral o paciente apresenta

taquicardia e sudorese, podendo a pressão sangüínea estar alta, baixa ou normal. Caso o aumento

da PCO2 seja lento ocorre processo de compensação e as conseqüências clínicas são mínimas

(WYNGAARDEN; SMITH, 1993).

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28

3.2.4 Diagnóstico

Knobel (1999) afirma que, como se trata de uma quadro extremamente grave e que

está pondo em risco a vida do paciente, o diagnóstico deve ser rápido, preciso e as medidas

terapêuticas normalmente requerem condutas rápidas e agressivas.

Sua expressão clínica mais importante é a dispnéia cujo surgimento, intensidade,

rapidez e evolução fornece dados valiosos para o diagnóstico e tratamento. Outros sinais e

sintomas devem ser levados em consideração, como a cianose que é considerada importante sinal

de comprometimento respiratório. Devemos no entanto, saber que o seu aparecimento ocorre na

presença de no mínimo 5g/dl de hemoglobina reduzida no sangue (INSUFICIÊNCIA...2003).

De acordo com Knobel (1999) encontra-se três formas ou procedimentos para a

realização do diagnóstico, que estão explanadas abaixo:

CLÍNICO

A dispnéia e a cianose são os principais sinais observados. Há necessidade de uma

avaliação dos sinais e sintomas apresentados além da anamnese e exame físicos.

GASOMETRIA ARTERIAL

Após detecção da insuficiência respiratória através da história e do exame físico, é

necessária uma confirmação laboratorial através da gasometria arterial. Que além de ser essencial

para confirmar diagnóstico também define o grau, auxiliando no esclarecimento da causa. Para

tanto, utiliza-se a equação: PAO2=(PB – PH2O)x FIO2 – PACO2/R. A relação PaO2/FiO2,

traduz o índice de oxigenação que situa-se em valor normal na faixa de 300mmHg

(HIPOXEMIA...2003)

MEDIDAS ADICIONAIS

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29

A radiografia de tórax é essencial, podendo fornecer informações importantes, como

a presença de pneumonia, pneumotórax ou infiltrados pulmonares.

3.2.5 Tratamento

Para Wyngaarden e Smith (1993) a necessidade de tratamento e a tempo para que

seja instituído varia de acordo com o paciente e seu organismo. Sendo seguidos os princípios a

seguir:

• Vias aéreas permeáveis – a manutenção da permeabilidade das vias aéreas pode

ser conseguida de três formas diferentes. A escolha do procedimento depende da

disponibilidade de recursos e pessoal, e do local e da gravidade da obstrução.

Podendo ser: cânula orofaríngea; tubo endotraqueal (o método preferido para

manter as vias permeáveis); e traqueostomia.

• Administração de oxigênio – durante as emergências oxigênio suplementar é

administrado em qualquer concentração para evitar morte que resulta das

repercussões da hipóxia sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) ou

Cardiovascular. Após a estabilização do paciente, administra-se oxigênio na

quantidade mais baixa possível para corrigir a hipóxia. O objetivo da

oxigenioterapia na IrpA é a elevação da PO2 arterial para 60 a 80 mmHg. A

administração de oxigênio pode ser feita por: cânulas ou cateteres nasais;

máscaras com reservatório.

• Manutenção da ventilação alveolar – sendo a respiração insuficiente para a

troca adequada, havendo necessidade de indicação para ventilação artificial:

Ventilação Mecânica (é um dos principais recursos de suporte à vida utilizados

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30

na UTI, segundo Cintra e Nishide, 2000, p. 351); Ventilação com Pressão

Positiva Intermitente (VPPI) ou Pressão Expiratória Final (PEEP), evita o

fechamento dos alvéolos e das vias aéreas durante a expiração.

Segundo Cintra e Nishide (2000, p. 351) a ventilação mecânica:

É um dos principais recursos de suporte à vida utilizados na Unidade de

Terapia Intensiva. Entende-se por ventilação mecânica a aplicação, por

método invasivo ou não, de uma máquina que substitui total ou

parcialmente a atividade ventilatória do paciente.

VENTILAÇÃO (2003) afirma que a VM é um tratamento imprescindível substitutivo

da musculatura ventilatória que fornece suporte necessário para alcançar os níveis de ventilação

adequados. Em alguns casos, mesmo depois de solucionado o problema agudo, persiste a

necessidade da ventilação.

• Identificação e tratamento da doença subjacente – a patologia que desencadeou

o processo de insuficiência respiratória deve ser descoberta e tratada, podendo

cessar a origem do distúrbio.

• Monitorização da evolução do paciente – os pacientes que apresentam

respostas lentas e estado grave são assistidos em UTI, onde obtém-se medidas

freqüentes de pressão sangüínea, registro cuidadoso da ingesta e eliminação de

líquidos, determinação de peso diário. Gasometria arterial, medida do débito

cardíaco, instalação do cateter de Swan Ganz na artéria pulmonar.

Knobel (1999) afirma que a abordagem inicial feita por meio da gasometria arterial e

a instalação de fonte de oxigênio são partes primordiais para o tratamento. Após essa abordagem

e avaliação do achado laboratorial indica-se o tipo de suporte ventilatório, tenta-se a máscara de

Venturi (fornece no máximo FiO2 de até 60%) e caso o paciente continue a apresentar risco

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31

iminente de vida indica-se a intubação endotraqueal. Após as abordagens de emergência, devem

ser avaliadas as possíveis causas da insuficiência que devem ser comprovadas pelos exames e

anamnese. Inicia-se então, o tratamento da causa básica para eliminar o estímulo à deficiência de

oxigenação ou ventilação. O autor refere que na maioria dos casos de IRpA a VM é utilizada e

deve ser encarada como medida de suporte, capaz de manter o paciente vivo.

3.3 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

Gomes (1988, p.3) afirma que:

Alguns fatores contribuíram para o desenvolvimento de métodos

especiais de atendimento ao paciente hospitalizado. Entre eles, a procura

do melhor meio de cuidado a ser dispensado ao paciente crítico, não só

para sua sobrevida, mas para sua reintegração a uma existência normal

com o mínimo de desconforto.

3.3.1 Conceito

Para Simão apud Mendes (1999), a UTI é uma unidade de hospitalização polivalente,

localizada em área de fácil acesso, que tem o objetivo de reduzir a morbimortalidade de clientes

com patologia grave, mas potencialmente recuperáveis, fornecendo-lhes terapêutica e vigilância

contínua, através de pessoal e material especializado, até se obter a estabilidade dos sistemas

vitais dentro de padrões estabelecidos.

Segundo Wyngaarden e Smith (1993, p.467) “São definidas por sua capacidade de

proporcionar o ambiente, os recursos e o pessoal para tratamento de pacientes em estado grave”.

Gomes (1988) diz que os serviços de terapia intensiva são áreas do hospital destinadas

ao cuidado de pacientes críticos, usando alta complexidades no cuidar. Refere também como uma

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área onde pacientes graves podem ser tratados por uma equipe qualificada sob as melhores

condições possíveis.

Zechineli apud Mendes (1999; p.15) diz que a unidade de terapia intensiva

É o lugar onde recebem cuidados os clientes em estado crítico, com

comprometimento de um ou mais órgãos ou sistemas e que são possíveis

de recuperação.

3.3.2 Aspectos da Unidade

Segundo Wyngaarden e Smith (1993) as UTIs podem ser gerais ou especializadas,

dependem da instituição e da população de atendimento, mas todas elas devem apresentar alguns

aspectos destacados a seguir:

• Alta relação enfermeira-paciente

• Rápida acessibilidade aos médicos

• Capacidade para proporcionar monitorização cardiovascular e respiratória invasiva

• Disponibilidade de técnicas de suporte respiratório

• Capacidade para proporcionar infusão contínua de agentes farmacológicos.

3.4 PROCESSO DE ENFERMAGEM

A enfermagem e o seu processo vem sendo definida por muitos teóricos ao longo de

sua prática. As teorias que surgiram tentaram definir a enfermagem e seu objeto de estudo para

que houvesse uma melhor assistência e saúde do indivíduo.

George (2000) refere que o processo de enfermagem é um esquema que proporciona

ordem e direção ao cuidado de enfermagem. É através dele que a enfermeira toma decisões, prevê

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33

e avalia as conseqüências para o paciente. Sendo que esse processo é uma atividade deliberada,

abordada de forma ordenada e sistemática.

Para Felisbino apud Felisbino (1994), voltando seus conceitos para a UTI, a

enfermagem é a ciência de assistir o cliente em UTI e seus familiares. No atendimento das

Necessidades Humanas Básicas (NHB) a nível psicológico, psicossocial ou psicoespiritual,

podendo o cliente e seus familiares serem total ou parcialmente dependentes desta assistência e

que junto com a família e equipe tenta restabelecer ou reconduzir ao equilíbrio do cliente de

forma a promover a saúde.

Gomes (1988) afirma que as conceituações de assistência de enfermagem pode-se

observar a constante preocupação dos profissionais quanto às Necessidade Humanas Básicas

(NHB), mas que para isso devamos conhecê-las, para podermos identificá-las, interpretar suas

manifestações, e assim traçar um plano de cuidados que vise o restabelecimento do equilíbrio do

indivíduo.

Assistir em enfermagem consiste, no entanto, em atender as NHB a nível

psicobiológico, psicossocial ou psicoespiritual do cliente da UTI e de seus familiares, fazendo

aquilo que ele (a) não pode fazer, quando totalmente dependente, ajudar ou auxiliar, orientar ou

ensinar quando parcialmente dependente e encaminhar a outros profissonais, na presença de

problemas cuja resolução independe da competência do profissional enfermeiro (FELISBINO

apud FELISBINO, 1994)

Embora existam muitos teóricos a descrever e a tentar definir a enfermagem e seu

processo de assistência, encontra-se a Teoria de Wanda de Aguiar Horta como uma das teorias

mais completas para a prestação de cuidados, considerada Teoria universal.

Para Horta (1979) o processo de enfermagem é a dinâmica de ações sistematizadas e

interrelacionadas, visando a assistência ao ser humano. Segundo a autora o processo de

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34

enfermagem se dá através de seis fases: histórico de enfermagem, onde é feito um levantamento

de dados significativos para os diagnósticos e a prestação dos cuidados de enfermagem;

diagnóstico de enfermagem, identificação das necessidades do ser no humano e determinação do

grau de dependência; plano assistencial, a assistência que o paciente deve receber perante o

diagnóstico identificado; plano de cuidados, ou prescrição de enfermagem, o roteiro diário dos

cuidados de enfermagem; evolução de enfermagem, o relato diário sobre o estado do paciente; e

prognóstico de enfermagem, a estimativa da capacidade do ser humano em atender as

necessidades alteradas.

Segundo Horta (1979, p.7) “O objeto da enfermagem é assistir o ser humano no

atendimento de suas necessidades humanas básicas, sendo estas os entes da enfermagem”.

A teoria das Necessidade Humanas Básicas (NHB) surgiu a partir das observações e

do viver de enfermagem durante anos com o objetivo de explicar a natureza da enfermagem,

definir seu campo específico e sua metodologia. A teoria apoia-se nas leis já pesquisadas como as

leis do equilíbrio, da adaptação, do holismo e que foi desenvolvida a partir da teoria de motivação

humana de Maslow, fundamentada nas NHB (HORTA, 1979).

Alguns conceitos são esclarecidos por Horta (1979, p.29):

ENFERMAGEM:

É a ciência e arte de assistir o ser humano no atendimento de suas

necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando

possível, pelo ensino do auto-cuidado; de recuperar, manter e promover a

saúde em colaboração com outros profissionais

ASSISTIR EM ENFERMAGEM:

É fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si mesmo;

ajudar ou auxiliar quando parcialmente impossibilitado de se auto-cuidar;

orientar e ensinar, supervisionar e encaminhar a outros profissionais.

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35

Wanda usa a denominação de João Mohana, mas os conceitos de Maslow também são

utilizados, como por exemplo, que nunca há satisfação completa ou permanente de uma

necessidade. As Necessidades Humanas Básicas segundo João Mohana e Maslow

estão no quadro a seguir.

JOÃO MOHANA ABRAHAM MASLOW

1. Necessidades psicobiológicas:

Oxigenação

Hidratação

Nutrição

Eliminação

Sono e repouso

Exercícios e atividade física

Sexualidade

Abrigo

Mecânica corporal

Integridade cutâneo-mucosa

Integridade física

Regulação

Locomoção

Percepção

Ambiente

Terapêutica

2. Necessidades psicossociais:

Amor

Liberdade

Comunicação

Criatividade

Aprendizagem

1. Necessidades fisiológicas:

Alimentação

Hidratação (água)

Oxigenação

Sono

Sexo

2. Necessidades de segurança:

Segurança

Estabilidade

Ordem

Proteção

Libertação do medo e da ansiedade

3. Necessidade de Amor

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36

Gregária

Recreação

Lazer

Espaço

Orientação no tempo e no espaço

Aceitação

Auto-realização

Auto-estima

Participação

Auto-imagem

Atenção

3. Necessidades psicoespirituais

Religiosa ou teológica

Ética ou filosofia de vida

4. Necessidade de estima

. Necessidade de auto-realização

Adaptado os três grupos de João Mohana de Horta (1979, p.40) e as NHB de Maslow

de Carpegiani (2000, p.65)

4. METODOLOGIA

Realizou-se uma pesquisa explorativa de fundamentação bibliográfica, onde foram

pesquisados livros, monografias e internet, relativos ao tema, assitência de enfermagem ao

portador de IRpA em UTI.

Neste estudo, o instrumento proposto foi desenvolvido a partir da Teoria das

Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta (1979) fundamentada na Teoria da

Motivação Humana de Abraham Maslow. Construiu-se à luz da Teoria de Horta, o Processo de

Enfermagem com as seguintes fases: Histórico de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem;

Plano Assistencial; Prescrição ou Plano de Cuidados; Evolução de Enfermagem e Prognóstico de

Enfermagem.

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37

O modelo apresentado foi elaborado no modelo proposto por Wanda Horta,

constituído por duas etapas: entrevista e exame físico, utilizando para a coleta de dados, adaptado

ao portador de IRpA, um instrumento de um Hospital de São Paulo (UNIFESP/EPM), tendo em

vista o atendimento individualizado para esse paciente. O instrumento diz respeiro à etapa,

Histórico de Enfermagem.

No Diagnóstico de Enfermagem construído segundo Horta, identificaram-se os

problemas de enfermagem relativos aos distúrbios das NHB e grau de dependência do paciente

em relação à enfermagem.

Após analisar os Diagnósticos de Enfermagem identificados, elaborou-se o Plano ou

Prescrição de Enfermagem, segundo o grau de dependência: Total (T), Fazer (F), Ajudar (A),

Orientar (O), Supervisionar (S), Encaminhar (E). Os cuidados desenvolvidos por este estudo

foram baseados nos problemas prioritários do cliente portador de IRpA.

Após levantamento bibliográfico, realizou-se leitura e posterior síntese, construindo

assim o rlatório final da pesquisa.

A Evolução de Enfermagem é algo muito pessoal, e como é um ser único, deve ser

analisada baseada nos sintomas do paciente. Por esse motivo, a Evolução de Enfermagem não

pôde ser contemplada nesse estudo.

Tendo em vista que a cada paciente deve ser prestado um cuidado individualizado, e

que a IRpA pode decorrer de várias causas, o cuidar aqui descrito poderá sofrer modificações.

5. PROPOSTA PARA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE IRpA

EM UTI

Existem várias propostas para a Assistência de Enfermagem ao portador de IRpA, das

quais destacam-se os seguintes autores:

Brunner e Suddarth (2002, p.452) diz que

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38

A enfermeira avalia a condição respiratória do paciente pela monitorização

do seu nível de resposta, pela gasometria arterial, oximetria de pulso e

sinais vitais, assim como pelo exame do sistema respiratório. (...)

implementa estratégias (p. ex., um programa de mudança de decúbito,

higiene oral, cuidado cutâneo, exercícios de amplitude de movimentos de

extremidades) para prevenir complicações. (...) também avalia a

compreensão do paciente quanto às estratégias de tratamento que são

utilizadas e inicia alguma forma de comunicação para capacitá-lo a

expressar suas necessidades à equipe de saúde.

Para Gomes (1988, p.126)

O objetivo da assistência de enfermagem aos pacientes com insuficiência

respiratória aguda é diminuir o índice de complicações, Através de estudo

e análise das maiores incidências e de um plano de ação a curto e médio

prazos. Para que este objetivo seja alcançado, é necessário que a equipe,

como um todo, esteja preparada e interessada, e desenvolva suas ações de

maneira a prevenir danos.

Nesse estudo foi realizada a construção do Processo de Enfermagem segundo Wanda

de Aguiar Horta com sua seis fases:

• Histórico de enfermagem – roteiro para levantamento de dados significativos para

o enfermeiro possibilitando a identificação dos problemas; O Histórico de

Enfermagem é a fase de investigação sobre o paciente e sua afecção, que nos

embasa a identificar os problemas e suas necessidades (Losey apud Damascena,

2003)., sendo este mostrado a seguir.

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

I. IdentificaçãoNome: Prontuário:Endereço: Naturalidade:Estado civil: Idade: Profissão: Leito:

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Religião: Sexo: Cor: Admissão:II. Informações sobre queixas, doenças e tratamentos pregressosQueixas: ( ) dispnéia ( ) fraqueza muscular ( )agitação ( )cefaléia ( ) sonolência( ) aerofagia ( )sudorese ( )outros:___________________________

Doenças pré-existentes: Antecedentes familiares: Fatores de risco:( )cardiopatas ( )cardiopatas ( )sedentarismo( )diabetes ( )diabetes ( )tabagismo( )hipertensão ( )obesidade ( )etilismo( )problemas respiratórios ( )câncer ( )inalação de tóxicos( )hepatites ( )problemas respiratórios ( )outros:__________( )câncer ( )asma brônquica( )neuropatas ( )outros:_____________( )outros:______________Tratamentos anteriores:________________________________________________Medicamentos em uso:_________________________________________________Alergias e reações ( )sim ( )não. Quais?___________________________________

III. HábitosCONDIÇÕES DE MORADIA EXERCÍCIOS FÍSICOS?( )sim ( )não( )com saneamento básico Quais?________________________( )sem saneamento básico Freqüência?____________________SONO E REPOUSO( )contínuo( )interrompido. Quantas vezes? ___________________( )descansa após o almoço. Quantos minutos?_________________ALIMENTAÇÃOQuais os alimentos mais consumidos freqüentemente?__________________________Costuma fazer_____________ refeições ao dia.INGESTA HÍDRICAQuantidade de líquidos ingeridos durante o dia:___________ELIMINAÇÃO URINÁRIA ELIMINAÇÃO INTESTINAL( )normal ( )normal( )retenção urinária ( )constipação( )poliaciúria ( )diarréia( )outros:_________________ Freqüência:_____________Freqüência:_______________ Aspecto:________________Aspecto:__________________ATIVIDADE SEXUALInício:__________________Regularidade:_____________________IV. Exame FísicoP.A.:________ mmHg Pulso:_________ bpm FC:_________ bpm T:_______ºCR:_________ mpm Peso:__________ Kg Altura:_________m1.ESTADO NUTRICIONAL 2. ESTADO DE CONSCIÊNCIA 3. MOVIMENTAÇÃO( )normal ( )acordado ( )acamado( )sobrepeso ( )lúcido ( )restrito no leito

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40

( )obeso ( )comatoso ( )consegue sentar( )desnutrido ( )torporoso ( )outros:________( )perda progressiva ( )confusode peso ( )desorientado4. CABEÇA 5. CABEÇA E COURO CABELUDO 6. ORELHA E OUVIDO( )sem anormalidades ( )alopécia ( )processo ( )deformidade( )anomalias ( )sujidade inflamatório ( )audição normal( )protuberâncias ( )seborréia ( )higienizado ( )acuidade diminuída( )tontura ( )crosta ( )ressequido ( )sujidade( )outros:_________ ( )pediculose ( )outros:_____ ( )lesões

( )outros:___________7. PELE E TECIDOS 8. OLHOS E PÁLPEBRAS 9. NARIZ( )íntegra ( )icterícia ( )visão normal ( )olfato normal( )lesões ( )prurido ( )deformidade ( )secreção( )pálida ( )sujidade ( )acuidade diminuída ( )deformidade( )corada ( )reações ( )secreção ( )obstrução( )cianótica alérgicas ( )lesão ( )epistaxe( )outros:__________ ( )processo inflamatório ( )outros:_______

( )outros:__________10. BOCA E MUCOSAS 10.1 DENTIÇÃO 10.2 HÁLITO( )edema ( )paralisia ( )sujidade ( )fétido( )sujidade ( )deformidade ( )prótese ( )alcoólico( )dor ( )dificuldades para ( )cáries ( )cetônico( )sialorréia para mastigar ( )deformidades ( )amoniacal( )sangramento ( )hiperemia ( )ausência de dentes( )normal( )ressecamento ( )ulceração11. PESCOÇO 12. MMSS 13. MMII( )deformidade ( )musculatura eutrófica ( )musculatura eutrófica( )linfonodos ( )musculatura hipotrófica ( )musculatura hipotrófica( )tireóide ( )musculatura hipertrófica ( )musculatura hipertróficaaumentada ( )edema ( )edema( )outros:__________ ( )força motora preservada ( )força motora preservada

( )plegia ( )plegia( )lesões ( )lesões( )cianose ( )cianose( )outros:______________ ( )outros:______________

14. TÓRAX 15. ABDOME 16. GENITAIS( )sem alteração anatômica ( )indolor ( )sujidade( )com alteração anatômica ( )plano ( )lesões( )expansão torácica normal ( )globoso ( )edema( )diminuição da expansão ( )resistente à palpação ( )deformidade

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41

torácica ( )ruídos hidroaéreos ( )secreções( )frêmitos/tiragem ( )distensão abdominal ( )outros:______( )retrações ( )hepatoesplenomegalia _____________( )sem creptos ( )outros:____________( )com creptos( )sibilos( )uso de musculaturaacessória( )batimento da asa donariz( )outros:___________

V. Abordagem sobre o cuidado auto-cuidadoCONHECIMENTO SOBRE O SEU PROBLEMA DE SAÚDE( )orientado( )pouco orientado( )prefere não falar sobre o assunto( )prefere que os familiares sejam orientadosCONDIÇÕES PARA O AUTO-CUIDADO( )independente( )precisa de ajuda para realizar atividades( )totalmente dependente( )outrosMUDANÇA DE HUMOR PERCEBIDA APÓS CONHECIMENTO DO SEU PROBLEMA DESAÚDE( )otimista quanto ao tratamento( )refere estar desanimado( )não aceita o problemaIMPRESSÃOES DO ENTREVISTADOR: _____________________________________

Enfermeiro(a):_______________________ COREN: _____________ Data: __/___/__

• Diagnóstico de enfermagem – identificação das necessidades do ser humano e

determinação do grau de dependência, este, feito baseado no FAOSE (fazer,

auxiliar, orientar, supervisionar e encaminhar). Segundo Horta (1979) os gruas

podem ser: 0, 1, 2 e 3 e para defini-lo analisa-se o conhecimento do paciente sobre

sua necessidade afetada; a deambulação, capacidade de atender sua necessidade de

locomoção; a motilidade, capacidade de movimentar os seguimentos corporais; o

estado mental para observar quanto ao atendimento correto das necessidades

básicas; as condições do ambiente, identificar as condições do ecossistema para o

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42

atendimento das NHB; e as condições sócio-econômicas, as financeiras e sociais.

(Vide quadro)

• Plano assistencial de enfermagem – fase em que baseados nos diagnóstico de

enfermagem já estabelecidos, organiza-se uma assistência que deverá ser prestada

para o melhoramento ou desaparecimento dos problemas de enfermagem.

• Plano ou prescrição de enfermagem – elaboração de cuidados diários para atender

a curto e médio prazo às necessidades do paciente.

• Evolução de enfermagem – avaliação diária do paciente, observando se os

cuidados prestados estão contribuindo para a recuperação e qualidade da saúde.

• Prognóstico de enfermagem – compreende o que podemos esperar para o paciente

em seu processo saúde-doença, após os cuidados prestados. O Prognóstico de

Enfermagem construído é sempre favorável, desde que os cuidados propostos

sejam realizados de maneira correta e adequada a cada paciente, com

responsabilidade e comprometimento do profissional enfermeiro.

Modelo para determinar o grau de dependência do paciente relacionando com a

necessidade afetada.

INDICA-

DOR

VALOR

CONHECI

- MENTO

DEAMBU

-LAÇÃO

MOTI-

LIDADE

ESTADO

MENTAL

CONDIÇÕES

AMBIENTAIS

COND.

SÓCIO-

ECONÔMI-

CAS

0 Correto Ambulante Total Consciente Favorável Muito boa

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43

1 Semi-

correto

Ambulante

com

auxílio

Parcial

Desorienta

do no

tempo e

espaço

Semi-favorável Boa

2 Incorreto

Maca ou

cadeira Mínima

Semi-

consciente Difícil Regular

3 ignora acamado Nenhuma

Inconscien-

te Desfavorável Má

Considerando a Teoria de Wanda de Aguiar Horta, apresenta-se a seguir a proposta de

cuidados e as fases complementares do Processo de Enfermagem. Muitos cuidados foram

baseados na assistência de enfermagem ao portador de IRpA encontrados no Knobel (1999).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Unidades de Terapia Intensiva constituem-se em unidades especializadas no

cuidar de pacientes críticos. Os pacientes que são admitidos nessas unidades precisam de

constante atenção, e dependem, em sua maioria, total ou quase que totalmente da enfermagem.

Por isso, torna-se importante aos enfermeiros conhecerem a respeito da referida patologia.

É imprescindível também que os cuidados de enfermagem e o seu processo sejam

fundamentados em uma Teoria de Enfermagem para que assim possa haver uma assistência de

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qualidade. Deve-se, entretanto, lembrar que cada indivíduo é único e que mesmo com igual

afecção terá um cuidado individualizado.

Tendo em vista a maioria dos problemas de enfermagem levantados em um paciente

com IRpA, propõe-se uma assistência, que como já registrado, poderá ser modificada de acordo

com as necessidades humanas básicas do paciente, a causa do distúrbio e as intercorrências que

possam acontecer.

Espera-se que com este estudo possa-se embasar o nosso cuidar e melhorar a

qualidade da nossa assistência aos portadores de IRpA, fundamentando-nos em uma das melhores

teorias do Processo de Enfermagem.

Acredita-se que como a assistência proposta foi fundamentada em uma das melhores

Teorias do Processo de Enfermagem, esta possa ser aproveitada por enfermeiros que trabalham

em UTI melhorando a qualidade da assistência prestada ao portador de IRpA. Por tanto, será

deixado um exemplar deste trabalho na UTI do Hospital Universitário Unidade Presidente Dutra

(HUUPD), por ser um Hospital-escola em que deve haver construção de conhecimento teórico-

prático.

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