1. Prxis pensando novas prticas em educao fsica Faculdade Catlica Salesiana do Esprito Santo Curso de Educao Fsica Grupo de Estudo e Pesquisa em Educao Fsica INTERVENO DA EDUCAO FSICA NO PROJETO VIDA SAUDVEL Maria Aparecida Helmer Licenciada em Educao Fsica - FSV Especialista em Educao Inclusiva e Diversidade - CESAPO projeto multidisciplinar Vida Saudvel, no qual se integram as reas da educaofsica (EF), da psicologia e da nutrio, executado pelo Centro Salesiano do Menor -CESAM/ES, destinado a atender os adolescentes aprendizes que se encontram emrisco nutricional (baixo peso, sobrepeso e obesidade). Adolescentes aprendizes realizando prticas corporaisInicialmente a insero da EF visava contribuir para a qualidade de vida dosadolescentes atravs da elaborao e acompanhamento de atividades fsicas compatveiscom o estado nutricional, termo que substitumos por prticas corporais ao elaborarmoso plano de ao da EF, pois entendemos que seja mais adequado para designar asprticas sociais da rea, uma vez que essa expresso carregada de um sentido deconstruo cultural presentes nas diferentes formas de expresso corporal, ausente naexpresso atividade fsica. Isso nos permitiu ampliarmos a interveno da EF no sentidode possibilitar o acesso s diversas manifestaes corporais e entend-las dentro de umPrxis: pensando novas prticas em educao fsica, Vitria, ano I, n 1, Julho de 2011. 1

2. Prxis pensando novas prticas em educao fsica Faculdade Catlica Salesiana do Esprito Santo Curso de Educao Fsica Grupo de Estudo e Pesquisa em Educao Fsicauniverso cultural de forma a lev-los vivenciar e discutir limites e possibilidades dautilizao de sua corporeidade. E, sobretudo, possibilitar ao adolescente conhecer,escolher, vivenciar, transformar, ressignificar, planejar e ser capaz de julgar os valoresassociados a prtica da atividade fsica, e no simplesmente reproduzir sem entenderessas prticas. Assim, capacit-los a elaborarem um plano para as prticas corporais deforma consciente e emancipada de acordo com a realidade de cada um, e a optarem ereivindicarem por um estilo de vida mais saudvel dentro e fora do projeto.Neste sentido, as aulas sodesenvolvidas uma vez porsemana, com durao de umahora cada. Para o seuplanejamento e desenvolvimentonos orientamos por algunsprincpios, so eles: a)Ludicidade, pois o aspectoldico fundamental paraconferir prazer e satisfao s Prtica corporal: vlei sentadoprticas corporais, assim comopossibilitar maior interao entre os integrantes do grupo. Neste caso, a ludicidade nose confunde com alienao, mas trata-se de uma estratgia para dar sentido s prticascorporais, entender sua produo histrico-cultural, os conhecimentos e valores a elasassociados, e, sobretudo de criar possibilidades de transformao destas prticas deforma autnoma; b) Trato com o conhecimento cientfico para avanar ao senso comum,instrumentalizar o adolescente e agregar competncias para que possa usufruir demaneira autnoma, crtica e consciente dos benefcios das prticas corporais e nosubmeter-se ao determinismo do meio cultural como o modismo e o consumismodifundidos, principalmente pela mdia, tornando-se mero espectador/consumidoracrtico; c) Criticidade para refletir sobre as prticas corporais, questionando os valoresimplcitos a elas, o que pode contribuir para a desmitificao do conceito de beleza ecorpo perfeito reforados pelos mitos e preconceitos impregnados na sociedadePrxis: pensando novas prticas em educao fsica, Vitria, ano I, n 1, Julho de 2011. 2

3. Prxis pensando novas prticas em educao fsica Faculdade Catlica Salesiana do Esprito Santo Curso de Educao Fsica Grupo de Estudo e Pesquisa em Educao Fsicahodierna, e levar o adolescente a repensar sobre o se movimentar humano e as prticasinstitucionalizadas, usufruindo de maneira consciente das prticas corporais; d)Incluso/Participao, a partir do qual todos participam de maneira ativa independentedo nvel de habilidade, ou outros atributos, podendo expressar-se, opinar, sugerir, criar,inovar, ressignificar, reconstruir as prticas durante todo o processo; e) Historicidadeque busca discutir acerca das prticas corporais considerando seu carter histrico-cultural, no sentido de possibilit-los perceber que as coisas mudam e se transformam,e, que a cultura corporal construo histrica da sociedade, sendo fundamental paraque os adolescentes se percebam como protagonistas de sua prpria histria,contribuindo para criar novas formas e valores para as prticas corporais; f) Diversidadede Contedos, segundo o qual abordamos vrias manifestaes corporais produzidas ereproduzidas historicamente pelo homem expressos nos esportes, jogos, brincadeiras,ginsticas e danas adaptados ao contexto e s condies dos adolescentes.At o momento, no que se refere interveno feita a partir dessas aulas, est sendopossvel evidenciar ressignificaes respeito do corpo e das prticas corporais porparte dos adolescentes. Esta percepo possvel devido identificao inicial de umanegao inconsciente de seus corpos atravs de relatos que revelaram uma imagemnegativa que possuam sobre si mesmos, de posicionamentos diante de situaes quenecessitavam da exposio corporal, e de resistncias a determinadas prticas corporais,fruto de experincias negativas com o contato com algumas prticas. Neste sentido,durante o processo, est sendo observado o comportamento e aceitao dos adolescentesinseridos no projeto, perante as suas fragilidades e facilidades, diante das prticascorporais propostas.Acreditamos que essas mudanas devem-se forma de abordagem dos contedos, poisnos distanciamos dos modelos padronizados e mecanizados de execuo e propomosformas ldicas, alternativas, participativas, criativas e reflexivas de realizao dasprticas corporais. Sendo assim, novas formas de experincia corporais, temcontribuindo para desenvolver a conscincia crtica entre os jovens sobre a atuao daEF.Prxis: pensando novas prticas em educao fsica, Vitria, ano I, n 1, Julho de 2011. 3