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Projeto Pós-graduação
Curso Engenharia de Produção
Disciplina Gestão da Informação e do Conhecimento
Tema Tecnologias para Gestão do Conhecimento
Professor(a) Luciano Frontino de Medeiros
Introdução
Nesta aula, abordaremos o tema das tecnologias para a gestão do
conhecimento como ferramentas para potencializar as ações relacionadas com
métodos e práticas baseadas em relações humanas. Dentro das ferramentas
abordadas, serão vistos os mapas conceituais e mapas mentais, os diagramas
sistêmicos, as ontologias formais, a tecnologia wiki, os repositórios
colaborativos, os cloud drives, o CRM, as técnicas para se lidar com big data
(data warehouse e data mining), o gerenciamento eletrônico de dados e
documentos e o workflow.
Vídeo de introdução disponível no material on-line.
Problematização
Marisa é gerente de recursos humanos em uma mineradora, a qual
possui mais de 5 mil funcionários. Desse contingente, cerca de 70% são
colaboradores da área técnica e operacional. Entretanto, 20% possuem mais
de 50 anos, os quais se aposentarão nos próximos 5 anos. A empresa está
preocupada com esta situação, pois perderá boa parte do conhecimento e
experiência que esses funcionários adquiriram ao longo dos anos, o que pode
resultar em prejuízos no futuro. Para fazer frente a esse problema e tentar
preservar parte desse investimento, a direção da empresa mineradora solicitou
à Marisa um plano para tratar adequadamente esse problema.
O que Marisa pode fazer com relação a isso? Criar um programa de
treinamento especial para a transferência das competências e habilidades dos
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funcionários seniores? Implantar algum sistema para tratar a gestão desse
conhecimento que, em breve, irá se perder?
Não responda agora. Vamos voltar ao conteúdo teórico do nosso tema
e, ao final, retomaremos a nossa história e apresentaremos as possibilidades
de solução para o problema.
Vídeo de problematização disponível no material on-line.
Tecnologias de gestão do conhecimento
Uma organização que almeja o sucesso no mercado, seja uma
fabricante de produtos ou prestadora de serviços, necessita implantar um
sistema de Gestão do Conhecimento que permita a tomada de decisões de
forma rápida e bem fundamentada, mediante à convergência entre os seus
métodos de trabalho e suas ferramentas tecnológicas. Essas ferramentas
deverão estar alinhadas às estratégias da empresa, de forma que a busca da
visão da empresa a partir de sua missão seja alcançada pela interação entre os
negócios da empresa, o conhecimento gerado e as tecnologias utilizadas.
As ferramentas são criadas de forma a potencializar o uso de métodos e
práticas baseados em relações, por meio de tecnologias de colaboração e
compartilhamento, bem como outras tecnologias que permitem a gestão
específica de informação ou pesquisas sobre dados de alta quantidade e
complexidade. Portanto, as organizações necessitam aliar, aos métodos e
práticas, ferramentas para gerir de forma mais efetiva o conhecimento
empresarial. Para citar algumas ferramentas, temos:
Mapas Conceituais e Mapas Mentais
Diagramas Sistêmicos
Ontologias Formais
Tecnologia Wiki
Repositórios Colaborativos
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Cloud Drives
CRM
Ferramentas para Big Data
o Data Warehouse
o Data Mining
Gerenciamento Eletrônico de Dados
Workflow
Mapas conceituais e mapas mentais
Mapas conceituais são representações na qual os termos referentes a
um determinado assunto estão relacionados de forma gráfica. Enquanto mapas
conceituais relacionam termos e conceitos referentes a um tópico ou domínio
específico de conhecimento, os mapas mentais utilizam outros recursos além
dos textos. De acordo com Buzan (2005), mapas mentais se referem a um
método que destila a essência de determinado conhecimento, organizando-o e
apresentando-o de maneira visual. O mapa mental seria uma expressão do
pensamento irradiante, através do qual os conceitos se relacionariam de forma
radial.
Um exemplo de software para elaboração de mapas conceituais é o
CMapTools de autoria e manutenção pelo Institute for Human and Machine
Cognition. O CMapTools permite um espaço comum para compartilhamento
de mapas conceituais desenvolvidos por uma comunidade, além de permitir a
elaboração de páginas HTML para auxiliar na organização de documentos,
imagens, mapas conceituais ou outros recursos que podem ser
disponibilizados a partir de hiperlinks para acesso do usuário.
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Fonte: http://cmap.ihmc.us
Um exemplo de software para elaboração de mapas mentais é o
FreeMind. FreeMind é um software desenvolvido em linguagem Java com
código Open Source (Fonte Aberta), que pode ser utilizado pela comunidade
de usuários sem a necessidade de aquisição de uma licença específica.
Fonte: http://freemind.sourceforge.net
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Acompanhe o vídeo disponível no material on-line e saiba mais sobre os
Mapas Conceituais e Mentais, Diagramas Sistêmicos e Ontologias Formais.
Diagramas sistêmicos
Sob o nome de diagramas sistêmicos descrevemos toda representação
gráfica de conceitos que atuam como variáveis. A partir de ligações entre as
variáveis que indiquem o impacto de umas sobre outras, esse diagrama pode
auxiliar na identificação da atuação de processos sistêmicos, dentro de certo
contexto.
Os diagramas sistêmicos surgem a partir dos estudos da Teoria de
Sistemas e da Cibernética. Outros nomes podem ser encontrados para tais
diagramas, tais como diagramas de enlace causal, diagramas de ciclo
causal ou somente diagrama causal. Para sistemas muito complexos, com
grande número de variáveis, essa ferramenta pode auxiliar na compreensão
dos fenômenos envolvidos em tais representações (ANDRADE et al., 2006).
O diagrama causal tem sido muito utilizado em descrições mediante
linguagem sistêmica de conjuntos de variáveis que interagem entre si. A
interação entre variáveis distintas pode ser por meio de impactos
proporcionalmente diretos ou inversos. Portanto, a representação causal
permite identificar os chamados ciclos de realimentação e ciclos de
balanceamento (ANDRADE et al., 2006), permitindo que softwares que
porventura manipulem tais diagramas possam evidenciar, mediante simulação,
novos conhecimentos a respeito das interações entre as variáveis subjacentes
a um determinado problema em foco.
O diagrama causal a seguir, representa um modelo da influência do
preço do suco de laranja sobre a demanda (ACCIOLY, 2001). Note a
polaridade (o sinal positivo ou negativo) sobre as setas que relacionam as
variáveis. Isso quer dizer que uma variável tem impacto positivo sobre a outra
se, com o crescimento da primeira, a segunda também crescer
quantitativamente. Em contrapartida, uma relação com polaridade negativa
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indica que o crescimento da primeira variável (a partida da seta) influencia na
diminuição da variável indicada. Ciclos onde se tenha uma relação de
polaridade negativa são referidos como ciclos de balanceamento. Caso
contrário, são denotados como ciclos de realimentação.
Um exemplo de software que lida com diagramas sistêmicos é o
DynaLearn (http://hcs.science.uva.nl/projects/DynaLearn/). O software
DynaLearn permite a modelagem e simulação da dinâmica de sistemas em
diversos níveis, inclusive permitindo a integração com ontologias. Combinando
representações semelhantes a mapas conceituais e integrando a dinâmica de
diagramas causais.
Esse software pode auxiliar no entendimento de sistemas complexos e
em um processo conhecido como raciocínio qualitativo, que visa a
compreensão de fenômenos a partir de relações qualitativas entre as variáveis,
não importando nesse momento os cálculos matemáticos quantitativos ou
sistemas de equações diferenciais.
Vamos dar como exemplo uma representação de um fragmento de
modelo de energia cinética produzida pelo vento, mostrando as relações com
polaridade positiva das variáveis “energia cinética” (kinetic energy) sobre a
“velocidade de rotação” (rotation speed), que por sua vez influencia a variável
“produção de energia” (energy production).
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A variável “energia cinética” faz parte do conceito “Atmosfera”
(Atmosphere), enquanto que as variáveis “velocidade de rotação” e “produção
de energia” fazem parte do conceito “turbina de vento” (Wind turbine).
Ontologias formais
Ontologias são largamente utilizadas em Engenharia do Conhecimento,
Inteligência Artificial e Ciência da Computação, em aplicações diversas
relacionadas à Gestão do Conhecimento, processamento de linguagem natural,
recuperação de informação, modelagem de banco de dados, integração,
bioinformática, educação e em novos campos emergentes, tais como a Web
Semântica (GOMEZ-PEREZ et al., 2004).
Uma ontologia “fornece os meios para descrever explicitamente a
conceitualização por trás do conhecimento representado em uma base de
conhecimentos” (SCHREIBER et al., 1995). O campo da engenharia ontológica
refere-se ao conjunto de atividades relativas ao processo de desenvolvimento
de ontologias, seu ciclo de vida e às metodologias, ferramentas e linguagens
para sua construção.
Na figura a seguir, temos o exemplo de uma ontologia para uso com
móveis de assento, mostrada de forma gráfica. As relações existentes entre
cada conceito (ou classe) são relações do tipo “é-um” (is-a) e cada subconceito
vai sendo descrito conforme faz parte do conceito mais geral. Uma ontologia
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geralmente é representada através de uma linguagem: para uso com projetos
de Web Semântica, a ontologia é descrita em uma linguagem como a RDF
(Resource Description Framework) ou o OWL (Ontology Web Language).
Um exemplo para representação em linguagem OWL para a classe
“Cadeira”, conforme o gráfico anterior, pode ser:
<owl:Class rdf:about="Cadeira">
<rdfs:subClassOf rdf:resource="Assento"/>
<owl:disjointWith rdf:resource="Poltrona"/>
< owl:disjointWith rdf:resource="Sofá"/>
</owl:Class>
Sem entrar em detalhes mais técnicos quanto à linguagem OWL, essa
declaração se refere à classe “Cadeira”, que é uma subclasse de “Assento”,
que tem as classes “Poltrona” e “Sofá” como sendo do mesmo nível, porém
diferentes.
A representação de conhecimento em ontologias permite que dados e
informações de sistemas diferentes possam ter portabilidade, ou seja, podem
ser usados por diferentes plataformas. As ontologias podem ser consideradas
como mapas conceituais mais sofisticados, que podem ser utilizados tanto
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pelas pessoas como por sistemas para fazer pesquisas ou inferências
automáticas sobre o conhecimento representado.
Um exemplo de software para construção e manutenção de ontologias é
o Protégé, criado pela Universidade de Stanford (http://protege.stanford.edu). A
interface de trabalho do Protégé é mostrada logo a seguir.
Tecnologia Wiki
Wiki é uma forma colaborativa de criação, retenção e disseminação de
conhecimento na forma de uma rede. Conteúdos de uma determinada área de
conhecimento podem ser disponibilizados por uma pessoa, de forma que
outras pessoas podem também colocar as suas contribuições.
A tecnologia Wiki está mudando a maneira de como as empresas e as
sociedades utilizam o conhecimento, juntamente com a capacidade de inovar e
criar valor. Empresas que antes fechavam seus conhecimentos a sete chaves
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agora estão compartilhando os recursos e utilizando o poder da colaboração
em massa.
Um exemplo clássico de utilização da tecnologia Wiki é a Wikipedia
(www.wikipedia.org). Esses ambientes podem ser criados para construção
conjunta e compartilhamento de informações, sendo uma boa ferramenta para
concentrar o conhecimento em um único lugar, permitindo a alteração dos
dados de qualquer lugar. Um bom exemplo é sua utilização para criar a
documentação conjunta de um projeto, podendo receber contribuições de
muitas pessoas em muitos lugares diferentes.
Repositórios colaborativos
Repositórios colaborativos são sites disponibilizados na Web geralmente
para a hospedagem de projetos de desenvolvimento de software. Os
repositórios surgiram com o desenvolvimento de software na modalidade livre,
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e oferecem uma infraestrutura às comunidades de desenvolvedores para
divulgação, atualização, guarda do código-fonte e fórum de desenvolvimento.
Essa infraestrutura diminui bastante o custo de desenvolvimento e
agrega valor ao produto de software, pois permite aos desenvolvedores
concentrarem-se nos processos-chave de desenvolvimento. A abordagem
referente ao desenvolvimento de software livre segue uma linha mais
construtiva e colaborativa do que as metodologias normalmente praticadas pela
indústria de software. A tabela a seguir mostra alguns aspectos dos métodos
tradicionais de desenvolvimento e do método colaborativo.
Aspectos Método Tradicional Método Colaborativo
Desenvolvimento Individual e segmentado Aberto, coletivo e sistêmico
Propriedade Privilegia a propriedade intelectual Propriedade intelectual em segundo plano
Espaço Restrito a uma organização ou empresa
Sem limitações ou restrições de organizações ou empresas
Manutenção do código
Alto custo de manutenção (evidencia o problema do ciclo de vida do software)
Baixo custo de manutenção (muitos usuários voluntários testam o software)
Responsabilidade Existem responsáveis diretos pelo desenvolvimento
Responsáveis indiretos
Conhecimento O conhecimento requerido para o desenvolvimento é restrito
O conhecimento é amplamente compartilhado através de fóruns
Organização Segue a hierarquia proposta para o projeto ou organização
Prevalece a auto-organização e a meritocracia.
Custo Monetariamente alto e temporalmente tende a ser moroso
Monetariamente baixo e temporalmente tende a ser agilizado
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Um exemplo de repositório é o site SourceForge (http://sourceforge.net).
Cloud drives
Cloud Drives (algo como “diretório na nuvem”) são os drives ou pastas
que utilizam softwares especiais e que podem ser compartilhadas através da
Internet. Quando um software de cloud drive é instalado em um computador, o
usuário pode sincronizar o conteúdo das pastas com outros computadores que
estejam utilizando o mesmo software. Ou seja, caso o usuário faça a alteração
em um arquivo, ele não precisa utilizar meios externos como pen-drives para
copiá-lo em outros computadores: o próprio software de cloud drive pode fazer
essa tarefa de forma automática.
Essa tecnologia permite que se construa arquivos de forma
compartilhada, sincronizando diferentes usuários de uma mesma pasta de
arquivos. Outra vantagem é que permite o backup de forma automática de um
conjunto de arquivos, pois o software mantém um “espelho” das pastas
compartilhadas na “nuvem” (ou seja, nos servidores que disponibilizam os
espaços em disco rígido das empresas construtoras dos cloud drives).
Exemplos de cloud drives são:
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Google Drive (www.google.com/Drive)
Dropbox (https://www.dropbox.com)
Cloud Drive Amazon (https://www.amazon.com/clouddrive)
OneDrive Microsoft (https://onedrive.live.com)
iCloud Apple (https://www.apple.com/br/icloud/)
SugarSync (https://www.sugarsync.com/)
O professor Luciano comenta, no vídeo que você pode acessar no
material on-line, sobre algumas tecnologias relacionadas às ontologias, como a
Tecnologia Wiki, os repositórios colaborativos e os cloud drives. Aproveite!
Customer Relationship Management (CRM)
O CRM tem a finalidade de disponibilizar para as empresas informações
instantâneas sobre os seus clientes e suas aspirações, possibilitando a todos
os colaboradores da empresa conhecer o cliente (FIALHO et al., 2006). Com
isso, obtém-se uma vantagem competitiva e a tecnologia participa como forma
de automatizar os diversos processos de negócio, tais como marketing,
vendas, prestação de serviços ao consumidor etc.
O conceito básico de CRM está fundamentado nas estratégias de
marketing one-to-one, ou seja, foco no cliente final. Seu objetivo é buscar
formas de captar dados do cliente e transformá-los em informações valiosas
para a gestão das atividades da organização na busca da satisfação dos
clientes.
Geralmente essa ferramenta se apresenta na forma de um software que
integra vários módulos, tais como gestão de vendas, call centers, telemarketing
e suporte ao cliente. O objetivo é evidenciar informações importantes para a
elaboração de estratégias de encantamento do cliente, buscando antecipar
suas necessidades e identificando oportunidades. O CRM pode ser dividido em
três segmentos:
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Operacional: são as aplicações de CRM que tratam dos aspectos
operacionais da relação com o cliente. Por exemplo, sistemas de
automação da força de vendas, centrais de atendimento, sites de
comércio eletrônico, automação de marketing, gestão de pedidos,
entre outros.
Analítico: encarrega-se da captação, armazenagem, acesso,
pesquisa e interpretação das informações de clientes para os
usuários do sistema. Essa função permite que o sistema identifique
aqueles clientes que devem ser tratados com prioridade.
Colaborativo: refere-se à aplicação da tecnologia da informação que
permite a automação e a integração entre todos os pontos de contato
do cliente com a empresa. Esses pontos de contato devem estar
preparados para interagir com o cliente e disseminar as informações
levantadas para os sistemas de CRM operacional.
Nesse sentido, fica evidente que CRM é uma estratégia básica para a
nova economia e necessária ao escopo da Gestão do Conhecimento, pois o
conhecimento do cliente é essencial para que a empresa alcance os seus
objetivos. Borders e Johnson (2005) abordam também o conceito de e-CRM,
entendido como a fusão de processo, estratégia e tecnologia com vendas,
marketing e serviços, para identificar, atrair e construir parcerias com clientes.
Big Data – Data Warehouse
Um banco de dados é uma coleção de dados persistentes utilizada pelos
sistemas de uma empresa (DATE, 2000 apud MEDEIROS, 2007). Os dados
em um banco de dados se referem então às transações operacionais de rotina
da organização e a grande maioria é de dados voláteis. Um sistema de banco
de dados deve também ser modelado e construído de maneira eficiente quanto
ao uso de espaço de armazenamento, evitando a redundância e inconsistência
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dos dados armazenados.
Porém, as empresas precisam obter muito mais dos dados armazenados
que apenas as informações superficiais fornecidas pelos sistemas para a
tomada de decisão rotineira. Para atingir este objetivo, deve utilizar também
sistemas de apoio à decisão e outras técnicas de análise de dados. Entretanto,
os dados armazenados em um banco de dados têm sua estrutura orientada
para a organização eficiente, ou seja, para atividades de apoio à decisão é
necessário que os dados estejam em um modelo orientado de maneira
diferente. Veja no diagrama:
Big Data – Data Mining
É o processo de extração de informações válidas, previamente
desconhecidas a partir de grandes bases de dados, utilizando-as para efetuar
decisões cruciais (COUTINHO apud FIALHO et al., 2006). Um data warehouse
pode servir como repositório para as operações de data mining. As técnicas
usadas pelo data mining são baseadas em vários modelos matemáticos,
porém, o resultado obtido deve ser focado na apresentação adequada dos
dados, mostrando o conhecimento que emergiu a partir da aplicação da
técnica.
O DM vai muito além de uma simples consulta, pois o conhecimento
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obtido permite que o usuário explore e faça inferências de informações úteis a
partir dos dados, possibilitando a descoberta de relacionamentos ocultos nos
repositórios.
Neste sentido, o DM é originado de três linhagens distintas:
estatística (uso de análises estatísticas dos dados); 1.
inteligência artificial (na busca da imitação dos processos humanos na 2.
resolução dos problemas); e
híbrida ( utilizando técnicas das duas anteriores combinadas). 3.
Para os objetivos da Gestão do Conhecimento, o data mining permite,
através da descoberta de padrões ocultos nos dados, a identificação e criação
de conhecimentos, auxiliado pelo processo de inferência automática. Porém,
apenas a técnica não gera o conhecimento, necessitando do ser humano para
a sua compreensão.
Entenda melhor o CRM e os Big Datas com a explicação do professor
Luciano, disponível no material on-line.
GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos)
Os documentos representam a principal fonte de informação de uma
organização e a tecnologia tem aumentado a capacidade e a velocidade em
que a informação é capturada, registrada, criada, armazenada, disseminada e
compartilhada (FIALHO et al, 2006).
O GED surgiu assim e oferece os recursos necessários ao
gerenciamento de documentos, permitindo que profissionais, distribuídos em
espaços físicos ou geográficos diferentes, participem do processo de criação
de forma organizada. Estão uncluídos nessa análise, além de documentos
eletrônicos, documentos registrados em papel que são processados de forma
eletrônica.
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Esse sistema deve permitir o gerenciamento de qualquer formato
eletrônico de documento, deve suportar diferentes mídias de armazenamento
(CD, DVD, HD etc.) e deve permitir a recuperação a partir de um conjunto de
atributos que identifiquem o documento de forma única.
O GED deve permitir o acesso às aplicações de terceiros, permitindo a
sua portabilidade e, por fim, todas as funcionalidades de um sistema GED
devem estar disponíveis na Internet. Os sistemas GED podem ainda ser
dotados de características de configuração pessoal, de forma a se adequar ao
perfil dos usuários.
Portanto, para as necessidades da Gestão do Conhecimento, o GED
auxilia na criação compartilhada, armazenamento, recuperação e transferência
de documentos, além de ser uma forma de sistematizar o conhecimento
explícito, disponibilizando-o aos usuários da organização.
Workflow
Os sistemas de workflow permitem a automação dos processos da
organização, auxilia a explicitação do conhecimento que está embutido nos
processos de negócios e a determinação do fluxo de informações contidas no
processo, mostrando as etapas corretas para a sua realização e
acompanhando todas as atividades que compõem o processo (FIALHO et al.,
2006).
Enquanto que o GED trabalha sobre documentos, o workflow opera em
cima de processos e pode descrever tarefas de negócio no nível conceitual
necessário para compreender, avaliar e reprojetar o próprio processo de
negócio.
Sistemas de workflow funcionam como elemento integrador de pessoas,
de aspectos da estrutura organizacional e das diversas fontes de informações.
Essa integração ocorre de forma dinâmica e baseia-se em como a organização
executa seus processos. Podem ser classificados em dois grupos:
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modelos baseados em comunicação (o trabalho sendo considerado
como um conjunto de interações humanas bem definidas); e
modelos baseados em atividades (o trabalho como sendo composto
por uma sequência de atividades).
Deve ser observado que os sistemas de workflow não contribuem para o
processo de geração de conhecimento, pois estão condicionados às regras
preestabelecidas que orientam a execução das atividades. Porém, o workflow
auxilia os processos de codificação e transferência do conhecimento,
permitindo a troca do conhecimento tácito e explícito entre os envolvidos
(FIALHO et al., 2006).
O professor Luciano comenta mais sobre o GED e o Workflow em mais
um vídeo, disponível no material on-line.
Revendo a problematização
Agora que você conheceu diversas tecnologias que podem ser
fundamentais para a gestão do conhecimento dentro das organizações, vamos
voltar à situação inicial? Caso seja necessário, releia o problema e relembre os
detalhes apresentados pelo professor Luciano, caso contrário escolha entre as
alternativas a seguir aquela que lhe parece mais adequada, de acordo com o
que você estudou neste tema.
a. Marisa deve fazer um levantamento detalhado das competências e
habilidades postas em risco. Esse levantamento deve prever quando
os funcionários irão se aposentar. Com isso, Marisa pode definir as
prioridades de um programa de treinamento envolvendo uma
comunidade de aprendizagem mista, composta de funcionários
seniores e juniores.
b. Marisa deve aproveitar a oportunidade para implantar uma
universidade corporativa dentro da empresa. Ela deve considerar o
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estabelecimento de convênios com instituições de ensino técnico na
área de atuação da empresa e conceber um programa de capacitação
dos mais novos para as competências e habilidades que estão em
risco.
c. Marisa deve prever a implantação de um sistema que permita aos
funcionários seniores relatarem as suas experiências. Esse sistema
pode ser um ambiente virtual, instalado junto à intranet da empresa.
Dessa forma, os funcionários seniores poderiam fazer uso de
narrativas de histórias, na forma de blogs e wikis, relacionadas com a
prática da profissão. Com o tempo, essa prática pode se tornar parte
da cultura da empresa, constituindo por fim um grande repositório de
experiências relatadas que podem ser de muita utilidade para
consultas dos funcionários juniores frente aos problemas parecidos.
Feedbacks para as alternativas podem ser acessados no material on-
line.
Síntese
Nesta aula foram estudados os conceitos relacionados com as
tecnologias para a gestão do conhecimento, enfatizando que as tecnologias e
ferramentas por si só não garantem os resultados.
Você viu que é necessário que as tecnologias sejam implantadas em
sinergia com outras ações e ligadas aos métodos e práticas de relações
humanas. Quanto melhor a organização lidar com a retenção de
conhecimentos essenciais para o sucesso dos seus negócios, menos
suscetíveis ao risco elas estarão.
Acompanhe agora à videoaula final do professor Luciano, disponível on-
line, em que ele faz um resumo de todos esses temas.
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Atividades
Relacione os termos com os conceitos a seguir e depois marque a 1.
alternativa correta:
Mapas conceituais 1.
Diagramas sistêmicos 2.
Ontologias formais 3.
( ) Fornece os meios para descrever explicitamente a conceptualização
por trás do conhecimento representado em uma base de
conhecimentos.
( ) Representações na qual os termos referentes a um determinado
assunto estão relacionados de forma gráfica.
( ) Utilizado em descrições mediante linguagem sistêmica de conjuntos
de variáveis que interagem entre si.
a. 3-2-1.
b. 3-1-2.
c. 2-1-3.
d. 2-3-1.
Forma colaborativa de criação, retenção e disseminação de conhecimento 2.
na forma de uma rede, em que os conteúdos de uma determinada área de
conhecimento podem ser disponibilizados por uma pessoa, de forma que
outras pessoas podem também colocar as suas contribuições. Estamos
falando de:
a. Cloud Drives.
b. CRM.
c. Repositórios Colaborativos.
d. Tecnologia Wiki.
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Tecnologia que permite a construção de arquivos de forma compartilhada, 3.
sincronizando diferentes usuários de uma mesma pasta de arquivos.
a. Cloud Drives.
b. CRM.
c. Data Warehouse.
d. GED.
Este segmento do CRM permite que a partir da pesquisa e interpretação 4.
das informações dos clientes se defina uma priorização. Estamos falando
do CRM:
a. Operacional.
b. Colaborativo.
c. Analítico.
d. Estratégico.
Para os objetivos da Gestão do Conhecimento, permite, por meio da 5.
descoberta de padrões ocultos nos dados, a identificação e criação de
conhecimento auxiliado por processos de inferência automática. Estamos
considerando aqui:
a. Repositórios Colaborativos.
b. Workflow.
c. GED.
d. Data Mining.
Feedbacks podem ser encontrados no material on-line.
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